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O dólar voltou a cair e fechou nesta terça-feira, 24, no menor nível em mais de um mês, a R$ 3,7439 (-1,03%), cotação mais baixa desde 18 de junho. O cenário externo favorável e a perspectiva das mesas de operação de que a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ganhe fôlego com o apoio dos partidos do Centrão, que deve ser anunciado formalmente na quinta-feira, estimularam as vendas da moeda norte-americana. Operadores relatam que há ainda um movimento de agentes se desfazendo de operações compradas de dólar, incluindo alguns fundos estrangeiros.

Nas mesas de câmbio, os profissionais gostaram da entrevista que Alckmin deu ontem à noite no programa da TV Cultura, Roda Viva, e segundo o diretor de uma gestora estrangeira de recursos, se o empresário Josué Gomes, filho de José de Alencar, aceitar ser vice do tucano, os mercados podem ter nova onda de melhora. Uma das leituras é que Gomes, por ter tido um pai que foi vice no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, teria mais trânsito no PT no caso de se discutir a votação das reformas no Congresso. Tanto que o PT quer Gomes em sua chapa ou no governo mineiro ou na eleição presidencial. Hoje, a executiva nacional do PR, partido de Josué Gomes, divulgou nota negando que ele tenha recusado ser o vice na chapa de Alckmin.

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Na avaliação do operador de câmbio da corretora Spinelli, José Carlos Amado, os agentes aproveitaram o cenário mais tranquilo aqui e lá fora nesta terça-feira para se desfazer de posições compradas em câmbio. Além disso, a sinalização é a de que houve entrada de recursos externos. Os apoios conseguidos por Alckmin ajudaram a acalmar o mercado, mas Amado ressalta que o quadro político ainda segue muito indefinido e a queda do dólar pode não se sustentar nos próximos dias. "É mais fácil o mercado enxergar um piso do que um teto para o dólar", disse ele.

Para os estrategistas da Icatu Vanguarda, o cenário externo e as eleições devem continuar ditando a dinâmica dos ativos locais nos próximos dias, já que deve prosseguir a tendência de recuperação lenta do Produto Interno Bruto (PIB), a inflação deve prosseguir baixa e contida, as contas externas saudáveis, mas os problemas fiscais devem continuar latentes.

Apesar da crise nacional instaurada no cenário político, o governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) não se pronunciou sobre o assunto após um encontro, na manhã desta quinta-feira (18), com um grupo de embaixadores da União Europeia. De acordo com assessoria de imprensa, ele decidiu que não participaria da coletiva após o evento.

Nessa quarta (17), ele teria participado de uma reunião com o presidente Michel Temer (PMDB) após a divulgação da reportagem do jornal O Globo que revelou a gravação de um áudio em que o peemedebista teria incentivado o dono da JBS a manter uma mesada destinada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) para que ele ficasse em silêncio diante das investigações da Lava Jato.

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De acordo com o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB), que também participou do encontro com os embaixadores, Paulo Câmara, que estava em Brasília ontem, também se reuniu antes de vir para Pernambuco com a direção nacional do PSB.

Segundo Lessa, tanto o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, quanto o governador comentaram sobre o assunto na reunião. "Incomoda a todo mundo. Incomoda a nós brasileiros, governaodres e embaixadores", frisou. 

O cenário político nacional e as projeções eleitorais para 2018 foram os principais assuntos de uma conversa entre o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O encontro aconteceu nesta segunda-feira (3) no Palácio dos Bandeirantes, sede da gestão estadual paulista. 

O convite para a reunião foi feito a Jarbas ainda no final do ano passado, mas por dificuldades de agenda aconteceu somente agora. Esta é a segunda vez que Alckmin convida o pernambucano para uma conversa ao pé do ouvido no Palácio dos Bandeirantes. A primeira foi em junho de 2015.

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Alckmin é cotado para disputar a presidência da República em 2018 pelo PSDB e tem buscado apoios paralelos ao dos tucanos para desbancar a possibilidade do senador Aécio Neves (PSDB) ocupar a vaga. O governador já vem se articulando com o PSB, tendo na linha de frente do diálogo o seu vice, Márcio França.

O conjunto de candidaturas para as eleições deste ano tem começado a se desenhar aos poucos diante da conjuntura de crise política nacional. Diante deste contexto, o pré-candidato a prefeito do Recife, deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB), afirmou, nesta sexta-feira (29), que pretende oficializar a postulação ao comando da capital pernambucana em junho. O parlamentar esteve esta semana em Brasília para fechar o aval do presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, a pré-candidatura.   

“Eleição majoritária não depende apenas de um desejo pessoal, mas de um conjunto de fatores. A nossa agenda é que anunciemos a candidatura no mês junho, pois entendemos que a pauta da sociedade hoje não é as eleições, está todo mundo preocupado com a economia e o impeachment da presidente Dilma Rousseff”, afirmou o deputado, em conversa com o Portal LeiaJá

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A pré-candidatura de Silvinho, como é tratado no meio político, é endossada por Marcos Pereira e uma das prioridades do PRB no Nordeste. Além disso, para compor a chapa ele tem o apoio do PTB, do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e do PTdoB, presidido pelo deputado federal Silvio Costa. 

Indagado sobre como tem “trabalhado para construir” a viabilidade da postulação, o também líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco mencionou que tem visitado diversos bairros do Recife. “O ambiente é favorável, temos recebido manifestações de apoio e incentivo. Estrategicamente não é a hora de já mostrar a candidatura, mas de estruturar a chapa proporcional e ampliar as conversas com outros partidos”, analisou.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), defendeu, nesta segunda-feira (18), a criação de uma agenda positiva que aponte para a construção de bases para a retomada do crescimento econômico do País. Ao participar de um encontro promovido pelo Grupo de Líderes Empresarias de Pernambuco (LIDE-PE), o socialista ponderou a necessidade de diálogo entre os agentes públicos e união nacional para superar a conjuntura. 

“É importante todos nós desarmarmos os espíritos. Ninguém chegará a algum lugar sem o mínimo de unidade nacional”, cravou. Paulo Câmara é um dos gestores estaduais a defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “Esse governo já não estava conseguindo dar respostas”, acrescentou.

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Avaliando a crise econômica nacional, o governador pontuou que o Estado se preparou para enfrentar os desafios econômicos de 2016. "A partir do momento que houver uma clareza do ambiente econômico e uma confiança de que o Brasil vai voltar a caminhar bem, eu não tenho dúvida que seremos um dos Estados mais beneficiados", avaliou. "Tão logo haja um sinal de melhoria do cenário econômico, Pernambuco vai ser um dos primeiros a dar respostas", completou Câmara.

Na sequência, Paulo Câmara afirmou que manter o equilíbrio das contas públicas, a realização de reformas estruturais e a intensificação das parcerias com o setor privado são pontos fundamentais que devem estar presentes no debate da "agenda do futuro" dos governantes. 

Além disso, o gestor também reforçou a necessidade melhoria da produtividade brasileira, que é uma das mais baixas do mundo, e a garantia dos avanços sociais. "Precisam ser mantidos e nós sempre temos que ampliar os investimentos nesse setor. Não podemos trabalhar mais pensando apenas em um núcleo da sociedade. Nós precisamos trabalhar para todos", grifou Câmara, que também aproveitou o encontro com empresários para fazer um balanço da economia local.

Envolvido com as atividades políticas há quase 45 anos, João Paulo de Lima e Silva é um dos fundadores do PT em Pernambuco e hoje atua como superintendente da Sudene. A atuação dele iniciou ainda na época da ditadura militar em movimentos católicos e comissões operárias de metalúrgicas. De lá para cá, o petista foi presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) e exerceu mandatos de deputado estadual, federal e prefeito do Recife. 

À frente da Sudene desde julho, João Paulo recebeu nesta semana a equipe do Portal LeiaJá para uma entrevista exclusiva. Durante a conversa, ele detalhou as atividades da autarquia, fez uma avaliação do cenário político e econômico nacional e pontuou as pretensões do PT no Recife para as eleições de 2016. 

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Petista mais cotado como candidato a prefeito da capital pernambucana, o político destacou que o êxito da legenda na eleição municipal vai depender muito do cenário nacional e, em tons descontraídos, comparou o futuro postulante a um gladiador.

Veja a entrevista na integra:

LeiaJá (LJ) - O senhor assumiu a Sudene em julho, sob o discurso de que haviam muitos desafios, entre eles a revitalização da autarquia. Hoje, mais de dois meses depois, qual tem sido o papel de vocês na região?

João Paulo (JP) - A Sudene tem o papel de cuidar do desenvolvimento da região do Nordeste, garantindo a integração e financiando projetos que extrapolem os limites dos estados [acima de R$ 50 milhões]. A meu ver hoje está faltando na Sudene estudar um pouco mais o Nordeste e desenvolver um planejamento mais participativo com o conjunto da região. Para isso, fui procurado por uma comissão de Minas Gerais, que está dando a maior atenção a Sudene, e vieram aqui pedir a implantação de um escritório nosso lá. Eles têm sido muito mais presentes aqui do que as cidades mais próximas. 

LJ – Como está a articulação com os 11 estados que englobam a superintendência?

JP - Neste primeiro momento minha dedicação foi para ter uma visão geral do que a Sudene está fazendo, cuidar do prédio e das ações necessárias junto com o condomínio para que nós nos mantenhamos aqui. Estamos aguardando a agenda do (Conselho de Desenvolvimento do Nordeste) Condel e entendo que os passos concernentes a articulação com os governadores tem que ser em cima da pauta. Estou analisando também a pauta dos governadores do Nordeste, para ser um elemento de articulação com o próprio Governo Federal e o Ministério da Integração no sentindo de retomar a unidade da região. 

LJ – Os cortes do Governo Federal atingiram de alguma forma os recursos da Sudene?

JP - Precisei fazer uma revisão de metas para os servidores, que foi não em função dos recursos disponíveis, mas dos projetos apresentados. Você tem mais de R$ 1,2 bilhões para analisar, significa que é um ambiente positivo. Teve uma redução de diárias e passagens, porque tem que se fazer as vistorias e outras atividades, mas em relação ao Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) não houve corte, nem contingenciamento. Estamos ainda dando segmentos a muitos projetos. Na semana passada liberamos mais de R$ 100 milhões para Fiat e R$110 milhões para a Odebrecht Ambiental que está saneando mais de 15 cidades da RMR. 

LJ - Vindo para o contexto nacional, como o senhor avalia a conjuntura política e econômica?

JP - Tem algumas questões para serem analisadas de forma mais profunda. Primeiro, a presidente Dilma está mais habilitada do que nunca para concluir o mandato dela, que foi dado pelo povo. O que nós temos visto é uma oposição que se aproveita da crise econômica nacional e a nossa pouca habilidade para capitalizar as grandes transformações e mudanças na qualidade de vida do povo brasileiro. Temos exemplos significativos como os programas de desenvolvimento social. São projetos de uma grande monta e que faltou um processo de politização maior.

LJ – A reabertura dela para o diálogo com as bases pode ajudar na retomada da popularidade e da articulação com o Congresso Nacional?

JP - Muitos aliados aproveitam o momento para conquistar mais espaços no governo. Isso faz parte do jogo político. Com a reforma ministerial isso pode se equilibrar mais. Tem parcela do parlamento brasileiro que não está nem um pouco preocupado com o que pode acontecer com o Brasil, está muito mais preocupado com seus quinhões, suas influências e indicações políticas. 

LJ – E a autocrítica do PT com relação à gestão de Dilma, como o senhor avalia?

JP - A crítica é um instrumento importante. Digo sempre que meus melhores assessores ao longo dos 45 anos de experiência política, são aqueles que adotam um espírito crítico. Não vejo a crítica como algo negativo não. Agora a outra coisa é a esculhambação e a baixaria, mas isso se administra. É você ter um foco do projeto. Do ponto de vista do partido está resolvido. Está aí a perda de ministérios, como o da Saúde, historicamente ocupado pelo PT por nomes como Padilha, Chioro e o próprio Humberto Costa. [O PT] Saiu do ministério sem problema nenhum. Mas isso faz parte da correlação de forças.

LJ - A abertura para o PMDB prejudicaria de alguma forma o PT?

JP - Acredito que não. Veja bem, Lula e Dilma tem um grande feito que é governar com a minoria das minorias. Então a composição política de um governo faz parte do jogo político. Você se elegeu com um número de forças e tem que atender a todas elas. Agora a questão é o seguinte: todo mundo que participou deste processo sempre acha que deveria estar melhor representado e fazem pressão para ocupar esses espaços. Digo isso por experiência própria. Foram oito anos na Prefeitura do Recife. 

LJ – E por falar no Recife, como andam as articulações do PT para 2016? 

JP – Há um consenso no partido de que cometemos muitos erros, por isso não vamos tomar nenhuma decisão que não seja em unidade e o desejo da ampla maioria. A decisão do PT hoje é de ter um candidato próprio a prefeito [do Recife] e meu nome aparece muito bem, mesmo depois de quase sete anos que deixei a prefeitura, fiz um governo que deixou marcas. Tem um recal grande da gestão, mas é muito cedo ainda. Hoje diria que o PT não tem condições de disputar a eleição. Para o PT lançar uma candidatura vai depender muito do cenário nacional. O cenário nacional sempre ajudou o PT em Pernambuco. Espero que esse quadro possa ser revertido e a gente possa ter candidaturas competitivas no estado. 

LJ - O senhor quer voltar para a prefeitura? Digo, ser candidato em 2016?

JP – Estou bem aqui na Sudene, fazendo o meu trabalho e dando o máximo que posso. Mas o partido vai discutir essa possibilidade mais para frente. Fui chamado para participar do processo [no Grupo de Trabalho Eleitoral PT-Recife], mas disso a ser candidato há uma distância significativa. Acabei de sair de uma eleição, com dificuldades financeiras. Tenho que ponderar. Apesar disso, todas as pesquisas que fazem me apontam com uma excelente condição na cidade, mas estarei fazendo 66 anos de idade e 45 de vida política, cada passo é exigido de mim pensar um pouco mais. Talvez o candidato do PT no Recife tenha que virar um gladiador e explodir o Vesúvio que está dentro dele. Este será o segredo da vitória do nosso candidato.

LJ - O senhor falou das marcas e das políticas públicas implantadas na sua gestão, como avalia a atuação do prefeito Geraldo Julio?

JP - Hoje não vemos nenhuma [política pública], mas acho que primeiro quem tem que avaliar é a sociedade que perdeu, perdeu muito na manutenção, na saúde, na cultura, na educação. Estão aí os artistas cobrando ainda o cachê do carnaval. É uma situação extremamente difícil. Não me cabe fazer esse julgamento, mas ao povo. Eles vão julgar no dia certo e dar uma nota. 

LJ – Também na sua gestão deu-se início a toda a articulação do Projeto Novo Recife, assunto de polêmica discussão social atualmente. Como foi sua a participação neste processo?

JP - O projeto Novo Recife não foi durante a minha gestão. O que havia era o complexo cultural Recife e Olinda. Era uma parceria entre nós, Luciana Santos, Jarbas Vasconcelos e o Governo Federal. Para um projeto com prédios menores e outra arquitetura. Nós esperávamos que o Governo do Estado ou a União comprasse a área ferroviária, o que não aconteceu. 

LJ – A gestão seguinte também foi do PT, com João da Costa. Então a responsabilidade seria dele?

JP – Posso falar do tempo enquanto eu fui prefeito. Depois que eu fui prefeito as discussões que ocorreram não sei. Era um projeto a quatro mãos. Nenhum de nós tínhamos recursos para ficar naquela área. 

Caminhando “de mãos dadas” a nível nacional, desde as eleições de 2014, o PPS e o PSB anunciaram nesta terça-feira (29), a fusão das duas legendas. A decisão foi divulgada em coletiva de imprensa na sede do PSB, em Brasília e na presença de autoridades políticas. 

Na página de seu Facebook, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, disse que a união das agremiações era uma atitude importante. “Vamos começar as tratativas para nos fundirmos e organizar o novo partido, juntando duas siglas que têm uma história em comum. É algo importante para o país”, avaliou.

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De olho nas eleições de 2016, o parlamentar também considerou a fusão como um novo rumo para o futuro da sociedade. “Precisamos construir isso até porque a democracia brasileira com toda essa crise conjuntural, precisa de um instrumento, de atores que apontem caminhos e rumos para um futuro melhor”, pontuou.

Na visão do governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, a união é positiva. “É um processo que está acontecendo de maneira muito transparente. Sou particularmente favorável”, disse nesta terça, durante Seminário Todos por Pernambuco. O Presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira também participou do anúncio. “Talvez os grandes partidos não tenham tantos bons nomes para lançar candidatos como nós temos”, salientou Siqueira. Na coletiva, Marta Suplicy foi dada como certa para disputar a prefeitura de São Paulo. “É uma das candidatas mais competitivas”, observou o presidnete do PSB. 

Siqueira classificou o processo de aproximação dos partidos como uma vitória da política e disse que a fusão é uma homenagem à memória de Eduardo Campos. O presidente do PSB afirmou ainda que não tem conhecimento de um pedido de aproximação do partido com o governo por parte da presidente Dilma e que não tem tido contato com o ex-presidente Lula. “Nosso compromisso é com o Brasil, que está numa situação grave. A fusão vai agregar força política capaz de oferecer uma alternativa diferente, de esquerda e democrática”, concluiu. 

Após anúncio de hoje, as duas legendas pretendem oficializar a fusão até junho. Até lá serão realziados congressos nacionais dos partidos para aprovar a medida. A nova legenda nascerá com 45 deputados federais, oito senadores, contando com a entrada da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, três governadores, 92 deputados estaduais, 588 prefeitos, sendo quatro deles de capitais, 5.832 vereadores e 792 mil filiados.

O nome da nova sigla fundida entre PSB e PPS ainda será discutida e anunciada posteriormente. No entanto, o PSB pretende manter a que já usa atualmente. 

1 - Escândalos da Petrobras

Depois de um ano marcado pela condenação dos envolvidos no escândalo do Mensalão, o Brasil viu, mais uma vez, irregularidades no poder público serem reveladas, agora com a Petrobras. A partir de suspeitas de superfaturamento nos contratos da estatal, a Polícia Federal iniciou uma série de investigações. Intitulada de Operação Lava-Jato, a primeira etapa concreta de prisões e apreensões aconteceu no dia 17 de março.

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Nesse dia, entre os presos, também estava o doleiro Alberto Youssef, suspeito de comandar as transações. Três dias depois, um ex-diretor da petroleira, Paulo Roberto Costa, também foi preso como o indicado por gerenciar as negociações com Youssef. Roberto Costa foi diretor de Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012. A Operação está na 7ª etapa, com mais de 20 prisões, algumas preventivas, outras sem estimativa de soltura.

Presos pela PF, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef firmaram um acordo de delação premiada (que visa redução ou perdão da pena), para contar detalhes de como era o esquema de corrupção. Segundo alguns depoimentos que vazaram, nomes de diversos políticos – do PT, PSDB, PMDB, PP e PSB - foram citados como envolvidos nas negociações. Nas últimas semanas, a ex-gerente da estatal Venina Velosa da Fonseca disse que alertou pessoalmente Graça Foster sobre desvios na estatal. A presidente negou que tenha recebido e-mail claros com esse conteúdo e que não conversou pessoalmente sobre esquemas de corrupção.

CPI

Em decorrência dos indícios de falcatruas na Petrobras, o Senado e a Câmara dos Deputados decidiram instalar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para averiguar os casos. Primeiro, o Senado abriu o colegiado e, só depois, por insistência da oposição, foi criada uma comissão mista. Para construírem o relatório final das investigações parlamentares, eles ouviram Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Ceveró, além de vários diretores de empresas, suspeitos de terem participado das negociações de superfaturamento.

Um dos equipamentos da estatal que estava na linha de frente das investigações foi a Refinaria Abreu e Lima, localizada em Ipojuca, na região Metropolitana do Recife. A obra local, de acordo com averiguações do Tribunal de Contas da União (TCU), está superfaturada em R$367 milhões.

No parecer final, os parlamentares aprovaram o pedido de indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa ou passiva. Entre os nomes indicados pelo relator estão os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró. Como novas denúncias surgindo, a oposição já fala em instalar uma CPI no primeiro semestre de 2015, após o recesso parlamentar.

2 - Primeiro mandato de Dilma

A presidente Dilma Rousseff (PT) encerra, em 2014, o primeiro mandato dela na gestão do país. Com a reeleição já garantida, desde outubro, os quatro primeiros anos de governo da petista foram marcados por início de projetos, deflagração de operações contra a corrupção e manifestações populares. De 2011 para cá, Dilma fez reformas ministeriais, lançou mais uma etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Mais Médicos e outras iniciativas.

O ano de 2014 foi duro para a petista, que precisou enfrentar as consequências da crise econômica mundial com mais intensidade. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não cresceu como o esperado, o que também retardou o crescimento do pais e resultou e aumentos de energia e gasolina.

Para não concluir o mandato abaixo das metas estimadas para 2014, Dilma encaminhou ao Congresso Nacional um projeto que altera a meta fiscal do país para este ano, reduzindo assim o superávit primário e retirando a necessidade do governo atingir metas.

3-  Morte Sérgio Guerra

 

O ano de 2014 foi marcado pelas perdas de pessoas importantes e queridas pelo povo. Uma delas foi a do deputado federal e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra. O tucano faleceu no dia 6 de março, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com uma parada múltipla dos órgãos. Ele lutava contra um câncer nos pulmões, que posteriormente se espalhou para o cérebro. Diabético e com apenas um dos rins, Guerra passou por duas cirurgias no cérebro e sessões de radioterapia. O corpo do parlamentar foi velado na Alepe vários políticos pernambucanos e do cenário nacional foram se despedir do tucano. O sepultado do corpo de Guerra foi realizado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife.

Sérgio Guerra estava cumprindo seu quarto mandato como deputado federal (91/95 – 95/99 -99/03 – 11/15), mas ele já ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco por dois mandatos e havia sido senador. Em 1981, Guerra ingressou na Alepe pelo PMDB, em 1986 foi reeleito pelo PDT. Três anos depois se filiou ao PSB e ocupou os cargos de secretário estadual de Indústria, Comércio e Turismo e de Ciência e Tecnologia no governo Miguel Arraes. Em 1999, se desfiliou do PSB e passou a integrar o corpo político do PSDB, sigla que permaneceu até o dia da sua morte.

Formado em economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em economia internacional pela Universidade de Havard, nos Estados Unidos, Guerra assumiu a presidência do PSDB em 2007. Em 2010, coordenou a campanha presidencial de José Serra. No ano passado, protagonizou a reaproximação do seu partido com o PSB, do ex-governador Eduardo Campos.  

4 – Saída de Eduardo Campos do Governo e mandato tampão de João Lyra

 

Com o objetivo de disputar as eleições presidenciais em outubro deste ano, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, renunciou ao cargo no dia 3 de abril. A data não foi escolhida a toa, era o prazo final estabelecido pela lei eleitoral para aqueles que pretendem se candidatar a um mandato eletivo se afastar de suas funções administrativas. 

A carta de renúncia do então governador foi levada pelo secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, para a Assembleia Legislativa de Pernambuco e formalizada pelo Diário Oficial do dia 4. Campos também exonerou todo o seu secretariado para que o seu sucessor nomeasse os novos chefes de cada pasta. Após sua saída do governo, Eduardo mudou o domicílio para São Paulo, onde se dedicou a campanha presidencial e montou o CQ do partido.

Após 7 anos e quatros meses de mandato, Eduardo Campos deixa o governo de Pernambuco e o legado de maior rede estadual de escolas integrais e semi-integrais do país e uma redução no índice de evasão escolar em 65%. Durante o seu governo foram construídos cinco hospitais e foi implantado o Pacto Pela Vida. As contas do estado foram abertas para a população com o Portal da Transparência.  

Com a saída de Campos, seu vice, João Lyra Neto, assumiu a função de chefe do Executivo estadual no dia 4. Com Lyra assumindo o governo do estado, pouca coisa mudou e o “novo” governante manteve praticamente a mesma estrutura mantida pelo seu antecessor. Pouco conhecido pela população pernambucana, Lyra conseguiu manter pouco índice de rejeição.  Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) apontou que 26% dos entrevistados consideraram a gestão do socialista como ótima/boa, 38% como regular, e apenas 15% consideram ruim/péssima. O número de pessoas que não souberam responder ficou a cima da média, 21%.  

Mesmo com pouco tempo de governo, Lyra enfrentou grandes desafios, entre eles, uma greve de três dias dos policiais militares um mês após assumir o cargo. A força nacional de segurança e o Exército foram acionados para fazerem a segurança e o patrulhamento das ruas, mesmo assim, vários saques aconteceram em cidades da Região Metropolitana e 234 pessoas foram presas. Ficou para ele também concluir as obras de mobilidade e infraestrutura da copa do mundo 2014. 

5- Visitas de Dilma e Lula ao estado

 

O ano de 2014 ficou marcado pela disputa presidencial mais acirrada desde a redemocratização do Brasil. Mesmo com todos os compromissos eleitorais, a presidente Dilma Rousseff visitou Pernambuco algumas vezes para inaugurar e fiscalizar obras do governo federal ou que contaram com financiamento da união.  A primeira visita dela aconteceu em abril, quando a campanha ainda não tinha começado. Dilma visitou o Porto de Suape, no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, para participar da entrega do navio Dragão do Mar.

Em junho, a presidente visitou o Recife para inaugurar uma das maiores obras de mobilidade urbana da capital pernambucana, a Via Mangue, obra que foi iniciada em 2010 durante a gestão petista e foi entregue pela metade. No mesmo dia, Dilma visitou as obras o Terminal Integrado de ônibus e Metrô Cosme e Damião, no bairro da Várzea, zona oeste da Capital. O terminal foi construído como principal meio dos passageiros chegarem até a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana, durante a copa do mundo de 2014.

Dilma voltou ao estado em agosto, mas na ocasião foi para o sertão de Pernambuco para visitar as obras de transposição do rio São Francisco. A presidente fiscalizou dois canteiros de obras, um na cidade de Cabrobó e outro no município de Floresta. A última visita de Rousseff ocorreu poucos dias antes do segundo turno do pleito presidencial. Ela visitou a fábrica da FIAT em Goiana, na zona da mata norte, acompanhada do ex-presidente Lula.  

6 - Congresso Nacional (Vetos importantes, aprovações)

 

O ano do Congresso Nacional foi de altos e baixos. Durante o período eleitoral, de julho a outubro, eles estiveram quase em um segundo recesso. Sem votações acaloradas, os parlamentares participavam apenas de reuniões nas Comissões e, muitas vezes, as sessões eram esvaziadas. Atípico também foi o período da Copa do Mundo no Brasil, que aconteceu entre junho e julho. E apesar de ser no mesmo mês de recesso parlamentar, as atividades não foram totalmente suspensas. Reuniões da CPMI da Petrobras aconteceram com constância.

Dos principais projetos aprovados pelo Congresso Nacional está o Super Simples, proposta que transformou em imposto único os valores cobrados para os micro e pequenos empresários. A proposta teve a relatoria do senador pernambucano Armando Monteiro (PTB). Dos temas que causaram polêmicas nas Casas Legislativas, um dos destaques pode ser dado a regulamentação dos Conselhos Populares. A proposta foi oriunda do Executivo, mas reprovada no Congresso, pelos parlamentares alegarem a instituição da falta de autonomia do legislativo com a participação popular.

A proposta de criação de novos municípios também foi apreciada no Congresso, em 2014.  No entanto, a matéria não obteve êxito, pois a presidente Dilma Rousseff (PT) vetou por duas vezes, o projeto aprovado no Congresso Nacional que impõe regras e permite a criação de novos municípios nos estados brasileiros. Dilma vetou a proposta de maneira integral e ao retornar ao Congresso os políticos tentaram derrubar o veto, mas decidiram, após um acordo com o governo, reorganizar as regras e levá-las a uma nova votação.

O acordo, no entanto, não teve sucesso. Após aprovada novamente pelo Congresso, à presidente Dilma na hora da sanção vetou novamente a proposta. Segundo ela o país não necessita de outros municípios que gerem novos gastos ao Executivo Nacional. Caso o veto fosse derrubado, cerca de 180 municípios novos seriam cridos no Brasil

Em Pernambuco, por exemplo, a luta é encabeçada pelo deputado estadual Odacy Amorim. Mais de 30 projetos tramitam na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mas com as regras que seriam estabelecidas pela nova legislação cerca de 10 municípios seriam criados ou aglutinados, entre eles Cavaleiro dos Curados, localizado em Jaboatão dos Guararapes. O grupo que organiza a emancipação do bairro chegou até a fazer mobilizações políticas para angariar apoios parlamentares.

7 - Destituição de Inocêncio Oliveira da presidência do PR

 

Considerado “infiel” por ter apoiado a candidatura do tucano Aécio Neves (PSDB) a presidência da República, o deputado federal Inocêncio Oliveira foi destituído do cargo de presidente do Partido da República em Pernambuco. A decisão do diretório nacional, que está no palanque da presidente Dilma Rousseff, teria sido tomada após um convite para o tucano jantar com Oliveira. Mas a ação não foi bem recebida por todos da legenda. Um grupo de integrantes do PR divulgou um documento repudiando a destituição de Oliveira e chegaram a ameaçar uma desfiliação em massa caso a decisão não fosse revista.

A carta, assinada por 17 prefeitos, 52 vice-prefeitos, 217 vereadores, três deputados federais, e dois deputados federais chegou a ser enviada para o presidente nacional do partido, Alfredo Nascimento, que não se pronunciou sobre a mesma. Com a destituição de Inocêncio, o deputado federal Anderson Ferreira assumiu o cargo em meio à polêmica de ser eleito apenas com o apoio do segmento evangélico.   

Antes de ser destituído, Inocêncio já havia anunciado no início do ano que não disputaria a reeleição após dez anos de mandato consecutivos. O parlamentar alegou problemas de saúde. No final de novembro, Oliveira subiu a tribuna da Câmara dos Deputados pela última vez, depois de 40 anos na casa, para se despedir. Por mais de duas horas, colegas de todos os partidos homenagearam o deputado no plenário da casa.    

No fim de novembro, Inocêncio Oliveira fez um discurso melancólico na Câmara Federal, onde afirmava que em breve  iria ‘morar no céu’. Na véspera do Natal, o parlamentar foi internado às pressas e submetido a uma cirurgia cardíaca. Após cinco dias na UTI, o deputado foi transferido para um dos apartamentos da unidade hospitalar, mas o dia 29 de dezembro estava sem previsão de alta. 

 

Dois mil e quatorze também foi o ano que marcou os 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Em 1º de abril de 1964 os militares tomaram posse do governo brasileiro e em Pernambuco não foi diferente. Naquele dia, o governador do estado Miguel Arraes foi deposto e centenas de pernambucanos saíram em exílio.

Dos que permaneceram no estado e lutaram pelo fim do regime, centenas foram torturados. Para rememorar a participação dos pernambucanos contra a Ditadura Militar, o Portal LeiaJáouviu cinco dos 30 estudantes, militantes políticos e revolucionários presos em Itamaracá, entre eles o atual vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), que até hoje ainda guarda reflexos da tortura.

Além dos governos e dos setores estudantis, a igreja também sofreu repressão em todo o país. Em Pernambuco, o arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife na época, Dom Hélder Câmara, foi um dos principais alvos e como não podia ser torturado diretamente, o regime castigou alguns dos principais líderes religiosos ligados ao bispo, o padre Henrique.

9 – Aposentadoria de Joaquim Barbosa

 

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2003, quando foi indicado pelo então presidente Lula (PT), Joaquim Barbosa deixou a Corte Judiciária nacional no dia 1º de julho deste ano. Barbosa cumpria o mandato de presidente do STF, desde 2012, quando optou pela aposentadoria precoce, já que tinha 59 anos e só precisaria abrir mão da cadeira no Supremo aos 70 anos.

Durante os 11 anos que esteve na Corte, Barbosa fez declarações polêmicas e foi o relator da Ação Penal 470, mais conhecida como processo do Mensalão. O julgamento do caso durou cerca de um ano e meio e condenou 25 pessoas, entre elas os petistas José Dirceu e José Genoino.

Com o fim do recesso judiciário, em agosto, quem assumiu o comando da Corte foi o ministro Ricardo Lewandowski.

 

Após inúmeras cobranças dos prefeitos de todo o país, um projeto que aumenta as verbas do Fundo Nacional de Participação Municipal (FPM) foi aprovado pelo Congresso Nacional. Aos 45 do segundo tempo na legislatura atual, a nova legislação foi promulgada no dia 2 de dezembro deste ano, a pouco mais de 15 dias do fim do ano legislativo.

Com a nova regra, em julho de 2015 passará a vigorar metade do novo repasse - equivalente hoje a R$ 1,4 bilhão. Já em julho de 2016, a outra metade será acrescida. Com isso, as mais de 5,5 mil cidades brasileiras poderão ter uma receita adicional de R$ 2,8 bilhões a partir de 2015. 

 

* Com colaboração de Richard Wagner

 

Apesar de os indicadores de confiança mostrarem que em 2014 as expectativas das famílias e empresários para a economia não são favoráveis, apresentando um patamar semelhante ao registrado em 2009, quando o País viveu uma breve recessão, economistas ponderam que começam a surgir alguns sinais que podem indicar certa melhora da perspectiva do nível atividade do segundo semestre. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getúlio Vargas, subiu 1% em junho, na margem, e avançou 3% em julho, interrompendo um movimento de queda que vinha desde novembro de 2013.

Para especialistas, a desaceleração da inflação e o fim da Copa do Mundo, que na prática reduziu o número de dias úteis em várias capitais durante o torneio, podem ser os principais fatores que explicariam esta avaliação. "Contudo, essa sensação de melhora não significa uma recuperação expressiva, pois o País no primeiro semestre estava em estagnação", comentou Braulio Borges, economista-chefe da consultoria LCA.

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Um outro indicador que sinalizou uma possível interrupção na piora das expectativas foi o Índice de Confiança de Serviços (ICS), também apurado pela FGV. Apesar de ter registrado a sétima queda mensal consecutiva em julho, ao atingir 107,3 pontos - o menor patamar desde abril de 2009 -, o indicador de expectativas subiu 4,3%. "Pode ser que isso sinalize que a situação do setor pode começar a registrar certa estabilização no curto prazo e talvez até algum avanço do nível de atividade no segundo semestre ante o primeiro", comentou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.

Alessandra ressalta que tal avaliação precisa levar em conta que o PIB no primeiro semestre enfrentou uma leve recessão, com uma perspectiva de pequeno avanço da economia entre julho e dezembro. Ela estima que o Produto Interno Bruto deve ter caído 0,4% entre abril e junho, na margem, depois de ter registrado uma retração de 0,1% no primeiro trimestre, já considerando uma possível revisão do IBGE, que apontou uma alta inicial de 0,2% nos primeiros três meses de 2014.

Para o terceiro e quarto trimestres deste ano, ela estima avanço de 0,35% para o PIB, na mesma base de comparação. "Isto não significa uma melhora muito expressiva. No entanto, é possível esperar algum incremento das vendas de varejo, com a redução da inflação, especialmente de alimentos", destacou. O IPCA acumulou uma alta de 2,9% entre janeiro e abril, mas deve desacelerar para um aumento de 1,2% entre maio e agosto, estima Braúlio Borges.

"Além disso, medidas adotadas pelo governo para estimular um pouco mais o crédito, como a redução de compulsórios, podem incentivar as vendas de bens duráveis, como veículos", ressaltou Alessandra Ribeiro. Na sexta-feira passada, o Banco Central ajustou as regras dos recolhimentos compulsórios e também nos critérios referentes ao requerimento mínimo de capital para riscos das operações no varejo. Com tais ações, o BC projeta que os bancos terão até R$ 45 bilhões a mais de caixa para realizar novos financiamentos.

PIB fraco

Mas os especialistas enfatizam que a melhora da atividade na segunda metade do ano será suave e não será suficiente para elevar o PIB de forma substancial no ano. Alessandra Ribeiro e José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, estimam que o País crescerá apenas 0,6% em 2014. Marcelo Salomon, co-diretor de pesquisas para a América Latina do banco Barclays, prevê um incremento de 0,7%. Na ponta mais otimista estão a LCA, que prevê um aumento de 1,2%, e o banco Goldman Sachs, que espera 1,1% de crescimento, embora admita um viés de baixa, como manifestou Alberto Ramos, diretor de pesquisas para a América Latina da instituição.

"Num contexto de demanda agregada estagnada no primeiro semestre e muitas dúvidas de consumidores, empresários e investidores sobre a gestão da política econômica até as eleições presidenciais em outubro, os indicadores de confiança se tornaram peças importantes para sinalizar tendências sobre o que pode ocorrer com a atividade no curto prazo", ponderou Camargo, da Opus. "Como eles, em geral, apresentam um bom nível de correlação com o desempenho da economia nos meses adiante, a queda registrada no primeiro semestre pelos índices de confiança sugere que no segundo semestre o desempenho do nível de atividade continuará bem fraco", completou.

E para vários especialistas, a frustração de consumidores e empresários com o baixo crescimento do País há três anos, com a gestão da presidente Dilma Rousseff, culminou neste ano com uma impressão mais sensível de deterioração da confiança destes agentes econômicos, destaca Tony Volpon, diretor de pesquisas para a América Latina da Nomura Securities. "O governo diz que há excesso de pessimismo dos mercados com o Brasil, mas isso não está registrado nos ativos financeiros, como por exemplo o câmbio e ações de empresas", disse. "Quem apresenta uma avaliação negativa são as famílias e dirigentes de empresas, que avaliam as condições da economia e não estão satisfeitos com os resultados dos últimos anos", disse.

O PIB avançou 4,6% na média entre 2007 a 2010, mas deve registrar uma marca média de 2% de 2011 a 2014, considerando a estimativa do Banco Central de crescimento de 1,6% neste ano.

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