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Uma briga entre dois entregadores de aplicativo provocou um tumulto generalizado na área externa do Shopping Recife, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. O caso é deste sábado (30) e rapidamente tomou as redes sociais. No momento da confusão, por precaução, algumas lojas do centro comercial acabaram fechando momentaneamente e clientes ficaram assustados. De acordo com a assessoria do shopping, a Polícia Militar foi acionada até o local.

Imagens da confusão mostram um grupo de dezenas de entregadores reunidos ao redor de dois homens; um deles está deitado no asfalto, enquanto é imobilizado por um segundo. É possível ver seguranças do estabelecimento discutindo com os trabalhadores. Não há informações sobre o que motivou o conflito. O LeiaJá buscou a PM para saber detalhes da ocorrência, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Na Polícia Civil, ainda não consta registro de ocorrência para o caso.

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Em uma nota de esclarecimento, o Shopping Recife informou que “alguns clientes que estavam no local se assustaram e correram para o interior do mall, gerando o fechamento momentâneo de algumas lojas”. “O Shopping Recife informa que, na tarde deste sábado (30), foi registrada uma ocorrência em virtude de um desentendimento entre dois homens em seu estacionamento externo. [...] A situação foi controlada rapidamente pela equipe de Segurança do centro de compras, que acionou a Polícia Militar, e está conduzindo o caso. O centro de compras segue operando normalmente”, acrescentou ao comunicado.

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Uma unidade do McDonald's na região da Avenida São João com a Avenida Ipiranga, no centro da capital paulista, foi alvo de depredação e vandalismo na noite de segunda-feira (4). Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), profissionais que fazem entrega de comida por aplicativo se juntaram para depredar a lanchonete, após desentendimento com funcionários.

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Reprodução/Twitter

"Os dois policiais de patrulhamento de rua presentes no local, assim que identificaram o tumulto, solicitaram reforço para dispersar os agressores, que estavam em maior número, já que eles não possuíam equipamento de menor potencial ofensivo para controlar o tumulto", afirmou a SSP.

Enquanto aguardavam o reforço, os policiais fizeram a proteção das pessoas que estavam em um hotel ao lado e se abrigaram para não serem atingidos por objetos lançados contra elas, de acordo com a investigação.

Segundo a SSP, os agressores, que estavam em motos, se dispersaram quando a viatura de apoio chegou ao local.

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana disse que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) compareceu no local da ocorrência, que foi atendida pela Polícia Militar.

Procurado, o McDonald's não foi localizado. O espaço permanece aberto para manifestação.

Bar Brahma foi atacado com pedradas

No fim de semana, o Bar Brahma, localizado no cruzamento entre as avenidas Ipiranga e São João, uma das esquinas mais famosas do centro, foi alvo de um ataque a pedradas, como mostraram vídeos feitos por moradores da região. Um carro estacionado na frente do estabelecimento também foi depredado.

De acordo com a SSP, a confusão começou após um suspeito de tentar furtar um cliente em frente ao estabelecimento ser agredido por frequentadores da região.

Na manhã desta segunda (2), entregadores por aplicativo realizaram um protesto em frente à Câmara Municipal do Recife, no bairro da Boa Vista, na área central do Recife. Os trabalhadores queimaram pneus na Rua Princesa Isabel para chamar atenção do governo federal pela regulamentação da atividade.

A mobilização convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores Entregadores com Moto e Bike por Aplicativo do Estado de Pernambuco (SEAMBAPE) reforça a luta por melhores condições de trabalho e pelo reajuste da porcentagem repassada pelos aplicativos.

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O presidente do SEAMBAPE, Rodrigo Lopes, explicou que o ato faz parte do "Breque Nacional" proposto pelas organizações voltadas à busca de direitos dos profissionais. A principal reivindidação é o pagamento da "hora logada", ou seja, o entregador recebe pelo tempo que fica à disposição da plataforma ao invés de só ser pago pela entrega realizada.

"Os valores pagos pelo tempo de trabalho dos entregadores é super baixo, valores que não garantem o mínimo de autonomia financeira e por consequência muitos sofrem com acidentes de trabalho, ficando com sequelas permanentes e até perdem a vida na tentativa de aumentar seus rendimentos com horas exaustivas trabalhadas", pontuou o representante em nota.

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--> Entregadores por aplicativo rejeitam proposta de empresas

--> Entregadores processam Amazon por condições de trabalho

Motoboys e empresas de plataformas digitais não chegaram a um acordo para melhorar as condições de trabalho dos entregadores. Após pouco mais de quatro meses de negociação em um grupo de trabalho (GT) instituído pelo governo federal, representantes dos profissionais de entrega saíram insatisfeitos da reunião realizada na tarde desta terça-feira (12), no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília.

"Nós saímos do GT agora no final da noite [desta terça-feira]. Na parte dos motoboys e dos motoentregadores, não teve acordo nenhum. Todas as propostas apresentadas pelas empresas são inviáveis, não tem como embarcar não", afirmou o o presidente do SindimotoSP e do Conselho Nacional de Motofretistas, Motoentregadores, Motoboys e Entregadores Ciclistas profissionais do Brasil, Gilberto Almeida dos Santos, conhecido como Gil. "Depois de 120 dias de reunião no GT do governo, tripartite, a gente sai da mesa sem acordo com as empresas. Está para ter uma reunião amanhã [13], por volta 11h, com o governo, para ver qual caminho o governo vai tomar", acrescentou.

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Mais cedo, na capital federal, motoboys e motoentregadores fizeram uma mobilização na Esplanada dos Ministérios, pedindo que as empresas de aplicativos ofereçam remuneração mínima decente e condições dignas de trabalho, com diretrizes de saúde e segurança, para seus trabalhadores.

Os entregadores protestaram contra a demora na regulação do serviço e argumentam que a renda por hora de trabalho logada nos aplicativos caiu 53,60% depois da popularização dos aplicativos, de R$ 22,90 em 2013 para R$ 10,55 em 2023.

O Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoboys e Motoentregadores, a Aliança Nacional dos Motoboys e Motoentregadores e as centrais sindicais reivindicam os valores mínimos de R$ 35,76 para motociclistas e R$ 29,63 para ciclistas profissionais por hora de trabalho.

Já a proposta das empresas varia de R$ 10,20 a R$ 12 para motociclistas e de R$ 6,54 a R$ 7 para ciclistas. Elas são representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) - que reúne as empresas Amazon, iFood, Flixbus, Uber, Zé Delivery, Buser, 99 e Lalamove – e pelo Movimento Inovação Digital (MID) – que reúne mais de 150 empresas, entre elas, Mercado Livre, GetNinjas, PayPal, Loggi, Movile, Americanas, C6 Bank, Facily, Rappi, OLX e euEntrego.

Para o dia 18 de setembro, os entregadores prometem paralisação em todo o país caso não haja melhora na proposta.

“As empresas de aplicativos continuam fugindo de suas responsabilidades sociais com milhões de entregadores em todo Brasil que, na realidade, não são autônomos e sim trabalhadores em situação de precarização e escravização”, argumentou a Federação Brasileira dos Motociclistas Profissionais, em comunicado. Segundo a entidade, as propostas da Amobitec e MID também não contemplam as questões de segurança e saúde dos entregadores.

A Amobitec informou que vem apresentando documentos e propostas desde o início das discussões, incluindo modelos de integração na Previdência Social e valores de ganhos mínimos. “As empresas associadas continuam abertas ao diálogo e à disposição das partes interessadas com o objetivo de criar um modelo regulatório equilibrado para o trabalho intermediado por plataformas digitais, que busque ampliar a proteção social dos profissionais e garantir a segurança jurídica da atividade”, diz a entidade.

A mesa tripartite - formada por governo, empregadores e trabalhadores - tinha até esta terça-feira como prazo final para chegar a um consenso sobre ganhos mínimos, indenização pelo uso dos veículos, previdência, saúde dos trabalhadores e transparência algorítmica. A reportagem procurou representantes do MTE para comentar sobre o resultado das negociações, mas não obteve retorno.

Quando se sindicalizaram, a Amazon tentou se livrar deles. Mais de 80 entregadores da Califórnia entraram com ações judiciais contra a gigante americana do comércio eletrônico, em um caso que ameaça sua operação em todo o país.

Há um mês, trabalhadores estão em greve e protestam do lado de fora do depósito da Amazon na cidade de Palmdale, norte de Los Angeles, bloqueando a entrada e a saída das vans que entregam as encomendas da empresa.

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O protesto "não é só aqui, queremos fazer isso em todo o país", disse Michael Leib, um motorista de 31 anos que trabalha para a Battle-Tested Strategies (BTS), uma das mais de 3.000 empresas que entregam pacotes exclusivamente para a Amazon.

Forçados a trabalhar na velocidade da luz e fartos das condições precárias nas vans que carregam o logo da Amazon, não têm ar-condicionado e cujas janelas não abrem, os trabalhadores da BTS formaram um sindicato em abril.

Eles então exigiram melhores condições contratuais e aumento salarial. Mas, quando faltava uma semana para a sindicalização, a Amazon anunciou o cancelamento do contrato da BTS. Sendo assim, desde o final de junho, a gigante das vendas online suspendeu seus compromissos contratuais com a terceirizada.

"Queremos melhores condições de trabalho e mais salário", disse Leib. "Não é justo uma empresa bilionária não querer nos dar isso", afirmou.

- "Vão te esmagar" -

Os críticos dizem que a Amazon, que se opôs com veemência ao trabalho sindicalizado em sua enorme força de trabalho, reagiu da mesma forma em outras ocasiões.

Em 2017, em Michigan, cancelou o contrato de outra empresa terceirizada cujos motoristas formaram um sindicato.

Da mesma forma, no ano passado, quando os funcionários da Amazon de um depósito em Nova York votaram para se filiar a um sindicato, a empresa entrou com uma ação judicial para impedi-los de fazê-lo.

"A Amazon emprega táticas de intimidação e antissindicalismo manual", disse Christian Castro, porta-voz do Teamsters, a poderosa organização que representa os caminhoneiros nos Estados Unidos e à qual os trabalhadores da BTS se filiaram.

"Você tenta se defender como trabalhador, como pessoa, e eles vão te esmagar, vão te eliminar", acrescentou.

O sindicato entrou com uma denúncia de práticas trabalhistas injustas contra a Amazon junto ao Conselho Nacional de Relações Trabalhistas e os motoristas da BTS iniciaram a ação de protesto.

Se a agência federal comprar a luta e forçar a Amazon a negociar com o sindicato ao qual os motoristas da BTS se filiaram, seu modelo de negócios pode sofrer alterações.

A Amazon não respondeu aos pedidos de comentários da AFP, mas disse em declarações que os funcionários da BTS, como os de outras empresas terceirizadas, não trabalham para a empresa e os acusa de espalhar uma narrativa "falsa".

Os trabalhadores da BTS refutam essas acusações.

"Trabalhamos para a Amazon porque vestimos suas camisas, entregamos suas caixas, dirigimos suas vans, suas etiquetas de envio estão em todas as caixas", disse Leib.

"Quando pedi um aumento, o dono da empresa (BTS) me disse: 'Bom, deixe-me perguntar à Amazon, vou ver se consigo tirar mais dinheiro deles para te pagar'", completou.

- "Condições muito difíceis" -

Leib diz que suportou três anos de trabalho em "condições muito difíceis", incluindo temperaturas de até 54ºC dentro de sua van durante os verões sufocantes da Califórnia.

Os motoristas devem entregar mais de 400 pacotes por dia e os supervisores monitoram seu progresso.

"Você tem despachantes respirando no seu pescoço, dizendo: 'Ei, o que está acontecendo? Por que você está diminuindo a velocidade?'", contou o motorista. "Senti exaustão pelo calor. Senti náuseas, quase desmaiei" no ano passado, lembrou.

A Amazon disse em comunicado que rescindiu o contrato com a BTS porque a terceirizada não estava cumprindo suas metas.

O chefe da BTS, Johnathon Ervin, um veterano militar, nega essa alegação e diz que seus funcionários quebravam recordes e entregavam até 20.000 pacotes por dia.

A empresa de Ervin foi citada como exemplo em um boletim informativo da Amazon em 2020. Em novembro passado, uma análise de desempenho da Amazon disse que o risco de não renovação da BTS era "baixo".

Segundo Ervin, a Amazon sabia há mais de um ano que os entregadores de Palmdale queriam se sindicalizar.

Em agosto do ano passado, a empresa abordou a BTS com uma oferta "educativa".

"Era para ser uma oficina, mas acabou sendo uma formação antissindical", disse. "Eles disseram que se os trabalhadores se sindicalizassem cancelariam nosso contrato e nos deram estratégias para impedir isso".

O grupo de trabalho (GT) dos aplicativos, que reúne governo, empresas e trabalhadores de aplicativos de transporte, se reuniu na tarde de hoje (3) na sede da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), em São Paulo. A discussão desta segunda-feira foi sobre segurança e saúde dos trabalhadores e reuniu principalmente motociclistas de transporte de mercadorias.

Saúde e segurança é um dos temas considerados prioridades pelo GT tripartite que discute a regulamentação desse tipo de serviço. Além dele, outro tema considerado prioritário é a remuneração mínima.

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O secretário Nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Gilberto Carvalho, informou que a reunião acabou sem uma definição. Há, no entanto, a proposta de criação de uma campanha nacional voltada para a formação e qualificação dos entregadores de aplicativos.

“A rigor, não há ainda nenhum ponto já amarrado. Mas houve já um grande amadurecimento. O diálogo está fluindo, sobretudo na questão de segurança, que esse é o problema mais gritante que existe. Saiu daqui hoje – e vamos organizar – uma campanha nacional de formação e de qualificação para os motoristas e entregadores e também um diálogo com as empresas para que alguns equipamentos de segurança já venham nas motos, como aquela antena que evita o corte nos motociclistas por linhas [de pipas com cerol]”.

Havia a expectativa de que a reunião de hoje tratasse também sobre a remuneração líquida mínima para os trabalhadores de aplicativos, mas, segundo o secretário, isso acabou não sendo discutido: “o foco hoje foi saúde e segurança do trabalhador. Na próxima reunião vamos avançar na questão da previdência e também na questão da remuneração. Hoje foram lançados alguns elementos [sobre a remuneração], mas não houve uma discussão mais aprofundada.”

Para o secretário, o diálogo entre as empresas e trabalhadores tem sido difícil, mas ao final dessas mesas de discussão o governo espera conseguir chegar a um acordo.

“Quero ressaltar que está tendo um belo diálogo. Um diálogo difícil: às vezes o tom sobe e depois acalma, mas isso é natural. Essa atividade de aplicativos existe há dez anos no Brasil e nunca tinha havido uma intervenção governamental mais clara. Então, essa mesa é irreversível: ela vai chegar a algum acordo. E, se não chegar a um acordo, o governo tomará posições. A situação não poderá continuar da forma como está com os trabalhadores sobretudo sem apoio, sem segurança, sem remuneração digna”.

Segundo Carvalho, não há um prazo para que essas discussões se encerrem. “Mas temos destacado que é um tema urgente. Eu, pessoalmente, espero que, no máximo em três meses, já tenhamos frutos bastante concretos desse diálogo”.

Plataformas digitais

Em entrevista à Agência Brasil logo após a mesa de discussões, Vitor Magnani, presidente do Movimento Inovação Digital (MID), que reúne mais de 170 plataformas digitais, disse ter visto a reunião de forma positiva.

“Teve um encaminhamento de organização dos próximos debates para a gente chegar em algumas linhas que podem ser implementadas. Uma delas, obviamente, é a questão da segurança e saúde do trabalho para que essas pessoas que estão em suas atividades tenham, de fato, essa garantia e essa organização entre as plataformas e de todo o contexto econômico também, como bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais”, disse.

Outro ponto que Magnani considerou importante é o encaminhamento do valor justo para essa remuneração. Segundo ele, o debate sobre a remuneração dos motoristas de aplicativos foi iniciada hoje, “mas a partir da próxima reunião o governo vai traçar algumas linhas que vão ser essenciais para aprofundar nesse tema”.

Questionado sobre qual tem sido o maior impasse nessas mesas de discussão, Magnani opinou que é a discussão sobre a forma como o governo pretende regulamentar esse tema e se os trabalhadores são empregados ou se as plataformas inauguraram um novo modelo de trabalho.

“A gente ainda tem um impasse que é se a gente vai resolver isso por uma nova legislação que trate essas plataformas digitais de fato como uma novidade e em que a legislação atual não se aplica; ou se a gente vai caminhar justamente para aplicar a legislação que está em vigor. Enquanto não tivermos clareza para onde vai esse grupo de trabalho, vamos ficar no impasse. Então temos que avançar nos pontos específicos.”

Segundo ele, essa é uma discussão que não tem ocorrido somente no Brasil. “O mundo inteiro tem debatido isso como uma nova forma de se trabalhar e de ter essas complementações de renda e remunerações para abastecer suas famílias”.

Salário

Para o presidente do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo (SindimotoSP), Gilberto Almeida dos Santos, a discussão discussão sobre a forma como se dará essa regulamentação é um impasse:

“O governo deixou claro para as empresas que, enquanto não tiver outra lei, o que deve ser cumprido são as leis existentes. E isso vale, no nosso entendimento, tanto para as questões relacionadas ao trânsito como para a normatização do mundo do trabalho. Hoje entendemos que o posicionamento do governo foi mais forte e mais duro em relação às empresas. As empresas precisam começar a entender e sair desse ‘dou mas não dou’ e vir realmente para a conversa.”

À Agência Brasil, Gilberto Almeida defendeu que a questão salarial é um dos temas mais importantes para os trabalhadores: “primeiramente temos que buscar os reajustes salariais e as perdas salariais. A categoria, tanto de delivery quanto de e-commerce, está há mais de sete anos sem receber um centavo de reajuste. A primeira coisa que precisamos discutir e mexer é na questão do ganho desses trabalhadores. Tudo subiu. Todo derivado de petróleo subiu - gasolina, moto, peça, celular, internet – mas a nossa remuneração não. Precisamos avançar nessa discussão dos reajustes.”

Já sobre a questão da segurança, tema que foi discutido na mesa de hoje, Gil, como é mais conhecido, disse que existem três leis federais que tratam do assunto. O que falta, segundo ele, é que as empresas cumpram essas leis.

“Dentro da nossa categoria, que é a dos moto-entregadores, já temos três leis federais que regulamentam nossa atividade e que já trazem vários pontos relacionados à segurança tais como qualificação, colete refletivo e toda uma parafernália que vai nas motos. Isso já está dentro da lei. Então é fácil: é só as empresas dizerem que vão começar a cumprir e criar políticas para incentivar o cumprimento dessas leis”.

Segundo Gil, as reuniões do grupo de trabalho têm sido duras, mas importantes. “Depois de sete anos em que a gente não tinha praticamente nenhuma esperança, agora temos um governo que sinalizou que está com vontade de resolver e trouxe todo mundo para a mesa. Hoje estamos saindo da segunda reunião do GT e estamos esperando que as próximas reuniões avancem e que as empresas consigam trazer alguma proposta realmente clara para os trabalhadores”.

Nessa terça-feira (4), uma nova reunião foi marcada para a Fundacentro e irá reunir motoristas de transporte de pessoas.

O GT

Com composição tripartite, o Grupo de Trabalho foi instituído neste ano para elaborar proposta de regulamentação das atividades de prestação de serviços, transporte de bens, transporte de pessoas e outras atividades executadas por intermédio de plataformas tecnológicas.

Nesta segunda-feira (15), motoristas e entregadores por aplicativo de Pernambuco paralisam as atividades por reajuste das taxas e melhores condições de trabalho. As associações se uniram em um movimento nacional para propor a tarifa mínima de R$ 10 e o valor de R$ 2 por quilômetro rodado.  

A paralisação ganhou força nas redes sociais e recebeu a adesão da Federação dos Motoristas por Aplicativo do Brasil (FEMBRAPP). Em Pernambuco, a mobilização é coordenada pela Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (AMAPE). 

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O ato não vai promover carreatas pela cidade nem protestar em frente às sedes das empresas como Uber, 99 e inDriver. Os profissionais foram orientados a descansar com as famílias ou aproveitar o dia offline para fazer a revisão do veículo. 

Principais reivindicações da categoria

"Uma viagem hoje não paga nem um litro de leite”, afirmou o presidente da AMAPE Thiago Silva. “A gente defende a tarifa mínima de R$ 10, para corridas de até três quilômetros além do reajuste do valor repassado ao motorista para R$ 2 por quilômetro rodado. Não é justo as plataformas ficarem com até 60% do valor de uma viagem, banir o motorista injustamente e ainda por cima, colocar no carro uma pessoa que a gente sequer conhece”, reclamou o representante. 

Além da Região Metropolitana do Recife (RMR), os trabalhadores de Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns e Petrolina só voltam a rodar nas primeiras horas desta terça (16). 

Motoristas e entregadores por aplicativos de Pernambuco aderiram à paralisação nacional dos apps, que foi convocada esta semana, inicialmente em São Paulo. O movimento começou através de influenciadores nas redes sociais e ganhou adesão da Federação dos Motoristas por Aplicativo do Brasil (Fembrapp). A categoria irá paralisar as atividades na próxima segunda-feira (15), nas plataformas Uber, 99 e inDrive. Como principal reinvindicação, os trabalhadores têm o pedido de uma tarifa mínima de R$ 10. 

Os motoristas também pedem mais segurança para trabalhar e respeito por parte das plataformas, que excluem os profissionais da base de parceiros sem direito à defesa (com base nas denúncias feitas pelo suporte interno).   

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O presidente da Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (Amape) e diretor de políticas públicas da FEMBRAPP, Thiago Silva, afirma que a adesão está maior do que em todos os outros movimentos realizados no país. “A paralisação está gigante. Entregamos 300 adesivos em menos de 2 horas e grande parte dos motoristas e entregadores já disseram que vão parar e manifestar sua insatisfação através das redes sociais. Uma viagem hoje não paga nem um litro de leite”, disse. 

O perfil do protesto também mudou. Segundo o diretor estadual, em vez de carreatas em marcha lenta e protestos nas sedes das empresas, os motoristas e entregadores irão aproveitar o tempo livre para ficar com a família, fazer a revisão do veículo ou simplesmente descansar.  

Silva detalha os principais pedidos da categoria. “A gente defende a tarifa mínima de R$ 10, para corridas de até três quilômetros além do reajuste do valor repassado ao motorista para R$ 2 por quilômetro rodado. Não é justo as plataformas ficarem com até 60% do valor de uma viagem, banir o motorista injustamente e ainda por cima, colocar no carro uma pessoa que a gente sequer conhece”, sentenciou. 

A paralisação nacional terá início às 4h do dia 15 de maio e se estenderá até às 4h do dia 16 de maio. Em Pernambuco, participarão do movimento as cidades do Recife e Região Metropolitana, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns e Petrolina, além de Porto de Galinhas, em Ipojuca. 

O iFood, empresa brasileira de tecnologia em delivery on-line, oferta novas bolsas de estudos para entregadores que buscam a certificação no ensino médio atavés do  programa Meu Diploma do Ensino Médio. A ação oferece curso preparatório gratuito para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

A inicitiva é realizada em parceria com a plataforma Termine Seus Estudos, que é especializada no curso preparatório para o Encceja. O curso preparatório é feito totalmente on-line. O exame, do governo federal, é realizado presencialmente e a aprovação garante a emissão do certificado de conclusão emitido pelas Secretarias de Educação e Institutos Federais, em conformidade com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inpe). 

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Após a primeira fase de inscrições para as bolsas, os interessados ainda terão a oportunidade de entrar para a segunda turma, que será em abril. Os entregadores que não foram aprovados no exame de 2022 ou que se inscreveram e não puderam comparecer, terão bolsas garantidas para estudar nesta edição do programa.

Com o objetivo de promover a formação de seus funcionários, o Ifood, em parceria com plataformas de estudo de estudo Descomplica e Termine seus Estudos, está realizando o programa Meu Diploma do ensino médio, voltado para entregadores da empresa que não concluíram esta etapa da graduação.  

No total, mais de 5 mil entregadores receberam bolsas de estudo gratuitas para o curso preparatório online para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Apenas no Nordeste, cerca de 80 pessoas foram aprovadas. Os estados com mais destaque foram Ceará, com 28; Bahia, com 18; e Pernambuco com 13.

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A aprovação garantiu para a primeira turma, que iniciou em janeiro de 2022, a emissão do certificado de conclusão do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. O evento de formatura aconteceu do dia 17 de janeiro, no estúdio iFood, em Osasco (SP), e contou com a transmissão online para os participantes do programa.  

Em março, o iFood iniciará as inscrições para a segunda edição, dando oportunidade para que aqueles que ficaram de fora no ano passado, ou que não foram aprovados tenham uma segunda chance. As vagas são para quem tem 18 anos ou mais, faixa etária permitida para atuar como entregador na plataforma.

No Recife, entregadores por aplicativo iriam aderir ao movimento nacional de paralisação e realizar uma motociata nesta terça (24) pela regulamentação da atividade. Entretanto, a mobilização foi suspensa após um encontro de lideranças de todo o país com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defendeu a pauta por melhores condições de trabalho.

O ato para o Recife anunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores Entregadores, Empregados e Autônomos de Moto e Bicicleta Por Aplicativo de Pernambuco (Seambape) se concentraria pela manhã, na antiga fábrica Tacaruna, no bairro de Campo Grande, e seguiria até a sede do Ministério do Trabalho, na Avenida Agamenon Magalhães, bairro do Espinheiro.

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A conversa com o ministro, na última quinta (19), foi recebida pelos entregadores como um apoio do governo federal à regulamentação da atividade - ainda informal - e um aceno positivo ao interesse da classe por seguridade social. Ao final da reunião proposta pela Aliança dos entregadores por aplicativo do Brasil (AEA), Marinho chegou a citar a valorização dos profissionais e a importância da proteção social e previdenciária para eles e suas famílias.

O líder do Seambape, Rodrigo Lopes, participou do encontro com o ministro Marinho em Brasília. Ele disse que uma comissão será criada até o próximo dia 13 e que o primeiro debate sobre o assunto é esperado para a primeira semana de março.

Além de representantes dos entregadores e do governo federal, as empresas também vão participar da negociação por melhores condições de trabalho. A expectativa é que, em 60 dias, o Ministério do Trabalho apresente uma proposta de regulamentação fora do regime CLT.

Estão abertas as inscrições para a 2ª edição do Programa Vamo Ai, um projeto que oferece formação gratuita em Data Analytics para os entregadores do Ifood. A iniciativa foi desenvolvida pelo Movimento Tech, em parceria com a plataforma Potência Tech, iFood e a Resilia Educação. 

Data Analytics, em português, análise de dados, é um estudo que visa examinar e interpretar os dados para identificar um padrão e transformá-los em informações úteis. No total, serão ofertadas 50 vagas para a capacitação na área de tecnologia. As aulas serão realizadas de maneira virtual, de segunda a quinta, das 15h às 18h, e terão 6 meses de duração.  

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Para se inscrever, o candidato deve ser entregador do aplicativo, fluente em português, maior de 18 anos, ter Ensino Médio completo, e possuir um computador com acesso à internet.

As inscrições estão abertas, e podem ser feitas no site do programa até o dia 03 de março. O período letivo terá início no dia 27 do mesmo mês. 

 

Para ajudar a combater os crimes envolvendo falsos entregadores de aplicativos de comida, o iFood assinou um acordo de cooperação com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) para o desenvolvimento de uma solução tecnológica que integra o cadastro com o sistema público e agiliza a identificação dos motoqueiros cadastrados na plataforma durante operações policiais. A iniciativa deve ser expandida para outros Estados do País.

No começo do ano, esse tipo de crime também impactou no aumento de roubos registrados pelo Estado de São Paulo. Criminosos se passavam por entregadores de aplicativos de delivery para assaltar pedestres em diversas regiões da capital paulista. Alguns ameaçavam vítimas com armas de fogo.

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No fim de abril, as Polícias Civil e Militar realizaram uma operação com o objetivo de combater esse tipo de delito após a morte de Renan Silva Loureiro, de 20 anos. Ele foi baleado por um falso entregador, que roubou os celulares do jovem e de sua namorada, no Jabaquara, zona sul da capital.

Segundo o iFood, com a parceria será possível confirmar, de forma totalmente automatizada e atualizada, se o cadastro do entregador segue ativo no aplicativo e se ele está em rota de entrega. Em operações policiais em que eventualmente os parceiros do iFood possam ser abordados, o objetivo é que todos sejam rapidamente liberados evitando qualquer tipo de atraso no seu dia a dia ou trabalho.

"O iFood está comprometido com os entregadores reais, com a sociedade e com as autoridades para construir um ambiente cada vez mais seguro para todos. O aplicativo é favorável ao uso da tecnologia no cenário da segurança pública, pois desburocratiza o processo e traz uma solução viável e completamente atualizada para confirmar parceiros e/ou afastar qualquer pessoa que tenha má intenção em se passar por um trabalhador sério", afirma João Sabino, diretor de políticas públicas da empresa.

Conforme o iFood, o acordo já está ativo em São Paulo. No Rio, a assinatura deve ser feita ainda nesta semana. Também já há negociações em andamento com o Ceará, o Distrito Federal e Pernambuco.

Legitimidade

Para garantir a legitimidade dos dados fornecidos pelos entregadores durante a etapa de cadastro na plataforma, a aplicativo afirma que mantém o processo de verificação OCR (tecnologia que permite verificar se a pessoa da foto é a mesma pessoa do documento apresentado) e a validação de todas as informações pessoais cedidas pelo parceiro por meio de uma consulta em base de dados pública.

Atualmente, são realizadas três análises para a liberação na plataforma para que não haja o uso indevido de contas. Periodicamente, ainda é ativado o reconhecimento facial, ferramenta que age como medida de segurança adicional.

Em abril, em meio à alta de roubos e furtos, quando o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), decidiu trocar os comandos das Polícias Militar e Civil, ele anunciou que estava convidando aplicativos para que ajudassem no combate à criminalidade. "Quero apoio dos aplicativos para juntos entendermos como vivem os operadores desses aplicativos", disse ele na ocasião.

A SSP afirmou que, por enquanto, não vai se pronunciar sobre o acordo com o iFood.

O iFood, em parceria com a Termine seus Estudos (TE), está disponibilizando bolsas de estudo ilimitadas para entregadores inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). A iniciativa faz parte do Meu Ensino Médio, programa 100% on-line e gratuito que auxilia profissionais e concluírem o nível escolar.

Os interessados podem se inscrever por meio do site da programa, pela internet. Para participar, é preciso ter 18 anos e não ter concluído o ensino médio. As inscrições para o Encceja podem ser feitas até o dia 4 de junho.

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"O iFood se importa com o desenvolvimento dos entregadores parceiros, por isso, promove ações para apoiar a valorização desses profissionais. Acreditamos que a educação é a chave para o progresso. Queremos gerar oportunidades de formação continuada, da educação básica às profissões do futuro. Ter o certificado do Ensino Médio é essencial para essa jornada”, explica a gerente de projetos de educação do iFood, Luanna Luna.

Os entregadores de comida caseira que trabalham para conhecidos aplicativos móveis entraram em uma inusitada greve nesta terça-feira (10) em Dubai, na segunda mobilização desse tipo nos últimos dias no emirado do Golfo.

As ONGs de direitos humanos muitas vezes criticam as más condições de trabalho de muitos trabalhadores migrantes, a maioria deles do subcontinente indiano.

Vários entregadores da Talabat, filial local da empresa alemã Delivery Hero, especializada na distribuição de alimentos, recusaram-se a trabalhar nesta terça-feira, exigindo um aumento dos seus salários num contexto de inflação global.

Em geral, poucas greves são organizadas nos Emirados Árabes Unidos, que proíbe qualquer manifestação pública. A lei dos Emirados autoriza as empresas a "suspender" seus funcionários em greve.

O Talabat garantiu que ajuda os seus colaboradores a "satisfazer as necessidades das suas famílias" pagando um salário mensal "de cerca de 3.500 dirhams em média" (cerca de 900 euros, 953 dólares), dependendo das funções exercidas.

"Entendemos que as realidades econômicas e políticas estão mudando constantemente e sempre continuaremos a ouvir o que os entregadores têm a dizer", disse Talabat em comunicado enviado à AFP.

Apesar de estimar que mais de 70% dos funcionários não estão satisfeitos com o salário, a empresa não especificou se pretende atender aos pedidos dos grevistas.

Essa mobilização segue desde a semana passada pelos trabalhadores do Deliveroo, outra plataforma do mesmo tipo que contemplava a redução da jornada de trabalho e dos salários.

A empresa afirmou à AFP que colocou seu projeto "em pausa".

No atual contexto da inflação, em um país de custo de vida elevado, os funcionários do Talabat ou Deliveroo enfrentaram um aumento nas despesas nas últimas semanas, principalmente as relacionadas com combustível, que devem ser pagas por eles.

Lançado em agosto de 2021, o AppJusto trouxe a proposta de autonomia e maiores ganhos a entregadores e restaurantes cadastrados na plataforma. Os interessados em participar da iniciativa podem investir a partir de R$ 100 para ser dono do próprio aplicativo de delivery.

No site do app é ressaltado que os compromissos são: fornecer autonomia e participação, preço justo para todos, bem coletivo, eficiência e sustentabilidade financeira e transparência em toda a plataforma.

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Na plataforma, há as modalidades de cadastro como entregador e restaurante, assim como, o link para os consumidores realizarem pedidos através do app. Para os entregadores, o AppJusto oferece R$ 10 até 5km e mais R$ 2 por km adicional e autonomia para definir preço. Já os estabelecimentos receberão comissão de 5%, com operação logística + 2,21% da operadora financeira, e exibição de forma igualitária na plataforma de acordo com a ordem da distância do cliente.

 

As Polícias Civil e Militar realizaram, entre sexta-feira (29) e sábado (30) uma operação com o objetivo de combater delitos cometidos por criminosos que se passam por entregadores. Mais de 740 veículos foram abordados e nove pessoas foram detidas, mas a polícia não esclareceu o motivo das prisões.

A ação ocorre após uma série de roubos praticados por criminosos que se disfarçam de entregadores de comida. Na última segunda-feira, 25, Renan Silva Loureiro, 20 anos, foi morto por um falso entregador após o criminoso roubar o celular do jovem e de sua namorada, no Jabaquara, zona sul da capital. Vídeo de câmera de segurança mostra que o rapaz chegou a se ajoelhar antes de ser atingido.

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Em entrevista ao Estadão, o secretário executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, explicou que recentemente houve um incremento em quatro operações que estão em andamento com foco em coibir os crimes com utilização de motos. Ele lembra que esse tipo de veículo é utilizado em grande quantidade pelos criminosos porque eles se aproveitam do anonimato por causa da obrigatoriedade do uso de capacete e também pela facilidade de fuga.

"A polícia está empenhada e independente disso as ações já estão muito fortes, com foco na moto. Pedimos desculpa para os trabalhadores, porque muitos estão sendo abordados. Mas é uma situação necessária. Só para se ter uma ideia, no primeiro trimestre deste ano foram apreendidas mais de 6 mil motos, número maior que no ano passado inteiro. Além disso, 104 criminosos foram presos e muitos celulares foram devolvidos aos seus donos", diz.

As operações em andamento são Cavalo de Aço (para fiscalização de motocicletas), Capital Mais Segura (combate os crimes de oportunidade, como roubos e furtos, com blitz espalhadas em diversos pontos), Móbile (feita pela polícia civil, para coibir a receptação de celulares furtados e roubados) e Hércules (mais focada na região do bairro do Morumbi, onde houve uma onde de crimes com motos).

"Vamos ainda fazer nesta semana ações bem fortes para evitar crimes cometido por pessoas que utilizam motos. Nossa preocupação é com a população, com os motociclistas de aplicativos e até com as empresas, pois todo mundo está sendo prejudicado", afirma.

Camilo revela que até por determinação do governador Rodrigo Garcia, um grupo de trabalho foi criado e muito em breve haverá uma resposta rápida. "Se precisar podemos inclusive sugerir mudanças na legislação. Fizemos três reuniões e tem um grupo estudando uma forma para diferenciar o trabalhador do bandido. Nossa ideia é proteger os trabalhadores de aplicativo, mas conseguir identificar com mais facilidade o infrator. Então precisamos ajudar o policiamento nesta identificação."

REGULAMENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Segundo Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, presidente do SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Moto-Taxistas do Estado de São Paulo), o preconceito contra os entregadores por aplicativo já era grande e ficou ainda maior depois deste triste episódio.

"Esse crime potencializou demais essa situação de discriminação. Hoje, a categoria, por mais que entenda que são necessárias as abordagens, sabe que ninguém gosta de ser parado toda hora. A polícia costuma ser dura, vimos alguns vídeos, e a categoria se sente aborrecida pois é vista como criminosa", lamentou ao Estadão.

Eles já receberam relatos de muitos motoboys e alguns disseram que chegaram a ser parados para averiguação da polícia três ou quatro vezes no mesmo dia. "A maioria, quase 100%, é gente de bem, que não compartilha com esse comportamento criminoso. Olham para a gente como se fôssemos o sindicato de ladrão que pratica latrocínio. Não é essa a realidade", continua.

O sindicato reconhece que houve uma explosão nos assaltos praticados por ladrões vestidos de entregadores. O problema é que, segundo a entidade, não existe controle sobre o empréstimo do material, como as bags, aquelas mochilas quadradas que os profissionais levam nas costas com as marcas das empresas, e a jaqueta de identificação do aplicativo. "Isso é distribuído indiscriminadamente e pode até ser comprado na Internet", diz Gil.

Ele reforça que empresas como iFood, Rappi e Uber Eats, entre outras, precisam ser mais criteriosas na hora de ceder o material e até contratar os entregadores. "O problema está nas empresas que injetam nas ruas pessoas sem o mínimo preparo para essa função. São contratações sem critérios e sem observar os parâmetros mínimos da lei."

Gil explica que as bags, ou mochilas de entrega, são proibidas por lei, mas que não existe fiscalização para coibir isso. "O uso delas facilita que a pessoa leve uma garupa na moto e ela pode se esconder no meio da multidão. Também aumenta o risco de acidentes. Fora que as empresas dos aplicativos de entrega não possuem um histórico de seus trabalhadores na área criminal", afirma.

Para o sindicato, o modelo mais indicado é aquele no qual as motos já possuem o compartimento para armazenar os produtos que serão entregues, chamado de baú. "Não somos contra a tecnologia, mas vemos que existe uma carência de regulamentação. Existem três leis federais e uma lei municipal que deveriam ser tiradas do papel para trazer segurança e o município deveria regulamentar a questão da bicicleta para entrega", diz.

AUMENTO NA CRIMINALIDADE

O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que trocou o comando das polícias em abril, tenta dar uma resposta rápida à alta de roubos e furtos na capital. No primeiro trimestre deste ano, o número de roubos aumentou 7,45%, ante o mesmo período do ano passado. Já o de furtos, cresceu 28,5% na mesma comparação.

Nos dois dias foram abordadas um total de 875 pessoas e vistoriados 13 automóveis e 743 motocicletas. Também houve abordagem a 81 bicicletas. Na semana passada, Garcia afirmou que também está em diálogo com as empresas de aplicativo para discutir estratégias de combate a esse tipo de crime.

A Secretaria da Segurança Pública informa que ainda nesses dois dias, seguiu com a operação "Hércules", deflagrada no começo do ano, em que a polícia realizou a vistoria de mais de 13 mil veículos, entre carros e motos, sendo 140 deles recuperados por estarem em situação de roubados ou furtados, além de prender oito pessoas e capturar um procurado.

O Ministério Público Federal (MPF) pede esclarecimentos ao iFood e agências de comunicação contratadas, pelo aplicativo de entrega, para realização de campanhas contra as reivindicações dos trabalhadores, reveladas em uma reportagem da Agência Pública.

Na decisão, o MPF solicita que a empresa preste esclarecimento no prazo de até 15 dias, assim com, pede-se que a Benjamim Comunicação e a Social Qi, contratadas para as ações de marketing, apresentem documento e contratos firmado com o iFood e exclusão de perfis utilizados nas campanhas contra os trabalhadores.

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De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações vão apurar se as campanhas violaram o direito de acesso à informação ao manipular a compreensão dos fatos por parte dos entregadores e usuários do aplicativo.

“Tal direito, bem interpretado, não se reduz à possibilidade jurídica de ser receptor da expressão de outrem, englobando, muito além, a possibilidade jurídica de obter conteúdos informativos qualificados - sendo afetado, portanto, por práticas de desinformação que, como a noticiada, são organicamente produzidas e financiadas para alterarem a percepção coletiva da população como um todo, sobre certos assuntos”, destacou o MPF por meio da assessoria.

Esquema

Na última semana, a Agência Pública revelou financiamento de campanha contra entregadores do iFood através de fanpages e perfis falsos no Facebook e Twitter, que compartilhavam conteúdos atribuídos aos colaboradores atacando as reivindicações da categoria (melhores remunerações e condições de trabalho).

De acordo com o veículo, a campanha foi realizada entre julho de 2022 a novembro de 2021 e mostra que, pelo menos, oito perfis falsos foram criados para comentar as postagens nas redes sociais com o objetivo de enfraquecer e deslegitimar as demandas dos entregadores.

Nesta terça-feira (29), motoristas e entregadores por aplicativos de todo o país realizam uma paralisação pelo reajuste das tarifas repassadas pelas empresas. Em Pernambuco, a mobilização é capitaneada pela Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativo de Pernambuco (Amape) e ocorre nas cidades do Recife, Cabo de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns e Petrolina.

Na capital pernambucana, os trabalhadores se concentraram, por volta das 7h, próximos ao Classic Hall, para seguir em carreata até a sede da Uber, no Paço Alfândega, Recife Antigo. O presidente da Amape, Thiago Silva, chama atenção para a incompatibilidade entre a alta do preço dos combustíveis e os valores obtidos por corrida. “A gente está numa situação muito difícil financeiramente, tendo que trabalhar entre 12h e 15h por dia e, mesmo assim, sem conseguir levar o sustento para casa. Como é que pode uma entrega custar cinco reais e o combustível mais de sete reais, passando de oito reais no interior, como em Petrolina?”, comenta.

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Silva ressalta que a categoria reivindica o aumento da remuneração obtida a cada quilômetro rodado. “A gente vê que é a pago um real quando esse valor deveria ser de pelo menos dois reais. Outra coisa é que a tarifa mínima nos aplicativos deveria ser de dez reais e o percentual cobrado pelas empresas hoje chega em 50% e 60%. As empresas têm tirado muito dos motoristas e não têm repassado os reajustes que divulgam na imprensa”, denuncia.

Criticado pelo desamparo aos entregadores, o iFood avalia aumentar a tarifa repassada aos profissionais e prometeu mais transparência em casos de suspensão. O posicionamento é uma resposta 1º Fórum de Entregadores do Brasil, que ocorreu por três dias em São Paulo.

A empresa emitiu comunicado nessa quarta-feira (15) em que se comprometeu a informar aos entregadores sobre os motivos das suspensões temporárias e alertas da plataforma.

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Também são previstas campanhas de conscientização para indicar as situações cabíveis de bloqueio das contas e a possibilidade de contestar a desativações no último semestre.

Dessa forma, contas que foram canceladas no período podem ser reavaliadas, mas casos de fraude financeira e de cadastro, e uso do perfil por terceiros ficam de fora.

Aumento salarial

O iFood também assegurou que estuda viabilizar um programa para reajustar anualmente a porcentagem que os profissionais recebem pelo serviço, bem como aumentar a taxa mínima. A expectativa é que a plataforma defina a proposta até março de 2022.

Os autônomos também esperam pela automatização da taxa de espera no restaurante e uma campanha de valorização do trabalho.

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