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A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta terça-feira (5), que não pretende realizar uma reforma ministerial até que o processo do impeachment seja votado na Câmara dos Deputados. De acordo com a petista, os rumores de mudanças nos comandos das pastas da gestão federal “são absolutamente especulações”.

“Nós não iremos mexer em nada atualmente. O governo não está avaliando nenhuma mudança hoje”, afirmou. A modificação no quadro de ministros se dará, principalmente, por conta do desembarque do PMDB do governo. O partido tinha o comando de sete ministérios, ainda permanece com seis. 

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Indagada se considerava a saída do PMDB precipitada, Dilma pontuou que não avalia “ação de partido nenhum”, sequer a de sua legenda, o PT. “Eu não faço avaliações sobre ações partidárias, porque isso não é algo adequado para uma presidenta da República fazer”, observou.

A análise do processo de impeachment pelo plenário da Câmara dos Deputados deve acontecer entre os dias 15 e 20 de abril. 

A Nova Zelândia decidiu em uma votação conservar sua bandeira atual, com 57% dos votos a favor da manutenção e 43% contra, após eleitores de todo o país se pronunciarem. Mais de 2 milhões de pessoas votaram e decidiram manter a bandeira nacional do Reino Unido como parte da bandeira, segundo o anúncio oficial feito nesta quinta-feira.

A bandeira é o símbolo nacional desde 1902. Ela competia, na votação, com um desenho selecionado entre mais de 10 mil propostas do público.

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Os partidários da mudança argumentavam que a bandeira atual é uma relíquia do passado colonial do país e que é muito similar à australiana. Os defensores da manutenção do status quo apontaram que o desenho novo não era inspirador o bastante ou ainda que a mudança seria apenas uma tentativa do primeiro-ministro neozelandês, John Key, de deixar um legado em seu mandato. O custo da mudança das bandeiras havia sido estimado em 26 milhões de dólares neozelandeses (US$ 17 milhões), o que também afastou alguns da ideia. Fonte: Associated Press.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira, 16, manter o rito do impeachment definido no julgamento de dezembro do ano passado. Nove dos 11 ministros optaram por acompanhar o ministro relator, Luís Roberto Barroso, e rejeitar o recurso apresentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cunha questionava a proibição de os deputados poderem se candidatar em chapa avulsa para integrar a comissão especial que deverá analisar o pedido contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara. No julgamento do ano passado, o STF anulou o colegiado que havia sido formado e decidiu que apenas parlamentares indicados pelos líderes dos blocos partidários poderiam compor o colegiado.

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O presidente da Câmara também defendia mudar a decisão o rito definido no julgamento de dezembro para garantir que a eleição dos integrantes da comissão fosse feita por voto secreto. Além disso, Cunha pedia revisão do Supremo ao poder dado ao Senado, que pode negar a abertura do processo de impeachment mesmo que a Câmara já tenha autorizado.

"Todos os pontos apresentados pela embargante (Mesa Diretora da Câmara) foram julgados pelo tribunal de forma clara, coerente e fundamentada", defendeu Barroso. Ele desqualificou os questionamentos apresentados por Cunha e comparou a admissão das candidaturas avulsas com a hipótese de o representante do Corinthians junto à CBF ser escolhido por outros times. Para ele, não faz sentido que o representante de um partido seja escolhido pelo plenário e não pelo líder da sigla.

Sobre a eleição dos membros da comissão por voto secreto, o ministro afirmou que o acórdão do julgamento de dezembro segue o rito adotado pela Câmara no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. "Simbólica que tenha sido, a votação foi aberta", assegurou.

Divergência

Os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes discordaram, no entanto, da tese adotada pela maioria. Para Toffoli, o rito do impeachment tal como foi definido nega o reconhecimento da vontade popular, pois diminui os poderes dos deputados no processo. "Estamos transformando uma eleição de 513 deputados numa indicação de 10 ou 12 líderes partidários", afirmou.

Sobre o papel do Senado no processo, Toffoli defendeu que a Câmara pode autorizar o processo do impeachment; já ao Senado, caberia processar e julgar, "e não analisar a instauração do processo".

Em seu voto, Mendes fez uma série de críticas ao governo ao afirmar que a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil é "uma bizarrice que nos enche de vergonha" e uma "desfaçatez". Ele disse também que Dilma escolheu um "tutor" para assumir seu lugar na Presidência e que a nomeação teve a intenção de livrar Lula da investigação que ocorre em Curitiba, sob condução do juiz Sérgio Moro

Após as críticas de Mendes ao governo, Barroso alfinetou o colega ao dizer que não era comentarista político. O ministro também defendeu o seu voto, disse que aceitava opiniões diferentes, e que não iria rebater os argumentos apresentados pela dupla porque tinha "postura e linguagem" de um juiz da Suprema Corte.

Barroso foi acompanhado pelos ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Teori Zavascki, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Luiz Edson Fachin e Ricardo Lewandowski, que preside a Corte. Fachin era o relator original do processo e ficou vencido em dezembro em um voto que concordava com os termos apresentados por Cunha no recurso. Nesta quarta, o ministro manteve o voto anterior, mas reconheceu a derrota e concordou com Barroso votando para que o acórdão original fosse preservado.

O julgamento foi acompanhado por deputados da oposição. A maioria deles deixou o plenário logo após a maioria da Corte votar pela rejeição do recurso. Logo no início da sessão, manifestantes pró-impeachment haviam promovido uma queima de fogos em frente ao Tribunal.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (16) manter decisão da Corte que, em dezembro do ano passado, definiu as regras de tramitação do rito do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff que tramita na Câmara dos Deputados.

Com a decisão, fica mantida decisão que invalidou a eleição da chapa avulsa, por meio de voto secreto, integrada por deputados de oposição ao governo, para formação da comissão especial da Câmara dos Deputados que conduzirá o processo.

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Os ministros Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia acompanharam o relator, Luís Roberto Barroso. Para Barroso, não há obscuridade ou omissão que justifique novo julgamento sobre a decisão que definiu o rito. Dias Toffoli divergiu por entender que a votação para formação da comissão deve ser secreta por tratar-se de eleição.

O Pleno do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) elegeu os advogados José Antônio Fonseca Mello, Carlos Gil Rodrigues e Sílvio Neves Baptista Filho para compor a lista tríplice dos candidatos a preencher o cargo de desembargador estadual na vaga reservada ao Quinto Constitucional. A lista de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Pernambuco (OAB/PE), foi escolhida em sessão extraordinária, nessa segunda-feira (14).

Participaram da votação 50 desembargadores. A apuração foi realizada pelos desembargadores Jones Figueirêdo Alves e Francisco Bandeira de Melo. O presidente do TJPE, desembargador Leopoldo Raposo, comunicou o resultado. José Antônio recebeu 37 votos, Carlos Gil 28 votos e Sílvio Neves 24 votos. Os advogados Simone Duque de Miranda e Sílvio Neves Baptista Filho tiveram 22 votos e Henrique Mariano obteve oito votos. A sessão contou ainda com nove votos em branco.

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A lista tríplice foi levada pelo presidente do TJPE no inicio desta noite para o governador Paulo Câmara (PSB) que indicará o escolhido para ocupar a vaga deixada pelo desembargador Gustavo Lima que se aposentou no dia 9 de julho de 2015.

O projeto da Lei Geral das Estatais, também chamada de Lei de Responsabilidade das Estatais, é o primeiro item da pauta de votações do Plenário do Senado para a próxima semana. O PLS 555/2015, que integra a Agenda Brasil, estabelece normas de governança corporativa e regras para compras e licitações que atendam às especificidades de empresas públicas e sociedades de economia mista.

As normas da futura lei serão aplicadas a toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. O projeto inclui as estatais que exploram atividade econômica em sentido estrito, como o Banco do Brasil; as que prestam serviços públicos, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); e as que exploram atividade econômica sujeita ao regime de monopólio da União, como a Casa da Moeda.

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PECs com calendário especial

A pauta também inclui três propostas de emenda à Constituição que ganharam calendário especial de votação. Prevista para ser apreciada na ordem do dia de terça-feira (15), a PEC 110/2015 restringe a quantidade de cargos em comissão. De autoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a proposta tem objetivo de reduzir a máquina pública e torná-la mais eficiente e qualificada tecnicamente, estabelecendo o critério da meritocracia e a realização de concurso público para preenchimento de parte dos cargos comissionados — 50% dos quais terão que ser ocupados por servidores do quadro efetivo da instituição.

Para quarta-feira (16), estão previstas a PEC 133/2015, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que torna isentos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) os imóveis alugados a templos religiosos e utilizados para a realização de cultos, e a PEC 3/2016, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que insere em quadro em extinção do governo federal pessoas que tenham mantido relação de trabalho com os ex-territórios de Roraima e do Amapá durante sua transformação em estados da Federação.

Para ingresso dessas pessoas no quadro funcional da União, é necessário, segundo a PEC, comprovar vínculo como empregado, servidor público, prestador de serviço ou trabalhador contratado pelos ex-territórios de Roraima e do Amapá entre outubro de 1988 (promulgação da Constituição federal e da criação dos estados) e outubro de 1993 (data da efetiva instalação dos estados).

IFI

Ainda consta da pauta do Plenário a criação, no âmbito do Senado, da Instituição Fiscal Independente (IFI), prevista no Projeto de Resolução do Senado (PRS) 61/2015. A ideia é aprimorar os mecanismos de avaliação e controle social da política fiscal do governo. 

Da Agência Senado

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réu o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele será o primeiro político a responder por uma ação penal no Tribunal por conta das investigações da Operação Lava Jato.

Todos os dez ministros que participaram do julgamento decidiram acolher a acusação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que o parlamentar usou o cargo para pressionar pelo recebimento de US$ 5 milhões em propina. Cunha responderá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Relator da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki apontou em seu voto, proferido na quarta-feira, a existência de "indícios robustos" para o recebimento parcial da denúncia tanto contra Cunha e também contra a ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito.

Dois ministros - Dias Toffoli e Gilmar Mendes - não concordaram com a acusação contra a ex-deputada. Primeiro a votar nesta quinta-feira, 3, Toffoli disse não ver elementos mínimos para sustentar a participação consciente de Solange no crime de corrupção passiva, pelo qual foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República.

Ela foi acusada de usar o cargo de deputada em favor de Cunha ao apresentar dois requerimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar lobistas envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras a retomarem os pagamentos de propina prometidos ao presidente da Câmara e que, na época, haviam sido interrompidos.

Toffoli lembrou já ter trabalhado no Congresso Nacional e afirmou que o fato de um deputado apresentar requerimentos em nome de outro deputado faz parte da "vida parlamentar". O ministro entendeu, no entanto, que, futuramente, no trâmite da ação penal contra Cunha, caso sejam encontrados elementos que comprovem a participação da ex-deputada no esquema, o caso em relação a ela seja reaberto. A manifestação dos dois ministros, porém, não mudou o resultado final, já que a maioria da Corte seguiu o voto do relator também em relação à ex-deputada.

Petrolão

No dia em que veio a público o teor da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), ministros do Supremo usaram o julgamento para fazer críticas indiretas ao PT e comparar o esquema de corrupção da Petrobras com o antigo caso do mensalão julgado pelo Corte.

Assim que começou a proferir seu voto, Gilmar Mendes proferiu frases como "petrolão é o filhote maior do mensalão" e "petrolão e mensalão se tornaram modo de governança no País". O ministro defendeu que os fatos investigados hoje pela Lava Jato são mais graves do que o escândalo de compra de votos no Congresso revelado em 2005.

O ministro Celso de Mello também fez comentários na mesma linha. "Convenço-me, cada vez mais, que os fatos delituosos objetos de investigação no âmbito da Operação Lava Jato nada mais constituem do que episódios criminosos, fragmentos delinquenciais que compõem um vasto painel do assalto e da tentativa de captura do Estado e de suas organizações por uma dada organização criminosa identificada por um contexto de um denominador comum entre petrolão e mensalão", disse.

Para aprovar o relatório que pedia a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o relator Marcos Rogério (PDT-RO) teve de aceitar mudanças em seu parecer prévio.

A pedido do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que poderia mudar sua posição e votar à favor de Cunha, Rogério aceitou retirar o trecho de relatório que citava a possibilidade de perda de mandato por recebimento de vantagens indevidas e manteve apenas o trecho que mencionava a omissão de informações relevantes aos parlamentares.

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O relator disse que a mudança não enfraquece a ação, uma vez que o trecho retirado poderá voltar ao relatório final se forem anexadas novas provas contra o peemedebista no decorrer do processo. Assim, a parte retirada poderá voltar ao texto no momento de julgar a cassação do mandato. "Não vejo prejuízo ao processo. Havendo circunstâncias novas, mudanças podem haver também", disse Rogério.

A votação do parecer ocorre quase 5 meses após o protocolo da representação. A partir da notificação, Cunha terá 10 dias úteis para apresentar a defesa. A fase de instrução deve durar até 45 dias úteis e a apresentação do relatório final mais 10 dias úteis. "Acho que acaba no primeiro semestre, mas nesta Casa tudo pode acontecer", comentou o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).

Os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados encerraram, nesta terça-feira (1º), a discussão do parecer prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que recomenda a continuidade do processo disciplinar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A representação, impetrada pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade, pede a cassação do mandato do peemedebista.

A reunião do colegiado iniciou com pedidos dos deputados aliados a Cunha para protelar o andamento dos trabalhos. Eles cobravam respostas para questões de ordem que sugeriram o impedimento do presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), na condução do processo. O afastamento de Araújo foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a Eduardo Cunha.

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O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) chegou a apresentar um requerimento para inverter a pauta. No pedido, o peemedebista solicitava que o colegiado apreciasse primeiro o processo contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e deixasse a votação sobre o caso Cunha em segundo plano. O pedido foi rejeitado em votação nominal por 12 votos a quatro.

Durante a discussão, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) observou que já se passaram 54 dias úteis sem que o conselho conseguisse concluir a admissibilidade do processo. Já o deputado Wladimir Costa (SD-PA) reclamou do que chamou de “satanização dos deputados que supostamente votam favoravelmente a Cunha”.

Agora o próximo passo é a votação do parecer. O relator e a defesa também devem fazer novos pronunciamentos antes do início do processo de votação.

Em plena crise fiscal, o governo federal pode perder R$ 300 bilhões da dívida que tem a receber dos Estados e municípios. Decreto Legislativo, que está prestes a ser votado pela Câmara dos Deputados, reduz de R$ 463 bilhões para R$ 163 bilhões o saldo credor do Tesouro Nacional dessas dívidas, renegociadas no final da década de 90 e início dos anos 2000.

A proposta é considerada uma "bomba fiscal" pela equipe econômica. O decreto só não foi votado na quinta-feira, 25, porque a base aliada obstruiu a sessão.

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De autoria do deputado Esperidião Amin (PP-SC), o decreto suspende metodologia da troca de indexador de IGP-DI para a taxa Selic ou IPCA mais 4% (o que for menor) que corrige os contratos de renegociação da dívida dos Estados e municípios.

A metodologia de cálculo definida pelo Tesouro tem base nos juros compostos, sistema de matemática financeira amplamente utilizado no País que leva em consideração um regime em que juros são gerados em cada período e acrescentados ao capital principal para o cálculo dos juros no período posterior. Já o decreto que entrará em votação quer que o cálculo seja feito com base em juros simples, pelo qual a taxa de juros é somada ao capital inicial durante o período da aplicação. Em alguns casos, a União teria de devolver recursos aos Estados.

A mudança proposta pelo Tesouro foi definida no final do ano passado, em decreto preparado pelo Ministério da Fazenda que regulamentou a lei que permitiu a troca de indexador e deu um alívio nas dívidas dos governos regionais, tanto no fluxo de pagamentos como no estoque. A mudança ainda não foi implementada porque o Tesouro Nacional está acertando os termos dos aditivos dos contratos. A previsão era de que os aditivos estivessem todos assinados até o final de março.

Um integrante da equipe econômica informou à reportagem que a operacionalização da troca de indexador pelo Tesouro será interrompida, caso o decreto legislativo seja aprovado.

Decreto Legislativo não pode ser vetado pela presidente Dilma Rousseff. "Não tem o que fazer. Vai parar a substituição dos indexadores que está em andamento com os Estados", disse a fonte da equipe econômica, argumentando que o Tesouro não teria como tornar operacional a mudança, porque a parte do decreto do governo que diz como se faz a conta para a troca do indexador não estaria mais em vigor.

Dessa forma, o efeito que a proposta de Amin teria de imediato, se aprovada, seria inviabilizar as discussões que estão sendo feitas, segundo o governo.

Votação

O projeto estava na pauta de votação ontem. Mas após obstrução comandada pela liderança do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encerrou a sessão sem votar o projeto.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), pediu aos deputados da base que passassem a obstruir a votação, após tentar, sem sucesso, acordo para adiar novamente a votação da proposta. Ele pedia que a Câmara só votasse a matéria após reunião entre União e secretários estaduais de Fazenda, na próxima segunda-feira, para discutir o tema.

Em uma das formas de obstrução, o líder do governo apresentou requerimento para adiamento da votação. O pedido foi rejeitado em votação simbólica, mas o governo pediu votação nominal. A votação, contudo, não foi concluída, pois o quórum da sessão caiu, ao não alcançar os 257 votos mínimos, metade dos 513 deputados.

Irritado com o governo, Cunha prolongou a votação do requerimento de adiamento até as 14 horas, horário prometido por ele para acabar a sessão. Sem a votação, o presidente da Câmara informou que convocará sessão extraordinária para a próxima terça-feira, cuja pauta única será a proposta.

Para o Ministério da Fazenda, a aprovação do decreto abriria um precedente perigoso para toda a economia, já que o sistema de juros compostos é usado pelo sistema financeiro, Estados e municípios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 25, que, pelo que leu na imprensa, achou "muito ruim" o texto aprovado nesta quarta-feira, 24, pelo Senado, do projeto que prevê o fim da participação mínima de 30% da Petrobras na exploração do pré-sal.

Pela proposta aprovada pelos senadores, a estatal passará a ter apenas o direito de preferência na escolha dos blocos. E a petrolífera terá até 30 dias para se pronunciar sobre os campos, após ser notificada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

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"Não vi o texto que veio de lá (Senado), não sei se vai ter ou não apoiamento. Pelo que li nas notícias jornalísticas, achei o texto muito ruim, pior que o da Casa (Câmara)", afirmou Cunha. Ele sinalizou que deverá articular mudanças sobre o tema durante a tramitação no projeto na Câmara.

Cunha lembrou que projeto de Lei sobre o tema tramita na Câmara. De autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a proposta determina que a exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos na área do pré-sal, sejam feitas pela União sob regime de concessão.

O regime de concessão era utilizado no Brasil até 2010, quando a sanção das leis 12.276/10 e 12.351/10 criaram um novo marco legal para a exploração do petróleo encontrado na camada pré-sal. O novo marco legal prevê que a exploração pode ser feita também pelos modelos de partilha e de cessão onerosa de produção.

Mendonça já pediu urgência na análise do processo. Segundo Cunha, o pedido está na fila para ser votado. "Vamos dar preferência ao projeto da Casa (Câmara)", afirmou o presidente da Câmara após deixar a sessão plenária desta quinta-feira.

O líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), avaliou como uma "derrota importante" a aprovação do projeto ontem pelo Senado. Ele disse não ter conversado com ninguém do governo sobre o assunto, mas se disse contra a aprovação de urgência para tramitação da proposta na Câmara.

Após meses de discussões acaloradas por senadores e integrantes do governo e idas e vindas do Palácio do Planalto, o Senado aprovou há pouco o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. O texto, que segue para a Câmara dos Deputados, recebeu 40 votos a favor, 26 contra e ainda ocorreram duas abstenções após seis horas de debates.

A proposta representa uma derrota para o Executivo na reta final que, ao durante o dia, teve de fazer um recuo sobre a orientação repassada inicialmente à bancada do PT na Casa e preferiu negociar uma proposta tida como redução de danos. Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff mandou sinais contraditórios a interlocutores diferentes, o que na avaliação dos senadores demonstrou que ela não quis se posicionar sobre a matéria.

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Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, fecharam um acordo com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da matéria, para garantir que a estatal tenha ao menos o direito de preferência na participação de futuras licitações. Essa era a mesma linha defendida pelo ministro de Minas e Energia, o senador licenciado pelo PMDB Eduardo Braga, que participou das negociações.

Até o início da tarde, Wagner e Berzoini atuaram para tentar rejeitar o projeto de Serra e manter a atual legislação de dezembro de 2010. Defenderam essa orientação, inclusive, ao líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que foi indicado pelo Planalto hoje para a liderança do governo na Casa. Mas foram premidos a recuar diante da possibilidade de derrota e preferiram discutir um texto alternativo com o próprio relator. E passaram a disparar telefonemas para senadores pedindo apoio à solução negociada.

O texto acordado prevê que Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), considerando o interesse nacional, "oferecerá à Petrobras a preferência para ser o operador dos blocos a serem contratados sob o regime de partilha de produção". A versão anterior do parecer de Jucá - questionada por senadores do PT - não garantia o direito de preferência, uma vez que dizia que o CNPE "poderá oferecer" à estatal o direito de preferência.

A Petrobras terá 30 dias para se pronunciar após ser notificada pelo conselho. Outra alteração feita por Jucá, acordada com os ministros do Planalto, diz que após a manifestação da empresa, o CNPE vai propor à Presidência da República quais blocos deverão ser operados pela empresa, indicando a participação mínima do consórcio de 30%.

Banana

A bancada do PT e outros senadores da base aliada independentes tentaram barrar qualquer alteração. Entre os argumentos usados, estavam o de de que o baixo preço do barril de petróleo atualmente não é o ideal para se mudar as regras de exploração e retirar a obrigatoriedade da estatal na exploração e que a mudança representaria a "entrega" de uma riqueza brasileira. "Nós estamos querendo entregar o pré-sal a preço de banana para as multinacionais do petróleo", criticou Lindbergh Farias (PT-RJ)

Os defensores da mudança, por sua vez, defenderam que a Petrobras está sem recursos suficientes para fazer a exploração na camada do pré-sal. Não existe, afirmam, qualquer tipo de entreguismo na mudança legal em discussão. Para Serra, disse haver uma ignorância grande por parte de quem o ataca em relação ao projeto.

"Ninguém está entregando nada. Ninguém está levando nada embora. Tudo continua nas mãos do poder público. Apenas a Petrobras não é obrigada a investir. Apenas isso. Se ela quiser, em um mês, ela manifesta sua intenção e ela que controlará o posto", afirmou. Para o tucano, o projeto "ajuda" a estatal petrolífera.

O relator do projeto disse que houve um avanço, uma vez que a proposta foi fruto de um acordo que permitirá a estatal se reerguer. "O que nós estamos fazendo aqui é tirar a obrigatoriedade de a Petrobras participar de todos os campos, todas as operações e todas as sociedades", afirmou Jucá. "Abrimos o mercado, mas resguardamos o filé para a Petrobras, não estamos enfraquecendo-a, pelo contrário, dando condições para que ela efetivamente escolha o que é mais rentável", completou.

Após a votação, Lindbergh Farias - que recebeu a orientação inicial do governo de ser contra - disse ter se sentido abandonado pelo governo "numa matéria que era estratégica". Em solidariedade, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que tinha uma proposta de emenda à Constituição para manter as atuais regras, fez coro ao petista: "O governo não tinha meu voto, agora não tem o meu respeito".

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta tarde, no Palácio da Alvorada, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, para acompanhar os desdobramentos da discussão no Senado em torno do projeto do pré-sal. A votação está prevista para acontecer ainda nesta quarta, 24.

O encontro não constava na agenda da presidente. Preocupada com o projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que desobriga a Petrobras de ser a operadora única, com participação mínima de 30% na exploração de todas as áreas da camada do pré-sal, Dilma inclusive cancelou a viagem que faria nesta quarta ao Rio de Janeiro para participar de um evento na Fiocruz.

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A presidente, que anteriormente se mostrava terminantemente contrária ao projeto, mudou de posição em relação ao tema, segundo interlocutores. Dilma decidiu parar de expor publicamente sua oposição à proposta e pregou a tese de que a matéria deveria ser bem debatida.

No Congresso, a avaliação é de que os sinais da presidente sobre o projeto são contraditórios. Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disseram esta manhã a senadores do PT e do PCdoB que o governo é contra a aprovação do projeto de Serra.

O plenário do Senado vai finalmente votar na tarde desta quarta-feira (24) o mérito do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única na exploração da camada do pré-sal. Os senadores rejeitaram na noite de ontem dois recursos que visavam a desacelerar a tramitação da proposta.

O último desses pedidos foi recusado no final da noite por apenas dois votos: 33 votos a 31. A medida representa uma vitória parcial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que desde a semana passada tem trabalhado para garantir a votação da proposta mesmo diante de resistências principalmente da bancada do PT, contrária à apreciação imediata da matéria. Desde 2015, Renan tem sido um dos principais entusiastas da proposta.

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O PT ficou praticamente isolado na base aliada na posição contrária à apreciação imediata do texto. Os senadores do partido fecharam questão na segunda-feira, após reunirem-se com o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, de se posicionarem contra a análise da matéria logo.

"A própria posição do governo é não fazermos essa abertura neste momento, é que o momento não é propício", afirmou o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), durante os debates.

A maioria dos partidos da base e da oposição, entretanto, não seguiu a mesma linha de atuação dos petistas. A matéria poderia ter sido votada nesta terça-feira à noite, mas o Romero Jucá (PMDB-RR), designado relator do projeto em plenário nesta noite, sugeriu a Renan que o melhor seria retomar a discussão hoje, uma vez que constam mais de 20 senadores inscritos para discutir. Jucá substituiu o relator original da proposta, Ricardo Ferraço (sem partido-ES), que não participou da sessão.

Críticas

A matéria foi alvo de intenso debate em plenário. Serra criticou os argumentos de quem diz que não é o melhor momento para retirar a exclusividade da Petrobras em razão do atual baixo preço do barril de petróleo. Para ele, demora-se pelo menos oito anos até se começar a exploração em uma camada do pré-sal.

"Estamos, a partir do Senado, olhando para o bem do Brasil, faria bem até para o atual governo no sentido de sinalizar para o futuro (com a aprovação do projeto)", disse o tucano.

Jucá disse que o Congresso não pode se furtar a discutir a modelagem do pré-sal em um momento como esse. "Até o fim da discussão, podem ser apresentadas emendas", lembrou o senador.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), autora de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que mantém a estatal como operadora exclusiva do pré-sal, criticou a pressão com que se quer votar o projeto de Serra.

Ela citou o fato de que o próximo leilão do pré-sal está previsto para ocorrer apenas no segundo semestre de 2017, o que não justificaria acelerar a discussão. "Não quero decretar a morte da soberania nacional sobre a nossa maior riqueza", afirmou.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) também reforçou o coro favorável a desacelerar a proposta. "É entregar (o petróleo do pré-sal) a preço de banana, criticou. Ele mencionou declarações dadas pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, em que se colocou a favor de debater o assunto, mas ressalvou que o momento é inapropriado.

Numa manobra regimental liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o plenário da Casa rejeitou na noite desta terça-feira, 23, um pedido apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) para desacelerar o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única na exploração da camada do pré-sal.

O pedido, que contava com o apoio de 49 dos 81 senadores, tinha por objetivo retirar o projeto do plenário e remetê-lo para tramitar nas comissões permanentes.

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Inicialmente, Requião argumentou que a matéria deveria voltar para as comissões porque a urgência para ela ser apreciada diretamente em plenário foi aprovada ainda em 2015. Segundo ele, a medida não poderia continuar em regime de urgência este ano. "Espanca a lógica que um projeto mantenha o caráter de urgência ad eternum", criticou.

Renan recusou o pedido monocraticamente e, depois, Requião recorreu para que o plenário decidisse. Mais uma vez, o requerimento foi rejeitado pelo plenário - nesse caso, ficou proibido se pedir verificação de quórum porque ainda não havia prazo para fazer esse questionamento.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que vai fazer um esforço para tentar votar nesta terça-feira (23) o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única na exploração da camada do pré-sal. Segundo ele, existe uma medida provisória - a 692 - trancando a pauta e após a apreciação dela, será possível votar o projeto do tucano.

Renan afirmou que, mesmo diante da objeção do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, que em reunião da bancada do PT do Senado na noite desta segunda-feira (22) se mostrou contra a aprovação da proposta, a estatal deu mostras de não tem condições de fazer investimentos.

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"Essa matéria é urgente, a Petrobras já demonstrou que não tem condições de fazer os investimentos necessários para o Brasil", disse. "(A Petrobras) precisa ser seletiva. O que nós devemos assegurar é facultar a Petrobras que ela diga se vai participar", completou.

Renan admitiu que a presidente, com quem conversou sobre o projeto, não teria uma posição fechada. "Eu não captei uma posição dela conclusivamente. Essa matéria tramita aqui há bastante tempo, chegamos a criar uma comissão especial, de modo que chegou a hora de ela ser definitivamente apreciada", disse.

Parte do pacote de ajuste fiscal lançado no ano passado pelo governo, o Projeto de Lei (PL) 3.123/15 pode ser votado esta semana na Câmara. O texto cria regras para o cálculo do teto salarial de servidores públicos, reduzindo gastos com supersalários, e é um dos que trancam a pauta da Casa, impedindo que novas votações ocorram em plenário.

A proposta, enviada pelo Executivo em setembro, definia quais verbas indenizatórias seriam incluídas no cálculo do limite remuneratório, ou excluídas da conta, e obrigava todos os entes federados a instituir um sistema integrado de informações sobre valor de remunerações, proventos e pensões.

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Para o governo, teriam que entrar na conta, por exemplo, abono, prêmios e adicional por tempo de trabalho e, sairiam desse cálculo ganhos como o de valores recebidos de entidade de previdência complementar e licença-prêmio convertida em pecúnia. Na Constituição Federal está estabelecido como teto para servidores da União o subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$ 33,7 mil). Para o Executivo municipal e estadual, o limite é baseado na remuneração de prefeitos e governadores, respectivamente. Mas esse teto é extrapolado em muitos casos.

Quando enviou o texto para o Congresso, a equipe econômica do governo estimou que as regras provocariam redução em 10% dos subsídios dos ministros de Estado, do vice-presidente e presidente da República. A economia, segundo essas contas, seria de R$ 800 milhões por ano.

Substitutivo - A proposta passou por três comissões – Constituição e Justiça (CCJ), de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) e de Finanças e Tributação (CFT) – e acabou sendo alterada por um substitutivo construído na Comissão de Trabalho a partir de 17 emendas que foram apresentadas pelos parlamentares. O texto seguiu para a de Finanças que acabou não concluindo a votação do parecer apresentado pelo deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) e esse texto pode voltar a ser apreciado no plenário.

No relatório, Marchezan Junior alerta que o substitutivo “subverte completamente” o sentido original do projeto enviado pelo Executivo e cita, como exemplos, mudanças que separaram da remuneração mensal, parcelas como retribuição pelo exercício de cargo ou função de confiança, retribuição decorrente da participação em órgãos colegiados sem vínculo, gratificação pelo exercício de função eleitoral. “A adoção do substitutivo da CTASP acarretaria aumento de despesa para a União e para os entes federados e não economia de R$ 800 milhões no âmbito federal, como pretendido pelo Poder Executivo.”

Além dessa matéria, os deputados podem começar a analisar o Projeto de Lei (PL) 2016/15, que tipifica o crime de terrorismo e também tranca a pauta de votações. Assim como a proposta dos supersalários, o texto sobre terrorismo foi apresentado pelo Executivo e tramita com urgência constitucional.

A Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta quinta-feira, 18, com emendas, a redação final da Medida Provisória 696/2015, que oficializa a reforma administrativa promovida pelo governo federal em outubro do ano passado. No texto final, foram aprovadas duas emendas apresentados por parlamentares da bancada evangélica, com trechos contrários ao público LGBTT e ao aborto.

Uma dessas emendas foi apresentada pelo PRB, partido composto em sua maioria por parlamentares evangélicos. A emenda retirou do texto a expressão "da incorporação da perspectiva de gênero" prevista como um dos aspectos que o recém-criado Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos deveria levar em conta na formulação, coordenação, definição de diretrizes e articulação de políticas para as mulheres.

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Na prática, o novo texto aprovado retirou a previsão para que, na elaboração de suas políticas para as mulheres, a Pasta leve em consideração os transexuais, pessoas que têm uma identidade de gênero diferente do sexo biológico que nasceram. Isso porque, de acordo com estudiosos do assunto, pela concepção de perspectiva de gênero, não existe naturalmente o gênero masculino e feminino.

A retirada do trecho foi aprovada por 188 votos a 166. Para parlamentares evangélicos, a inclusão da expressão significaria a destruição da concepção tradicional de família, formada pela união de um homem com uma mulher, e a aceitação da existência do que chamam de um "terceiro sexo". "Querem introduzir uma terceira ordem sexual", afirmou o deputado Ronaldo Nogueira (PRB-RS).

Já parlamentares de partidos mais à esquerda, como PT, PCdoB e PSOL, protestaram contra a mudança, alegando que faz parte da pauta conservadora. "Temos que parar de raciocinar como século 19 e pensar como século 21", criticou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). "O gênero trata da forma como as pessoas percebem a sua presença, construída no âmbito da cultura. É importante que o fundamentalismo não esteja presente nas políticas", afirmou Maria do Rosário (PT-RS).

Aborto

Outra emenda polêmica aprovada foi apresentada pelo deputado Alan Rick (PRB-AC). A emenda acrescentou ao texto da MP que o Ministério de Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos deverá coordenar a política nacional de direitos humanos em conformidade não só com as diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNHD), mas com os direitos e liberdades reconhecidos pelo Pacto de São José da Costa Rica.

Reconhecido na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o pacto condena o aborto. Entre outras coisas, o texto do pacto diz que toda pessoa tem direito de que se respeite sua vida e que esse direito deve ser protegido pela lei desde o momento da concepção. A emenda foi aprovada em votação simbólica, sem que deputados de partidos mais à esquerda pedissem a realização de votação nominal.

Também foram aprovadas emendas que devolveram as atribuições da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Secretaria de Micro e Pequena Empresa para a estrutura da Secretaria de Governo, como defendia o governo. Pelo texto-base da MP aprovado ontem, os dois órgãos estavam vinculados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (17) o texto-base da Medida Provisória 696 que oficializa a reforma administrativa promovida pelo governo federal em outubro do ano passado.

Após acordo de não obstrução entre líderes da base aliada e da oposição, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou o adiamento da votação dos destaques e emendas à MP para sessão dessa quinta-feira (18).

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A proposta extingue oficialmente os dois ministérios e seis secretarias com status de ministérios e os respectivos cargos de ministros dessas pastas. Além disso, oficializa a fusão de ministérios, também feita na reforma ministerial de outubro.

A MP oficializa a transformação do gabinete de Segurança Institucional da Presidência em Casa Militar; da Secretaria Geral da Presidência em Secretaria de Governo; e a fusão dos ministérios do Trabalho e da Previdência Social.

No texto aprovado, também foram alteradas as leis que determinavam a atribuição desses novos ministérios. Também estabelece a criação dos novos cargos dos ministros que ocuparão essas novas Pastas.

Sem cortes

A oposição tentou obstruir a votação, afirmando que a MP 696 não implica cortes de cargos comissionados. "Trata-se de mais uma resposta de marketing da presidente Dilma", disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

O parlamentar ressaltou que a medida provisória reduziu alguns ministérios, mas houve a transferência da estrutura desses ministérios para outras Pastas, sem redução dos cargos comissionados.

Até líderes da base aliada criticaram a matéria. O líder do PR, Maurício Quintella (AL), afirmou que a população esperava uma redução maior da máquina pública. "Essa MP veio de maneira muito tímida, aquém do que a população esperava", disse.

Emenda

A principal emenda ser discutida nesta quinta-feira será a que desfaz mudanças do relator da MP, como a saída da Secretaria da Pequena e Micro Empresa do Ministério do Desenvolvimento para a Secretaria de Governo, ligada à Presidência da República.

O Senado aprovou em primeiro turno o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 128/2015, que impede a criação de leis que imponham ou transfiram encargos financeiros para a União, estados, municípios e Distrito Federal sem fonte de receita ou respectiva transferência de recursos por parte do governo federal. O texto foi aprovado durante a sessão dessa terça-feira (16) com 65 votos favoráveis, 1 voto contrário e 1 abstenção.

Ficou pendente a votação de emenda do senador Ricardo Ferraço (sem partido-ES) que proíbe a União de reduzir alíquotas de alguns impostos sem que estados e municípios sejam recompensados pela perda de arrecadação decorrente dessas desonerações.

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Nesta quarta-feira (17), os senadores tentarão concluir a análise de emendas e votar a matéria em segundo turno. Depois, a PEC voltará para novo exame da Câmara dos Deputados.

De autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a PEC 128 tem a mesma finalidade da PEC 84/2015, aprovada em agosto de 2015 pelo Senado e que espera análise da Câmara dos Deputados. Assim como o texto dos deputados, a proposta articulada pela senadora Ana Amélia (PP-RS) busca atender antiga reivindicação de estados e municípios contra a criação de programas federais com execução a cargo de estados e municípios.

Os entes federativos alegam não ter mais como assumir os crescentes encargos decorrentes desses programas. Exemplo desse tipo de situação foi criado, por exemplo, com a instituição, em 2008, do piso salarial para os professores do magistério público da educação básica. Estados e municípios ainda relatam dificuldades para cumprir o piso, mesmo com aportes do governo federal destinados à complementação do pagamento.

O texto estabelece que os atos sobre os repasses de serviços e encargos somente poderão vigorar se existir dotação orçamentária para o pagamento das despesas decorrentes.

A emenda acolhida, de autoria do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), tornou o texto da PEC 128 semelhante ao texto original da senadora Ana Amélia (PEC 84). O relator da matéria em Plenário foi o senador Humberto Costa (PT-PE). Ele concordou com a justificação dos deputados de que a emenda é necessária como forma de assegurar o equilíbrio financeiro dos entes nacionais, assim como sua capacidade de executar políticas públicas.

Humberto Costa diz ainda que as alterações no texto constitucional são importantes inclusive para proteger o orçamento da União. Isso porque fica vedada a aprovação de qualquer ato normativo sem que exista dotação orçamentária no próprio orçamento da União destinada a seu pagamento ou que estejam baseadas em aumento permanente de receita ou redução perene de despesa no âmbito federal. O objetivo é compensar os efeitos financeiros da nova obrigação assumida.

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) disse que a futura emenda constitucional vai “facilitar a vida de estados e municípios”. Para Walter Pinheiro (PT-BA), a mudança na Constituição “corrige um erro histórico”. José Serra (PSDB-SP) disse que a proposta volta para a Câmara dos Deputados “ampliada e enriquecida”. Para ele, essa emenda constitucional terá um papel semelhante ao da Lei de Responsabilidade Fiscal para o equilíbrio das contas do país.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se posicionou contrário à aprovação da PEC por entender que a nova norma poderá impedir o aumento periódico do piso nacional dos professores do ensino básico da rede pública. Alguns senadores, como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa, disseram que o Senado precisaria achar um meio de a PEC não acabar com o reajuste do piso salarial.

Entretanto, o senador José Pimentel (PT-CE) garantiu aos colegas que a proposta não trará prejuízo ao reajuste anual do piso nacional dos professores, que já tem sua política de reajuste em vigor até 2023. Assim, também será votada na quarta emenda de Cristovam para deixar explícito no texto que os reajustes do piso nacional dos professores não será prejudicado.

*Da Agência Senado

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