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Lista dos vencedores da última década do Prêmio Nobel de Química:

2023: Moungi Bawendi (França), Louis Brus (Estados Unidos) e Alexei Ekimov (Rússia), pela descoberta e síntese dos pontos quânticos, um tipo de nanopartícula.

2022: Carloyn Bertozzi (Estados Unidos), Barry Sharpless (Estados Unidos), Morten Meldal (Dinamarca), pelo desenvolvimento da "química click e química bioortogonal".

- 2021: Benjamin List (Alemanha) e David MacMillan (GB/Estados Unidos), pelo "desenvolvimento da organocatálise assimétrica", uma ferramenta de construção de moléculas que tornou a Química mais "verde" e melhorou a pesquisa farmacêutica.

- 2020: Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (EUA), por suas pesquisas sobre "tesouras moleculares", um avanço "revolucionário" para modificar genes humanos e, de alguma forma, reescrever o DNA, que pode ajudar a desenvolver novas terapias contra o câncer e tornar realidade o sonho de curar doenças hereditárias.

- 2019: John Goodenough (Estados Unidos), Stanley Whittingham (Grã-Bretanha) e Akira Yoshino (Japão), pela invenção das baterias de lítio, presentes em inúmeras tecnologias usadas do dia a dia.

- 2018: Frances H. Arnold, George P. Smith (Estados Unidos) e Gregory P. Winter (Reino Unido), por seus trabalhos que aplicam os mecanismos da evolução para criar novas e melhores proteínas em laboratório.

- 2017: Jacques Dubochet (Suíça), Joachim Frank (EUA) e Richard Henderson (Reino Unido), por terem desenvolvido a criomicroscopia eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas em 3D.

- 2016: Jean-Pierre Sauvage (França), Fraser Stoddart (Reino Unido) e Bernard Feringa (Holanda), pais das minúsculas "máquinas moleculares" que prenunciam os nanorrobôs do futuro.

- 2015: Tomas Lindahl (Suécia), Paul Modrich (EUA) e Aziz Sancar (EUA/Turquia), por seus trabalhos sobre o mecanismo de reparo do DNA, que pode levar a novos tratamentos de câncer.

- 2014: Eric Betzig, William Moerner (EUA) e Stefan Hell (Alemanha), pelo desenvolvimento de microscopia fluorescente de alta resolução.

O francês Moungi Bawendi, o americano Louis Brus e o russo Alexei Ekimov foram anunciados nesta quarta-feira (4) como os vencedores do Prêmio Nobel de Química em 2023 por suas pesquisas sobre as nanopartículas.

Os nomes dos cientistas vazaram para a imprensa sueca alguns minutos antes do anúncio. Eles foram premiados pela "descoberta e síntese dos pontos quânticos, nanopartículas tão pequenas que seu tamanho determina suas propriedades", segundo o júri.

"As partículas, chamadas pontos quânticos, são de grande importância na nanotecnologia", acrescentou o júri em um comunicado.

"Estes componentes de nanotecnologia, os menores, agora espalham sua luz a partir de aparelhos de televisão e lâmpadas LED, e também podem orientar os cirurgiões quando precisam remover um tumor, entre muitas outras coisas", destacou o Comitê Nobel.

Bawendi afirmou que estava "surpreso" com a notícia e que não soube do vazamento dos nomes.

O vazamento do nome de um vencedor do Nobel é algo raro, e a Academia Sueca se esforça para que os debates aconteçam em sigilo.

"É algo muito infeliz. Lamentamos profundamente o ocorrido", declarou o secretário-geral da Academia Real Sueca de Ciências, Hans Ellegren.

Bawendi, de 62 anos, nascido em Paris, é professor no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Brus, de 80, é professor na Universidade de Columbia, em Nova York, e Alexei Ekimov, de 78, nascido na Rússia, trabalha na Nanocrystals Technology, também nos Estados Unidos.

Os três cientistas dividirão o prêmio, de 11 milhões de coroas suecas (1 milhão de dólares, 5 milhões de reais), que será entregue pelo rei Carl XVI Gustaf da Suécia em Estocolmo em 10 de dezembro, data da morte em 1896 do cientista Alfred Nobel, que expressou o desejo de criação do prêmio em seu testamento.

O Nobel de Química foi o terceiro anunciado na temporada, depois dos prêmios de Medicina e Física.

Na quinta-feira, será anunciado o vencedor de Literatura e, na sexta-feira, o Nobel da Paz. Na próxima segunda-feira (9), o prêmio de Economia encerra a temporada.

Um homem condenado pelo assassinato de duas mulheres em 1996 foi executado nesta terça-feira (03), mediante injeção letal, no estado da Flórida, informaram meios de comunicação dos Estados Unidos.

Michael Zack, 54 anos, foi submetido à pena capital na Prisão Estadual da Flórida, na localidade de Raiford, informou o Pensacola News Journal, segundo o qual o coquetel de fármacos letais foi administrado no condenado às 18h02 locais (19h02 em Brasília) e ele foi declarado morto 12 minutos depois.

Zack foi sentenciado à morte em 1997, pelo estupro, roubo e assassinato, em junho de 1996, de Ravonne Smith, uma mulher que conheceu em um bar. Também foi condenado pelo assassinato de outra mulher, Laura Rosillo, com quem havia feito amizade em outro estabelecimento noturno.

Os advogados de Zack tentaram bloquear a execução alegando que ele sofria de síndrome alcoólica fetal e tinha deficiência intelectual. Seus recursos, no entanto, foram rejeitados por tribunais de primeira instância e, finalmente, pela Corte Suprema.

O grupo Floridenses por Alternativas à Pena de Morte publicou a declaração final de Zack: "Há 27 anos, eu era alcoólatra e viciado. Fiz coisas que causaram danos a muita gente, não só às vítimas e aos seus familiares e amigos, mas também à minha própria família e aos meus amigos. Desde então, levanto-me a cada dia cheio de arrependimentos."

Somente neste ano, houve seis execuções na Flórida e 19 em todo o país.

A Índia não detecta novos casos do vírus Nipah desde 15 de setembro, informou nesta terça-feira (3) a Organização Mundial da Saúde (OMS), após um surto que causou duas mortes.

A taxa de mortalidade do vírus, para o qual não existe vacina, varia de 40% a 75%, segundo a organização. O Ministério da Saúde indiano reportou seis casos confirmados de Nipah entre 12 e 15 de setembro, incluindo duas mortes, no distrito de Kozhikode, estado de Kerala.

Sem contar o primeiro caso, cujas fontes de infecção são desconhecidas, os demais foram de familiares e contatos no hospital, ressaltou a OMS.

Até 27 de setembro, haviam sido rastreados 1.288 contatos dos casos confirmados, incluindo pessoas de alto risco e profissionais de saúde, que permanecem em quarentena por 21 dias.

Desde 12 de setembro, 387 amostras foram testadas, das quais seis deram positivo para o Nipah, segundo a organização. "Desde 15 de setembro, não foram detectados novos casos."

Os morcegos frugívoros são os hospedeiros naturais do vírus, que é transmitido ao seres humanos através do contato com animais infectados, como morcegos e porcos, e do contato com uma pessoa infectada, embora essa forma seja menos comum, segundo a OMS.

Os sintomas incluem febre alta, vômito e infecção respiratória, e os casos graves podem levar a convulsões e encefalite e provocar o coma.

A Ford e a General Motors afastaram temporariamente cerca de mais 500 trabalhadores de suas funções em consequência da greve em curso nos três maiores fabricantes de automóveis do país, informaram as duas empresas.

As duas companhias enviaram para casa empregados que ficaram sem ter como trabalhar em virtude da paralisação decidida pelo sindicato United Auto Workers (UAW) há mais de 15 dias em várias fábricas de montagem por demandas salariais, informaram Ford e GM na segunda à noite.

O UAW iniciou uma greve em 15 de setembro em fábricas da GM, Ford e Stellantis, os "três grandes" de Detroit, com algumas fábricas paralisadas, embora a maioria dos membros sindicalizados da organização continue suas atividades.

Na sexta-feira, a UAW estendeu o movimento pela segunda vez, ordenando paralisações adicionais de trabalho em fábricas da GM e Ford, mas deixando de lado a Stellantis devido a avanços nas negociações.

A GM afirmou que a greve do UAW em Wentzville, Missouri e Lansing, no Michigan, "continua tendo efeitos dominó negativos".

A montadora está enviando para casa 130 trabalhadores em Parma, Ohio, e 34 em Marion, Indiana, que "não têm trabalho para fazer", disse um porta-voz da companhia em um e-mail.

A Ford, por sua vez, pediu a 330 empregados em Chicago, Illinois e Lima, em Ohio, que não fossem trabalhar.

"Nosso sistema de produção está altamente interconectado" e isso explica que algumas fábricas se vejam indiretamente afetadas pela greve, explicou a Ford em uma declaração na segunda-feira.

As três empresas já haviam enviado para casa cerca de 3.000 trabalhadores que não conseguem realizar suas funções por causa da greve. Agora, o número total vai a 3.500 pessoas.

O movimento de greve supera os 25.000 trabalhadores convocados pelo UAW.

Três pessoas morreram e quatro ficaram feridas nesta terça-feira (3) em um tiroteio no grande shopping Siam Paragon, no centro de Bangcoc, informaram os serviços de emergência tailandeses.

O agressor foi preso e a situação "se acalmou", disse o primeiro-ministro do país do sudeste asiático, Srettha Thavisin.

"O agressor foi preso. Na verdade, ele se entregou", afirmou Thavisin. "A polícia evacuou o local. A situação se acalmou", acrescentou na televisão.

Yuthana Srettanan, diretor do centro de emergências de Erawan, informou à imprensa o número de três mortos e quatro feridos.

Uma jornalista da AFP viu centenas de pessoas fugindo do local. Imagens de pânico também foram registradas em vídeos publicados nas redes sociais.

Siam Paragon é um dos principais destinos de compras da capital tailandesa, muito procurado por turistas e locais.

O ataque ocorre poucos dias antes do primeiro aniversário de um dos maiores massacres da história recente da Tailândia, na província de Nong Bua Lam Phu (nordeste). Um ex-policial armado com faca e revólver atacou uma creche, matando 24 crianças e 12 adultos.

Os ataques armados deixam vítimas quase todas as semanas no reino. Em 2017, havia cerca de dez milhões de armas de fogo no país, das quais quase metade (4 milhões) não estão registradas perante as autoridades, segundo o Small Arms Survey, um programa de pesquisa suíço.

Em 2020, um ex-oficial do Exército provocou tumulto em um centro comercial em Nakhon Ratchasima, deixando 29 mortos.

O francês Pierre Agostini, o austríaco-húngaro Ferenc Krausz e a franco-sueca Anne L'Huillier são os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2023 por suas pesquisas sobre o deslocamento dos elétrons dentro dos átomos e das moléculas.

Os físicos foram premiados por "métodos experimentais que geram pulsos de luz de attossegundos para o estudo das dinâmicas do elétron na matéria", explicou o júri.

O attossegundo representa para o segundo o que o segundo representa para 30 bilhões de anos.

O trio "demonstrou uma forma de criar pulsos extremamente curtos de luz que podem ser usados para medir os processos rápidos nos quais os elétrons se deslocam ou mudam de energia", acrescentou o júri.

"As contribuições dos laureados permitiram os estudos de processos que são tão rápidos que antes eram impossíveis de acompanhar", completou o Comitê Nobel.

Pierre Agostini é professor da Ohio State University (Estados Unidos). Ferenc Krausz é diretor do Instituto Max Planck na Alemanha.

Anne L'Huillier, apenas a quinta mulher a receber o Nobel de Física desde sua criação em 1901, é professora na Universidade Lund da Suécia.

"Estou muito emocionada (...) Não há muitas mulheres que recebem este prêmio, então é muito, muito especial", disse L'Huillier, que recebeu a ligação da Real Academia Sueca de Ciências durante uma aula.

"Foi difícil terminar a aula", admitiu.

O trio dividirá 11 milhões de coroas suecas (quase um milhão de dólares, cinco milhões de reais) e receberá o prêmio das mãos do rei Carl XVI Gustaf da Suécia, em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, data da morte em 1896 do criador do prêmio, Alfred Nobel.

No ano passado, a Academia Sueca premiou o francês Alain Aspect, o americano John Clauser e o austríaco Anton Zeilinger, pioneiros dos mecanismos revolucionários da Física Quântica.

Na segunda-feira, o Nobel de Medicina foi atribuído à húngara Katalin Karikó e ao americano Drew Weissman por estudos que possibilitaram o desenvolvimento as vacinas de RNA mensageiros, cruciais na luta contra a covid-19.

A semana do Nobel prossegue na quarta-feira com o prêmio de Química. Na quinta-feira será anunciado o vencedor de Literatura e na sexta-feira o Nobel da Paz. Na próxima segunda-feira (9), o prêmio de Economia encerra a temporada.

O ator Tom Hanks e a co-apresentadora de talk show do canal CBS Gayle King alertaram seus fãs sobre anúncios que apresentam impostores gerados por inteligência artificial (IA).

"Cuidado", destacou Hanks em uma mensagem no Instagram que mostra uma cópia digital não autorizada do ator.

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"Há um vídeo por aí promovendo um plano odontológico com uma versão minha de IA. Não tenho nada a ver com isso", afirmou.

A mensagem recebeu mais de 111.700 'curtidas' desde que o ator vencedor do Oscar a publicou no domingo para seus 9,5 milhões de seguidores no Instagram.

King, co-apresentadora do programa CBS Mornings, postou o que chamou de videoclipe falso dela, no qual supostamente pede aos espectadores que cliquem em um link para conhecer seu "segredo" sobre a perda de peso.

"Não tenho nada a ver com esta empresa", alertou a apresentadora no Instagram. "Nunca ouvi falar deste produto nem o utilizei! Por favor, não se deixem enganar por estes vídeos de IA".

As garantias contra o uso da inteligência artificial para replicar os atores foi um dos temas discutidos durante a greve de roteiristas que paralisou Hollywood até um acordo provisório, alcançado na semana passada.

A greve dos atores prossegue, sem uma solução à vista.

Os programas de IA generativa ganharam destaque no final do ano passado, com o ChatGPT demonstrando a capacidade de criar ensaios, poemas e conversas a partir de poucas informações.

Os modelos de IA adicionaram novos recursos, como a capacidade de gerar imagens digitais sob comando, o que aumenta o temor de que a tecnologia poderia ser utilizada para criar fotos e vídeos "falsos" para enganar as pessoas, levando o público a acreditar que são reais.

Os gigantes do setor de tecnologia Google, Meta e Microsoft estão entre as empresas que aceleraram os projetos para tentar rentabilizar as capacidades da IA generativa, ao mesmo tempo que tentam evitar os perigos como o potencial da tecnologia de ser utilizada como arma para a desinformação e o crime cibernético.

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As vacinas de RNA mensageiro, que surgiram com a crise da Covid-19 e que renderam, nesta segunda-feira (2), o Prêmio Nobel de Medicina aos pesquisadores Katalin Karikó (Hungria) e Drew Weissman (Estados Unidos), marcaram o ponto mais alto de uma revolução terapêutica.

Uma revolução que também poderia ser usada contra a aids e alguns tipos de câncer, depois de décadas de pesquisas e vários obstáculos.

- Como funciona? -

O RNA mensageiro está presente em todas as células, é o que lhes permite funcionar de forma correta no organismo. Atua como intermediário entre o código genético do DNA e a atividade da célula.

Mais especificamente, o RNA mensageiro é uma cópia temporária de uma pequena parte do DNA que está constantemente presente no núcleo da célula, que usa essa cópia como código para produzir proteínas específicas.

Por meio de um tratamento com RNA mensageiro, esses fragmentos de código genético são inseridos externamente. Portanto, eles são criados artificialmente em laboratório, e não a partir do DNA.

Até agora, a principal aplicação tem sido a vacinação contra a Covid-19, área em que há duas empresas conhecidas: Pfizer/BioNTech e Moderna.

Essas vacinas induzem as células a reproduzirem proteínas presentes no vírus, os "antígenos", para familiarizar o sistema imunológico a reconhecê-lo e neutralizá-lo.

Uma vacina clássica também procura familiarizar o organismo com um vírus (ou outros agentes infecciosos), mas o faz introduzindo diretamente o vírus no corpo, em uma forma atenuada, ou inativa (embora algumas vacinas mais recentes apenas injetem os antígenos do vírus).

A revolução da vacina de RNA mensageiro reside em fazer as células produzirem diretamente esses antígenos. Assim como acontece com outras vacinas, o sistema imunológico reage, gerando anticorpos.

- As principais etapas deste novo método -

O primeiro grande avanço, no final da década de 1970, foi o uso de RNA mensageiro para fazer as células em tubos de ensaio produzirem proteínas.

Uma década depois, os cientistas conseguiram obter os mesmos resultados com ratos, mas o RNA mensageiro ainda tinha duas grandes desvantagens como ferramenta médica.

Primeiro, as células dos animais vivos resistiam ao RNA mensageiro sintético, provocando uma resposta imunológica perigosa. Além disso, as moléculas de RNA mensageiro são frágeis, o que dificulta sua entrega ao sistema sem alterá-las.

Em 2005, Kariko e Weissman, da Universidade Estadual da Pensilvânia, publicaram um estudo inovador que mostrava que um envelope de lipídios, ou moléculas de gordura, poderia entregar RNA mensageiro de forma segura e sem efeitos negativos.

A pesquisa causou alvoroço na comunidade farmacêutica, e startups dedicadas a terapias com RNA mensageiro começaram a surgir em todo o mundo.

- Outras aplicações -

A comunidade científica tem trabalhado para desenvolver vacinas de RNA mensageiro para doenças como gripe, raiva e zika, além daquelas que têm sido resistentes às vacinas até agora, como malária e HIV/aids.

Os pesquisadores também começaram a testar tratamentos personalizados em pacientes com câncer, utilizando amostras das proteínas presentes nos seus tumores para criar RNA mensageiro especializado. Isso faz o sistema imunológico atacar células cancerígenas específicas.

"A plataforma de RNA mensageiro é versátil", disse à AFP Norbert Pardi, bioquímico da Universidade da Pensilvânia. "Qualquer proteína pode ser codificada como RNA mensageiro, portanto há muitas aplicações potenciais".

A boate em Múrcia, na qual um incêndio matou 13 pessoas no domingo (1º), tinha ordem de fechamento há um ano, informaram nesta segunda-feira (2) as autoridades da cidade do sudeste da Espanha.

Em janeiro de 2022 foi determinada a interrupção das atividades e em outubro foi emitida "uma ordem de execução de fechamento" do local, informou Antonio Navarro, secretário de Planejamento de Múrcia.

A medida foi decretada porque a empresa que administrava o local tinha licença apenas para uma boate, Teatre, mas fez obras para dividir o espaço e abrir outra casa noturna, a Fonda Milagros, onde aconteceu o incêndio letal, afirmou o secretário em uma entrevista coletiva.

As autoridades foram questionadas sobre o motivo pelo qual o local não havia sido fechado, já que a boate era muito conhecida na cidade e divulga suas atividades nas redes sociais.

"Estamos falando de uma tragédia sem precedentes e insisto que vamos agir com contundência para apurar todas as responsabilidades sobre o ocorrido até as últimas consequências, custe o que custar", disse Navarro.

As autoridades começaram a investigar as circunstâncias que provocaram o grande incêndio na boate Fonda Milagros às 6H00 de domingo e que provocou 13 mortes.

Entre as vítimas estavam pessoas de nacionalidade colombiana, nicaraguense, equatoriana e espanhola. Cinco pessoas que eram consideradas desaparecidas foram localizadas, informou o presidente regional de Múrcia, Fernando López Miras.

O incêndio, que também atingiu duas boates anexas, Teatre e Golden, teria começado no segundo andar do edifício, segundo López Miras.

A investigação começou com atraso nesta segunda-feira devido às temperaturas elevadas dos escombros e ao risco de desabamento da boate.

Uma jovem que frequentava a boate declarou ao jornal El País que a área reservada no segundo andar da Fonda Milagros, provável epicentro do incêndio onde acontecia uma festa de aniversário, era como "um labirinto". Ela disse que só era possível entrar ou sair da área por uma única escada.

Três dos 13 mortos foram identificados por suas impressões digitais e os demais precisarão de exames de DNA para completar o processo, segundo as autoridades.

O governo regional de Múrcia decretou três dias de luto e a prefeitura convocou um minuto de silêncio para 12H00 (7H00 de Brasília).

"Estamos comovidos e muito confortados com as demonstrações de carinho que recebemos de todo o mundo", disse o prefeito de Múrcia, José Ballesta.

No domingo, o rei Felipe VI expressou "dor e consternação" com a tragédia em Múrcia.

O papa Francisco abrirá na quarta-feira (4), no Vaticano, a 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, ponto alto de uma extensa consulta mundial sobre o futuro da Igreja Católica que terminará em 29 de outubro.

Confira abaixo cinco pontos sobre o evento:

- Consulta -

Durante dois anos, os quase 1,3 bilhão de católicos em todo o mundo foram convidados a expressar sua visão da Igreja e de temas da atualidade. O processo foi lançado pelo papa Francisco, que deseja implementar um funcionamento menos piramidal na Igreja Católica.

"É um grande espaço de reflexão da Igreja, sobre sua maneira de ser e de proceder", resume o secretário especial da assembleia, o padre italiano Giacomo Costa.

Para "ter um momento de discernimento mais importante", o papa decidiu dividir a assembleia do sínodo em dois tempos, com uma segunda sessão plenária em outubro de 2024.

- Violência sexual, LGBT+ e mulheres -

Em um documento de trabalho publicado em junho, o Vaticano apresentou as questões que serão discutidas: acolhimento de pessoas LGBT+ e de pessoas divorciadas, poligamia, padres casados, o lugar das mulheres na Igreja, violência sexual, entre outros.

Esta é a primeira vez que o Vaticano aborda tantas questões sensíveis de forma tão aberta.

"Há questões sobre as quais todos já concordamos, como o lugar das mulheres na Igreja, que deve ser repensado. Mas como? E, depois, há outras questões, sobre as quais não estamos de acordoo. É preciso perguntar a teólogos, especialistas, sociólogos", explica Giacomo Costa.

Uma atenção especial será reservada à delicada questão do acesso das mulheres às funções de diácono, até agora reservadas aos homens, ou à ordenação de homens casados, tema sobre o qual o papa recuou em 2019.

- Voto das mulheres e laicos -

O sínodo é uma instituição consultiva criada pelo papa Paulo VI em 1965 no âmbito do Concílio Vaticano II que se reúne regularmente em assembleias.

Depois dos sínodos sobre a família (2014 e 2015), a juventude (2018) e a Amazônia (2019), Francisco deu um passo histórico na Igreja Católica e pela primeira vez permitirá o voto das mulheres e laicos não consagrados.

"É uma mudança total em relação a Paulo VI. Desta vez, convoca-se o povo de Deus, e não os representantes", comenta um observador do Vaticano em entrevista à AFP.

"Entre os bispos, existe uma cultura eclesiástica. Com os laicos, isto não funcionará: eles não se contentarão com boas palavras. Haverá exigências sobre o procedimento, sobre a vontade de mudar, sobre a eficácia", acrescenta.

- Uma agenda carregada -

Durante quatro semanas, os 464 participantes, 365 deles com direito a voto, se reunirão diariamente no Vaticano, divididos em grupos de reflexão em cinco idiomas (inglês, italiano, espanhol, francês e português). Entre eles, há 54 mulheres.

Os trabalhos serão divididos em quatro módulos.

Destaca-se a participação de dois bispos chineses no contexto da delicada relação entre a Santa Sé e a República Popular, que se baseia em um acordo secreto assinado em 2018 sobre a nomeação de bispos.

O sínodo começará e terminará com uma missa presidida pelo pontífice na Basílica de São Pedro e será marcado por momentos de oração. O Vaticano decidiu limitar as comunicações sobre o conteúdo das discussões neste período.

- Risco de divergências -

A assembleia permitirá calibrar o equilíbrio de forças dentro da Igreja em relação aos desafios da instituição. A posição do clero alemão, radicalmente diferente da opinião do Vaticano, será acompanhada de perto.

A Igreja provocou uma disputa com Rom, ao exigir que o papa "reexaminasse" a questão do celibato dos sacerdotes e da ordenação das mulheres.

"No sínodo não há lugar para ideologia", alertou Francisco no início de setembro. No domingo (1º), o papa insistiu na importância do diálogo e de "caminhar juntos".

O julgamento civil de Donald Trump e de dois dos seus filhos, acusados de terem inflacionado durante anos o valor dos seus ativos imobiliários, começa nesta segunda-feira (2) em Nova York e prenuncia uma maratona judicial para o favorito dos republicanos nas eleições presidenciais de 2024.

No domingo à noite, Trump disse que planeja comparecer ao início do julgamento: "Vou ao tribunal amanhã de manhã para lutar pelo meu nome e pela minha reputação", escreveu o ex-presidente na sua plataforma Truth Social.

"Todo este caso é uma farsa!!!", acrescentou.

O ex-presidente, de 77 anos, e seus advogados deram a entender que ele poderia comparecer pelo menos aos dois primeiros dias do julgamento na Suprema Corte de Nova York.

Embora não possa ser condenado à prisão por esta acusação, o julgamento será um prelúdio de uma série de processos judiciais que poderão prejudicar a sua campanha pela indicação republicana.

O bilionário é acusado criminalmente em quatro casos diferentes, o que até o momento não afetou sua popularidade entre as bases republicanas.

Ele deve comparecer ao tribunal federal de Washington em 4 de março para responder às acusações de tentativa - quando estava na Casa Branca - de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020, vencidas por Joe Biden.

Em seguida, ele comparecerá novamente ao tribunal em Nova York por fraude contábil e, depois, na Flórida, pela gestão negligente de documentos confidenciais após deixar a presidência.

O julgamento que começa nesta segunda-feira assumiu de repente uma importância considerável na semana passada. O juiz Arthur Engoron, que o preside, decidiu que a "fraude contínua" foi comprovada e que o gabinete da Procuradoria-Geral do estado de Nova York já tinha provado que Donald Trump e os diretores do seu grupo haviam "supervalorizado" os seus ativos entre 812 milhões e 2,2 bilhões de dólares entre 2014 e 2021 (cerca de 2,1 bilhões de reais e 12,2 bilhões de reais nas respectivas cotações da época).

- "Golpe duro" -

O juiz ordenou a revogação das licenças comerciais no estado de Nova York de Donald Trump e de dois dos seus filhos, Eric Trump e Donald Trump Jr, vice-presidentes executivos da Trump Organization, além do confisco das empresas que são alvo do processo, que serão confiadas aos liquidatários.

Se implementadas, as sanções representariam "um golpe duro na capacidade de Donald Trump de fazer negócios no estado de Nova York", afirmou Will Thomas, professor de Direito Comercial na Universidade de Michigan.

Donald Trump, que acumulou sua fortuna no setor imobiliário e nos cassinos na década de 1980 e prometeu administrar os Estados Unidos como as suas empresas, perderia então o controle de vários edifícios emblemáticos do seu grupo, como a Trump Tower, na 5ª Avenida de Manhattan.

As propriedades estão no centro das acusações da procuradora Letitia James: a superfície do apartamento do empresário na Trump Tower triplicou e o edifício no número 40 de Wall Street foi supervalorizado entre 200 e 300 milhões de dólares (1 bilhão e 1,5 bilhão de reais na cotação atual).

A luxuosa residência da Trump Organization em Mar-a-Lago, na Flórida, e vários campos de golfe também aparecem no dossiê.

A procuradora pede ainda o reconhecimento de outras violações da legislação financeira e uma multa de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual).

- Inúmeras testemunhas -

Donald Trump sempre rejeitou as acusações e intensificou os seus ataques contra a procuradora James, uma democrata negra que ele chamou de "racista", e contra o juiz Engoron, a quem descreveu como "perturbado".

Na sua plataforma Truth Social, defendeu que os bancos credores foram reembolsados "na íntegra, com juros, sem dívidas e sem vítimas". A defesa também pretende lutar com unhas e dentes pela valorização dos ativos.

O julgamento promete ser muito técnico e espera-se que dezenas de testemunhas deponham, incluindo três dos filhos de Trump, Eric, Donald Jr e Ivanka. Esta última foi inicialmente alvo da denúncia, mas acabou não sendo indiciada.

Também devem depor o ex-diretor financeiro da Trump Organization, Allen Weisselberg, que cumpriu pena de prisão depois de se declarar culpado por fraude fiscal em outro caso contra o grupo.

As testemunhas incluem também o ex-advogado de Donald Trump, Michael Cohen, que se tornou um dos seus inimigos declarados, além de funcionários dos bancos credores e da empresa de contabilidade Mazars, que parou de trabalhar com a Trump Organization em 2021.

Lista dos vencedores dos últimos 10 anos do Prêmio Nobel de Medicina, atribuído nesta segunda-feira (2) à hungara Katalin Karikó e ao americano Drew Weissman Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo:

- 2023: Katalin Karikó (Hungria) e Drew Weissman (EUA) pelo desenvolvimento da tecnologia de RNA mensageiro que abriu caminho para as vacinas contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

- 2022: Svante Pääbo (Suécia) pelo sequenciamento do genoma dos neandertais e a criação da paleogenômica.

- 2021: David Julius e Ardem Patapoutian (Estados Unidos) por suas descobertas sobre a forma como o sistema nervoso percebe a temperatura e o toque.

- 2020: Harvey J. Alter e Charles M. Rice (Estados Unidos) e Michael Houghton (Reino Unido) por seu papel na descoberta do vírus que provoca a hepatite C, uma doença que mata 400.000 pessoas a cada ano. Suas pesquisas contribuíram para o desenvolvimento de exames de sangue e tratamento eficazes.

- 2019: William Kaelin e Gregg Semenza (Estados Unidos) e Peter Ratcliffe (Reino Unido) por suas pesquisas sobre a adaptação das células ao aporte variável de oxigênio, o que abre perspectivas para o tratamento contra o câncer e a anemia.

- 2018: James P. Allison (Estados Unidos) e Tasuku Honju (Japão) por suas pesquisas sobre a imunoterapia, especialmente eficazes no tratamento de casos de câncer agressivos.

- 2017: Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young (Estados Unidos) por suas descobertas sobre o relógio biológico interno que controla os ciclos de vigília-sono dos seres humanos.

- 2016: Yoshinori Ohsumi (Japão) por suas pequisas sobre a autofagia, cruciais para entender como as células se renovam e a resposta do corpo à fome e às infecções.

- 2015: William Campbell (Irlanda/EUA), Satoshi Omura (Japão) e Tu Youyou (China) por terem desenvolvido tratamentos contra infecções parasitárias e malária.

- 2014: John O'Keefe (Estados Unidos/Reino Unido) e May-Britt e Edvard Moser (Noruega) por suas pesquisas sobre o "GPS interno" do cérebro, que pode permitir avanços no conhecimento do Alzheimer.

A bioquímica húngara Katalin Karikó e o pesquisador americano Drew Weissman foram anunciados nesta segunda-feira (2) como os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2023 por seus trabalhos sobre RNA mensageiro (RNAm), que abriram o caminho para o desenvolvimento das vacinas contra Covid-19.

Os cientistas, que estavam na lista de favoritos, foram premiados por "suas descobertas sobre as modificações das bases de nucleicas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de RNAm eficazes contra a Covid-19", afirmou o júri.

"Os vencedores contribuíram para o desenvolvimento a um ritmo sem precedentes de uma vacina durante uma das maiores ameaças para a saúde da humanidade nos tempos modernos", acrescentou.

Karikó e Weissman receberão um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de quase um milhão de dólares (quase cinco milhões de reais) das mãos do rei da Suécia, Carl XVI Gustaf, em uma cerimônia solene em Estocolmo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel (1833-1896), que criou o prêmio em seu testamento.

No ano passado, o Nobel de Medicina foi atribuído ao sueco Svante Pääbo pelo desenvolvimento da paleogenética e suas descobertas sobre a evolução humana.

Pääbo, filho de um bioquímico também premiado com o Nobel, trabalhou no sequenciamento do genoma dos neandertais e descobriu que compartilhamos parte de nossos genes com este hominídeo extinto.

A temporada do Nobel continuará na terça-feira com o prêmio de Física e na quarta-feira com o prêmio de Química.

Na quinta-feira será anunciado o vencedor do prêmio de Literatura e na sexta-feira, em Oslo, será revelado o Nobel da Paz.

O prêmio Nobel de Economia, criado em 1969 por iniciativa do Banco Central da Suécia, encerra a temporada no dia 9 de outubro.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se encontraram nesta segunda-feira (2) na capital ucraniana para uma reunião "histórica" fora das fronteiras do bloco, destacou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

A reunião acontece no momento em que a Ucrânia pressiona para entrar no bloco europeu, ao mesmo tempo que luta contra a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

"Estamos aqui, convocados para uma reunião histórica dos ministros das Relações Exteriores na Ucrânia, país candidato e futuro membro da UE", afirmou Borrell em um comunicado divulgado nas redes sociais.

"Estamos aqui para expressar nossa solidariedade e nosso apoio ao povo ucraniano", acrescentou o chefe da diplomacia do bloco. "O futuro da Ucrânia está na UE".

Como anfitrião, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, comemorou o encontro em Kiev.

"É um acontecimento histórico porque, pela primeira vez, nos reunimos fora (...) das fronteiras da União Europeia, mas dentro das futuras fronteiras da UE", declarou Kuleba.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, destacou que a reunião em Kiev é "um gesto diplomático excepcional e uma mensagem para a Rússia" a respeito da determinação do bloco de apoiar a Ucrânia a longo prazo.

Para Colonna, o encontro mostra que a "Ucrânia é parte da família europeia".

"Vamos permanecer aqui por muito tempo", disse à imprensa.

A chefe da diplomacia da Holanda, Hanke Bruins Slot, destacou que é "muito importante" reunir-se em Kiev "para mostrar solidariedade com a Ucrânia, com o povo ucraniano e os corajosos soldados que lutam todos os dias pela liberdade".

A Ucrânia obteve o status de país candidato a integrar a UE em junho de 2022, poucos meses após o início da invasão russa, e espera iniciar as negociações oficiais para entrar no bloco de 27 países, mas ainda não existe um cronograma.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky pressiona para acelerar o processo de adesão devido à invasão russa.

A nova embaixadora da UE na Ucrânia, Katarina Mathernova, declarou em uma entrevista à imprensa ucraniana na sexta-feira que a adesão do país em 2030 é um objetivo "realista".

Ao menos 38 pessoas ficaram feridas em um grande incêndio nesta segunda-feira (2) no principal quartel da polícia na cidade egípcia de Ismailia, no Canal de Suez, informou o ministério da Saúde.

O incêndio começou antes do amanhecer na sede da Direção de Segurança e foi controlado após algumas horas pelos bombeiros.

A causa do incêndio ainda não foi determinada.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram grandes chamas em vários andares do edifício, que tem a presença contínua de policiais.

O ministro do Interior, Mahmoud Tawfik, ordenou uma investigação para estabelecer as causas do incêndio e uma inspeção das normas de segurança no edifício.

Os incêndios, muitas vezes provocados por curtos-circuitos, são relativamente frequentes no país mais populoso do mundo árabe (105 milhões de habitantes), com infraestruturas antigas e mal conservadas.

Em agosto de 2022, um incêndio matou 41 fiéis em uma igreja localizada em um beco de um bairro operário do Cairo, o que gerou uma grande polêmica sobre as infraestruturas e o tempo de resposta dos bombeiros.

Em março de 2021, ao menos 20 pessoas morreram no incêndio em uma fábrica têxtil no subúrbio do Cairo.

Em 2020, dois incêndios em hospitais deixaram 14 mortos.

Centenas de animais, entre eles um camelo, uma coruja, serpentes, um jacaré, pôneis, avestruzes, gansos, coelhos, além de cães e gatos, foram abençoados, neste domingo (1º), na catedral de São João, o Divino, em Nova York, por ocasião do dia de São Francisco de Assis, durante uma cerimônia celebrada pelo bispo da diocese de Nova York, Andrew Dietsche.

Celebrada no primeiro dia de outubro, a cerimônia deste ano foi especial após ter sido suspensa desde 2018 por um incêndio na igreja e pela pandemia de Covid-19.

O labrador preto de Jon Shweky, um judeu, e Christine Cookman, uma católica, foi um dos animais que receberam a bênção. A partir de novembro, ele se tornará cão-guia.

"Queríamos trazê-lo para que recebesse a bênção para que tenha boa saúde e boa sorte, esperando que se torne guia para deficientes visuais", disse Cookman à AFP.

Kirstin Portecella, de 62 anos, acompanhada da mãe, Dagmar, e de sua cadelinha, "Sadie", estava feliz por visitar novamente a catedral com seu novo 'pet', pois é o único dia do ano em que os animais podem entrar na igreja. "Fazem parte do nosso amor incondicional", justifica.

Com espaço para 1.500 pessoas, que pagaram 15 dólares (75 reais) para assistir à cerimônia de duas horas, a catedral neogótica, situada na altura da rua 111 do lado oeste da cidade, que começou a ser construída em 1892 e continua inacabada, estava praticamente lotada.

Os 'pets', em sua maioria cães, aguardaram pacientemente a cerimônia, que contou com apresentações do coro da catedral, além de um balé afro, interrompidos apenas por algum latido esporádico, embora muitos tenham ficado alvoroçados quando o camelo chegou. Um deles chegou a urinar em uma coluna do templo, cuja cúpula foi construída pelo arquiteto espanhol Rafael Guastavino.

Trazidos por voluntários, os animais aguardaram em suas jaulas e caixas na parte de externa da catedral até que chegasse a sua vez de receberem, um a um, a bênção do bispo.

Jimmy Carter, o mais velho dos ex-presidentes americanos, completa 99 anos neste domingo (1º), desafiando as probabilidades sete meses depois de começar a receber cuidados paliativos.

Líderes mundiais, celebridades e pessoas comuns enviaram suas felicitações ao quase centenário político, enquanto a Casa Branca exibiu em seu jardim um bolo de madeira gigante com 39 velas para o 39º chefe de Estado da história do país.

"Admiro você porque tem uma integridade, um caráter e uma determinação incríveis", afirmou o presidente Joe Biden em uma mensagem de vídeo publicada no X, antigo Twitter. "Deus te ama, feliz aniversário amigo".

O anúncio, em fevereiro por parte do Centro Carter, de que o ex-presidente passaria o "tempo restante" em casa com sua família na pequena cidade de Plains, Geórgia, enquanto recebia cuidados paliativos foi interpretado como o prelúdio de sua morte.

Carter já havia superado um câncer cerebral aos 90 anos.

Desde o anúncio, a família informa que Carter, prêmio Nobel da Paz e ex-agricultor de amendoim, dorme muito, mas também continua assistindo partidas de beisebol e comendo seu sorvete preferido, de manteiga de amendoim.

No último fim de semana, ele fez uma aparição no Festival do Amendoim de Plains, participando do desfile ao lado de sua esposa, Rosalynn, de 96 anos.

Seu neto, Jason Carter, disse ao jornal USA Today no mês passado que o casal estava "chegando ao final", mas que "estavam indo tão bem como se pode esperar".

A biblioteca presidencial de Carter em Atlanta adiou uma celebração em homenagem ao ex-presidente na quinta-feira, devido à ameaça da possível paralisação do governo federal, evitada no último minuto no sábado.

O Centro Carter, também com sede em Atlanta, informou que recebeu mais de 15.000 mensagens de aniversário para o presidente, que as compilou em um mosaico digital.

Willie Nelson, Jane Fonda, o ex-presidente Bill Clinton e o astrofísico e autor Neil deGrasse Tyson estão entre as pessoas felicitaram o político.

Em maio, a família Carter anunciou que Rosalynn sofre de demência e que esperava, ao tornar pública sua condição, ajudar a reduzir o estigma sobre a doença.

Com 77 anos, o casamento dos Carter é o mais duradouro da história presidencial dos Estados Unidos, superando os 73 anos do ex-presidente George H.W. Bush e sua esposa Barbara.

Carter cumpriu um mandato como presidente após ser eleito em 1976, logo após a Guerra do Vietnã e o escândalo Watergate.

Em sua presidência, ele conseguiu vitórias como os Acordos de Paz de Camp David entre Egito e Israel, mas também sofreu controvérsias, como a crise dos reféns no Irã.

Após sua aposentadoria da política, ele se dedicou a questões humanitárias e fundou o Centro Carter, que promove os direitos humanos e a resolução de conflitos.

O governo francês anunciou nesta sexta-feira (29) que lançará uma ação para combater a infestação de percevejos, que nas últimas semanas apareceram no transporte público, cinemas e hospitais.

Turistas compartilharam vídeos em suas redes sociais destes insetos no metrô de Paris, trens de alta velocidade e até no aeroporto Charles de Gaulle.

O ministro dos Transportes, Clément Beaune, afirmou nesta sexta-feira na plataforma X (antigo Twitter) que reunirá operadores de transporte público na semana que vem "para lhes informar sobre as medidas adotadas (...) para tranquilizar e proteger" a população.

Os percevejos, que desapareceram quase completamente da vida cotidiana na década de 1950, ressurgiram nas últimas décadas, sobretudo, devido à alta densidade populacional e ao aumento dos transportes públicos.

Acredita-se que 10% das residências francesas tiveram problemas com percevejos nos últimos anos, o que muitas vezes requer uma ação de controle de pragas que são custosas e muitas vezes precisam ser repetidas.

Na quinta-feira, a Prefeitura de Paris pediu ajuda ao governo do presidente Emmanuel Macron para combater a infestação, apelando para a criação de uma força especial.

Já a presidente parlamentar do partido de extrema esquerda França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), Mathilde Panot, exigiu nesta sexta-feira um plano de urgência para reconhecer estes insetos "como um problema de saúde pública".

A Agência Sanitária francesa recomendou que a população verifique suas camas de hotéis, em caso de viagens, e que seja cautelosa ao levar móveis ou colchões de segunda mão para suas casas.

As picadas dos percevejos causam irritação, bolhas ou grandes erupções cutâneas e podem provocar coceira intensa, ou reações alérgicas. Também podem gerar confusão mental, insônia, ansiedade e depressão.

Segundo as autoridades francesas, o aparecimento destes insetos, que podem medir até sete milímetros de comprimento, não tem relação com hábitos de higiene.

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Donald Trump lançou a sua carreira política depois de fazer fortuna no setor imobiliário, mas agora que ambiciona retornar à Casa Branca, poderá perder o controle de parte do seu império por inflacionar repetidamente o valor dos seus ativos e ter mentido aos bancos.

Antes do início de um julgamento civil na segunda-feira contra a empresa familiar Trump Organization e sua equipe sênior, incluindo Donald Trump e seus filhos Donald Trump Jr e Eric Trump, o juiz da Suprema Corte do estado de Nova York, Arthur Engoron, deu razão parcialmente à procuradora Letitia James, que iniciou o processo judicial neste caso.

Em uma resolução contundente, o magistrado considera que houve "fraude continuada" e descreve um sistema de supervalorização de ativos relacionados, por exemplo, com a emblemática Trump Tower em Nova York e outras propriedades do grupo – de "812 milhões e 2,2 bilhões de dólares (4 bilhões de reais e 11 bilhões de reais, na cotação atual)" – para negociar empréstimos mais vantajosos com os bancos.

Entre as consequências, ordenou o cancelamento das licenças comerciais de Donald Trump e dos seus filhos no estado de Nova York e pediu às "partes' que propusessem "liquidatários" encarregados de gerir a "dissolução das empresas" em questão.

As empresas afetadas pela denúncia da procuradora-geral controlam alguns dos carros-chefe do bilionário republicano, como a Trump Tower, os seus restaurantes e lojas na prestigiada 5ª Avenida de Manhattan e o arranha-céu quase centenário de Wall Street, no distrito financeiro, que segundo o juiz Engoron foi supervalorizado em "mais de 300 milhões de dólares (1,5 bilhão de reais na cotação atual).

- "Nacionalização" -

"Essa decisão simplesmente põe fim à possibilidade de Trump fazer negócios no estado de Nova York", resume o ex-procurador de Nova York e professor de direito da Pace University, Bennett Gershman.

"Os liquidatários vão gerir os ativos. Isso significa que Trump e a sua organização não poderão fazê-lo", portanto perderão o controle, acrescenta à AFP.

A equipe de Trump anunciou que irá recorrer da decisão judicial, o que surpreendeu muitos especialistas devido ao seu alcance. Para um de seus advogados, Chris Kise, o juiz Engoron quer "nacionalizar um dos impérios corporativos mais prósperos dos Estados Unidos e assumir o controle da propriedade privada, mesmo reconhecendo que não há evidências de falta de pagamento, inadimplência, pagamentos atrasados ou reclamação de danos".

Os advogados de Trump também apresentaram recursos para tentar atrasar o julgamento e reduzir o seu alcance.

Há muita coisa em jogo para o bilionário republicano de 77 anos, que quer regressar à Casa Branca em 2024, e para o seu grupo familiar. Segundo a revista Forbes, em março de 2023, os bens imobiliários em Nova York representavam 720 milhões de dólares (3,6 bilhões de reais na cotação da época) da fortuna do ex-presidente (de um total de 2,5 bilhões de dólares, 12,8 bilhões de reais na mesma cotação).

Fora de Nova York, a Trump Organization está presente em hotéis de luxo, clubes de golfe e clubes privados, como a residência Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida.

- "Golpe duro" -

Para Will Thomas, professor adjunto de Direito Empresarial da Universidade de Michigan, ainda há muitas incógnitas após esta primeira decisão, até porque "os liquidatários vão esperar pelo resultado do julgamento" antes de agir.

Embora o juiz tenha decidido parcialmente a favor da procuradora-geral, ainda deve haver um julgamento para decidir as possíveis sanções financeiras, já que James pede 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual) em indenizações em nome do Estado de Nova York.

Seja como for, a decisão do juiz Engoron, descrito como "perturbado" pelo ex-presidente dos Estados Unidos (2016-2020), representa "um golpe simbólico na história que Donald Trump conta sobre si mesmo como empresário", acrescenta o acadêmico.

"Sabíamos, mesmo antes de ser presidente, que Donald Trump valorizava a sua riqueza como um símbolo do seu talento", lembra o professor. "E o que vimos (na terça-feira) é que um tribunal declarou que não havia dúvidas de que Donald Trump mentiu sistematicamente sobre a sua riqueza, em enormes proporções, de centenas de milhões a bilhões de dólares", acrescenta.

Donald Trump enfrenta acusações criminais em vários outros processos judiciais importantes, incluindo acusações de tentar anular o resultado das eleições presidenciais de 2020, mas continua sendo o favorito nas pesquisas para as primárias republicanas.

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