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O juiz federal Sergio Moro se reuniu na tarde desta quinta-feira (8) com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, para discutir a transição de governo. Em janeiro, Moro assumirá o superministério da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. O futuro ministro disse que a insatisfação popular com a segurança foi um recado dado pelas urnas e o momento do país pede a aprovação de medidas legislativas para "equacionar" o problema.

"As eleições transmitiram um recado que há uma insatisfação grande da população com a segurança pública, que é um problema sério, difícil de ser tratado, e precisa ser equacionado. Em parte, equacionado por medidas executivas, independentemente de leis, mas é um momento propício para apresentação de um projeto legislativo", afirmou.

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Dez medidas

Moro acrescentou que parte das 10 medidas de combate à corrupção, apresentadas pelo Ministério Público, poderão ser resgatadas em um pacote legislativo que será submetido ao Congresso, mas outros pontos serão descartados. Ele não quis detalhar o que será levado adiante.

"Seria péssimo adiantar algumas dessas ideias sem que elas estivessem suficientemente amadurecidas. (...) A ideia é um plano forte, mas simples, para que seja aprovado em tempo breve no Congresso. [Um plano] anticorrupção e anticrime organizado. São as duas prioridades da próxima gestão".

Perguntado sobre a superlotação dos presídios do país, Moro admitiu que é preciso criar vagas no setor, e defendeu um endurecimento para quem pratica crimes graves. "É inequívoco que existe, no sistema carcerário, muitas vezes, um tratamento leniente, a meu ver, para crimes praticados com extrema gravidade. Casos de homicídio qualificado, de pessoas que ficam poucos anos presos em regime fechado. Para esse tipo de crime, tem que haver um endurecimento", acrescentou.

Continuidade

O encontro de Torquato e Moro durou menos de uma hora. Em rápidas palavras, o atual ministro desejou sorte ao juiz e disse que, se ele conseguir repetir a atuação "brilhante" que teve na magistratura, também terá sucesso à frente da pasta.

Sergio Moro ressaltou que quer dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado na área e aprofundar o que ele considera os avanços dos últimos anos. "A intenção é dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo realizado, aos bons projetos que estão sendo executados, para evitar aí perda de continuidade. Não sou daqueles que assumem reclamando que existe uma herança maldita", disse.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta quinta-feira, 15, que o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), ocorrido na quarta-feira, 14, foi "mais uma tragédia" no Rio de Janeiro e não coloca em xeque a intervenção federal. Ele disse ainda que as reações à morte de Marielle são "todas emocionais" e que é preciso investigar para apontar responsáveis.

A parlamentar fazia críticas à intervenção no Rio e denunciava supostos abusos das forças de segurança durante a intervenção. "Foi uma tragédia, mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro, lamentável. É preciso conhecer bem as razões e ir atrás dos responsáveis", disse Jardim, após participar de painel no Fórum Econômico Mundial sobre América Latina. "Isso não põe em xeque a eficácia da intervenção federal."

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O ministro disse que a Polícia Federal já está atuando e auxiliando o Estado na investigação. A PF, anteriormente subordinada à pasta comandada por ele, agora está sob o guarda-chuva do Ministério da Segurança Pública.

Quando jornalistas insistiram nas perguntas sobre o homicídio, o ministro reforçou que não queria antecipar juízo sobre o caso. Ele disse ainda que as reações com a morte da vereadora são "emocionais". "Todas as reações são emocionais, para quem perde parente é tudo emocional. Agora daí a ter outras inferências eu acho cedo e precipitado."

O ministro disse que "até pode ter sido um assalto comum" e que, em caso negativo, é preciso identificar quem executou e os motivos. "É preciso conhecer as circunstâncias concretas para saber se é envolvimento de milícia, se é acerto político", afirmou.

Ele lembrou que, na última eleição municipal, houve mais de uma dezena de mortes de candidatos na Baixada Fluminense.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse nesta quinta-feira (25) que é preciso ter "muita prudência" antes de uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) pode rever a possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância.

Segundo Torquato, a decisão que autorizou a prisão após a decisão de segundo grau "é precária". O julgamento, em outubro de 2016, terminou com placar de 6 a 5. A Corte deverá julgar duas ações que questionam essa autorização para a execução penal.

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"Seja qual for o brasileiro envolvido nesta questão é preciso muita prudência, porque o STF pode mudar de opinião, pode inverter o 6 a 5. Acho que devemos esperar a decisão final do STF antes de implementar. Estamos falando de liberdade e um dia perdido de liberdade é um dia irrecuperável", afirmou o ministro.

Elogio

O ministro disse que após o julgamento da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região telefonou para o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, para cumprimentá-lo pela atuação "brilhante" dos três desembargadores. "Independentemente de concordar ou não com a decisão, temos que reconhecer que eles dominaram completamente o processo, sabiam exatamente o que estavam falando", disse.

Torquato, que já foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevê que a discussão sobre a impugnação da candidatura de Lula será um debate muito difícil na corte eleitoral. Para ele, sem a decisão final do Supremo, vai surgir a dúvida se o TSE pode negar registro para quem, "embora condenado por ato colegiado, não esteja condenado definitivamente".

O ministro disse discordar da tese que classifica como "golpe" uma eleição sem Lula. "No direito eleitoral o bem protegido pela lei não é a vida, é o mandato. E o mandato não é individual, é da sociedade", disse. "Um individuo é um instrumento dessa representação democrática. Quem tem direito adquirido a candidatura é o eleitorado", finalizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, comunicou por telefone, na noite desta quinta-feira, 25, ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, da decisão da Justiça Federal de impedir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sair do País. O ministro orientou Segovia a dar ciência ao ex-presidente na casa dele, de modo a evitar constrangimentos, segundo informou a pasta.

O juiz federal da 10° Vara do DF, Ricardo Leite, determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente, confirmou nesta noite a assessoria da Polícia Federal. A assessoria da PF não informou quando o passaporte será apreendido.

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No dia seguinte a sua condenação na Operação Lava Jato, confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o petista afirmou nesta quinta-feira que "não vai respeitar" a decisão judicial que o sentenciou a 12 anos e 1 mês de prisão.

O ex-presidente pretende embarcar na madrugada desta sexta-feira, 26, para a Etiópia. O retorno estava marcado para 29 de janeiro.

Lula informou sobre a viagem ao Tribunal Regional Federal da 4ª. Região (TRF-4) na semana passada. O destino é para um encontro de líderes na Etiópia, no próximo dia 27, a convite da União Africana, entidade que reúne 54 Estados.

O retorno estava previsto para o dia 29, segundo o próprio ex-presidente informou, por meio de seus advogados, na semana passada, ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

O pedido foi protocolado na 10ª Vara Federal, aonde Lula é réu na Operação Zelotes por suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra de caças suecos no governo Dilma Roussef.

Lula, Luiz Cláudio Lula (filho do ex-presidente) e o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni foram denunciados pelo Ministério Público Federal no caso. Todos são acusado por "negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627".

A Procuradoria da República afirma, na acusação, que os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015, quando Lula já havia deixado o Palácio do Planalto.

O ex-presidente teve sua condenação confirmada nesta quarta-feira, 24, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por três votos a zero. Ao entender que o triplex no condomínio Solaris, no Guarujá, representou propina da OAS, os desembargadores da Corte ainda aumentaram a pena do petista de 9 anos e 6 meses, determinada pelo juiz federal Sérgio Moro, para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado.

O relator, João Pedro Gebran Neto e o revisor do processo, Leandro Paulsen, determinaram que, seguindo a súmula 122 do Tribunal da Lava Jato, a execução da pena de Lula seja efetivada após o esgotamento de seus recursos à Corte.

Nesta quinta-feira, três advogados chegaram a pedir a apreensão do passaporte do ex-presidente ao Tribunal Regional Federal da 4ª região evocando sua viagem à Etiópia. O caso ainda não foi julgado no TRF-4.

O governador Paulo Câmara (PSB) se reuniu, nesta quinta-feira (25), com os ministros Torquato Jardim (Justiça e Segurança Pública) e Raul Jungman (Defesa) para tratar de ações da área de segurança em Pernambuco. Com Torquato, o pessebista tratou sobre a federalização de Unidades de Regime Fechado (URF) do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga. 

“O Ministério da Justiça tem interesse, e as equipes técnicas vão estudar o assunto”, afirmou o governador. Segundo Paulo Câmara, em dezembro os técnicos da secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos receberam o corpo técnico da pasta federal que vistoriaram o empreendimento, como parte dos estudos de viabilidade. 

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De acordo com a gestão, foi verificado “que as edificações estão em bom avanço físico para atender aos requisitos de uma possível federalização”. 

O governador entregou, no último dia 8, a Unidade I do CIR de Itaquitinga e autorizou o início das obras da Unidade II do Complexo. O equipamento já custou R$ 10 milhões aos cofres do Governo do Estado e, para a conclusão da Unidade II, serão necessários mais R$ 10 milhões.

Já com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o pessebista abordou assuntos da área de defesa e as possibilidades de investimentos em Pernambuco. 

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse neste sábado (20), que o governo do Rio Grande do Sul fez um "bom acordo" com a CUT, o MST e outros movimentos sociais para a manutenção da segurança no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para a próxima quarta-feira (24), em Porto Alegre. "Todos concordaram em assumir a responsabilidade por danos patrimoniais públicos e privados, caso ocorra algo desse tipo", afirmou o ministro ao Estado.

Torquato fez um relato ao presidente Michel Temer da reunião que manteve nessa sexta-feira (19), na capital gaúcha, com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), desembargador Carlos Thompson Flores, e o secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer. O governo pôs à disposição 130 homens da Força Nacional para atuar em Porto Alegre até o dia do julgamento.

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"Foi montado um sistema muito eficiente de segurança e haverá um grande cordão de isolamento em torno do prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região", disse Torquato, após a reunião deste sábado com Temer. O ministro afirmou não ter recebido informações oficiais sobre ameaças a desembargadores que julgarão Lula.

Iniciativa

De acordo com Vitalina Gonçalves, da comissão operativa da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul, os movimentos populares que vão se manifestar em defesa do ex-presidente Lula comunicaram às autoridades do Estado que estão criando esquemas próprios de segurança para garantir o bom andamento das manifestações.

"Os próprios movimentos tomaram essa iniciativa. Nós nunca depredamos patrimônio público ou privado e queremos garantir nosso direito de manifestar nossas opiniões. Avisamos as autoridades que estaremos trabalhando com segurança militante somada às garantias dadas pelo Estado", disse Vitalina.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse neste sábado, 20, que o governo insistiu na nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB) para comandar a pasta do Trabalho porque não poderia abrir mão do princípio da independência entre os Poderes. Depois de o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, suspender a liminar que impedia a posse, Cristiane deve assumir o cargo na próxima segunda-feira, 22.

"Se ela pagou ou não dívida trabalhista, isso escapa ao debate constitucional", afirmou Torquato Jardim. "A Constituição diz que o presidente da República é quem nomeia o ministro de Estado. Toda argumentação a mais é uma criatividade metajurídica. Se o governo cedesse nesse caso, criaria um precedente brutal", completou o titular da Justiça.

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Filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, Cristiane foi nomeada como ministra do Trabalho pelo presidente Michel Temer em 4 de janeiro, mas sua posse acabou suspensa quatro dias depois. Ações na Justiça questionaram a legitimidade da deputada para assumir o cargo, sob o argumento de que ela havia sido condenada por desrespeito a direitos trabalhistas.

"Não esvazio o argumento ético, porém as normas constitucionais não acolheram a moralidade latu sensu como restrição ao gozo dos direitos políticos", insistiu Torquato Jardim. "Quando a Constituição e as leis querem restringir o exercício do cargo público, em nome da moralidade, elas são expressas, como no caso da lei de improbidade administrativa."

A vitória do governo na polêmica em torno da nomeação da filha de Jefferson foi um dos assuntos da reunião realizada neste sábado, no Palácio da Alvorada, entre o presidente Michel Temer, Torquato Jardim, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha.

Terminou por volta das 13h30, deste sábado (20), a reunião do presidente Michel Temer com os ministros da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, e da Justiça, Torquato Jardim, e com o subsecretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha.

encontro começou pouco após as 10h, no Palácio da Alvorada. De acordo com o Palácio do Planalto, durante a reunião foram tratados “assuntos de natureza jurídica”.

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Neste sábado (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a decisão da 4ª Vara Federal de Niterói que impedia a posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. A decisão foi tomada pelo vice-presidente do tribunal, ministro Humberto Martins.

Na sexta-feira (19), a defesa do presidente Michel Temer enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação em que pede que o inquérito no qual ele é investigado seja logo enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), para que o órgão solicite o arquivamento das investigações por falta de provas. No pedido, o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz, apresentou diferentes pareceres de diversos órgãos do governo, entre eles da Secretaria dos Portos e do Ministério dos Transportes, atestando que a empresa Rodrimar não se beneficiou com a publicação do Decreto 9.048/2017, conhecido como Decreto dos Portos.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, negou que tenha enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR) um relatório com o que foi levantado sobre as ameaças sofridas pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF-4), que julgará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo dia 24.

"Estou surpreso com essas notícias. Não existe relatório nenhum", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo Torquato, ele conversou com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), desembargador Carlos Thompson Flores, na semana passada por telefone, para avisar que estaria na próxima sexta-feira em Porto Alegre para assinar o termo de entrega do terreno do presídio de Charqueadas e pretendia na ocasião se reunir com o presidente do TRF para verificar a situação de ameaças. "Eu também comentei isso com o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, mas não falei em relatório", afirmou Torquato.

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O ministro disse ainda que caso sejam realmente comprovadas as ameaças a juízes ai sim a Polícia Federal pode ser acionada. "Mas oficialmente não houve esse pedido por isso não há essa decisão", argumentou Torquato.

Torquato disse ainda que a Força Nacional estará em Porto Alegre no dia do julgamento com a missão de preservar e proteger os prédios públicos e a Polícia Rodoviária Federal está "engajada em fiscalizar as rodovias" para evitar tumultos. "A PF atua na precaução. É uma precaução natural, assim como houve em Curitiba", disse, referindo-se a quando o ex-presidente Lula foi a capital paranaense depor.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, voltou a defender hoje (28) o decreto que concede indulto natalino a condenados por crimes cometidos sem violência ou ameaça, como corrupção e lavagem de dinheiro. O decreto foi publicado na semana passada e motivou reações críticas em diversos setores, que alegaram que o perdão da pena poderia beneficiar investigados da Operação Lava Jato.

Em artigo publicado nesta quinta-feira no Jornal O Globo, o ministro ressaltou que não se pode confundir Lava Jato com indulto, argumentando que entre ambos “não há qualquer relação de causa e efeito”.

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“Lava Jato é uma série de processos administrativos ou judiciais de investigação ora em curso ou na Polícia Federal ou no Ministério Público Federal. Processos sem conclusão, donde sem sentença judicial. Logo, processo administrativo da Lava Jato não é objeto de indulto. O indulto pressupõe decisão judicial – ainda que não definitiva”, afirmou o ministro.

A manifestação do ministro ocorre um dia depois que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda imediatamente parte do decreto assinado pelo presidente Michel Temer. Na ação direta de inconstitucionalidade, Raquel Dodge diz que a medida, se mantida, resultará em impunidade para autores de crimes graves, como os apurados no âmbito da Operação Lava Jato e de outras operações de combate à corrupção sistêmica no país.

Torquato declara ainda no artigo que as críticas ao decreto são omissas, “configuram má-fé ou ignorância” e “imputam maliciosamente ao decreto propósitos até mesmo de ilicitude e manipulação”. O ministro reitera que o limite para concessão do benefício é 25 de dezembro de 2017, o que impede que pessoas denunciadas cujos processos ainda estão em fase de investigação sejam beneficiadas.

Ele disse que a norma do indulto “deve ser abstrata e impessoal e tender à universalidade”. Segundo o ministro, hoje o país tem atualmente 50 presos por corrupção passiva, e apenas um deles deve ser alcançado pelo indulto.

O ministro se reuniu hoje de manhã com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. Participaram também da reunião os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.

Decreto

O decreto, publicado sexta-feira (22), prevê que os benefícios do indulto natalino sejam concedidos a brasileiros e estrangeiros que, até o dia 25 de dezembro, tenham cumprido um quinto da pena, se não reincidentes, e um terço da pena, se reincidentes, nos crimes praticados sem grave ameaça ou violência à pessoa.

Pelo decreto, o tempo de cumprimento da pena será reduzido para casos como os de gestantes, pessoas com idade igual ou superior a 70 anos, pessoas que tenham filho com doença crônica grave ou com deficiência, que necessite de seus cuidados, com paraplegia, tetraplegia ou cegueira adquirida posteriormente à prática do delito.

Os benefícios não poderão ser concedidos a pessoas condenadas por crimes como tortura ou terrorismo; crimes hediondos ou a eles equiparados, ainda que praticados sem grave ameaça ou violência. Também ficam excluídos os que tenham sofrido sanção e sido incluídos no Regime Disciplinar Diferenciado, entre outros.

O ministro Torquato Jardim (Justiça) disse nesta segunda-feira, 20, durante a solenidade de posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, que "não se pode admitir a ilação especulativa".

"Neste âmbito de serena responsabilidade, sob a Constituição e as leis, não há lugar para o talvez ou o quem sabe", disse Torquato, no Salão Negro do Ministério da Justiça, ao dar posse a Segovia, que assume a cadeira número 1 da corporação.

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O ministro disse que todos "são iguais em face da lei e sob a autoridade da lei".

"É neste âmbito de serena responsabilidade republicana que cumpre à Polícia Federal papel crítico, elo constitucional entre o Judiciário e o Executivo, entre os dois e o Ministério Público Federal, nos exatos termos da Constituição e para os fins da Constituição", afirmou Torquato.

A PF protagonizou nos últimos anos papel decisivo no combate à corrupção por meio de grandes operações que varreram desmandos e desvios na administração pública. A principal delas, e a mais notória, a Lava Jato, que pôs sob suspeita deputados, senadores e governadores.

A corporação que Segovia herdou tornou-se alvo de pesadas críticas de advogados e de políticos com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal.

"O que se impõe a todos, intérpretes e aplicadores da lei, é construir os meios que otimizem a obrigação comum única, qual seja, a eficácia máxima da Constituição, seja ela norma, seja ela princípio, seja ela ética", declarou Torquato, em meio a elogios à atuação do delegado Leandro Daiello Coimbra, que deixa o comando da instituição após quase sete anos.

"Neste âmbito de serena responsabilidade, sob a Constituição e as leis, não há lugar para o talvez ou o quem sabe. Não se pode admitir a ilação especulativa", seguiu o ministro. "Não se pode convalidar imputações sem referência sólida nos fatos e nos documentos, não cabe a vaidade fruto da ambição, nem propósitos ocultos dos desvãos do processo."

Na avaliação de Torquato, "o prejuízo que causam as condutas desviadas do fim ético da lei agride, e agride sempre, a sociedade muito mais que o indivíduo". "Porque gera a dúvida coletiva na isenção da conduta de quem atua em nome do Estado."

O ministro enfatizou. "Não há outra perspectiva institucional que possa legitimar a Polícia Federal que não essa, a obediência ao conteúdo ético inerente à norma legal e à conduta por ela exigida."

O governo do Rio de Janeiro protocolou hoje (1º) no Supremo Tribunal Federal (STF) uma interpelação judicial contra o ministro da Justiça, Torquato Jardim. A medida foi tomada em reação às declarações de Torquato publicadas pela imprensa nos últimos dias. Em entrevistas a diferentes veículos, como o jornal O Globo e o portal UOL, o ministro disse que o comando de batalhões da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro seria definido por “acerto com deputado estadual e o crime organizado” e que “em algum lugar, voltamos a Tropa de Elite 1 e 2, onde alguma coisa está sendo autorizada informalmente", em referência ao filme de José Padilha.

Na interpelação judicial, o governo do Rio de Janeiro defende que Torquato Jardim precisa comprovar todos os fatos para não responder pelos crimes de calúnia, injúria e difamação e também por prevaricação. O governo pede ainda que o ministro seja obrigado a descrever os fatos ilícitos a que fez referência, liste os nomes dos agentes públicos que teriam praticados os crimes alegados e apresente documentos que atestem a veracidade das informações.

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O pedido cita ainda trechos de entrevistas publicadas nas quais Torquato Jardim disse a jornalistas que existem dados do serviço de inteligência subsidiando suas afirmações. "É dever funcional do interpelado – via resposta a esta interpelação - comprovar todos os fatos que afirmou conhecer a partir de documentos oficiais", registra o documento.

O governo do Rio de Janeiro argumenta que os fatos criminosos mencionados pelo ministro devem se tornar conhecidos pelo princípio da publicidade, da moralidade e da indisponibilidade do interesse público. Para o governo, a interpelação é um meio de esclarecer as acusações para, num segundo momento, poder adotar medidas cabíveis.

Nesta quarta-feira, Torquato comentou a repercussão de suas declarações e classificou como “normais” as reações contrárias. Em nota, o governo do Rio de Janeiro já havia rebatido as afirmações e disse que não negocia com criminosos.

Deputados federais e estaduais do Rio de Janeiro também criticaram o ministro. O presidente da Assembleia do Estado do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB-RJ), chegou a publicar um vídeo nas redes sociais caracterizando as afirmações de mentirosas. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também desaprovou as declarações de Torquato Jardim e considerou ser irresponsável uma manifestação desse tipo sem provas.

A Agência Brasil pediu ao Ministério da Justiça uma posição oficial sobre a interpelação judicial apresenta pelo governo do Rio de Janeiro, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Reunião

A interpelação judicial foi anunciada pelo secretário de estado de Segurança, Roberto Sá, após um reunião com o governador Luiz Fernando Pezão. Também participaram do encontro o secretário da Casa Civil e do Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo da Silva; o vice-governador Francisco Dornelles; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias; além de outros coronéis e comandantes da corporação.

Em pronunciamento, Roberto Sá manifestou solidariedade à PM e disse que a interpelação não traz prejuízos para a relação com o governo federal. "Não interfere em nosso trabalho com o governo federal. Pelo contrário, toda ajuda é bem vinda. E o trabalho no nível operacional está transcorrendo de uma maneira espetacular", disse.

Ele também defendeu o coronel Wolney Dias. "Conheço ele há 34 anos. É um profissional com a carreira ilibada, com mais de 10 comandos operacionais, comandos intermediários, corregedor por duas vezes e integrante de missão de paz da ONU [Organização das Nações Unidas] no exterior. Além disso, está totalmente alinhado com as minhas diretrizes e é uma pessoa que goza da minha confiança", afirmou.

Wolney Dias tomou posse na semana passada como comandante-geral da PM e sua nomeação também foi criticada por Torquato Jardim. O ministro disse achar curioso que Roberto Sá não tenha optado por oficiais da ativa e sim por um coronel que já estava aposentado. O secretário de segurança afirmou haver outros coronéis capacitados para a função, mas alegou que nesse momento era necessária a experiência de Wolney Dias.

Coronel morto

Roberto Sá criticou ainda outra declaração de Torquato Jardim em que ele insinuou que a morte do coronel Luiz Gustavo Teixeira , então comandante do 3º Batalhão de PM, teria sido uma certo de contas. O oficial morreu baleado na última quinta-feira (26) quando o carro onde estava foi cercado por bandidos que atiraram contra o veículo. "A linha de investigação da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, instituição que respeitamos muito pela qualidade de seu trabalho, aponta que ele foi baleado quando reagiu a um roubo. E ele não pode estar aqui para se defender".

O assunto também foi abordado pelo comandante-geral da PM. "Acho um absurdo se levantar uma suspeita de um coronel que dedicou a sua carreira a dedicar bons serviços ao Rio de Janeiro. Um absurdo se levantar qualquer insinuação. Era uma pessoa muito querida, um profissional exemplar, e sua família não merece que sua imagem seja arranhada". Wolney Dias também rebateu as acusações do ministro Torquato Jardim. "Eu não comando uma horda. Eu comando uma legião de heróis que sangram diariamente, tingem o solo do estado em defesa da sociedade e da população à qual jurou defender".

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, acusou políticos e comandantes de batalhão de se associarem ao crime organizado no Rio e disse que "a milícia tomou conta do narcotráfico". Torquato também afirmou que o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, não têm controle sobre a Polícia Militar. Eles rebateram a declaração.

"Todo mundo sabe que o comando da PM no Rio é acertado com deputado estadual e o crime organizado", disse Torquato, em conversa com jornalistas, sem citar nomes de possíveis envolvidos. "Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio."

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Para o ministro, o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Lima Teixeira, na quinta-feira passada, foi uma retaliação. Comandante do 3°Batalhão da Polícia Militar do Rio, Teixeira, de 48 anos, foi executado a tiros no Méier, na zona norte. Trata-se do 111.º policial morto neste ano no Estado.

"Nada me tira da cabeça que aquilo foi um acerto de contas", afirmou o ministro da Justiça. Na tentativa de comprovar sua suspeita, Torquato disse ter chamado a atenção sobre detalhes do crime em recente encontro com Pezão e Sá. "Ninguém assalta dando dezenas de tiros para cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado", argumentou Torquato. "O motorista era um sargento da confiança dele."

Teixeira, na realidade, vestia farda. Quem estava à paisana era o cabo Nei Filho, que dirigia o carro. A versão oficial, divulgada até agora, é a de que houve reação a uma tentativa de assalto iniciada por quatro pessoas. A polícia prendeu um suspeito de envolvimento no assassinato.

Torquato disse ter certeza de que a situação no Rio vai melhorar com o apoio do governo federal e uma "interface" com as Forças Armadas. "Podem me cobrar no fim de 2018", comentou. "Mas a virada da curva ficará para 2019, com outro presidente e outro governador. Com o atual governo do Rio não será possível. Já tivemos ali conversas duríssimas. Não tem comando."

No seu diagnóstico, a campanha eleitoral de 2018 será dominada por dois grandes temas: economia e segurança pública. "A segurança já passou a saúde", observou Torquato.

Reação

O governador e o secretário reagiram. Pezão afirmou, em nota, que o Estado e o comando da polícia "não negociam com criminosos", ressaltando que "o comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro". O governador destacou ainda que o ministro nunca procurou Pezão para tratar do assunto abordado.

O governador frisou também que as escolhas de comandos de batalhões e delegacias fluminenses são decisões técnicas e que jamais recebeu pedidos de deputados para tais cargos.

O secretário Sá disse que as declarações de Jardim causaram "indignação". "Roberto Sá refuta totalmente as interferências políticas, tendo colocado como premissa básica para assumir o cargo a total autonomia para a escolha dos comandados. Sá reafirma que o Comandante-geral possui autonomia para as escolhas de comandantes de batalhões, feitas por critérios técnicos", afirma a nota da pasta.

"A despeito de todas as crises pelas quais o Estado passa, incluindo a financeira, que afeta diretamente a remuneração dos agentes públicos, bem como qualquer investimento ou custeio, a Secretaria de Segurança, por meio do incessante trabalho das Polícias Civil e Militar, vem mantendo a produtividade em ações, bem como conseguindo reverter a tendência de aumento de alguns indicadores", acrescentou Sá.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, defendeu nesta segunda-feira, 30, a execução da pena após condenação do réu em segunda instância. A medida é vista pela força-tarefa da Lava Jato como uma das mais importantes para o combate à corrupção e o fim da impunidade.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu duas vezes manter o entendimento favorável à prisão após confirmação da sentença judicial em segundo grau, mesmo que ainda existam recursos pendentes. Há, porém, uma ação que pede a suspensão da execução da pena nesta fase e a Corte, dividida, examinará o assunto novamente. Nos bastidores, o comentário é que ministros podem mudar o voto dado anteriormente, o que torna o julgamento do caso imprevisível.

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"A alegada motivação política não fica bem para a biografia do Supremo", afirmou Torquato Jardim, em referência à possível mudança de posição da Corte. "Sou a favor do recolhimento na segunda instância. Deve-se manter a decisão anterior."

A opinião do ministro da Justiça reforça declarações do juiz Sérgio Moro, que conduz os inquéritos da Lava Jato na primeira instância, em Curitiba. Ao participar, na terça-feira, do Fórum Estadão Mãos Limpas e Lava Jato - promovido em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas -, Moro disse que o Supremo teve sensibilidade para perceber que "justiça sem fim é justiça nenhuma". O juiz lembrou que alguns integrantes da Corte afirmam, agora, que podem rever sua posição. Argumentou, porém, haver uma expectativa da sociedade de que isso não ocorra.

Para Torquato Jardim, existe "uma enormidade de habeas corpus" no Supremo, mas é preciso aceitar que o julgamento probatório ocorre, de fato, na segunda instância. Recentemente, o ministro do Supremo Gilmar Mendes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostrou-se favorável à prisão somente após um recurso especial passar pelo crivo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já é a terceira instância. Procuradores da Lava Jato sustentam, por sua vez, que brechas na lei facilitam inúmeros recursos por parte dos acusados, fazendo até mesmo "caducar" a punição.

Superpoder e Battisti

Questionado sobre resolução publicada na reta final da gestão de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da República e do Conselho Nacional do Ministério Público, permitindo a procuradores e promotores realizar vistorias e fazer diligências sem autorização judicial, o ministro usou tom diplomático. Defendeu, porém, a "competência" da Polícia Federal para conduzir o processo e dar maior eficácia tanto às investigações como às delações premiadas. "É preciso considerar a formação específica da Polícia Federal", insistiu Torquato Jardim.

A reportagem também perguntou ao ministro sobre o futuro do italiano Cesare Battisti. O presidente Michel Temer já decidiu extraditar Battisti e revogar sua condição de refugiado, mas está à espera do julgamento do Supremo.

"Não fica bem para a imagem do Brasil manter Battisti aqui", afirmou Torquato. "Há vários acordos com a Itália suspensos por causa disso."

Na última terça-feira, 24, o ministro do Supremo Luiz Fux, relator do caso, decidiu transformar em reclamação o habeas corpus impetrado pela defesa do italiano para impedir sua extradição. Com a decisão de Fux, o julgamento foi adiado e não há previsão para que seja retomado.

Battisti foi preso em Corumbá (MS), perto da fronteira com a Bolívia, no início deste mês. Acusado de evasão de divisas, ele afirmou à Polícia Federal que iria apenas "pescar" no país vizinho. O Tribunal Regional Federal da 3.ª Região confirmou que o ativista pode responder em liberdade à ação.

Condenado na Itália à prisão perpétua por terrorismo e pela participação em quatro homicídios, Battisti está no Brasil desde 2007. Em 2010, no último dia de seu mandato, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição do italiano e autorizou a permanência dele no Brasil.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, desembarcou no Recife, nesta quinta-feira (10), para participar do lançamento da integração entre os sistemas do Processo Judicial Eletrônico (Pje) e de Gestão da Atividade de Polícia Judiciária (ePol). O evento aconteceu, nesta tarde, no Tribunal Regional Federal da 5 Região - TRF5.

Auxiliar ministerial de Michel Temer (PMDB), o ministro tentou manter uma discrição em meio às polêmicas envolvendo a área da segurança pública brasileira e o governo do peemedebista. Ele não quis falar com a imprensa sobre o tema. Antes, durante um breve pronunciamento de cerca de três minutos aos presentes, Torquato destacou que entre os principais crimes a serem combatidos no país estão o tráfico de drogas, de armas e de pessoas, além dos que envolve o chamado colarinho branco.

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O ministro fez uma comparação no mínimo exagerada para falar dos esforços das polícias para combater a criminalidade. "Os esforços da PF, da Polícia  Rodoviária Federal, das Forças Armadas [entre outras] ocorrem ao longo dos 17 mil km de fronteira terrestre do Brasil a Tóquio", declarou ao também parabenizar a PF pelo "avanços tecnológicos".  

Torquato declarou também que essa integração tem como "destinatário" a sociedade civil. Ainda contou que há uma articulação com parceiros internacionais para trazer instrutores do exterior para o Brasil com o objetivo de treinar os policiais. "Em parceria com os países vizinhos", explicou. 

Durante o evento, foi explicado que o ePol está sendo implantado em todos o Nordeste e, posteriormente, será adotado em todas as unidades da Polícia Federal no Brasil. A plataforma deve prezar pela transparência e um caráter "mais colaborativo e dinâmico" ao permitir um rápido registro e acesso das informações inseridas no sistema.

O ministro da Justiça Torquato Jardim e o diretor-geral da Polícia Federal, delegado federal Leandro Daiello, estarão no Recife, nesta quinta-feira (10), para participar do lançamento do convênio que integra os sistemas do Processo Judicial eletrônico (PJe) e de Gestão da Atividade de Polícia Judiciária (ePol). O evento será no edifício-sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5, no Cais do Apolo, às 14h. O presidente do TRF5, desembargador federal Manoel Erhardt também vai participar da cerimônia.  

Com a integração, delegados da Polícia Federal poderão fazer o peticionamento inicial dos procedimentos investigativos no PJe através do ePol e, também por meio do ePol, realizar consultas de acompanhamento processual. A expectativa é que a integração dos sistemas facilite a tramitação das medidas cautelares e dos inquéritos policiais.

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Os sistemas  

O PJe é um sistema de tramitação eletrônica de processos judiciais cujo objetivo é atender às necessidades dos diversos segmentos do Poder Judiciário brasileiro (Justiça Militar da União e dos Estados, Justiça do Trabalho e Justiça Comum, Federal e Estadual). Implantado desde 2010, hoje é usado por tribunais em todos os Estados brasileiros. 

Já o ePol está sendo implantado em todo o Nordeste e, em breve, será adotado em todas as unidades da Polícia Federal no Brasil. Desenvolvido pela PF em parceria com o Departamento de Sistema e Computação da Universidade Federal de Campina Grande/PB, o ePol tem como objetivo dar ênfase ao caráter colaborativo e dinâmico da atividade de Polícia Judiciária, ao permitir o rápido registro, acesso e manutenção das informações inseridas no sistema.

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nota nesta sexta-feira, 28, para rebater declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que, em entrevista, avaliou que o contingenciamento de recursos não deve afetar o trabalho da Operação Lava Jato.

"A Fenapef entende que o corte nos recursos, que já se encontravam no limite, significa deixar o caminho livre para a ação de corruptos, organizações criminosas e de traficantes", destaca o comunicado. Na nota, a Federação pede que o Ministério da Justiça reveja a questão. "O que tem que ser feito é otimizar os gastos, evitar desperdícios, dentro de um planejamento de gestão eficiente", cita a entidade no comunicado.

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"A Federação vinha sentindo um movimento na construção de um discurso para justificar o estrangulamento de importantes operações da PF, incluindo a Lava Jato. O fim da força-tarefa, também com ar de medidas administrativas, reforçou as suspeitas", cita a nota que diz que ainda que "não se economiza em segurança pública". "O barato poderá sair muito mais caro".

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, reconheceu hoje (27) que o quadro de contingenciamento de recursos orçamentários mantido pelo governo federal ainda afeta o trabalho da Polícia Federal, podendo resultar em menos ações policiais até o fim do ano e na necessidade de selecionar as mais importantes. Segundo Torquato, o ministério tem trabalho para poder recompor os recursos contingenciados.

“Estamos repondo na medida do possível. O contingenciamento da PF [divulgado em março pelo governo federal] foi de R$ 400 milhões, mas R$ 170 milhões já foram repostos e estão previstos R$ 70 milhões mês a mês, o que deve ser suficiente até o final do ano. Isso poderá implicar um processo seletivo de ações, em não se realizar todas as operações necessárias, na extensão total. Este juízo compete ao próprio departamento”, disse.

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O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse na tarde desta quinta-feira, 27, que as críticas, feitas em especial por setores do Ministério Público Federal, por um possível esvaziamento da Operação Lava Jato são "infundadas". "O que ocorreu foi uma reestruturação administrativa interna da Polícia Federal", disse. "A Lava Jato está acontecendo em 16 capitais. Hoje, a Lava Jato é maior em Brasília que em Curitiba", completou. "É uma redistribuição de mão de obra e meios operacionais, que não significa diminuição da capacidade administrativa."

Em entrevista coletiva na sede do Ministério, Torquato Jardim afirmou que, à frente da pasta da Justiça e anteriormente no comando da Controladoria Geral da União (CGU), nunca fez críticas à operação. Ele afirmou que ações da Polícia Federal sofreram "contingenciamentos" de recursos, mas não cortes orçamentários. "Esses recursos estão sendo repostos dentro do possível", afirmou.

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Na conversa com os jornalistas, o ministro voltou a dizer que não atua para a queda do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. "Nunca houve pressão para que ele saia", afirmou. "Eu e o Daiello estamos trabalhando juntos numa nova Polícia Federal", disse. Questionado se haveria um prazo para se definir a situação do delegado, ele respondeu: "O 'deadline' cabe ao dono da caneta. E o dono da caneta é o presidente Michel Temer."

Em carta de despedida endereçada ao presidente Michel Temer, o ex-ministro da Justiça, deputado licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR), faz um balanço de seus poucos meses de gestão na pasta e diz que Temer sofreu pressões de "trôpegos estrategistas". Em uma mensagem de seis páginas, o peemedebista faz agradecimentos e diz que atuou para apaziguar os conflitos no campo, criando mutirões para demarcação de terras indígenas.

"Não posso concluir esta quadra de minha história sem agradecer ao presidente Michel Temer, pela confiança que em mim depositou porque sei das pressões que sofreu de trôpegos estrategistas", diz Serraglio. O deputado agradece também ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), "que sempre me apoiou, compreendendo as dificuldades em que eu navegava", ao PMDB do líder Baleia Rossi (SP), às Frentes Parlamentares da Agropecuária e do Cooperativismo, "aos quais, fico sinceramente sentido, por pouco ter sido possível concretizar em tão breve tempo". "Tínhamos muitas esperanças", acrescenta.

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Serraglio não foi à posse de seu sucessor, Torquato Jardim, mas disse esperar que as "boas sementes" que plantou no Ministério "se converterão em árvores frondosas, sob o comando do nosso novo ministro Torquato Jardim".

Na "carta-balanço", o peemedebista destaca que teve uma passagem "muito breve" mas "feliz" no Ministério da Justiça. Em sua versão, o deputado licenciado diz que praticou a descentralização e que valorizou a base de apoio do governo "num momento crucial de apoio às reformas do presidente Temer".

O peemedebista conta que trabalhava das 8h da manhã até o início da madrugada, enumera as audiências realizadas e os encontros políticos e destaca que recebeu "inúmeros caciques indígenas". "Enquanto se dizia que não recebia índios, eles eram presença constante em meu gabinete", aponta.

No documento, o ex-ministro rechaça a afirmação de que ele esteve ausente nos momentos mais turbulentos da segurança pública. "Enquanto eu estaria ausente da última manifestação na Esplanada, não arredei um centímetro do Palácio da Justiça, acompanhando os trabalhos comandados pelo general Santos Cruz e as ações da Força Nacional", escreveu. "Na invasão do Ministério, ali estava presente, colaborando com o governo, para o sucesso de suas reformas", emendou.

No começo da carta, Serraglio cita o dramaturgo francês Victor Hugo e finaliza com ativista norte-americano Martin Luther King, onde diz sonhar com a pacificação do campo "para que nesta mesa da fraternidade, possam os índios e os não-índios, compartilhar a alegria de vivermos neste grande País".

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