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O corpo de uma menina, de 9 anos, foi encontrado a 100 metros da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, zona sul do Rio, na manhã deste domingo, 29. Rebeca Miranda Carvalho dos Santos desapareceu na noite de sábado, 28, quando participava de uma festa na favela. Seu corpo foi encontrado às 6 horas de domingo com sinais de estrangulamento e estupro - a menina estava com a roupa íntima abaixada.

Rebeca participava de uma festa num beco e brincava com outras crianças em frente ao local do evento. Às 21h30, ela levou um pedaço de bolo para sua mãe, Maria Miranda de Mesquita, de 43 anos, e voltou para pegar o brinde-surpresa que era distribuído. Depois disso, não foi mais vista. Meia hora mais tarde, quando Maria foi procurar pela filha, já não a encontrou.

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Vizinhos e amigos da mãe e da menina começaram a procurar pela criança na favela. No fim da madrugada, foram à 15.ª Delegacia de Polícia (Gávea) registrar o desaparecimento. Por volta das 6 horas, retomaram as buscas e o corpo de Rebeca foi localizado em um barranco, coberto por telhas, por uma vizinha. Uma testemunha contou à polícia que a criança foi abordada por um homem pardo, com idade entre 20 e 30 anos. A menina teria tentado se esquivar, sem sucesso.

O crime provocou revolta na Rocinha. Nas redes sociais, líderes comunitários e moradores comentaram o assassinato e postaram críticas à UPP. "O que me revolta é que UPP implantada para nós seria sinal de segurança, de uma nova vida de paz dentro da favela. Aí eles vêm e deixam pior do que já estava, matam moradores, levam para presídios quem estava na rua sem identidade, retiram pessoas de dentro de casa, humilham perante a família simplesmente pra mostrar que eles que são os mandatários", escreveu um jovem, fiscal de papelaria.

Na inauguração da Cidade da Polícia, o governador Sérgio Cabral lamentou a morte da menina: "Qualquer caso nos dói muito, ainda são muitos desafios. Sabemos que estamos enfrentando o tráfico de drogas e a milícia. A gente não tinha a ilusão de que a recuperação dessas comunidades seria fácil", afirmou.

O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios.

Laércio Hilário da Luz Neto, de 17 anos, que desapareceu de casa, na favela Parque Proletário, na Penha (zona norte do Rio), na noite de 12 de agosto, e foi encontrado morto no dia seguinte na laje de uma casa da favela, foi vítima de cardiopatia dilatada e edema pulmonar, decorrente de um processo patológico. Essa foi a conclusão do laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil do Rio.

Como a morte foi natural, não houve crime e o inquérito da Divisão de Homicídios (DH) que investigava o caso foi arquivado, segundo o delegado Fabio Cardoso.

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Logo que Laércio foi encontrado, no dia 13, moradores do Parque Proletário fizeram um protesto acusando a PM pela morte. Foram incendiados três ônibus e uma viatura da polícia foi apedrejada. No dia seguinte, escolas e creches da região não funcionaram e linhas de ônibus foram desviadas da rota original para não trafegar pela favela.

Creditada por moradores a policiais militares, a morte de Laércio Hilário da Luz Neto, de 17 anos, provocou protestos violentos na noite dessa terça-feira, 13, no complexo de favelas da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Três ônibus foram incendiados. Uma patrulha da Polícia Militar (PM) teve todos os vidros quebrados. O corpo do adolescente foi encontrado ontem em cima de uma laje na favela Parque Proletário, que integra o complexo. Não havia marcas de tiros. Aparentemente, ele foi morto por asfixia, por meio de pressão violenta exercida sobre o pescoço.

Laércio estava desaparecido desde a última segunda-feira, 12. De acordo com moradores, ele foi visto pela última vez sendo conduzido por PMs que trabalham na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do complexo. A PM negou envolvimento de seus agentes na morte do rapaz. O comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, esteve no complexo durante a madrugada desta quarta-feira, 14. Ele disse considerar "muito prematuro" afirmar que a morte de Luz Neto estaria relacionada a uma suposta abordagem policial.

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O coronel providenciou a realização de perícia no imóvel em que o cadáver foi localizado. A área foi isolada e especialistas do setor de polícia técnica da Secretaria de Segurança Pública do Estado trabalharam a partir das 2h. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que enviou policiais à favela para acompanhar a perícia, deve assumir as investigações ainda nesta quarta.

Avisado por meio de telefonema, Ladilson Hilário, pai da vítima, foi para o Parque Proletário. O filho não morava com ele. Em entrevista ao programa Bom Dia Rio, da Rede Globo, Hilário disse acreditar na versão dos moradores. "Pegaram meu filho na covardia. Não são todos os policiais que sabem trabalhar dentro de uma comunidade".

Povão na rua, vizinhança sentada na frente das casas, lugar onde todo mundo se conhece. Essas são algumas características de ruas de subúrbio ou comunidades. Exatamente em um dos subúrbios recifenses, um empreendimento de lanchonete chama bastante atenção. O bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da capital pernambucana, é o cenário da “SuburbWay – Point Burg”, lanchonete especializada em sanduíches.

A marca da empresa lembra muito uma rede de franquias que faz sucesso no Brasil com seus sanduíches, a Subway. Quem olha de relance a fachada da lanchonete de Casa Amarela, muitas vezes confunde com a famosa empresa americana. Mas, um bairro tipicamente comunitário não seria o melhor endereço para a instalação de uma franquia da Subway, que prioriza localizações mais centrais e perto de estabelecimentos comerciais diversos.

Porém, é justamente no subúrbio que o empresário Adriano Vasconcelos, de 34 anos, resolveu instalar, segundo ele, o melhor ponto de vendas de sanduíches da periferia. “Escolhi o subúrbio porque eu acho que a população é mais humilde, amiga e comunicativa. Eles dizem o que está bom e o que está ruim. Em bairros mais nobres, como Boa Viagem, as pessoas são mais fechadas”, conta o empreendedor, que desde criança é morador de Casa Amarela. Há dois meses a lanchonete funciona com o nome de SuburbWay, que de acordo com Vasconcelos, não tem nenhuma relação com a marca “Subway”, e sim, é forma de mostrar aos clientes que ali tem o melhor sanduíche do subúrbio.


A empresa caiu no gosto do povo. Em todos os horários de funcionamento, seja tarde ou noite, a lanchonete é sempre bem movimentada. A clientela aprova a qualidade dos produtos, bem como os preços. Os valores variam de R$ 3 a R$ 12, e os sanduíches possuem temperos e molhos bem especiais, que muito se assemelham aos produtos de grandes empresas do segmento. “Morei oito anos na Alemanha e conheci um amigo que vendia hambúrgueres. Quando voltei ao Brasil, consegui trazer alguns temperos que dão sabor aos meus sanduíches”, relata o empresário.

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O estabelecimento, cercado por casas simples e por um cenário característico da periferia, é amplo e com um visual moderno, parecido com outros pontos comerciais da área. “Quase todos os dias eu como aqui. A ideia foi ótima e os sanduíches são maravilhosos”, conta a estudante Ruamma Araújo, 18, uma das clientes do SuburbWay.




Relação de amizade

Um fato que chama a atenção de quem avalia o ponto comercial é a boa relação de clientes, funcionários e patrão. Em alguns momentos nem parece que aquilo é um ambiente de trabalho, mas sim, um local onde amigos se encontram para aproveitar uma boa comida e conversar sobre assuntos diversos.

O clima agradável é fruto de uma estratégia administrativa de Adriano Vasconcelos. Com um quadro de 12 funcionários, boa parte de sua equipe é formada por moradores da própria comunidade, ou seja, os clientes são amigos dos funcionários, o que facilita a interação entre eles.

O pedido do sanduíche não termina num “simples obrigado”. A clientela conversa com os trabalhadores sobre novela, futebol, filmes, enfim, inúmeros temas, e, depois, é hora de se deliciar com os hambúrgueres. “O atendimento é maravilhoso. Conheço todo mundo que trabalha aqui. Além disso, o sabor dos sanduíches não deixa a desejar para nenhuma MC´Donalds da vida”, opina a professora Ana Conceição Araújo, que também é cliente da Suburbway.

Expansão

A ideia do empreendedor Vasconcelos tem novos rumos. O resultado da lanchonete de Casa Amarela vem sendo tão positivo que ele já está se preparando para expandir a rede. Segundo ele, número de clientes é tão bom que não é possível mensurar quantos atendimentos ocorrem mensalmente.

Aberta de domingo a domingo, das 15h às 3h, a lanchonete fica próxima ao terminal de ônibus da linha Casa Amarela/Nova Torre. Mas, essa não será a única unidade da rede “SuburbWay”.

“Vou expandir meu negócio, sempre valorizando o subúrbio. Nos próximos dois meses, novas unidades serão instaladas, uma no bairro de Jardim Paulista e outra em Jardim São Paulo”, revela Vasconcelos. Os bairros ficam na cidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife, e na Zona Oeste da capital pernambucana, respectivamente.

Semelhança entre as marcas

Outro caso bem parecido com o da SuburbWay em semelhança com a Subway é de uma oficina de carros, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O nome do estabelecimento é “Marcelinho de Ouro”, que parece ser uma alusão a outro empreendimento do ramo, só que bem mais famoso, o “Martelinho de Ouro”.

Para explicar como funciona esse processo de marcas semelhantes e se judicialmente isso é legal, a reportagem do Portal LeiaJá conversou com o publicitário Diego Rocha. Ele também é coordenador do curso de publicidade e propaganda da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau. Confira abaixo a entrevista em vídeo:

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Serviço

Suburbway
Endereço: Rua Luiz Cezário de Melo, 185, bairro de Casa Amarela, no Recife.
Funcionamento: todos os dias, das 15h às 3h.
Contato: (81) 3268-3507











Quatro horas antes da visita do papa Francisco à favela da Varginha, em Manguinhos, zona norte do Rio, militares da Marinha e agentes da Polícia Federal chegaram à comunidade por volta das 6h dessa quinta-feira, 25, para realizar varreduras nas oito casas que poderiam ser visitadas pelo pontífice.

Os fuzileiros navais eram os responsáveis por procurar artefatos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares. Já os policiais federais estavam em busca de explosivos. Depois das varreduras, os imóveis ficaram guarnecidos pela PF até a chegada do papa. Ninguém era autorizado a entrar nas casas, e quem saía não podia retornar.

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Por volta das 10h, pelo menos cinco franco-atiradores da PF com fuzis e toucas ninja rapidamente se posicionaram nas lajes de um colégio e alguns imóveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em discurso na comunidade de Varginha, na zona norte do Rio, o papa Francisco, pela primeira vez, fez improvisos. Pelo menos seis vezes ele acrescentou trechos que não estavam na versão oficial. O primeiro improviso foi uma brincadeira com o público. Ele dizia que gostaria de bater em cada porta para tomar um "cafezinho". "Não um copo de cachaça", brincou o papa.

Em seguida, quando referiu-se à expressão "colocar mais água no feijão", ele dirigiu-se à plateia. "Se pode colocar mais água no feijão? Sempre". Depois, no trecho em que falava sobre solidariedade, ele acrescentou que a palavra "quase parece um palavrão".

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Outro trecho não programado no discurso foi quando ele dizia que é preciso ver no outro um irmão e acrescentou: "e todos nós somos irmãos". Em um momento de grande comoção na plateia, ele falou novamente fora do texto previsto: "Não deixemos entrar no nosso coração a cultura do descartável porque nós somos irmãos. Ninguém é descartável".

No último improviso, quando dizia que existe "uma fome mais profunda", o papa acrescentou: "fome de dignidade". Apesar da chuva e da lama, que afastaram boa parte dos moradores da favela, as pessoas que deixaram suas casas para ver e ouvir o papa aplaudiram várias vezes e lamentaram quando ele disse que falaria uma última coisa e encerrou o discurso.

O papa Francisco atacou a estratégia de "pacificação" das favelas no Rio de Janeiro, alertando que, enquanto a desigualdade social não for resolvida, "não há paz duradoura". Nesta quinta-feira, 25, em plena Favela da Varginha, na zona norte da cidade, ele fez um dos discursos de cunho social mais importantes de seu pontificado e convocou os jovens a continuar pressionando por melhorias, em um sinal de seu apoio aos manifestantes que tomaram as ruas do Brasil desde junho.

O papa ainda completou: a grandeza de uma nação só pode ser medida a partir de como ela trata seus pobres, numa referência indireta à insistência do governo de vender o Brasil como uma das maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, não dar uma solução às suas favelas.

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Francisco chega a reconhecer os avanços sociais promovidos pelo governo. Mas alerta que isso ainda não é suficiente e que a pacificação de favelas, como a que ele visita, não pode ser feita com armas. "Quero encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito para integrar todas as partes do seu corpo, incluindo as mais sofridas e necessitadas, através do combate à fome e à miséria", disse.

Pacificação

"Nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma", declarou ainda o papa durante o discurso. E alertou: "Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma, perde algo de essencial para si mesma."

O papa disse ainda que "somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade". "Tudo aquilo que se compartilha se multiplica. A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, que não tem outra coisa senão a sua pobreza."

Manifestações

Ele ainda manifestou seu apoio a todos aqueles no Brasil que lutam por mudanças sociais, em uma referência aos protestos que ganharam as ruas do País desde junho.

Atacando a corrupção e o fato de a periferia ser abandonada por políticos, o papa deixou claro que a Igreja vai apoiar o movimento mais amplo de exigências por melhorias. Fontes no Vaticano confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que essa foi a forma pela qual o papa optou por lançar seu recado aos manifestantes. A opção foi a de evitar a palavra "protestos", mas ainda assim fazer um apelo para que a pressão contra a classe dirigente continue.

"Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens", disse. "Vocês possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio beneficio", declarou.

"Também para vocês e para todas as pessoas eu repito: nunca desanimem, não percam a confiança", insistiu.

Francisco ainda apelou à população que não se deixa "acostumar ao mal, mas a vencê-lo". O papa ainda garantiu: "Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o papa está com vocês".

Educação

O papa também aproveitou seu discurso na favela para voltar a defender alguns dos pilares do dogma da Igreja: a família e a vida, "que deve ser sempre tutelado e promovido".

O papa pediu uma educação de qualidade e com valores, e não apenas um sistema que tem como metas "uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucros".

Em visita à favela da Varginha, na zona norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (25), o papa Francisco fez um discurso de cunho social. O pontífice pediu para que autoridades e pessoas com mais recursos trabalhem para a construção de um mundo mais justo e solidário.

"Queria lançar um apelo às pessoas que tem mais recursos, às autoridades: Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e solidário. Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo. Cada um, na medida das suas próprias possibilidades, saiba dar sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais", disse o papa.

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Aos jovens, Francisco lembrou que muitos deles se desiludem com as notícias de corrupção, mas pediu: "Nunca desanimem, não percam a confiança. Não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar. O homem pode mudar".

Um jovem da comunidade escolhido para ler um discurso de boas vindas ao papa Francisco falou sobre o "descaso" com que a favela é tratada pelos governantes e destacou as benfeitorias feitas na comunidade depois do anúncio da visita do pontífice. Cerca de 1,1 mil pessoas moram na favela, composta por 353 domicílios. A comunidade tem 73% do lixo coletado, mas o restante é jogado em terreno ou rios. Apenas 46% têm acesso a coleta de esgoto.

Em seu discurso, o papa afirmou ainda que somente a cultura da solidariedade pode mudar a realidade. Aos moradores, o pontífice disse que, quando se compartilha algo com alguém, não se fica mais pobre, mas mais rico. "Sempre se pode colocar mais água no feijão. E vocês fazem isso com amor."

Antes de falar para a comunidade, o papa visitou a casa do morador Manoel José da Penha. Ele foi um dos sete selecionados para receber a visita do pontífice. Foi um encontro de menos de 10 minutos, que não foi filmado.

"Não é possível bater em todas as portas. Escolhi vir aqui, visitar a comunidade de vocês. A comunidade que hoje representa todos os bairros do Brasil", afirmou o pontífice em português. Ao terminar o discurso, o papa ganhou uma camiseta de uma das moradoras da favela. Ele agora deve seguir para à Catedral Metropolitana, onde tem um encontro marcado com jovens argentinos.

Cerca de 350 famílias estão vivendo em um terreno baldio na Marginal do Tietê, embaixo da Ponte Orestes Quércia, no Bom Retiro, região central de São Paulo. A favela se formou nas últimas semanas, com famílias que não têm condições de pagar aluguel ou viviam em comunidades que pegaram fogo recentemente.

A Prefeitura solicitou a reintegração de posse do terreno e aguarda decisão da Justiça. Enquanto isso, as famílias estão sendo cadastradas pela Secretaria de Habitação. "O terreno não é apenas público, mas impróprio, envolve risco. Não se deve ocupar área perto de pontes e viadutos", disse o prefeito Fernando Haddad (PT).

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"Espero que o prefeito não mande a PM tirar a gente daqui. Ninguém veio para cá porque acha bonito. É por necessidade", disse a operadora de caixa Suzamara Camargo, de 27 anos. Após ficar desempregada, em março, Suzamara foi despejada da pensão em que vivia com o marido e a filha no Bom Retiro. "Cheguei a dormir na rua três dias. Perdi móveis e tudo."

A auxiliar de limpeza Miriam da Silva Lira, de 30 anos, também disse que ficou sem ter como pagar a pensão onde morava com o filho. "Ganho um salário mínimo e gastava R$ 500 só com aluguel. Mas tem de pagar água, luz. Ou eu pagava aluguel ou dava de comer para meu filho. Não tem milagre."

Um grupo pequeno chegou ao terreno há mais de um mês e se instalou em um prédio abandonado que já funcionou como alojamento do Clube Regatas Tietê. Mas foi nas últimas semanas que centenas de famílias construíram seus barracos de madeira no local. Ainda ontem, as casas eram erguidas. A Secretaria Municipal de Habitação informou que 532 unidades habitacionais foram entregues este ano e que está construindo cerca de 11 mil. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Na primeira manifestação promovida por moradores do morro Santa Marta, em Botafogo, na zona sul do Rio, pelas ruas do bairro, nesta segunda-feira à noite, cerca de 300 pessoas cobraram antigas promessas de urbanização e criticaram a violência policial e o que classificaram como "obras de maquiagem" realizadas na favela.

Em passeata realizada sob chuva, o grupo percorreu trechos das principais ruas de Botafogo e protestaram em frente ao Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura do Rio. Pouco antes da chegada do grupo, guardas municipais acorrentaram o portão do palácio. As Ruas São Clemente e Voluntários da Pátria, por onde o grupo caminhou, não chegaram a ser interditadas - manifestantes usaram duas faixas e o trânsito fluiu pela terceira.

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Durante o percurso, que começou às 18h30 e continuava às 20 horas, moradores de apartamentos piscavam luzes e motoristas buzinavam, sinalizando apoio ao ato. Por meio de faixas e de gritos de ordem, manifestantes cobravam melhorias sociais na favela. O Santa Marta foi a primeira comunidade do Rio a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em dezembro de 2008, mas até hoje não dispõe de creche pública, e o esgoto ainda corre a céu aberto por vielas.

À frente do grupo, Erick, de 11 anos, levava um cartaz de papelão onde se lia "Não quero ratos na minha casa". A moradora Sheila Souza criticou a forma como o governo estadual promove o turismo na favela. "A gente não é macaco de circo para turista. Dizer que há interação com morador é mentira. Se ficarmos calados, nada vai mudar", declarou. "As casas de madeira continuam no mesmo lugar. Chega de maquiagem, queremos uma política de qualidade."

O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) foi o principal alvo do ato. Houve críticas à taxa de luz, à precariedade do bonde que leva moradores até o alto do morro, à falta de saneamento, às remoções programados no topo da favela, à retirada de uma rádio comunitária do ar, à falta de diálogo do governo e à violência policial em favelas. Até as 20 horas, o ato não havia terminado, mas não havia registro de confrontos nem depredações.

Três mulheres foram baleadas dentro de casa por dois homens encapuzados que invadiram o imóvel, no Morro do Borel, na Tijuca, zona norte do Rio, na madrugada desta segunda-feira, 1. Ferida na cabeça e no tórax, Aline Lopes Ribeiro, de 25 anos, chegou a ser levada por policiais militares ao Hospital do Andaraí, mas não resistiu. A mãe dela, Rosângela Lopes Ribeiro, e a irmã, Bianca Lopes, também foram atingidas. Elas permanecem internadas no mesmo hospital e o estado das duas é estável.

De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), a filha de Aline, uma criança de 2 anos que também estava na residência, escapou ilesa. O local do crime já foi periciado. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil.

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O Morro do Borel possui uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde junho de 2010. Além do Borel, a UPP atende as favelas Indiana, Morro do Cruz, Bananal, Casa Branca, Chácara do Céu e Catrambi. As comunidades possuem cerca de 13 mil moradores.

Às vésperas da Copa das Confederações, evento que vai atrair milhares de turistas para o Rio de Janeiro, um engenheiro que seguia para o Aeroporto Internacional Tom Jobim foi baleado na cabeça, na manhã de sábado, ao entrar por engano em uma favela às margens da Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade. Gil Augusto Gomes Barbosa, de 53 anos, está internado em estado grave. O catador de latas Josias Tenório da Silva, que passava a pé pela via expressa, foi atingido por uma bala perdida nas nádegas. Ele passa bem.

Segundo a Polícia Civil, Barbosa estava indo buscar sua mulher no Aeroporto Tom Jobim, na Ilha do Governador, zona norte, quando recebeu uma ligação dela avisando que já estava num táxi de volta para casa, na Barra da Tijuca, zona oeste. O engenheiro, então, decidiu pegar um retorno e entrou por engano na Favela Vila do João. Ele acabou sendo atingido por um tiro, supostamente efetuado por traficantes.

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Em depoimento a policiais da 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso), Silva disse que chegou a ver o Sportage branco do engenheiro entrando na favela e, em seguida, ouviu os disparos. O veículo já foi periciado.

O projétil que atingiu Barbosa entrou pelo vidro traseiro esquerdo do carro, que tinha película escura (insulfilm) em todos os vidros. O engenheiro foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila do João, e depois, transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte. Já o catador foi levado a um hospital particular em Olaria, também na zona norte.

Formado por 15 favelas cujo controle territorial é dividido por duas facções de tráfico de drogas e por uma milícia, o Complexo da Maré possui cerca de 130 mil moradores e atualmente é uma das regiões mais perigosas do Rio. O conjunto de favelas é cortado pelas três principais vias expressas da cidade: Linhas Amarela e Vermelha, e a Avenida Brasil. A comunidade é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Tom Jobim e precisa se deslocar em direção ao centro, à zona sul ou à Barra da Tijuca, bairro nobre na zona oeste. A Maré deve ser a próxima região a ser ocupada pelas forças de segurança para instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Outro caso. Na madrugada de 19 de maio, o assistente de direção da TV Globo Thomaz Cividanes, de 25 anos, dirigia um carro blindado, com placa de São Paulo, quando entrou por engano no Morro do Dezoito, no bairro de Água Santa, zona norte do Rio, e também foi atacado a tiros por traficantes. Apesar da blindagem, ele foi ferido na perna por uma bala que conseguiu atravessar a porta.

A vítima tinha inserido no GPS do carro o endereço para onde iria: Rua Jornalista Tim Lopes. No entanto, seguindo as indicações erradas do aparelho, acabou entrando na favela. Mesmo ferido, ele conseguiu dirigir até a Rua Cairuçu, em Vila Valqueire, bairro próximo na zona norte, onde moradores chamaram policiais militares e bombeiros. O rapaz foi levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte. No dia seguinte, a vítima foi transferida para um hospital particular na capital paulista.

Um menor que se apresentou a policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha na madrugada deste sábado (1°), confessou ser o autor do disparo que atingiu um turista alemão na favela, na sexta-feira passada. Porém, depois voltou atrás e disse ter sido coagido a assumir o crime. O jovem de 16 anos foi encaminhado à Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat), no Leblon (zona sul).

Segundo informações da Polícia Civil, o menor se entregou aos policiais da UPP acompanhado de um homem que presta serviços sociais na comunidade. O jovem disse ter atirado no turista, mas, no depoimento ao delegado do Deat, Alexandre Braga, mudou a versão e negou a autoria do crime. O delegado avaliou que as informações iniciais do suspeito conflitavam com o depoimento do amigo do turista alemão que presenciou o crime. Ele acredita que o menor não é culpado. "Percebemos que havia discrepâncias muito grandes entre a versão do jovem e a do turista. Muito provavelmente esse jovem não foi o autor do disparo", afirmou o delegado.

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O turista alemão Frank Daniel Baijaim, 25, foi baleado na tarde da última sexta-feira durante uma visita à comunidade da Rocinha. Baijaim e o amigo visitaram o Cristo Redentor e depois decidiram conhecer a favela. Por volta das 13 horas, eles foram surpreendidos por um homem armado em um beco, na localidade conhecida como Roupa Suja. Assustados, os turistas correram e o criminoso disparou.

Moradores da favela levaram o alemão até a sede da UPP e o turista foi removido para o Hospital Municipal Miguel Couto, onde passou por cirurgia. O alemão sofreu lesão no tórax e no fígado, e o seu estado de saúde ainda é grave, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Baijaim está internado na unidade semi-intensiva do hospital.

A Rocinha, pacificada em setembro de 2012, tem enfrentado episódios violentos. Em primeiro de maio, um PM lotado na UPP da favela foi baleado na Rua Um, em patrulhamento. Na véspera, PMS já haviam sido atacados por traficantes e um policial foi ferido por estilhaços.

Durou cerca de 40 minutos a visita do vice-presidente norte-americano, Joe Biden, à favela Santa Marta, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele visitou o destacamento da Unidade de Policia Pacificadora (UPP), que fica na entrada da comunidade, caminhou por algumas vielas e foi à associação de moradores.

No meio do caminho, parou em uma mercearia e comprou um biscoito, para surpresa dos moradores. A Polícia Federal e o Batalhão de Operações Especiais reforçaram a segurança na favela desde o início da manhã desta quinta-feira.

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A Favela de Varginha, que será visitada pelo papa, ganha um banho de loja. O asfalto está sendo recapeado, o campo de futebol recebeu nova iluminação, garis varrem a rua todo dia e o muro da escola municipal terá grade. Mas tudo isso se restringe a um trecho de 300 metros da Rua Carlos Chagas, onde Francisco passará.

"Estão fazendo obra para o papa ver. Quero que façam as obras que ele não vê, como as de saneamento. Não tem nenhum funcionário da prefeitura nas outras ruas", diz o comerciante Manoel Arcanjo, de 55 anos, morador de Varginha há 46, lembrando que a Carlos Chagas - principal acesso à comunidade de Manguinhos, na zona norte - foi asfaltada nos anos 1970 e nunca mais teve manutenção, apesar das inundações constantes do Rio Faria Timbó.

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Desde que Varginha foi anunciada pelo Vaticano como um dos locais a serem visitados, há 10 dias, equipes da prefeitura trabalham no curto trecho entre a entrada da favela, onde está a Igreja de São Jerônimo Emilliani, e o campo de futebol, que ganhou poste com refletores e onde o tricampeão Jairzinho treina adolescentes. A Rioluz trocou todo o cabeamento até o transformador. Carros abandonados no acostamento da Carlos Chagas já foram rebocados. Garis passaram a varrer a rua diariamente, o que não ocorria. "Eles tiravam o lixo da caçamba, mas não tinha gente fazendo limpeza. Espero que continuem a vir depois do papa", diz a dona de casa Ivanete de Jesus.

A Rio Eventos, empresa da prefeitura que trata de temas ligados à Jornada da Juventude, informou que Varginha foi pacificada recentemente, permitindo serviços públicos. Já havia um cronograma de intervenções, mas algumas foram antecipadas por causa do papa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Papa Francisco, que virá ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, de 22 a 29 julho, visitará o santuário de Aparecida e a comunidade da Varginha, no complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, de acordo com o programa papal anunciado nesta terça-feira pela assessoria do Vaticano.

A agenda do pontífice, com cerca de 17 homilias, incluirá uma visita, no dia 25, à comunidade de Varginha, uma das favelas do Complexo de Manguinhos, uma das zonas mais pobres do Rio e até há pouco tempo uma das mais perigosas.

A visita ao santuário de Aparecida, em São Paulo, no dia 24, responde a um convite da presidente Dilma Rousseff feita durante a entronização do Papa no Vaticano.

De acordo com os os organizadores da JMJ no Brasil, Aparecida tem um significado especial para o pontífice, que já, como cardeal, visitou a cidade em 2007, por ocasião da V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe Caribe (Celam), que contou com a presença do Bento XVI.

Além de presidir vários atos, para os quais cerca de dois milhões de jovens são esperados, o Papa se reunirá com líderes políticos e empresariais, almoçará com jovens e se encontrará com um grupo de presos.

Também consolará doentes portadores de Aids, oficiará uma missa no "Campus Fidei" de Guaratiba e rezará a Via Crúcis em Copacabana.

Francisco também realizará uma visita de cortesia à presidente Dilma no Palácio de Guanabara, sede do Governo do Rio.

Uma das curiosidades do programa, que segue o modelo tradicional de outras Jornadas Mundiais, é o "dia privado" que o Papa terá reservado na terça-feira, no Rio.

A seguir, a agenda do Papa no Brasil:

Segunda-feira, 22 de julho

8h45 - Partida do aeroporto de Roma

16h00 - Chegada ao aeroporto internacional do Galeão no Rio de Janeiro

17h00 - Cerimônia de boas-vindas no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, com discurso do Papa

17h40 - Encontro com a presidente da República no Palácio Guanabara

Restante do dia reservado no Centro de Estudos e Formaçãoi do Sumaré, onde residirá durante sua permanência o país

Terça-feira, 24 de julho

8h15 - Partida de helicóptero ao santuário de Nossa Senhora Aparecida

9h30 - Chegada à Aparecida

10h00 - Veneração à Virgem no Santuário de Aparecida

10h30 - Missa na basílica de Aparecida com homilia do Papa

16h10 - Partida de helicóptero

17h25 - Chegada no aeroporto Santos Dumont

18h30 - Visita ao Hospital São Francisco de Assis na Providência e discurso do Papa

Quinta-feira, 25 de julho

7h30 - Missa privada no Sumaré

9h00 - Partida do Sumaré ao Palácio da Cidade

9h45 - Entrega da chave da cidade e bendição da bandeira olímpica no Palácio da Cidade

11h00 - Visita à Comunidade de Varginha, em Manguinhos, com discurso do Papa

18h00 - Cerimônia de acolhida aos jovens da JMJ

Sexta-feira, 26 de julho

7h30 - Missa privada no Sumaré

10h00 - Confissão de jovens na Quinta da Boa Vista

11h30 - Encontro com jovens detentos no Palácio de São Joaquim

12h00 - Oração do Angelus Domini da sacada do Palácio São Joaquim

12h15 - Encontro com a comissão organizadora da Jornada Mundial da Juventude no Palácio São Joaquim

13h00 - Almoço com jovens no Palácio de São Joaquim

18h00 Via Crucis com os jovens em Copacabana com discurso do Papa

Sábado, 27 de julho

9h00 - Missa na Catedral de São Sebastião com homilia do Papa

11h30 - Encontro com a sociedade civil no Teatro Municipal com discurso do Papa

13h30 - Almoço fechado com cardeais e bispos no Sumaré

19h30 - Vigília no Campus Fidei em Guaratiba com discurso do Papa

Domingo, 28 de julho

10h00 - Missa de Envio da Jornada Mundial da Juventude em Guaratiba

14h00 - Almoço com a comitiva papal no Sumaré

16h00 - Encontro com a coordenação da Celam no Sumaré com discurso do Papa

17h30 - Encontro com voluntários

18h30 - Cerimônia de despedida no aeroporto do Galeão

19h00 - Partida do aeroporto para Roma

Segunda-feira, 29 de julho

11h30 - Chegada ao aeroporto de Roma

As favelas de Jacarezinho e Manguinhos, na zona norte, onde funcionavam as maiores cracolândias do Rio até a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em janeiro deste ano, estão na lista de opções de comunidades que poderão receber a visita do papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os dias 23 e 28 de julho. Como um dos pontos de reflexão da jornada é a vulnerabilidade dos jovens diante das drogas, a ideia é que o papa visite uma favela que, embora já tenha UPP, ainda esteja em processo de pacificação.

Ainda há, no entanto, na organização da JMJ, um grupo que defende que o pontífice vá ao Vidigal (zona sul), em homenagem à histórica visita do papa João Paulo II, em 1980. A favela do Juramento, na zona norte, não pacificada, é outra opção em análise. Segundo pessoas envolvidas na organização da visita do papa, o Vaticano mostrou preferência por visita a comunidades mais vulneráveis em vez de favelas já pacificadas há bastante tempo e ponto de atração de muitos turistas estrangeiros, como Dona Marta, Chapéu Mangueira e Cantagalo, todas na zona sul.

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Algumas comunidades deverão ser visitadas, a partir da próxima terça-feira, pelo responsável pelas viagens internacionais do papa, Alberto Gasparri. O representante do Vaticano ficará no Rio até o dia 27, quando será fechada a agenda do pontífice no Rio, com o Comitê Organizador Local (COL), presidido pelo arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta. Ainda no espírito da atenção aos viciados em drogas, está prevista a inauguração de um centro de atendimento e tratamento de dependentes químicos, nova unidade do hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, na Tijuca (zona norte).

Em visita à comunidade de Mandela, no Complexo de Manguinhos, onde rezou uma missa na igreja de São Miguel Arcanjo, na terça-feira, 16, o secretário-executivo da Jornada, monsenhor Joel Portella Amado, evitou falar nos nomes das favelas que poderão ser visitadas pelo papa, mas disse que a segurança será um fator decisivo para a escolha. "Um local violento não coloca só o papa em risco, coloca os peregrinos também", afirmou.

Cerca de cem peregrinos deverão ficar hospedados em Mandela, 15 deles no salão da igreja e os demais em 50 casas oferecidas por moradores. "Eu nem acreditaria se nossa comunidade fosse escolhida para receber o papa", disse moradora Adriana de Souza Lima, de 43 anos, técnica em enfermagem e voluntária da JMJ, na terça. Depois da instalação das UPPs de Manguinhos e do Jacarezinho, as cracolândias se dissiparam, mas os usuários de crack passaram a vagar por áreas próximas, ao longo da Avenida Brasil. No Complexo de Manguinhos, no mês passado, três policiais da UPP foram afastados do trabalho de rua depois de serem acusados por moradores de participarem de um tiroteio que levou à morte de um jovem da comunidade.

Com o mote "Torne-se o rei do morro ou acorde na vala", o jogo Favela Wars, criado pelo carioca Dan Eisenberg, de 31 anos, foi lançado nesta segunda-feira, 15, em versão beta. De acordo com o material de divulgação do game, a inspiração inicial veio em 2011, quando Eisenberg "viveu um marcante episódio na Linha Vermelha", uma das principais vias expressas do Rio. Na ocasião, ele estava sozinho e ficou preso no trânsito, próximo a um tiroteio entre criminosos e policiais. "A solução que muitos motoristas adotaram foi sair de ré e fugir da sensação assustadora em meio ao silêncio recortado por barulho de tiros bem de perto", diz Eisenberg no texto enviado aos jornais.

Segundo a empresa Nano Game Studio, a forma que ele encontrou para "conviver com esse pesadelo foi adaptá-lo e transformá-lo em um jogo de estratégia". Originalidade não é o ponto forte do roteiro. O jogo se passa no ano de 2041, em "ambiente tenso entre o asfalto e a favela", "no melhor estilo Tropa de Elite". O jogador tem 15 minutos para "travar uma guerra entre polícia e bandido". "Policiais e traficantes não descansarão até o último inimigo cair. Qual lado você escolherá?", diz o texto.

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Possivelmente devido ao número de acessos, o jogo on-line ficou indisponível em parte da tarde desta segunda. O lançamento da versão para tablets e celulares deve ocorrer nos próximos meses. Para jogar, é preciso baixar um software e fazer um cadastro no site (http://www.favelawars.com/). Armas e equipamentos podem ser comprados via cartão de crédito. No comunicado divulgado à imprensa, a empresa parece se justificar: "Se você acha que quem joga videogame vai sair por aí dando tiro, então você também acredita que quem fica jogando Farmville no Facebook o dia inteiro vai virar fazendeiro."

O incêndio que atingiu na tarde desta quinta-feira a favela Henry Ford, no bairro da Mooca, na zona leste da capital paulista, não deixou feridos, informou a Defesa Civil. O fogo, que teve início perto das 16h30, destruiu cinco barracos onde moravam, aproximadamente, 15 pessoas, antes de ser controlado pelo Corpo de Bombeiros.

Foram acionadas duas viaturas para o local, além de agentes da assistência social. De acordo com a assessoria de imprensa da Defesa Civil, a causa do fogo ainda é desconhecida.

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Um incêndio atingiu a favela de Vila Prudente, na zona leste da capital paulista, perto das 17h desta segunda-feira (18), informou a Defesa Civil. A entidade diz que ainda está sendo investigada a possível causa do incêndio e informou que está havendo dificuldades de levar equipes até o local devido ao congestionamento - 91 km perto das 17h15, segundo dados da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) - e do elevado número de pontos de alagamento - 17 segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).

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