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"Eles têm armas, eles que se f..., temos champanhe" (tradução livre): a capa da edição da revista satírica Charlie Hebdo desta quarta-feira é uma resposta direta aos atentados de Paris de parte da redação, dizimada por um ataque jihadista em 7 de janeiro.

Um homem, bebendo e dançando com o corpo crivado de balas e uma garrafa de champanhe na mão, ironiza os autores dos atentados, que visaram a locais festivos da capital francesa.

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A cartunista Coco o representa em um fundo vermelho, com o champagne saindo dos buracos feitos pelas balas.

Poucos dias após o ataque que deixou 12 mortos na sede da Charlie Hebdo, o jornal atacado pelos jihadistas pela publicação de caricaturas de Maomé havia levantado a cabeça para os terroristas, desenhando mais uma vez o profeta do Islã que proclamava "Eu sou Charlie", mas como um subtítulo inesperado: "Tudo está perdoado".

"De sangue e de lágrimas, profetizava Churchill. Nós somos", escreveu hoje o redator da revista, Riss, em seu editorial.

"Sem perceber, os parisienses de 2015 são um pouco como os londrinos de 1940, determinados a não ceder, nem ao medo nem à resignação, aconteça o que acontecer", continua.

O emblemático chargista da revista satírica francesa Charlie Hebdo, Luz, lançou nesta quinta-feira o álbum "Catharsis", no qual conta como, pouco a pouco, reencontrou a luz, após o atentado de 7 de janeiro, que dizimou funcionários da redação.

"Um dia o desenho me deixou, o mesmo dia que um punhado de amigos queridos. Com a única diferença que o desenho voltou. Pouco a pouco. Ao mesmo tempo mais sombrio e mais leve", escreveu Luz na introdução deste álbum, publicado pela Futuropolis.

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Em diferentes estilos gráficos, ele conta a história desse "reencontro" com o desenho e recria o caleidoscópio de sua vida após o assassinato de seus amigos nos escritórios da revista: pesadelos, escolta policial, as cenas de amor com sua namorada.

"Este livro não é um testemunho, muito menos um livro em quadrinhos", escreveu o cartunista, que anunciou sua saída esta semana da Charlie Hebdo em setembro, explicando que havia se tornado "muito difícil trabalhar com o noticiário".

A associação literária e de defesa da liberdade de expressão americana PEN anunciou nesta quarta-feira (25) a entrega de seu prêmio anual à valentia à revista satírica francesa Charlie Hebdo, alvo de um ataque terrorista em janeiro passado que comoveu o mundo.

O prêmio será entregue a um integrante da equipe da Charlie Hebdo, Jean-Baptiste Thoret, em um evento organizado pelo PEN no dia 5 de maio em Nova York.

No dia 7 de janeiro um atentato jihadista na sede da revista matou 12 pessoas, entre elas cinco cartunistas. Thoret chegou tarde à reunião da redação naquele dia e por isso salvou sua vida.

"Desafiar o poderoso e o sagrado, forçar os limites de modo a tornar a expressão mais livre e mais robusta para todos é o papel dos cartunistas em qualquer sociedade livre", disse a diretora-executiva do PEN, Suzanne Nossel, em um comunicado.

"Ao pagar o preço mais alto pelo exercício de sua liberdade, e depois suportando a devastadora perda, a Charlie Hebdo merece ser reconhecida por sua coragem diante de um dos ataques mais perniciosos à expressão na memória recente", acrescentou.

Sindicatos de jornalistas da França e do Marrocos denunciaram nesta sexta-feira as ameaças de morte feitas nas redes sociais contra Zineb El Rhazaoui, uma colaboradora da revista francesa Charlie Hebdo atacada por islamitas em janeiro.

"Hoje estão ameaçando Zineb El Rhazaoui e seu marido, Jaouad Benaissi", denunciou a Federação Internacional de Jornalista (FIJ) em um comunicado.

"As ameaças são acompanhadas com foto e informações sobre a residência e o local de trabalho do marido, difundidas no Twitter", acrescenta.

Zineb El Rhazoui, uma psicóloga franco-marroquina especialista em religiões, se encontra atualmente na França, e está sob proteção especial da polícia.

As ameaças também foram feitas contra seu marido, que permaneceu no Marrocos sem qualquer proteção, afirmaram fontes ligadas ao caso.

O documentário sobre o processo envolvendo a reprodução de caricaturas de Maomé pela revista Charlie Hebdo foi vendido a uma distribuidora norte-americana para ser lançado nos Estados Unidos, informou nesta terça-feira à AFP seu distribuidor francês.

O filme "C'est dur d'être aimé par des cons" ("É difícil ser amado por idiotas", na tradução literal), de Daniel Leconte, saiu discretamente na França em 2008, e segue em tempo real o processo que organizações muçulmanas entraram contra a Charlie Hebdo por ter reproduzido, em 2006, 12 caricaturas dinamarquesas de Maomé. O documentário foi visto por 50.000 pessoas na França.

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"Nós vendemos o filme para a distribuidora americana Kino Lorber", informou Eric Lagesse, presidente da distribuidora Pyramide, detentora dos direitos do filme.

"Há um circuito alternativo muito ativo nos Estados Unidos, com as universidades, e eu acho que é assim que o filme irá rodar", avaliou Lagesse, explicando ter recebido inicialmente "pedidos diretos das salas de cinema para mostrar o filme" em Los Angeles e Nova York.

"Estamos em negociação com suíços, italianos e alemães", disse ainda, indicando que o filme também foi vendido para distribuidoras de televisão na Dinamarca e na Alemanha.

Na França, "C'est dur d'être aimé par des cons" foi reprisado em uma centena de cidades após o atentado de 7 de janeiro contra a revista satírica que matou 12 pessoas. O documentário também acaba de ser relançado em DVD. A arrecadação total será revertida para a Charlie Hebdo.

Unifrance, organismo de promoção do cinema francês, também disponibilizou o filme na internet durante o festival online de cinema "My French Film Festival", que começou no último 16 de janeiro. O filme já foi visto 10.000 vezes, segundo cálculos da Unifrance.

O próximo número do Charlie Hebdo, o primeiro depois da "edição dos sobreviventes", de 14 de janeiro, que teve mais de sete milhões de exemplares, será lançado em 25 fevereiro, anunciou em sua conta no Twitter Laurent Léger, jornalista do semanário satírico francês.

"Enfim! Um pouco de paciência, mas o Charlie Hebdo voltará no dia 25 fevereiro. Temos um encontro marcado em todas as boas bancas de jornal", escreveu Laurent Léger, sobrevivente do ataque de 7 de janeiro contra o semanário, praticado por dois 'jihadistas' franceses, que deixou 12 mortos, entre eles vários jornalistas e cartunistas famosos da redação.

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Um número elaborado pelos sobreviventes da equipe, ilustrado na capa por uma caricatura de Maomé, foi lançado uma semana depois do ataque e se esgotou nas bancas. No total, a edição histórica teve uma tiragem de sete milhões de exemplares para atender à gigantesca demanda gerada.

Antes deste número, o semanário, que se autodenomina "um jornal irresponsável", tinha uma tiragem de 60.000 exemplares. Milhões de pessoas se manifestaram em toda a França após o atentado para defender a liberdade de expressão, exibindo cartazes com a já célebre frase "Je suis Charlie".

A polícia francesa interrogou, nesta quinta-feira (29), um garoto de oito anos, depois que ele supostamente fez comentários em apoio aos terroristas que participaram do ataque à revista satírica Charlie Hebdo. A ação faz parte de uma operação contra a propaganda em apoio ao extremismo.

A polícia da cidade de Nice recebeu um garoto de oito anos e seu pai para um interrogatório que deveria esclarecer de onde surgiram as "declarações alarmantes" do garoto em apoio aos extremistas.

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"Eu apoio os terroristas", teria dito o garoto, identificado apenas como Ahmed, durante uma aula. Segundo o advogado da família, Sefen Guez Guez, o menino entendeu errado o significado da palavra "terrorista". Guez considera uma "total insanidade" este fato ter sido suficiente para um interrogatório policial.

O menino e seu pai não foram detidos pela polícia.

A investigação, que segundo a polícia ainda não acabou, sublinha o desafio da França em balancear a liberdade de expressão com o combate ao terrorismo. No ano passado, o governo aumentou as penas por incitar o terrorismo. Fonte: Dow Jones Newswires.

O número "dos sobreviventes" do Charlie Hebdo, que traz uma caricatura de Maomé na capa, já está sendo reimpressa e superará os sete milhões de exemplares, anunciou nesta sexta-feira a distribuidora do jornal satírico francês, alvo de um atentado em 7 de janeiro.

Na noite de sábado, sete milhões milhões de exemplares da revista elaborada após o ataque jihadista em que morreram 12 pessoas. A distribuidora continua imprimindo esta edição histórica para vender outros 300.000 a partir de segunda-feira.

Deste total de exemplares, 700.000 foram vendidos em outros países. Novos protestos contra o semanário foram realizados no Afeganistão, no Paquistão e na Caxemira indiana.

Antes dos atentados que mataram 12 de seus funcionários, o Charlie Hebdo estava em dificuldades financeiras e tinha uma tiragem de 60.000 exemplares semanais.

O que há em comum entre um rabino, um arcebispo, um clérigo muçulmano e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair? Muitas coisas, de acordo com uma sessão incomum consagrada à religião realizada na quarta-feira no Fórum Econômico Mundial em Davos, onde discutiram o extremismo, a violência e a liberdade de expressão após os ataques contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo em Paris há 2 semanas.

Durante um longo debate sobre os conflitos no Oriente Médio, Nigéria, República Centro-Africana e também os recentes ataques em Paris, os debatedores reconheceram que não há nada de novo.

"O extremismo não é um fenômeno recente, tivemos o extremismo no século 20, através do comunismo e do fascismo, que eram ambos ideologias profundamente anti-religiosas", declarou Blair, um cristão engajado, que é agora enviado especial para a paz no Oriente Médio.

"Não é a religião em si que causa conflito. No entanto, hoje, a ideologia que é mais ameaçadora para a nossa segurança é uma ideologia baseada em uma perversão da religião", acrescentou Blair em referência ao islamismo radical.

Hamza Yusuf Hanson, especialista em Islã, considerou, por sua vez, que o Islã radical era uma "perversão" e argumentou que o Islã tradicional era "uma das religiões excepcionais que permite que outras religiões vivam pacificamente em seu meio".

E o rabino David Rosen, do Comitê Judaico Americano, declarou que a religião foi desviada para manipular as pessoas, em uma espiral descendente que inevitavelmente leva à violência.

"Agora que nos sentimos ameaçados, é natural e desejável nos voltarmos para a religião", disse ele.

Charlie

Os líderes religiosos também discutiram os limites da liberdade de expressão após os atentados contra o jornal Charlie Hebdo há 15 dias em Paris.

Islamistas armados mataram 12 pessoas para "vingar" o profeta Maomé, após a publicação pela revista satírica de caricaturas do profeta.

Após os ataques, Charlie Hebdo publicou, novamente, em sua capa uma caricatura de Maomé, o que provocou uma onda de protestos e tumultos em muitos países muçulmanos, alguns dos quais resultaram em mortes.

O representante muçulmano Hamza Yusuf Hanson fez a crítica mais forte contra a publicação das caricaturas. "Esta é uma absoluta falta de civilidade e decência", disse ele.

Observando que os três homens armados que mataram 17 pessoas em 3 dias na França se radicalizaram, ele acrescentou que "você pode condenar e criticar a religião, não há nenhum problema nisso, mas você não pode ridicularizar pessoas e desrespeita-las".

O arcebispo sul-africano Thabo Makgoba Cecil questionou, por sua vez, "o que significa os slogans 'Je suis Charlie' e 'je ne suis pas Charlie".

Ele pediu aos homens públicos para se absterem "de expressões que fazem o buzz" e procurarem as razões que explicam o fenômeno da radicalização, principalmente na França.

O rabino Rosen afirmou ainda à AFP que insultar a religião das pessoas era pior do que um insulto racial.

Como, neste contexto, resolver o problema da religião transformada em violência?

Tony Blair explicou que a única solução a longo prazo é a educação.

"O extremismo não é natural, é algo que é ensinado e deve ser removido dos sistemas de ensino", disse ele.

Para o arcebispo Makgoba, "enquanto eu tiver fé, não abandonarei a esperança".

"De um total de mais de 6 bilhões de seres humanos no mundo, há apenas um punhado de terroristas, não nos deixaremos aterrorizar por esta minoria", declarou.

"A liberdade e o amor são valores-chave, e se os defendermos poderemos transcender a violência", ressaltou.

O Fórum Econômico Mundial, que acontece na estação suíça de Davos, reúne este ano até o sábado 2.500 líderes econômicos políticos e tomadores de decisões do mundo.

Centenas de iranianos protestaram esta segunda-feira (19) na frente da embaixada da França contra a nova edição do jornal satírico Charlie Hebdo, cuja última capa mostra uma imagem do profeta Maomé.

Os manifestantes, a maioria estudantes universitários e seminaristas, entoavam "morte à França" junto com os já conhecidos "Abaixo os EUA" e "Morte à Israel." Alguns entre os presentes pediam que a embaixada francesa fosse fechada e seu embaixador expulso do país. Eles também queimaram bandeiras dos EUA e de Israel. Segundo a TV estatal, protestos similares aconteceram em outras cidades do país.

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O Irã condenou os ataques de 7 de janeiro, mas criticou a capa da nova edição. Segundo o parlamentar conservador Ahmad Tavakoli, os protestos iranianos são resultado do malfeitos do Ocidente contra os muçulmanos.

Centenas de milhares marcharam nas ruas da região da Chechênia, região do sul da Rússia de maioria muçulmana, para protestar contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo, cuja nova edição exibe um desenho do profeta Maomé em sua capa.

Manifestantes em Grozny, capital da Chechênia, soltavam balões vermelhos no ar e empunhavam cartazes com os dizeres "Tirem suas mãos de nosso amado profeta" e "Nós amamos o profeta, não amamos Charlie".

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Em seu perfil no Instagram, o líder checheno Ramzan Kadyrov escreveu que aqueles que defendem o jornal francês são seus "inimigos pessoais". Ele também prometeu levar ao menos 1 milhão de pessoas a protestar na capital. Nesta segunda-feira, Kadyrov subiu em um palco vestindo a camisa com a frase "Nós amamos o profeta Maomé".

Uma porta-voz da polícia afirmou à agência de notícias russa Interfax que o número de manifestantes estava próximo dos 800 mil.

A Rússia abriga uma grande e rebelde população muçulmana, e já reprimiu duramente movimentos separatistas chechenos em duas ocasiões nos anos 1990. Moscou ofereceu condolências à França após os ataques em Paris, mas alertou a todas as publicações dentro de seu território contra a reprodução das tiras satíricas do Charlie Hebdo em que aparece o profeta Maomé.

A Roskomnadzor, agência que supervisiona os meios de comunicação russos, pediu às empresas que escolhessem "outros métodos de expressar solidariedade com seus colegas russos ao invés de alimentar tensões sectárias na sociedade russa." Fonte: Associated Press.

Cibercriminosos estão se aproveitando do interesse dos internautas pela repercussão do massacre ao periódico francês Charlie Hebdo para espalhar malwares. A empresa especializada em segurança digital Blue Coat emitiu um alerta onde explica que uma foto de um bebê recém-nascido está infectando os usuários desavisados.

A armadilha traz uma imagem de um bebê utilizando uma pulseirinha com a inscrição "Je suis Charlie" (Somos todos Charlie, em frânces). Quando a vítima realiza o download da foto, aparentemente inócua, uma mensagem é exibida em seu computador.

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O suposto alerta, escrito em francês, explica que a imagem foi criada em uma versão anterior do MovieMaker. Na verdade, o arquivo trata-se de um conjunto de ferramentas de acesso remoto, que dá aos cibercriminosos o controle sobre a máquina do usuário. 

Apesar de não ter divulgado quantos internautas já foram infectados, a Blue Coat afirma que já informou as autoridades francesas da existência deste malware.

Entre 500 e 600 manifestantes marcharam nesta segunda-feira em Jalalabad, no leste do Afeganistão, e queimaram bandeiras francesas para protestar contra a publicação de uma nova charge de Maomé na revista satírica Charlie Hebdo.

O último número da revista, publicado uma semana depois do atentado no qual os irmãos Kouachi mataram 12 pessoas na sede da revista em Paris, provocou uma forte reação de protesto em muitos países muçulmanos.

Durante a manifestação desta segunda-feira nesta cidade fronteiriça com o Paquistão (onde também ocorreram grandes protestos) foram ouvidos gritos de "morte à França".

Matiulah Ahmadzai, um dos organizadores, pediu que o governo afegão e outros países muçulmanos rompam laços diplomáticos com a França.

"Queremos o fechamento da embaixada francesa em Cabul. A França deve se desculpar com os países muçulmanos", disse à AFP.

Abdul Rahman, outro manifestante, carregava uma bandeira com o slogan "Maomé, te amo", enquanto gritava "Não me calarei".

As charges de Maomé já provocaram protestos no Afeganistão no ano passado.

No sábado, o presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou a publicação da nova charge do profeta, classificando-a de irresponsável.

Desde a última quarta-feira, foram registradas manifestações em países como Senegal, Argélia, Paquistão, Palestina, Cáucaso russo ou Níger, onde os protestos deixaram dez mortos e várias igrejas incendiadas e saqueadas.

Segundo os responsáveis pela revista, a tiragem deste número especial da Charlie Hebdo chegará aos sete milhões de exemplares.

O redator-chefe da revista satírica Charlie Hebdo, Gerard Biard, defendeu na televisão americana a polêmica charge do profeta Maomé publicada nesta semana na capa da revista francesa, ressaltando que os desenhos defendem a liberdade de religião.

"Cada vez que desenhamos uma caricatura de Maomé, cada vez que desenhamos caricaturas de profetas, cada vez que desenhamos uma caricatura de Deus, defendemos a liberdade de religião", sustentou o redator-chefe da Charlie Hebdo, Gerard Biard, no programa "Meet the Press" da rede NBC. "Pensamos que Deus não deve ser uma figura política ou pública. Deve ser uma figura privada. Defendemos a liberdade de religião", acrescentou.

"Sim, é também a liberdade de expressão, mas é a liberdade de religião. A religião não deve ser um argumento político", afirmou na entrevista à rede americana, que será transmitida integralmente neste domingo.

Estas declarações coincidem com a explosão de violentos protestos em vários países muçulmanos após a publicação de uma caricatura de Maomé no último número da revista Charlie Hebdo, vítima de um atentado no início de janeiro que deixou 12 mortos.

Protestos contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo deixaram cinco mortos no Níger, com manifestantes destruindo bares, queimando igrejas e bloqueando várias estradas neste sábado. Os muçulmanos criticam a publicação de charges com o profeta Maomé. O episódio de violência é o mais recente capítulo em uma onda antifrancesa que atinge o norte da África, Oriente Médio e partes da Ásia.

Apenas uma semana após dezenas de líderes mundiais marcharem em Paris contra o terrorismo e em defesa da liberdade de expressão, os protestos mostram os desafios que o Ocidente enfrenta no relacionamento com o islamismo. "Isso é intolerável", disse o presidente francês, François Hollande, ao comentar as mortes no Níger e notícias de que bandeiras da França foram queimadas em várias partes da África.

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Após os ataques terroristas contra a sede do Charlie Hebdo na semana passada, que deixaram 12 mortos, os integrantes do jornal que sobreviveram produziram uma edição especial, com tiragem de 7 milhões de exemplares, que tem uma charge de Maomé na capa e foi celebrada como um símbolo de desafio ao extremismo religioso. No desenho o profeta segura uma placa com a frase "Je suis Charlie", enquanto a manchete diz: "Tudo está perdoado".

A caricatura irritou mesmo lideranças muçulmanas mais moderadas. A maior autoridade religiosa da Arábia Saudita, o Conselho Sênior de Ulemás, disse que a capa do jornal não tem nada a ver com liberdade de expressão. "Machucar os sentimentos dos muçulmanos com esses desenhos não ajuda causa alguma nem atinge um objetivo justo. No fim, é um serviço prestado ao extremistas que buscam justificativas para assassinatos e terrorismo", disse o secretário-geral da entidade, Fahad al Majed, em comunicado. Os governos e líderes religiosos do Iraque e do Egito também condenaram a nova edição do Charlie Hebdo.

Manifestantes no Níger, Mali e Senegal - todos ex-colônias francesas - também pareciam irritados com a decisão dos chefes de governo de participar da marcha em Paris no último domingo.

Na capital do Níger, Niamey, os manifestantes acordaram cedo e começaram a incendiar igrejas, saquear lojas e destruir estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, disse Ousmane Toudou, conselheiro do presidente do país, Mahamadou Issoufou. O governo enviou um grupo de líderes muçulmanos para conversar com a multidão, formada basicamente de jovens. A polícia foi mandada posteriormente. Quando o protesto se dissipou, dois corpos foram encontrados dentro de uma igreja e outros três em um bar.

Esse foi o segundo dia de protestos. Na sexta-feira, manifestações em Zinder, uma cidade próxima do bastião do Boko Haram, no norte da Nigéria, queimaram igrejas e destruíram um centro cultural francês, além de terem invadido uma delegacia de polícia. Quatro pessoas morreram nos confrontos subsequentes, incluindo um policial, que foi atropelado por um carro, segundo uma agência de notícias nigeriana.

Os protestos começaram no Paquistão e se espalharam para a Turquia e o Oriente Médio. Em Istambul, um grupo simpático a Al-Qaeda organizou um protesto a favor dos militantes que atacaram o Charlie Hebdo. Na Jordânia, um grande protesto pacífico se dirigiu para a embaixada francesa.

No Senegal, centenas protestaram na capital, Dakar. O país, frequentemente citado como um dos melhores exemplos de tolerância religiosa, proibiu a circulação do jornal satírico francês. Manifestações também foram realizadas nas capitais da Mauritânia, Nouakchott, e do Mali, Bamako.

A situação no Mali marca uma profunda mudança no sentimento em relação à França em pouco tempo. Dois anos atrás a capital estava cheia de bandeiras francesas, com crianças gritando "Merci, France!", após o exército francês ajudar o país a combater militantes da Al-Qaeda que haviam dominado várias cidades no norte.

Neste sábado, Hollande disse que embora entenda que alguns países não compartilhem os valores franceses de liberdade de expressão, esperava mais solidariedade de aliados aos quais ajudou no combate a radicais muçulmanos. "Alguns países podem, às vezes, não entender o que é liberdade de expressão, porque nunca tiveram isso. Mas nós apoiamos esses países contra o terrorismo", comentou em entrevista a rádios francesas. Fonte: Dow Jones Newswires.

Autoridades judiciais do Irã proibiram a circulação de um jornal por ter publicado uma manchete de capa supostamente mostrando apoio à publicação satírica francesa Charlie Hebdo. Mohammad Ghoochani, editor-chefe do diário Mardom-e-Emrooz, é citado pela agência semioficial de notícias Tasnim, dizendo que o periódico foi fechado por ter publicado uma matéria sobre o Charlie Hebdo.

O jornal teria mostrado o ator norte-americano George Clooney dizendo: "Je suis Charlie", frase que ficou famosa após o ataque contra a publicação francesa na semana passada, que deixou 12 mortos. O Irã tem criticado o Charlie Hebdo por publicar charges do profeta Maomé, mas também condenou o ataque contra o jornal francês por parte de extremistas islâmicos. Fonte: Associated Press.

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Um grande grupo de pessoas prestaram homenagem hoje aos irmãos Chérif e Said Kouachi, acusados de matar 12 pessoas durante o ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, na semana passada, em Paris.

Cerca de 160 pessoas, a maioria homens, gritavam "Deus é grande!" e carregavam um cartaz mostrando as fotos dos irmãos e do antigo líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden sob o céu de Paris.

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Cartazes menores com os dizeres "somos todos Chérif" e "somos todos Said" foram erguidos enquanto a multidão cantava em uníssono. Fonte: Associated Press.

Doze suspeitos foram presos nesta sexta (16) em diversos pontos de Paris, em uma operação policial relacionada com os ataques terroristas da semana passada. As prisões ocorreram nas periferias sul e norte da capital francesa e nos bairros de Grigny, Montrouge, Fleury-Mérogis e Epinay-sur-Seine.

A Radio France Info, citando fontes judiciais, informou que os detidos (nove homens e três mulheres) são do círculo próximo dos três suspeitos mortos na semana passada, os irmãos Cherif e Said Kouachi e Amedy Coulibaly. Sem ser cúmplices diretos, os detidos poderiam ter facilitado a logística para a organização do atentado e dos ataques posteriores, que deixaram 17 mortos.

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Na quarta-feira da semana passada (7), dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, respectivamente, entraram na redação do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas.

Depois de dois dias em fuga, eles foram mortos na sexta-feira (9), durante ação de forças de elite francesas em uma gráfica em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde estavam. Em outro atentado, na quinta-feira (8), uma agente de polícia municipal foi morta no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido ligação com os dois jihadistas autores do atentado aoCharlie Hebdo.

Na sexta-feira (9), no fim da manhã, quatro pessoas foram mortas em um supermercado kosher(judaico), no leste de Paris, por Amedy Coulibaly, 32 anos, em operação policial. Ele invadiu o mercado e fez reféns. Em entrevista a uma emissora de televisão francesa, Coulibaly disse que agiu conjuntamente com os irmãos Kouachi.

*Com informações da Agência Telam

Um homem armado mantém reféns em uma agência dos correios de Colombes, perto de Paris. Segundo fontes policiais citadas pela agência France Presse, ele porta "uma arma de guerra". A invasão da agência ocorreu por volta das 12h (horário da França).

Os policiais informaram que um homem entrou na agência dos correios. A polícia disse não saber quantas pessoas se encontravam na agência, no momento da invasão. Segundo a rede de televisão francesa RTL, pelo menos três pessoas foram feitas reféns e o sequestrador estava armado com um fuzil kalashnikov, uma pistola e várias granadas.

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Um helicóptero dos serviços de emergência sobrevoava a área, onde foi instalado um perímetro de segurança.

Oito dias após o ataque à revista de humor francesa Charlie Hebdo, que resultou na morte de 12 pessoas, entre elas oito jornalistas, o Senado promoveu nesta quinta-feira (15) ato contra o terrorismo e a islamofobia. Usando o sloganSomos Charlie, que tomou conta das redes sociais e das ruas de Paris após o ato terrorista, o encontro serviu também para a defesa da liberdade de expressão.

O diretor da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schroder, disse que a sociedade não pode relativizar a morte dos chargistas. “Somos Charlie, porque somos solidários à memória dos trabalhadores que morreram no seu local de trabalho, porque exerciam o direito de se expressar. A liberdade de imprensa é o nosso dever básico e não pode ser violada”, afirmou.

O xeque Muhammad Zidan, do Centro Islâmico de Brasília, condenou os ataques e afirmou que o ser humano é o maior perdedor dessa guerra. “Os muçulmanos, como cristãos e judeus, todos louvando a Alá, devemos recordar que Deus, nos seus ensinamentos e de seus profetas, sempre ensinou o amor, a verdade, a pureza e a paz.”

Para o representante da União Europeia, Francisco Fontan, é preciso equilibrar segurança e liberdade. “A gente tem que estar junto, firme, falar alto e claro em defesa das liberdades públicas como suporte fundamental da democracia e do Estado de Direito. Quando essas coisas acontecem, temos que falar alto como brasileiros e europeus estão fazendo”, afirmou.

Autor do requerimento para realização do encontro, o senador Cristovam Buarque (PTD-DF) alertou que o Brasil precisa reforçar a segurança contra eventuais ataques terroristas e promover a paz entre as culturas. “O mundo é um só. O Brasil se diferencia da França porque está um pouco mais distante, e estamos menos protegidos. O que os terroristas querem é criar fato de repercussão mundial [para dizer] que estão vencendo a guerra”, argumentou o senador.

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