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O governo de Hong Kong enfrentou uma onda de indignação nesta quarta-feira (19) pela decisão de sacrificar pequenos animais de estimação.

Quase 2.000 hamsters e outros pequenos mamíferos, incluindo chinchilas, coelhos e porquinhos-da-índia, serão sacrificados como "precaução", anunciou na terça-feira o governo, que também proibiu a importação dos animais.

O governo decretou a medida após detectar casos de Covid-19 em uma loja da cidade.

Na tarde de terça-feira, vários funcionários vestidos com roupas de proteção saíram da loja afetada com sacolas vermelhas e uma etiqueta de aviso de "risco biológico".

Os defensores dos animais foram rápidos em responder e lançaram uma petição na Change.org que em menos de um dia somou 23.000 assinaturas.

A Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (SPCA) denunciou a decisão do governo.

"A SPCA está chocada e preocupada com o recente anúncio sobre o tratamento de mais de 2.000 animais", disse a organização em mensagem enviada à AFP.

“Pedimos aos donos de animais que não entrem em pânico e não abandonem seus animais”, acrescentou.

Um grupo do Facebook para defensores de hamsters disse que recebeu mais de 20 pedidos de informações de donos perguntando se deveriam desistir de seus animais.

A portaria aconselha quem comprou um animal depois de 22 de dezembro a abandoná-lo.

Os hamsters que testaram positivo para Covid-19 provavelmente foram importados da Holanda, segundo as autoridades.

“Internacionalmente, não há evidências de que animais de estimação transmitam o coronavírus para humanos, mas (...) tomaremos medidas de precaução contra qualquer vetor de transmissão”, explicou Sophia Chan, secretária de saúde em entrevista coletiva.

Hong Kong mantém uma estratégia “zero covid” que se baseia em restrições draconianas à entrada no seu território, monitorização e lançamento de testes massivos para detecção de casos.

Esta estratégia permitiu manter um nível de infeções muito baixo, mas deixou este centro financeiro em grande parte isolado do resto do mundo.

- "Ninguém vai me tirar meu hamster" -

“Ninguém vai me tirar meu hamster para sacrificá-lo”, disse uma mulher não identificada que comprou seu animal em 1º de janeiro, ao jornal local The Standard nesta quarta-feira.

A dona do animal questionou a decisão do governo e lembrou que várias dezenas de funcionários de alto escalão ficaram em quarentena no início de janeiro por terem participado de uma festa de aniversário na qual duas pessoas testaram positivo para Covid-19.

“Se todas as pessoas que compareceram à festa de aniversário forem mortas, entregarei meu hamster ao governo”, disse a mulher, perguntando-se se os infectados pelo coronavírus e seus parentes também serão mortos.

As redes sociais retomaram o debate e a oposição questionou se cães e gatos com teste positivo também serão afetados pela medida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), questionada sobre o tema dos hamsters, declarou que algumas espécies de animais podem ser infectadas pela covid e transmiti-la aos humanos.

"O risco é baixo, mas estamos de olho continuamente", disse Maria Van Kerkhove, da OMS.

Hong Kong vai sacrificar centenas de hamsters depois que alguns deram positivo ao coronavírus, em um momento em que a cidade se empenha em manter sua estratégia de "zero covid", anunciaram as autoridades nesta terça-feira (18).

A decisão de sacrificar cerca de 2 mil hamsters e outros animais pequenos foi tomada depois que as autoridades de saúde detectaram alguns casos de covid-19 em uma loja de animais de Hong Kong.

A secretária da Saúde, Sophia Chan, disse que com isso pretendem preservar a saúde pública depois que um funcionário da loja e um cliente deram positivo depois de entrarem em contato com os hamsters. O funcionário foi infectado com a variante delta, muito rara em Hong Kong.

A cidade tem seguido rigidamente a política chinesa de "zero covid", com a qual tiveram poucos casos de coronavírus. Por outro lado, o centro financeiro foi isolado do resto do mundo nos últimos dois anos.

"Internacionalmente não há evidências de que os animais transmitam o coronavírus aos humanos, mas tomaremos medidas de precaução contra qualquer vetor de transmissão", explicou Chan em entrevista coletiva.

Inicialmente foram detectadas 11 amostras positivas entre os hamsters à venda na loja Little Boss, no distrito comercial de Causway Bay. As autoridades acreditam que os animais foram importados da Holanda e pediram a aqueles que compraram um hamster depois de 22 de dezembro que entreguem-no para ser sacrificado.

Cerca de mil animais da Little Boss serão sacrificados, enquanto a equipe e clientes foram submetidos a testes. Outros mil hamsters de várias outras lojas de Hong Kong também serão sacrificados. Little Boss e outras lojas de animais deverão permanecer fechadas, enquanto a importação de mamíferos pequenos foi suspensa, segundo as autoridades.

Hong Kong vai definir novos crimes de segurança nacional - anunciou a chefe do Executivo local, Carrie Lam, ao presidir a primeira sessão da nova legislatura, formada por "apenas patriotas" e sem oposição.

Carrie Lam disse que uma nova legislação reforçará a atual lei de segurança nacional imposta a Hong Kong pela China, que transformou o centro financeiro internacional e deu poder às forças de segurança para reprimir a dissidência.

A atual lei de segurança nacional pune quatro crimes: secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

A chefe do governo local confirmou que seu governo apresentará uma "legislação local", em conformidade com o artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong, uma espécie de constituição implementada em 1997 após a devolução da ex-colônia britânica à China. Neste texto, a cidade é orientada a formular suas próprias leis de segurança.

Lam não detalhou o que será incluído, mas o artigo 23 detalha os crimes de traição, secessão, sedição, subversão e roubo de segredos de Estado.

Também contempla proibir organizações políticas estrangeiras de fazerem atividades em Hong Kong, ou que organizações políticas locais tenham vínculos com entidades estrangeiras.

Um cruzeiro "para lugar nenhum" que partiu de Hong Kong foi obrigado a voltar para o porto, nesta quarta-feira (5), para aplicar testes em seus 3.700 passageiros, depois que nove foram detectados como contatos de um surto da variante Ômicron do coronavírus.

A cidade, que, assim como a China, impõe quarentenas restritivas aos viajantes para evitar a entrada do vírus, enfrenta um pequeno surto comunitário ligado a um funcionário de uma companhia aérea.

Estas infecções locais levaram a uma avalanche de testes em massa e ao rastreamento dos possíveis contatos das pessoas infectadas.

Segundo as autoridades sanitárias, nove desses contatos estão no navio "Spectrum of the Seas". A embarcação zarpou no domingo (2) para um cruzeiro por águas internacionais, uma prática iniciada em Hong Kong durante a pandemia para permitir que seus residentes viajem sem precisar cumprir quarentena ao voltar.

O governo determinou o retorno do cruzeiro ao porto um dia antes para aplicar testes de diagnóstico de covid-19 em seus 2.500 passageiros e 1.200 tripulantes. Todos terão de apresentar resultado negativo para desembarcar.

Os jornalistas do site de informação CitizenNews de Hong Kong denunciaram, nesta segunda-feira (3), a deterioração da liberdade de imprensa no território, horas depois do anúncio do encerramento de suas atividades, por temores ligados à segurança de seus funcionários.

Página de informação financiada por seus usuários e fundada em 2017 por um grupo de jornalistas, o CitizenNews é uma das fontes de informação mais populares de Hong Kong, com mais de 800.000 seguidores nas redes sociais.

Em 2021, chegou a contratar jornalistas de outros veículos, depois que as autoridades aumentaram o controle sobre a imprensa.

Na tarde de domingo, o CitizenNews anunciou "com enorme dor no coração" que colocará um ponto final em suas atividades nesta terça-feira (4) e que sua página na Internet será fechada "mais tarde".

"Infelizmente, não podemos seguir tentando transformar nossas convicções em realidade sem sentir medo, devido à mudança radical da sociedade nos últimos dois anos e da deterioração do ambiente midiático", escreveu o CitzenNews em nota.

Quatro dos cofundadores do CitizenNews são ex-presidentes da associação de jornalistas de Hong Kong.

A China aumentou seu controle sobre Hong Kong após as manifestações pró-democracia que sacudiram a ex-colônia britânica em 2019. Uma das maneiras de fazer isso foi reprimindo a imprensa local.

Na última quarta-feira (29), a polícia fez uma operação de busca e apreensão na redação do StandNews, um veículo similar ao CitizenNews, que anunciou seu fechamento horas depois. Sete de seus membros foram presos por "publicação sediciosa", no mais recente exemplo, até o momento, da repressão exercida no território pelas autoridades leais ao governo chinês.

Nesta segunda-feira, último dia de vida do CitizenNews, os jornalistas explicaram que sua decisão de fechar as portas foi motivada pela operação policial realizada na semana passada nos escritórios do Stand News.

Embora sua redação não tenha sido revistada pelas forças de segurança, Chris Yeung, cofundador do CitizenNews e ex-presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA), preferiu se antecipar, optando por seu fechamento.

"Fizemos o possível para não violar nenhuma lei, mas é difícil conhecer os contornos da aplicação da lei, e não nos sentimos mais seguros para trabalhar", disse Yeung.

"Os jornalistas também são seres humanos que têm família e amigos", acrescentou.

"Podemos trabalhar com 'notícias seguras'? Eu nem sei o que são 'informações seguras'", disse a editora-chefe Daisy Li, também ex-presidente da HKJA.

Graças à sua grande autonomia de Pequim, a ex-colônia britânica foi por muito tempo considerada um reduto da liberdade de imprensa na Ásia. Por esse motivo, vários meios de comunicação internacionais escolheram instalar suas sedes regionais neste território.

No próximo sábado (27) será celebrado o nascimento do ator e artista marcial Bruce Lee (1940-1973), que completaria 81 anos. Embora estivesse envolvido na indústria dos cinemas desde sua infância, foi apenas em 1971, com seus longas-metragens de artes marciais, que ele alcançou o sucesso.

Sua primeira produção “O Dragão Chinês” (1971), caiu no gosto do público e se tornou uma grande estreia da época. No ano seguinte, Lee emplacou outro sucesso, “A Fúria do Dragão”, que mostra o personagem em uma árdua jornada de vingança. Vale destacar, que o ainda jovem ator Jackie Chan fez uma breve ponta no filme, como um dos muitos lutadores marciais que apanharam para Lee.

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Ainda em 1972, foi lançado “O Voo do Dragão”, outro importante registro cinematográfico na carreira de Lee, que contou com a participação do ator Chuck Norris, em um combate de lendas que é lembrado até os dias de hoje.

Em 1973, saiu o “último” filme do artista marcial “Operação Dragão”, que foi feito em parceria com a Warner Bros. A produção estreou poucos dias após a morte de Lee, que até os dias de hoje é vista como um mistério. O laudo oficial do ator, conta que ele morreu devido a um edema cerebral, mas há quem afirma que ele foi envenenado.

Após a sua morte, diversas outras produções foram lançadas, que utilizavam dublês e aproveitavam cenas gravadas pelo ator ainda em vida, o maior exemplo disso foi “Jogo da Morte” (1978).

Curiosamente, a longa-metragem contava a história de um Bruce Lee ator, que com seus filmes chineses, conseguiu incomodar a poderosa Hollywood. Para se livrar da ameaça ao império, os grandes empresários precisavam trazer o ator para o lado deles. Como Lee recusou a proposta, os gigantes do cinema optaram por eliminá-lo.

“Jogo da Morte” aborda uma das muitas teorias, que visam investigar a morte misteriosa e prematura de Lee, há quem enxergue essa obra como um retrato real da vida do ator. Independente de seus bastidores, o filme marcou um dos figurinos mais icônicos do artista marcial, que é o clássico traje amarelo, utilizado mais tarde como referência em “Kill Bill”, do diretor Quentin Tarantino.

 O legado de Bruce Lee

O crítico de cinema Rafael Argemon explica que Lee conseguiu criar uma ponte entre o cinema de Hong Kong com o de Hollywood, além de fazer com a que cultura pop do oriente influenciasse a do ocidente.

O crítico lembra que o feito era totalmente inédito na década de 1970. “O sucesso estrondoso de ‘O Dragão Chinês’, ‘A Fúria do Dragão’ e ‘O Voo do Dragão’ em Hong Kong, abriu de vez as portas de Hollywood para Lee, que ao retornar aos Estados Unidos, filmou seu mais famoso e influente filme: ‘Operação Dragão’”, descreve Argemon.

Embora Lee tenha morrido ainda jovem, Argemon destaca que Lee causou um grande impacto na indústria cinematográfica americana. “O cinema de artes marciais influenciou até outros gêneros e subgêneros. A década de 1970 viveu uma verdadeira febre do kung-fu. E essa influência perdura até hoje. Quentin Tarantino que o diga”, ressalta.

De acordo com Argemon, mesmo quem nunca viu um filme de Bruce Lee, sabe quem é o ator. “Esse é o impacto de um ícone. Se você não é um fã de artes marciais ou mesmo da produção cinematográfica ligado às artes marciais, você provavelmente tem algum conhecimento de Bruce Lee como um artista marcial que, mesmo morrendo muito jovem, se tornou a própria imagem das artes marciais”, afirma.

Pagar para dormir em um ônibus? Em Hong Kong, essa é a aposta feita por uma nova empresa de ônibus turísticos que propõe viagens sem destino, uma oferta apresentada como solução para combater os problemas de insônia.

Em um domingo ensolarado, cerca de 70 passageiros - entre eles crianças animadas e aposentados com cabelos grisalhos - sobem em dois grandes ônibus de dois andares. Destino final: "lugar nenhum". O primeiro é um "ônibus silencioso", no qual as pessoas podem dormir; o outro, um ônibus clássico de turismo.

A viagem de 85 quilômetros começa em um bairro animado da cidade, antes de percorrer as rodovias costeiras e chegar ao aeroporto de Hong Kong, quase deserto desde o início da pandemia de coronavírus.

Enquanto alguns aproveitam a vista, outros colocam protetores de ouvido e máscaras nos olhos, mergulhando rapidamente nos braços de Morfeu por cinco horas - o tempo que dura a viagem de ônibus, que passa por vários pontos turísticos.

"Acredito que todo o mundo viveu a experiência de não conseguir dormir em casa, enquanto em um ônibus você pode dormir muito profundamente, porque balança e vibra", explica à AFP Ho Wai, um adepto recente desses ônibus silenciosos.

"Todos os habitantes de Hong Kong estão estressados com o trabalho, com os preços dos imóveis, com a vida, e agora não podemos viajar", lamenta, referindo-se às normas rigorosas de quarentena para combater a covid-19, que praticamente isolaram Hong Kong do restante do mundo.

"Com todo estresse acumulado, acredito que muitos moradores de Hong Kong não dormem bem", comenta.

- Sensação de viajar -

Outro passageiro, Matthew Chick, também decidiu se juntar à viagem com a esperança de resolver os problemas de sono das últimas semanas. Ele não consegue, porém, tirar os olhos da janela.

"O dia está muito lindo para dormir", afirma o jovem de 29 anos.

O preço das passagens oscila entre 99 e 399 HKD (entre US$ 12,73 e US$ 51,25). Os assentos do segundo andar são mais caros.

De acordo com o presidente e contratante da Ulu Travel, Frankie Chow, os trajetos escolhidos têm o menor número de semáforos possível para reduzir as paradas, que podem despertar os passageiros.

Para ele, o objetivo dessas viagens é duplo: que as pessoas que têm dificuldades para dormir possam tirar uma soneca e oferecer um momento de espairecimento aos habitantes de Hong Kong que desejam fazer um pouco de turismo, após 20 meses de fechamento das fronteiras.

A estratégia de "zero coronavírus" aplicada pelo governo permitiu manter a taxa de infecção em um nível baixo, mas isolou completamente este centro de negócios internacional.

"Costumava ir todos os meses ao aeroporto (para viajar)", conta um dos passageiros, que pediu para não ser identificado.

"Além de dormir, essa viagem nos dá a sensação de viajar", explica.

Os Gay Games de 2022 foram adiados por um ano - anunciaram os organizadores nesta quarta-feira (15), invocando, oficialmente, as restrições de viagens ligadas ao coronavírus em Hong Kong, cidade escolhida para sediar o evento.

Hong Kong continua a aplicar regras particularmente rígidas ligadas à Covid-19, impondo aos visitantes estrangeiros entre uma e três semanas de quarentena em um hotel. A medida mantém a cidade, em grande parte, isolada do restante do mundo.

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"O avanço imprevisível de variantes da covid e as correspondentes restrições de viagem continuam tornando difícil para os participantes do mundo inteiro fazer planos de viajar para Hong Kong", afirmou o copresidente dos Gay Games Hong Kong, Dennis Philipse, em um comunicado divulgado hoje.

Inspirados nos Jogos Olímpicos, os Gay Games acontecem a cada quatro anos e reúnem atletas LGBTQ e heterossexuais para promover uma mensagem de inclusão e igualdade de direitos.

Cerca de 12.000 participantes de mais de 100 países eram esperados para o evento, inicialmente previsto para acontecer em novembro de 2022.

Antes mesmo do anúncio de seu adiamento, os Gay Games se viram ameaçados tanto pelo coronavírus quanto pela turbulência política em Hong Kong, desde que a China decidiu adotar um tom mais autoritário em sua relação com este centro financeiro.

No mês passado, a AFP já havia noticiado que Taiwan não enviaria uma delegação aos Gay Games por medo de que os atletas fossem detidos no âmbito da nova lei de segurança nacional de Hong Kong.

Hong Kong vai definir uma série de novos crimes para fortalecer ainda mais a lei de segurança nacional, um texto imposto no ano passado por Pequim e que amordaçou qualquer dissidência na cidade, confirmou um alto funcionário nesta terça-feira (14).

O ex-chefe de polícia que se tornou ministro da Segurança, Chris Tang, disse que as autoridades começaram a trabalhar em uma nova legislação que definirá novos crimes contra a segurança nacional.

"Esperamos concluir essa reforma na próxima legislatura e consultaremos o povo", afirmou ao jornal pró-Pequim Ta Kung Pao em um artigo publicado na primeira página, mas sem fornecer um cronograma preciso.

Em uma entrevista ao Sing Tao Daily, outro veículo de comunicação pró-Pequim, Chris Tang declarou que as autoridades estavam analisando os processos na justiça por violação da segurança nacional para orientar seu pensamento.

"Não prestamos muita atenção às atividades de espionagem no passado e agora estamos considerando a possibilidade de legislar a este respeito", disse ele.

No ano passado, a China impôs em Hong Kong uma ampla lei de segurança nacional em resposta aos protestos pró-democracia massivos e muitas vezes violentos.

Esta lei cobre qualquer ato considerado subversão, secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras.

Escrito de forma muito vaga, torna ilegal a expressão de quase todas as formas de oposição, remodelando o panorama jurídico de um território outrora considerado reduto das liberdades.

Segundo Chris Tang, essa nova lei de segurança se inspira no artigo 23 da Lei Básica, o texto que funciona como uma miniconstituição para a cidade teoricamente semiautônoma.

Uma primeira tentativa nessa direção gerou enormes manifestações em 2003, com parte da população temendo um declínio nas liberdades. Na ocasião, o projeto de lei foi retirado.

Hong Kong vai renovar em dezembro seu Conselho Legislativo (Legco), como parte de um novo sistema eleitoral imposto por Pequim. A partir de agora, menos de um quarto dos assentos será eleito diretamente e apenas aqueles considerados "patriotas" poderão concorrer.

Os crimes contra a segurança nacional implicam prisão perpétua e a maioria dos acusados não pode beneficiar de liberdade sob fiança antes do julgamento.

Os julgamentos por crimes ao abrigo da lei de segurança nacional decorrem sem júri, o que constitui uma verdadeira ruptura com a tradição jurídica de Hong Kong. Na maioria das vezes, a fiança é recusada.

Mais de 60 pessoas já foram indiciadas em virtude da lei de segurança nacional e mais de 140 foram presas.

Muitos fugiram para o exterior, enquanto dezenas de grupos da sociedade civil e da oposição se desfizeram.

Nesta terça-feira, o Wall-fare, grupo que ajuda presos e familiares de presos por participarem de protestos, anunciou sua dissolução.

Nesta semana, um chapéu que pertenceu a Napoleão Bonaparte (1769 – 1821) foi descoberto em Hong Kong, na China. Ao final de outubro, o item será levado a Paris e Londres para ser leiloado. Estima-se que pode ser vendido por mais de R$ 1 milhão.

Vale lembrar que, anteriormente, outros chapéus de Napoleão também já foram leiloados, sendo que alguns deles chegaram a passar de R$ 2,5 milhões. O visual deste modelo é conhecido como bicorne ou bicórneo e remete às imagens e pinturas que retratavam Napoleão.

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Além disso, também foram encontrados cinco fios de cabelo dentro do chapéu do ex-imperador e líder do exército francês. Por meio de métodos avançados de identificação de DNA, cientistas constataram que, de fato, os fios de cabelo pertenciam ao estadista e líder militar francês.

Até hoje a causa de sua morte é incerta. Uma das teorias dá conta de que  Napoleão morreu devido a um câncer no estômago, outras defendem que foi envenenado. Uma de suas frases mais marcantes é: “quem teme ser vencido, tem a certeza da derrota”. Bonaparte morreu no exílio na ilha de Santa Helena, território britânico localizado no Atlântico Sul. 

 

 

A ativista pró-democracia Agnes Chow foi libertada, neste sábado (12), da prisão em Hong Kong, exatamente dois anos após os grandes protestos em favor da democracia, um aniversário que coloca a ex-colônia britânica sob pressão.

Cerca de 2.000 policiais foram colocados em alerta neste sábado, enquanto chamados para manifestações eram lançados nas redes sociais.

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As autoridades mantiveram a proibição de manifestações decidida para combater a pandemia do coronavírus, embora apenas três novos casos tenham sido identificados no mês passado.

Muitos ativistas pró-democracia foram presos nos últimos meses e a contestação agora é criminalizada por novas leis repressivas impostas pelo governo de Pequim.

Hoje, porém, uma dessas ativistas foi libertada. Agnes Chow, de 24 anos, deixou a prisão depois de passar sete meses atrás das grades por seu papel durante os protestos de 2019.

Ela comemorou no Instagram "o fim da agonia" e disse que deseja se recuperar dos meses na prisão que "a deixaram muito fraca".

A jovem faz parte da geração de ativistas que começou a militar na política quando adolescentes, com os precedentes movimentos pró-democracia como a "revolução guarda-chuva" em 2014, e em 2019 tornou-se uma inspiração para aqueles que desejam mais democracia em Hong Kong.

Dois outros ativistas conhecidos que foram condenados com ela, Joshua Wong e Ivan Lam, ainda estão na prisão.

Joshua Wong, indiscutivelmente o mais conhecido desses jovens ativistas, teve recentemente sua sentença aumentada por uma nova condenação, por ter convocado em 2020 uma manifestação em 4 de junho para marcar o aniversário da repressão sangrenta na Praça da Paz Celestial em 1989.

A libertação de Agnes Chow ocorre dois anos após as grandes manifestações que lotaram as ruas da ex-colônia britânica em defesa da democracia.

Em 12 de junho de 2019, milhares de pessoas cercaram a sede do parlamento de Hong Kong na tentativa de impedir a aprovação de uma lei favorecendo as extradições, inclusive de opositores, para a China continental.

Manifestações proibidas

A brutal dispersão policial dos protestos não impediu por mais de sete meses uma forte mobilização em favor da democracia.

As autoridades chinesas recusaram-se a ceder e impuseram a Hong Kong uma lei de segurança nacional, que permitiu a prisão de mais de cem pessoas, incluindo Agnes Chow.

Dezenas de militantes foram levados à justiça, incluindo o magnata da imprensa Jimmy Lai. A maioria não tem direito a fiança e pode pegar prisão perpétua.

Até agora, Agnès Chow cumpriu pena apenas pelos fatos do dia 12 de junho de 2019, e corre o risco de ser acusada novamente pelos eventos subsequentes.

As manifestações agora estão quase todas proibidas, mas aniversários, como o deste sábado, continuam sendo momentos de tensão.

Na sexta-feira, dois ativistas de um grupo pró-democracia foram presos após serem acusados de convocar uma manifestação proibida.

Por outro lado, o aniversário dos protestos de junho de 2019 foi marcado no exterior por ativistas pró-democracia no exílio e seus apoiadores.

Na semana passada, as autoridades proibiram eventos marcando o massacre da Praça da Paz Celestial e a polícia bloqueou o acesso ao Victoria Park, onde uma vigília é realizada anualmente há 32 anos.

Muitos em Hong Kong não desistiram de protestar e acenderam velas ou seus celulares nas ruas adjacentes e por toda a cidade.

Apesar do status conferido por suas duas estrelas Michelin, a chef de Hong Kong Vicky Lau diz que a batalha para alcançar a paridade de gênero no mundo da gastronomia profissional, dominado por homens, está longe de ser vencida. Mas algumas pequenas vitórias lhe dão esperança.

Na arena altamente competitiva de Hong Kong, poucos tiveram uma ascensão tão fulgurante como Lau, que, em pouco mais de uma década, passou de um pequeno café para administrar um dos restaurantes mais famosos da cidade.

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Meses atrás, o Tate Dining Room foi premiado com duas estrelas Michelin, um marco para as chefs asiáticas, muitas vezes menosprezadas.

E, embora muitos chefs digam em entrevistas que os prêmios não significam muito, Lau, de 40 anos, é mais direta.

"Não entrei na indústria porque queria esses reconhecimentos, mas com o tempo, eles se tornaram um objetivo", disse em entrevista à AFP.

Questionada sobre a importância da duas estrelas Michelin para as mulheres, ela respondeu: "Acho que diz algo, porque incentiva muitas pessoas em nossa indústria a continuarem".

Lau, uma ex-designer gráfica que mudou de carreira, conta que, ao entrar na profissão, não pensou "muito na questão de ser mulher e chef".

Ela recorda que muitos de seus colegas eram mulheres quando estudou na academia Cordon Bleu de Bangcoc.

Uma vez dentro do ramo, viu como os homens dominavam tudo, principalmente quando se tratava de subir em uma empresa, ou ter um negócio.

Quando começou a chamar a atenção com seus pratos, cansou-se de ser questionada sobre seu gênero, sobre o exemplo que estava dando e o modelo em que se tornara.

Mas, com o tempo, começou a aceitar a realidade de que seu sucesso poderia servir para motivar outras pessoas.

"Na verdade, tornou-se uma das minhas motivações para ir trabalhar", explica.

- Personalidades diferentes -

Lau faz parte de uma nova geração de mulheres chefs de Hong Kong, ao lado de Peggy Chan e May Chow, que se tornaram modelos de empresárias de sucesso.

Tradicionalmente, os prêmios internacionais se concentram na culinária ocidental e em chefs do sexo masculino.

Mas, aos poucos, as listas começam a refletir um pouco mais a realidade do mundo.

O movimento "Me Too" trouxe à tona o comportamento masculino que era elogiado por críticos de gastronomia e programas de televisão.

Mas o progresso pode parecer desesperadamente lento.

"A indústria gastronômica é dominada por homens, como todos sabem, mas também espera que as mulheres se comportem como homens", reclamou Peggy Chan, uma das primeiras chefs de alta cozinha vegetariana de Hong Kong.

O lento crescimento das mulheres, disse Chan, está começando a ter um impacto.

"Agora há muito mais espaço para diferentes tipos de personalidades", assegura.

Lau diz que sua cozinha é mais de 50% feminina, e as chefs com filhos são vistas como algo positivo, não uma dor de cabeça.

"Aqui não celebramos o estilo de gritar de Gordon Ramsey", garante Lau.

- Técnicas chinesas -

Os pratos de Lau combinam a gastronomia francesa e chinesa e são extremamente bonitos, cada apresentação refletindo seu passado como designer.

E ela está determinada a dar maior reconhecimento às técnicas culinárias chinesas, muita vezes desvalorizadas.

Como exemplo, cita os caldos "superiores", que passam horas no fogo e são uma marca registrada da culinária chinesa.

Seu negócio se manteve durante a pandemia do coronavírus, graças ao serviço de bufê, venda de comida para viagem e uma confeitaria.

Ela também abriu pela primeira vez para o almoço, oferecendo um menu de degustação de baixo custo.

"Fizemos arroz, tofu, chá, molho de soja", detalha a chef.

Cada prato de seu último menu é feito com as diferentes partes de uma planta: sementes, folhas, bulbos, caules, frutas, raízes e flores.

Lau diz que a pandemia a empurrou para um espaço mais criativo e pensativo.

"Acho que a covid vai colocar a globalização em pausa", prevê, afirmando que os restaurantes de alta gastronomia são obrigados a usar mais ingredientes locais.

Para ela, a alta gastronomia é uma forma de "se expressar no prato", e "muitas vezes dá para se perder um pouco".

"Por isso, é hora de fazer com que a estrela do prato sejam ingredientes mais humildes, como o molho de soja, ou o arroz", acredita.

Hong Kong pode jogar no lixo milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 porque o prazo de validade se aproxima do fim e poucas pessoas fizeram o cadastro para receber os fármacos, sinal da desconfiança da população, advertiu uma autoridade local.

A ex-colônia britânica é um dos poucos lugares do mundo que conseguiu assegurar doses suficientes para inocular sua população de 7,5 milhões de habitantes, mas a desconfiança no governo, combinada com a desinformação nas redes sociais e os reduzidos casos de contágio, provocaram um reduzido nível de vacinação.

Nesta terça-feira, um integrante da comissão do governo para as vacinas advertiu que os cidadãos de Hong Kong "têm uma janela de apenas três meses" antes do vencimento do primeiro lote de vacinas da Pfizer-BioNTech.

"Estas vacinas têm data de vencimento", advertiu Thomas Tsang, ex-diretor do Centro de Proteção da Saúde.

"Não podem ser usadas depois da data de vencimento e os centros comunitários de vacinação da BioNTech deixarão de operar em setembro, como estava previsto", completou.

Apenas 19% da população da cidade recebeu uma dose de alguma vacina, enquanto 14% receberam as duas doses.

Inclusive entre os profissionais da saúde há dúvidas sobre as vacinas. A Autoridade de Hospitais da cidade informou este mês que apenas um terço de seus funcionários foram imunizados.

Hong Kong recebeu 3,26 milhões de doses de vacinas da Pfizer-BioNTech, mas apenas 1,23 milhão foram aplicadas.

As demais devem permanecer armazenadas a temperaturas muito reduzidas e têm prazo de validade de seis meses.

A advertência das autoridades de Hong Kong acontece no momento em que países com menos recursos buscam vacinas para combater ondas de contágio de covid-19.

A China aprovou nesta terça-feira (30) uma reforma radical do sistema eleitoral de Hong Kong que deixará praticamente sem voz a oposição do território semiautônomo, pois reduz o número de deputados eleitos diretamente pelos cidadãos e estipula que Pequim decidirá se os candidatos são "patriotas".

A reforma imposta pelo poder comunista sem consultar o Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento de Hong Kong, é um novo passo de Pequim para retomar o controle da ex-colônia britânica após os protestos pró-democracia de 2019.

No ano passado entrou em vigor uma drástica lei sobre segurança nacional, que resultou na detenção dos principais líderes do movimento pró-democracia. Também foram adiadas por um ano, sob o pretexto do coronavírus, as eleições legislativas, nas quais a oposição almejava obter um avanço significativo.

Nesta terça-feira, o presidente chinês Xi Jinping promulgou a reforma, que havia sido aprovada por unanimidade pelo Comitê Permanente do Parlamento chinês.

Uma das mudanças mais radicais é a criação de um comitê que avaliará o nível de patriotismo de qualquer pessoa que tentará disputar uma cadeira no Parlamento da ex-colônia britânica, onde as próximas eleições parlamentares estão programadas para o fim do ano.

- Eleição de "patriotas" -

"O Comitê de Segurança Nacional e a Polícia de Segurança Nacional proporcionarão relatórios sobre cada candidato, o que ajudará o comitê de revisão das qualificações", explicou à AFP Tam Yiu-chung, o único representante de Hong Kong no principal organismo de decisão do Parlamento chinês.

O governo chinês terá, portanto, um papel-chave para determinar se um candidato é "patriota e digno" a aspirar uma cadeira no LegCo.

Com a nova lei, o número de deputados aumentará de 70 a 90, mas apenas 20 cadeiras (22%) serão escolhidas diretamente pelos eleitores, contra 35 antes da reforma do sistema eleitoral, acrescentou Tam.

Quarenta parlamentares serão designados por um comitê de personalidades pró-Pequim. Os 30 restantes serão eleitos por grupos socioprofissionais, segundo um procedimento complexo já existente e que sempre designou pessoas leais ao poder central.

A reforma foi recebida com satisfação pelo campo pró-Pequim, que criticava há muito tempo a obstrução legal da oposição pró-democracia no LegCo. Os representantes da oposição renunciaram em massa em novembro para protestar pela expulsão de quatro deles.

"A excessiva politização da sociedade e as divergências internas que dividiram Hong Kong agora podem ser mitigados", afirmou a chefe do Executivo local, Carrie Lam.

"As instituições do poder político e a governança de Hong Kong devem estar sempre nas mãos dos que amam a pátria e Hong Kong", afirmou o Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau, um organismo governamental chinês.

- Sufocar a oposição -

Nas eleições locais de novembro de 2019, celebradas após meses de protestos contra a interferência da China, a população de Hong Kong votou em sua maioria nos candidatos pró-democracia.

E estes últimos tinham muitas possibilidades de confirmar seu avanço eleitoral nas legislativas de 2020, que foram adiadas por um ano com o pretexto do coronavírus.

A reforma eleitoral deve ajudar a sufocar a oposição no LegCo, segundo os analistas.

"As emendas parecem contrárias ao espírito de eleições livres e justas, limitarão a participação popular no processo político", declarou Chong Ja Ian, professor associado de Ciências Políticas da Universidade Nacional de Singapura.

"Dar a uma força policial o poder de decidir quem participa nas eleições não é algo que você vê nos sistemas geralmente descritos como democráticos", completou.

A reforma eleitoral foi condenada por alguns países ocidentais, em particular o Reino Unido, que acusou a China de não respeitar o espírito que marcou a devolução do território.

Após as grandes manifestações de 2019, que exigiam, entre outras coisas, um sistema eleitoral de sufrágio universal, o poder central chino adotou uma política de repressão implacável.

O principal instrumento da repressão foi a draconiana lei de segurança nacional, também imposta sem debate no Parlamento de Hong Kong.

Com base na lei, destinada segundo Pequim a reprimir a secessão, subversão, o conluio com forças estrangeiras e o terrorismo, dezenas de opositores do governo e favoráveis à democracia foram detidos.

Pequim reforçará os controles sobre os candidatos nas eleições legislativas de Hong Kong, anunciou nesta sexta-feira um deputado chinês.

O Parlamento chinês, reunido a partir desta sexta-feira (5) em sua sessão plenária anual, iniciou uma reforma do sistema eleitoral na ex-colônia britânica, que representará a marginalização da oposição pró-democracia.

A Assembleia Nacional Popular (ANP) impôs no ano passado em seu território autônomo uma lei de segurança nacional que reduz as liberdades políticas, em reação aos protestos de 2019 contra o Executivo local pró-Pequim.

Agora, de acordo com um projeto de lei apresentado na ANP, um comitê eleitoral subordinado ao regime comunista ficará responsável por examinar as candidaturas ao Conselho Legislativo (Legco), o Parlamento de Hong Kong.

Nenhum candidato poderá concorrer sem o aval do comitê.

O comitê eleitoral terá como tarefa "escolher uma grande parte dos membros do Conselho Legislativo e participar diretamente na nomeação de todos os candidatos", declarou Wang Chen, vice-presidente do Comitê Permanente da ANP.

O Conselho Legislativo está integrado atualmente por 70 deputados, metade deles eleitos de maneira democrática e os demais pelo comitê eleitoral pró-Pequim.

Este dispositivo permitiu ao governo chinês garantir maiorias favoráveis a Hong Kong desde a devolução do território britânico a Pequim em 1997.

Para as eleições legislativas de Hong Kong em setembro, Pequim já deu a entender que atuará para que os "patriotas" governem a região autônoma.

burs/dan/bar/ehl/plh/af/gm/fp

Hong Kong e Coreia do Sul iniciaram nesta sexta-feira (26) suas campanhas de vacinação contra a Covid-19.

A Coreia do Sul pretende vacinar nos próximos sete meses 70% de sua população, enquanto Hong Kong espera que todos os adultos estejam vacinados até o fim do ano.

Os dois territórios estiveram entre os primeiros a registrar casos de coronavírus após a detecção da Covid no fim de 2019 na região central da China.

Mas ambos conseguiram controlar a propagação da doença com medidas rígidas de quarentena para os viajantes procedentes do exterior, o respeito às medidas de distanciamento social e uma estratégia muito eficaz de testes e detecção.

As campanhas de vacinação começam poucos dias depois do início da imunização na Austrália e Nova Zelândia.

Enquanto Estados Unidos e Europa já vacinaram milhões de pessoas, os países da região Ásia-Pacífico estão atrasados.

A China é o segundo país que mais administrou doses, mais de 40 milhões. Mas não conseguiu alcançar a meta de 50 milhões de vacinados até meados de fevereiro.

O Japão iniciou a vacinação em fevereiro.

Vários veteranos da luta pró-democracia em Hong Kong, processados pela organização de uma das maiores manifestações de 2019, denunciaram nesta terça-feira (16) um processo "político" na abertura de seu julgamento, sinal da repressão implacável em curso na região chinesa.

Entre os nove réus estão personalidades respeitadas da luta pelas liberdades na ex-colônia britânica, defensores da não violência que se mobilizam há décadas para o estabelecimento do sufrágio universal.

Um dos mais conhecidos é o advogado Martin Lee, de 82 anos, que décadas atrás foi escolhido por Pequim para redigir a Lei Fundamental (Basic Law), texto que funciona como uma miniconstituição na região.

Também dignos de nota são a ex-deputada da oposição Margaret Ng, uma advogada de 73 anos, e o magnata da mídia Jimmy Lai, atualmente em prisão preventiva por vários casos no âmbito da lei de segurança nacional imposta por Pequim no final de junho de 2020.

Alguns deles são membros da Frente Civil pelos Direitos Humanos (CHRF), a coalizão que organizou os gigantescos protestos de 2019, quando a cidade viveu sua pior crise política desde sua devolução à China em 1997, com mobilizações quase diárias.

Quando os réus entraram no tribunal nesta terça, vários ativistas fizeram uma saudação com três dedos, um gesto que se tornou um símbolo da luta contra o autoritarismo na Ásia.

"Reunir-se não é crime! Abaixo a perseguição política!", gritou Leung Kwok-hung, um ativista apelidado de "Cabelo Comprido", um dos nove acusados, que já passou pela prisão por sua participação nas manifestações.

O grupo, que pode pegar até cinco anos de detenção, está sendo julgado por organizar uma manifestação não autorizada em agosto de 2019, a segunda maior em sete meses de protestos.

Naquele dia, os organizadores informaram que 1,7 milhão de manifestantes haviam participado, representando quase um quarto da população de Hong Kong. Este número não pôde ser verificado com fontes independentes.

Durante horas, a grande manifestação percorreu as ruas do centro de Hong Kong.

No início do julgamento, que deve durar cerca de dez dias, todos os acusados, menos dois, se declararam inocentes.

Au Nok-hin, ex-chefe da CHRF, se declarou culpado de organizar e participar de uma manifestação não autorizada.

O uso dessa qualificação há muito é denunciado em Hong Kong por associações de direitos humanos.

Nesta terça, os promotores acusaram os réus de desafiar as instruções da polícia, incentivando as multidões a se manifestarem, interrompendo o trânsito na cidade.

A popularidade do movimento ficou evidente nas urnas com o triunfo da oposição nas eleições locais de novembro de 2019.

Mas no início de 2020 o movimento perdeu força devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus e pelas milhares de prisões.

Os manifestantes não conquistaram nada do que reivindicavam, exceto que a polêmica lei de extradição que desencadeou os protestos fosse retirada.

Em 2020, as autoridades chinesas reforçaram o controle sobre a região, principalmente por meio da lei de segurança nacional imposta em junho.

As manifestações estão proibidas e as autoridades, a pretexto da pandemia, adiaram por um ano as eleições legislativas em que a oposição partia como favorita.

Os cidadãos de Hong Kong que tiverem um "passaporte britânico de ultramar" poderão solicitar vistos para morar e trabalhar no Reino Unido a partir de domingo (31), informou o governo britânico, que havia prometido esta medida no âmbito de seu enfrentamento com Pequim pelas liberdades nesta ex-colônia britânica.

Até agora, os moradores do território que Londres retrocedeu à China em 1997 só podiam visitar o Reino Unido durante seis meses, sem autorização para trabalhar.

Mas com estes vistos, poderão permanecer por cinco anos e pedir a cidadania britânica depois.

"Estou muito orgulhosa de que tenhamos aberto esta nova via para que os cidadãos de Hong Kong morem, trabalhem e se estabeleçam no nosso país", disse o premier britânico, Boris Johnson, em um comunicado.

Esta ampliação "honra nossos profundos laços históricos e amistosos com o povo de Hong Kong", acrescentou o dirigente, que se vangloria de "defender", assim, "a liberdade e a autonomia, valores com os quais o Reino Unido e Hong Kong estão comprometidos".

O governo britânico havia prometido esta mudança em julho de 2020, em resposta à imposição pela China de uma nova Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, considerada "uma clara e grave violação" das condições da retrocessão, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab.

Os titulares de "passaportes britânicos de ultramar" e os "membros da família que reunirem os requisitos" poderão solicitar a partir de domingo um visto de cinco anos por 250 libras (340 dólares).

No entanto, cada pessoa, seja adulto ou menor, terá que pagar entre 3.120 e 2.350 libras para se beneficiar da saúde pública britânica.

Há 350.000 titulares do "passaporte britânico de ultramar", cifra que quase dobrou em Hong Kong há um ano e meio. Outros 2,9 milhões de habitantes de Hong Kong, todos nascidos antes de 1997, podem optar por este documento.

Londres estima que o novo sistema poderá atrair até 322.400 deles em cinco anos.

As autoridades de Hong Kong confinaram, de maneira inesperada, um setor de um bairro da cidade na madrugada desta quarta-feira e fecharam todos os seus acessos até que realizar testes de diagnósticos em todos os seus habitantes.

A polícia estabeleceu um perímetro de segurança em torno de 20 prédios no bairro de Yau Ma Tei, no sul de Hong Kong.

Agora, a nova estratégia das autoridades é confinar sem avisar. A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, explicou que essa política de "confinamentos inesperados" é necessária para evitar que as pessoas fujam antes da chegada dos responsáveis pelas operações. "Agradeço aos habitantes do setor por sua cooperação", declarou Lam em sua página no Facebook nesta quarta-feira.

David Hui, especialista em doenças infecciosas que assessora o governo, defendeu esse tipo de confinamento, pedindo às autoridades que ajam mais rapidamente no futuro para evitar que os moradores fujam antes que as medidas entrem em vigor.

"O mais preocupante é saber que o vírus pode se espalhar fora, porque alguns moradores saíram quando souberam que um confinamento em seu bairro seria colocado em prática", afirmou.

No fim de semana, um confinamento similar de dois dias fracassou, depois de vazar para a imprensa horas antes. A polícia foi mobilizada para isolar cerca de 150 prédios no bairro Jordan, uma das áreas mais pobres e densamente povoadas de Hong Kong, onde surtos surgiram recentemente.

As autoridades foram de porta em porta para forçar os residentes a fazerem o teste. Dos cerca de 7.000 exames realizados, apenas 0,17% foram positivos para o novo coronavírus.

Vozes se levantaram entre lideranças políticas e econômicas para denunciar a forma como esse confinamento foi implementado. Mas as autoridades justificaram sua escala e não descartaram outros confinamentos do tipo.

No confinamento de terça-feira, 330 pessoas foram testadas, e uma delas deu positivo. As autoridades advertiram que serão necessários outros confinamentos desse tipo nos próximos dias.

Hong Kong já esteve em alerta quando os primeiros casos do novo coronavírus foram detectados na China, há mais de um ano. Oficialmente, esta cidade de grandes arranha-céus registrou menos de 10.000 casos e cerca de 170 mortes desde o início da pandemia.

Seus 7,5 milhões de habitantes vivem, há um ano, sob diferentes graus de restrições, o que parece ter funcionado para impedir a disseminação dos contágios. Nas últimas semanas, o território foi atingido por uma quarta onda de infecções, e as autoridades introduziram novas restrições.

Em tese, Hong Kong é uma das cidades mais ricas do mundo, mas as desigualdades são flagrantes, em meio à escassez de imóveis e aos altos valores dos aluguéis. Muitas pessoas vivem confinadas em espaços muito pequenos.

Hong Kong encerrou nesta segunda-feira (25) o confinamento de um bairro, o primeiro ordenado pelas autoridades desde o início da pandemia, que permitiu identificar 13 casos de covid-19 entre os 7.000 residentes testados, gerando um debate sobre a eficácia de tal medida.

No fim de semana, a polícia foi mobilizada para isolar cerca de 150 prédios no bairro Jordan, uma das áreas mais pobres e densamente povoadas de Hong Kong, onde surtos surgiram recentemente.

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As autoridades foram de porta em porta para forçar os residentes a fazerem o teste. Dos cerca de 7.000 exames realizados, apenas 0,17% foram positivos para o novo coronavírus.

Vozes se levantaram entre os líderes políticos e econômicos para denunciar a forma como esse confinamento foi implementado.

Mas as autoridades justificaram sua escala e não descartaram outros confinamentos do tipo.

"Não vemos esta operação como um desperdício de mão de obra e dinheiro", disse a ministra da Saúde, Sophia Chan, a repórteres no domingo.

Hong Kong esteve na linha de frente quando os primeiros casos do novo coronavírus foram detectados na China continental, há mais de um ano.

A cidade, repleta de prédios residenciais, totalizou pouco mais de 10.000 casos desde o início da pandemia e 170 mortes foram formalmente atribuídas à covid-19.

Seus cerca de 7,5 milhões de habitantes vivem há um ano sob restrições mais ou menos severas que se mostraram eficazes na prevenção de surtos, mas pesam na economia.

Há dois meses, Hong Kong foi atingida por uma quarta onda de infecções e as autoridades introduziram novas restrições.

Nas últimas semanas, surtos epidêmicos surgiram em bairros pobres, onde as moradias estão entre as mais apertadas do planeta.

- Habitações apertadas -

David Hui, especialista em doenças infecciosas que assessora o governo, defendeu esse tipo de confinamento.

No entanto, pediu às autoridades que ajam mais rapidamente no futuro para evitar que os moradores fujam antes que as medidas entrem em vigor.

"O mais preocupante é saber que o vírus pode se espalhar fora, porque alguns moradores saíram quando souberam que um confinamento em seu bairro seria colocado em prática", disse ele.

Esta informação vazou na manhã de sexta-feira na mídia de Hong Kong e os moradores deixaram o bairro antes da chegada da polícia na noite de sexta.

Benjamin Cowling, epidemiologista da Universidade de Hong Kong, estimou nesta segunda no canal RTHK que o confinamento de certos bairros tem efeito limitado, estando o coronavírus presente em todo o território.

O bairro isolado neste fim de semana tem uma grande população do sul da Ásia - uma comunidade muitas vezes discriminada - e alguns criticaram a forma como a operação se desenrolou, especialmente após a distribuição para famílias muçulmanas de cestas básicas contendo carne de porco.

Na semana passada, uma autoridade da saúde provocou fortes reações depois de sugerir que os residentes de minorias étnicas poderiam espalhar o vírus mais facilmente porque "eles gostam de compartilhar comida, fumar, beber álcool e discutir juntos".

Alguns responderam que a pobreza e a falta de habitação a preços acessíveis os obriga a viver em habitações apertadas, o que promove a propagação do vírus e que isso não está relacionado com uma questão étnica ou cultural.

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