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Um dos desafios mais constantes da medicina é encontrar tratamentos e curas para doenças, e outros quadros clínicos, como câncer, dores crônicas, entre outras. Além do sofrimento do paciente, as famílias também ficam desestabilizadas, e sem saber se os medicamentos utilizados serão, de fato, eficazes. No entanto, estudos e pesquisas vêm aprofundando e levantando o debate sobre o uso da cannabis sativa, substância própria da maconha, para fins medicinais, e já apresentam resultados satisfatórios para que a regulamentação possa ser estudada e realizada no Brasil. 

Mas nem sempre foi assim, e muitas famílias passaram por dificuldades para lidar com um quadro de doença grave de um ente querido. Foi o que aconteceu na família do advogado Sergio Eduardo Urt. Seu pai, de 89 anos, apresentava um quadro generalizado de câncer de próstata, metástase óssea e infiltração no fígado, há sete anos. No momento em que ele estava mais debilitado, chegou a perder 25 kg pois não conseguia ingerir nada. O quadro de seu pai era considerado terminal, sem grandes chances de recuperação, quando Sergio foi apresentado à possibilidade de realizar um tratamento com óleo de cannabis. 

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“Primeiro passo foi tentar adquirir o óleo, na associação [de pacientes que utilizam o óleo da cannabis para tratamentos]. O segundo passo foi informar os médicos que ele iria começar o tratamento, mas não foi pedir autorização”, relembra. À época, no primeiro trimestre de 2020, seu pai era acompanhado por um neurologista, um oncologista, um clínico geral e um urologista. 

Sergio conta que o produto, importado dos Estados Unidos, custou caro, e ainda havia o risco de não chegar, devido às proibições do consumo de produtos derivados da cannabis no Brasil. “Tive de comprar ‘na tora’, correndo risco. Meu pai semi-morto em casa, eu comprei sem autorização, sem nada. Falo abertamente, até porque depois que eu vim organizar legalmente a situação. Mas eu comprei o óleo mais forte que tinha [em concentração de THC], e eu nem sabia se ia mesmo chegar. Gastei na época R$ 3 mil, de um fornecedor que eu nunca vi”, ele conta. 

“Você vê seu pai, ou filho, mãe, parente, alguém que você ama, você vai fazer qualquer coisa. E chegou meio que na última consulta, que a médica foi lá em casa, a geriatra dele, sendo que não tinha o que fazer, ia começar a aplicar morfina nele, já não tinha resposta de mais nada”, continua. 

O episódio aconteceu, Sergio relembra, exatamente no dia 23 de março de 2020, cerca de uma semana da determinação do “lockdown”, devido à pandemia da Covid-19. A médica saiu da casa dele, e no mesmo dia, no final da tarde, a encomenda internacional chegou, e ele começou a aplicar as gotas de óleo imediatamente. O jurista percebeu uma melhora em seu pai em poucos dias, e hoje, três anos depois do início do tratamento, ele apresenta quadro de remissão do câncer, e não há risco de outra doença grave. 

Os resultados alcançados com o uso do óleo de cannabis fizeram Sergio se voltar para a causa, já que no Brasil ainda existem leis e regras que impedem a produção e comercialização, em larga escala, do medicamento. Para debater com mais profundidade o assunto, médicos e especialistas no assunto se reuniram, nesta sexta-feira (8), na I Jornada Regional da Cannabis Medicinal, com agenda que se estende até o sábado (9). O evento é voltado para médicos e demais profissionais da saúde, para debater e compreender os mais recentes estudos e resultados do uso da cannabis sativa, substância própria da maconha, para o tratamento de doenças e outros quadros clínicos. 

Para Rafaela Asfora, diretora médica do Instituto Sativa, a jornada é um marco para o desenvolvimento da pesquisa do uso da cannabis. “A gente pode ver profissionais se disponibilizando a entender, aprender um pouco mais sobre a cannabis, sobre a medicina cannabinoide, buscando oferecer o melhor pros pacientes, oferecer uma melhor qualidade de vida pra eles. Então esse evento é muito importante pra nossa cidade, eu acredito em um tratamento eficaz, eu acredito em um tratamento natural, então a gente percebe que com a cannabis, a gente trata o paciente, o paciente tem menos reações adversas, quando comparado quando faz um tratamento com medicações alopáticas”, afirmou. 

O evento acontece em um hotel localizado no bairro de Boa Viagem, zona sul da capital, e contou com a participação, na mesa de abertura, de profissionais e especialistas no assunto, além do deputado estadual João Paulo (PT), autor do Projeto de Lei (PL) 3098, sancionado em dezembro de 2022, que permite o cultivo e o processamento da cannabis sativa para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais. 

“Mantemos uma articulação através do [Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco] Lafepe, para que possa ser um órgão estatal que pudesse produzir. Articulamos também o governo federal, através da produção do [Sistema Único de Saúde] Sus, e tivemos também contato com as comunidades indígenas, para que a gente pudesse garantir a produção, e consequentemente estamos articulando também, além do governo federal, com as comunidades, e eu criei uma frente parlamentar que vai discutir o segundo passo, que seria reforçar, articular, a produção da medicação, e também de fins, não só do cânhamo, que tem uma produção industrial. Então além do sofrimento de humanos e animais, você pode também ter uma base de sustentação econômica levando renda para essas comunidades indígenas”, afirmou o parlamentar. 

 

O décimo sexto episódio da franquia “Final Fantasy”, da Square Enix, chegou hoje (22), até então, como um exclusivo do console da Sony, Playstation 5 e, apesar das inúmeras novidades, o título também conta com diversos elementos que podem agradar os fãs mais antigos da saga. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game de maneira antecipada.

É importante destacar que apesar de estar no número 16, os jogos da franquia “Final Fantasy” possuem histórias independentes, com personagens e universos únicos. Por conta disso, os novatos na saga poderão jogar este game, sem a preocupação de ficarem perdidos no enredo. Por outro lado, também existem diversas referências voltadas para os mais veteranos.

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A equipe de desenvolvimento de “Final Fantasy XVI”, foi liderada pelo produtor de games japonês Naoki Yoshida, que tem em seu currículo títulos como “Final Fantasy XIV” (2013), “Dragon Quest X” (2012) e “Dragon Quest: Monster Battle Road” (2008).

A história de “Final Fantasy XVI” gira em torno do personagem Clive Rosfield, um guerreiro que sofreu traumas e perdas na adolescência. Após ser marcado como um escravo, a única motivação que mantém o jovem vivo é o desejo de vingar a morte do irmão. No entanto, o herói ainda não está preparado para a dura realidade que o aguarda.

Outros personagens também se unem a jornada de Clive, entre eles, o líder da equipe rebelde “Quebradores de Correntes”, Cidolfus; portador dos poderes de Ramuh; sua melhor amiga Jill Warrick, que conta com os poderes da Shiva, e o seu irmão mais novo, Joshua Rosfield, que dispõe dos poderes da Fênix.

O enredo é o ponto que mais chamará a atenção dos veteranos, já que ele resgata aquela temática de fantasia medieval vista nos primeiros jogos da saga, com guerras entre reinos, cavaleiros de armaduras e diversas magias. Além disso, os Cristais, que eram itens primordiais no início da franquia  - mas que foram esquecidos ao longo do tempo - voltam a ter destaque em “Final Fantasy XVI”.

O game conta com legendas em português, o que permitirá que muitos jogadores brasileiros consigam acompanhar a trama. Já a dublagem está disponível nos idiomas inglês e japonês, contudo, é possível perceber que o cuidado com a sincronia labial ocorreu apenas na localização americana.

 Gameplay voltado para a ação

A jogabilidade de “Final Fantasy XVI” é um dos grandes atrativos do game, mas também é o fator que pode dividir a opinião dos veteranos da saga, pois apresenta um combate mais voltado para a ação, algo com o qual a franquia já flertava em títulos passados, mas que desta vez, se mostra ainda mais presente.

Esta mudança no gameplay não se trata de uma coincidência, pois as mecânicas de combate do game ficaram a cargo do diretor Ryota Suzuki, que no passado, trabalhou na franquia “Devil May Cry”, da Capcom, responsável por popularizar o gênero “Hack and Slash” (estilo de jogo conhecido por priorizar o combate corpo a corpo).

Por conta disso, não haverá gerenciamento de menus durante as batalhas, toda a ação acontece em tempo real. Clive pode desferir golpes de espadas no botão Quadrado, disparar magias em Triangulo, saltar no X, esquivar de ataques inimigos no R1 e realizar alguns golpes especiais com o auxílio do R2.

Todos os comandos respondem de maneira satisfatória e permitem inúmeras combinações, o que torna o combate um dos pontos mais atrativos de “Final Fantasy XVI”. Além disso, em alguns momentos da jornada, o jogador assume o controle de Infrit (Eikon do qual Clive possui o controle), que coloca as lutas em um patamar ainda mais elevado e proporciona os momentos mais cinematográficos de toda a franquia.

Um ponto que gerou dúvidas em alguns trailers de gameplay foram as presenças dos “Quick Time Event” (QTE), que são momentos em que o jogador precisa apertar algum botão específico, para que determinadas ações aconteçam. O uso deste tipo de mecânica pode robotizar alguns gameplays, assim como aconteceu com “Resident Evil 6” (2012), da Capcom, mas a Square Enix conseguiu dosar o uso das QTE, a ponto de não serem um incômodo.

Apesar de todo o foco na ação, o décimo sexto capítulo de “Final Fantasy” não abandona suas raízes no gênero RPG e conta com diversos elementos, que devem agradar os mais puristas, entre eles: a troca constante de armas e equipamentos, que são obtidos ao longo da jornada; o clássico sistema de “Level-Up”, que fortalece o personagem conforme ele adquire experiência de batalha; e uma árvore de habilidades, que visa aprimorar as técnicas usadas no combate.

 Pequenos incômodos

Mesmo com um gameplay que pode desagradar aqueles que preferem um RPG clássico, “Final Fantasy XVI” consegue ser eficiente dentro da sua proposta e entrega uma experiência bastante sólida na maior parte do tempo. Por outro lado, o game apresenta alguns deslizes, que não desqualificam a obra como um todo, mas que podem ser apontados como pontos de melhorias em futuros títulos da saga, entre eles, o aguardado “Final Fantasy VII Rebirth”, prometido para o primeiro semestre de 2024.

Um dos quesitos que menos chama a atenção em “Final Fantasy XVI” são as suas missões secundárias, que não possuem nenhum tipo de profundidade e na maioria das vezes se resumem a levar um item do ponto A para o ponto B. Além disso, o game possui um baixo nível de dificuldade, mesmo no modo ação, o que pode incomodar aqueles que buscam por um desafio elevado.

Vale destacar que após zerar o game, será desbloqueado o modo new game plus e o jogador poderá acessar a opção Final Fantasy Mode, que oferece um nível de dificuldade mais elevado.

“Final Fantasy XVI” é uma coleção de acertos, com algumas pequenas falhas e pode ser consagrado como um dos títulos mais marcantes da franquia, com uma história sólida, um protagonista carismático e uma gameplay eficiente em sua proposta. O título está disponível exclusivamente para Playstation 5, por R$349,90 na versão básica e R$449,50 na edição de luxo.

Por Alfredo Carvalho

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Os cursos de História da UNAMA – Universidade da Amazônia e do IFPA – Instituto Federal do Pará promovem, na quinta-feira (26), a I Jornada de Escrita e História. Abordando as relações entre essas duas áreas do conhecimento, o evento conta com a presença de especialistas na área, como o Prof. Dr. Francisco Neto, coordenador do curso de História e Geografia da UNAMA, e o Prof. Dr. Raimundo Nonato Castro, coordenador do curso de História do IFPA, campus Belém.

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De acordo com Francisco Neto, a parceria entre as instituições de ensino surgiu por meio da interação entre os pesquisadores envolvidos. “Todos são contemporâneos no período de estudos da graduação em História. São pesquisadores com diversas vivências, seja na História, Antropologia, Sociologia e Letras, áreas que dialogam neste evento”, diz.

A Jornada visa trazer as várias possibilidades das relações da História, permitindo reflexões sobre produção acadêmica e plágio e debates sobre a escrita e as demais formas de expressão de pensamentos.

Programação

18h30 – Mesa de Abertura, com Prof. Dr. Francisco Neto e Prof. Dr. Raimundo Nonato Castro.

19h – Mesa 1

Palestra 1 – Escrita e História: O uso de imagens na pesquisa histórica, com Prof. Dr. Raimundo Nonato Castro.

Palestra 2 – A escrita histórica do comércio negreiro e a qualidade dos escravizados que desembarcaram na Amazônia, com Prof. MSc. Diego Pereira Santos.

20h – Mesa 2

Palestra 1 – A narrativa histórica na literatura: A perspectiva da aristocracia do pé no chão sobre Cidade de Belém de Dacildo Jurandir, com Profa. Dra. Maíra Maia.

Palestra 2 – Escrita, História e Punição: Sobre dispositivos escriturais a partir de Michel Foucault, com Prof. Dr. Heraldo de Cristo.

O evento é aberto aos interessados e será na UNAMA, campus Alcindo Cacela (Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal) – Auditório D-200. Inscrições neste link.

Por Lívia Ximenes (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

No próximo sábado (20), a Prefeitura do Recife dará início à 8ª Jornada de Direitos Humanos. Serão realizadas mais de 60 atividades com o objetivo de reafirmar a luta dos Direitos Humanos e fortalecer as agendas alusivas ao tema. 

As ações devem seguir até o dia 10 de dezembro, quando se celebram os 73 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A programação contará com palestras, oficinas, lives, serviços, exposições e espetáculos. 

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A prefeitura aponta que o principal objetivo da iniciativa é reunir e levar para todos os pontos da cidade diversos tipos de ações com temáticas relacionadas à igualdade racial, aos direitos da  criança e do adolescente, das pessoas idosas, das mulheres, das pessoas com deficiência, da população LGBTI+, entre outros segmentos da sociedade.

No Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, a Jornada de Direitos Humanos terá início com diversas ações no Pátio de São Pedro, no bairro de São José. À tarde, será aberta a exposição Agosto da Jurema, no Centro de Design, que contará com registros fotográficos de terreiros existentes no Recife. 

 Na Casa do Carnaval acontecerá a apresentação “O Ifá Contou”, da contadora de histórias e educadora Kemla Baptista. No Núcleo de Cultura Afro, será realizado o workshop de tranças e dreads com os profissionais do Salão Afro Gana Hare.

À noite, o Pátio recebe a apresentação dos coletivos Afoxés e Blocos Afro, além do desfile de moda africana com o estilista senegalês Lassana Mangssouba. 

A Estação da Diversidade, ação itinerante que leva profissionais para divulgar e orientar sobre os serviços municipais voltados para o público LGBTI+, irá acontecer em pelo menos oito localidades diferentes ao longo dos 21 dias da Jornada. 

Um dos grandes destaques da 8ª Jornada é a assinatura do Termo de Fomento que destina o valor de R$ 1,2 milhão a projetos das Organizações da Sociedade Civil, através do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, aprovados em Chamamento Público pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Recife. 

O aporte financeiro tem origem de doações de entidades de pessoas jurídicas, com obtenção da dedução fiscal garantida pela Receita Federal e por destinação de pessoas jurídicas, em suas Declarações Anuais de Rendimentos. A ação demonstra a Prefeitura do Recife devolvendo à sociedade seus investimentos na Política Municipal da Pessoa Idosa.

No último dia da Jornada, que é quando a Declaração Universal completa 73 anos, 10 de dezembro, o Parque 13 de Maio recebe a exposição “Do Direito a ter Direitos”, que consiste em 30 painéis, que ficarão permanentemente no entorno da pista de cooper, apresentando os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Também neste dia, acontece a cerimônia de premiação do Concurso de Crônicas: Velhice não é Doença, que premiará os ganhadores com os valores de R $3 mil, R$ 2 mil R$ 1 mil, para os primeiros três lugares.

Antes da pandemia, o home office era uma realidade de poucas empresas, mas um pedido frequente de diversos trabalhadores. Com a covid-19, o modelo se tornou uma necessidade para os negócios continuarem operando. Um ano e meio depois dos primeiros lockdowns em todo o Brasil, o trabalho remoto se mostra muito bem avaliado pelos trabalhadores. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA) mostra que a intenção dos brasileiros de permanecerem trabalhando em casa só cresce - ao mesmo tempo em que relatam ter uma jornada de trabalho muito maior do que a estipulada em contrato.

De acordo com o levantamento, 73% das pessoas estão satisfeitas com o trabalho de casa. Mas esse número cresce para 78% quando se considera a intenção de manter a mesma rotina após a pandemia, ante 70% no ano passado. Já o número de trabalhadores que querem voltar aos escritórios diariamente caiu de 19% para 14%. O porcentual dos indiferentes também recuou, de 11% para 8%.

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"As pessoas estão muito satisfeitas. Esperávamos até um indicador um pouco abaixo, mas elas estão valorizando muito ficar em casa", afirma André Fischer, professor da FEA e coordenador da pesquisa. Para completar, 81% dos entrevistados afirmaram que a produtividade, trabalhando de casa, é maior ou igual à da atividade presencial.

Apesar das avaliações positivas, muitos funcionários dizem estar trabalhando mais horas de casa do que se estivessem no escritório. Com a economia de tempo do deslocamento, muitos acabam começando a trabalhar mais cedo - e se desligando mais tarde. Dos entrevistados pelas instituições de ensino, 45% estão trabalhando acima de 45 horas. Desse número, 23% afirmaram que trabalham entre 49 e 70 horas por semana, enquanto 6% falaram em volume acima de 70 horas semanais. A legislação trabalhista estabelece, salvo casos especiais, que a jornada convencional de trabalho seja de 44 horas semanais.

"É um dado impressionante e que pode interferir bastante na questão da saúde mental das pessoas. Eu mesmo estou trabalhando mais horas do que antes", diz Fischer. "Por estarem conectados o tempo inteiro, muitos acabam trabalhando também o dia inteiro."

Burnout. Dados do Ministério do Trabalho e Previdência mostram que o número de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais cresceu durante a pandemia. A concessão de benefícios para problemas psicológicos chegou a 291 mil em 2020, um número 20% maior do que o registrado no ano anterior. E o excesso de trabalho, segundo especialistas, colaborou para a piora.

Gabrielle Cristófaro, gerente de experiência do consumidor da startup de saúde mental Zenklub, afirma que se adaptou muito bem ao home office por ser disciplinada em seus horários, tanto de trabalho quanto de descanso. Ela tem horário de início e de término, e faz uma hora de almoço todos os dias - as vezes, sai até para andar de

bicicleta nesse horário. Deu o horário do fim do expediente, ela desliga o computador.

"Temos de ter o autoconhecimento dos nossos limites. É tentador acordar e começar a trabalhar ou almoçar em frente ao computador para adiantar as coisas, ainda mais com a glamourização do workaholic, mas não quero passar por problemas de novo", diz Gabrielle, que teve uma crise de burnout há dez anos.

Até para evitar que esse tipo de problema aconteça entre os seus funcionários, a Zenklub, que oferece pacotes de psicoterapia para o mercado corporativo, também dá o benefício para os empregados. Eles têm direito a quatro sessões por mês com psicólogos, e também há desconto para os familiares aderirem ao serviço.

Outras empresas também estão no mesmo caminho. Desde 2018, o Nubank conta o serviço NuCare, que oferece benefícios de ajuda psicológica, planejamento financeiro e assistência jurídica por telefone aos seus funcionários. Como condição extra, o benefício foi estendido para pais e mães de funcionários. "Percebemos que as pessoas precisavam desse tipo de suporte adicional, especialmente por causa da pandemia. Também começamos a oferecer aulas de ioga e mindfulness", diz Deborah Abisaber, diretora de diversidade e de suporte a pessoas do Nubank.

Muito se discute sobre o home office, principalmente após multinacionais adotarem o modelo de forma definitiva. O mercado entra neste debate como se essa fosse a realidade da maioria dos trabalhadores, quando na verdade só 11% dos brasileiros trabalharam em suas casas no ano passado, conforme dados da Pnad Covid-19 analisados nas duas últimas Cartas de Conjunturas divulgadas pelo Ipea em julho e setembro deste ano. Os levantamentos e as análises mostram que o retrato do trabalho remoto é composto majoritariamente por mulheres, pessoas brancas e altamente escolarizadas, o que distancia o modelo da realidade de grande parte dos brasileiros.

A primeira nota foi divulgada pelo Ipea em 15 de julho com o objetivo de mensurar o trabalho remoto no País. Para isto, foram utilizados os dados da Pnad Covid-19, colhidos de maio a novembro de 2020. Dentre os 83 milhões de pessoas ocupadas no ano passado, 74 milhões (88,9%) continuaram trabalhando normalmente e 9,2 milhões (11,1%) foram afastadas. Dentre os que continuaram ativos, 8,2 milhões estavam em home office (11% da população total ocupada e não afastada).

"Em termos de potencial de mercado de trabalho, estimávamos que fosse 16% da população em trabalho remoto. A média é de 11% no País. Concordo que existe um gap, mas não é tão grande assim comparado a outros países", diz Geraldo Goés, especialista em políticas públicas e gestão governamental na Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea. "Entendemos que são características laborais de cada atividade. Algumas são mais propícias ao trabalho remoto, como profissionais da educação, gerentes, tomadores de decisão."

O professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Mauro Rochlin vê os números do home office como expressivos. "Há um alto número de pessoas empregadas no setor agrícola, na indústria. A maior parte não está no setor administrativo, e sim no chão de fábrica. É claro que essa indústria tem parte no administrativo, mas a maior parte se concentra no setor produtivo."

O perfil do trabalhador remoto é marcado por uma maioria feminina (56,1%), branca (65,6% são brancos e brancas), com Ensino Superior completo (76,6%) e majoritariamente no setor privado (63,9%).

"A maioria dos trabalhadores do home office está no setor administrativo, que normalmente tem pessoas com um maior nível educacional", diz Rochlin. "Se você olhar a composição da população de nível superior, é muito desigual se comparada com a maioria da população brasileira (negra). A presença de pretos e pardos entre a população com Ensino Superior é menor do que quando fazemos um comparativo com a população no geral. Já que o trabalho remoto é feito majoritariamente na área administrativa (que exige maior nível educacional), a expectativa é de maior presença de brancos e brancas."

A professora Carla Diéguez, socióloga do trabalho e coordenadora do curso de Sociologia e Política da FESPSP, concorda.

"Isso demonstra que a educação é algo que tem classe. Ela é destinada para determinadas classes, principalmente o ensino superior, que vai te colocar em condições que vão te permitir acessos a alguns benefícios."

Entre esses benefícios e regalias, estão equipamentos, completa Geraldo Góes. "Poucas pessoas tinham condições de exercer o trabalho remoto, porque não dependia só delas, mas também da própria empresa ter condições de colocar um computador na casa da pessoa."

Flexibilidade. Foi o caso da startup de benefícios de saúde Pipo, que colocou todos os funcionários em home office e adotou a medida como definitiva.

"Tomamos essa decisão em maio de 2020, e ela foi motivada por motivos diferentes. O primeiro é por ter acesso a talentos, para poder contratar pessoas de qualquer lugar além de São Paulo, e a segunda é para refletir nossos valores de autonomia. Ou seja, as pessoas terem autonomia para morar onde elas quisessem e ter flexibilidade", conta Manoela Mitchell, CEO e cofundadora da Pipo Saúde.

No setor privado, segundo a pesquisa, destacam-se no trabalho remoto serviços (14,5%), educação (10,3%) e comunicação (7,7%). Já no setor público, as áreas com maiores índices de trabalho remoto são administrações públicas (14,4%), empregados dos governos estaduais (13,9%) e empregados do governo federal (7,8%). Atividades que ficaram abaixo da média nacional são agricultura (0,6%), logística (1,8%) e alimentação (1,9%).

"De forma geral, a nossa economia não se situa em serviços de alta tecnologia e produtividade. Ainda somos sustentados pela commodity, pelo setor agrário e por serviços de baixo valor agregado", diz Carla Diéguez.

Há também no estudo do Ipea um recorte por regiões. A maior concentração de pessoas em trabalho remoto está no Sudeste (58,2%), com 4,7 milhões de trabalhadores. A região é seguida pelo Nordeste, com 16,3%, e pelo Sul, com 14,5%.

A participação de pessoas pretas ou pardas no trabalho remoto é menor em todas as unidades federativas. No Rio de Janeiro, por exemplo, 52,5% das pessoas ocupadas e não afastadas são negras, mas compõem só 34% dos trabalhadores em home office.

Custo extra

Com a alta aprovação do home office, diversas empresas já definiram que o modelo continuará firme mesmo no período póspandemia. Algumas nasceram, inclusive, com esse propósito. A startup de tecnologia Labsit foi fundada em 2018 com a ideia de os funcionários sempre trabalharem de casa. Como optou pelo modelo remoto desde o início, a empresa também colocou a mão no bolso para atrair e dar suporte para os funcionários.

Além de todos os benefícios habituais, como vale-refeição, GymPass e auxílio em viagens, a empresa paga um porcentual de 30% do salário como ajuda de custo para contas como internet e luz. "Sempre foi um benefício muito bem aceito para reter talentos", afirma Rodrigo Silveira, um dos fundadores da Labsit.

Pode parecer óbvio que as empresas deveriam auxiliar os funcionários com os custos adicionais que o home office ocasiona, mas isso ainda está distante da maioria dos trabalhadores. De acordo com a pesquisa da FEA e da FIA, somente 29% das empresas fornecem ajuda de custo com a internet e 13% com a conta de energia. O número, apesar de baixo, melhorou: antes eram apenas 7% e 3% que ajudavam com as contas de internet e luz, respectivamente.

"As contas ainda não foram balanceadas, e esse tipo de custo pesa muito para a população, especialmente a de renda menor", diz André Fischer, da FEA.

Para completar, também há poucas empresas que enviam equipamentos ergonômicos necessários para os seus funcionários. Segundo a pesquisa, 29% das empresas não enviam equipamentos como cadeira e suporte para computador. Quase metade (49%) envia parte deles, e apenas 22% fornecem todos os equipamentos necessários. Os números melhoraram em comparação com o ano passado, mas ainda são baixos, segundo Fischer.

O Nubank entra na lista dos que enviam todos os equipamentos e ainda dão um auxílio financeiro. A fintech, que dobrou o número de funcionários desde o início da pandemia (hoje tem 4 mil empregados), também teve o desafio de conseguir fazer a integração de todos em um período tão turbulento. "Tivemos de mudar todo o processo de integração dos funcionários para essa nova realidade", diz Deborah Abisaber, diretora do Nubank.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A paixão por uma profissão e a vontade de atuar em uma determinada área do mercado de trabalho são elementos que motivam um ser humano por toda a sua vida. Com o atleta Thiago Moura, 25 anos, de São Paulo, não foi diferente, uma vez que ele sempre desejou trabalhar no meio esportivo e, também era inspirado pelo seu pai, que trabalha como técnico. Hoje, o jovem  formado em Educação Física pela Universidade Guarulhos (UNG) está no curso de pós-graduação da instituição e competirá na modalidade salto em altura nas Olimpíadas de Tóquio de 2021.

Para alcançar seus sonhos, Moura precisou encarar diversos desafios, entre eles, conciliar sua rotina de atleta com a de estudante. “É uma quebra de costumes em relação ao ambiente escolar, são muitas outras responsabilidades que você adquire com o tempo. Além disso, também existem as questões científicas exigidas pelo curso”, relata.

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Embora existam batalhas, o atleta nunca desistiu e, entre diversas referências, o jovem afirma que a sua família é a principal inspiração. “Meu pai é um grande professor e treinador, meus tios que também são grandes profissionais e meu irmão que já está concluindo seu doutorado. São pessoas que me estimulam e me inspiram demais”, declara Moura. Todas essas inspirações foram essenciais para as conquistas que o jovem iria adquirir no decorrer de sua jornada, entre elas, a classificação para competir nas Olimpíadas.

Moura se classificou para disputar os jogos olímpicos por meio do sistema de pontos, que reúne 32 atletas para disputar em cinco competições. Após realizar o teste, o jovem se classificou na 29ª posição. “Foi incrível, é a realização de um sonho de criança. Principalmente depois de almejar coisas assim por tanto tempo. A Olímpiada é o último degrau da busca do atleta, e eu sonho com isso desde a infância, quando via minha família levando e trazendo medalhas para os jogos olímpicos”, destaca.

Após ser classificado, Moura precisa cumprir algumas exigências e restrições, entre elas, uma dieta balanceada que visa manter o atleta em forma e saudável, além de treinamentos para garantir o melhor rendimento na competição. Devido à pandemia do Covid-19, também foi necessária mais atenção aos procedimentos de segurança, como distanciamento físico, uso de máscara e álcool em gel.

O jovem atleta também precisa ficar atento à saúde mental e, para isso, ele realiza consultas frequentes com psicólogo. Para manter as condições físicas, Moura treina de segunda-feira a sábado e, em algumas ocasiões, também aos domingos. Ele também ressalta que outros cuidados não podem ser esquecidos, como fisioterapia e demais responsabilidades do cotidiano.

Diante de toda experiência proporcionada pela jornada do atleta, Moura comenta que o mais importante é sempre acreditar nos sonhos. “Mesmo no pior dia, quando tudo dá errado e que você tem quase certeza que não conseguirá aquilo que quer, acredite. Sonhe sempre grande, pois foi isso que me trouxe até aqui. Eu nunca consegui desistir, eu sempre acreditei e continuo com essa postura sempre que posso”, recomenda.

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Com a pandemia da covid-19, muitas áreas precisaram se adaptar ao chamado novo normal. Com os profissionais de Educação Física não foi diferente, eles que promovem a saúde das pessoas por meio de acompanhamento e orientação de práticas de esportes ou exercícios físicos em ambientes reservados ou ao ar livre.

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Para debater a temática, a I Semana Paraense de Atividade Física e Saúde, que ocorre entre 26 e 28 de maio de 2021, na Faculdade UNINASSAU, em Belém, tem como principal objetivo capacitar alunos e professores, por meio de palestras, mesas-redondas, bem como oportunizar possibilidades de aprendizado e integrar ainda mais o aluno com a universidade.

Segundo o professor e coordenador do evento, Márcio Cerveira, a jornada é voltada aos discentes internos e alunos das outras Instituições de Ensino Superior (IES) da região metropolitana de Belém. "Assim como a docentes internos e externos que buscam se capacitar e melhorar seu networking na área de saúde e bem estar", disse Márcio Cerveira.

O professor informa que a jornada será presencial, seguindo todos os protocolos sanitários. Segundo o professor, em menos de 36 horas as inscrições estavam esgotadas. O evento contará com mais de 400 participantes, entre alunos e professores inscritos.

Para o professor universitário Marco Antônio Rabelo da Silva, que participará do evento como palestrante, as expectativas são positivas. "Acredito que este encontro será enriquecedor, pois a pandemia fez com que houvesse uma grande transformação nos nossos métodos de intervenção, e momentos como este vão proporcionar um bom debate, o qual servirá para a atualização de discentes e profissionais que estão atuando no mercado", declara.

Marco Antônio analisa a nova realidade do período pandêmico na área de atuação que passou a acontecer de modo remoto. "O alcance dos profissionais passou a ser maior, pois, para além do tradicional atendimento presencial, já está estabelecida a possibilidade de atender várias pessoas a distância. Com isso, a produtividade aumenta, e o combate ao sedentarismo se torna mais efetivo", afirma.

A jornada também contará com a presença de estudantes, como é o caso de Letícia Salgado, que está no terceiro semestre do curso de Bacharelado em Educação Física. Ela sinaliza a relevância de eventos desta natureza para sua formação. "Todo aprendizado e capacitação é de suma importância em todas as áreas, principalmente na área da saúde. A ciência evolui com o tempo e eventos como a Semana Paraense de Atividade Física e Saúde vêm para atualizarmos estes conhecimentos", destaca.

Para Vinícius Guimarães, que cursa o sétimo semestre de Educação Física, o evento tem outra perspectiva, pois ele estará colaborando na organização. "Acredito que a proposta foi muito bem acertada e vai agregar na minha formação, através de novas percepções para esse novo momento", observa. Segundo o universitário, as expectativas são as melhores tanto em nível de organização quanto de produção de conhecimento.

A Semana será na UNINASSAU Belém e garante aos participantes certificado de 50 horas. "Estou muito feliz pelo resultado e só quem ganha é a comunidade acadêmica paraense", finaliza o coordenador Márcio Cerveira.

Por Dinei Souza.

 

A Petrobras retomará, a partir desta quarta-feira (1º), práticas de recursos humanos relativas a despesas com pessoal, após passado o período mais agudo da pandemia do coronavírus - abril, maio e junho. Em comunicado, a empresa diz que "o cenário continua desafiador e diversas iniciativas da Petrobras seguem em curso com o objetivo de reduzir custos e garantir a segurança dos seus empregados", mas que a partir da quarta-feira voltam ao normal: recolhimento de FGTS; pagamento de gratificação de férias; pagamento de horas extras; remuneração de membros do Conselho de Administração e de presidente, diretores, gerentes executivos, gerentes gerais - ou seja, fim da retenção de 30%.

Além disso, volta a remuneração de funções gratificadas, que no período das ações de resiliência tinha retenção de 10 a 25%. A jornada diária volta para 8 horas em vez de 6 horas, com aumento proporcional da remuneração.

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A estatal explica que as horas extras realizadas nos meses de abril, maio e junho, bem como o porcentual da remuneração dos empregados com função gratificada postergado durante esses três meses, serão pagos em setembro. A gratificação das férias de abril, maio e junho, cujo pagamento havia sido inicialmente postergado para setembro, será antecipado para a folha do mês de julho/2020.

A quitação do pagamento do Programa de Prêmio por Performance (PPP 2019) será feita em dezembro, como anunciado anteriormente, e estão cancelados neste ano processos de avanço de nível e promoção para os empregados e de avanço de nível das funções gratificadas.

"As alterações de Regime Especial para Regime Administrativo dos empregados que não estão atuando nas frentes operacionais permanecem até setembro, sendo reavaliadas mensalmente ou data anterior conforme o retorno ao trabalho operacional, respeitadas as decisões judiciais liminares que mantém o pagamento dos adicionais em algumas localidades. Dessa forma, será mantida a redução do efetivo, visando diminuir a exposição e proteger a vida e a saúde dos empregados, bem como preservar a segurança operacional das atividades da companhia", completa o comunicado.

A nota lembra que ações com o objetivo de reduzir despesas, aumentando a resiliência e adequando os custos às melhores referências de mercado, lhe permitem cumprir com os compromissos de reduzir os gastos operacionais em US$ 2 bilhões e os investimentos programados para US$ 8,5 bilhões em 2020. "Assim, a Petrobras mantém os esforços voltados à redução de custos e à melhoria da eficiência operacional, buscando não apenas ganhos pontuais, mas sim perenes".

O governo já registrou mais de um milhão de acordos entre empresas e empregados para reduzir jornada e salário ou suspender contratos durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Esses trabalhadores receberão um benefício emergencial equivalente a uma parte do seguro-desemprego a que teriam direito caso fossem demitidos, um auxílio do governo para amortecer a perda na renda da família.

Segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, o número inclui acordos individuais, negociados diretamente entre empresa e trabalhador, e coletivos, com intermediação de sindicatos de categorias. "São mais de um milhão de empregos preservados", disse o secretário.

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O governo ainda não abriu o número exato porque a Dataprev, responsável pelo processamento dos dados, ainda está fazendo a contagem dos arquivos. Algumas empresas fecham mais de um acordo e prestam essa informação de uma vez só. Por isso, é preciso analisar caso a caso para chegar ao número exato. Mesmo assim, a quantidade de empresas que informaram já permite dizer que a marca foi ultrapassada, segundo o governo.

A partir desta quarta-feira, Bianco espera colocar à disposição para consultas públicas um "empregômetro", espécie de contador do número de acordos fechados entre empresas e salários. "Colocaremos todos os dias quantos empregos estão sendo preservados", disse.

As negociações individuais valem para os trabalhadores com carteira assinada e que recebem até R$ 3.135 ou que tenham ensino superior e ganham acima de R$ 12.202,12. Quem tem salário intermediário também pode negociar individualmente para reduzir 25% da jornada e do salário, mas depende de acordos coletivos, negociados pelos sindicatos das categorias, para alterações mais radicais no contrato.

A expectativa do governo é que o número cresça ainda mais com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que assegurou a validade imediata dos acordos individuais. "A decisão do STF foi excelente", disse Bianco. Segundo ele, o pronunciamento de Lewandowski dá segurança jurídica a empresários e empregados.

No total do programa, a equipe econômica prevê que até 24,5 milhões de trabalhadores receberão o benefício emergencial - ou seja, serão afetados pelas reduções de jornada e salário ou suspensão de contratos. O número equivale a 73% dos vínculos com carteira assinada no País. A medida permite redução de jornada em 25%, 50% ou 70% (ler mais detalhes nos quadros ao lado).

Decisão

A decisão do ministro do STF foi considerada positiva pelo governo ao dar ampla segurança jurídica ao programa emergencial de emprego. Lewandowski se pronunciou no âmbito de uma ação que questionou no STF a constitucionalidade da realização de acordos individuais para alterar jornada e salário.

O ministro decidiu que a medida do governo é válida e que o acordo gera efeitos jurídicos com a sua celebração. Ele destacou, contudo, que os sindicatos precisam ser comunicados dos acordos e poderão deflagrar negociação coletiva. Nesse caso, o empregado poderá aderir a esse acordo coletivo posteriormente. Se o sindicato consultado não se manifestar em até dez dias, a negociação individual seguirá valendo.

A decisão do ministro Lewandowski é liminar (provisória) e ainda precisará ser analisada de forma definitiva pelos demais ministros do STF em julgamento marcado para a próxima quinta-feira.

Algumas regras

- Redução de jornada e salário: A medida tem validade máxima de três meses; nos acordos individuais, porcentuais serão fixos em 25%, 50% ou 70%, com compensação do governo em igual porcentual sobre seguro-desemprego a que trabalhador teria direito; nos coletivos, porcentual de redução é flexível, mas compensação é fixa, de acordo faixas.

- Suspensão de contrato: A medida vale no máximo dois meses; por acordo coletivo, pode ser estendida a todos os funcionários; contrato é interrompido temporariamente, e trabalhador não pode trabalhar.

- Estabilidade temporária: Empregados que firmarem os acordos para redução de jornada e salário ou suspensão de contrato terão estabilidade temporária, ou seja, não podem ser demitidos pelo mesmo período de duração da medida extraordinária.

- Outras: Trabalhador não pode acumular compensação emergencial paga pelo governo com aposentadoria ou BPC, mas pode acumular com pensão e auxílio-acidente; compensações pagas pela empresa como incentivo à adesão aos acordos não terão natureza salarial e serão isentas de IRPF e contribuição previdenciária. Também serão descontadas da base de cálculo de tributos pagos por empresas e do FGTS.

Por volta do meio-dia, os ônibus voltaram a circular no Grande Recife após a paralisação dos rodoviários desta quinta-feira (5). A categoria parou temporariamente as atividades em luta contra a demissão dos cobradores e a implementação da dupla função dos motoristas.

Por volta das 8h30, os coletivos pararam nas ruas do Centro do Recife e os passageiros precisaram seguir seus destinos a pé. Este é o quinto ato desde novembro.

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O presidente eleito do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco Aldo Lima garante que ocorrerão novas paralisações até o fim do ano, caso as demandas da categoria não sejam atendidas.

Porto De Galinhas foi o local escolhido para sediar a V Jornada Pernambucana de Urologia e a I Jornada Pernambucana de Uro-Oncologia. O evento acontece entre os dias 1 e 2 de novembro

"Neste ano, decidimos unir a Jornada Pernambucana de Urologia com a Jornada Pernambucana de Uro-Oncologia, que terá sua primeira edição. É um momento muito importante para os profissionais trocarem ideias, experiências e aprenderem uns com os outros", afirma Roberto Lucena, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia Seccional Pernambuco.

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O evento conta com palestras já confirmadas dos médicos urologistas Rafael Coelho, Gustavo Carvalhal, Alberto Azoubel, Cássio Riccetto e Marcelo Wroclawski, que vêm de outros estados para somar nas discussões. "Procuramos montar uma grade de palestras bastante diversificada, trazendo nomes de grande porte nas novas tendências e descobertas da área no Brasil", complementa Lucena.

As Jornadas contam com organização da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica Regional Nordeste e da Sociedade Brasileira de Urologia Seccional Pernambuco. Os médicos que desejarem participar, podem fazer sua inscrição através do número (081) 98118-4883.


*Da assessoria

A UNAMA – Universidade da Amazônia promove nos dias 9 e 10 de agosto, em Belém, a I Jornada de Odontologia da Unama (Jounama). O evento recebe pesquisadores regionais e nacionais e visa atualizar os conhecimentos acadêmicos em cirurgias, radiologia, endodontia, entre outros assuntos. A programação ocorrerá nos auditórios David Mufarrej e D200, da UNAMA Alcindo Cacela, nos horários de 8 às 18 horas.

A jornada tem como tema central as “Novas Tecnologias Digitais na Odontologia Integrada”. A proposta é integrar o saber acadêmico e profissional em várias áreas de especialidade. 

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A programação conta com convidados de destaque nacional e regional. Entre eles, o cirurgião-dentista Christian Recchioni, do Amazonas, o odontopediatra Marcos Ximenes, de Santa Catarina, o cirurgião especializando em Ortodontia Renan Cavalcante, do Rio de Janeiro, além das docentes Andréia Araújo e da paraense Marcela Canto.

Para o coordenador do curso de odontologia da UNAMA, Theodorico Nunes, o evento é uma oportunidade de promover ainda o networking. “Nós vamos trazer as novidades e os tratamentos de vanguarda nas mais diversas especialidades odontológicas. Sabemos que a Odontologia caminha e evolui muito rapidamente. Por isso, precisamos manter o público sempre atualizado com a realização de eventos desta magnitude, principalmente com o contato direto desses profissionais”, ressaltou o gestor.

As vagas são limitadas. Informações sobre inscrições podem ser encaminhas para o e-mail odontologia.alcindo@unama.br

Por Rayanne Bulhões/Ascom Unama.

A ONG Samaritanos finaliza a Jornada Mundial dos Pobres, semana de eventos promovida pela Arquidiocese de Recife e Olinda, com um mutirão de atendimentos médicos e odontológicos para a população de rua, às 8h deste sábado (24). Batizada de “Ventura”, a iniciativa acontece pela sexta vez e, este ano, contará ainda com atividades de lazer e apresentações culturais, dentre as quais está a apresentação do cantor DiAraujo.

Com apoio de voluntários e entidades públicas e privadas, a ONG oferecerá um ônibus de atendimentos ao público, contando com a Defensoria Pública e a Secretaria de Direitos Humanos do Estado para emitir a segunda via de certidões de nascimento. Haverá também um café da manhã, ofertado pelo grupo Pão Nosso de Cada Noite, além do Banho do Bem, projeto da ONG Recife do Bem, que trabalha com banheiros móveis.

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Com o Círio se aproximando e para aumentar o estoque de sangue da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), as Forças Armadas (Marinha, Exercito e Aeronáutica) se mobilizaram na “I Jornada de Doação de Sangue das Forças Armadas”. Na ação, que começou no dia 1º deste mês e seguiu até quinta-feira (4), 600 militares voluntariamente doaram sangue.

“Com essa ação vamos suprir a demanda do Hemopa para um eventual atendimento na época do Círio. É uma ação de solidariedade que as Forças Armadas fazem nesse momento em prol da sociedade paraense”, disse o capitão Mar e Guerra Médico Kleberval Farias, diretor do Hospital Naval. Essa é a primeira ação em conjunto, mas cada Força realiza doações no decorrer do ano. “Devido à parceria e ao apoio mútuo das três Forças, provavelmente ano que vem deverá ser repetido. O Hemopa sempre nos solicita doações e nós, com todo prazer, fazemos essa doação”, disse Farias.

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Para o capitão, a expectativa foi alcançada e a causa foi abraçada pelos militares. “Todas as três Forças, de forma voluntária, compareceram na ação. No primeiro dia as poltronas estavam cheias de militares tanto da Marinha, quanto do Exército e da Aeronáutica. Estavam também os três comandantes. Então é perfeitamente positiva a ação”, disse o capitão.

Segundo o Hemopa, no mês de setembro, havia apenas 70% de sua capacidade em estoque. Entre as situações mais críticas está a insuficiência de bolsas de sangue dos tipos A, O e B Negativo. Para Juciara Farias, gerente de captação de doadores de sangue e medula óssea do Hemopa, este mês de outubro é difícil para o atendimento das bolsas de sangue, para os pacientes dos hospitais, porque é o período de Círio, feriado e eleições e isso dificulta o acesso desses doadores até a instituição. 

De acordo com Juciara, essa iniciativa vai servir de exemplo para várias outras instituições, no sentido de configurar de fato o estímulo do voluntariado em prol da causa da saúde pública. “Nos aproveitamos para agradecer a iniciativa e a todos os militares que aqui na Fundação Hemopa estiveram, aos comandos que levantaram essa bandeira da promoção social da doação de sangue dentro dos seus quartéis e tiveram a determinação de contribuir com a saúde pública dentro do Estado do Pará”, concluiu.

 O Hemopa atende mais de 200 hospitais da rede pública e privada no Pará. Para a doação de sangue, é necessário ter entre 16 e 69 anos, os menores de idade precisam estar acompanhados pelo responsável. Também é preciso que os doadores tenham mais de 50 kg, estejam bem de saúde e portem documento de identificação oficial, original e com foto. Homens podem doar com intervalo de dois meses e mulheres, a cada três meses.

 Postos de doação

 Sede do Hemopa com atendimento de segunda a sexta-feira de 7h30 as 18h e aos sábados de 7h30 as 17h.

Estação de Coleta Castanheira de segunda a sexta-feira de 7h30 as 18h e aos sábados de 7h30 as 17h.

Estação de Coleta Pátio Belém de segunda a sexta-feira de 10h as 17h.

Estação Cidadania de Icoaraci sempre na última semana de cada mês, de segunda a sexta-feira.

 Por Rosiane Rodrigues.

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O Ministério Público do Trabalho de Brasília determinou que a Azul Linhas Aéreas Brasileiras pague R$ 65,8 milhões de multa devido a 632.200 processos por dano moral coletivo devido a irregularidades trabalhistas cometidas num período de um ano que foram encontradas pela investigação do ministério. Também haverá a cobrança de R$ 5 mil para cada nova irregularidade flagrada. Ao todo, 6.646 empregados foram afetados.

De acordo com a decisão do procurador José Pedro dos Reis, a empresa não respeitava a jornada de trabalho dos seus empregados, chegando nos casos mais graves a registrar cargas horárias de quase 30 horas de trabalho com apenas uma hora de descanso. 

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A média mensal é de 6 mil ocorrências de horas extras irregulares, o que significa 200 empregados trabalhando pelo menos mais de duas horas além de sua jornada normal, diariamente. 

A Azul também feriu a lei trabalhista no que diz respeito à concessão de intervalos entre as jornadas de trabalho, chegando a registrar casos em que o empregado encerrava a jornada à meia-noite e iniciava outro dia de trabalho à 00h01, quando a legislação determina 11 horas de descanso mínimo entre jornadas. 

Os intervalos para refeição também registraram irregularidades, desde trabalhadores que tinham intervalos mínimos até outros que tinham um período muito longo, por exemplo saindo às 15h40 e retornando ao trabalho às 21h30.  

A empresa também deixou de conceder 2.221 vezes o descanso semanal remunerado, além de não respeitar o repouso no terceiro domingo consecutivo para homens e no segundo domingo consecutivo para mulheres.

Segundo o procurador do caso, “A Azul deixa de utilizar-se dos mecanismos legais existentes para suprir o excesso de demanda, preferindo sobrecarregar os trabalhadores e posteriormente arcar com sanções administrativas impostas pela fiscalização, que por seu reduzido valor, já não exercem a função pedagógica necessária”.

*Com informações do MPT

De acordo com a ONU Mulheres Brasil, os espaços de grupos de apoio e organização sindical, apesar de significarem um importante centro de luta e empoderamento feminino pela dignidade trabalhista e econômica, ainda é, por vezes, inacessível a algumas mulheres. A falta de tempo e estrutura causadas pelo machismo, além da tripla jornada de trabalho das mulheres economicamente ativas, as afastam desses espaços de militância e reivindicação de direitos sociais no trabalho. 

O LeiaJa.com buscou histórias inspiradoras de mulheres pernambucanas que conseguiram passar por todas essas barreiras sociais impostas pelo gênero e não somente participam dos sindicatos de suas categorias de trabalho, como chegaram a postos de liderança como coordenação geral e presidência, ganhando reconhecimento e respeito. 

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“Não esperavam que uma mulher fizesse tanta transformação”

Dulcilene Morais é presidenta do Marreta (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada de Pernambuco) e afirma que o machismo está presente no movimento sindical primeiramente por estar entranhado na sociedade brasileira: “O movimento sindical como a sociedade é machista, porque o machismo é cultural na questão do patriarcado, que prega que mulher tem que ficar em casa lavando prato e limpando menino”, opina Dulcilene. 

De acordo com ela, por volta de 1988, teve início a luta pela presença feminina no sindicato, que a levou ao pioneirismo como mulher ocupando a presidência. “Quando entrei no movimento sindical, começou o movimento da CUT para colocar as mulheres nas direções dos sindicatos, mas não esperavam que uma mulher fizesse tanta transformação. Implementamos café e almoço na obra, políticas de segurança nas construtoras que tratavam os trabalhadores como algo descartável e nós forçamos a aplicar normas a partir da patrulha sindical nas obras. Também implantamos sala de aula em obras a primeira do país. Foi uma série de questões que mostramos que se o trabalhador tem direito e as oligarquias perseguem nosso sindicato, pois não aceitamos ser tratados como resto de material da obra, temos que ser tratados com respeito”, conta a sindicalista. Outra conquista do Marreta diz respeito à equiparação salarial e equidade de gênero nos quadros profissionais das empresas de construção. Segundo Dulcineide, foi preciso recorrer ao Ministério Público para garantir que as engenheiras ganhassem os mesmos salários que os engenheiros homens.

Sobre questões como dupla jornada e necessidades estruturais que permitam às mulheres uma atuação forte nos sindicatos, Dulcineide afirma que patrões e maridos são barreiras muito presentes. “Elas têm o tabu em casa que às vezes o marido não quer deixar, às vezes a empresa não quer liberar a mulher, mas a gente garantiu que elas poderão participar nas mesas de comissão em igualdade de direitos em relação aos homens. Os sindicatos têm que ter estrutura de creche, por exemplo, para a mulher ficar tranquila tendo onde deixar seu filho para poder vir para a luta com mais vontade. Elas vêm até com mais vontade que os homens na minha avaliação, tomam consciência de que têm que lutar pelos seus direitos", diz. 

O setor da construção é, geralmente, visto como um segmento de trabalho para homens. Quando perguntada sobre como é presidir um sindicato desse ramo sendo mulher, Dulcineide afirma que o machismo é forte sim, mas que não é só em sua área de atuação que ele existe: “Temos outras mulheres em sindicatos de construção civil, mas o machismo também está presente em categorias tipicamente femininas que são presididos por homens e não mulheres, isso é um reflexo da realidade social”, finaliza a presidente do Marreta.

Pauta de luta trabalhista 

A Coordenadora Geral do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), Simone Fontana, afirma que a diretoria de seu sindicato tem maioria feminina como reflexo da categoria do ensino que é, em maioria, composta por mulheres. No entanto, ela reconhece as dificuldades que as mulheres enfrentam nos sindicatos.

“As dificuldades são muitas, pois mulheres têm trabalhos de cuidado com família, filhos, idosos”, explica Simone. Para ela, garantir que as mulheres estejam inseridas no contexto sindical deve ser uma pauta de luta trabalhista e é preciso que os próprios sindicatos tenham uma estrutura de acolhimento para possibilitar essa participação: “A atuação sindical é difícil para mulheres se a estrutura do sindicato não tem essa visão e não garante esse suporte. Nós somos importantes e não devemos ficar restritas nem na hora da luta e nem na organização familiar, pois os ataques atingem as mulheres, como reforma da previdência, restrição de pensões, aposentadoria especial e PEC dos gastos públicos", opina a integrante do Simpere. 

“Me disseram que sindicalista não tinha direito a licença maternidade” 

Suzineide Rodrigues é a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, mas enfrentou diversas dificuldades até chegar a este posto. “Quando entrei no sindicato em 1991 senti na pele o que é ser mulher com filho pequeno num sindicato em que sua jornada não tem horário. Nenhuma outra mulher lá era mãe e quando precisei tirar licença, me disseram que sindicalista não tira licença maternidade”. Segundo ela, a situação só mudou quando outra sindicalista se tornou mãe e foi iniciado o debate para fazer valer a lei que confere às mulheres o direito de cuidar de seus filhos recém-nascidos.

Suzineide diz que foi difícil conseguir introduzir a pauta de discussão feminista dentro do sindicato e enfrentou muita resistência. "Em nossa trajetória houve muita luta para conseguir visibilidade e para ter uma mulher presidenta. Só com 79 anos de sindicato a gente conseguiu ter a primeira, teve um racha na diretoria e a presidenta venceu por dois votos de diferença apenas”. De acordo com Suzineide, o enfrentamento trouxe bons frutos para as bancárias. “Conseguimos auxílio creche em convenção coletiva, as mães bancárias recebem um valor para ajudar a pagar. No sindicato a gente flexibiliza o horário, paga hora extra de babá, bota creche quando tem curso, para ajudar pessoas que têm filhos. A gente também desbravou o debate sobre violência contra a mulher e sobre paridade”.

Até sua consolidação como presidente do Sindicato, Suzineide enfrentou resistências. “A ideia de ter mulheres vai bem na base, mas é difícil para nós subirmos aos postos de poder. Quando estamos nesse cargo, os homens não são tão diretamente machistas de dizer que não temos competência, mas se a gente não mostrar muito pulso de liderança no trabalho em equipe, dificulta", complementa. 

A primeira Vara do Trabalho de Araraquara sentenciou a Caixa Econômica Federal a pagar uma multa de R$ 4 milhões ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) por ter descumprido um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) celebrado com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Além disso, também foi determinado que o banco corrija o sistema eletrônico de jornada de trabalho, o SIPON, ou instale um novo sistema que seja à prova de fraudes em 180 dias. Em caso de descumprimento, a Caixa será multada em R$ 50 mil por dia até o cumprimento da decisão judicial.

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A decisão é válida para todas as agências da 15ª Região, que abrange 599 municípios do interior de São Paulo. 

O processo teve início quando foi constatado que as anotações de horários no sistema SIPON não são fidedignas há muitos anos, contendo fraudes como supressão de horas trabalhadas, funcionários trabalhando durante o período de férias ou falta de anotação de jornada de trabalho.

Auditoria 

Após receber as denúncias em 2013, o MPT intimou o banco a comprovar o cumprimento da norma que regulamenta o registro de jornadas eletronicamente e foi descoberta a existência de um relatório de auditoria interna realizada pela própria Caixa em 2012. 

Irregularidades e fraudes 

De acordo com os resultados da auditoria interna, havia períodos do ano em que até 70% da jornada era adulterada sem o registro de horas extras e, de acordo com o relatório do MPT, a irregularidade atinge 45% dos empregados casos em que a jornada extrapola as 12 horas, mesmo o funcionário estando enquadrado em regime de 6 horas diárias. 

“Surpreendentemente, a nova auditoria confirmou a persistência dos vícios. Esperávamos que, após o pagamento da multa, o banco se esforçaria para corrigir os problemas por ele próprio reconhecidos, mas isso não aconteceu”, afirma o procurador Rafael de Araújo Gomes.

Acordo 

No ano de 2015 o MPT e a Caixa Econômica Federal celebraram um acordo de conciliação parcial extrajudicial para regularizar a situação dos trabalhadores. Na época o banco pagou R$ 500 mil em multa a cinco entidades beneficentes de Araraquara e se comprometeu a não reincidir na irregularidade. No entanto o acordo foi descumprido, dando motivos para que a execução fosse continuada, gerando esta multa de R$ 3,9 milhões. 

“O sistema utilizado pela empresa é simplesmente falho e não proporciona qualquer garantia de registro fidedigno de jornada. O interesse da Caixa está bem claro: extrair mais trabalho sem remunerar proporcionalmente os empregados”, finaliza Gomes. 

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A Universidade de São Paulo (USP) vai propor um novo Plano de Incentivo de Demissão Voluntária (PDIV) e um Programa de Incentivo à Redução de Jornada (PIRJ) aos servidores técnico-administrativos. A instituição já havia informado que vive um agravamento da crise financeira e precisaria adotar novas medidas de contenção de gastos, pois estima encerrar 2016 com um déficit de R$ 868 milhões, 60% a mais do que o previsto inicialmente, como revelou o Estado.

As duas propostas serão levadas ao Conselho Universitário na próxima terça-feira. De acordo com a proposta da reitoria, os programas são mais uma medida de ajuste financeiro para a "principal dificuldade" da instituição, que é equacionar o gasto com servidores ao orçamento. No primeiro semestre, a folha de pagamentos da USP consumiu 105,7% dos recursos repassados pelo Estado. "A adoção de medidas de contenção de despesas é necessária para preservar o futuro próximo da universidade, que vem apresentando sucessivos déficits orçamentários há alguns anos, o que tem ocasionado rápida diminuição de suas reservas financeiras", justifica a reitoria.

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Para fechar as contas, a USP vem usando reservas bancárias desde junho de 2012 e viu o saldo de sua poupança despencar de R$ 3,61 bilhões para R$ 1,3 bilhão, no fim do ano passado. Nos próximos três anos, os cofres da universidade vão praticamente zerar. O plano orçamentário plurianual revisado prevê apenas R$ 2 milhões na conta da USP no fim de 2018.

Recursos

A reitoria prevê usar os recursos remanescentes do primeiro PDIV, feito em 2014, que teve a adesão de 1.433 servidores. A previsão é de gastar R$ 118,3 milhões - o suficiente para a inscrição de cerca de 600 funcionários.

O primeiro PDIV foi duramente criticado e alvo de protestos de alunos, funcionários e professores, que afirmam que o plano contribuiu para o sucateamento da instituição. Entre os reflexos apontados estão a suspensão de novas matrículas nas cinco creches da universidade e o fechamento de 21% dos leitos do Hospital Universitário (HU), que levou à consequente queda de 30% nos atendimentos e de 25% nos procedimentos cirúrgicos. Os problemas aconteceram por causa da saída de mais funcionários dessas unidades do que o previsto.

Para evitar um aprofundamento na crise do hospital, a reitoria já definiu que o novo PDIV não poderá ser utilizado por médicos e profissionais de enfermagem. A proposta de redução de jornada também exclui os servidores ligados aos serviços de saúde.

A reitoria defende que, não fosse o primeiro programa, a situação da instituição atualmente seria pior e os gastos com a folha de pagamento ultrapassariam 109% dos recursos recebidos. O primeiro plano teve gasto de R$ 281 milhões e, segundo a reitoria, resultou em economia de R$ 250 milhões até o mês passado. "Desta forma, a abertura de um novo PDIV é uma das medidas que mais impacto podem trazer para a viabilização da universidade no futuro próximo", diz a proposta da reitoria.

Jornada e greve

Já o PIRJ propõe aos servidores técnico-administrativos que optem por reduzir sua jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, com redução proporcional nos salários. Para incentivar a adesão ao programa, a cada seis meses o participante receberá um abono, no valor de um terço do salário atual. A distribuição das horas ficará a critério da chefia imediata do servidor. A reitoria não informou quanto pretende economizar com a implementação dessa proposta. "A adoção do programa em questão permite a redução de gastos ao mesmo tempo em que traz vantagens para os servidores." A universidade vai permitir que participem do programa até 20% dos funcionários de cada unidade.

O Estado tentou contato com o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), na noite de sexta-feira, mas ninguém foi localizado. Os servidores técnico-administrativos estão em greve desde 12 de maio. Na contramão da proposta da reitoria, eles querem contratação de funcionários, são contrários ao fechamento de vagas nas creches e querem reajuste salarial de 12,34%. Reunião de conciliação na Justiça nesta semana terminou sem acordo.

Segundo a reitoria, a crise se agravou em razão do menor repasse do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo Estado, que teve a maior queda de arrecadação dos últimos 13 anos no primeiro quadrimestre deste ano. As universidades públicas paulistas recebem 9,57% do total do imposto recolhido - e a USP tem a maior cota do tributo, de 5,03%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A área técnica do governo fechou a proposta do programa de redução da jornada de trabalho e de salários, que deve sair até o fim deste mês como medida para controlar o aumento do desemprego na indústria. Pelo desenho proposto, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, a jornada seria reduzida em 30%, mesmo porcentual que as empresas cortariam do salário. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), porém, pagaria 15% do salário para o empregado.

Para os empregadores, a redução nos custos seria da ordem de 30%. Para os trabalhadores, o salário seria cortado em 15% porque contariam com o complemento do FAT, fundo responsável pelos pagamentos do seguro-desemprego e do abono salarial.

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A proposta, batizada de Plano de Proteção ao Emprego (PPE), é vista com simpatia pelo Planalto e, principalmente, pela equipe econômica. As discussões foram comandadas pela Casa Civil, com apoio técnico do Ministério do Trabalho. Defensores da proposta consideram essencial colocá-la em prática para impedir o aumento do desemprego - a taxa de abril foi a maior em quatro anos.

Grandes empresas ainda fazem lobby para que o governo aumente o porcentual de redução da jornada e, consequentemente, do salário em até 50% (o FAT teria de bancar 25%).

Alemanha

O início do debate se deu há três anos, quando o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fez a proposta. Um grupo formado por representantes do governo, de sindicalistas e de patrões foi à Alemanha para se informar.

Na Alemanha, boa parte da indústria e dos sindicatos concorda em reduzir a jornada de trabalho e os salários, em caráter excepcional e com prazo de validade, para permitir que a economia atravesse a crise sem falências ou demissões. O instrumento foi muito usado para combater os efeitos da crise econômica de 2008, mas já tinha sido usado nos anos 60 e 80.

A redução da jornada e do salário precisa ser aprovada em assembleias com os sindicatos para ser implementada. É o que diz a Constituição, que impede a redução de direitos trabalhistas, a não ser por acordos desse tipo. Ficou decidido que o limite por trabalhador para a contrapartida do FAT será de R$ 1.385,91 (parcela máxima que o fundo paga de seguro-desemprego). Na outra ponta, a redução não pode fazer com que o empregado ganhe menos que um salário mínimo (R$ 788).

Trabalhadores afastados

Há um consenso entre patrões, empregados e governo sobre a importância da medida para conter o aumento das demissões, principalmente na indústria automotiva. Atualmente, cerca de 25 mil trabalhadores estão afastados por lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), férias coletivas ou licenças remuneradas, como consequência da queda na produção de veículos. A indústria automobilística é responsável pela geração de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos.

No lay-off, o contrato de trabalho é suspenso por cinco meses, que podem ser prorrogados. O empregado recebe o seguro-desemprego por cinco meses. No PPE, como o trabalhador continua empregado, há continuidade na arrecadação de contribuições trabalhistas e previdenciárias e impostos, que são pagos pelas empresas e pelos trabalhadores.

Para o governo, é mais vantajoso completar uma parte dos salários dos trabalhadores e continuar arrecadando impostos do que aumentar os gastos com o seguro-desemprego.

Pressão no Congresso

A flexibilização das leis trabalhistas deve ser proposta por meio de Medida Provisória (MP), que teria efeito imediato. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirma que as montadoras e os sindicatos vão pressionar o Congresso para que a MP seja aprovada e a mudança passe a valer definitivamente.

"É um programa preventivo para evitar o desemprego, que fere a dignidade do trabalhador", diz Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT. "Deve ser uma espécie de socorro dos bombeiros, usado para apagar incêndios. Servir apenas para momentos como o de agora: a indústria está pegando fogo." A confederação reúne 85 sindicatos em todo o País. Os sindicatos representam quase 1 milhão de trabalhadores.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, apoia a medida, embora tenha sugerido que a complementação do salário tenha como origem os recursos do adicional de 10% da multa do FGTS, pago pelas empresas em demissões sem justa causa. De acordo com ele, os cerca de R$ 3 bilhões arrecadados por ano poderiam ser usados para constituir esse fundo que seria acionado em momentos de crise sistêmica.

Ricardo Patah, presidente da UGT, diz que a terceira maior central sindical do País considera a proposta pertinente para evitar que demissões em massa da indústria automobilística causem impacto ao comércio e aos serviços - atividades de 70% dos sindicatos filiados à central. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Igreja Católica, sob a liderança do Papa Francisco, realizará no domingo sua primeira Jornada Internacional de Reflexão e Oração contra o Tráfico de Seres Humanos, especialmente de meninas, anunciou nesta terça-feira o Vaticano.

De acordo com dados da ONU, 21 milhões de pessoas, a maioria jovens, são vítimas de diversas formas de tráfico, exploração sexual, trabalho forçado, tráfico ilegal de órgãos, servidão doméstica, casamentos forçados, adoções ilegais...

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"A situação geral de violência e injustiça afeta muitas pessoas que não têm voz e são escravas", resumiu as Uniões Internacionais de Religiosos e Religiosas (UISG e USG), organizadores da Jornada

Os 1,2 bilhão de católicos são chamados a participar neste dia, por ocasião da festa de Josefina Bakhita, uma ex-escrava sudanesa que se tornou freira e que foi canonizada em 2000.

A luta contra a escravidão moderna é uma prioridade do Papa argentino. Ele tratou deste tema em sua mensagem internacional para a paz em 2015, considerando que a violência e a guerra também nascem do tráfico.

No ano passado, ele reuniu no Vaticano líderes de diferentes religiões para fortalecer a cooperação sobre o assunto, e promoveu um simpósio entre os líderes da Igreja e da polícia, com o apoio da Interpol.

Em todo o mundo, milhares de religiosas têm se engajado na luta contra diferentes formas de tráfico, em especial para tirar meninas e jovens mulheres da prostituição, com a abertura de centros de acolhimento e reabilitação.

Durante a apresentação da Jornada Internacional, a irmã Gabriella Bottani, coordenadora da rede católica contra a prostituição Talitha Kum, testemunhou seu trabalho na recepção de imigrantes ilegais que desembarcam na Sicília.

"O número de meninas nas rua têm aumentado e elas são cada vez mais jovens. Elas não pedem ajuda, vivem com medo e vergonha em silêncio, um silêncio ensurdecedor", denunciou.

"Precisamos conscientizar as jovens sobre os perigos de grupos que as levam a acreditar que vão encontrar trabalho e riqueza", observou a irmã Carmen Sammut, presidente da União Internacional das Ordens Religiosas Femininas (IUGS).

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