Tópicos | Sem Limites

O Prime Video lançou nesta quinta-feira, dia 5, o primeiro teaser da série Sem Limites, que é protagonizada por Rodrigo Santoro e Álvaro Morte - a atração, chamada em inglês de Boundless, é uma coprodução com o grupo de mídia espanhol RTVE e vai narrar a primeira viagem de barco ao redor do mundo.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Santoro interpreta Fernão de Magalhães e Morte, Juan Sebastián Elcano - a obra terá o lançamento coincidindo com a celebração do 500º aniversário da expedição.

A superprodução, dirigida por Simon West, vai dar vida à história épica de um grupo de marinheiros em uma viagem ao desconhecido - o drama foi gravado na Espanha e na República Dominicana.

[@#galeria#@]

Um recente levantamento elaborado pelo jornal Folha de São Paulo em parceria com o Instituto Datafolha apontou a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como uma das 10 melhores universidades brasileiras. A instituição ocupa a 10ª posição, em um levantamento que analisou 191 universidades e 41 faculdades ou centros universitários. No entanto, na semana da pessoa com deficiência, a universidade não tem muitos motivos para comemorar, segundo relatos de professores e alunos que frequentam a universidade diariamente.

##RECOMENDA##

O professor efetivo de educação inclusiva da UFPE, Francisco José Lima, 48 anos, pessoa cega em decorrência de glaucoma congênito, não poupa críticas à falta de acessibilidade e respeito para com os alunos e educadores da instituição. Descumprimentos das leis que versam sobre acessibilidade são relatados pelo professor paulista, erradicado no Recife há 10 anos, mesmo tempo que trabalha na Federal. As queixas são inúmeras. Entre elas, degraus irregulares (ora mais altos, ora mais baixos) e falta de sinalização adequada nas escadas, falhas que aumentam os riscos de acidentes, principalmente quando são enceradas ou estão empoeiradas e nos dias de chuva. Ele também reclama da ausência de rampas e da existência de plataformas elevatórias que “nunca funcionam”, estruturas que facilitariam a acessibilidade dos cadeirantes, cegos e pessoas de baixa visão ao piso superior da universidade.

O professor também questiona a aplicação errada dos pisos táteis, a sinalização visual ineficiente e relata que os banheiros do Centro de Educação (CE) não estão em acordo com as normas técnicas.

Francisco Lima revela que, enquanto professor com deficiência, sente na pele o ônus da falta de acessibilidade. “Galhos de árvore no rosto, torções de pé nas calçadas, golpes na coluna por desníveis não sinalizados, frustração no acesso a informações que me seriam úteis, prejuízo acadêmico e econômico por razão de inacessibilidade aos editais e formulários disponibilizados. São editais que, por exemplo, tratam sobre progressão profissional”, explica. Sem falar sobre o assédio moral por parte de meus pares, quando tento reivindicar direitos de acessibilidade e riem na minha cara, enquanto me negam os meus direitos”, desabafa.

Os casos de desrespeito às leis relatados pelo professor foram constados pela reportagem do LeiaJá, que, enquanto observava o quantitativo de vagas para pessoas idosas e com deficiência, flagrou um taxista parar em uma vaga das duas vagas reservadas. A passageira não tinha nenhuma deficiência.

Para o aluno do 3º de pedagogia, Luiz Fernando de Bezerra, 24, a UPFE não está bem preparada para receber pessoas com deficiência, especialmente visual e física. O universitário, que aos 10 anos recebeu o diagnóstico de espondilite anquilosante (doença inflamatória crônica, incurável por enquanto, que afeta as articulações do esqueleto axial, especialmente as da coluna, quadris, joelhos e ombros), lamenta o fato de o elevador destinado às pessoas com deficiência do bloco que estuda (CE) não funcionar. “Devido à minha doença, não posso ficar fazendo grandes esforços, mas as salas dos professores e os centros de estudo ficam no piso superior e só temos acesso pelas escadas porque o elevador não funciona. E não é só esse elevador que não funciona, até o do CFChinho, que foi inaugurado há cerca de um ano, está parado”, comenta o rapaz em frente ao equipamento que está trancado e tem teias de aranha na parte interna.

A cada novo período, Luiz também se preocupa com a localidade que a sua turma será levada. “Até agora a minha turma teve aula no piso inferior do prédio, mas se tiver que ir para as salas da parte superior do prédio será complicado para mim, pois não posso ficar subindo escadas sempre”, relata. O universitário ainda comenta as dificuldades que enfrenta ao passar pelas catracas que dão acesso a entrada da UFPE. “Tem dias que é complicado para eu passar nelas e não vejo necessidade que elas existam. Para um cadeirante então é impossível passar por essas catracas. Para eles, a única opção é entrar pela reitoria, única entrada que não tem catracas”, diz Luiz.

Na parte pedagógica, a falha fica por conta da ausência de tradutor de Libras para atender os alunos que têm deficiência auditiva. No edital de contratação de novos professores, não está listado profissional da área. “Além disso, há poucos livros em Braille e não existe uma máquina para produzir livros em Braille. O balcão da biblioteca é alto demais, o que dificulta os alunos cadeirantes, que têm que ficar gritando para um funcionário venha lhes atender”, lamentou o universitário.

Segundo o professor Francisco, as queixas feitas à nossa reportagem foram transmitidas a universidade ao longo dos 10 anos que nela trabalha. Porém, o professor avalia que a UFPE, “descumpre descarada e vergonhosamente a lei, deixando ao trabalhador e demais pessoas com deficiência, que dessas acessibilidades necessitam, em situação de risco e frustração”.Sem obter sucesso nas solicitações encaminhadas à universidade, o professor procurou a Justiça Federal para que a UFPE ofereça igualdade de condições às pessoas com deficiência que nela trabalham e estudam. “O juiz de sobrenome Batista analisou e julgou favorável o meu pedido na sexta-feira 30 e a UFPE já deve ter sido notificada. Espero que cumpra com as determinações judiciais e que nós (deficientes) possamos ser atendidos de maneira isonômica”, comemorou o professor.

“Infelizmente a universidade tem muitas barreiras físicas e arquitetônicas que dificultam a acessibilidade das pessoas com deficiência. Apesar da UFPE promover muitas palestras que tratam sobre o tema, ela não está preparada para nos receber”, completou Luiz.

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com a assessoria da UFPE, que ficou de responder sobre as demandas relatadas. No entanto, em outro momento afirmou que as respostas teriam que ser dadas pela Prefeitura da Universidade. A reportagem tentou entrar em contato, por telefone, com a prefeitura da UFPE, mas não conseguiu ser atendida.

Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, acessórios para veículos adaptados, órteses e próteses, dispositivos de apoio para uso de computador e para facilitar a comunicação. São inúmeros os tipos de produtos de tecnologia assistiva criados para ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, a fim de dar maior autonomia e melhorar a qualidade de vida. Recursos esses criados tanto por instituições públicas - inclusive universidades e institutos - como por empresas privadas.

Para facilitar o acesso a essas tecnologias, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação criou o Catálogo Nacional de Produtos de Tecnologia Assistiva, uma ferramenta virtual que permite a busca de produtos fabricados ou distribuídos no Brasil. A procura por informações pode ser feita pelo tipo de recurso (baseado na classificação ISO 9999:2007) ou pela deficiência.

##RECOMENDA##

Ao todo, 1.243 produtos estão cadastrados e classificados em 11 tipos: tratamento clínico, treino de competências, órteses e próteses, cuidados pessoas e proteção, mobilidade pessoal, atividades domésticas, habitação e outros edifícios, comunicação e informação, manuseamento de objetos e dispositivos, atividades recreativas e melhoria do ambiente, máquinas e ferramentas. “Essas tecnologias são importantes porque trazem a equiparação de oportunidades para as pessoas com deficiência”, frisou o secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira.

As pessoas interessadas em comprar esses produtos podem contratar uma linha de crédito do Banco do Brasil criada especialmente para este fim: o BB Crédito Acessibilidade. O Viver Sem Limite estabeleceu o financiamento com juros subsidiados pelo governo federal para a aquisição de produtos tecnológicos com valores entre R$ 70 e R$ 30 mil, com prazos de quatro a 60 meses e juros de 0,64%.

Para saber mais informações sobre o programa de crédito, clique AQUI.

Pesquisa
Para que o número de produtos seja ampliado, em julho desse ano foi inaugurado o Centro Nacional de Inovação em Tecnologia Assistiva, em Campinas, São Paulo, nas instalações do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer. O centro irá orientar os núcleos de pesquisa, especialmente em universidades públicas, para estabelecer as diretrizes e coordenar as ações.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Falta de informação, intolerância, desrespeito. Essas são algumas formas de preconceito contra as pessoas com deficiência relatadas pelos próprios afetados. Alguns estudiosos, como João Baptista Ribas, chegam a afirmar que “em maior ou menor grau, todos nós somos preconceituosos. Ninguém escapa”. O autor argumenta, que “nossa primeira impressão é sempre preconceituosa, já que está relacionada a algo com o qual jamais tivemos contato”.

A estudante Taiane Ângela, 18 anos, que tem surdez total, diz vivenciar o preconceito na pele. A adolescente conta que as pessoas quando ouvem os sons altos que ela e seus colegas surdos emitem ao se comunicarem, geralmente, ficam rindo. Ela se aborrece ao ser tratada como surda-muda. “As pessoas não entendem a nossa cultura e a nossa maneira de falar. Somos surdos, mas não somos mudos”, explica ao lado dos colegas surdos da Escola Estadual Governador Barbosa Lima, localizada no bairro do Derby, área central do Recife.

##RECOMENDA##

A amiga de Taiane, Adriana Conceição, 17, conta que também se depara com a intolerância das pessoas mais fora da escola. “As pessoas costumam ser preconceituosas não só com os deficientes, mas também com os negros e idosos. Essas atitudes de desrespeito incomodam muito”, considera. Já Alice Estéfani, 17, faz questão de frisar que ninguém é melhor do que ninguém. “Nem deficientes, nem as pessoas ditas normais”, completa.

A literatura de Ribas ainda pondera que “o preconceito com relação a pessoas com deficiência vem muitas vezes imbuído de um sentimento de negação, ou seja, a deficiência é vista apenas como limitação ou como incapacidade. A sociedade, embora tenha um discurso que prega a inclusão social de pessoas com deficiência, ainda vê essas pessoas pelo que não têm, ou pelo que não são. Não nos acostumamos a olhar os sujeitos que têm deficiência pelo que têm ou pelo que são. Nesta medida, a pessoa com deficiência auditiva é aquela que não ouve, a pessoa com deficiência visual é aquela que não enxerga. Ou seja, nos aproximamos da deficiência a partir da negação”, explica. “A pessoa com deficiência é sempre aquela que não tem ou não apresenta alguma capacidade que a outra tem ou apresenta. Dessa forma, o sentimento de negação pressupõe sempre uma atitude e um comportamento de negação que traz para essas pessoas sérias consequências como exclusão, marginalização, discriminação, entre outras”, explica.

Na avaliação do professor de educação inclusiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Francisco Lima, 48, as adjetivações e substantivações que as pessoas com deficiência são identificadas pela sociedade são maneiras de limitá-las e de ferir a dignidade delas. “Quando se substantiva alguém, este alguém deixa de ser uma pessoa. E cada ser humano é único”, defende o professor.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Viajar sempre gera uma expectativa. Antecipar a compra das passagens, reservar a hospedagem, preparar um roteiro para cada dia com o que fazer e onde comer, fazer um checklist para não se esquecer de colocar nada na mala. Tudo isso faz parte. Imagine o transtorno quando a bagagem é danificada pela companhia aérea, por exemplo? Ainda mais, quando entre os volumes despachados, está algo indispensável como uma cadeira de rodas?

Foi o que aconteceu com Ricardo Shimosakai, que há onze anos usa cadeira de rodas, depois de ter levado um tiro num sequestro relâmpago que o deixou paraplégico. “Já é comum ter cadeiras de rodas danificadas. Já aconteceu com vários amigos meus. Eles jogam de qualquer jeito, como uma bagagem qualquer. Mas a cadeira não é um simples objeto. Se não houver condições de uso, não terei como me locomover. É preciso ter mais cuidado”, salienta. Mesmo quando a empresa aérea compra outra cadeira de rodas, o transtorno é grande. “Você tem que brigar para conseguir receber uma nova. A própria empresa que vende a cadeira me informou que as empresas aéreas são as maiores clientes, porque sempre estão comprando para usuários que tiveram a cadeira danificada durante a viagem”, conta.

##RECOMENDA##

E esse não foi o único caso. “Ano passado, quando voltei da Argentina, fiquei mais de uma hora dentro do avião esperando pelo ambulift [elevador especial] para desembarcar em Garulhos. O que me disseram é que o equipamento estava atendendo outros voos. Todos os passageiros do voo de volta para Buenos Aires precisaram esperar para que eu desembarcasse”, lembra. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o recomendado é que o embarque e o desembarque sejam feitos pelas pontes e que os elevadores e cadeiras das próprias companhias aéreas sejam usados apenas em casos em que entrada e saída não puder ser feito pelas pontes.

Os problemas, especialmente nos aeroportos, são comuns. Deficientes visuais são barrados quando estão com cão-guia, surdos nem sempre têm intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), cadeirantes têm problemas para circular nas aeronaves e despachar cadeiras e baterias. Falta de treinamento e informações por parte dos funcionários dos aeroportos e tripulações estão na lista de reclamações. “O mais indicado seria a criação de um departamento específico para atender a pessoas com deficiência em cada terminal. Isso já acontece no exterior e é um sucesso. Mas aqui no Brasil, há uma resistência da Anac e Infraero”, diz.

A infraestrutura da hospedaria, dos pontos turísticos, além de bares e restaurantes, também é uma questão delicada para quem gosta de viajar. “Muitos hotéis instalam barras e rampas e já dizem que são acessíveis, mas você nem consegue entrar no banheiro com a cadeira de rodas. Não é tão simples assim”, frisa. Diante das dificuldades que encontrava para viajar, Ricardo Shimosakai resolveu começar a trabalhar para tornar o turismo mais acessível, unindo ao gosto que sempre teve em passear. “Fiz faculdade de turismo e, desde então, atuou como agente de viagem. Sempre me preocupo em entender as necessidades dos meus clientes para encontrar a melhor opção”, explica ele que também presta consultoria sobre acessibilidade e inclusão.

Turismo
Com a realização de grandes eventos esportivos no Brasil, a acessibilidade tornou-se tema comum entre representantes do poder público e da iniciativa privada. Uma iniciativa do Ministério do Turismo pretende melhorar a visitação, inicialmente, nas doze cidades-sede da Copa do Mundo 2104. O programa Turismo Acessível, lançado no mês passado, investirá R$ 100 milhões para que, pelo menos, dez pontos turísticos de cada cidade sejam adaptados.

“Também serão capacitadas oito mil pessoas que já atuam no mercado para atenderem a pessoas com deficiência. Também iremos premiar as melhores práticas no País, porque entendemos que essa é uma forma de criar referências e indicar o caminho certo”, explica Vinícius Lummertz, da Secretaria Nacional de Promoção do Turismo.

Segundo ele, a meta do governo federal é que 5% das unidades de hospedagem sejam adaptadas. Atualmente, o percentual é de 1,7%, com cerca de 4.000 quartos. “O nosso trabalho maior é de mobilização, para que os empresários entendam que esse é um investimento que tem retorno. É um público que viaja acompanhado. Quem seguir neste caminho estará fazendo a coisa certa”, frisa.

Eventos esportivos
Na preparação para os eventos esportivos, também há preocupação na adequação das arenas. Mas, segundo o presidente do Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência (Conade), Moisés Bauer, as iniciativas são pontuais. “Não parece existir um esforço sincero em relação à acessibilidade. Tanto que a Lei Geral da Copa destina apenas 1% dos assentos no estádio para pessoas com deficiência, quando o recomendado pelo Conade foi 4%. O governo ignorou o que foi dito. Isso demonstra que não há empenho sincero”, destaca.

Já o secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, acredita que 1% é o suficiente. “Em todo o mundo, 1% dá conta”, considera. Apesar de assumir as carências do País em relação à acessibilidade, ele minimiza os transtornos. “Não vai ser um caos como estão pintando por aí. Vamos, sim, ter dificuldades, mas não podemos ter uma visão pessimista. Nós vamos dar conta. Acho até que a Copa é um ‘bom problema’, porque ele traz respostas mais rápidas ao que já existe”, diz. Ele também defende que não haja comparação com países que já sediaram copas e olimpíadas. “Cada país tem sua realidade. A Inglaterra foi brilhante e lá tudo funciona. Mas aqui teremos o nosso povo, que sabe receber bem o turista como ninguém”, acredita.

Informações
O Ministério do Turismo tem uma série de recomendações para pessoas com deficiência que pretendem viajar. Clique AQUI e confira.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Quem pode correr para pegar o ônibus que parou fora da parada, desviar dos obstáculos das calçadas, não sabe as dificuldades que os cadeirantes enfrentam para realizar esta mesma atividade. A pequena Ana Beatriz Pinheiro, de 5 anos, sofre de paralisia cerebral e há três anos é cadeirante. Ela não entende as dificuldades que ela mesma enfrenta para fazer seu tratamento na AACD, conta com a ajuda da sua mãe, a dona de casa Vera Lúcia da Silva, que depende exclusivamente do transporte público.

Dona Vera tem seis filhos e mora em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. Toda quinta-feira enfrenta o mesmo percurso e dificuldades para levar Ana Beatriz para as revisões na AACD. O primeiro desafio já começa no momento que sai de casa. Calçadas quebradas, buracos e quase nenhuma rampa que facilite o acesso a todas as paradas de ônibus. Para chegar ao seu destino, ela utiliza a linha Tiuma-Tabatinga, em seguida, pega o metrô para a estação Joana Bezerra. Desde 2009 é esse mesmo percurso e muitos dilemas vividos.“Tem pessoas que são bem ser humanas, param, ajudam. Alguns motoristas descem para ajudar, mas não são todos, muitos cortam a parada, fingem que não estão nos vendo. É horrível,” comenta Vera.

##RECOMENDA##

Plataformas Elevatórias Veiculares (PEV) em manutenção ou quebradas, usuários que não querem esperar ou reclamam da demora para o cadeirante subir no ônibus, são dificuldades que os portadores de deficiência enfrentam diariamente para ter acesso a um direito que deve ser acessível para qualquer cidadão.

Desde o ano 2000 a Lei Nº 10.098 assegura que todo portador de deficiência ou com mobilidade reduzida tenha acesso ao transporte público e assegura normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. Embora garantido por lei , na prática esse direito nem sempre funciona como deveria. Dona Vera sabe o quanto essa lei não é cumprida. “Já passei por situações que cheguei a chorar. Não existe respeito. Uma vez eu estava na estação Joana Bezerra, o motorista abriu a porta do meio e os passageiros começaram a subir  na plataforma que é exclusiva do cadeirante, com o tumulto, minha filha começou a ter convulsões, o motorista ficou sentado, não fez nada. Fiquei desesperada”, lamentou a dona de casa.

Como mora em Camaragibe, a mãe de Ana Beatriz geralmente utiliza a mesma linha para chegar até a AACD, mas de acordo com a Grande Recife Consórcio de Transporte a Associação de Assistência à Criança Deficiente é atendida atualmente por 26 linhas com 93 ônibus com plataforma. Ainda de acordo com o Consórcio, atualmente 60% da frota da Região Metropolitana do Recife possui a PEV e desde agosto deste ano são realizadas fiscalizações dos veículos que oferecem esse serviço através da Portaria nº 205/2012. Atualmente três mil ônibus são cadastrados no Sistema Público de Passageiros da RMR.

Karla Caroline Barbosa, 24 anos, também é cadeirante e precisa ir para a AACD. Ainda quando criança também frequentava a instituição para fazer o tratamento. Hoje, ela vai a associação como assistente de marketing, trabalha de segunda a sexta, e utiliza ônibus e metrô diariamente. “Na minha rota, como vou sempre no mesmo horário, os motoristas já me conhecem, mas quando pego uma rota diferente enfrento dificuldades”, comentou a jovem.

Outro dilema que a jovem enfrenta é quando vai sair com seu namorado que também é cadeirante. “Os ônibus só tem lugar para um cadeirante”, lamenta. Para conseguir sair, o casal conta com ajudar de pessoas que se dispõem carregar a jovem nos braços e colocá-la em uma cadeira. Quando a PEV está quebrada ou em manutenção, ainda tem a espera. “Os ônibus que estão com problemas não deviam nem circular”, afirma.

Para ir ao trabalho, Karla enfrenta o horário de maior fluxo de pessoas. Ela mora na Boa Vista e utiliza a Linha Circular até a Estação Recife, de lá segue para a estação Joana Bezerra. Nesse percurso, as dificuldades são inúmeras, principalmente com as calçadas. “Já tive que fazer manobras para chegar até a parada de ônibus. Na Boa Vista, tem muitas rampas, mas estão desgastadas. É cansativo, muito desgastante”, comenta.

A manutenção das calçadas é um processo  burocrático. De acordo com a prefeitura do Recife e o Grande Recife, a manutenção e reformas dependem muito de cada proprietário. Apenas imóveis que são da prefeitura, como praças e prédio públicos são cuidados pela gestão municipal.

Além de ônibus e metrô, o serviço de táxi também é uma opção para os cadeirantes. De acordo com a Tele Taxi, umas das maiores empresas do Recife, há carros exclusivos para atender cadeirantes em sua frota. Já a Servi Taxi, não possui carros específicos, mas atendem aos portadores de deficiência.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Barras de ferro e revestimento antiderrapante nos banheiros, cerâmica crespa por toda a casa e materiais improvisados para ajudar na hora de trocar de roupa são alguns dos recursos que Lúcia Nolasco de Souza, 65 anos, deficiente física, utiliza para se virar sozinha em seu lar, ter independência. Apesar de não usar muitos recursos de adaptação dentro de casa, Lúcia conta que precisa tomar alguns cuidados nas atividades cotidianas.

“Preciso tomar algumas precauções para não me machucar. Como não posso me abaixar para apanhar um objeto no chão, tenho uma pazinha alta que ajuda na hora de pegar uma correspondência que caiu”, conta a aposentada. Mesmo morando sozinha, Lúcia diz que o fato de seu apartamento ser pequeno facilita a locomoção. No entanto, sentar na sala para assistir TV quando está sozinha, só se for numa cadeira com braço. Para usufruir do sofá só nos momentos em que há visitas, já que ela precisa de ajuda para sentar e levantar.

##RECOMENDA##

Quando questionada sobre o fato de morar sozinha, ela responde com orgulho quem é independente: “Graças a Deus, moro só e me viro muito bem. Só não posso cometer abusos, de modo geral me viro muito bem sozinha. Tenho uma diarista que arruma a casa, lava e passa minhas roupas e faz as compras. Não me preocupo com essas questões de casa. Quando tenho que sair de casa, uso o serviço de táxi e conto com a ajuda das pessoas, porque aí já é mais complicado”, conta.

Por causa de suas medidas de precaução, Lúcia diz que nunca sofreu nenhum acidente dentro de casa. A preocupação da aposentada com a segurança é mais fora do lar. “Quando estou fora de casa sempre tenho que contar com a boa vontade das pessoas para me ajudar a subir uma escada, entrar na piscina da hidroginástica, que não é adaptada, no cinema e outros locais que não são adaptados para nós (pessoas com deficiência)”.

Moradora do bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, há 30 anos, Lúcia diz que comprou sua casa com recursos próprios e comemora o fato de existir hoje o Plano Viver sem Limites, que é direcionado para as pessoas com deficiência. O plano versa sobre saúde, mobilidade, educação, acessibilidade, entre outros assuntos.

No eixo acessibilidade, o programa prevê ações conjuntas entre União, estados e municípios, tais como o programa Minha Casa, Minha Vida 2. O programa inclui 100% das unidades projetadas com possibilidade de adaptação, ou seja, 1,2 milhão de moradias que podem ser habitadas por pessoas com deficiência. O governo também está distribuindo kits de adaptação para moradores beneficiados pela primeira edição do programa habitacional, de acordo com as deficiências específicas.

De acordo com a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, foram contratadas até agosto deste ano 99.185 moradias adaptáveis e outros nove mil kits de adaptação foram entregues no Minha Casa, Minha Vida 1.

Para qualquer pessoa, casa significa segurança e conforto. Para Lúcia, a moradia também está relacionada com a independência de realizar as atividades cotidianas sozinha.

Confira as características das moradias adaptáveis:
1. Portas com vão livre de 0,80 m e maçanetas de alavanca a 1,00 m de altura;
2. Previsão de área de aproximação para abertura das portas e área de manobra para cadeira de rodas de 180º em todos os cômodos;
3. Piso com desnível máximo de 15 mm;
4. Banheiro:
• largura mínima de 1,50 m;
• box para chuveiro com dimensões mínimas de 0,90 m x 0,95 m;
• área de transferência ao vaso sanitário e ao box com previsão para a instalação de barras de apoio e banco articulado, segundo a ABNT NBR 9050.
5. Instalações elétricas:
• tomadas baixas a 0,40 m do piso acabado;
• interruptores e interfones e tomadas altas a 1,00 m do piso acabado;
• lavatório suspenso sem coluna e torneira com acabamento de alavanca ou cruzeta.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Mais mobilidade. É o que passarão a ter as pessoas com deficiência, de baixa renda, de acordo com a portaria 261 do Ministério dos Transportes, publicada na última terça-feira (4). De acordo com a matéria, os usuários terão que apresentar laudo médico e comprovantes de renda familiar per capita de até um salário mínimo para ter acesso gratuito às viagens.

O passe livre deverá ser solicitado ao Ministério. Os formulários já estão disponíveis no site da pasta para download. A documentação completa está descrita no Diário Oficial da União. Todo o material deve ser encaminhado pelos Correios para o Ministério dos Transportes no seguinte endereço: Caixa Postal 9600 - CEP 70.040-976 - Brasília (DF). Não é necessário pagar taxa para se inscrever para receber o benefício.

##RECOMENDA##

Após a análise da documentação, o Ministério concederá o benefício e providenciará a emissão a carteira do Passe Livre. A validade será de três anos. A renovação do benefício exigirá o envio da mesma documentação que na inscrição e deverá ser solicitada 30 dias antes de expirar a validade.

A norma vale para os transportes rodoviários, ferroviários e aquaviários. O Governo Federal, no entanto, não incluiu as viagens em ônibus executivo e leito. O Passe Livre também não vale para o transporte intermunicipal e não dá o direito do acompanhante viajar de graça.

As empresas são obrigadas a reservar, a cada viagem, dois assentos para atender às pessoas com deficiência. Para ter acesso, basta apresentar o cartão do Passe Livre junto com a carteira de identidade nos pontos de venda de passagens, até três horas antes do início da viagem. Com a passagem, será emitida a Autorização de Viagem de Passe Livre, que terá duas vias e servirá com instrumento de fiscalização das empresas reguladoras. Se as vagas já estiverem preenchidas, a empresa fica obrigada a reservar a passagem em outro horário ou data.

ACESSIBILIDADE - Uma resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estabelece que as empresas rodoviárias de transporte de passageiros em viagens interestaduais adaptem o atendimento para atender a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O prazo para as mudanças é 2 de dezembro de 2014.

A norma estabelece que cada ponto de venda tenha balcões acessíveis e que os terminais tenham as informações essenciais através de dispositivos sonoros, táteis e visuais, como formas de atendimento preferencial e de compra do bilhete, os serviços de transporte de tecnologia assistida (cadeira de rodas, muletas, andador) e de bagagem, serviços de auxílio para embarque e desembarque, o acesso do cão-guia e os procedimentos de emergência. Esses dispositivos também terão que informa sobre identificação de linha, categoria do veículo, itinerário, tarifa, tempo de viagem, locais de embarque e desembarque, locais de parada e tempo de parada.

Já a adaptação nos ônibus deve ser feitas até fevereiro de 2013 O descumprimento estará sujeito à multa e até cancelamento da permissão para funcionar.

LIVRE ACESSO - Na Região Metropolitana do Recife, as pessoas com deficiência também têm acesso gratuito no transporte intermunicipal, de acordo com a Lei Estadual 11.897, de 18 de dezembro de 2000. A Carteira de Livre Acesso tem validade de dois anos e pode ser usada em todas as linhas integrantes do Sistema de Transporte Público da Região Metropolitana do Recife - STPP/RMR, com exceção das linhas de transporte complementares ou opcionais.

As informações sobre como obter o documento ou solicitar a renovação ou segunda via do cartão estão disponíveis no site do Grande Recife.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

De acordo com dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, das quais 582 mil cegas e seis milhões têm baixa visão. No País, apenas cerca de 80 pessoas cegas foram beneficiadas com a doação de um cão-guia por institutos e projetos brasileiros que selecionam e treinam os animais para serem encaminhados aos cegos. Em Pernambuco, quatro deficientes visuais têm cães-guia.

A preparação do cão para adoção leva de dois anos a dois anos e meio e se dá em duas etapas. Na primeira, o animal é acolhido por uma família que ficará responsável pelo trabalho de socialização do cão e na segunda etapa, o animal será treinado por um instrutor habilitado para treinar cão-guia. O profissional que faz esse trabalho tem certificação reconhecida, já que o cão-guia não pode ser preparado por um adestrador comum ou da polícia, a menos que ele tenha certificação. O cão, por sua vez, não pode ter nenhum traço de agressividade.

##RECOMENDA##

O secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, lembra que, desde 2007, temos uma legislação que garante o direito de ir e vir das pessoas cegas. O secretário ressalta que a partir da norma o governo fica comprometido de fornecer o cão-guia. “Pelo plano Viver Sem Limite, estabelecemos a instalação de cinco centro tecnológicos de formação de treinadores e instrutores de cães-guia, em cada uma das regiões brasileiras. Neles serão formados os treinadores e as duplas (cão e deficiente visual). Agora ampliamos a meta para sete centros, através de uma parceria com institutos federais de educação”, diz o secretário.

Um dos centros de formação de treinadores e instrutores já foi instalado, o de Camboriú, Rio de Janeiro, que está treinando as pessoas que irão atuar nos demais centros (São Cristovão-SE, Limoeiro do Norte-CE, Alegre-ES, Muzambinho-MG, Urutaí-GO e Manaus-AM). “São dois anos de formação do cachorro (labrador) e cada instrutor só pode ficar com seis cachorros ao mesmo tempo. O cão é treinado para apenas uma pessoa, ele é intransferível. Esse será um processo bem lento. Não temos como atender todas as pessoas de uma vez, até porque temos que adaptar as cidades para a circulação dos cães”, complementa Antônio.

Serviço:
Projetos que treinam e doam cães-guias:
Cão Guia Brasil - www.caoguiabrasil.org
Associação Cão-Guia de Cego - www.caesguia.com.br
Projeto Cão-Guia Sesi-SP- www.sesisp.org.br/caoguia
Instituto IRIS (SP) - www.institutoiris.org.br

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Toda pessoa com deficiência visual deseja conquistar a independência para caminhar sem o auxílio dos outros. Para alguns, o uso da bengala é suficiente. Para os que desejam reduzir ainda mais os obstáculos e não temem os cães, o auxílio do cão-guia é a melhor alternativa. No Brasil, há projetos e institutos que selecionam, treinam e doam cães que ajudam cegos a terem mais mobilidade.

O tempo entre a inscrição do interessado e a chegada do cão pode ser longo, como aconteceu com o publicitário Milton Carvalho, 31 anos, que tem cegueira congênita. Ele esperou em torno de cinco anos por Shiva, uma cadela da raça labrador, preta, de quatro anos de idade. O primeiro encontro com Shiva aconteceu em agosto deste ano, em Brasília, na sede do Projeto Cão-guia. A dupla (cão e deficiente visual) passou pelo processo de adaptação, que durou 15 dias.

##RECOMENDA##

Apesar do longo tempo de espera, Milton comemora os benefícios que a chegada da sua companheira lhe trouxe. “Quando eu usava bengala era complicado, pois a ruas do Recife são muito complicadas para um cego andar, existem muitos obstáculos. Os piores são os bueiros, os canos de ferro que são colocados nas calçadas, o deterioramento, além das cadeiras de bares colocadas nas calçadas. Esses obstáculos atrapalham demais a nossa mobilidade”, destaca.

Ele conta que o cão e a pessoa que o adota precisam ter um perfil que se adeque um ao outro. “O cão passa de dois a dois anos e meio sendo preparado para atuar como cão-guia. Primeiro ele passa pela fase de socialização, é acolhido por uma família, e depois ele passa por um treinamento com um profissional capacitado para esse trabalho. Não é toda pessoa cega que tem perfil para adotar um cão-guia, pois nem toda pessoa gosta de cachorro e ainda tem algumas que tem medo do animal”, explica Milton.

O publicitário também destaca os cuidados que os projetos e institutos exigem que as pessoas tenham para receber o cão-guia. Vacinação em dia, bons tratos e demais cuidados com a saúde e bem-estar dos animais são exigidos e acompanhados de perto pelas instituições que doam os cães. “O cão não é uma bengala que você chega em casa e joga atrás do armário. Ele é um ser que tem necessidades de atenção, de alimento e cuidados com a saúde. Antes de uma pessoa receber um cão-guia, o projeto verifica se o animal será bem aceito pelo deficiente e pela sua família, para assegurar que o cão seja bem tratado”, menciona o publicitário enquanto afaga Shiva, que também é o xodó do seu filho Pedro e da esposa Iolanda.

Além de ter que superar os entraves para conseguir adotar um cão-guia e os obstáculos das ruas com a ajuda deste que é considerado o melhor amigo do homem, as pessoas que adotam o animal ainda têm que lidar com o descumprimento da lei. Os relatos são de descumprimento da Lei 11.126/2005 e do Decreto Federal 5.904/2006, que permitem a entrada com o cão em ambientes de uso coletivo (restaurantes, shoppings, aeronaves, supermercados, táxis, ônibus, metrôs, entre outros). “Vou ao trabalho de ônibus diariamente e não tenho problemas, mas nos dias que preciso usar o táxi é complicado. Os motoristas muitas vezes não querem nos levar, alegam que o animal é de grande porte, que não usa focinheira, que são alérgicos a pelos de cachorro. É sempre uma situação constrangedora”, lamenta.

A mesma situação é relatada pelo professor de educação inclusiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o paulista Francisco Lima, 48, erradicado no Recife há 10 anos. O docente, que também tem cegueira congênita, relata que já viveu diversas situações delicadas ao lado de Okra (Quiabo, em inglês), cadela da raça labrador, que tem sete anos e há cinco anos e meio foi doada a Francisco pelo Instituto Iris. “Eu sou do tipo que vou entrando nos locais, não fico esperando que venham falar comigo, mas mesmo assim já fui algumas vezes barrado em supermercados e restaurantes. Mas a pior situação que enfrento é com os taxistas que alegam diversos motivos para não transportar o cão”, conta. “Uma vez, pedi a um amigo que ligasse para solicitar um táxi para mim [mencionando que estava com o cão] e outro para ele. O dele foi encaminhado pela companhia em 15 minutos, enquanto que o meu táxi levou 40 minutos para chegar ao mesmo local e, ainda assim, o taxista se negou a me levar com o animal”, lembra Francisco.

As constantes negativas dos taxistas em transportar a dupla motivaram o professor a procurar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para mover um processo contra o Sindicato dos Taxistas. O MPPE marcou uma audiência com Francisco, o sindicato e a Polícia Militar, que segundo o professor não tem o ajudado no momento de fazer cumprir a Lei. Durante o encontro, o promotor do MPPE apenas solicitou que o sindicato e a PM cumprissem a Lei, pois alegou que mover uma ação levaria mais tempo.

“Houve essa conversa no final de julho, início de agosto deste ano e de lá pra cá nada mudou. Os taxistas continuam se negando a nos transportar. A Lei determina que havendo descumprimento dela, o MP deve atuar. E atuar significa autuar também. Outro dia estava em uma parada na avenida Caxangá e três taxistas pararam, mas dois deles se negaram a me levar. Não só fui constrangido pela situação como fui ameaçado pelo taxista, que me disse absurdos”, relata Francisco.

De acordo com o Decreto Federal nº 5.904/2006, impedir ou dificultar o ingresso e a permanência do usuário com o cão-guia em ambientes de uso coletivo ou de condicionar tal acesso à separação da dupla geram sanção. A pena se configura em multa no valor mínimo de R$ 1 mil reais e máximo de R$ 30 mil. Se houver reincidência a sanção é a interdição do local, pelo período de trinta dias, e multa no valor mínimo de R$ 1 mil e máximo de R$ 50 mil.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

A Constituição Federal estabelece que a pessoa com deficiência deve receber um salário mínimo, desde que não possua condições de prover renda pessoal. O Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social (BPC) é operacionalizado através do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério da Previdência Social. 

O chefe do Serviço de Administração de Informações de Segurados do INSS em Pernambuco, Olacir Luchetta, explicou que a concessão depende da avaliação da assistência social e da perícia médica. “Primeiro, os assistentes sociais fazem a análise das condições, como renda per capita familiar, chegando a fazer visitas residenciais. Em seguida, a pessoa passa por uma perícia e só então se torna um beneficiário”. Segundo ele, muitas pessoas com deficiência temiam entrar no mercado de trabalho e perder o benefício. “Agora, a pessoa não perde mais.

##RECOMENDA##

Se ela começa a trabalhar, o benefício é suspenso. Se um dia ela ficar desempregada, pode voltar a receber o benefício. Mas isso não é automático. É preciso retornar ao INSS e dar entrada no pedido”, esclareceu.

A fonte de renda, que contribui para o sustento de milhões de brasileiros, também gera o comodismo em alguns beneficiários, que mesmo tendo condições, optam por não trabalhar. "Como muitas vezes, o salário que os deficientes receberiam seria de um salário mínimo ou pouco mais do que isso, eles preferem não trabalhar. Outros optam por trabalhar na informalidade, assim poderão continuar a receber o benefício e somar a renda", contou a gerente de intermediação da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Emprego, Juliana Tarseu.

Segundo ela, a maioria das vagas é para as áreas de logística e administração. Os postos de trabalho que exigem formação técnica ou superior são mais difíceis de serem ocupados. "Escolaridade e experiência são os maiores entraves para a contratação", informou.

A opção por não trabalhar recebe a reprovação de várias pessoas com deficiência. “Não concordo com o comodismo, porque não tem coisa melhor do que não depender de ninguém. Eu gostaria de trabalhar e não posso, mas também não fico por aí abusando. Tem gente que recebe o benefício, pode trabalhar, mas prefere pedir esmolas nos sinais. Não dá”, salientou Saulo Dias de França.

Há oito anos, ele sofreu um acidente de moto e sofreu uma lesão medular T4, que hoje o impede de trabalhar. “Não sinto nada do tórax para baixo. Não tenho controle da urina e das fezes. Não quero passar por constrangimentos. Só um cadeirante sabe o que passa. Sinto falta do trabalho”, contou. O objetivo de vida é conseguir ficar independente da cadeira de rodas e das muletas e trabalhar com informática. “Enquanto não tiver controle do meu corpo, não dá para trabalhar. Mesmo que seja para sair de cadeira de rodas, se for para receber o mesmo que recebo de aposentadoria por invalidez, prefiro ficar em casa. O trabalho que dá sair de casa e pegar um transporte, não vale à pena”, considerou ele.

Para João Maurício Rocha, da da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead/PE), antes de qualquer julgamento, é preciso observar o contexto social. “Às vezes, um conjunto de fatores impede a inserção no mercado de trabalho, como moradia e transporte inacessíveis. Também, as condições de emprego nem sempre estimulam. O que se espera é uma maior promoção da acessibilidade”, destacou.

As informações sobre o BPC estão no site da Previdência.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Acordar cedo, chegar tarde em casa, ter dois empregos e ainda ter tempo para se dedicar à família. O que muita gente pode considerar uma vida sacrificante, para a atendente de telemarketing Maria José da Silva significa uma vitória. Com deficiência em uma das pernas, ela mostra que a muleta não é obstáculo para a realização pessoal e profissional. “Eu tenho o apoio da minha família, que é tudo o que eu preciso. Agora, quero também me dedicar aos estudos, para ir mais longe na vida”, contou ela.

De fato, o mercado de trabalho se abriu nas duas últimas décadas para a inserção de pessoas com deficiência. Isso graças a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, que determina que as empresas destinem de 2% a 5% dos postos de trabalho para pessoas com deficiência. A variação do percentual depende do número de funcionários da empresa, de acordo com o artigo 93 do código.

##RECOMENDA##

Mas, apesar da ampliação de oportunidades de trabalho, nem sempre a regulamentação é seguida à risca. De um lado, os empregadores dizem que não encontram pessoal qualificado para ocupar as vagas. De outro, os trabalhadores reclamam dos baixos salários e de que as vagas são apenas para “cumprir a cota”.

Para o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), Moisés Bauer, a dificuldade encontra-se em três setores: empresas, grupo de trabalhadores e poder público. “A falta de qualificação muitas vezes é usada como desculpa pelos empregadores, que desconhecem a capacidade dos deficientes. Por outro lado, há pessoas que recebem o benefício do INSS e por isso se acomodam, não querem trabalhar e ficam apenas reclamando”, destacou ele. “Do governo falta incentivo para realizar programas que realmente atendam à realidade. É preciso pensar uma alternativa assistencial que possa ser somada ao salário do deficiente que trabalha”, considerou.

Em vários casos de descumprimento da norma, o Ministério Público do Trabalho entra em ação. “Abrimos um processo de investigação e intimamos a empresa a comparecer à audiência com a documentação necessária. Geralmente, assinamos um termo de ajustamento de conduta e damos um prazo para a regularização. Se percebemos que não há interesse, entramos com uma ação civil pública”, explicou a procuradora Melícia Nesel, responsável pela Coordenadoria de Combate à Desigualdade e Discriminação no Trabalho. Segundo ela, o descumprimento ocorre tanto no comércio e indústria, quanto nas empresas de serviços.

“O maior entrave é a falta de responsabilidade social e o preconceito de que os deficientes são capazes apenas de exercerem cargos de baixo escalão. Nas audiências, percebi que as empresas até chegam a separar as vagas, mas não têm iniciativa de ir em busca desses profissionais”, contou.

João Maurício Rocha, da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead/PE), acredita que o mercado precisa estar atento às mudanças e perceber que, aos poucos, as pessoas com deficiência também estão buscando qualificação. “Os deficientes, por muito tempo, forem excluídos de vários processos, mas há sim pessoas capacitadas. Todos os argumentos das empresas transferem a culpa para a pessoa com deficiência, mas o que existe é um preconceito mascarado por ações pontuais”, critica. Para ele, o perfil profissional precisa ser avaliado, antes de determinar em que setores das empresas serão abertas as vagas.

A diretora da empresa JBV Soluções em Recursos Humanos, Vanci Magalhães, explicou que nem sempre a qualificação é o maior empecilho para a contratação. “Realizamos seleções para muitas empresas e algumas vezes não conseguimos preencher as vagas porque muitas pessoas com deficiência dizem que preferem não trabalhar. É uma questão de disposição também”, destacou. Segundo ela, há empresas que são acionadas pelo MPT e chegam a aceitar qualquer profissional, quando não consegue preencher as vagas para determinadas funções. Já outras, deixam a seleção em aberto e não contratam efetivamente.

No dia a dia, os empresários também devem oferecer boas condições de trabalho. “Algumas empresas juntam todos os portadores de necessidades especiais e os colocam numa sala só, sem contato com os demais funcionários. Isso não pode existir e configura em assédio moral. Não basta inserir, é preciso incluir”, salienta a procuradora Melícia Nesel. Para isso, é preciso instalar rampas e banheiros adaptados, bem como modificar os móveis quando for necessário, por exemplo. A deficiência, em alguns casos, também precisa ser levada em consideração para evitar o esforço exagerado.

Capacitação – Através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o governo federal espera qualificar, pelo menos, 150 mil pessoas com deficiência até 2014. Mais informações sobre os cursos e as inscrições estão no site do Pronatec.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

"Nunca admiti ser sustentado pela minha família. É uma questão de hombridade e responsabilidade. Sou deficiente, mas não sou doente. Faço questão de arcar com as minhas despesas". O massoterapeuta Ricardo Siqueira, 38 anos, costuma dizer que não tem medo das dificuldades, porque elas fazem parte da vida e a superação o satisfaz. Quase 30 anos depois de perder a visão, devido a uma síndrome que atinge apenas os homens da família, ele encara mais um novo desafio: o curso de fisioterapia. A graduação significa uma melhoria nas condições de vida e a realização profissional.

“Não posso dizer que não tenho nenhuma dificuldade, mas nada que não possa ser superado. Tudo sempre será difícil, na vida pessoal e profissional, mas eu não vou desistir. Eu vou seguir em frente”, frisou ele, que não se aflige mais pelos obstáculos da vida. “Eu penso da seguinte forma: se uma pessoa que não tem deficiência enfrenta muitas dificuldades, por que eu não teria dificuldade alguma? Na faculdade, por exemplo, alguns alunos reprovam as disciplinas. Por que isso não pode acontecer comigo? Só porque eu sou cego, tudo tem que ser mais fácil?”, argumentou.

##RECOMENDA##

Quem vê essa determinação pode não imaginar os problemas que ele enfrentou ainda quando criança, quando começou a ter dificuldades para enxergar. “Foi um período difícil, porque eu preferia ficar em casa. Tinha medo de sair, de ser assaltado ou atropelado. Sentia um pouco de vergonha também. Ficar em casa te leva à depressão. Cheguei ao fundo de poço. Só no final da adolescência é que eu me levantei e dei a volta por cima. Eu me abri para o mundo novamente”, contou.

Atualmente, ele trabalha como auxiliar administrativo na clínica de fisioterapia da Faculdade Maurício de Nassau e atua em ações específicas para melhorar a qualidade do ambiente de trabalho na empresa através do serviço de massoterapia. Mas os planos são mais ambiciosos. “Eu quero me formar e abrir uma clínica. Quero contratar outros cegos também, para dar oportunidade para outros deficientes crescerem”, explicou. Hoje ele acredita que pode contribuir para que outras pessoas com deficiência possam crescer na vida profissional. “Se eu consigo, qualquer outro pode chegar lá também, se tiver determinação. Motivar pessoas é a minha parcela de contribuição para a sociedade. Muita gente só precisa de uma palavra de incentivo”, defendeu.

“Não dá pra ficar reclamando da vida, de como a cidade não é acessível. Se eu me graduar, me esforçar, quem sabe um dia eu não posso fazer parte do grupo que muda tudo isso? O que eu não posso é ficar parado, porque aí nada vai mudar mesmo”, salientou.

Para o administrador Sindalvo Ginnari, 26, o ensino superior também significa muito mais que superação, mas também independência. “Provei para mim mesmo que o deficiente pode fazer qualquer coisa”, frisou ele, que é surdo. Durante o curso de administração, a Faculdade Pernambucana (Fape) contratou um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para traduzir as aulas durante os oito períodos. “Não paguei nada a mais para ter o intérprete. Essa era uma responsabilidade da faculdade”, informou ele. De acordo com o Conselho Nacional de Educação, a conduta das instituições de ensino, tanto da educação básica como do ensino superior, deve ser exatamente como essa: dar toda a assistência ao estudante com deficiência e não cobrar nada além da mensalidade. De acordo com o Ministério da Educação, os alunos com deficiência que tiverem sendo cobrados abusivamente podem acionar a Justiça.

No dia a dia da faculdade, os demais estudantes foram se habituando ao colega deficiente auditivo e integrando-o nos grupos de trabalho. “Não houve exclusão. Fiz amizades normalmente. No início, claro, eu tive dificuldades, mas depois eu me acostumei com o ritmo da faculdade”, explicou. Logo depois de formado, ele foi contratado na empresa onde fez estágio. “Lá, eu ensinei Libras para os colegas de trabalho e hoje conseguimos nos comunicar bem”. O próximo passo já está planejado: fazer a pós-graduação na área de gestão de pessoas. Para ele, o apoio da família é fundamental. “Eles sempre me estimularam e acreditaram em mim. Antes eu tinha um pensamento negativo sobre o meu futuro, mas minha família me ajudou a ter uma expecativa melhor. Hoje, eu também estimulo outros amigos surdos a crescerem profissionalmente e terem coragem para assumir responsabilidades”, explicou.

Para o professor Wilson Barreto, diretor da Faculdade Esuda, as pessoas com deficiência precisam encaram o mundo e se aceitar. Vítima de poliomielite (paralisia infantil) quando tinha um ano e seis meses, ele perdeu os movimentos dos membros inferiores e hoje usa uma cadeira de rodas. “A verdade é que nós temos que aceitar o que não pode ser mudado, e mudar aquilo que é possível”, destacou. Na área profissional, mudanças sempre fizerem parte da vida dele. Ainda na faculdade de engenharia, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele lutou para conseguir que a turma dele assistisse às aulas no andar térreo.

Quando decidiu construir o prédio da faculdade Esuda, o desafio foi projetar desde o início uma estrutura acessível, objetivo que o norteou para a instalação de elevadores, banheiros adaptáveis e placas táteis em Braille e compra de mobiliário especial. “Ser cadeirante me ajudou a projetar os ambientes de uma forma mais adequada, porque eu sei do que precisamos. Por isso, os nossos jogos de banheiro são diferentes dos outros, porque eu sei, por exemplo, que é mais fácil ter um alça na parte superior, para suspender e ajudar a sair da cadeira”, comentou. Na vida profissional, uma concepção sempre esteve clara para ele: “Nós temos que correr atrás das oportunidades que o mundo nos oferece e repensar a nossa posição na sociedade. Somos chamados a nos integrar e falta de acessibilidade não pode ser desculpa para não atendermos a esse chamado”.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

O Ministério da Educação, através do plano Viver Sem Limite, tem realizado uma série de ações visando o fortalecimento da educação inclusiva – que prevê uma escola preparada para receber todos os alunos, com ou sem deficiência. "O MEC atende as demandas que chegam das secretarias estaduais, a fim de garantir que as pessoas com deficiência tenham as mesmas oportunidades das pessoas sem deficiência", explicou a diretora de Políticas de Educação Especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Martinha Clarete Dutra.

Segundo ela, desde o início do plano, em novembro de 2011, 17.500 salas de recursos multifuncionais foram instaladas em todo o País. O governo federal também atualizou outras 30 mil salas, sendo 4.676 salas no Nordeste.

##RECOMENDA##

Através dessa ação, as escolas recebem uma série de equipamentos que facilitam a integração dos estudantes com deficiência. “Parte do kit é comum a todas as escolas, contendo teclado estendido, mouse com diversos acionadores que colam no corpo para aproveitar o movimento que os alunos com deficiência física têm, jogos em Libras, computadores e notebooks com sintetizadores de voz, entre outras ferramentas”, explicou ela. A diferença entre os kits atendem o perfil dos alunos de cada instituição. “Se os alunos são cegos, a escola recebe impressoras em Braille, por exemplo. A ideia é que a escola pública atenda todos os alunos da comunidade, através inclusive do material didático assistivo adequado para aquele aluno”. Até 2014, a meta é termais de 41 mil escolas com as salas de recursos multifuncionais em todo o Brasil.

Os professores também são capacitados para saber usar esses recursos. Através da Rede Nacional de Formação Continuada (Renafor), o MEC, em parceria com instituições federais de ensino superior oferece especializações, cursos de aperfeiçoamento e extensão para professores que já atuam na área. "A capacitação é tanto sobre o uso das salas de recursos multifuncionais, como para o atendimento educacional e aperfeiçoamento da Lubras e Braille", explicou.

Outra ação é o Transporte Escolar Acessível, com a compra de ônibus adaptados. Ao todo, serão adquiridos 2.609 veículos através do PAC Equipamentos, para beneficiar 60 mil estudantes com deficiência. Em 2012, 454 municípios do Nordeste foram atendidos com 574 ônibus. Até 2014, a expectativa é atender 812 cidades na região, com 1.214 ônibus. De acordo com o MEC, a prioridade foi para os municípios com maior número de pessoas em idade escolar obrigatória que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e que estão fora da escola. Os veículos adquiridos irão transportar os estudantes tanto para as aulas quanto para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), rural ou urbano.

A estrutura física das escolas também recebe atenção especial, através do programa Escola Acessível, que neste ano contemplou 3.640 escolas no Nordeste. "Os gestores educacionais fazem uma avaliação sobre o espaço físico da instituição e registram as necessidades. As secretarias de educação podem validar ou não", explicou Marinha Clarete. Se o relatório da escola for aceito, o MEC disponibiliza recursos financeiros através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), para a melhoria de acessibilidade nos prédios escolares e compra de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva.

Por meio dessa ação, as escolas podem adequar e construir rampas, sanitários acessíveis e vias de acesso; alargar portas, instalar corrimãos e equipamentos de sinalização visual, tátil e sonora; adquirir cadeiras de rodas e outros recursos.

Confira algumas indicações do Manual de Acessibilidade do MEC:

- Instalação de faixa de segurança e semáforo sonoro na frente da escola e rebaixamento da calçada para acesso à faixa;

- Sinalização de obstáculos com piso tátil  localizados fora da faixa livre para circulação;

- Pavimentação bem feita, e localizados fora da faixa livre para circulação;

- Instalação de rampas e/ou elevador;

- Vagas para pessoas com deficiência com pavimentação regular e sinalizadas com pintura no piso e placa de identificação;

- Piso táteis para identificação do sentido de circulação;

- Placas em Braille ao lado das portas e na altura das mãos, identificando os ambientes;

- Compra de mobiliário para uso de pessoas com deficiência, especialmente os cadeirantes.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Com o crescimento do número de pessoas com deficiência nas chamadas turmas regulares, a rede pública – assim como as instituições privadas – precisaram repensar o sistema de ensino a fim de atender a essa nova demanda. Apesar do reforço das ações, as falhas no processo educacional ainda são evidentes e expõem a necessidade de capacitação de educadores e um trabalho social mais específico nas escolas para evitar o preconceito contra os deficientes.

Na Escola Estadual Jerônimo de Albuquerque, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, os alunos surdos não têm a assistência necessária dos tradutores de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Os estudantes do 6º e 8º ano dependem de um único profissional, que reveza a presença entre as duas turmas. “Enquanto eu estou em uma turma, os alunos da outra turma precisam esperar. Isso prejudica o aprendizado e não permite que eles consigam acompanhar o ritmo da classe”, lamentou o professor de matemática Marcelo Pereira, que atua há sete anos como intérprete para suprir a carência de profissionais no mercado.

##RECOMENDA##

No final do dia, além de não conseguir dar conta de todas as aulas para as duas turmas, ele se sente ainda mais cansado. “Algumas vezes, eu fico depois da aula e explico as matérias para eles. Mas nem sempre dá para atender a necessidade”, destacou ele, que apesar do acúmulo de tarefas, ainda realiza um trabalho voluntário como regente do coral de surdos da instituição. Segundo o educador, a Secretaria de Educação já foi avisada, mas não deu retorno sobre a possibilidade de contratação.

No fundamental I, a professora Jedida Braga ensina aos alunos surdos de 1º e 2º anos. “Eles são muito habilidosos em matemática, mas têm muitas dificuldades em língua portuguesa”, contou. A docente reclama da falta de capacitação promovida pelo Governo do Estado. “Seria importantíssimo fazer uma atualização, para aprender novos sinais, mais práticas pedagógicas. Também seria muito bom se cada professor tivesse o dicionário de Libras, porque assim poderia fazer as consultas no momento em que estivesse preparando a aula”, destacou ela.

A gerente de Educação Especial da Secretaria de Educação, Albanize Gomes, reconhece que as capacitações para os professores e instrutores (Libras e Braille) não têm sido realizadas. "Temos dificuldade de tirá-los de sala de aula para participar das oficinas. Geralmente, não temos como substituí-los e precisamos cumprir todos os 200 dias letivos", explicou. Segundo ela, o trabalho tem sido realizado através de agentes multiplicadores, que participam dos cursos de atualização para repassar as informações para os demais profissionais da escola.

Sobre a carência de tradutores, ele explica que a Secretaria de Educação não foi notificada sobre a falta de intérpretes no Jerônimo de Albuquerque. "Já fizemos o levantamento para 2013 e não nos foi repassada nenhum demanda dessa escola", informou. Segundo ela, o que também pode ter acontecido é o não preenchimento de todas as vagas na seleção de intérpretes para atuarem nas instituições de ensino. “Às vezes, isso acontece. Abrimos as vagas e não temos inscritos o suficiente. O que fazemos, nesses casos, e um acordo com o intérprete inscrito em uma GRE [Gerência Regional de Educação] para trabalhar em outra GRE, mas nem sempre eles querem”, salientou.

No entanto, ela afirmou que a Secretaria tem feito o possível para atender às demandas. “É um direito do aluno ser atendido com responsabilidade, por isso temos nos emprenhado para isso”, finalizou.

ALUNOS E PROFESSORES

Apesar de estar inserida numa turma regular, a estudante Ivanilda Leite, de 56 anos, explicou que preferiria estar numa turma apenas de surdos. “Eu não gosto. Os demais alunos ficam me abusando, rindo de mim. O melhor seria ter só surdos”, salientou. Miguel dos Santos (foto), do 7º ano do fundamental. Também concordou. “O aprendizado é mais difícil. A integração não é tão boa”, considerou.

A política adotada atualmente pelo Ministério da Educação entende que a escola deve estar preparada para atender a todos os estudantes, inclusive os alunos que possuam algum tipo de deficiência.

É o que ocorre no Colégio Sagrado Coração de Maria, de Brasília (DF), com os gêmeos Marcelo e Henrique, de dois anos e cinco meses. Eles têm Síndrome de Down e convivem diariamente com outras crianças que não apresentam deficiência. “No início, levei um susto, porque pensei que não daríamos conta, ainda mais por serem logo dois. Mas eles me surpreenderam. Eles realizam as mesmas atividades que as outras crianças. Não há separação”, explicou a professora Danielle Alves Silva. Segundo ela, a parceria com a família tem feito toda a diferença. “Eles são o que são graças à família. O apoio deles tem sido fundamental”, avaliou.

Para a mãe das crianças, Maria Cecília Miranda, encontrar uma escola que recebesse os filhos também foi importante. “No início, houve uma resistência. Entendi que era por desconhecimento. Mas depois, tudo fluiu e tenho percebido que o trabalho de estimulação realizado na escola, inclusive com aulas de música, tem dado resultado”, destacou ela. No caso dos gêmeos, a companhia das crianças que frequentavam a mesma creche e agora estudam na mesma escola contribuiu para a adaptação. “As crianças já se conhecem e isso é bom. Eu até consegui vagas na escola pública, mas optei por permanecerem na escola particular, também por causa da estrutura”, explicou.

Marcelo e Henrique, além de frequentarem a escola de segunda a sexta, têm outras atividades no contraturno das aulas, com fisioterapia, fonoaudiologia, estimulação e natação. “O melhor seria se o governo oferecesse isso tudo numa única instituição, porque facilitaria a vida dos pais. Acompanhá-los exige muito de mim, porque eu também trabalho, mas é importante fazer esse acompanhamento”, frisou Maria Cecília.

Para a coordenadora da educação infantil, Mônica Costa, o que é novo sempre gera um receio, mas cabe à escola atender às necessidades dos alunos. “Em termos teóricos, temos uma boa bagagem sobre o assunto. Só é preciso levar para a prática e conversar com os professores. A transparência com os pais é fundamental para ter uma boa relação”, considerou ela.

MATERIAL

No site do MEC, é possível fazer o download de uma séria de documentos sobre educação especial. Para visualizar a lista de materiais, clique AQUI.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

[@#galeria#@]

“A gente parece estrangeiro morando no Brasil. É como se pertencemos a duas culturas fechadas”, comparou o professor Marcelo Manoel da Silva, 36 anos, que perdeu a audição aos oito anos de idade, depois de contrair caxumba (doença que, se não for bem tratada, pode causar surdez, esterilidade e provocar abortos espontâneos). Marcelo tem surdez total no ouvido esquerdo e tem 85% da audição comprometida no ouvido direito.

##RECOMENDA##

Filho mais velho de nove irmãos, ele é o único com deficiência auditiva e se orgulha em frisar que é o único a ter o ensino superior. Formado em pedagogia, Marcelo é oralizado, graças à persistência de uma professora primária que dedicava algumas horas a lhe ajudar a compreender as palavras através da leitura labial.

“Nunca pensei em ensinar, pensava em ser policial. Mas a vida foi me levando para esse caminho e hoje sou feliz ensinando as crianças surdas”, conta Marcelo na sala de alfabetização da Escola Governador Barbosa Lima, localizada no bairro do Derby, área central do Recife. Ao ser questionado sobre quais as habilitações que um professor deve ter para educar pessoas com deficiência, o pedagogo é rápido na resposta: “ser conhecedor da cultura surda, ou qualquer que seja a deficiência que os alunos tenham”. Ele também relata que a “maioria” dos professores fica com medo de interagir com os surdos.

Entre os alunos da Escola Governador Barbosa Lima 20% tem deficiência auditiva, motora e visual, percentual que corresponde a quase 400 estudantes matriculados, segundo diz a gestora-adjunta, Fábia Fragoso. De acordo com ela, a unidade escolar recebe pessoas com todos os tipos de deficiência, mas os alunos com surdez são os que mais procuram a instituição. “Nunca deixamos de atender a qualquer aluno. Mas as pessoas com surdez representam a maioria dos matriculados, quase 90%, porque eles sabem que aqui já há muitos alunos surdos e sentem-se mais à vontade”, explicou Fábia.

A gestora-adjunta ainda esclareceu que a educação especial da escola atende alunos de diferentes faixas etárias em uma mesma turma. O critério é adotado para o ensino fundamental I. A partir do sexto ano, o aluno com deficiência passa a estudar com os estudantes do chamado ensino regular. O formato adotado pela unidade de ensino é aprovado e defendido por todos os professores do ensino fundamental I para deficientes da instituição.

“Nesses primeiros anos na escola, os alunos com deficiência se desenvolvem mais em turmas separadas do ensino regular. É importante para eles terem essa educação mais direcionada. Quando eles vão para o sexto ano, aí sim eles conseguem se adaptar bem no ensino regular. Até porque aqui na escola eles já estão acostumados a conviver com os demais alunos”, avaliou a professora baiana Miriam de Santana Lima, que trabalha com educação especial há 12 anos.

Ela conta que fez especialização na área após começar a ensinar para pessoas com deficiência e diz que, inicialmente, foi um desafio trabalhar com esse público. “Eu dava aula no ensino regular, mas quando cheguei ao Recife e fiz o concurso público, me colocaram em turma de pessoas com deficiência mental e a partir daí fui fazer uma pós-graduação na área”. Para ela, a inclusão só dará certo quando os professores estiverem capacitados para ensinar as pessoas com deficiência. “Inclusão não pode feita ser de qualquer jeito, só para dizer que está integrando os alunos com deficiência aos demais”, criticou a professora.

Já os alunos do ensino médio aprovam a inclusão. Segundo contam, é importante conviver com os alunos que não têm nenhum tipo de deficiência. “Tem seus desafios, mas eu gosto da inclusão. Mostra que estamos em pares. Nesse momento há interação, troca de experiência, pois ninguém é melhor do que ninguém. Todos nós temos o que aprender e o que ensinar”, frisou Taine Ângela, 18 anos, aluna no 2° ano do ensino médio, que tem surdez.

O aluno do 1° ano do ensino médio, Eduardo Carlos, 19, que também é surdo, acredita na eficiência da inclusão e diz que não sente nem um tipo de descriminação por parte dos colegas. Porém, ele adverte que algumas vezes, para os surdos o problema é que o assunto abordado pelo professor em sala de aula é transmitido pelo instrutor de libras, o que dificulta o entendimento da matéria. “Sinto um pouco de dificuldade, pois, em matemática muitas vezes fica confuso para organizar as minhas ideias, já que o instrutor de libras não é professor da matéria”, ponderou. Para Eduardo, o ideal seria que o professor dominasse a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Na Escola Estadual Jerônimo de Albuquerque, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, a separação dos alunos acontece também no fundamental I e a integração é feita a partir do sexto ano. Além disso, a escola ainda adota a divisão física das salas de aula destinadas ao ensino especial das do ensino regular. Um portão e uma parede de cobogós separam os alunos com deficiência mental dos estudantes surdos e do ensino regular. Apesar disso, a professora Josefina de Novaes Rodrigues diz que eles interagem com os outros alunos.

Receptivos, carismáticos, verdadeiros e solidários é como os descreve a professora formada em pedagogia e especialista em educação especial, formação que obteve após começar dar aula a estudantes com deficiência mental e portadores de Síndrome de Down. “Para qualquer lugar que eles forem, eles chamam atenção pelo carisma. Hoje prefiro dar aula para eles aos alunos do ensino regular”, afirmou a professora.

A receptividade e afetuosidade dos estudantes também foram percebidas pela reportagem do LeiaJá, ao entrar na sala de Educação para Jovens e Adultos (EJA). “Eu gosto de tocar samba”, disse Delano José, 21, portador de síndrome de Down, emendando com a letra do seu pagode preferido: “O jeito é, dar uma fugidinha com você. O jeito é dar uma fugida com você” (música do grupo Exaltasamba). Além de mostrar que tem suingue, Delano contou que gosta de ler e adora estar na escola, pois nela encontra seus amigos.

Já Ezequiel Lins, 17, que tem deficiência metal devido a uma meningite, revela que a única matéria “chata” é matemática. O adolescente mostra que gosta de ler fazendo a leitura do texto sobre o Natal produzido pelos alunos e escrito pela professora no quadro de giz. A risonha Rafaela Maria da Silva, 36, também fez questão de mostrar seu caderno com as lições de matemática e português. “Veja minha letra como é bonita”, disse aos risos a estudante que tem deficiência mental, adquirida depois de contrair meningite na infância.

Na avaliação da professora Josefina, o tempo de aprendizagem dos alunos com deficiência é mais lento se comparado aos estudantes que não são deficientes. Contudo, ela ressalta que sente seu trabalho mais valorizado pelos alunos com deficiência e que o resultado é entusiasmante. “Eles (os alunos com deficiência) são mais atenciosos e participativos do que os alunos que não são deficientes. É muito bom quando percebemos progressos”, declarou a professora.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Sinal toca, aula começa. A professora começa a explicar o assunto. Na dúvida, um dos estudantes pede a palavra e fala alto e bom som. A dúvida permanece e outro aluno pede, por meio de linguagem de sinais, mais esclarecimentos. Um intérprete intermedeia o diálogo. A docente experiente e capacitada faz os comentários e, em seguida, aplica os exercícios de fixação. A correção é feita no quadro e os próprios alunos podem responder cada exercício. Um dos discentes maneja a cadeira de rodas e vai até o quadro mostrar que o assunto foi compreendido. O sinal toca e outra aula vai começar.

A educação inclusiva é uma realidade. A presença de pessoas com deficiência nas escolas é cada vez mais visível e começa a mudar o panorama que antes fortalecia a segregação e a baixa expectativa de vida. Com uma perspectiva inclusiva, a escola, enfim, começa a fornecer uma educação de qualidade, que promove o pleno desenvolvimento pessoal, exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, como estabelece o artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O modelo adotado ainda não é unanimidade entre os profissionais da educação, que reconhecem que os desafios ainda são muitos, mas já congrega uma série de questionamentos feitos ao longo de anos de divisão e exclusão.

##RECOMENDA##

Os números comprovam o crescimento nos últimos dez anos. De acordo com o Ministério da Educação, em 2003, apenas 4.000 pessoas com deficiência eram atendidas na educação especial. Atualmente, o número de estudantes passa dos 23.600. Apesar do avanço, o quantitativo ainda é pequeno quando comparado com a quantidade de brasileiros que declararam ter algum tipo de deficiência no Censo 2010: 45 milhões de pessoas.

A educação inclusiva adotada atualmente defende o fim da educação especial, que previa turmas exclusivas para as pessoas com deficiência. Para a diretora de Políticas de Educação Especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Martinha Clarete Dutra, a postura de separação é ultrapassada, porque não permite que o estereótipo de incapacidade seja derrubado. “A diversidade é importante até pela formação do caráter e cidadania. Cada pessoa tem um ritmo próprio de aprendizado e isso independe de ter deficiência ou não. Segregar não é uma boa opção. Até porque quando eles forem para o mercado de trabalho, a diversidade estará presente”, frisou. Ela também destaca que a escola inclusiva atua como ponto de formação da comunidade. “As escolas bilíngues, por exemplo, ensinam Libras para as pessoas da comunidade e permitem a comunicação de surdos e ouvintes” destacou.

A proposta do MEC é que, aos poucos, a educação especial – com salas específicas para pessoas com deficiência – deixe de existir e os alunos estejam totalmente inseridos nas escolas regulares. Já a coordenadora-geral de Saúde e Bem-Estar da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF), Cecília Muraro Alecrim, acredita que essa é uma política radical, especialmente para os estudantes com deficiência intelectual. "Eles não podem estar simplesmente incluídos nas salas regulares, porque eles precisam de um suporte maior e têm um ritmo diferente. O currículo não está adaptado para os deficientes intelectuais, por exemplo", avaliou. "A educação não pode ser exatamente igual, mas é preciso haver um atendimento para atender a cada caso", explicou.

Para o coordenador de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Antônio Gomes Leitão, a educação pública está em bom caminho, mas é preciso reconhecer as falhas estruturais nas próprias cidades para promover as mudanças. Segundo ele, a sociedade também precisa mudar paradigmas, enxergar o potencial das pessoas com deficiência e considerar que cada pessoa também é responsável pelo próprio futuro. “Há muitas cobranças sobre até onde a pessoa com deficiência pode chegar. Temos que entender que isso depende de cada um, da determinação e do esforço próprio. A participação social é uma oportunidade de crescimento pessoal e iguala as oportunidades. A educação de qualidade é uma obrigação do poder público, mas o que isso irá produzir depende do que as pessoas vão fazer com o conhecimento adquirido”, ponderou.

A professora Amaralina Miranda de Souza, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, também concorda que a educação não poderá, necessariamente, determinar até onde o estudante vai chegar. "Essa é uma questão pessoal. Não devemos encarar a questão numa perspectiva de competição entre pessoas com ou sem deficiência. O que a escola precisa fazer é dar possibilidade para que o aluno desenvolva o seu potencial", disse.

Segundo ela, o sistema adotado atualmente aponta que a escola deve estar preparada para atender a todos os alunos e dar respostas à demanda. "Essa é a grande conquista do princípio de inclusão: de que todos têm o direito de aprender juntos", salientou. Mas os extremos não devem ser considerados. "Apesar de haver a escola inclusiva, nós não podemos esquecer dos alunos que passaram anos na educação especial. Haver escola inclusiva não significa dizer que vamos esquecer a história da educação especial, nem o legado das instiuições especializada. A educação tem que atender às duas demandas", explicou.

O que integra todos os educadores é que a tendência, nos próximos anos, é ter uma escola cada vez mais preparada não só para promover o desenvolvimento intelectual, mas também a inserção social e a mudança cultura em relação às pessoas com deficiência.

"Estamos num momento de transição, em que o sistema está sendo reorganizado. A consequência disso será a mudança de mentalidade sobre a capacidade das pessoas com deficiência", destacou Amaralina Miranda.

Confira todas as matérias do especial Sem Limites.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando