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O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou em conversas reservadas com a cúpula do PT que o Executivo vai disponibilizar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para sediar o governo de transição em Brasília, apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O local da transição é o de praxe, mas chegou a ficar sob dúvidas diante da resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL) em reconhecer a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, recuou e desistiu de tirar férias na última semana antes do primeiro turno das eleições. Integrante do núcleo do comitê da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL), a decisão de se licenciar do cargo havia provocado grande repercussão negativa. O presidente está em segundo lugar nas intenções de voto, mas distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo o Ipec e o Datafolha, tem chance de vencer já no primeiro turno. 

Em nota, a assessoria do ministro diz que as férias foram interrompidas "devido a diversos compromissos inadiáveis na próxima semana". Ciro Nogueira também falou que irá "descansar após a reeleição do presidente Bolsonaro".

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Embora o ministro assuma o papel de ser um dos líderes do bolsonarismo, muitas vezes repetindo os discursos do presidente, como pôr em dúvida, sem provas, as pesquisas de intenção de voto, a campanha de aliados de Ciro Nogueira no Piauí, sua base eleitoral, não exibe com ênfase a figura de Bolsonaro. Líder nas pesquisas para governador do Piauí, Silvio Mendes (União Brasil) chegou até a entrar na Justiça para tentar impedir que os adversários o associassem com Bolsonaro. A candidata a vice na chapa de Mendes é a deputada Iracema Portella (PP), ex-mulher de Nogueira e de quem ele ainda é aliado político.

O ministro da Casa Civil é hoje o principal chefe do PP. A legenda do Centrão está na coligação de Bolsonaro, mas tem líderes regionais que apoiam Lula desde o primeiro turno, como os deputados Eduardo da Fonte (PE) e Neri Geller (MT). Como mostrou o Estadão, a cúpula do partido faz vista grossa para essas dissidências pró-Lula e dá autonomia para os diretórios estaduais estarem com o petista.

Os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), defenderam, nesta sexta-feira (19), a regulação das redes sociais e a responsabilização de empresas de tecnologia. O consenso nos discursos ocorreu em evento com o Grupo Esfera, em São Paulo.

Toffoli afirmou que as redes sociais têm disseminado "ódio até entre irmãos e trazido a mentira" e que o antídoto a esse cenário são imprensa, academia e magistratura, que trabalham com fatos. Segundo o ministro, empresas de tecnologia devem ser responsabilizadas pela disseminação de fake news, principalmente por promover uma concorrência desleal com os meios de comunicação tradicionais. "Blogs sem registros destroem reputações e o ofendido não sabe a quem responsabilizar", disse.

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Pacheco também destacou que Executivo, Legislativo e Judiciário precisam se unir para regular excessos nas redes sociais. Esses meios virtuais, segundo ele, não podem substituir a imprensa tradicional que é formada por profissionais com conhecimento técnico. Apesar de reconhecer que a evolução tecnológica trouxe avanços à sociedade, o presidente do Senado diz que "contraindicações precisam ser disciplinadas para impor obrigações e evitar excessos e exageros".

Lira declarou que o debate sobre regulamentação das redes sociais ficou "empacado" diante da dificuldade em definir o que é fake news, mas afirmou ser urgente "afinar essa legislação". De acordo com o presidente da Câmara, as discussões sobre essa temática viraram "uma luta" diante dos interesses "monstruosos" por trás de corporações. A liberdade de expressão, segundo ele, virou defesa daqueles que não querem responsabilizar empresas tecnológicas por fake news.

Ciro Nogueira também afirmou que não se pode impedir divulgação de informações pelas redes, mas é necessário coibir crimes. O ministro defendeu a criação de uma legislação que combata notícias falsas, mas que seja debatida "longe das eleições".

'Não vai ter golpe'

Em meio a uma campanha polarizada e questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, o ministro Dias Toffoli foi taxativo e disse categoricamente que "não vai ter golpe". "As nossas Forças Armadas são instituições que sabem muito bem o preço que pagaram quando ficaram no poder por muito tempo", disse ele durante o seminário"o Equilíbrio dos Poderes".

O ministro disse ter visto, ainda como advogado do PT, a criação das urnas eletrônicas, que começaram a ser implantadas em 1996, e afirmou ainda que o Tribunal Superior Eleitoral "não determina eleição". "Quem determina eleição é a soberania popular".

Defendendo as urnas, ele destacou que Lira, Pacheco e Nogueira, que está licenciado do Senado, foram eleitos pelas urnas, que desconfianças em torno das urnas já ocorreram anteriormente e que é necessário encerrar este debate. O trio participa do evento.

Lira concordou com Toffoli e disse não poder "criticar um mecanismo pelo qual fui eleito por seis vezes". O presidente da Câmara garantiu que o Congresso vai assegurar a governabilidade de quem for eleito".

Já Pacheco foi menos enfático, mas disse que "o resultado das urnas serão aceitos". "Em 1º de janeiro será dada posse ao eleito", afirmou o senador.

Ministro do governo, Ciro Nogueira também afirmou no mesmo painel que a decisão tomada pela sociedade em outubro "será respeitada por todos nós". "Vivemos uma democracia sólida, hoje temos esquerda e direita".

Diante da vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto no Nordeste, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, escondem o presidente Jair Bolsonaro das campanhas dos seus principais aliados locais. No Piauí, o diretório estadual do Progressistas, controlado por Nogueira, acionou o Tribunal Regional Eleitoral para tentar proibir a circulação de imagens de seus candidatos ao lado do presidente.

Na ação, o partido do ministro justifica que Bolsonaro "possui altíssimo índice de rejeição em pesquisas mais recentes" e diz que o material que circula no WhatsApp dos seus candidatos ao lado do presidente é fake news. O Progressistas afirmou ao TRE que, diante da impopularidade do presidente, eles serão prejudicados se aparecerem ao seu lado. A Justiça negou o pedido. "Está claramente nos limites da liberdade de expressão e comunicação", diz sentença de junho.

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Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra que Lula aparece 35 pontos à frente de Bolsonaro nas intenções de voto para o primeiro turno no Nordeste. O que dá ao petista 59% da preferência ante 24% do presidente. Em maio, o instituto mostrou que Bolsonaro é rejeitado por 65% dos eleitores da região, que não votam nele "de jeito nenhum". Lula é rejeitado por 22% dos nordestinos.

CANDIDATOS

Senador licenciado, Ciro Nogueira tem mandato até fevereiro de 2027. Na disputa deste ano, tenta eleger aliados em diferentes palanques. Entre eles, o responsável pela ação para proibir santinhos vinculando Bolsonaro aos candidatos da sigla, o presidente do PP no Piauí, Júlio Arcoverde, que busca um mandato de deputado federal. Ciro o escolheu para comandar o partido no Estado e empregou o filho do correligionário no seu gabinete no Senado.

Assim como o ministro da Casa Civil, Arthur Lira também esconde o presidente na sua propaganda em Alagoas. Suas publicações o apresentam como "Arthur Lira é foda" e não trazem menção a Bolsonaro. Com R$ 16,5 bilhões de orçamento secreto para distribuir entre seus aliados no Congresso, os marqueteiros de Lira apostam na imagem de um tocador de obras independente e padrinho direto dos recursos para o Estado.

Candidato à reeleição, Lira apoia um antibolsonarista ao governo de Alagoas, o senador licenciado Rodrigo Cunha (União Brasil). Em 1999, o então deputado Jair Bolsonaro votou contra a cassação de um colega que mandou matar a mãe de Cunha e saiu em defesa do mandante do crime político. Na terra de Lira, sobrou para Bolsonaro o palanque de Fernando Collor (PTB-AL).

Enquanto isso, a quilômetros de Alagoas, no Rio de Janeiro, Lira compareceu à convenção do PL vestido com uma camiseta com a inscrição "Bolsonaro 2022". O presidente retribuiu: "Lira tem colaborado muito com o nosso governo. Graças ao Lira conseguimos aprovar leis que baixaram os combustíveis".

É quase um jogo duplo. Ao mesmo tempo que comandam a articulação política do governo e a distribuição das verbas do orçamento secreto, os dois aliados mais influentes de Bolsonaro, evitam parecer adversários de Lula nas campanhas estaduais, enquanto em Brasília fazem oposição ao petista ecoando o discurso do presidente.

PRINCÍPIOS

No Piauí, Ciro Nogueira também não dará palanque a Bolsonaro. Seu candidato ao governo, Silvio Mendes (União Brasil), já disse em entrevista que não apoia o presidente. "Vou não. Eu não faço qualquer coisa. Eu tenho muitos princípios. Não vou me afastar dos meus princípios, das minhas crenças", afirmou. A chapa tem a ex-mulher do ministro Iracema Portella (Progressistas-PI) como vice.

"É preciso acabar com essa frescura de dizer que não é Bolsonaro", tem afirmado o prefeito de Parnaíba, Mão Santa (União Brasil). Numa disputa polarizada entre Silvio Mendes e o petista Rafael Fonteles, Bolsonaro terá o apoio de Coronel Diego, candidato pelo PL.

O cientista político e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Vitor Sandes explica que o custo político de se investir na "bolsonarização" num Estado como o Piauí "é bastante elevado". Na avaliação dele, o ministro Ciro Nogueira sabe separar as coisas. "Ele faz vídeos falando do Bolsonaro, das obras e tal, mas não vincula isso à candidatura do Silvio Mendes."

A cientista política e pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Carolina de Paula complementa ao afirmar que os políticos do Centrão "estão aguardando o que vai acontecer, pensando também na sua própria eleição, no seu próprio Estado". Segundo ela, as prioridades têm uma escala. "Primeiro, eles precisam se eleger. Depois, eleger os aliados. Em terceiro lugar, talvez, esteja o Bolsonaro", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI) insinuou, nesta terça-feira (26), que banqueiros que participam da elaboração de uma carta de representantes da sociedade civil em defesa da democracia estariam se manifestando contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por terem perdido "R$ 40 bilhões" por ano como suposto resultado do sucesso do Pix. Nogueira alegou ainda que as personalidades que assinam o documentos só podem se manifestar "porque estão livres da perseguição".

Como mostrou o Estadão, um grupo de empresários aderiu a uma carta articulada pela Faculdade de Direito da USP em tom duro em defesa da democracia brasileira e do sistema eleitoral. O texto atual, que já possui cerca de 3 mil signatários, não cita diretamente o presidente, mas afirma que o País passa por um momento de "perigo para a normalidade democrática" e faz uma comparação dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro ao que chama de "desvarios autoritários" que puseram em risco a democracia nos Estados Unidos.

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Segundo o ministro, tais manifestação só acontecem porque o governo federal apoio no Congresso o projeto de lei que deu autonomia ao Banco Central.

"Sabe porque os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo dos congelamentos de câmbio do passado? Porque hoje, graças ao desprendimento do poder do Senhor (Bolsonaro) e à visão de país do ministro Paulo Guedes, o Brasil passou a ter um Banco Central independente. Antes, o Banco Central podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros", escreveu em publicação no Twitter.

"E agora os banqueiros podem até assinar manifestos contra o presidente pois sabem que não serão perseguidos. Eles podem assinar manifestos contra porque estão livres da perseguição, sim", continuou.

Nogueira também afirmou que o manifesto é resultado de medidas do Banco Central, como a instituição de transferências bancárias via Pix que, para o senador licenciado, reduzem as taxas cobradas pelos bancos e culminam em uma redução anual de receitas que chega nos R$ 40 bilhões.

"Então, presidente, se o senhor faz alguém perder 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor", concluiu.

Até o momento, foram 3 mil adesões ao documento. Gestado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o manifesto circula desde a semana passada e tem ganhado assinaturas de peso do mundo empresarial e financeiro. Entre os signatários do documento estão Roberto Setubal e Candido Bracher (Itaú Unibanco), representantes da indústria como Walter Schalka (Suzano) e de empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura). A mobilização terá como ápice um ato no dia 11 de agosto, nas arcadas do Largo de São Francisco, no centro de São Paulo.

Aderiram também ao manifesto Eduardo Vassimon (Votorantim), Horácio Lafer Piva (Klabin), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso), o economista José Roberto Mendonça de Barros e o cineasta João Moreira Salles.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar nesta sexta-feira (3) a investigação contra o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), por supostas propinas do grupo J&F.

A decisão respeita o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR). A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo disse que não há provas dos pagamentos e encerrou o inquérito no mês passado.

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Pela jurisprudência do STF, quando o Ministério Público Federal, que é o titular da investigação, conclui uma apuração sem oferecer denúncia, é de praxe que os ministros promovam o arquivamento do caso.

Com a decisão, o inquérito foi enviado ao Tribunal de Justiça do Piauí para distribuição a um juiz criminal de primeira instância, que deverá decidir a situação dos demais investigados sem direito a foro privilegiado.

O parecer da PGR contrariou as conclusões da Polícia Federal (PF), que apontou crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No relatório final da investigação, o delegado federal Rodrigo Borges Correia concluiu que o ministro teria recebido repasses da J&F em troca do apoio do Progressistas à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Ciro Nogueira dirige o partido por quase uma década e foi aliado dos governos petistas até o impeachment de Dilma.

A Polícia Federal concluiu que, além de R$ 40 milhões em doações eleitorais para o PP regularmente declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ciro Nogueira recebeu outros R$ 5 milhões em dinheiro vivo. Os valores teriam sido repassados através do supermercado Comercial Camargo, que fica em Teresina, no Piauí, para o irmão do político.

O ponto de partida da investigação foi a delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da J&F, e do executivo Ricardo Saud, que foi diretor de relações institucionais do grupo. A PGR disse que não foram encontrados elementos para corroborar a versão dos delatores.

O inquérito da Polícia Federal que apontou indícios da prática dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, mostra num trecho de suas 217 páginas que ele trata um apadrinhado em posto-chave do governo como seu despachante pessoal. Em uma conversa, o ministro se refere ao presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, como "meu menino" e diz ainda "eu botei ele lá".

Em troca de apoio do Progressistas, sigla que controla, o ministro conseguiu fazer de Cordeiro o mais longevo a ocupar o alto escalão do Cade. E, ao se aproximar do presidente Jair Bolsonaro, colocou "seu menino" no posto mais alto. O Cade é um dos órgãos mais temidos pelos empresários. É lá que são investigadas as acusações de prática de cartel e são decididas fusões de empresas que envolvem bilhões.

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A conversa em que Ciro Nogueira fala sobre sua influência no Cade foi gravada pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, no dia 17 de março de 2017, quando ele buscava provas para sua delação premiada. E só agora veio à tona. Hoje, cinco anos depois, Ciro Nogueira se tornou o ministro mais poderoso do governo Bolsonaro e Alexandre Cordeiro, presidente do Cade.

Naquela conversa, Joesley se queixou de problemas no Cade. Em resposta, Ciro Nogueira disse ter um apadrinhado lá dentro. "Um cara de bom senso. Meu menino, ele era meu chefe de gabinete, eu botei ele lá (...) E ele conseguiu se entrosar lá", afirmou. Joesley perguntou: "Como é que é. Alexandre o quê?" "Cordeiro", responde o ministro.

Na época, a J&F fechou um frigorífico em Santa Fé do Sul (SP) e demitiu 600 funcionários alegando não conseguir cumprir determinação do Cade que impunha níveis mínimos de produção na unidade. Em março, o frigorífico foi reaberto com autorização do órgão para produção menor.

Durante a conversa com Joesley, o ministro reforçou a preocupação em manter o controle do Cade. "É uma coisa que nós temos que, porque hoje nós temos a maioria lá, por isso que ele conseguiu (incompreensível)", disse o ministro, conforme a PF. "Nós não podemos perder a maioria."

Questionado sobre qual a razão para um político ter o controle de um órgão técnico como o Cade e a forma de tratamento do seu apadrinhado, Ciro Nogueira não respondeu. Cordeiro também silenciou.

O inquérito, concluído na semana passada, afirma que Ciro Nogueira recebeu R$ 5 milhões de propina da J&F em troca de apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014, que interessava a Joesley. Na época, o PP (atual Progressistas) cumpriu o acordo. Em troca, Ciro Nogueira emplacou "seu menino" para conselheiro do Cade pela primeira vez. Nesse inquérito específico, a PF não aprofunda a investigação sobre a atuação no órgão.

Escalada

No governo Michel Temer (MDB), em 2017, Ciro Nogueira colocou Cordeiro como superintendente-geral do órgão, cargo responsável pelas investigações de infrações econômicas como cartel. Na época, Temer chegou a indicar uma técnica para a vaga, mas cedeu a pressões e trocou a servidora por Cordeiro.

Em 2019, o ministro conseguiu convencer o presidente Jair Bolsonaro a reconduzir "seu menino" para o cargo na superintendência. Em 2021, ao aderir ao Centrão, Bolsonaro colocou Cordeiro como presidente do Cade até 2025. No cargo, o apadrinhado de Ciro Nogueira tem poder sobre processos de multinacionais e é um importante elo entre o ministro e o Poder Judiciário.

Um exemplo da influência de Cordeiro sobre transações bilionárias de empresas foi o julgamento da venda da Oi para Vivo, Tim e Claro, em fevereiro. O Ministério Público Federal (MPF) e o relator do caso se manifestaram contrários à transação por constatarem ameaças à competitividade no mercado de telefonia. O julgamento ficou empatado em três a três. Por ser presidente do colegiado, Cordeiro tinha o "voto de qualidade", o que determinou o resultado favorável à venda da telefônica.

Nos bastidores, integrantes do órgão criticaram a atuação de Cordeiro no caso. Em sessão pública, houve trocas de acusações entre conselheiros e um deles chegou a dizer que a aprovação do negócio não observou padrões "éticos e de boa-fé". O processo foi um dos mais complexos e relevantes da história do Cade. A negociação envolveu o pagamento de R$ 16,5 bilhões.

Antes de ser presidente, Cordeiro era superintendente-geral do Cade, responsável por investigar infrações como cartel. Em sua passagem pelo cargo, foi responsável por negociações de acordos da Lava Jato em diversos processos.

Em 2018, Cordeiro tomou uma decisão na superintendência que surpreendeu servidores e integrantes do órgão. À época, o Cade analisava a compra da Transfederal, do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE), pela espanhola Prosegur.

Os técnicos do Cade recomendaram a reprovação da operação, mas, em rara decisão, Cordeiro divergiu dos subordinados e aprovou o negócio no âmbito da área técnica. Durante sua gestão, ao menos seis servidores experientes deixaram o setor técnico do Cade com críticas à sua conduta.

Domínio

As indicações do ministro têm sido foco de desgaste para Bolsonaro. Uma das áreas mais críticas é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O Estadão revelou que a autarquia presidida por Marcelo Ponte tentou comprar por leilão ônibus escolares por valores inflados.

O trampolim para Cordeiro chegar ao Cade e Marcelo Ponte, ao FNDE, foi a chefia de gabinete de Ciro Nogueira no Senado. O mesmo posto hoje no Ministério da Casa Civil é ocupado por Sabá Cordeiro, irmã do presidente do Cade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Controlado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) autorizou a construção de 52 "escolas fake" no Piauí, abandonando 99 obras de colégios, creches e quadras poliesportivas que estavam em andamento no Estado. A maior parte dos contratos para as obras foi fechada com prefeituras piauienses comandadas pelo Progressistas, partido do qual o ministro é presidente nacional licenciado. Os números mostram que Nogueira usa dinheiro da educação para turbinar a campanha eleitoral de aliados no seu reduto eleitoral. Entre as candidaturas está a da sua ex-mulher Iracema Portella.

O Estadão revelou que o esquema é operado no FNDE, presidido por Marcelo Ponte, ex-chefe de gabinete do ministro. Apesar de haver 3,5 mil obras paradas, o governo preferiu dar prioridade à construção de 2 mil novas escolas, mas repassando recursos insuficientes para sua execução. A estratégia garante a deputados aliados alardear em suas bases a conquista de obras que, na prática, não serão executadas por falta de previsão orçamentária.

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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu ontem abertura de uma investigação sobre o descumprimento às leis orçamentárias apontado na reportagem e solicitou uma liminar para que o Ministério da Educação "se abstenha de realizar novos empenhos para construção de novas escolas, devendo priorizar as obras já em andamento e inacabadas, diante dos indícios do esquema das ‘escolas fake’ noticiado no bojo dessa representação".

Procurados, Nogueira e o FNDE não se manifestaram.

Em dezembro, o prefeito Junior Bill (Progressistas), de São Pedro do Piauí, anunciou nas redes que pediu ao ministro Ciro Nogueira dinheiro para construir uma escola. "Foi atendida e empenhada uma escola avaliada em mais de R$ 8 milhões pelo FNDE", disse a eleitores. "Muito obrigado, Ciro Nogueira!" Do total, apenas R$ 200 mil foram de fato reservados, o equivalente a 2,5%, e não há recursos previstos para que a obra saia do papel.

Com duas obras inacabadas, o município de Altos recebeu autorização de gasto de R$ 200 mil para iniciar uma terceira obra. Mais uma "escola fake". O valor total da construção de uma creche, contudo, é de R$ 3,1 milhões. O prefeito Maxwell da Mariinha (MDB) aparece em fotos ao lado de Eliane Nogueira, mãe do ministro e sua suplente no Senado. Já para as obras que viraram esqueletos a céu aberto não há dotação de recursos.

'ESQUELETOS'

Das 99 obras paradas no Piauí, em 51 dos casos não há desembolso do FNDE. Elas foram iniciadas em governos passados e, pela legislação, deveriam ter prioridade. Nos outros 48 casos, o contrato para construção foi encerrado sem que elas fossem concluídas, o que deixa pelas cidades esqueletos de escolas.

Apesar do passivo, o presidente do FNDE direcionou todo o montante, R$ 172,5 milhões, para 52 novas obras que ajudam eleitoralmente os aliados do ministro. Mesmo assim, o valor é insuficiente para concluir as construções.

Até agora, só foram garantidos R$ 15,6 milhões, ou 9,09% do total que o governo precisará desembolsar. Proporcionalmente, o Piauí obteve reserva orçamentária maior do que a média dos demais Estados, que ficou em 3,8%.

A ex-mulher de Nogueira também tira proveito da distribuição de verba para "escolas fake" no Piauí. Em dezembro, o prefeito de Arraial, Aldemes Barroso (PP), anunciou, em sua rede social, "uma feliz notícia". Ele disse que havia sido empenhada no FNDE a construção de uma creche para o município, orçada em R$ 2 milhões. Mas, até o momento, apenas 10% foram reservados para a obra. "Iniciativa garantida pela deputada Iracema", disse o prefeito.

O Palácio do Planalto demonstra preocupação com o desgaste político do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Auxiliares mais próximos do presidente da República, Jair Bolsonaro, avaliaram que a revelação de um esquema de 'escolas fake', que tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ameaça a permanência do ministro no governo e tem potencial corrosivo para a estratégia da campanha à reeleição do presidente - centrada no debate da corrupção.

No domingo, 10, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que, com o aval do FNDE, controlado pelo ministro da Casa Civil, deputados "vendem" aos seus eleitores a ideia de que conseguiram recursos para colégios e creches, com promessas de construção de duas mil novas unidades sem garantias orçamentárias.

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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) vai pedir a abertura de uma investigação na Corte até terça-feira, em mais um desgaste para o governo provocado pela área controlada por Ciro Nogueira.

Uma série de reportagens do jornal já mostrou que o ministro, por meio de um apadrinhado, controla o FNDE - órgão que concentra o dinheiro do setor. O ministro tem se reunido com o presidente do FNDE, Marcelo Ponte, com frequência.

A ala ideológica e o núcleo militar do governo avaliaram que o levantamento de 3,6 mil obras de escolas, creches e quadras paradas no País, apresentado pela reportagem, põe em xeque a narrativa de eficiência e o suposto caráter técnico na distribuição de recursos da infraestrutura.

A situação de Ciro no Planalto é monitorada mais de perto por essa ala do governo desde que o jornal O Estado de S. Paulo revelou um esquema de cobrança de propina no Ministério da Educação operado por pastores.

A prioridade número um no Planalto é pavimentar o caminho de mais um mandato para o presidente. Essa premissa foi fundamental para a saída de Milton Ribeiro do cargo de ministro da pasta.

No governo, auxiliares de Bolsonaro começaram a fazer o discurso de que o envolvimento de Ciro Nogueira com casos de corrupção é do governo anterior.

Na última quinta-feira, a Polícia Federal concluiu que o atual ministro recebeu propinas do grupo J&F e praticou crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na campanha da reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff.

Procurado pela reportagem, Ciro não foi localizado até o fechamento da edição de domingo do jornal O Estado de S. Paulo.

Parlamentares repercutem caso das 'escolas fake'

Neste domingo, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) disse que, agora, é hora de cobrar o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal e do TCU. Ele alegou ser o "maior defensor de CPI", apesar de não ter assinado, na última semana, o documento para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito do MEC.

"Fui certa vez expulso do PSDB por assinar CPI para investigar o governo do meu próprio partido. Sempre atuo com independência e não aceito pressões", afirmou o senador. "Mas não faço esse jogo do espetáculo da encenação", ponderou.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que retirou a assinatura para a instauração da CPI, afirmou que as revelações deste domingo demonstram que há um "puro jogo para enganar a sociedade".

Guimarães justificou a retirada da assinatura da CPI por receio de que ela se tornaria um "palanque eleitoral", ao entender que a investigação não seria "imparcial e técnica".

O senador diz entender que "fatos muito graves estão acontecendo no MEC", mas que é melhor que a investigação seja feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Além do senador Oriovisto, o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) também anunciou neste final de semana que não vai mais assinar o pedido de abertura da comissão parlamentar de inquérito.

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) também recuou e não apoiará mais a CPI. São necessárias 27 assinaturas para abertura de uma CPI e, com a retirada desses apoios, não há número suficiente.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido de instauração da CPI, se manifestou neste domingo nas redes sociais, após o anúncio do senador Styvenson. "Estadão revelou mais um escândalo na pasta. Precisamos passar a limpo a corrupção desse governo no MEC! Temos que proteger o dinheiro público! #CPIdoMEC."

A presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, defende a rápida investigação dos fatos. "A gestão educacional federal fere a Lei Orçamentária, a Lei de Responsabilidade Fiscal, os princípios constitucionais da administração pública, promove violação penal com emprego irregular de verbas públicas". "Tudo isso já constituiria um escândalo em anos normais. Mas após a pandemia, com efeitos gravíssimos na educação brasileira, esses supostos crimes precisam ser imediatamente investigados e seus responsáveis punidos", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 8, a Polícia Federal (PF) afirma que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), recebeu propinas do grupo J&F. A conclusão é que o político cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os volumes da investigação serão enviados agora ao procurador-geral da República Augusto Aras, a quem cabe decidir se apresenta denúncia contra o ministro ou arquiva o inquérito. A PF não pediu o indiciamento em razão do foro por prerrogativa de função.

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O delegado Rodrigo Borges Correia aponta que o ministro teria recebido repasses do frigorífico em troca do apoio do Progressistas à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Ciro Nogueira dirige o partido há quase uma década.

O ponto de partida da investigação foi a delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da J&F, e do executivo Ricardo Saud, que foi diretor de relações institucionais do grupo.

"Não há como não dar veracidade para versão apresentada pelos colaboradores", diz um trecho do relatório.

A PF concluiu que, além de R$ 40 milhões em doações eleitorais para o PP regularmente declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ciro Nogueira recebeu outros R$ 5 milhões em dinheiro vivo. Os valores teriam sido repassados através do supermercado Comercial Camargo, que fica em Teresina, no Piauí, para o irmão do político.

Além das informações levantadas pela Receita Federal, o depoimento do dono e de um funcionário do supermercado, que admitiram a entrega do dinheiro, foram fundamentais para a investigação.

O relatório final afirma que a verba não foi desembolsada do caixa da empresa. Segundo a investigação, o dinheiro saiu de uma conta controlada pela J&F, mas alimentada com recursos desviados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

FNDE

O nome do ministro também está envolvido em uma série de escândalos que atingem o governo Bolsonaro. O Estadão revelou que é ele quem comanda o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que gere todos os recursos do setor. Foi o órgão que abriu uma licitação com preços inflados de ônibus, suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU) diante dos indícios de superfaturamento, e também liberou dinheiro para pastores lobistas acusados por prefeitos de cobrarem propinas em troca do acesso ao Ministério da Educação.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO MINISTRO CIRO NOGUEIRA

A defesa técnica do Ministro Ciro Nogueira estranha o relatório da Polícia Federal, pois a conclusão é totalmente baseada somente em delações que não são corroboradas com nenhuma prova externa. Até porque a narrativa das delações não se sustenta.

A defesa tem absoluta confiança que o tempo das delações sem nenhuma fundamentação já está devidamente superado pelas decisões independentes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal.

Continuamos à disposição do Poder Judiciário com plena convicção que a verdade prevalecerá. O império das delações falsas e dirigidas não mais se sustenta.

Almeida Castro, Castro e Turbay Advogados

Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay

Roberta Cristina Ribeiro de Castro Queiroz

Marcelo Turbay Freiria

Liliane de Carvalho Gabriel

Álvaro Guilherme de Oliveira Chaves

Ananda França de Almeida

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, poderá ser convocado para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara dos Deputados a respeito do edital para compra de 3850 ônibus rurais escolares no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com risco de sobrepreço de até R$ 732 milhões. O autor do pedido de convocação é o deputado federal Rogério Correia, do PT-MG. Ele protocolou requerimento nesta terça-feira, 5.

Conforme o Estadão revelou nesta terça-feira, Nogueira se reuniu no Palácio do Planalto com o presidente do FNDE, Marcelo Ponte, seu ex-chefe de gabinete no Senado, quatro dias antes de o dirigente do fundo determinar a retomada da licitação para compra de ônibus escolares.

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Os encontros de Ciro Nogueira com Marcelo Ponte ocorreram em 22 de fevereiro e 14 de março. Durante essas datas, o processo licitatório estava suspenso por conta de problemas apontados pelos órgãos de controle, mas foi retomado no dia 18 de março. A licitação estava marcada para ocorrer nesta terça-feira, 5.

Como o Estadão mostrou nesta terça-feira, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação recuou e reduziu o preço máximo para a compra em leilão de 3.850 ônibus escolares rurais. A operação para salvar o pregão eletrônico que está sob suspeita de sobrepreço foi desencadeada ainda na tarde de ontem. Ao mesmo tempo, na manhã desta terça-feira, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar Rodrigues decidiu embargar o resultado do leilão até que passe por análise pela corte de contas.

Para a Diretoria de Administração do FNDE, o valor máximo deveria ficar em R$ 1,31 bilhão, mas, após alertas desse setor e também da Procuradoria Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Diretoria de Ações Educacionais optou por fixar os valores em R$ 2,045 bilhões. A diretoria é chefiada por Gharigam Amarante, ex-assessor do PL na Câmara dos Deputados e homem de confiança do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Como o Estadão mostrou, Ciro Nogueira tem influência direta sobre a destinação de recursos do FNDE, por meio do seu afilhado político e ex-chefe de gabinete Marcelo Ponte, que preside o órgão federal. Apesar de licenciado da presidência nacional do Progressistas, Ciro Nogueira tem atuado para que o programa Caminho da Escola atenda a seus correligionários, por meio da distribuição de ônibus escolares e do empenho de emendas parlamentares.

"Recai sobre o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, na condição de coordenador das ações governamentais, a suspeita de que tenha atuado junto ao FNDE para a realização da licitação em desacordo com o órgão de administração do FNDE e da CGU, notadamente em razão de potencial beneficiamento dos aliados do Governo, e mesmo de seus aliados, cuja proximidade das eleições ampliaria o impacto político-eleitoral, se constituindo adicionalmente em potencial crime eleitoral", afirmou o deputado Rogério Correia no requerimento de audiência de Ciro Nogueira.

Linha do tempo

O Estadão teve acesso à íntegra do processo interno do FNDE que trata da licitação para a compra de ônibus. Na avaliação da Diretoria de Administração da FNDE, o preço máximo deveria ficar em R$ 1,3 bilhão. Mas, para a Diretoria de Ações Educacionais, chefiada por Gharigam Amarante - nome ligado ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto - o valor deve ser R$ 2 bilhões. Gharigam e Marcelo Ponte aprovaram a continuidade da licitação quatro dias após a segunda visita de Ciro Nogueira ao FNDE neste ano.

Depois de a Controladoria-Geral da União entrar no caso endossando o alerta de risco de sobrepreço, em fevereiro, o procedimento licitatório ficou parado até o dia 14 de março, data da reunião de Marcelo Ponte com Ciro Nogueira na Casa Civil. Naquela dia, horas antes, o apadrinhado de Valdemar Costa Neto, Gharigam Amarante, diretor de Ações Educacionais, e mais dois coordenadores subordinados a si, deram um despacho fazendo ajustes no processo, contendo um novo cálculo de preços, trocando o índice de correção da inflação a ser utilizado, o que faria o preço global da licitação cair de R$ 2,083 bilhões para R$ 1,567 bilhão.

Após esse despacho, o processo foi enviado para a Diretoria de Administração, que havia feito o primeiro alerta de risco de sobrepreço. Em sua manifestação, os responsáveis pela área pedem à Dirae, chefiada por Gharigam Amarante, para "justificar detalhadamente a mudança de metodologia de cálculo da estimativa de preços".

No dia 17 de março, sem responder a essa solicitação feita pela Diretoria de Administração, a Diretoria de Ações Educacionais emitiu novo estudo preliminar e nova pesquisa de preço. No dia seguinte, o novo termo de referência, com valores globais de R$ 2,045 bilhões, foi lançado no sistema por dois subordinados de Gharigam. Em seguida, em despacho, Gharigam e Marcelo Ponte aprovam o novo termo de referência, com valores globais de R$ 2,045 bilhões, e autorizam a reabertura do procedimento licitatório. Essa decisão foi tomada no dia em que o Estadão revelou a existência de um gabinete paralelo operado por pastores no MEC formado por pastores que fazem intermediação entre prefeitos e a pasta.

O contexto de influência de Ciro Nogueira sobre as ações do FNDE e a falta de transparência sobre a agenda pública entre ele e Marcelo Ponte geram suspeitas de que o ministro da Casa Civil possa ter atuado para a retomada do pregão para compra de ônibus, na avaliação do advogado Mauro Menezes, que já foi presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

"A suposição de que tenha havido uma articulação do ministro da Casa Civil em favor de interesses pessoais e do partido decorrem da revelação de que o pregão virá a beneficiar municípios geridos pelo Progressistas e a distribuição de verba recairá sobre parlamentares Progressistas", disse Mauro Menezes ao Estadão.

"Então, nesse sentido, a falta de transparência sobre o tema tratado na reunião permite a suposição de que as reuniões tenham servido justamente a articulação dessa solução para a continuidade do pregão, que é estranha ao interesse público, estranha ao zelo com os recursos públicos, estranha com a transparência no exercício das contas públicas. É uma solução que aparentemente vem a promover o interesse pessoal ou partidário em detrimento do interesse público", conclui o ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

O advogado Igor Tamasauskas, doutor em Direito do Estado pela USP, afirma que a ausência de informações sobre os temas das reuniões entre o ministro da Casa Civil e o presidente do FNDE descumpre regra criada pelo governo no ano passado. Ele ressalta que não faz sentido o ministro da Casa Civil se reunir com um responsável por um fundo vinculado ao Ministério da Educação sem a presença do ministro. "Por força de uma regra criada em 2021, sempre que um ministro se reúne com pessoa integrante de outro ministério, precisa divulgar uma série de informações, dentre as quais o assunto discutido. Essas reuniões precisam ser esclarecidas", disse o advogado Igor Tamasauskas.

O advogado lembra que, como a CGU observou no processo, as compras públicas devem se pautar, prioritariamente, no Painel de Preços, criado pelo próprio Governo Federal, ou em licitações anteriores de outros órgãos públicos. "Isso aparentemente não foi observado, com argumentos que a própria CGU define como questionáveis - quer por especificações especiais dos veículos, quer por questões de quantidades compradas pelos outros órgãos". Para Tamasauskas, "esses argumentos - especialidade e quantidade - são comuns em casos comprovados de direcionamento de licitação e outras irregularidades". "Há que se explicar bem esses fatos, sobretudo porque a aquisição está ocorrendo no último ano de mandato", disse.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se reuniu no Palácio do Planalto com o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte, quatro dias antes de o dirigente do fundo determinar a retomada da licitação para compra de ônibus escolares. O processo do pregão estava suspenso por conta de problemas apontados pelos órgãos de controle, mas foi retomado no dia 18 de março. A licitação está marcada para ocorrer nesta terça-feira (5).

Ciro e o presidente do FNDE tiveram um outro encontro, também no Planalto, em 22 de fevereiro. As duas reuniões ocorreram sem a presença do ministro da Educação, apesar de o fundo ser vinculado ao MEC e não ter qualquer subordinação com a Casa Civil.

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Como revelou o Estadão, a área técnica do FNDE e também órgãos de controle alertaram para a indicação de sobrepreço na compra de 3.850 ônibus escolares destinados ao transporte de estudantes da zona rural. Os preços inflados poderiam elevar o valor total da aquisição em até R$ 730 milhões.

O Estadão mostrou que Ciro Nogueira tem influência direta sobre a destinação de recursos do FNDE, por meio do seu afilhado político e ex-chefe de gabinete Marcelo Ponte, que preside o órgão federal. Apesar de licenciado da presidência nacional do Progressistas, Ciro Nogueira tem atuado para que o programa Caminho da Escola atenda a seus correligionários, por meio da distribuição de ônibus escolares e do empenho de emendas parlamentares.

O jornal teve acesso à íntegra do processo interno do FNDE que trata da licitação para a compra de ônibus. Na avaliação da Diretoria de Administração da FNDE, o preço máximo deveria ficar em R$ 1,3 bilhão. Mas, para a Diretoria de Ações Educacionais, chefiada por Gharigam Amarante - nome ligado ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto - o valor deve ser R$ 2 bilhões. Gharigam e Marcelo Ponte aprovaram a continuidade da licitação quatro dias após a segunda visita de Ciro Nogueira ao FNDE neste ano.

Depois de a Controladoria-Geral da União (CGU) entrar no caso endossando o alerta de risco de sobrepreço, em fevereiro, o procedimento licitatório ficou parado até o dia 14 de março, data da reunião de Marcelo Ponte com Ciro Nogueira na Casa Civil. Naquela dia, horas antes, o apadrinhado de Valdemar Costa Neto, Gharigam Amarante, diretor de Ações Educacionais, e mais dois coordenadores subordinados a si, deram um despacho fazendo ajustes no processo, contendo um novo cálculo de preços, trocando o índice de correção da inflação a ser utilizado, o que faria o preço global da licitação cair de R$ 2,083 bilhões para R$ 1,567 bilhão.

Após esse despacho, o processo foi enviado para a Diretoria de Administração, que havia feito o primeiro alerta de risco de sobrepreço. Em sua manifestação, os responsáveis pela área pedem à Dirae, chefiada por Gharigam Amarante, para "justificar detalhadamente a mudança de metodologia de cálculo da estimativa de preços".

No dia 17 de março, sem responder a essa solicitação feita pela Diretoria de Administração, a Diretoria de Ações Educacionais emitiu novo estudo preliminar e nova pesquisa de preço. No dia seguinte, o novo termo de referência, com valores globais de R$ 2,045 bilhões, foi lançado no sistema por dois subordinados de Gharigam. Em seguida, em despacho, Gharigam e Marcelo Ponte aprovam o novo termo de referência, com valores globais de R$ 2,045 bilhões, e autorizam a reabertura do procedimento licitatório. Essa decisão foi tomada no dia em que o Estadão revelou a existência de um gabinete paralelo operado por pastores no MEC formado por pastores que fazem intermediação entre prefeitos e a pasta.

O contexto de influência de Ciro Nogueira sobre as ações do FNDE e a falta de transparência sobre a agenda pública entre ele e Marcelo Ponte geram suspeitas de que o ministro da Casa Civil possa ter atuado para a retomada do pregão para compra de ônibus, na avaliação do advogado Mauro Menezes, que já foi presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

"A suposição de que tenha havido uma articulação do ministro da Casa Civil em favor de interesses pessoais e do partido decorrem da revelação de que o pregão virá a beneficiar municípios geridos pelo Progressistas e a distribuição de verba recairá sobre parlamentares Progressistas", disse Mauro Menezes ao Estadão.

"Então, nesse sentido, a falta de transparência sobre o tema tratado na reunião permite a suposição de que as reuniões tenham servido justamente a articulação dessa solução para a continuidade do pregão, que é estranha ao interesse público, estranha ao zelo com os recursos públicos, estranha com a transparência no exercício das contas públicas. É uma solução que aparentemente vem a promover o interesse pessoal ou partidário em detrimento do interesse público", conclui o ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Fora das regras

O advogado Igor Tamasauskas, doutor em Direito do Estado pela USP, afirma que a ausência de informações sobre os temas das reuniões entre o ministro da Casa Civil e o presidente do FNDE descumpre regra criada pelo governo no ano passado. Ele ressalta que não faz sentido o ministro da Casa Civil se reunir com um responsável por um fundo vinculado ao Ministério da Educação sem a presença do ministro. "Por força de uma regra criada em 2021, sempre que um ministro se reúne com pessoa integrante de outro ministério, precisa divulgar uma série de informações, dentre as quais o assunto discutido. Essas reuniões precisam ser esclarecidas", disse o advogado Igor Tamasauskas.

O advogado lembra que, como a CGU observou no processo, as compras públicas devem se pautar, prioritariamente, no Painel de Preços, criado pelo próprio Governo Federal, ou em licitações anteriores de outros órgãos públicos. "Isso aparentemente não foi observado, com argumentos que a própria CGU define como questionáveis - quer por especificações especiais dos veículos, quer por questões de quantidades compradas pelos outros órgãos".

Para Tamasauskas, "esses argumentos - especialidade e quantidade - são comuns em casos comprovados de direcionamento de licitação e outras irregularidades". "Há que se explicar bem esses fatos, sobretudo porque a aquisição está ocorrendo no último ano de mandato", finalizou.

Em entrevista concedida à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou não ter dúvidas de que o governo federal dará andamento à reforma administrativa após as eleições de outubro.

"Não tenho dúvida que nós iremos fazê-la (a reforma administrativa) depois das eleições, é um debate importante, nós temos que voltar", afirmou ele, em conversa com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, à qual o Broadcast teve acesso.

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Segundo Nogueira, o processo eleitoral deste ano foi "muito antecipado", o que travou as discussões das reformas tributária e administrativa no Legislativo. Ele acredita que após o pleito as discussões andarão e que projetos que visem uma gestão pública mais eficiente sairão vencedores em outubro, com base nos resultados das eleições municipais de 2020.

O ministro da Casa Civil afirmou ainda que esteve nesta semana com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para pedir prioridade da Casa à reforma tributária. "Eu espero que o mais rapidamente possível o Congresso, no que diz respeito ao Senado, vote a reforma tributária", disse ele, sem especificar a qual das propostas tributárias pediu prioridade.

Nogueira pontuou que o atual Congresso é "o mais reformista da nossa história", mas que oportunidades de aprovação mais rápida de reformas estruturantes foram perdidas. Ele acredita, entretanto, que o governo conseguirá aprovar os principais projetos. "Nós iremos implementar essas reformas que são importantes para atrair investimentos, atrair confiança internacional."

Marco das garantias

Na entrevista, Nogueira afirmou também que o governo vai priorizar o marco legal das garantias, visto com bons olhos pelo setor financeiro. O projeto, apresentado pelo governo federal, prevê mudanças nas regras para o uso de ativos como imóveis como garantia em financiamentos, além de facilitar a recuperação de ativos dados como garantia.

"Eu acho que vamos priorizar, isso é fundamental, e não acho que exista muita divergência quanto a elevar o crédito às pessoas", disse Nogueira.

Sidney, da Febraban, disse que a aprovação do novo marco traria grandes contribuições ao crédito no País. "O sistema bancário brasileiro é o que menos recupera garantias no mundo, é o que mais tempo leva para recuperar uma garantia e o que mais custos tem para recuperar uma garantia. Isso impacta no custo do spread bancário (diferença entre o custo de captação e os juros dos empréstimos)", pontuou.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), afirmou ter certeza de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vencerá as eleições de 2022 contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A análise do centrista ainda mencionou que o atual mandatário poderá levar a vitória no primeiro turno, o que contraria as pesquisas de intenção de votos mais recentes. As previsões foram feitas em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, na madrugada desta quinta-feira (17). 

“Eu tenho uma previsão. Muita gente acha que daqui a dois meses o presidente já vai estar em empate com o Lula. Nas convenções, já vai estar na frente. Mais perto da eleição, nós vamos fazer as contas se ele ganha no primeiro turno. Minha previsão é essa, pelas pesquisas que nós temos em mãos”, afirmou o ministro. 

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Para Nogueira, no entanto, Bolsonaro crescerá e ‘com certeza’ irá vencer as eleições, menos em estados do Nordeste, onde apresenta as maiores taxas de rejeição. 

“Um presidente nunca deixou de ser reeleito no Brasil. Tem um sentimento de que as pessoas merecem um segundo mandato”, disse Nogueira ao afirmar que não tem dúvidas sobre a vitória do ex-capitão. “Em algumas regiões, nós vamos superar o presidente Lula. Mas no geral, ele ganha no Nordeste, mas vai perder no resto do país”, avaliou Nogueira. 

Uma das pesquisas mais recentes sobre as Eleições 2022 foi divulgada pela consultoria Quaest, na quarta-feira (16), a diferença entre Bolsonaro e Lula é de 20 pontos percentuais. O ex-presidente tem 45% da preferência do eleitorado, enquanto Bolsonaro soma apenas 25%. Na PoderData, o crescimento que o ex-capitão vinha registrando perdeu força. Neste caso, o saldo entre os candidatos é de 10 pontos percentuais. 

Questionado pelo apresentador Pedro Bial se aceitaria o resultado das urnas eletrônicas, Nogueira declarou que confia nas mesmas, mas não acha que elas não possam ser fraudadas, além de ter minimizado as acusações de Bolsonaro sobre a segurança eleitoral. "Precisa haver uma vigilância constante", reforçou. 

A senadora Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), tem usado sua cota parlamentar para alugar um carro de luxo em uma empresa cujo dono é réu em ação de improbidade administrativa. Em dezembro de 2021, a parlamentar gastou R$ 15 mil para ter à sua disposição um Toyota SW4.

De acordo com o portal Metrópoles, o valor usado por Eliane Nogueira para alugar o Toyota é o mais caro entre todos os senadores que gastam com aluguel de automóvel. Ela chegou a ter, em um mesmo mês, quatro carros pagos com verba pública, incluindo um Nissan Sentra cedido pelo Senado Federal.

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O serviço tem sido contratado à locadora de veículos Luauto Rent a Car LTDA, que tem como sócio-administrador o empresário Antônio Luis Ramos de Resende Júnior, réu em ação que tramita na Justiça do Piauí após denúncia de um suposto superfaturamento em processo de desapropriação de terras em Teresina, capital do estado. Os pagamentos podem ser comprovados pelas notas apresentadas por Eliane Nogueira em sua prestação de contas. 

Ainda de acordo com o portal, além dos R$ 15 mil, a senadora destina R$ 3,6 mil mensais para o aluguel de um Honda Civic. Em agosto, outubro e dezembro do último ano, a congressista também chegou a alugar um Renegade Longitude por quase R$ 3 mil. No entanto, o Senado confirma que Eliane usa o carro oficial fornecido pela Casa, um Sentra, no âmbito de um contrato de R$ 3,9 milhões.

Também em outubro de 2012,  o jornal Folha de S. Paulo revelou que o abastecimento de um jatinho usado pela parlamentar era feito em locais de agenda do filho para que ela não gastasse com o combustível da aeronave.

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi às redes sociais neste sábado, 26, reagir às recentes críticas do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governo. "O que temos de fazer, na política interna do Brasil, é resolver os problemas brasileiros e não usar ironias estudantis para atacar o presidente Bolsonaro", publicou o ministro.

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Na quinta-feira, 24, em entrevista a rádios de Goiás e do Distrito Federal, Lula criticou a viagem do presidente da República, Jair Bolsonaro, à Rússia e ironizou o chefe do Executivo, dizendo que ele deveria ir à Ucrânia para resolver a paz no país.

As declarações foram uma resposta à falsa relação que Bolsonaro fez entre a sua viagem à Rússia e a retirada de forças militares de Moscou da fronteira da Ucrânia, na semana passada. "Mantivemos nossa agenda e, por coincidência ou não, parte das tropas deixaram (sic) as fronteiras", declarou o presidente, em seu segundo dia de viagem no país.

Ciro Nogueira criticou também a politização do tema, e afirmou que a preocupação do Brasil deveria ser com a criação de políticas públicas para municípios como o da Urânia, em São Paulo.

"A preocupação com a Ucrânia une toda a humanidade. Mas a politização no Brasil do tema é oportunista. Vamos nos preocupar com a Urânia, um dos quase 70% dos municípios brasileiros com menos de 20.000 habitantes que precisam de políticas públicas do Brasil para os brasileiros?", publicou o ministro.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), afirmou nesta quarta-feira (9) que nunca houve tanto ministro nordestino em um governo brasileiro.

"Nunca na história deste país tantos nordestinos ocuparam ministérios tão importantes para levar benefícios para o povo. E é por isso que nunca o Nordeste recebeu tantas obras como hoje, sem superfaturamento e no prazo", disse Ciro por meio de sua conta no Twitter.

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A publicação aconteceu após o ex-presidente Lula (PT) publicar a seguinte declaração na mesma rede social: "Bolsonaro agora está visitando o Nordeste, mas passou quatro anos brigando com os governadores e ofendendo os nordestinos. Quando fui presidente respeitei cada governador e prefeito, porque eles também foram eleitos. É esse o comportamento civilizado".

Bolsonaro no Nordeste

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está cumprindo agenda no Nordeste. Na terça-feira (8), ele inaugurou mais um trecho da transposição do Rio São Francisco, localizado em Salgueiro, Sertão de Pernambuco.

"Fizemos aquilo que poucos fazem após as eleições: honrar compromissos. Escolhemos ministros não pela cor da pele, pelo gênero, pela origem, mas pessoas que pudessem realmente representar a sociedade naquela parte. Coincidência, dos 23 ministros, temos sete nordestinos. Podiam ser 23 ou só um, e ser um só Brasil", disse o presidente na Ocasião.

Sobre a transposição

O Ministério do Desenvolvimento Regional detalha que, ao todo, já foram investidos R$ 10,6 bilhões nos dos dois eixos da transposição do rio. Com os serviços remanescentes e complementares, a previsão é que as obras sejam concluídas com investimento final de R$ 12 bilhões. Lançada em 2007, ainda na gestão do ex-presidente Lula, o projeto custaria, inicialmente, R$ 4 bilhões. Com o passar do tempo, a obra ficou 200% mais cara aos cofres públicos.

A transposição do Rio São Francisco, maior obra de infraestrutura hídrica do país, prevê a construção de quatro túneis – um deles, o maior da América Latina para transporte de água –, 13 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios.

 

Para Ciro Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma pessoa "muito autêntica" e, por isso, não irá se imunizar contra a Covid-19 por conta das eleições gerais deste ano. No início da pandemia, Bolsonaro realizou uma série de críticas aos imunizantes, colocando em dúvida sua eficácia, e desde então, tem se recusado a se imunizar.

Ciro Nogueira defendeu que as questões da vacina às vezes são "desvirtuadas", com frases tiradas de contexto, e afirmou que o mais importante é que o presidente disponibilizou a vacina para a população.

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"Esta fora de questão o presidente utilizar a vacina para aumentar seu cacife eleitoral. O que vai ter muito mais efeito que isso vai ser as pessoas saberem, constatarem, que ele foi o responsável por trazer vacinas para todos os brasileiros que quiseram se vacinar, tanto a ele quanto a seus filhos", disse o ministro da Casa Civil, durante entrevista ao Metrópoles.

Mourão

O ministro também tentou minimizar os atritos entre o presidente e seu vice, o general Hamilton Mourão. A chapa entre os dois não vai se repetir, já que Bolsonaro procura outra pessoa para ocupar o lugar de vice - e Mourão já planeja sua candidatura para o Senado do Rio Grande do Sul, ou do Rio de Janeiro.

No entanto, Nogueira descartou que o atual vice vá às eleições como um crítico de Bolsonaro. "Ele ser contra o presidente está fora de questão, ele é uma figura que demonstrou, ao longo que teve na vice-presidência, total lealdade ao projeto do presidente", afirmou.

Moro

O ministro-chefe da Casa Civil também afirmou que acha difícil o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) levar adiante a candidatura à Presidência. Para ele, Moro será candidato a deputado federal em 2022.

"Pelo que eu conheço do histórico do ex-ministro Sérgio Moro, acho difícil ele continuar com a candidatura. A candidatura dele patina nas pesquisas, e ele está com muito problema na própria Justiça", disse na entrevista ao Metrópoles, se referindo ao pedido de investigação do Ministério Público para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue os ganhos de Moro como consultor após deixar o ministério.

Segundo Nogueira, o ex-juiz deve concorrer a uma vaga na Câmara, e não ao Senado como se especula. "Eu acredito que o Moro vai ser candidato a deputado federal. O Estado que ele poderia ter alguma chance (como senador) é o Paraná, e o Paraná tem um candidato muito forte, até do próprio partido dele, que é o (senador) Álvaro Dias", ponderou.

Para Nogueira, falta ao ex-juiz um posicionamento mais concreto com relação às suas reais intenções na política, o que dificulta sua conexão com o eleitorado. "O Moro eu costumo dizer que é uma pessoa hoje, com conflitos de identidade. Ele era para ser juiz e queria ser político naquela época, e agora virou político e continua querendo ser juiz. Não houve uma sintonia com a população".

Pesquisas de intenção de votos recentes mostram que o ex-juiz compete com o pedetista Ciro Gomes (PDT) pelo terceiro lugar na corrida presidencial. Contudo, nos principais levantamentos, nem o ex-juiz nem Ciro Gomes ultrapassam os dois dígitos nas intenções de voto. Encabeçam as pesquisas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na liderança, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Nogueira também fez críticas aos problemas que o ex-juiz tem com a Justiça. Disse que seria impossível imaginar que Moro hoje estivesse com pedido de bens bloqueados após denúncia no Ministério Público. "Isso é impensável, mas deixa o Moro para lá, ele vai se entender na Justiça, eu espero só que ele tenha um julgamento justo, que ele não encontre nenhum Sérgio Moro para julgá-lo", provocou.

O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP) disse que a junção de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) para disputar a Presidência neste ano resultará na chapa "chula".



“Eu imagino como vai ser chamada essa chapa: é a junção do chuchu com o Lula. Vai ser chula a chapa. Não combina, gente. É uma tentativa de enganar o eleitor”, disse Ciro Nogueira em entrevista ao Metrópoles, numa referência ao apelido jocoso de “picolé de chuchu” pelo qual Alckmin é chamado.

Ciro, que é coordenador da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou que foi procurado por interlocutores do Lula, de quem já foi aliado, para uma conversa sobre as eleições. No entanto, ele recusou o encontro por acreditar que não seria bem visto pelos seus eleitores.



O ministro não revelou se o PP vai se unir ao petista ou vai ser oposição ao ex-presidente e caminhar junto ao Bolsonaro.



Além disso, Ciro acredita que - mesmo Lula figurando em primeiro em todas as pesquisas de intenção de voto realizadas -, Bolsonaro deve ser o mais votado já no primeiro turno.



Moro deputado



Nogueira arrisca que o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) não deve concorrer à Presidência e se lançará como candidato a deputado federal por conta do cenário eleitoral "difícil" para Moro. As pesquisas de intenção de voto mostra o ex-ministro de Bolsonaro em terceiro lugar, perdendo para Lula e o atual presidente.

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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou em entrevista à rede de televisão CNN, neste sábado (29), que o "Lula de 2022 é bem pior que o de 2002". Antigo apoiador do petista, o ministro de Jair Bolsonaro disse que estas "pessoas não podem voltar" ao governo e comentou ainda que o atual presidente não sabe se comunicar bem com a população.

Nogueira defendeu o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Nosso país deve muito a Paulo Guedes", afirmou, negando que Bolsonaro tenha "tirado poder" do ministro. Para 2022, o ministro comentou que a inflação deve cair para a metade do que foi em 2021. Além da inflação, um problema mundial, o ministro afirmou que o dólar subiu demais no Brasil, e está mais de um real acima do valor que deveria. "O foco é reduzir a inflação e aumentar o emprego." Uma dos estudos é um novo programa de crédito, disse o ministro.

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Sobre a intimação de depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal (PF), por causa da divulgação em uma live de documentos sigilosos de ataques ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nogueira afirmou que esse tipo de situação não vem contribuir e "não é o momento de nós estarmos brigando". "Essas disputas não valem a pena e nós vamos superar, eu tenho certeza disso". O ministro reconheceu que "toda disputa é ruim", com a que existe entre Bolsonaro e o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.

Nogueira prevê uma "eleição muito equilibrada", porque o jogo ainda não começou. "É um governo de ação, de realização, de obras", disse Nogueira. "Bolsonaro ganhou a eleição com seu estilo." Ainda ao falar das eleições, o ministro disse que o governo tem um problema de comunicação, não conseguindo passar para a população seus feitos. "As pessoas não sabem das realizações do governo."

Perguntado das chances do ex-juiz federal Sergio Moro nas urnas em 2022, Nogueira disse que ele é "um conflito ambulante" e foi uma aposta do governo Bolsonaro "que deu errado". O ministro afirmou ter dúvidas de se Moro chega até o fim da campanha e pode ter mais chance, por exemplo, como deputado.

"Estamos melhorando nossa imagem", disse ao falar que fatores como a entrada do Brasil na Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ajuda positivamente para a visão do país o exterior. "Tivemos um papel fantástico na Cop-26", afirmou Nogueira.

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