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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) minimizou nesta segunda-feira (1º) a pesquisa Datafolha para presidente da República, divulgada neste domingo (30), que o aponta com apenas 6% das intenções de voto, e ainda admitiu que caso o prefeito de São Paulo e seu afilhado político, João Doria (PSDB), dispute as eleições "será um ótimo candidato". No levantamento, Doria tem entre 9% e 11% das intenções de votos dependendo dos cenários.

"Pesquisa antes de começar a campanha eleitoral retrata o passado, é uma fotografia representando as últimas eleições. Então não tem maior significado", disse o governador em entrevista a jornalistas após a abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Alckmin avaliou ainda que o desempenho de Doria se deve ao chamado "recall" eleitoral, já que o prefeito saiu recentemente de uma disputa na capital paulista.

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"Ele acabou de sair de uma eleição e é obvio que quem disputou mais eleição e eleição mais recente é mais lembrado. Não sei (se Doria será candidato). Se for, será um ótimo candidato", completou o governador.

Previdência

Assim como no discurso de abertura da feira, o governador paulista afirmou que falta ao governo federal uma boa comunicação para explicar os benefícios da Reforma da Previdência à população. "Você não pode ter Previdência, como a do INSS em que 70% ganham um salário mínimo, que a média é 1,7 salário mínimo, que o teto é R$ 5 mil e que na realidade ninguém ganha mais que R$ 4,2 mil, e ter outra Previdência que paga salários de R$ 30 mil, R$ 40 mil, R$ 50 mi", afirmou. "O objetivo da reforma é ter regime geral de Previdência onde o trabalhador do setor privado e o do setor público tenham as mesmas regras".

Alckmin disse ainda que é preciso explicar a questão atuarial à população, já que a expectativa de vida do trabalhador e do beneficiário aumentou, o que demanda mais da Previdência. Indagado se o presidente Temer estaria mais preocupado em convencer os deputados do que a população, Alckmin emendou: "convencendo a população, você convence os deputados que são os seus representantes. É preciso entender a lógica da reforma", concluiu.

O caos político, econômico e social do Rio já causa incertezas no cenário eleitoral de 2018. Com um ex-governador preso, parte dos principais nomes da política local citados na Lava Jato e atuais mandatários que não despertam grandes paixões no eleitorado, partidos estão à procura de um novo nome, "uma surpresa", para a disputa do próximo ano.

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou neste domingo, 23, que, de acordo com projeções da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), mesmo com o plano de recuperação fiscal, o Rio só voltará a arrecadar mais do que gasta em 2029. Além disso, falta dinheiro para pagar salários dos servidores, para a distribuição de remédios e até para o abastecimento de viaturas da polícia.

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Diante desse cenário, é quase consenso que o PMDB, legenda do atual governador, Luiz Fernando Pezão, do ex-governador Sérgio Cabral, preso pela Operação Lava Jato, e do ex-prefeito Eduardo Paes, estaria "derretendo" no Estado - e que isso abriria o campo para outros partidos crescerem. Já outras siglas representativas, como PT, DEM e PSDB, estão, em nível nacional, implicadas na Lava Jato.

Segundo o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, o foco será a eleição nacional e o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em um cenário em que a Lava Jato não torne inviável o projeto do partido - Lula é réu em cinco ações. "Nossa prioridade vai ser montar um palanque nacional. Localmente, talvez, lançar uma candidatura ao Senado e discutir caminhos com partidos de esquerda, como PCdoB e PDT."

Para o governo estadual, Quaquá afirma que o partido pode "abrir um diálogo para fora da política". Embora não fale em nomes, diz que a legenda deve buscar alguém com o perfil "intelectual-artista", que dialogue com a sociedade. "Somos contra a criminalização da política, mas devemos abrir esse diálogo."

Quando se fala em um nome "fora da política", a mais recente referência que vem à cabeça do eleitorado é a do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que se elegeu ainda no primeiro turno com o discurso da não política. O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB-RJ) fala abertamente que o candidato da legenda ao governo do Rio tem de ser "alguém da sociedade, com ficha limpa e capacidade gerencial", no perfil do colega paulista.

Para o tucano, "um político tradicional não vai colar e a crise pode abrir espaço para os extremos, tanto no campo da direita como na esquerda".

César Maia, ex-prefeito e atual vereador, homem forte do DEM no Rio, considera que a "intelligentsia carioca" vai impedir que um aventureiro se sobressaia nas próximas eleições. "Não tem ambiente no Rio de Janeiro para um populismo descarado de direita ou esquerda."

Ao ser questionado a dizer um nome da "intelligentsia", Maia cita Arminio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso. "Se Armínio Fraga for convencido e meter a cara sem olhar pra frente acho que o eleitor vai pensar: ‘salvemos o Estado, ele tem boia, sabe nadar é competente’", afirma.

Presidente do PMDB e presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Jorge Picciani diz que no Rio "é impossível saber o que vai acontecer na semana que vem, quanto mais no ano que vem". Ainda assim, ele afirma acreditar que a eleição terá grande influência do cenário nacional e que o seu partido não estará fora das disputas. "Quem deve vai pagar. As investigações estão aí e vida que segue."

Já Tarcísio Motta, vereador do PSOL e potencial candidato a governador pelo partido, espera que o eleitorado procure alternativas diferentes, "fora do esquema viciado de poder".

Ciclo

O cientista político da PUC-Rio Ricardo Ismael afirma que o ciclo do PMDB acabou no Rio. "O Eduardo Paes pode até se descolar de todos esses problemas, mas vai depender das investigações. Ele comeu muito tempo com essas pessoas, os adversários vão usar muitas imagens dele com Cabral e outros", afirma.

Ismael não vê a possibilidade de que prevaleça um candidato populista. Já para o professor de Direito da PUC-Rio Manoel Messias Peixinho, o ambiente de caos político pode, sim, abrir um caminho para líderes carismáticos. "A desconfiança em relação à política pode abrir essa porta. Vai depender muito do que ainda está para acontecer no cenário nacional." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem afirmado que pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2018, é mais uma "dor de cabeça" para o presidente Michel Temer, no momento em que o atual governo enfrenta dificuldades para aprovar a reforma da Previdência em curso na Câmara dos Deputados e tem integrantes envolvidos na ampla investigação de corrupção no Brasil, destaca o jornal britânico "Financial Times", em reportagem divulgada nesta quinta-feira (20).

Citando um vídeo recente em que o líder do Partido dos Trabalhadores exalta seus oito anos à frente do poder, entre 2003 e 2010, quando a economia brasileira esteve entre as de maior crescimento no mundo, o "FT" diz que "o carismático" Lula "deu o pontapé inicial no que muitos acreditam que pode se tornar uma das mais notáveis tentativas de retomada política do Brasil". No vídeo, o petista ataca o governo Temer e faz críticas à reforma da Previdência. "Eles querem retirar os direitos dos trabalhadores e dificultar a aposentadoria", acusa o ex-presidente.

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O FT salienta, no entanto, que Lula enfrenta investigações por corrupção em processo conduzido pelo juiz federal Sérgio Moro no âmbito da Lava Jato e que, se for condenado e a decisão for mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), se tornará inelegível em 2018, conforme a lei eleitoral brasileira.

O jornal britânico pontua também que grande parte da corrupção que tomou conta da Petrobras teve início durante o governo de sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff.

A reportagem lembra, por outro lado, que um dos delatores da Odebrecht afirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada que Temer comandou em 2010, quando candidato a vice-presidente da República, uma reunião na qual se acertou pagamento de propina de US$ 40 milhões ao PMDB.

O "FT" pontua que a reforma da Previdência é vista como crucial para a sobrevivência política da base de Temer e para a recuperação da economia brasileira, que enfrenta a pior recessão de sua história.

Disputa eleitoral

Apesar da possibilidade de Lula se tornar inelegível, o FT deu destaque à pesquisa de intenções de voto da CNT/MDA divulgada no último sábado, 15, que revelou que, se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente venceria a disputa com os demais adversários.

De acordo com o levantamento, o petista apresenta hoje 30,5% das intenções de votos contra 11,8% de Marina Silva; 11,3% do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A publicação lembra ainda que Lula chegou ao fim de seu mandato, em 2010, com 83% de aprovação depois de um boom econômico em que a classe média brasileira cresceu respondendo por quase metade da população.

O "Financial Times" ressalta também que, caso concorra novamente à Presidência no ano que vem, Lula pode ter que enfrentar "extraordinários" novos concorrentes, como o empresário e recém-eleito prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), citado como um "outsider" da política. "Assim como o presidente dos EUA, Donald Trump, Doria é um grande usuário de redes sociais que apresentou a versão brasileira do programa 'O Aprendiz'", compara a reportagem do FT.

Pesquisa inédita do Ibope mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser o presidenciável com maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Pela primeira vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam nele com certeza (30%) ou que poderiam votar (17%) se equivalem aos que não votariam de jeito nenhum (51%), considerada a margem de erro. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos.

A pesquisa foi feita antes de vir a público a lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com as delações de executivos da Odebrecht que acusaram o ex-presidente de corrupção, junto com dezenas de outros políticos. Se a divulgação das denúncias prejudicou a imagem de Lula (e de outros denunciados), não houve tempo de isso ser captado pelo Ibope.

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Os três principais nomes do PSDB, por sua vez, viram seu potencial de voto diminuir ao longo do último ano e meio. Desde outubro de 2015, a soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar no senador Aécio Neves (PSDB-MG) despencou de 41% para 22%. O potencial do senador José Serra (PSDB-SP) caiu de 32% para 25%, e o do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foi de 29% para 22%. Os três tucanos aparecem na pesquisa com taxas de rejeição superiores à de Lula: 62%, 58% e 54%, respectivamente.

O Ibope testou pela primeira vez o potencial do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma eleição para presidente. Embora seja muito menos conhecido do que seus colegas de PSDB (44% de desconhecimento, contra 24% de Alckmin e 16% de Serra e Aécio), Doria já tem 24% de eleitores potenciais (metade votaria com certeza), ou seja, tanto quanto os outros tucanos, levando-se em conta a margem de erro. Mas sua vantagem é ter uma rejeição muito menor que a dos concorrentes dentro do partido: 32%.

Assim como os nomes tradicionais do PSDB, a ex-ministra Marina Silva (Rede) sofreu redução de potencial de voto e aumento da rejeição. Agora, um terço dos eleitores a indicam como possível opção - eram 39% há um ano.

Método

Entre os dias 7 e 11 de abril, o Ibope realizou 2.002 entrevistas face a face, em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. As perguntas eleitorais fizeram parte da pesquisa que o instituto conduz mensalmente com questionário variável, o chamado BUS.

Na pesquisa de potencial de voto, o entrevistador apresenta um nome de cada vez e pede ao eleitor que escolha qual frase descreve melhor sua opinião sobre aquela pessoa: se votaria nela com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum, ou se não a conhece o suficiente para opinar. É diferente da intenção de voto.

Barbosa

Apesar de ter não contar mais com a projeção e a visibilidade inerente ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa ainda é considerado um candidato viável à Presidência da República por uma parcela considerável dos eleitores. Na pesquisa Ibope, Barbosa aparece com 24% de potencial de voto (soma das respostas "votaria com certeza" e "poderia votar").

O ex-ministro, que se celebrizou ao conduzir o julgamento do mensalão e que se aposentou do STF em 2014, também não sofre com os níveis de rejeição atribuídos aos políticos. Apenas 32% dizem que não votariam nele de jeito nenhum - uma das taxas mais baixas entre as dos nove nomes testados pelo Ibope.

Barbosa, porém, não manifestou a intenção de se candidatar em 2018 e nem sequer é filiado a um partido.

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que tenta se beneficiar da onda de rejeição a políticos - apesar de ser parlamentar desde o começo dos anos 1990 -, aparece com 17% de potencial de voto na pesquisa. Seu possível contingente de eleitores cresceu seis pontos porcentuais desde o ano passado, mas a parcela que o rejeita aumentou ainda mais, de 34% para 42%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (19) que está mais preparado para as questões nacionais do que estava em 2006, quando disputou a eleição presidencial e perdeu para o então candidato à reeleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Pretenso candidato tucano para disputar as eleições ao Planalto em 2018, Alckmin disse que era mais difícil vencer Lula em 2006 porque o PT estava no auge e o ex-presidente era o maior líder do País. Alckmin também afirmou que é mais difícil concorrer com alguém que é candidato a reeleição.

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"Perdi em 2006 e quero reiterar aqui: eu acho que eu não estava preparado", disse o governador, afirmando que o Brasil é um país complexo pelo seu tamanho e quantidade de partidos. "Eu acho que eu estou muito mais preparado hoje em relações às questões do País, às questões nacionais, mas tudo isso eleições é no ano que vem."

As declarações foram dadas após Alckmin participar da inauguração no novo Fórum de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.

Para ele, a eleição em 2006 foi desigual porque Lula já era presidente e disputou o pleito no cargo. "Alguém que não está disputando no cargo tem que renunciar nove meses antes da eleição, o outro disputa no cargo. Disputei contra o Lula naquela época que o PT estava com tudo, com a bola toda, o Lula era o maior líder brasileiro e ganhei a eleição no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima", disse o governador.

Perguntado sobre como vai convencer a Executiva Nacional do PSDB, que é presidida pelo senador Aécio Neves (MG), a realizar as prévias, como defende, Alckmin disse que a escuta coletiva quando há mais de um candidato está prevista no estatuto do partido. Aécio é outro tucano que também disputa a indicação da legenda para a disputa presidencial. "Quanto mais você ouve, menos você erra", disse Alckmin. Ele afirmou ainda que "democracia começa em casa".

Defensor de uma reforma política que diminua a quantidade de partidos representados no Congresso, o governador falou que o País precisa ter menos legendas. "Hoje o cara muda de partido. Não me dá legenda, eu pulo para outro. No futuro, vai ter três ou quatro partidos", declarou.

Delações

Alckmin voltou a se defender das acusações de que teria recebido recursos ilícitos em campanhas, como foi falado por três executivos da Odebrecht em delação. Afastando eventuais acusações de enriquecimento ilícito, o tucano disse que seu patrimônio atual é menor do que no passado. Alckmin disse que está com a consciência "absolutamente tranquila" e que a Justiça vai responsabilizar os culpados e inocentar os inocentes.

"Eu tenho 40 anos de vida pública. Não recebi na minha vida um centavo que não tenha sido lícito. Aliás, tenho vida pessoal modesta. O meu patrimônio é menor do que era no passado", disse o tucano.

Três delatores da Odebrecht afirmaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o governador usou um cunhado para pegar R$ 10,7 milhões do setor de propinas da empreiteira a pretexto de contribuição eleitoral - R$ 2 milhões no ano de 2010 e R$ 8,3 milhões no ano de 2014, todas somas não contabilizadas.

"É preciso ter cuidado com essas coisas. Nós vivemos num País republicano, todos são iguais perante a lei. Há uma delação, delação não é prova. Há uma delação, apura-se", declarou o governador. "Nós confiamos na Justiça. A Justiça vai responsabilizar quem é culpado e vai inocentar quem é inocente."

Alckmin poderá ser investigado se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir abrir o inquérito com base no pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo informou a assessoria do STJ ao Broadcast Político, os pedidos da PGR ainda não chegaram na corte e estão sendo processados no Supremo.

Secretários

Sobre os secretários de seu governo que foram citados nas delações, o governador disse que conversou com eles e que são "ótimos secretários e os melhores secretários", citando Arnaldo Jardim (Agricultura) e Rodrigo Garcia (Habitação). O tucano reforçou que é preciso apurar o que foi falado nas delações em relação a eles.

A bomba era esperada. Os estragos dela, no entanto, surpreenderam. A divulgação dos conteúdos da delação da empreiteira Odebrecht, na semana passada, atingiu figuras emblemáticas e estraçalhou partidos a pouco mais de um ano da eleição presidencial. O jornal O Estado de S.Paulo ouviu estudiosos e políticos de diferentes matizes e quase todos concordam que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), por enquanto, é o maior beneficiado pela hecatombe.

Depois dele, Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e até Jair Bolsonaro (PSC) podem se fortalecer para uma eventual disputa se permanecerem fora do extenso grupo de implicados na Odebrecht.

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Mas a vantagem de Doria é que as revelações feitas pelos executivos da Odebrecht e a amplitude da lista de implicados podem reforçar nos eleitores uma forte reação aos chamados políticos tradicionais, alvo do discurso e do marketing pessoal do prefeito paulistano.

"Está mais fácil pensar 2022 do que 2018", ironizou Marco Antônio Teixeira, professor de Ciência Política da FGV-SP. "Tudo indica que a força da gravidade vai levar o Doria às eleições."

Alguns dos ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo ainda apontaram alternativas para políticos atingidos em cheio pelas delações, mas lembram que, além das condições políticas e eleitorais, eles terão de reunir as jurídicas. Nesse grupo, quem tem a situação mais complicada é o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, que já se lançou candidato pelo PT e, em pesquisas recentes, tinha mais de 20% de intenção de voto.

PT

"A semana passada destruiu a respeitabilidade ou o pouco que restava dela de todo o mundo político", resumiu o professor da USP Lincoln Secco. "O PT, embora atingido pelas delações, tem o principal candidato, que ninguém sabe se vai poder concorrer", afirmou.

Não bastasse o desgaste político provocado pelas delações da Odebrecht, Lula é alvo de inquéritos na Justiça (é réu em cinco casos). Desde terça-feira passada, quando o Estadão revelou a lista com os pedidos de investigação do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, cresceu dentro do PT o temor de que Lula seja impedido pela Justiça, por meio de condenações e até de uma prisão, de concorrer em 2018.

"O status do Lula com o Judiciário será muito importante porque, neste momento, não há outro candidato no PT. No PSDB, o grau de implicação de cada um na Lava Jato poderá desempatar, digamos assim, eventuais disputas", afirmou o cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria.

Políticos tradicionais

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os senadores Aécio Neves e José Serra são os tucanos sempre lembrados como presidenciáveis. Os três estão na lista de Fachin. Doria, até agora, não apareceu na investigação. "Uma candidatura Doria pode oxigenar o PSDB e ainda resolver um problema crônico, que é a dificuldade de unir o partido", disse Cortez.

O prefeito de São Paulo disse ao Estadão, quando questionado sobre os efeitos da delação da Odebrecht, que "essa será uma manifestação do eleitorado".

Políticos com cargos de direção no PSDB, PMDB, DEM e até no PT também afirmaram, sob a condição de anonimato, que a candidatura presidencial de Doria tornou-se uma realidade porque ele comanda o terceiro maior orçamento do País, está bem avaliado (43% aprovam a gestão dele, segundo o Datafolha) e, apesar de estar há meses no cargo, mantém a imagem de ainda ser um empresário.

As chances de Ciro dependem de Lula. Caso o petista viabilize sua quinta candidatura a presidente, Ciro terá de disputar com ele o voto do campo da centro-esquerda e do Nordeste, onde ambos têm força. "Ele justamente tem tentado se colocar como uma volta do lulismo sem o Lula, principalmente na questão regional", disse o cientista político da Unicamp Jean Tible.

Sobre Marina, Carlos Melo, do Insper, afirmou que ela perdeu capital político após o terceiro lugar nas eleições de 2014. Para ele, contudo, ela ainda pode surpreender. Mesmo não aparecendo tanto, ela tem o que ele chama de "recall alto" e sempre arremata bom número de votos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Silvio Costa (PTB) não esconde seu desejo de disputar a eleição para o Senado em 2018. Na série Entrevista da Semana, desta quinta-feira (13), o parlamentar disse que, na disputa do próximo ano, o “vento da renovação” vai prevalecer. Segundo ele, não ser citado na Lava Jato contará muito para a eleição.

Questionado se seria criticado pela escolha de concorrer à vaga, ele destacou que foi vereador do Recife por três mandatos, deputado estadual e que, na Câmara dos Deputados, encontra-se no terceiro mandato. “Modéstia à parte eu entendo de regimento e da Constituição Federal. Tenho 60 anos e acho que posso prestar um grande serviço para Pernambuco. Sou candidato a senador e será o povo de Pernambuco que vai dizer se eu vou ganhar ou não”, revelou. 

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Silvio explicou que, evidentemente, o seu desejo pessoal não basta e que é necessário uma construção. Contou que está “conversando” com o PCdoB, PDT e com o PT e com todos os setores e atores políticos do seu campo. “Ninguém pode construir uma candidatura majoritária sem ter um diálogo permanente e eu estou andando em Pernambuco e acho que as coisas estão indo bem”. 

O petebista enfatizou também que não tem medo do embate político “venha quem vier”. “Não sei quais serão os candidatos a senador do governador Paulo Câmara (PSB), me parece que Jarbas Vasconcelos (PMDB) já está sendo colocado como uma das opções. Serão duas vagas e acho que posso fazer um bom debate”, declarou. 

“Agora, eu não estou na Lava Jato, eu não estou em lista da Odebrecht e também não sou a palmatória do mundo. Eu não quero condenar quem apareceu na lista da Lava Jato porque, de repente, a pessoa pode estar na lista e não ter culpa. Agora, eu não estou e vou para o debate político porque sou candidato ao Senado”, acrescentou alfinetando. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (13), que não sabe o que acontecerá com ele daqui para frente, após as acusações expostas nas delações dos ex-executivos da Odebrecht, mas garantiu presença na disputa pela presidência da República em 2018. Sob a ótica do líder-mor petista, não existe solução para o país fora da política e, segundo ele, seu retorno ao comando do Palácio do Planalto faria o “país voltar a ser feliz”.  

"Podem ficar certos que eu vou brigar pra voltar, pra fazer muito mais, porque já fiz este País ser quase a quinta economia do mundo… Não existe solução fora da política. Temos brigado para que a contribuição eleitoral gere um fundo público. Estamos sendo governado lá de Curitiba, não tem sentido isso. Não tá correto paralisar o país por conta de uma investigação”, argumentou, em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador, divulgada nas redes sociais. 

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Sobre as delações da Odebrecht, que tiveram os sigilos quebrados nessa quarta-feira (12), Lula disse que nos últimos dois anos, todos os dias surgem “leviandades” sobre ele. “Eu desafio qualquer empresário a dizer que Lula pediu R$ 10. Não posso perder a cabeça com uma coisa dessas, estou tranquilo, vou me preparar para o meu depoimento no dia 3", declarou.

Especificamente sobre os detalhes revelados por Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo, Lula salientou que a delação pode ter sido efetuada a partir de um “conluio”. "Eu até compreendo que o Marcelo Odebrecht, que está preso há dois anos, comendo o pão que o diabo amassou, talvez esteja tentando criar condições para sair da cadeia. Mas são tão inverossímeis as acusações, que não vou rir nem chorar, vou analisá-las todas e cada página do processo para poder me preparar para, no dia 3 de maio, responder às pessoalmente às acusações", cravou.

Segundo ele, o principal alvo das acusações é a sua candidatura em 2018. "Eu acho que o que está por detrás de tudo isso é tentar encontrar uma pulga para evitar que Lula seja candidato em 2018. É isso que está em jogo", frisou. Apesar disso, ele garantiu que não vai desanimar. "Pode me bater. Quem nasceu em Garanhuns, como eu nasci, e não morreu de fome não tem medo de nenhuma adversidade. Enfrentarei cada uma delas de cabeça erguida. E meu maior legado é a minha honra, isso ninguém me tira", emendou.

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Embora negue a intenção de disputar as eleições presidenciais de 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), fez, na tarde desta segunda-feira, 10, um discurso exaltado em Porto Alegre (RS) com duras críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A uma plateia de empresários e estudantes, na palestra inaugural do 30° Fórum da Liberdade, o tucano afirmou que fará o possível para evitar que o petista volte à Presidência.

"Vou usar toda a minha força como cidadão, como prefeito da cidade de São Paulo, sendo correto e honesto, para dizer: Lula, você não é o salvador de nada, você quase destruiu o Brasil. Você não vai destruir outra vez o sonho do Brasil", afirmou.

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Em clima de comício e ovacionado pela plateia, composta também por integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), o tucano afirmou que os "descalabros" dos últimos 13 anos de PT foram a motivação para que ele se candidatasse à Prefeitura e continuam sendo seu principal incentivo. "Temos que colocar a nossa força, nossa capacidade, nosso esforço coletivo para diminuir as distâncias sociais, porque daqui a dois anos este mesmo cidadão que quase destruiu o Brasil vai querer voltar. Não!", gritou o prefeito.

Doria também criticou os filhos do ex-presidente Lula, insinuando que eles ficaram "milionários da noite para o dia" graças à corrupção. "Os meus filhos, ao contrário dos filhos daquele cidadão, vão aprender que é com trabalho que se conquista, não é com roubo, não é com usurpação, não é com presente de empreiteira".

Ao fim da palestra, em entrevista a jornalistas, o prefeito ainda que fez uma provocação ao petista, indicando que irá visitá-lo na cadeia: "Eu ainda desejo levar um dia chocolates para o ex-presidente Lula em Curitiba".

Questionado, porém, se seria candidato a presidente em 2018, o tucano voltou a negar a possibilidade, dizendo que está focado na gestão da capital paulista e que sua única intenção é ser "candidato a um bom prefeito".

Candidatura

Na manhã desta segunda-feira, após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falar que o prefeito João Doria "seria um ótimo candidato" ao governo estadual nas eleições de 2018, Doria apresentou na sede da Prefeitura um balanço dos seus 100 dias à frente da administração. Lá, questionado se ouviria o apelo de Alckmin ou a população sobre uma possível candidatura ao governo do Estado, o tucano se esquivou e disse que vai ouvir os dois.

Próximo dos cem dias de governo, que se completam nesta segunda-feira, o prefeito de São Paulo admitiu pela primeira vez, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que pode deixar o cargo para se candidatar ao governo estadual. Isso caso haja um pedido do governador, ao qual reforça a fidelidade sempre que confrontado com a possibilidade de uma candidatura a presidente.

Na avaliação da maioria dos moradores de São Paulo, Doria não deve abandonar o mandato para ser candidato nas eleições de 2018, segundo o Datafolha. A pesquisa, divulgada no sábado, 8, mostra que 55% dos moradores acham que ele deve cumprir seu mandato de prefeito.

"Vou ouvir os dois (Alckmin e a população). Tenho estima, admiração e respeito pelo governador Geraldo Alckmin. E tenho lealdade também, essa é uma característica que tenho e vou manter, talvez diferentemente de outros, sou leal ontem e hoje", afirmou. "Tenho que ouvi-lo, sim, e ouvir a população. Afinal, governamos para a população. A população é que nos aprova, é que determina se estamos o caminho certo. E até aqui estamos."

Líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Isaltino Nascimento afirmou, nesta segunda-feira (10), que o PSB não tem outra alternativa de nome para disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas em 2018 além do governador Paulo Câmara. 

Em entrevista a um veículo de comunicação local, o parlamentar negou as articulações internas da legenda para que haja uma opção a Câmara, mesmo tendo em vista a avaliação negativa da administração dele. Segundo um levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisas Uninassau, a gestão do pessebista é reprovada por 74% dos pernambucanos.

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“O governador é candidato, tem feito um grande serviço e foi escolhido de forma inteligente pelo governador Eduardo  Campos. O termômetro dele foi a última eleição, em 2016. Paulo Câmara elegeu mais prefeitos aliados que Eduardo. Não há possibilidade de outro nome. Estamos compondo politicamente uma base e a sociedade vai poder avaliar no momento certo”, declarou. 

Dentro do PSB há rumores de que o senador Fernando Bezerra Coelho esteja se articulando para ser a opção do partido em caso de reavaliação da candidatura à reeleição de Paulo Câmara. Ainda de acordo com a pesquisa do Uninassau, caso a eleição para governador fosse agora, o senador Armando Monteiro (PTB) sairia na frente na disputa. 

A impopularidade do presidente Michel Temer, o avanço da Lava Jato e a crise econômica têm levado integrantes da base no Congresso a um "descolamento" do governo, que se reflete não apenas nas votações no plenário, mas nos acordos para as disputas de 2018. A um ano e meio das eleições, o PMDB de Temer não sabe se terá condições de disputar a sucessão presidencial com candidato próprio e o PSDB escancara suas divergências em praça pública.

"O Temer foi o resultado dos erros da Dilma e agora o Lula poderá ser o resultado dos erros do Temer", afirmou o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), numa referência ao crescimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), réu da Lava Jato, nas pesquisas.

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Ex-petista, Cristovam votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Disse não ter se arrependido, mas, ao adotar um discurso mais duro contra o governo, indicou que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), não está sozinho nas críticas. Na sua avaliação, Temer precisa de uma espécie de "comunicólogo" para explicar as ações da equipe, se não quiser enfrentar mais problemas.

"O presidente virou prisioneiro da psicologia parlamentar, de não ser um líder de massas. Ele acha que, convencendo o Parlamento basta, mas não é assim. Até agora não conseguiu convencer o povo de que a reforma da Previdência vai trazer justiça e acabar com os privilégios", insistiu Cristovam.

'Suicidas' - Em recente reunião com a bancada do PPS, o senador não se conteve. Afirmou estar convencido de que quem votar pela aprovação de mudanças na aposentadoria não será reeleito. "Se continuar assim, vamos dividir os parlamentares em dois grupos: os que são contra a reforma e os suicidas", provocou Cristovam, que disse se encaixar no segundo, pois ainda tentará outro mandato. "Até as manifestações são resultado da incompetência do governo para explicar as coisas."

O PPS tem dois ministérios, mas, mesmo assim, mostrou infidelidade na votação do projeto de terceirização na Câmara, ao lado do próprio PMDB, do PSDB e de outros aliados.

O descontentamento de Cristovam se estende ao PSDB, embora o partido controle quatro ministérios, incluindo a secretaria responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso. Em conversas reservadas, tucanos fazem reparos aos rumos da economia sob Temer e dizem torcer para que não haja um "abraço de afogados" ao fim da gestão - com nomes envolvidos pela Lava Jato -, mas têm certeza de que o PMDB apoiará o PSDB para a Presidência.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já chegou a ser citado como a alternativa do PMDB para a campanha de 2018. A falta de reação da economia, no entanto, inibiu os defensores desse plano B.

À pergunta sobre quem será o candidato do PSDB à sucessão de Temer, os palpites são os mais variados na seara tucana. Do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao senador Aécio Neves (MG), passando por seu colega José Serra (SP), tudo depende dos desdobramentos da Lava Jato e de quem sairá mais ou menos chamuscado das delações da Odebrecht. É nesse cenário que aparece o perfil do prefeito de São Paulo, João Doria, como a "salvação" do tucanato.

"Ninguém está pensando em candidato para salvar o partido", rebateu o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB. "Ainda que haja questionamentos (por parte da Lava Jato) em relação às nossas lideranças, a soma delas é fundamental para o PSDB seguir em frente. O Doria tem um papel importantíssimo e vai compor esse retrato, mas não necessariamente como candidato."

Doria assegurou que seu candidato ao Planalto será Alckmin, o padrinho político, mas não passou despercebida dos outros pretendentes à cadeira de Temer sua declaração de que é preciso lutar para evitar a volta de Lula. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paul, Doria admitiu lançar seu nome para o Palácio dos Bandeirantes "se Alckmin pedir".

Tucanos notaram que Aécio, embora não tenha jogado a toalha sobre a intenção de concorrer à Presidência, dá sinais de que pode desistir. Preocupado com a Lava Jato e com o mandato que termina em 2018, o presidente do PSDB parece hoje mais interessado em recuperar a confiança de eleitores em Minas.

No Planalto, a avaliação é de que Temer sobreviverá ao julgamento do processo no Tribunal Superior Eleitoral e manterá o cargo, mas não será candidato. A negativa também foi dada por ele a empresários com quem conversou, nos últimos dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Aqui, bicha louca não tem voz". Assim se apresenta o grupo Gays de Direita. Com 2.138 seguidores em sua página no Facebook, ele é formado em São Paulo por militantes homossexuais que apoiam a candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à Presidência da República.

"Todos nós apoiamos o Bolsonaro pela situação em que o País se encontra. Só ele, em meio a toda essa bagunça, mantém o patriotismo e a consciência de que o País está acima de tudo", afirmou o arquiteto Clóvis Junior, de 30 anos. O grupo foi fundado há cerca de um ano e já recebeu uma mensagem de apoio do deputado. "Estamos de acordo em 90% das publicações. Se depender de mim, gay vai ter arma para se defender", afirma Bolsonaro na publicação.

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Junior diz que o objetivo do grupo era "quebrar a hegemonia da esquerda" entre os gays. "Eles (os gays de esquerda) vão destruindo a moralidade da sociedade com uma pauta que não tem nada a ver com a sexualidade", afirma o arquiteto.

Favorável à união estável entre gays, Junior diz não se incomodar com a posição contrária do deputado - reafirmada em entrevista publicada pelo jornal O Estado de São Paulo no domingo, dia 2. "Essa discussão já é ultrapassada. Ele disse que era contra, mas afirmou que não vai tirar o direito de ninguém."

O grupo mantém na capa de página no Facebook uma foto do costureiro Clodovil Hernandez e lemas como: "Somos gays de direita e o recalque da esquerda passa longe". Segundo Junior, o grupo considera que entre os parlamentares que o decepcionaram está Jean Wyllys (PSOL-RJ) - que na quarta-feira, dia 5, recebeu da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados uma pena de advertência por escrito em razão de ter cuspido na cara de Bolsonaro na sessão de abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Na avaliação de Junior, a pauta identitária representada por Wyllys é secundária para o grupo. "Isso não é um problema do Estado, mas de cada um. O que importa é a proposta de lei de abuso de poder, a lista fechada para a eleição de deputados, e o Bolsonaro combate tudo isso aí", afirmou.

O cenário político nacional e as projeções eleitorais para 2018 foram os principais assuntos de uma conversa entre o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O encontro aconteceu nesta segunda-feira (3) no Palácio dos Bandeirantes, sede da gestão estadual paulista. 

O convite para a reunião foi feito a Jarbas ainda no final do ano passado, mas por dificuldades de agenda aconteceu somente agora. Esta é a segunda vez que Alckmin convida o pernambucano para uma conversa ao pé do ouvido no Palácio dos Bandeirantes. A primeira foi em junho de 2015.

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Alckmin é cotado para disputar a presidência da República em 2018 pelo PSDB e tem buscado apoios paralelos ao dos tucanos para desbancar a possibilidade do senador Aécio Neves (PSDB) ocupar a vaga. O governador já vem se articulando com o PSB, tendo na linha de frente do diálogo o seu vice, Márcio França.

O prefeito João Doria (PSDB) e o deputado federal e capitão da reserva Jair Bolsonaro, atualmente sem partido, disputaram na manhã desta sexta-feira, 31, a preferência do público durante um evento de formatura de policiais militares no sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo. Foi o primeiro encontro entre os dois postulantes da próxima disputa presidencial, que, na ausência do governador Geraldo Alckmin (PSDB), foram conclamados por PMs e familiares a entrarem na disputa pelo governo federal em 2018.

Bolsonaro foi mais tietado. Tirou selfies com os formandos e foi ovacionado pela plateia que ocupava as arquibancadas no sambódromo quando sua presença foi anunciada pelo mestre de cerimônias no sistema de som.

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Na tribuna de honra, ao lado do filho, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), recebeu cumprimentos de comandantes da PM e ouviu atentamente ao discurso de Doria, que abriu a cerimônia e adotou mais uma vez uma fala com tom nacional.

Após parabenizar os novos policiais e enaltecer o trabalho que prestam à sociedade, Doria finalizou sua breve participação com as frases: "Viva o Brasil" e "Viva o povo brasileiro". Em seguida, bastante aplaudido, o tucano deixou o evento e comentou a popularidade do possível adversário. "Não tem problema", disse, ao ser questionado sobre o fato de Bolsonaro ter sido mais celebrado no evento. Sobre uma possível disputa eleitoral entre os dois, no entanto, não comentou.

Sem a presença de Doria, Bolsonaro assumiu de vez o papel de celebridade. Deixou a tribuna e foi pessoalmente cumprimentar os novos policiais militares e seus familiares. Por onde passava, ouvia gritos de "Bolsonaro, presidente" e recebia pedidos de selfies.

Disponível, tirou dezenas de fotos, gravou vídeos e concedeu entrevistas para o canal oficial da PM. Ao final, elogiou Doria. "Conheci pessoalmente hoje, dei um abraço nele e fiquei muito feliz com a maneira bastante carinhosa com que ele me tratou", afirmou.

Alckmin foi representado pelos secretários estaduais da Segurança Pública, Mágino Alves, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. O governador cumpre agenda pública nesta sexta-feira no interior do Estado.

Histórico

Bolsonaro começou na política em 1988, como vereador no Rio. Era capitão do Exército. Em 1990, elegeu-se deputado federal. Inicialmente, representava o movimento corporativo das Forças Armadas por salários. Logo incorporou uma agenda conservadora ampla, alinhando-se sempre à direita.

Parece surreal, mas há quem considere a possibilidade de o treinador da seleção brasileira, Tite, ser presidente do Brasil. A hipótese, levantada pelo instituto Paraná Pesquisas, mostrou que 14,8% dos entrevistados realmente votariam no comandante da amarelinha. O resultado foi publicado nesta segunda-feira (27) e causa bastante curiosidade, além de reforçar como está alta a popularidade do técnico, já que mais de 2 mil pessoas foram consultadas em enquete online.

A pergunta era simples, e direta: 'O Sr(a) votaria no Sr. Tite (Técnico da Seleção Brasileira de Futebol), para Presidente do Brasil em 2018?'. Como esperado, a imensa maioria, 80%, recusou a ideia. Houve outros 5,2% que disse não saber, ou preferiu não opinar. O curioso são os 14,8% que responderam positivamente à enquete. Tal percentual, representa algo em torno de 330 entrevistados apoiando uma candidatura fantasiosa do professor Adenor.

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O Paraná Pesquisas é um instituto de Curitiba que realiza consultas políticas, de mercado e de opinião pública desde 1990. As enquetes fornecidas pela empresa já serviram até para eleições presidenciais. O instituto garante que a consulta sobre Tite tem um grau de confiabilidade de 95% e a margem de erro para os resultados está em torno de 2%. A pesquisa foi realizada de 24 a 27 deste mês.

Cotado para disputar a presidência da República em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem firmado uma torcida para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participe do pleito. Em entrevista à Folha de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (27), Gomes disse que não tem “ a menor vontade de ser candidato se o Lula for” e ponderou que a candidatura de Lula na conjuntura atual “desserve” ao país.     

“Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for. Menos em homenagem a ele e mais porque a tendência é ele polarizar o processo. E eu ficar falando de modelo econômico... Vou ter um papel nobre, vou lá para meus 12%, 15% no mínimo, mas daí dizer para o povo que acredito que vou ser presidente... Não consigo mentir desse jeito”, declarou. 

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"Acho que neste momento a candidatura do Lula desserve a ele e ao país. Na melhor das hipóteses, ganha e projeta essa confrontação odienta que está rachando o país, mas a probabilidade de polarizar e perder é muito alta”, acrescentou. 

Para Ciro Gomes, “talvez o ideal” fosse o PT “apresentar uma nova liderança” para a disputa. Sobre uma possível aliança com a legenda, o presidenciável disse que “não será vice de ninguém”. Já quanto a estratégia que pretende adotar para 2018, ele pontuou: “tenho que manter minha intransigência sem parecer um cara incapaz de dialogar e tenho que olhar para o futuro, se Lula é candidato ou não”.

Questionado se aceitaria dinheiro de empreiteiras envolvidas na Lava Jato para sua campanha, Gomes disse que sim. “Se a lei permitir, sem dúvida. O que é corrupto é ter toma lá dá cá, superfaturar obras, exigir propinas. No Brasil, estamos confundindo corrupto com empresa. Isso é sandice”, declarou. 

Ele afirmou ainda que era "constrangedor" ser amigo de políticos envolvidos com a Lava Jato, como o senador Aécio Neves (PSDB), o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, mas ponderou que "o que pega é catapora". 

A Operação Lava Jato e a disputa de 2018 empurraram o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para o inédito posto de aliado com discurso de oposição. Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado por peculato e alvo de outros 11 inquéritos, Renan é candidato a um novo mandato e se movimenta cada vez mais para se descolar do governo de Michel Temer, aproximando-se do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Com essa história de criminalizar todo mundo, o Lula vai fazer um passeio em 2018", afirmou o ex-presidente do Senado, em conversa com amigos. Quis dizer com isso que, se o petista não virar "ficha suja" pela Lava Jato, não haverá páreo para ele. "A Lava Jato tem a responsabilidade de mostrar quem é culpado e quem é inocente. Será que teremos de fazer uma nova lei de financiamento e contratar uma cartomante para ver se ela valerá daqui a dez anos?", provocou Renan.

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Além de se sentir "desprestigiado" pelo governo - que, na sua avaliação, faz afagos a seus rivais, como o ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR-AL), e o senador Benedito de Lira (PP-AL) -, Renan tem a impopularidade de Temer como termômetro para seus movimentos políticos. Ele prevê uma eleição difícil em Alagoas, onde o governador Renan Filho também é candidato ao segundo mandato. É nesse cenário que se encaixa sua "rebeldia".

O líder do PMDB vai iniciar nesta semana uma articulação para que Temer vete o projeto de terceirização, aprovado na quarta-feira pela Câmara. "Se houver sanção presidencial, haverá precarização, jornadas ampliadas, salários reduzidos, mais acidentes de trabalho, menos emprego e menor arrecadação", escreveu ele no sábado, em sua página no Facebook.

Autor do projeto que endurece a lei do abuso de autoridade, prevendo a punição de procuradores e juízes, Renan atirou, nos últimos dias, na direção do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sob o argumento de que há "muita improvisação" no governo. Referia-se à ideia da equipe econômica de aumentar impostos para evitar que o corte de despesas no Orçamento seja muito alto, mas aproveitou a deixa para alvejar novamente a reforma da Previdência.

Ao ser lembrado pela reportagem de que a proposta em tramitação na Câmara pode ser um "bode na sala", uma vez que mudanças importantes já começam a ser feitas, Renan não pestanejou. "Se o que está lá é para negociar, então o governo não pode pôr o PMDB para defender isso", respondeu ele. "Fazer a reforma que o mercado quer é um erro de estratégia. O PMDB não pode ser coveiro de trabalhador nem de aposentado."

O avanço da Lava Jato, com a expectativa da divulgação das delações da Odebrecht, está fazendo parlamentares repensarem seus planos para as eleições de 2018, quando estarão em disputa todas as 513 vagas da Câmara e dois terços das 81 cadeiras do Senado. Políticos buscam "caminhos" para manter o foro privilegiado e continuar sob a alçada do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ritmo é mais lento em comparação à primeira instância.

No Congresso, há pelo menos três movimentos nesse sentido. O primeiro é de senadores que queriam disputar governos estaduais, mas já pensam em não arriscar e devem tentar a reeleição. Outro movimento é de senadores que reconhecem a dificuldade que terão para se reeleger e cogitam disputar uma vaga para a Câmara. Há, ainda, deputados que pretendiam disputar o Senado, mas estão refazendo planos para tentar se manter no cargo.

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No primeiro grupo está, por exemplo, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), um dos 15 senadores do PMDB que devem disputar novo mandato na Casa. Eunício tinha planos de disputar de novo o governo do Ceará mas, segundo aliados, mudou de ideia. Para tanto, vem se aproximando do governador Camilo Santana (PT), que o derrotou em 2014. Eunício, conforme interlocutores, não descarta uma aliança com o petista para concorrer ao Senado na chapa do governador.

Caso concorra ao governo do Estado, o peemedebista pode não ser eleito e perder a prerrogativa de foro. Citado na delação do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que disse ter repassado dinheiro ao senador como contrapartida à aprovação de uma medida provisória, Eunício é um dos alvos dos 83 pedidos de inquéritos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, com base nos acordos da empreiteira. O peemedebista nega irregularidades.

Alianças

Assim como Eunício, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) busca alianças até com partidos adversários no plano nacional. O parlamentar do PP afirmou à reportagem que fechou acordo com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), para disputar reeleição ao Senado em 2018 na chapa do petista.

"Vamos separar os palanques de presidente (da República)", disse Nogueira, que foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República na Lava Jato. O senador nega envolvimento em ilícitos.

Há, ainda, senadores que avaliam disputar uma vaga na Câmara, como os petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Humberto Costa (PE). Gleisi é ré da Lava Jato no STF e Lindbergh, apontado como integrante da "lista de Janot" enviada à Corte com pedidos de investigação. Em relação a Costa, a Polícia Federal pediu o arquivamento de um inquérito contra ele, mas a mais recente fase da Lava Jato mirou em nomes ligados ao senador.

Segundo aliados, os três cogitam pleitear uma vaga de deputado também como forma de tentar reforçar a bancada do PT na Câmara. Questionados, os políticos afirmaram que seus planos para 2018 vão depender de alianças. "Vai depender muito da aliança que a gente vai construir, porque lá em Pernambuco o voto do senador é muito vinculado ao do governador", disse Humberto Costa.

"O senador está se posicionando mais à esquerda, dentro do PT, em busca de apoio dos movimentos de rua, já como estratégia para 2018", afirmou a assessoria de Lindbergh.

Imagem desgastada

Apesar de não ser alvo da Lava Jato, a senadora Ângela Portela (RR) repensa os planos e deve anunciar em breve a saída do PT, legenda que está na mira da operação. Aliada da governadora de Roraima, Sueli Campos (PP), Ângela encomendou pesquisas de intenção de voto ao Senado no Estado, em que teria constatado que é prejudicada nos levantamentos por ser do PT.

O deputado Maurício Quintella (PR-AL), atualmente licenciado porque é ministro dos Transportes, almejava o Senado em 2018, mas já disse a interlocutores que desistiu e vai disputar a reeleição. Ele recebeu doação de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como a OAS, mas não aparece até o momento em nenhuma delação.

Procurados, Eunício, Gleisi e Maurício Quintella não quiseram se manifestar.

Iniciando investidas para afinar laços no campo político em busca da reeleição, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, nesta quinta-feira (23), que estará aberto ao diálogo para o pleito em 2018. Segundo o pessebista, os partidos que tiverem afinidade com as pautas da Frente Popular de Pernambuco e desejarem ingressar no palanque dele vão ser convidados a estabelecer um debate para a formação de novas alianças ou a manutenção de antigas. 

"Eu não fecho portas com quem a gente puder conversar. Em 2018, vamos conversar com quem estiver aberto a conversar conosco. Mas é um assunto que só vamos debater em 2018", salientou o governador em entrevista a uma rádio local de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco. 

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Antes de se colocar disposto às articulações, o governador foi indagado se haveria possibilidades de retomar a aliança com o PT. Ele disse que as legendas “sempre estiveram juntas”, mas se afastaram a partir das ponderações críticas do ex-governador Eduardo Campos ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no fim de 2013. O município de Serra Talhada é administrado pelo prefeito petista Luciano Duque.

Anúncio do Hospital do Sertão

Logo depois da entrevista, o governador anunciou o lançamento do edital para a licitação do Hospital do Sertão. "Temos que tratar incisivamente da saúde das pessoas. Este hospital vai se tornar uma realidade ainda em 2018. Vamos fazer o projeto para a partir de agosto poder licitar a obra e ter em janeiro de 2018 iniciado a obra", detalhou. 

Durante o evento, Paulo Câmara também fez um balanço das ações para a região e disse que tem feito "um esforço muito grande para Pernambuco estar em pé". "Os desafios desta crise em Pernambuco estão sendo superados com trabalho, entrega e o apoio da população. Sendo transparente e buscando dizer a verdade. Isto é fundamental para que a gente possa caminhar construindo alicerces para o futuro que a gente quer", salientou. 

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve desembarcar em Pernambuco na próxima quinta-feira (30). A informação foi confirmada ao LeiaJá por um dirigente nacional do PT, em reserva. O líder-mor petista pretende participar do lançamento de um livro no Recife. Os detalhes da agenda serão acertados nesta quarta-feira (22) durante uma reunião em São Paulo. De acordo com petistas, Lula deve iniciar um périplo pelo país para defender sua candidatura à presidência em 2018.

A última passagem do ex-presidente pela capital pernambucana foi em setembro durante a campanha de João Paulo (PT) que disputava o comando da prefeitura. O evento aconteceu logo após Lula ter sido acusado de que ele seria o “comandante máximo” do esquema investigado pela Operação Lava Jato.  

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Esta será a segunda vez, em dez dias, que o ex-presidente passará pelo Nordeste. No dia 20, ele esteve com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em Monteiro, no Sertão da Paraíba, para a “inauguração popular da Transposição do Rio São Francisco”. Na ocasião, ele reforçou a pretensão de disputar o comando da presidência da República em 2018. 

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