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As autoridades do Egito anunciaram planos para a construção de uma nova capital administrativa, gigante e dinâmica, a oeste da capital Cairo, com a ajuda dos Emirados Árabes Unidos. Este é um dos mais recentes sinais de apoio do Golfo Persa ao esforço de recuperação econômica que o presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sisi, tem feito.

A nova capital será desenvolvida em uma área cerca de 12 vezes o tamanho de Manhattan, entre o Cairo e o Mar Vermelho. Autoridades esperam que o empreendimento acomode sete milhões de pessoas e crie 1,5 milhão de empregos.

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A construção de uma nova capital pode aliviar a pressão sobre o Cairo, onde o crescimento excessivo da população congestiona a infraestrutura da cidade. A expectativa é de que 40 milhões de pessoas estejam vivendo no Cairo em 2050, contra 18 milhões atualmente.

O projeto foi apresentado durante conferência no resort Sharm el-Sheikh para promover o investimento no Egito. A iniciativa conjunta com os Emirados Árabes Unidos revela como os estados do Golfo Pérsico tem ajudado o presidente egípcio a recuperar economicamente o pais. Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita têm apoiado Sisi desde que foi retirado do poder pelo governo anterior, liderado pela Irmandade Muçulmana. Ontem, os dois países e o Kuwait anunciaram a liberação de US$ 12 bilhões para ajudar a economia do Egito.

O projeto será liderado pelo Capital City Partners, que se descreve com um fundo privado de investidores globais que irão cooperar com o Ministério do Interior do Egito. As autoridades dizem que o fundo é liderado pelo presidente da incorporadora Emaar Properties do Dubai, Mohamed Alabbar. A incorporadora é responsável pela construção do edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa. Fonte: Dow Jones Newswire.

Arqueólogos norte-americanos descobriram na cidade egípcia de Luxor uma tumba faraônica de mais de 3 mil anos, com pinturas murais em muito bom estado - informou nesta terça-feira o ministério das Antiguidades.

A tumba recém-descoberta data da 18ª dinastia, durante o Novo Império (1550-1071 antes de Cristo), e as pinturas murais mostram cenas da vida cotidiana e celebrações, explicou.

"A tumba pode ter sofrido atos de vandalismo. Algumas cenas e inscrições murais foram raspadas", afirmou em comunicado o ministério, sem dar maiores detalhes.

Luxor, uma cidade de meio milhão de habitantes situada às margens do rio Nilo, é um museu a céu aberto onde estão inúmeros templos e tumbas da Antiguidade.

O novo julgamento de dois jornalistas ingleses que trabalham para o grupo de mídia Al-Jazeera e enfrentam acusações relacionadas a terrorismo no Egito foi adiado para 19 de março. A decisão foi tomada após uma breve audiência com Mohamed Fahmy e Mohammed Baher, que foram libertados no mês passado e aguardam julgamento. A primeira audiência, que seria feita em 23 de fevereiro, também foi adiada.

Os dois foram presos em dezembro de 2013 e enfrentam acusações de participação em um grupo terrorista e divulgar informações falsas para prejudicar a segurança nacional. Organizações de direitos humanos e grupos de mídia têm criticado o julgamento. O jornalista australiano Peter Greste, também acusado no caso, foi deportado em fevereiro. Fonte: Associated Press

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Duas bombas explodiram este domingo (8) em Alexandria, no Egito, matando ao menos uma pessoa e ferindo outras 9, afirmaram oficiais de segurança. De acordo com o governo, uma das explosões aconteceu do lado de fora de um supermercado da rede Carrefour. A outra detonou próxima a uma delegacia de polícia. Oficiais acusam milícias extremistas de fazer campanha contra alvos econômicos nacionais e estrangeiros. A ação tem como objetivo minar a confiança do país, que está prestes a receber uma conferência econômica de três dias. O Egito quer anunciar projetos no valor de US$ 35 bilhões durante o evento.

No sábado, uma bomba explodiu na frente de um banco dos Emirados Árabes Unidos, matando um policial e um civil, além de fazer 16 feridos. Os Emirados são um dos diversos países do golfo que têm financiado o governo de Abdel-Fattah El-Sissi, um ex-general que subiu ao posto após a deposição do presidente Mohammed Morsi, em 2013.

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O país luta há anos contra a insurgência islâmica na Península do Sinai. Mas os ataques contra o exército e a polícia cresceram bastante após a deposição de Morsi, cujo governo tinha inclinação religiosa. Fonte: Associated Press.

Um tribunal do Egito declarou que o Hamas é uma "organização terrorista", isolando ainda mais os governantes da Faixa de Gaza. A decisão do juiz Mohamed el-Sayed, do Tribunal de Casos de Urgência, descreveu o Hamas como um grupo que tem como alvo civis e forças de segurança na Península do Sinai do Egito. Além disso, o magistrado afirmou que o Hamas visa prejudicar o país.

O Sinai tem sido cenário de ataques cada vez mais recorrentes de extremistas islâmicos desde que o Exército do Egito depôs o presidente islamita Mohammed Morsi em 2013.

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"Foi provado, sem sombra de dúvida, que o movimento cometeu atos de sabotagem, assassinatos e matou civis inocentes e membros das forças armadas e da polícia no Egito", disse o juiz, segundo a agência de notícias estatal MENA.

Em Gaza, o dirigente do Hamas, Mushir al-Masri, condenou a decisão e pediu que o Egito reconsidere a posição.

"Esta decisão serve para a ocupação israelense. É uma decisão politizada que constitui o início da fuga do Egito em relação ao seu papel na causa palestina", disse ele. "Este é um golpe contra a história e um abuso egípcio contra a causa e a resistência palestina, que luta em nome da nação árabe. Pedimos que o Egito reconsidere esta decisão perigosa".

A decisão isola ainda mais o Hamas, que há algum tempo encontrou apoio aberto sob a gestão de Morsi e do seu grupo Irmandade Muçulmana. O novo governo do Egito começou a limpar uma zona tampão ao longo de sua fronteira com Gaza, em uma tentativa de destruir uma rede transfronteiriça de túneis que o Hamas considera uma ferramenta de salvação.

No mês passado, um tribunal egípcio proibiu a ala militar do Hamas, a Brigada Izzedine al-Qassam, e também a designou uma organização terrorista. O tribunal do Cairo alegou que os combatentes do Hamas haviam usado armas pesadas contra o Exército e foram coniventes com a Irmandade.

"Foi também apurado com documentos que (o Hamas) realizou atentados que levaram a destruição de vidas e instituições, e visou civis e equipes das forças armadas", disse. "Também foi verificado que esse movimento trabalha para os interesses da organização terrorista Irmandade". Fonte: Dow Jones Newswires.

Mergulhadores acabam de encontrar no fundo do antigo porto de Cesareia, na costa mediterrânea, duas mil moedas de ouro de mil anos que constituem o tesouro numismático mais importante já encontrado em Israel, anunciou na terça-feira a autoridade nacional de antiguidades.

Os membros de um clube de mergulho fizeram a descoberta por acaso, depois que tempestades removeram o fundo do mar do antigo porto de Cesareia (noroeste de Israel).

"No início acreditaram que se tratava de uma ficha de jogo" e perceberam seu erro quando recolheram várias moedas, indicou a autoridade. Avisaram ao diretor do clube de mergulho, que, por sua vez, informou as autoridades das antiguidades.

Os mergulhadores da autoridade detectaram 2.000 moedas de dinares, meio dinar e um quarto de dinar, a mais antiga cunhada em Palermo (Sicília) na segunda metade do século IX. Muitas das moedas remontam a dois califas fatímidas que reinaram do fim do século X ao primeiro terço do século XI em um território que cobre grande parte da África do Norte, Sicília e parte do Oriente Médio.

Em excelente estado de conservação, apesar dos mil anos no fundo do mar, as moedas não precisaram de uma limpeza, indicou Robert Cole, especialista em numismática. Algumas têm marcas de mordidas, que mostram que seus donos comprovaram sua qualidade com os dentes. Outras parecem ter recebido batidas.

As peças podem ser provenientes do naufrágio de um barco que transportava a arrecadação de impostos destinada ao governo central no Egito, afirma Kobi Sharvit, diretor da unidade de arqueologia marinha da autoridade das antiguidades. Ou o dinheiro estava destinado a pagar os salários da equipe que defendia Cesaria. Ou ainda, pertencia a um rico mercador cujo barco negociava com os portos mediterrâneos antes de naufragar.

A autoridade espera que o estudo do contexto permita saber mais detalhes.

O Governo brasileiro manifestou, por meio de nota publicada hoje pelo Ministério das Relações Exteriores, repúdio ao assassinato de 21 trabalhadores egípcios, alegadamente em território líbio, por membros do grupo autodenominado "Estado Islâmico". Classificou ainda o episódio como "brutal" e estendeu condolências às famílias das vítimas e ao povo egípcio.

"A intolerância religiosa e o recurso à violência política merecem o mais veemente repúdio do Governo e do povo brasileiro. O Governo brasileiro estende às famílias das vítimas e ao povo e Governo da República Árabe do Egito suas condolências e sua solidariedade", destacou, em nota.

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Há semanas, militantes do Estado Islâmico na Líbia mantinham 21 cristãos coptas egípcios como reféns, ameaçando-os de morte. Um vídeo divulgado na noite de ontem mostrou a decapitação em massa desses cristãos.

O governo egípcio declarou um período de luto de sete dias e o presidente Abdel Fattah el-Sissi convocou uma reunião de segurança nacional de emergência para discutir uma resposta. Aviões de guerra do Egito atacaram alvos do Estado Islâmico na Líbia hoje, algumas horas depois de o grupo extremista divulgar o vídeo que mostrava a decapitação de vários cristãos coptas egípcios que eram mantidos reféns.

Um porta-voz das forças armadas anunciou a ocorrência dos ataques na rádio estatal, marcando a primeira vez que o Egito reconhece publicamente uma ação militar na vizinha Líbia, onde grupos extremistas considerados como uma ameaça para ambos os países têm explorado o caos após um levante em 2011 contra o ditador Muamar Kadafi. Os aviões de guerra atacaram esconderijos de armas e campos de treinamento. Segundo o porta-voz das forças armadas, os "ataques intensos" tinham por objetivo "a vingança do derramamento de sangue e contra os assassinos". (Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com, com agências internacionais)

Autoridades de segurança disseram que aviões de guerra do Egito realizaram um segundo ataque contra posições do Estado Islâmico na Líbia. Segundo as autoridades, os aviões atingiram Darna, um reduto extremista no leste da Líbia. O primeiro ataque também teve como alvo a cidade.

Os ataques aéreos são uma retaliação depois da decapitação de um grupo de cristãos egípcios, que foi mostrada em uma vídeo transmitido na Internet na noite de ontem.

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Na Líbia, um funcionário de segurança afirmou que Darna e seus subúrbios foram embalados pelo som de explosões na hora do almoço nesta segunda-feira.

O Egito pediu uma intervenção internacional na Líbia contra o Estado Islâmico. O número de partidários do grupo com sede em Iraque e na Síria aumentou e dominou diversas cidades do país do Norte da África dilacerado pelo caos, através do Mar Mediterrâneo a partir da Itália. Fonte: Associated Press.

Funcionários de segurança egípcios disseram ter encontrado um túnel de 2,5 quilômetros, para a Faixa de Gaza, a mais longa passagem desse tipo descoberta pelo país em sua repressão contra o contrabando.

Eles afirmaram que o túnel era operado por um braço militar do movimento palestino Hamas, as Brigadas Izzedine al-Qassam, que, segundo o Egito, é uma organização terrorista envolvida nos recentes ataques contra as forças de segurança egípcias.

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Detonadores e aparelhos de comunicação estão entre os dispositivos encontrados no túnel, que será destruído, afirmaram as autoridades, sob condição de anonimato.

Após um grande ataque em outubro, o Exército egípcio começou a limpar uma área neutra ao longo da fronteira com Gaza, em uma tentativa de acabar com uma rede de túneis entre fronteiras, considerada pelo Hamas uma tábua de salvação. Fonte: Associated Press.

Um vídeo divulgado por militantes na Líbia que afirmam lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico mostra a decapitação em massa de cristãos coptas mantidos reféns.

O vídeo, divulgado na noite deste domingo, mostra vários homens vestidos de laranja sendo conduzidos ao longo de uma praia, cada um acompanhado por um militante mascarado. Os homens são obrigados a se ajoelhar e um militante, vestido de forma diferente dos demais, se dirige à câmera falando em inglês, com um sotaque norte-americano.

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"Todos os cruzados: segurança para vocês será apenas desejo, especialmente se vocês estão lutando contra nós todos juntos. Por isso vamos lutar contra vocês todos juntos", diz. "O mar onde esconderam o corpo de Osama Bin Laden, nós juramos por Alá que vamos misturá-lo com o seu sangue."

Os homens são, então, colocados com os rostos para o chão e decapitados simultaneamente.

O militante que apresentava o vídeo então aponta em direção ao norte e diz: "Nós vamos conquistar Roma, com a permissão de Alá".

Militantes do Estado Islâmico na Líbia mantinham 21 cristãos coptas egípcios como reféns há semanas, ameaçando-os de morte.

Os produtores do vídeo se identificam como sendo da Província de Trípoli do Estado Islâmico - o grupo extremista que controla cerca de um terço da Síria e do Iraque. A veracidade do filme ainda não pode ser confirmada.

O governo egípcio declarou um período de luto de sete dias e o presidente Abdel Fattah el-Sissi convocou uma reunião de segurança nacional de emergência para discutir uma resposta. El-Sissi enviou condolências às "vítimas do terrorismo",

de acordo com um comunicado divulgado pela presidência. Fonte: Associated Press

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se manifestou nesta segunda-feira sobre os incidentes do último domingo durante uma partida entre Zamalek e ENPPI, pela primeira divisão do campeonato nacional. Ao menos 22 pessoas foram mortas no confronto entre torcedores e a polícia no Estádio da Defesa Aérea, na zona leste de Cairo, capital do país.

Blatter enviou uma carta ao presidente da Associação Egípcia de Futebol (EFA, na sigla em inglês), na qual lamentava o ocorrido. "Eu gostaria de expressar minhas mais profundas condolências à comunidade do futebol egípcio pelos eventos trágicos que aconteceram na partida da noite passada em Cairo, entre Zamalek e ENPPI", escreveu.

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O apoio de Blatter não se resumiu ao futebol local, mas também às famílias dos torcedores mortos. "Meus pensamentos estão com as famílias de todos aqueles que perderam suas vidas ontem à noite. É tao triste que um jogo como o futebol, que deveria ser local de diversão e emoções positivas, seja ofuscado desta forma."

Por fim, o dirigente ofereceu ajuda da Fifa à federação egípcia. "Nós vamos esperar os resultados da investigação desta tragédia e estamos prontos para prover à Associação Egípcia de Futebol qualquer suporte que eles possam precisar para lidar com as consequências deste evento."

De acordo com policiais presentes no momento, torcedores do Zamalek que não tinham ingressos tentaram entrar no estádio à força, provocando o confronto. A polícia, então, teria reagido jogando bombas de gás lacrimogêneo e disparando com balas de borracha. Torcedores do Zamalek ainda disseram que foram obrigados a entrar por um pequeno portão, guarnecido com arames farpados, o que teria iniciado o empurra-empurra.

Depois do golpe militar que estabeleceu a ditadura do marechal-de-campo Abdel-Fattah el-Sisi, em 2013, a presença de torcidas nos estádios foi proibida e passou a ser permitida apenas recentemente. Para a partida deste domingo, o Ministério do Interior havia autorizado a presença de 10 mil torcedores, em um estádio capaz de abrigar 30 mil.

Os eventos de domingo aconteceram apenas três anos depois do mais violento confronto na história do futebol egípcio, em 2012, em Port Said, durante uma partida entre o Al-Masry local e o Al-Ahly, do Cairo. Morreram 74 pessoas naquele confronto, em sua maioria torcedores do Al-Ahly. Dois policiais foram condenados a 15 anos de prisão por negligência; outros sete policiais foram absolvidos, o que levou torcedores a atearem fogo na sede da Associação Egípcia de Futebol.

A mais nova execução divulgada pelo grupo extremista Estado Islâmico, que queimou vivo um piloto da Força Aérea Jordaniana, causou revolta entre líderes e políticos muçulmanos do Oriente Médio esta quarta-feira (4).

O diretor da faculdade islâmica sunita mais respeitada, a Universidade Al-Azhar, no Egito, afirmou que os militantes merecem a pena de morte prevista no Corão por serem inimigos de Deus e do profeta Maomé. "O Islã proíbe tirar a vida de um inocente", afirma Ahmed Al-Tayeb, acrescentando que a imolação do piloto Muath Al-Kaseasbeh é contra as regras da religião, mesmo em tempos de guerra.

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A aplicação da pena de morte é comum no Oriente Médio muçulmano, sendo o enforcamento um dos métodos mais usados. A decapitação é rotineiramente utilizada na Arábia Saudita, enquanto no Irã e no Paquistão, penas de apedrejamento, apesar de pouco utilizadas, estão previstas no código penal.

A imolação, entretanto, é um punição incomum. Segundo o clérigo saudita Sheik Salman Al-Oudah, a punição é proibida pelo Islã, uma vez que o próprio profeta Maomé afirmou que apenas Deus tem o direito de aplicá-la.

Youssef Al-Qaradawi, clérigo proeminente e respeitado pela Irmandade Muçulmana e outros islamistas, divulgou um documento de cinco páginas esta quarta-feira com citações do Corão em que mostra que não se deve tratar mau prisioneiros de guerra.

"A frouxidão da comunidade internacional em tratar com um presidente que mata seu povo (...) é o que criou esses grupos extremistas e deu a eles um ambiente fértil", disse, em alusão ao presidente sírio Bashar Assad.

Certos teólogos disputam essa visão. Hussein Bin Mahmoud, que é ligado ao Estado Islâmico, afirmou via redes sociais que dois dos sucessores do profeta Maomé aprovavam a imolação como pena para renegados árabes no século VII. Já o estudioso Bin Mahmoud escreveu que o livro sagrado dos muçulmanos os permite retribuir as ofensas feitas pelos inimigos na mesma moeda. Uma vez que os ataques aéreos pelo Ocidente "queima" os muçulmanos, ele argumenta, o Estado Islâmico pode fazer o mesmo.

Essa interpretação, entretanto, não é aceita pela maioria dos muçulmanos. Líderes e representantes de países muçulmanos como os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia, o Catar e a Turquia, assim como de organizações islâmicas como a Cooperação Islâmica condenaram o ocorrido. O Irã, que ajuda tanto o Iraque quanto a Síria na luta contra o Estado Islâmico, afirmou que o incidente foi um ato "desumano" que violou os códigos do Islã, de acordo com um comunicado do porta-voz do ministério de Relações Exteriores, Marziyeh Afkham.

"Quantos (...) foram as pessoas assassinada pelo Estado Islâmico e seus irmãos?", perguntava um artigo no jornal libanês Assafir. "Quantos Al-Kaseasbehs sírios morreram nos últimos quatro dias (...) sem que isso chegassem às manchetes dos jornais?" Fonte: Associated Press.

Uma bomba colocada à margem de uma via na segunda maior cidade do Egito, Alexandria, matou uma pessoa que passava pelo local e feriou outras duas nesta terça-feira (3). Também hoje, especialistas desarmaram dois explosivos no aeroporto Internacional do Cairo.

Houve um aumento considerável do número de pequenas bombas instaladas em várias partes do país. Muitos desses artefatos têm como objetivo apenas espalhar o pânico e causam damos e ferimentos mínimos. As bombas maiores e mais perigosos geralmente têm como alvo membros da polícia e do Exército.

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Raramente alguém assume a autoria dos ataques, mas grupos de militantes islâmicos prometeram atacar a polícia e tropas militares para vingar as ações de repressão contra islamitas após a derrubada do presidente Mohammed Morsi, em 2013.

Num reflexo do crescente medo e da percepção de perigo da população, um popular aplicativo de smartphone que fornece informações sobre congestionamentos de trânsito deu início a um novo serviço na semana passada, chamado "onde está a bomba". O objetivo é alertar os usuários a respeito de explosivos nas ruas.

A explosão desta terça-feira foi um raro incidente no qual um civil foi morto por esses explosivos rudimentares. Autoridades disseram que o alvo do artefato era uma patrulha de polícia que passava pela cidade de Agamy, na periferia oeste da Alexandria. A bomba explodiu, aparentemente detonada remotamente, quando os veículos se moviam, ferindo um pedestre, seu filho e uma outra pessoa que estava no local, que acabou morrendo.

No Cairo, autoridades informaram que uma bomba foi plantada no saguão de desembarque do aeroporto Internacional. Outro artefato explosivo foi encontrado perto de uma patrulha de política, no estacionamento do local. Ambas foram desarmadas. Aparentemente, as bombas eram controladas remotamente por telefone celular. Funcionários do aeroporto disseram que os voos não foram afetados.

Em outro incidente, uma granada rudimentar, plantada no interior de uma caixa elétrica num centro comercial a céu aberto no centro do Cairo, explodiu espalhando pânico entre as pessoas que estavam no local, mas sem deixar feridos.

As fontes falaram em condição de anonimato porque não têm autorização para falar com jornalistas. Fonte: Associated Press.

Oficiais egípcios confirmaram neste domingo a deportação do jornalista Peter Greste, que trabalha para a Al-Jazeera, uma rede de televisão do Catar.

Greste, que tem nacionalidade inglesa e lituana, embarcou em um voo para o Chipre por volta das 16h deste domingo. De acordo com a agência de notícias do país, ele foi libertado com a "aprovação" do presidente Abdel-Fattah El-Sissi.

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O jornalista foi preso com outros dois profissionais, enquanto cobriam a violenta repressão aos protestos que se seguiram ao golpe militar que depôs o presidente Mohammed Morsi, em 2013. Os três foram acusados, entre outros crimes, de oferecer uma plataforma para a Irmandade Muçulmana no país. A entidade é ligada a Morsi e hoje tem status de grupo terrorista. Eles 7 anos de sentença cada um.

A prisão e julgamento dos jornalistas foi considerada "política" por organizações de direitos humanos. A Anistia Internacional saudou a notícia, mas lembrou que "nada pode compensar o calvário por que passou."

Já o diretor-geral da Al-Jazeera, Mostefa Souag, afirmou que a rede de TV "não irá descansar enquanto os outros dois jornalistas não forem soltos." Fonte: Associated Press.

Militantes atacaram simultaneamente mais de doze alvos policiais e militares na Península do Sinai, matando ao menos seis oficiais e ferindo outros 30, afirmaram membros do governo egípcio nesta quinta-feira (29).

Não se sabe qual o grupo por trás dos ataques, que aconteceram simultaneamente e envolveram desde tiros de morteiro até carros bomba. Mas o grupo Ansar Beit Al-Maqdis, afiliado à Al-Qaeda, tem assumido a autoria de diversos ataques na região nos últimos anos, especialmente depois da deposição do presidente Mohammed Morsi, em 2013.

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As áreas atingidas pelos ataques estão sob estado de emergência e toque de recolher desde outubro, quando militantes fizeram um ataque que acabou na morte de dezenas de soldados em um posto de controle. Fonte: Associated Press.

Autoridades das forças de segurança do Egito afirmaram que confrontos entre a polícia e manifestantes islâmicos deixaram nove mortos no Cairo. Eles disseram também que os confrontos na região de Matariyah também deixaram 13 feridos, enquanto outro manifestante foi morto em um protesto similar em Alexandria. Dois suspeitos também morreram na província de Beheira, quando um dispositivo que eles implantavam em uma torre de energia explodiu, segundo autoridades. Ativistas e oficiais afirmaram também que dezenas de manifestantes, em sua maioria islâmicos, foram presos pela polícia.

Além dos manifestantes, dois policiais foram feridos por estilhaços de uma bomba, que explodiu próxima a uma estrada no Cairo, e outros seis ficaram feridos após o confronto em Matariyah.

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O Egito reforçou a segurança no Cairo e em outras grandes cidades neste domingo. A polícia tenta acabar com os protestos que marcam o aniversário da revolta de 2011, que derrubou Hosni Mubarak. De acordo com a polícia, as mortes ocorreram quando as forças de segurança entraram em confronto com apoiadores da Irmandade Muçulmana.

O governo do presidente Abdel Fattah tem se mostrado intolerante quanto a protestos, desde que uma lei criada em 2013 proibiu as manifestações realizadas sem autorização prévia. Dezenas de ativistas foram condenados e presos por violar essa lei. Fonte: Associated Press.

Um restaurador alemão minimizou neste sábado os danos causados por uma reparação à máscara funerária de Tutankhamon, afirmando que um tratamento adequado poderia eliminar os traços de cola deixados na barba desta joia do Egito antigo.

Em fotos tiradas nesta sexta-feira no Museu Nacional Egípcio, é possível ver um nada gracioso rastro de cola seca unindo a barba simbólica do misterioso faraó criança. A máscara de 3.000 anos é uma das mais bonitas relíquias do museu, visitado anualmente por centenas de milhares de turistas.

"A máscara não corre perigo e as medidas que foram tomadas são reversíveis", disse Christian Eckmann, especialista em conservação arqueológica de objetos metálicos e em vidro, durante coletiva de imprensa organizada no Museu do Cairo pelo ministério das Antiguidades egípcio.

O ministro Mamdouh al-Damati criticou a cobertura do episódio pela mídia, classificando-a de "bastante exagerada".

Eckmann explicou que em agosto de 2014, enquanto o dispositivo de iluminação era reparado, a peça "foi atingida e a barba, que já havia sido colada durante uma primeira restauração, em 1941, caiu".

Ele disse ainda não ter certeza sobre o tipo de cola epóxi utilizada para a reparação, mas afirmou que esta cola "não era a melhor solução".

A cola deixou traços visíveis na barba. Mas "é reversível. Isto será solucionado com muita cautela", acrescentou.

Fontes do museu afirmaram nesta sexta-feira que o objeto foi danificado em 2014. Funcionários teriam tirado a máscara da redoma onde fica para consertar a iluminação e "a máscara tocou a vitrine e quase caiu", explicou. A barba teria se descolado depois que um funcionário segurou o objeto para não deixá-lo cair.

A longa barba trançada, que já havia se soltado anteriormente, estava presa por um simples gancho, segundo ele. "Esse tipo de coisa pode acontecer. Mas o que agravou a situação foi o medo do empregado que reparou na pressa" com uma cola ruim.

O líder de um grupo militante extremista Ajnad Misr, ou "Soldados Egípcios", fez um apelo para que os jovens de seu país se juntem a ele em uma guerra santa, ou jihad, contra o governo local.

Magd Eddin Al-Masri se proclama o líder de um grupo que surgiu durante as manifestações que derrubaram o presidente Mohammed Morsi em julho de 2013, e desde então assumiu a autoria de vários pequenos ataques em Cairo. Em um vídeo publicado na internet, Al-Masri afirma que o país está pronto para uma guerra de vingança contra as mortes, torturas e detenções de extremistas islâmicos após a deposição de Morsi. Na época do golpe contra o então presidente, centenas de militantes foram mortos e milhares presos.

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Os Soldados Egípcios são menos proeminentes no país que o Ansar Beit Al-Maqdis, que conduzem ataques em grande escala e juraram aliança ao grupo extremista Estado Islâmico. A maioria de seus ataques deixaram poucas vítimas e usam instrumentos rudimentares, como bombas caseiras. Al-Masri afirma que seu grupo irá atacar apenas forças de segurança, e não civis. Ele também insistiu que não tem nenhuma ligação com outros grupos, dentro ou fora do Egito. Fonte: Associated Press.

Um tribunal egípcio absolveu nesta segunda-feira 26 homens detidos durante uma ação registrada por câmeras de televisão em dezembro. As prisões aconteceram durante buscas policiais por gays numa sauna pública do Cairo.

Quando o veredicto foi lido, aplausos ensurdecedores foram ouvidos no tribunal e alguns dos réus descobriram seus rostos e choraram de alívio. Outros, porém, mantiveram as faces escondidas atrás de jaquetas e cachecóis, ainda traumatizados pela humilhação à qual eles e suas famílias foram expostos durante o caso, que recebeu muita publicidade e atraiu a atenção do público, depois de uma rede de televisão pró-governo ter levado ao ar cenas nas quais se via os homens seminus sendo levados da sauna pela polícia, no dia 7 de dezembro.

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O relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é explicitamente proibido pela lei egípcia, mas a homossexualidade é um tabu social no país conservador, de maioria muçulmana. Somente nos últimos anos personagens gays passaram a aparecer em filmes e na ficção em geral.

"Eles destruíram nossas vidas. Deus nos resgatou", disse um dos réus, que não quis revelar seu nome para preservar sua privacidade, ao cair no choro depois de ouvir o veredicto.

As cenas dos homens sendo levados da sauna causaram tumulto entre grupos ativistas e de direitos humanos. Ativistas, réus e seus familiares ficaram duplamente indignados com o profundo envolvimento no caso da apresentadora de televisão Mona al-Iraqi, que afirmou ter, ela mesma, dado início à ação policial sobre atividades gays na sauna, descrita por ela como "um antro de perversão que espalha a aids pelo Egito".

Os homens foram alvo de várias acusações, dentre elas devassidão e realização de atos indecentes em público. O veredicto desta segunda-feira foi dado após apenas quatro audiências, durante as quais as famílias brigaram com jornalistas que tentavam fotografar seus parentes no banco dos réus.

As pessoas que estavam no tribunal comemoraram depois de a palavra "absolvição" ter sido ouvida do juiz. Vários réus, no interior da gaiola e seus parentes prometeram processar al-Iraqi.

A absolvição aconteceu menos de um mês após um tribunal de apelação ter reduzido as sentença de três para um ano para oito homens condenados por "incitação à devassidão" por aparecerem num vídeo de um suposto casamento entre homens. Ativistas de direitos humanos dizem que 2014 foi o pior ano em uma década para a comunidade gay egípcia, com pelo menos 150 homens detidos e levados a julgamento. Fonte: Associated Press.

Os advogados dos 26 homens acusados de "depravação" e de participação em "orgias homossexuais" denunciaram neste domingo que a polícia cometeu vícios de procedimento durante as prisões.

Os réus foram presos em 7 de dezembro numa sauna pública do bairro de Azbakeya, no centro do Cairo, que segundo a investigação acolhia "orgias homossexuais".

Segundo o advogado Tarek al Awdi, o oficial de polícia que dirigiu a operação no "hamman" (ndlr: tipo de piscina pública de águas quentes) falsificou o informe.

"Trinta e três homens foram presos, mas logo depois o oficial libertou sete deles. Isso não aparece nos documentos, o que é ilegal", disse Awdi à AFP, que também mencionou que uma apresentadora de televisão esteve no local filmando as prisões, o que não aparece nos autos.

Entre os presos, estão o proprietário e quatro funcionários, condenados por "administração de lugar de depravação", enquanto outros 21 processados são acusados de "atentado ao pudor".

O advogado Islam Califa, que representa 14 acusados, disse que as autoridades afirmaram que todos os presos, salvo o proprietário e seus empregados, são homossexuais, enquanto o informe do departamento médico legal não confirma a informação.

O advogado Khaled al-Nakkache denuncia que os policiais forçaram seu cliente a tirar a roupa antes de sair da sauna.

As imagens da prisão, divulgadas por uma rede de televisão privada, mostram os acusados semi-nus, usando apenas a roupa de baixo e cobertos por uma toalha.

Após a audiência que se estendeu por duas horas, o processo foi marcado para esta segunda-feira - segundo informações obtidas pela AFP.

Embora a lei egípcia não proíba formalmente a homossexualidade, várias pessoas foram condenadas nos últimos anos por "libertinagem".

No fim de dezembro, oito homens foram condenados a um ano de prisão depois de aparecerem em um vídeo filmado, de acordo com a promotoria do caso, em um "casamento gay".

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