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Para um mosquito se reproduzir não importa se a água acumulada está em vaso de flor ou em monumento importante. Em tempos chuvosos, todo cuidado é pouco com o Aedes aegypti. "Passei para conhecer o Memorial. Vi que estava coberto de água da chuva, sem escoadouro", conta o militar aposentado Custódio da Maia Valverdes, de 79 anos. O local em questão é o Memorial 17 de Julho, inaugurado em 2012 - cinco anos após o acidente com o voo 3054 da TAM, que deixou 199 mortos.

"Notei o que suponho serem larvas se mexendo na lâmina d'água", acrescenta Valverdes. Preocupado com a situação, ele procurou a reportagem. "O memorial construído à cabeceira do Aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana, para reverenciar as vítimas da tragédia, tornou-se um santuário para mosquitos", diz. "Com o formato de uma grande bacia, ele acumula água da chuva, que se converte em criadouro para larvas de todo tipo de inseto."

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A reportagem visitou o local na tarde de terça-feira, 1º. Moradores da região estavam preocupados. "Hoje mesmo estava comentando como isso aqui parece um prato cheio para os mosquitos", afirma a agente de organização escolar Dalva Muniz, de 42 anos. "A Prefeitura tinha de vigiar locais como este, em que há espelhos d’água, 24 horas", acredita o supervisor de vendas Carlos Barbosa, de 55 anos. "Moramos aqui perto e nunca vimos ninguém cuidando dessa água. É preocupante", afirma a professora Sophie Johnson, de 27 anos. "É um paraíso para o mosquito", completa o piloto Frederico Marinho, de 36 anos.

A Secretaria Municipal da Saúde confirma a preocupação: o Memorial 17 de Julho está cadastrado como ponto estratégico e recebe, de acordo com a pasta, vistorias quinzenais. As últimas teriam sido nos dias 7 e 28 de janeiro e 3 e 15 de fevereiro. Uma nova visita está programada para hoje. "Em nenhuma vistoria foram encontradas larvas e, até o momento, não há casos de dengue nas proximidades", ressalta a secretaria, em nota.

Com relação à limpeza, a Subprefeitura de Santo Amaro informa que os serviços no espelho d’água são feitos uma vez por mês e a próxima limpeza está programada para esta semana. "Não adianta ficar brigando com vasinhos de plantas das velhinhas e deixar a céu aberto uma lâmina de água daquele tamanho", acredita Valverdes, sobre o Memorial 17 de Julho.

Queixa

Para especialistas em patrimônio histórico, monumentos têm de ser melhor tratados na guerra contra o Aedes. "Todo bem de importância histórica, principalmente os tombados, precisa ter manutenção adequada pelo proprietário, seja ele particular, seja ele um órgão público. Em tempos como os atuais, uma atenção especial dessa manutenção tem de ser direcionada a eliminar possíveis focos de mosquito", diz o advogado Adriano Rodrigues de Souza Silva, diretor-geral da Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico. "Imagine um monumento que tem uma cuia, onde acaba sendo retida água da chuva. A manutenção precisa ser reforçada, com funcionários destacados para retirar essa água mais vezes por semana."

Sob esse ponto de vista, muitos monumentos espalhados pela cidade precisariam de um cuidado especial. Como os pequenos vãos existentes no Monumento às Bandeiras, a obra emblemática do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret (1894-1955) que se tornou cartão-postal de São Paulo. Construída com 240 blocos de granito de 50 toneladas, a escultura contém representações de 29 figuras humanas, entre bandeirantes, índios, mamelucos e negros. E é só um exemplo - a capital paulista tem cerca de 440 monumentos. No caso do Monumento às Bandeiras, a Subprefeitura da Vila Mariana afirma que faz limpezas quinzenais - e a próxima está programada para esta semana.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio a uma grave epidemia de arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti e a um surto de microcefalia, os moradores do Recife ganharam, na terça-feira, 1º, novos motivos para preocupação. Servidores de diversas áreas da administração municipal decretaram greve por tempo indeterminado. A medida foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Com os salários atrasados há três meses, os médicos do Hospital Maria Lucinda, localizado no bairro do Parnamirim, na zona norte do Recife, paralisaram os atendimentos. De acordo com a Secretaria de Imprensa da Prefeitura do Recife, pelo menos outras duas unidades de saúde vinculadas à administração municipal tiveram o atendimento prejudicado. Já pelas contas do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais da Administração Direta e Indireta da Cidade do Recife (Sindspre), a paralisação atingiu 34 das 169 unidades do Sistema Municipal de Saúde.

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Os servidores municipais pedem aumento de 13,19% nos salários e mais 18,53% no vale-refeição. O governo oferece propostas que variam de 1,5% até 7,5% - condicionadas à receita.

Outros Estados

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió (Sindspref), Alessandro Fernandes, afirmou que o programa de combate ao Aedes aegypti está parado na capital de Alagoas, por causa da greve dos servidores da saúde, que ocorre desde o dia 22. Os servidores pedem reajuste de 14%. A prefeitura diz que só tem possibilidade de pagar 2% e que o combate ao mosquito está "prejudicado, mas não inviabilizado".

Em Minas, um dos Estados em que a dengue mais preocupa, o Sindicato dos Servidores da Saúde teme que o corte de recursos anunciado pelo governador Fernando Pimentel (PT) afete ações - o governo nega problemas. (Colaboraram Carlos Nealdo e Leonardo Augusto, especiais para AE)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prefeituras de 12 municípios do oeste paulista serão obrigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) a tomar medidas para reduzir o índice de larvas do mosquito Aedes aegypti. Cidades como Aspásia, Fernandópolis, Palmeira D'Oeste, Populina, Rubineia e Três Fronteiras, que tiveram casos de dengue em 2015, voltaram a apresentar alto índice de infestação do mosquito em prédios ou densidade de larvas acima do limite aceitável pelo Ministério da Saúde, segundo o MPF.

Representantes das prefeituras foram convocados para uma reunião com procuradores da República em Jales, na próxima segunda-feira (29). O município de Vitória Brasil, que já registra epidemia de dengue, também foi chamado.

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No ano passado, o MPF abriu inquérito civil para acompanhar as medidas de prevenção e combate ao mosquito em 40 municípios da região. As prefeituras foram obrigadas a realizar mutirões e promover ações para melhorar o atendimento aos pacientes.

No fim de 2015, no entanto, os procuradores constataram que 12 desses municípios já tinham novos casos de dengue ou ostentavam índices elevados de infestação pelo mosquito. Em janeiro, segundo a Secretaria de Saúde do Estado, Fernandópolis notificou 86 casos e confirmou 11. Rubineia teve 15 casos confirmados, Palmeira d'Oeste, 14 suspeitos e um confirmado, e Vitória Brasil, 12 notificados e 3 confirmados.

O prefeito de Goiandira (GO), Erick Marcus (PTB), instituiu o "Dia de Jejum Municipal" contra a dengue na cidade goiana por considerar a infestação pelo mosquito Aedes aegypti tão grave quanto as pragas que assolaram o Egito antigo no tempo dos faraós. "O Aedes não é só a dengue, é também a chikungunya e a microcefalia, que torna uma pessoa um vegetal pelo resto da vida", disse ao jornal O Estado de S.Paulo.

Marcus baixou um decreto no dia 19 de fevereiro conclamando a população e os líderes religiosos a "clamar a Deus por livramento e misericórdia", fazendo jejum das 6 às 12 da última segunda-feira, 22, contra a infestação do mosquito na cidade. Segundo ele, desde o ano passado, o município registrou mais de 600 casos de dengue.

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Evangélico, o prefeito considera a infestação pelo Aedes no Brasil muito preocupante. "Muitas das doenças transmitidas pelo mosquito não são explicadas nem pelos melhores cientistas." Segundo ele, grandes figuras bíblicas fizeram jejum antes de enfrentar grandes desafios. "Eu me inspirei no gesto de Neemias, que jejuou antes de reconstruir as muralhas de Jerusalém."

Marcus ainda não decidiu se vai repetir a edição do decreto em outras ocasiões. Ele disse que seus opositores criticaram a medida, alegando que é demagógica.

"Mas, de forma geral, a recepção foi boa." Para o prefeito, a oração e o jejum são maneiras importantes de combater a dengue, mas não dispensam outros cuidados. "Nós também baixamos decreto impondo multas para terrenos sujos e permitindo a entrada dos agentes em imóveis fechados."

Na cidade de 5.265 habitantes, o pastor evangélico Isaías Vieira de Sousa cumpriu o decreto. Amigo do prefeito, ele pediu que aos fiéis de sua igreja que refletissem sobre a epidemia. Já o padre católico Roberto Bueno, da paróquia Nossa Senhora do Rosário, a principal da cidade, disse que o decreto revela fanatismo. "Deus vai ajudar se ele fizer a parte dele como administrador. Quem está com dengue, se faz jejum, piora e até corre o risco de morrer."

Com a epidemia do zika vírus, a situação de saúde pública no Brasil ainda é alarmante. Até o dia 20 de fevereiro já foram notificados, apenas no Estado de Pernambuco, 1.601 casos de microcefalia. Desse total de notificações, 620 casos, cerca de 38,7%, atendem a parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) para microcefalia, identificando a malformação no crânio de bebês medindo 32 centímetros ou menos. 

No Brasil,  já são 583 casos confirmados de bebês com microcefalia ou alterações no sistema nervoso central, segundo o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (23). Em Pernambuco, o estado com maior número de casos confirmados, já são - desde agosto do ano passado - 209 casos da deficiência confirmados, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (SES).

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No Estado, também foram registrados 11 casos de bebês natimortos, quando o bebê morre dentro da barriga ou durante o parto, e sete que vieram a óbito logo após o nascimento. Apesar dos óbitos acontecerem num período crítico da saúde pública,  a SES destacou que nenhum dos casos teve microcefalia como causa básica de morte. Os óbitos foram de residentes dos municípios de Recife (3), Ipojuca (3), Araripina (1), Belo Jardim (1), Bodocó (1), Caruaru (1), Floresta (1), Goiana (1), Ipubi (1), Olinda (1), Ouricuri (1), Petrolina (1), São Caetano (1) e São Lourenço da Mata (1).

Desde dezembro de 2015 até o dia 20 de fevereiro de 2016, 102 municípios do Estado já notificaram 1.893 casos de gestantes com exantemas. Desse total, 15 gestantes apresentam confirmação de microcefalia intraútero. De acordo com a SES, o exantema também não é indicativo que a mulher terá um bebê com microcefalia, já que outros fatores podem ter ocasionado as manchas vermelhas na pele como a rubéola, intoxicação, alergia ou alguma outra virose.

Em Pernambuco, o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz confirmou 58 casos de microcefalia relacionados ao vírus zika por detecção do anticorpo IgM no líquido céfalorraquidiano, encontrado no cérebro e medula espinhal. Os reagentes foram fornecidos pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC). Outros 12 casos deram negativos, totalizando 70 testes realizados. 

Chikungunya e Zika

Entre os dias 3 de janeiro e 20 de fevereiro de 2016, já foram notificados 3.920 casos suspeitos de chikungunya em 127 municípios de Pernambuco. Desses, 154 já foram confirmados. No mesmo período, já foram notificados 2.840 casos suspeitos de zika e de acordo com a SES ainda não há confirmações de casos em 2016.

O número de casos confirmados de dengue em janeiro teve aumento de 16,4% na capital paulista em relação ao mesmo período de 2015. Segundo os dados apresentados nesta terça-feira, 23, pela Secretaria Municipal da Saúde, os registros saltaram de 710 para 827. No primeiro mês deste ano, houve 5.877 notificações, ante 2.406 em 2015. A zona leste da cidade concentra o maior número de ocorrências, segundo a pasta.

Os números ainda mostram avanço da dengue na capital entre a terceira e a quarta semana de janeiro. As notificações aumentaram 44,57% e as confirmações, 56,62%.

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"O cenário de mais casos está relacionado com a falta d’água, o aumento da temperatura e a maior resistência do mosquito", afirmou o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha. Para ele, também há relação com mudanças de hábitos e a ação de profissionais de saúde. "A população está mais preocupada e atenta não só com os quadros de dengue, mas com relação ao zika e à chikungunya. A nossa população procura mais as unidades de saúde. Como a Prefeitura colocou o teste rápido em todas as unidades e orientou os profissionais, tem uma procura maior, o que aumenta a notificação." Por enquanto, não há registro de mortes por dengue no Município.

Procuradas para falar sobre a relação entre crise hídrica e dengue, a Secretaria da Saúde do Estado e a Sabesp optaram por não se pronunciar.

Presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, Artur Timerman diz que a procura da população existe, mas seu efeito em estatísticas pode ser considerado inexpressivo. "Quem tem dengue, quando a doença se manifesta, não consegue ficar em casa, porque tem febre muito alta e dor. Isso pode ter um papel, mas seria pouco expressivo."

Durante a apresentação do balanço, o secretário informou que 382.278 imóveis foram visitados até o dia 22 e, ao todo, foram encontrados 552.455 recipientes que poderiam receber criadouros do Aedes aegypti.

Zona leste

No levantamento da secretaria, a zona leste da capital aparece com mais casos. O distrito que encabeça a lista é Lajeado, com 68 registros - em janeiro de 2015, não houve nenhum. Ainda na região, destacam-se Penha (35), Parque do Carmo (24), Itaquera (23), Itaim (19) e Cangaíba (18).

Infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn diz que o verão mais chuvoso em relação ao do ano passado, além do menor número de pessoas infectadas na última epidemia, podem ter contribuído. "O volume de chuvas é maior neste ano do que no ano passado e isso causa um empoçamento de água e a zona leste é um palco para enchentes e inundações. Outro fator é que a região enfrentou menor concentração de dengue em relação à zona norte, que teve empenho maior de controle de focos. O mosquito encontrou uma população no leste sem imunização."

Timerman completa que a presença do tipo 4 da dengue também interfere nos registros. "Nos últimos dois anos, está prevalecendo o sorotipo 1, mas com a introdução do 4, temos um aumento dos casos", observou. Segundo o especialista, esse aumento se dá porque, ao ter um tipo de dengue, a pessoa fica imune a ele, mas ainda pode ter infecções pelos outros três sorotipos.

A zona leste será a primeira a receber duas tendas da dengue para atendimento de pacientes, a partir de hoje. Elas serão instaladas em Lajeado e em Cangaíba. "Um dos critérios é que os hospitais da região estejam 40% ocupados com atendimentos de pacientes com dengue, mas não esperamos chegar a essa situação", diz Padilha.

No ano passado, dez tendas foram instaladas na capital, em maior número na zona norte, que teve o maior número de registros. Para este ano, estão previstas ao menos 14. Elas vão funcionar das 8 às 18 horas e vão fazer 150 atendimentos por dia.

Zika

Até o momento, nenhum caso autóctone de vírus zika foi registrado na cidade. Há 47 notificações, com quatro casos importados e três de pessoas de outros municípios atendidas na capital - nenhum deles era gestante. Há três relatos descartados e os demais continuam em investigação.

O número de casos de microcefalia com possível relação com o vírus continua em seis, dos quais três foram de gestantes que vieram do Nordeste, uma mulher que viajou para Indaiatuba, no interior paulista, e duas que também viajaram por vários municípios do Estado de São Paulo com surto.

Chikungunya

Há dois casos autóctones de febre chikungunya confirmados. As vítimas são dois idosos moradores do Sacomã, zona sul. Foram notificadas 236 ocorrências, das quais 11 foram confirmadas e 212 estão em investigação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um aplicativo para celular criado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permite à população apontar focos de mosquito e locais em que há casos de dengue, zika ou chikungunya. O Observatório do Aedes aegypti funciona como um aplicativo de trânsito - as informações dos usuários ajudam a montar o mapa das regiões com maior concentração de insetos. Os dados são encaminhados para as prefeituras de todo o País e é possível, ainda, acompanhar se os órgãos públicos tomaram providências e quanto tempo levaram.

"Desenvolvemos o aplicativo para que a população possa denunciar tanto o foco quanto casos suspeitos. Quando eu tenho a informação de que na mesma região há foco do mosquito e de pessoa doente, esse é um indicativo forte de que pode haver um surto ali. Porque o foco indica apenas o risco da doença. O sistema faz esses cruzamentos", explica Ricardo Valentim, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais). "O aplicativo vai acompanhar desde o registro até a resolução. E se não for resolvido, o cidadão pode pegar aquele registro e procurar outro órgão, que ajude nesse processo de fiscalização. Será uma grande ferramenta também para os Ministérios Públicos".

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Bolsistas de iniciação científica atuam como monitores do Observatório da Dengue. Eles encaminham os dados por e-mail para as prefeituras de regiões que fizeram denúncia. Depois de uma semana, eles entram em contato com alguns usuários para saber se o problema foi resolvido. Valentim apresentou nesta terça-feira (23) o projeto para a assessoria técnica do Ministério da Saúde e para a Secretaria de Vigilância em Saúde. "Se o ministério encampar o aplicativo, essa comunicação com as prefeituras ganha mais agilidade. Vai deixar de ser manual e para se tornar integrada", afirma Valentim.

Lançado no Rio Grande do Norte, o aplicativo recebeu contribuições principalmente daquele Estado. Mas moradores de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Espírito Santo estão entre os que denunciaram focos de mosquito e informaram casos da doença. Foi o caso de uma estudante de 26 anos, moradora do bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre (RS). "Tem uma piscina do lado de casa que está abandonada há bastante tempo. Os moradores não têm cuidado, não colocam cloro. A água está parada e bem verde. Não tivemos dengue, nem zika, mas estou preocupada", disse a estudante, que prefere não se identificar para evitar conflito com os vizinhos. Ela fez a denúncia na semana passada, mas ainda não teve retorno.

Para Valetim, o aplicativo pode ajudar, inclusive, os gestores da área da saúde. "Hoje o processo é todo manual. Entre um agente de endemias identificar o foco e essa informação chegar ao gestor, leva três meses. Três meses é tempo suficiente para haver um surto numa região".

Os últimos dados disponíveis do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que aponta a proporção de casas infestadas pelo mosquito, são de outubro - 4% das residências tinham larvas do Aedes. Desde novembro, militares, agente de saúde e de endemias fazem visitas aos domicílios para eliminar focos e orientar moradores. A meta é vistoriar todas as residências do País - 40,9% dos imóveis do Brasil receberam essas visitas. Por conta desse trabalho, não haverá atualização do LIRAa, em março. Mas o Ministério da Saúde informa que não há perda de informação. As equipes também estão informando quantas casas vistoriadas tinham focos do Aedes aegypti (3,77%), ainda que adotando modelo diferente para captar os dados. A meta é reduzir a infestação para 1%.

As Forças Armadas encontraram 64,2 mil focos de Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya nos mais de 781,8 mil imóveis visitados em todo o País, segundo um balanço desta sexta-feira, 20, divulgado pelo Ministério da Defesa. Esses pontos que foram eliminados representam 8,2% do total de locais inspecionados.

O número de checagens feitas pelo Exército, a Marinha e a Força Aérea Brasileira levam em conta apenas os imóveis comerciais e residenciais em que os militares conseguiram entrar. Se todas as portas estivessem abertas, a quantidade aumentaria para 951,8 mil, mas 16,1% estavam fechados.

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Os dados compreendem um período de quatro dias, intervalo que as Forças Armadas participaram junto com agentes de saúde em 290 municípios de todos os Estados do Brasil. Ao todo, 55.394 militares participaram das ações que também contaram com a aplicação de larvicidas.

São Paulo

Em São Paulo, as mulheres e homens das Forças Armadas estiveram em 59,7 mil imóveis e localizaram focos do inseto em 22% deles. Um dos locais que mais preocupa é a cidade de Guarulhos, na Região Metropolitana. No município, as equipes da Aeronáutica encontraram quatro pontos de reprodução do mosquito em cada casa inspecionada.

A presidente Dilma Rousseff visitou nesta sexta-feira, 19, uma fábrica de mosquitos transgênicos do Aedes aegypti. O método tem sido apontado como uma das alternativas na luta contra a proliferação do vírus da zika pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dilma conheceu o laboratório em Juazeiro (BA) onde mosquitos machos são alterados geneticamente e, quando soltos na natureza para se reproduzirem, transmitem um gene mortal que faz com que os mosquitos gerados morram ainda na fase de larva.

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"Explicando simplificadamente, é controle de natalidade aplicada a insetos", diz o diretor da Moscamed, Jair Fernandes Virginio. Segundo ele, esse método é parecido com a técnica do inseto estéril, que é usada desde a década de 1950 e consiste na produção em grande escala de mosquitos estéreis para liberá-los na área em que a espécie é uma praga.

Quando estes mosquitos se reproduzem com a fêmea natural, não são gerados filhotes ou, como acontece neste caso, esses filhotes não conseguem sobreviver.

Na fábrica de Juazeiro, a pesquisas com o Aedes acontecem desde 2010 em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e com financiamento do governo da Bahia, que já investiu quase R$ 6 milhões no projeto.

A técnica já foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e está em fase de testes. O projeto piloto foi instalado na cidade baiana de Jacobina e os resultados iniciais demonstraram uma redução média aproximada de 80% no número de ovos do mosquito.

Até a metade do ano, a Moscamed vai começar uma nova pesquisa com mosquitos estéreis fornecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Não há, no entanto, uma previsão de quando esse tipo de experimento poderá ser aplicado em larga escala no Brasil.

Virginio, porém, sustenta que, diante da epidemia de zika no mundo, é cada vez mais importante investir em estudos como esse, porque não se pode abrir mão de nenhuma tecnologia que ajude no combate ao mosquito que também transmite a dengue e a chikungunya.

"Nós temos que trabalhar com o somatório de todas as tecnologias. Eu brinco que, se alguém conhecer um menino bom de estilingue, tem de convidá-lo para participar do combate, porque nós não podemos preterir de nenhuma tecnologia", afirmou.

Animada com o que considerou "bem sucedida" operação do último sábado, realizada no País inteiro, o "Zika Day", a presidente Dilma Rousseff decidiu repetir a mobilização. A ação agora será em escolas públicas dos 27 Estados, com a participação novamente de todo os ministros, em mais um dia de conscientização da necessidade de eliminação dos criadouros do mosquito aedes aegypti. Será uma espécie de "arrastão da educação" contra a zika, disse um dos ministros que participou da reunião com a presidente.

A ideia, desta vez, é que ministros casem agendas fora da capital com visitas a escolas públicas de primeiro, segundo ou terceiro graus, em diversos municípios. Mais uma vez, a presidente não quer que as autoridades visitem locais de suas bases políticas, mas em municípios diferentes.

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A presidente Dilma, por exemplo, irá a Pernambuco, onde terá duas agendas. Uma em Petrolina (PE), de entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida, e, em seguida, a previsão é que atravesse a ponte da cidade e vá para Juazeiro, na Bahia, onde visita uma escola pública para fazer uma breve palestra para os alunos. Não está decidido ainda o formato de como isso acontecerá e nem mesmo o local exato. A presidente poderá visitar ainda uma biofábrica, que trabalha no controle da transmissão da doença. No final da tarde desta quarta-feira, a presidente se reunirá novamente com vários ministros, no Palácio do Planalto, quando será definido o roteiro a ser cumprido por todos eles.

Esta nova ação de sexta-feira, 19, está sendo coordenada em conjunto pela Casa Civil e o Ministério da Educação. O ministro Aloizio Mercadante já conversou com vários governadores, prefeitos das principais das capitais e alguns secretários estaduais e municipais, para desencadear a operação de repasse de informação a alunos, professores e trabalhadores dos estabelecimentos, pela capilaridade que uma escola tem. A avaliação é que este mecanismo poderá atingir 60 milhões de pessoas, ajudando na conscientização da população.

Na ação de ministros nas escolas, eles estarão sempre ao lado de uma autoridade militar e de um agente de endemia, para esclarecer alguma dúvida que as pessoas tenham sobre o combate ao mosquito. Além da "aula" que os ministros irão dar sobre a necessidade de prevenção contra o Aedes aegypti, a intenção é apresentar um filmete mostrando onde é que pode estar o perigo, que será apresentado pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva. O filmete deve aproveitar a ideia lançada no Ceará que apresentou, em maquetes, duas casas, com os mesmos objetos à mostra, informando sobre os perigos de cada um deles e como você pode manter em sua casa caixa d'água e pneus protegidos de criadouros de larvas do mosquito. Por exemplo, mostraria uma calha entupida, que pode ser um foco de larva de mosquito, ao mesmo tempo que apresentará uma caixa d'água coberta, que poderia ser mantida em casa sem problema, se os cuidados forem tomados.

A presidente se mantém empenhada no acompanhamento da epidemia de doenças provocadas pelo mosquito no País. Na reunião de segunda-feira, Dilma chegou a pedir ao ministro da Saúde, Marcelo Castro, com quem tem se reunido quase que diariamente, que explicasse didaticamente se há mesmo relação direta entre o zika e a microcefalia. Ao fazer o balanço sobre do "zika day", Marcelo Castro afirmou que "não há dúvidas" por parte do governo federal de que a epidemia de microcefalia é uma consequência direta do surto da zika em algumas regiões do Brasil e citou os diversos dados divulgados pelos pesquisadores nos últimos tempos que comprovariam a tese.

No último sábado, ministros foram distribuídos em várias cidades do País na campanha nacional pelo "zika zero". A presidente Dilma participou da campanha indo ao Rio de Janeiro, onde percorreu casas na cidade onde há preocupação do governo com a proliferação do mosquito por causa da Olimpíada. Neste dia, 220 mil homens das Forças Armadas ajudaram na distribuição de panfletos e dando explicações de como combater o mosquito. De segunda até quinta-feira, está em curso a segunda etapa da mobilização, com 55 mil militares percorrendo casas ao lado de agentes de saúde, para ajudar na limpeza e combate aos criadouros e colocação de larvicidas. Na sexta, será realizada a terceira etapa, com o dia dos ministros nas escolas públicas do País.

Militares da Marinha fizeram operação de caça aos focos de Aedes aegypti, na manhã desta terça-feira (16), em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro. Oito grupos compostos por três militares navais e um agente de vigilância em saúde bateram na portas de casas da região para fazer a fiscalização. Em uma delas, na Praça José Eusébio, foram encontradas pelo menos dez larvas de mosquito, dentro de uma piscina. Elas foram coletadas para serem analisadas se são os transmissores da dengue.

Em outra casa vizinha, um morador esvaziou a piscina de 10 mil litros, assim que a comissão chegou ao local. Os militares e agentes, porém, não distribuíram cloro para os moradores tratarem a água, nem forneceram informações sobre a dosagem apropriada. Apenas orientaram a esvaziá-la.

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Para os agentes, muitos moradores são reincidentes na proliferação de larvas de mosquito por encher novamente as piscinas e não tratarem a água.

Segundo o capitão-de-mar-e-guerra que coordena a ação na zona oeste, Luís Campos Mello, nos últimos dias 13 e 15, foram encontrados 200 possíveis focos de dengue em 1 mil residências vistoriadas.

"O resultado da operação tem sido bastante positivo. Estamos encontrando pouquíssimas resistências para entramos nas casas. A população tem aceitado bem as informações", afirmou o capitão. Os militares também distribuíram para os moradores folhetos com precauções para não deixar água parada.

Outras localidades, como o município de Itaguaí, também estão sendo vistoriadas nesta manhã.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) já esclareceu que a suposta relação entre o larvicida pyriproxifen e a microcefalia não passa de um "mal entendido", mas, ainda assim, dois Estados optaram por interromper o uso do químico na água potável. O governo do Rio Grande do Sul afirmou que a medida foi tomada "por precaução". Já o Pará apenas informa que "o produto foi suspenso até segunda ordem".

O pyriproxifen tem a capacidade de parar o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, impedindo que ele chegue à fase adulta e se torne um transmissor de doenças como a dengue, a chikungunya e a zika. Tem sido recomendado desde 2014 pelo Ministério da Saúde "em situações especiais", ou seja, locais em que há necessidade de armazenamento de água sem a possibilidade de proteção física.

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Nesta semana, um relatório da Rede Universitária de Ambiente e Saúde (Reduas), um grupo de médicos e professores argentinos contrários ao uso de agrotóxicos, citou erroneamente uma nota técnica da Abrasco, sugerindo que a substância poderia estar associada à alta de casos de microcefalia - já são mais de 3,8 mil sob investigação no País, segundo boletim epidemiológico mais recente. A entidade brasileira rebateu a informação, dizendo-se mal interpretada.

"Em nenhum momento (a nota) estabelece uma relação de causalidade entre microcefalia e o uso desses venenos, mas indica (...) que não há evidências de que esse programa esteja resolvendo o problema da infestação do mosquito e da incidência das doenças a ele relacionadas. Além disso, gasta os parcos recursos da saúde pública de forma descabida, ao mesmo tempo em que expõe as pessoas a situações de risco por exposição a substâncias químicas ainda não devidamente estudadas", diz o comunicado.

O Ministério da Saúde garante que o pyriproxifen é seguro, destacando que somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que os produtos passam por um "rigoroso processo de avaliação", sendo certificados também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com a OMS, o químico não tem ações carcinogênicas ou tóxicas a humanos. O ministério adquire o produto e o repassa aos Estados, mas salienta que os governos têm autonomia para, caso queiram, desenvolver estratégias alternativas de combate ao mosquito.

O governo de Alagoas afirmou que "a gestão estadual analisa o caso", mas ainda não decidiu suspender o uso do químico. Na Bahia, "há estoque até abril" e a aplicação do larvicida também está garantida. Roraima "não trabalha com a hipótese de descartar o uso do produto". Outros 10 Estados (CE, MG, ES, GO, MA, MT, PE, PI, PR e RJ) e o Distrito Federal também afirmaram seguir as orientações do Ministério da Saúde.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco esclareceu, em nota, que o larvicida também é utilizado no controle de mosquitos e moscas domésticas, "ambos também relacionados a problemas de saúde pública" e relembrou que, "no Recife, responsável pela maior quantidade de casos notificados, prováveis e confirmados de microcefalia, nunca houve uso do pyriproxifen".

Já no RS, apenas a "hipótese" levantada pela organização argentina de que a substância poderia "potencializar a malformação cerebral causada pelo zika vírus" foi suficiente para suspender temporariamente o larvicida. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a substância era utilizada em "pequena escala", apenas quando não havia possibilidade de evitar o acúmulo de água nem remover os recipientes, como nos casos de chafarizes e vasos de cimento em cemitérios.

"Nosso foco prioritário tem que ser evitar o criadouro, sem o uso de produtos químicos, dando preferência aos métodos mecânicos", afirmou o secretário, João Gabbardo. O governo do Pará não deu detalhes sobre a suspensão do uso do produto.

Algumas horas após a primeira reunião de coordenação política de 2016 com a presidente Dilma Rousseff, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), anunciou uma nova mobilização nacional contra o Aedes aegypti na próxima sexta-feira, 19.

De acordo com Guimarães, o combate ao mosquito, que é vetor dos vírus da dengue, febre chikungunya e do zika, é a maior preocupação do Palácio do Planalto e foi a principal pauta do encontro desta segunda-feira, 15. "Não é uma campanha de governo, e sim da sociedade brasileira", disse.

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"Para a nova mobilização, todos os ministros estão sendo chamados mais uma vez para dar aulas e apresentar campanhas práticas. O objetivo é permitir que a população possa participar individualmente na sua casa, dando a sua contribuição", explicou Guimarães.

A última ação nacional foi realizada neste sábado, 13. Para ele, o balanço do ato foi "muito forte e positivo", principalmente por causa da velocidade com que a campanha foi planejada e realizada. Fato que, segundo o petista, deve ser destacado por "todos aqueles que querem eliminar o mosquito".

Neste sábado, 13, todos os 31 ministros foram convocados a escolher uma cidade e demonstrar apoio público à mobilização. Apenas dois deles não conseguiram participar presencialmente, mas foram representados pelos secretários-executivos das pastas.

A presidente Dilma participou da campanha no Rio de Janeiro. Ao todo, 220 mil militares das Forças Armadas atuaram em 356 cidades de todo o País. A campanha atingiu mais de dois milhões de residências e consistiu na entrega de panfletos e conscientização sobre como eliminar os focos do Aedes aegypti.

Pesquisadores do Instituto de Biotecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, interior de São Paulo, isolaram bactérias que podem funcionar como agentes antidengue. Eles também desenvolveram em laboratório linhagens transgênicas do Aedes aegypti, com características diferentes do mosquito criado pela inglesa Oxitec. Desde o fim do ano passado, os estudos estão sendo expandidos para o vírus zika.

A pesquisa, desenvolvida em parceria com grupos das universidades inglesas de Keele e Imperial College London e apoio da Fapesp, busca formas de neutralizar o vírus dessas doenças no organismo do mosquito transmissor. De acordo com o pesquisador Jayme Souza-Neto, coordenador do laboratório de vetores da universidade, o estudo investiga o vírus quando chega ao intestino do mosquito, após o inseto se alimentar com o sangue infectado. "Quando o vírus consegue sair do intestino e chegar à glândulas salivares, o mosquito se torna transmissor da doença. Nosso interesse é desvendar a interação entre as defesas imunológicas do inseto e os micróbios que o colonizam e criar barreiras para impedir essa travessia", explicou.

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O estudo está identificando bactérias e genes com propriedades antidengue, ou seja, que tenham habilidade de impedir a replicação do vírus no Aedes. Os testes para o bloqueio do vírus já foram iniciados no mosquito e in vitro. "Estamos iniciando a geração de linhagens de Aedes aegypti geneticamente modificadas, em que alguns genes não funcionam. A ideia é gerar linhagens que se tornem resistentes ao vírus. Mais recentemente expandimos esses mesmos estudos para o vírus zika."

De acordo com o pesquisador, o uso de bactérias contra o Aedes pode ser feito diretamente no ambiente. "Se encontramos bactérias do próprio mosquito com propriedades antidengue, podemos produzi-las em larga escala e borrifá-las na natureza. Os mosquitos que tiverem contato com essa bactéria podem se tornar resistentes ao vírus, o que reduziria a transmissão." Também estão sendo isolados produtos bacterianos que neutralizam o vírus para suprir a lacuna de medicamentos para dengue. "Esses produtos são candidatos potenciais ao desenvolvimento de um tratamento específico para a dengue." Segundo ele, os mesmos princípios podem ser usados para controlar outras arboviroses, como a zika.

No Brasil, foi inaugurada em 2014, pela empresa britânica Oxitec, a primeira fábrica de Aedes transgênicos. Nesse caso, porém, a modificação genética não altera a capacidade do inseto de se defender da doença, mas faz com que sua prole seja inviável. De acordo com Souza-Neto, as estratégias são complementares, assim como as outras medidas para o controle do vetor, entre elas a eliminação dos criadouros. "É importante que a população não interprete as inovações científicas como a solução de todos os problemas, até porque as pesquisas exigem tempo. As estratégias devem trabalhar de maneira integrada."

Um homem de 65 anos foi o primeiro registro de morte provocado por dengue em Curitiba. O caso foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde que, no entanto, afirma que a doença teria sido contraída durante uma viagem que fez ao Paraguai.

José Flauzino Gomes estava internado desde o último dia 4 no Hospital São Vicente, em Curitiba. A doença evoluiu para a forma hemorrágica e o paciente entrou em óbito na madrugada desta terça-feira (9).

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No boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde de Curitiba no último dia 5, estavam registrados 106 casos de dengue na capital do Paraná - todos importados. De acordo com o mesmo boletim, Curitiba ainda não registrou casos autóctones neste ano. Mesmo assim, o número de registros dobrou de uma semana para outra.

No último dia 5, foi confirmado o primeiro caso de zika vírus na cidade. A paciente é uma mulher que teria contraído a doença durante uma viagem ao Rio de Janeiro. Em 2015, foram registrados outros dois casos de zika, também importados. Curitiba ainda não teve casos de febre chikungunya neste ano, mas registrou dois em 2015.

O secretário municipal de Saúde, César Titton, explicou que, a cada caso notificado, as equipes realizam bloqueios no entorno da residência da pessoa infectada.

Embora tenha colocado como prioridade o desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus, o Ministério da Saúde ainda não repassou verbas para esse fim ao Instituto Butantã, um dos três centros de pesquisa brasileiros engajados na criação de um imunizante contra a doença. A afirmação é de Jorge Kalil, diretor do instituto, que em 15 de janeiro se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, para estabelecer detalhes da parceria. Na ocasião, ficou acordado que a pasta repassaria R$ 30 milhões para as primeiras ações da pesquisa, o que ainda não aconteceu. A demora foi revelada ontem pela BBC Brasil.

"O ministro não deu prazo, mas disse que faria o mais rápido possível. O ministério está dando apoio às questões do zika, mas o sistema é burocrático, tem milhares de papéis, milhares de comprovantes que são absolutamente ridículos. A gente perde agilidade e estamos em uma urgência", diz Kalil. Ele também afirmou que aguarda o repasse federal de R$ 300 milhões para a realização da fase 3 da pesquisa da vacina contra a dengue.

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Segundo o ministério, a proposta de desenvolvimento de uma vacina contra o zika ainda está em elaboração. A pasta afirmou "que o pré-projeto somente foi enviado pelo laboratório após a reunião realizada no dia 15 de janeiro" Disse ainda que o documento vai prever recursos para a fase 3 da vacina contra a dengue.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na zona norte, intensificou nessa quarta, 4, o trabalho de combate a focos do mosquito Aedes aegypti nos terminais de embarque e desembarque de passageiros. Houve o aumento do número de agentes que aplicam substâncias derivadas de cloro em locais que acumulam água e nas lixeiras no aeroporto. Agora, são oito profissionais: quatro agentes no turno da manhã/tarde e outros quatro no tarde/noite.

Também foi criada a Comissão de Combate ao Mosquito, composta por funcionários do aeroporto que integram as equipes de manutenção, sustentabilidade, segurança do trabalho e saúde e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que atuam como "fiscais oculares". Eles percorrem o aeroporto para verificar possíveis focos de dengue.

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O carro do "fumacê" tem passado com mais frequência ao redor dos terminais, segundo a assessoria de imprensa do aeroporto, nos primeiros horários da manhã, quando o movimento de passageiros é menor, assim, não há tanto incômodo causado pelo cheiro do produto inseticida. Na área externa do aeroporto, agentes estão inserindo iscas do mosquito para fazer a análise de prevenção e estatística.

Não havia nessa quarta, 4, no Aeroporto Internacional nenhum aviso sobre prevenção do mosquito ou advertências aos turistas, como placas ou avisos sonoros. A assessoria do aeroporto informou que está sendo produzida uma campanha de prevenção com o objetivo de alertar passageiros, principalmente turistas grávidas que desembarcam no Rio, para a necessidade de usar repelentes e roupas cobertas.

Na solenidade de entrega de 20 carros empregados no combate ao Aedes Aegypti a 20 municípios do Estado do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou que, na segunda quinzena deste mês, 600 bombeiros ajudarão os vigilantes sanitários nas ações de prevenção.

"Os bombeiros são bem recebidos em todas as comunidades, vão ajudar muito", afirmou o governador.

Presentes à entrega dos carros do "fumacê", o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame e o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Junior, chamaram atenção para o fato de que o Aedes "é um mosquito domiciliar". "É fundamental que o combate se dê dentro das residências", afirmou Teixeira.

Nesta sexta-feira (5), agentes de combate às endemias e arte-educadores, da Secretaria de Saúde de Olinda, saem às ruas com o bloco Enterro do Mosquito. A ideia é atrair a atenção da população para a necessidade de prevenir e eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti no município. O cortejo, que tem concentração na Praça do Carmo e saída marcada para as 8h30, percorre as principais ruas do Sítio Histórico.

Mesmo durante o Carnaval, equipes de combate às endemias estarão nas ruas inspecionando as residências da Cidade Alta. O trabalho acontece no período da manhã quando a circulação de foliões ainda é baixa. Nas duas últimas semanas, o serviço tem tido o apoio do exercito para alcançar o maior número de casas possível, eliminando assim possíveis focos do Aedes Aegypti. Nesta quarta e quinta-feira, dias 03 e 04 de fevereiro, ouve o reforço com a aplicação de UBV-pesada (carro fumacê) nos bairros Guadalupe, Monte, Bonsucesso, Amparo e Amaro Branco, localidades com maiores índices de infestação do mosquito.

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Em 2016, Olinda notificou 104 casos de dengue com 22 confirmações; 748 notificações de chikungunya com 321 confirmações e 42 notificações de microcefalia. Atualmente, o município tem a pontuação 1.4 no Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). Isso significa que a cada 100 residências visitadas foram encontrados 1.4 focos do Aedes aegypti.

Serviço:

Enterro do Mosquito

Sexta-feira (05), às 8h30

Praça do Carmo

Após anunciar facilidade na troca de passagens para grávidas com destino a países com epidemia de zika, companhias aéreas passaram agora a alertar os passageiros sobre os cuidados necessários em relação ao vírus.

A Gol informou que, desde a terça-feira (2) avisos sonoros estão sendo feitos dentro de todos os voos da empresa. "Autoridades de saúde estão em constante ação de combate ao mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya. Como medida de prevenção, recomenda-se o uso de repelentes e, se possível, a utilização de roupas leves que protejam a maior parte do corpo", diz o comunicado. A companhia ainda indica que os clientes procurem um médico caso apareçam sintomas como febre, manchas vermelhas na pele e dores musculares dentro de 15 dias.

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A Air France também passou a emitir avisos sonoros "para as regiões afetadas" para avisar os passageiros sobre as medidas de precaução. "A tripulação também foi informada sobre as mesmas medidas cautelares", disse a empresa em nota. Já a TAM está divulgando informações em seu site e orientando funcionários sobre como evitar a contaminação, combater o mosquito e monitorar sintomas.

Azul, Avianca, KLM e American Airlines disseram que, por enquanto, não vão tomar essa atitude. Na semana passada, aéreas divulgaram que gestantes teriam facilidade na troca de passagem aérea para países afetados pelo zika ou até reembolso integral da tarifa.

Avisos também serão feitos a quem chega ao País pelo mar. O Píer Mauá, na zona portuária do Rio, informou que começará amanhã campanha de alerta sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti aos passageiros dos navios que atracam. O uso de repelentes será incentivado e panfletos com informações sobre prevenção serão distribuídos no desembarque.

O píer vai fazer campanha de conscientização em sua página no Facebook, com textos e imagens com dicas de prevenção. E informou que fiscaliza regularmente possíveis focos do mosquito.

Turismo

O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que declarou a microcefalia como emergência internacional anteontem, ainda não afetou o turismo no Rio. As irmãs inglesas Nikki, Malanie e Natasha Kirycuk, de 21, 23 e 24 anos, que visitavam o Pão de Açúcar, zona sul, disseram que, por não estar grávidas, não temem o vírus. "Soubemos que os sintomas não são tão graves, parecem com os de uma gripe comum. Mas levamos muitas picadas", disse Nikki.

A coreana Sara Kang, de 25 anos, afirmou que não se preocupou com o alerta, mas a reação da família foi diferente. "Como estou sozinha, os parentes já me mandaram várias mensagens perguntando se eu estou me prevenindo com repelentes." O produto ainda ganhou presença cativa na bolsa da escocesa Karen McGeough, de 51 anos. "Trouxe da Escócia quando soube da epidemia. Mas, como comprei as passagens em novembro, não ia deixar de viajar por causa disso."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante o mês de janeiro de 2016, o número de casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro foi 150% maior do que no mesmo período de 2015. Foram 6.467 casos neste ano contra 2.586 em 2015.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde. Ninguém morreu, segundo o órgão.

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As notificações foram compiladas a partir de dados inseridos no sistema pelos municípios de todo o Estado até as 16 horas desta terça-feira.

Ao longo de todo o ano de 2015 foram registrados 69.516 casos suspeitos de dengue no estado do Rio de Janeiro, com 23 óbitos, nos municípios de Barra Mansa (1), Campos dos Goytacazes (4), Itatiaia (1), Miracema (1), Paraty (2), Piraí (1), Porto Real (2), Quatis (1), Resende (8), Volta Redonda (1) e Rio de Janeiro (1).

Os casos de janeiro deste ano correspondem a 9,3% do total de registros de 2015.

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