Tópicos | Instituto Lula

A defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, pediu nesta sexta-feira (16) ao juiz federal Sérgio Moro que rejeite a denúncia apresentada contra ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais seis investigados na Operação Lava Jato.

Na petição, Okamotto também pede que sejam abertos os 10 contêineres com o acervo presidencial de Lula para "garantir ao povo" o direito de acesso a 400 mil cartas recebidas pelo ex-presidente.

##RECOMENDA##

Na denúncia do Ministério Público Federal, Okamotto é acusado de atuar para que a empreiteira OAS pagasse as despesas do aluguel de contêineres do acervo de Lula. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, foram feitos 61 pagamentos mensais no valor de R$ 21, 5 mil, entre 2011 e 2016.

A Receita Federal notificou o Instituto Lula nesta terça-feira, 30, para apresentar esclarecimentos no âmbito de uma ação de fiscalização por suposto "desvio de finalidade". A Receita suspendeu a isenção tributária do Instituto de 2011.

Dois auditores fiscais entregaram a notificação.

##RECOMENDA##

Em nota, o Instituto destacou que "age dentro da lei e todos os questionamentos serão esclarecidos". "Não temos nada a esconder e sempre colaboramos com a fiscalização", ressaltou o Instituto, que é alvo da Operação Lava Jato, juntamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - indiciado na sexta-feira, 26, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Na segunda-feira, 29, o jornal Folha de S.Paulo e a TV Globo divulgaram que o Instituto Lula deverá recolher entre R$ 8 milhões e R$ 12 milhões - valor referente ao período de 2011 e 2014.

O Instituto teria repassado R$ 1,3 milhão para a empresa G4 Entretenimento, cujos sócios são Fábio Luís, filho de Lula, e Fernando Bittar, proprietário formal do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) - alvo da Lava Jato que suspeita ser do ex-presidente a propriedade rural, o que é negado com veemência pela defesa do petista.

Defesa

"O Instituto Lula foi notificado, nesta terça (30), a apresentar esclarecimentos no âmbito de uma ação de fiscalização iniciada em 2015. O que deveria ser um procedimento rotineiro - e resguardado pelo sigilo fiscal - transformou-se em mais um episódio de violência contra o ex-presidente Lula, pois uma equipe da Rede Globo chegou a sede do Instituto a tempo de registrar a ação dos auditores, da qual já tinham conhecimento", diz a entidade por meio a nota.

"Em menos de 48 horas, foi o segundo vazamento para a imprensa de procedimentos sigilosos da Receita Federal do Brasil. Na segunda-feira, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem sobre supostas multas que estariam prestes a ser aplicadas ao Instituto Lula - o que não corresponde ao teor da notificação recebida hoje. Vazamentos sobre o procedimento da Receita vêm sendo publicados desde dezembro do ano passado", continua o texto.

"O Instituto Lula age dentro da lei e todos os questionamentos serão esclarecidos. Não temos nada a esconder e sempre colaboramos com a fiscalização. É imprescindível que a Secretaria da Receita Federal do Brasil apure e puna os responsáveis por sistemáticas violações do sigilo fiscal da instituição. O desrespeito a essa garantia constitucional é uma ameaça a cada cidadão e uma ofensa ao estado de direito democrático", finaliza a nota.

O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez um depoimento secreto à Operação Lava Jato. Investigadores quiriam saber do pecuarista se ele participou da aquisição do terreno e das obras da sede do Instituo Lula, em São Paulo. As perguntas da força-tarefa a Bumlai envolveram também a empreiteira Odebrecht.

O conteúdo do novo depoimento do amigo de Lula está sendo mantido sob sigilo pelo juiz Sérgio Moro, a pedido da Polícia Federal, "para preservar a eficácia das investigações".

##RECOMENDA##

Bumlai foi preso na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, em 24 de novembro do ano passado. Em março deste ano, Moro autorizou prisão domiciliar por três meses - monitorado com tornozeleira eletrônica -, para o amigo do ex-presidente. O pecuarista, de 71 anos, foi diagnosticado com câncer na bexiga.

O conteúdo secreto do novo depoimento de Bumlai não tem relação com o emblemático empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin - valor tomado pelo pecuarista em outubro de 2004 e que teria sido destinado ao PT. A dívida é alvo de ação penal na qual Bumlai é réu por corrupção e gestão fraudulenta (Lei do Colarinho Branco). O Mauricio Bumlai, filho do pecuarista, também é acusado no caso.

Em despacho anexado aos autos em 20 de junho, o juiz Moro afirmou que o sigilo não prejudica as defesas no processo sobre o empréstimo de R$ 12 milhões, pois os fatos descritos no novo depoimento "não dizem respeito à ação penal".

"A autoridade policial anexou novo termo de depoimento prestado por José Carlos Bumlai, cujo conteúdo requereu fosse mantido em sigilo, à exceção da defesa do próprio investigado, para preservar a eficácia das investigações. Mantenho, assim, sigilo nível 2 sobre a documentação, já que talvez necessário para não prejudicar as investigações a serem realizadas", determinou Moro.

O magistrado ordenou o acesso exclusivo à defesa de Bumlai sobre o depoimento, "evidentemente sem prejuízo do acesso pelo Ministério Público Federal". "Considerando que este inquérito já instrui a ação penal, deverá a autoridade policial prosseguir nas investigações pendentes, sobre fatos ainda não denunciados, em novos inquéritos, encerrando este a fim de evitar confusão", decidiu Moro.

Sítio

Bumlai também é peça-chave na investigação sobre o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que seria de Lula, segundo suspeita a Lava Jato, mas registrado em nome de amigos. O imóvel passou por ampla reforma em 2011 que envolveu Bumlai, Odebrecht e a OAS - outra empreiteira do cartel que fatiava obras e pagava propinas milionárias na Petrobrás.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Bumlai não fechou acordo de delação premiada, mas tem buscado adotar uma postura colaborativa com as investigações da Lava Jato.

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, tem negado qualquer irregularidade.

A Justiça Federal disponibilizou, nesta segunda-feira (14), a transcrição do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Polícia Federal no último dia 4, quando foi deflagrada a 24ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Na oitiva, o petista reafirma não ser dono do Triplex no Guarujá, em São Paulo; diz que será candidato a presidente da República em 2018 e pontua esperar um pedido de desculpas no fim do processo. 

A última fase da Lava Jato investiga a relação de Lula e familiares com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da estatal. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), há indícios de que o petista teria recebido vantagens indevidas como reformas de imóveis, doações ao Instituto Lula e o pagamento por palestras a empresa LILS Palestras. 

##RECOMENDA##

Durante o depoimento, que durou mais de três horas, Lula foi questionado sobre as doações de empresas, como a Odebrecht, ao Instituto. De acordo com o ex-presidente, as doações são a fonte de renda da instituição, mas elas são “sem contrapartidas”. Já sobre as despesas do Instituto, Lula disse que não sabe como funciona e negou intervir em qualquer decisão da coordenação desde a saída da presidência para assumir o comando do país. 

"No instituto hoje eu sou só presidente de honra e você sabe que se um dia você for presidente de honra da Polícia Federal aqui você não representa mais nada, ou seja, então o presidente de honra é um cargo de honra só, eu não participo das reuniões da diretoria, eu não participo das decisões, porque o instituto tem uma diretoria própria", afirmou o ex-presidente.

Sobre o tríplex do Guarujá, Lula disse que se sentia desrespeitado ao ter que reafirmar inúmeras vezes que o apartamento não é seu e pontuou que o Ministério Público de São Paulo terá que comprovar que o imóvel é dele. "Estou participando do caso mais complicado da história jurídica do Brasil, porque tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do tríplex que foi uma sacanagem homérica, inventa história de tríplex, inventa a história de uma off­shore do Panamá que veio pra cá, que tinha vendido o prédio, toda uma história pra tentar me ligar à Lava Jato (...), porque foi essa a história do tríplex", observa.

Lula também conta que será candidato em 2018 para responder os “desaforos” dos que o acusam. “Eu que estou velhinho, estava querendo descansar, vou ser candidato à Presidência em 2018 porque acho que muita gente que fez desaforo pra mim, vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível. Porque, é o seguinte, eu tenho uma história de vida, eu tenho uma história de vida”, disse, contando momentos da vida da esposa, Marisa Letícia. 

No fim do depoimento, que contém 109 páginas, o ex-presidente faz um desabafo quando o delegado da PF diz que encerrará a oitiva. “Está ótimo. Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: ‘Desculpa, pelo amor de Deus, foi um engano’”, afirma. Antes disso, ele pontuou que estava “muito p... da vida” com a “cretinice” com ele. 

“Ando muito p... da vida, muito, muito zangado porque a falta de respeito e a cretinice comigo extrapolou. E olha que eu tenho me comportado, tenho tentado manter a linha, vou cumprir tudo que eu acho que tem que ser cumprido, porque nesse país ninguém cuidou mais de fazer lei pra cobrir a corrupção do que nós, ninguém, ninguém. Ninguém”, observou. Depois deste depoimento, o Ministério Público de São Paulo já pediu a prisão preventiva do ex-presidente.

Veja o depoimento na íntegra:

Os advogados do Instituto Lula e de parentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitaram ao juiz federal Sergio Moro a devolução dos objetos e documentos apreendidos na última sexta-feira (4), quando foi deflagrada a 24ª fase da Operação Lava Jato. Sérgio Moro é o responsável pelos processos decorrentes da operação, em primeira instância. 

Nas petições, protocoladas na noite desta terça-feira (8), o advogado Roberto Teixeira questiona a ação da Polícia Federal (PF) e ressalta que o procedimento pode provocar a nulidade da busca e apreensão. Segundo Teixera, os agentes da PF tiveram acesso a senhas do administrador de e-mails do Instituto Lula e depois as modificaram, impossibilitando as atividades da entidade.

##RECOMENDA##

Teixeira pediu ainda que sejam devolvidos os objetos pessoais de Renata de Abreu Moreira, Fatima Rega Cassaro da Silva e de Marlene de Araújo Lula da Silva, que foram alvos da busca e apreensão, mas não figuram como acusadas, nem têm relação com os fatos investigados.

O advogado também pediu ao juiz Sergio Moro a devolução dos documentos apreendidos nas empresas Touchdown Promoção de Eventos Esportivos Ltda.,  SP e LFT Marketins Esportivo Ltda., administradas por Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente.

Segundo Teixeira, a busca e apreensão ocorreu em endereço diferente do que estava no mandado. “Registre-se que, no momento da busca e apreensão, não havia ninguém no escritório das empresas Touchdown Promoção de Eventos Esportivos Ltda. e LFT Marketing Esportivo. Posteriomente, ao chegar ao local, o peticionário verificou que os escritórios estavam revirados, faltando todos os laptops e HDs, que já haviam, inclusive, sido apreendidos anteriormente na Operaçao Zelotes”, diz o advogado.

O advogado tributarista Gabriel Hernan Facal Villareal avalia que o Instituto Lula 'pode perder sua função social e a imunidade fiscal' por causa de pagamentos realizados em favor de empresas de propriedade dos filhos do ex-presidente.

O Instituto e a empresa LILS Eventos e Palestras, de Lula, são alvo da Operação Aletheia 24ª fase e ápice da Lava Jato. Os dois endereços foram vasculhados na sexta-feira, 4, pela Polícia Federal.

##RECOMENDA##

O Ministério Público Federal afirma que o Instituto e a LILS pagaram, entre 2011 e 2014, R$ 1,76 milhão a empresas dos filhos de Lula, conduzido coercitivamente para depor na Aletheia.

A Receita Federal argumenta que existe uma 'confusão patrimonial' entre o Instituto e a LILS.

Segundo os investigadores, a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda recebeu R$ 1,34 milhão. São sócios da G4 o filho mais velho de Lula, Fábio Luis Lula da Silva, Fernando Bittar e Kalil Bittar.

Outra empresa que recebeu recursos foi a FlexBR Tecnologia Ltda, que tem o mesmo endereço da G4 e cujos sócios são dois outros filhos de Lula, Marcos Cláudio Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, além de Marlene Araújo Lula da Silva, nora do petista.

"Os auditores da Receita Federal certamente diligenciarão no sentido de obter do Instituto Lula uma prova dos serviços efetivamente prestados pelas empresas G4 e FlexBr e de sua vinculação com o objetivo da entidade. Caso não haja prova da efetiva prestação ou, ainda, caso os serviços prestados não possuam relação com o objetivo do Instituto, a Receita Federal poderá considerar tais pagamentos como distribuição disfarçada de patrimônio ou rendas", explica o advogado.

Na avaliação do tributarista Gabriel Hernan Facal Villareal - sócio do escritório Villareal Advogados, pós-graduado em Direito Tributário pela PUC de São Paulo e mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Mackenzie -, os pagamentos podem fazer com que a entidade perca sua 'função social' e, consequentemente, a imunidade fiscal.

Segundo Villareal, nessa situação, o Instituto Lula poderá ter suspensa a imunidade concedida e, ainda, ser obrigado a proceder ao recolhimento dos tributos de forma equivalente às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real a partir da data de realização do pagamento indevido, a qual será considerada como data efetiva da perda da imunidade.

"O cálculo será retroativo e com o cômputo das respectivas multas e juros", assinala Villarreal.

Ele destaca que a jurisprudência da Receita prevê a imunidade no artigo 150, VI, "c", da Constituição, alcançando apenas as entidades que atendam aos requisitos previstos no artigo 14 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966. "O não cumprimento de tais requisitos implica na suspensão, pela autoridade competente, da aplicação daquele benefício", afirma.

A norma prevê a proibição de distribuição a terceiros de patrimônio ou renda da entidade imune, 'seja diretamente ou através de subterfúgios indiretos como, por exemplo, contratações fictícias ou remunerações exorbitantes a diretores'.

"A jurisprudência administrativa é clara ao afirmar que a obtenção da imunidade 'submete as entidades à observância dos requisitos estabelecidos em lei, dentre eles, a não distribuição de qualquer parcela de seu patrimônio ou de sua renda", diz.

O especialista afirma também que caso a escrituração fiscal da entidade seja considerada irregular, os auditores fiscais estarão autorizados por lei a proceder ao arbitramento dos resultados tributáveis.

Villareal destaca a jurisprudência da Receita: "Confirmada a suspensão da imunidade da pessoa jurídica no período fiscalizado, a entidade submete-se às regras tributárias impostas aos demais contribuintes, ficando o Fisco autorizado por lei, na inexistência de escrituração regular que permita a apuração do imposto na sistemática do lucro real, a arbitrar o lucro da empresa, bem como a formalizar a exigência dos tributos e contribuições devidos no período."

Defesa

Em nota, o Instituto Lula afirma que é uma entidade "sem fins lucrativos". "Não houve repasses às empresas dos filhos. Foram contratados serviços. Favor ler nota sobre os serviços prestados pela G4, inclusive a imprensa estava ciente", diz o texto sugerindo link do instituto.

Em petição encaminhada nesta terça-feira (8), ao juiz Sérgio Moro, a defesa do Instituto Lula alega que a Polícia Federal alterou a senha do administrador de e-mails da entidade nas buscas realizadas na última sexta-feira (4). Diante disso, a entidade pede que a PF forneça a nova senha do correio eletrônico do Instituto.

"Funcionários do Instituto Luiz Inácio Lula da Silva não mais conseguem acesso aos seus e-mails, o que vem inviabilizando as atividades corriqueiras do Requerente", alega a defesa no documento encaminhado à Justiça Federal no Paraná.

##RECOMENDA##

Segundo a defesa, a senha para acesso aos e-mails foi fornecida aos agentes da PF no dia da operação, que tinha entre as ordens judiciais a quebra de sigilo das mensagens eletrônicas de funcionários da entidade.

Chamada de Aletheia em referência à expressão grega "busca da verdade", a 24ª fase da Lava Jato envolveu cerca de 200 policiais que cumpriram 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor pela Polícia Federal -, incluindo o ex-presidente Lula, alvo principal da ação. As ordens foram cumpridas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

Nesta etapa da operação, os investigadores da Lava Jato apuram as suspeitas de que o ex-presidente teria recebido propinas de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras por meio de pagamentos ao Instituto e à empresa de palestra de Lula, LILS, e também por meio de obras feitas por empreiteiras investigadas em um tríplex no Guarujá (SP) e em um sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo petista.

Procurada pela reportagem na manhã desta quarta-feira, 9, a Polícia Federal no Paraná informou que ainda não foi notificada do pedido da defesa do instituto e que ainda não irá se manifestar sobre o episódio.

A Procuradoria da República afirmou em relatório ao juiz federal Sérgio Moro que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, "viabilizou, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016, a lavagem de R$ 1.292.210,40 do dinheiro da OAS em favor de Lula".

O valor é referente ao pagamento, durante cinco anos, do aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele deixou o Palácio do Planalto ao fim do segundo mandato.

##RECOMENDA##

"Não pairam dúvidas sobre a atuação ilícita de Paulo Tarciso Okamotto na viabilização do custeio pela OAS do armazenamento de bens pessoais de Lula junto à Granero Transportes", sustenta o documento de 89 páginas, subscrito por 11 procuradores da força-tarefa da Lava Jato. O contrato com a OAS foi um dos motivos que levaram a Justiça a autorizar a condução coercitiva de Lula durante a Operação Aletheia.

O relatório aponta ainda a "adoção de medidas de ocultação de origem e propriedade dos bens para fins de conferir aparência lícita ao repasse de valores provenientes de infrações penais praticadas no âmbito da Petrobras".

Procurado neste domingo, dia 6, Okamotto não foi localizado. Após ser ouvido pela PF, ele afirmou ter explicado que a finalidade do Instituto Lula é "guardar os objetos do Lula, cuidar do legado dele, discutir políticas públicas, continuar falando do Brasil, defendendo o Brasil na América Latina, mostrar o que são os países africanos para os brasileiros, o que é nossa política de combate à fome na África e, a partir dessa proposta, as empresas apoiavam ou não".

Okamotto afirmou que uma parte da mudança de Lula foi para o apartamento em São Bernardo do Campo, outra parte foi para o sítio em Atibaia e a terceira parte ficou armazenada com a Granero Transportes.

Nota do Instituto Lula divulgada na sexta-feira classificou de "absolutamente falsa" a informação de que a mudança do ex-presidente teria sido paga por uma empresa. "A mudança, como ocorre com todos os ex-presidentes, foi providenciada pela Presidência da República", afirmou a nota.

Rescisão

Após a rescisão do contrato de armazenagem, entre 18 e 19 de janeiro de 2016, dizem os procuradores, a "Granero fez a entrega dos bens para as pessoas indicadas por Paulo Tarcisio Okamotto, notadamente Alexandre Antonio da Silva, Luiz Antonio Pazine e Paulo Marcelino Mello Coelho". A força-tarefa afirma que Alexandre Antônio da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi autorizado por Okamotto para "representá-lo em relação ao contrato de armazenagem" firmado com a Granero.

A OAS não se pronunciou. A Granero disse ter vencido concorrência pública para transportar parte da mudança de Lula. A empresa informou que armazenou o acervo museológico do ex-presidente mediante "contrato com a OAS, no valor de R$ 21.536,84 mensais, que perdurou por cinco anos" e que "nos dias 18 e 19 de janeiro, o acervo museológico do ex-presidente foi retirado do armazém da Granero por transportadora contratada pelo sr. Paulo Okamotto". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ser alvo de pichações, uma das fachadas do Instituto Lula, localizado na zona sul de São Paulo, recebeu um mural grafitado pelo artista Tody One. O artista, de acordo com a assessoria de imprensa da organização, “se prontificou a produzir uma fachada mais condizente com o legado do ex-presidente” Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Na madrugada deste sábado (5), um grupo pichou a porta da garagem com as seguintes mensagens contra o ex-presidente: "Luladrão", "basta de corrupção" e "sua hora chegou corrupto". Com a intervenção artista, o local passou a ter gravado as frases “povo de luta” e “xenofobia não passará. Somos nordeste, somos fortes... Somos luta!”.

##RECOMENDA##

A pichação ofensiva ao petista foi gravada após o ex-presidente ser o alvo principal da 24ª fase da Operação Lava Jato, nessa sexta-feira (4). A Polícia Federal investiga a participação do petista nas irregularidades cometidas em repasse de propina com as verbas da Petrobras entre 2004 e 2014. A PF, inclusive, cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede do Instituto.

[@#galeria#@]

A porta da garagem do Instituto Lula, que fica no Ipiranga, zona sul de São Paulo, amanheceu, neste sábado (5), pichada com as seguintes mensagens contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Luladrão", "basta de corrupção" e "sua hora chegou corrupto".

A pichação ocorreu após o ex-presidente prestar depoimento na sexta-feira, 4, em dia tumultuado da 24ª fase da Operação Lava Jato. A Polícia Federal e a Procuradoria da República investigam Lula por suspeita de ter recebido presentes milionários de empreiteiras que formaram cartel na Petrobrás entre 2004 e 2014. O Instituto Lula foi um dos locais vasculhados pela PF na manhã de sexta-feira e teria recebido repasses de empreiteiras investigadas "a título de supostas doações e palestras".

##RECOMENDA##

Em entrevista coletiva após o depoimento, que durou mais de três horas, o petista disse ter se sentido ultrajado com a operação. Ele foi conduzido coercitivamente pela PF para depor em uma sala no Aeroporto de Congonhas. "Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal", disse. No final da coletiva, Lula mandou um recado. "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve."

Na noite de sexta-feira, 4, centenas de pessoas protestaram na Avenida Paulista contra o ex-presidente. E, na manhã de sábado, 5, dezenas de apoiadores se reuniram em frente ao prédio onde ele mora em São Bernardo do Campo, São Paulo. Vestidos de vermelho e empunhando faixas e cartazes em defesa da democracia e em apoio a Lula, os manifestantes pretendem permanecer no local para receber a presidente da República, Dilma Rousseff.

O Ministério Público Federal rastreou a entrada e a saída dos recursos do Instituto Lula e da LILS Palestras, ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e revelou que a entidade e a empresa pagaram, entre 2011 e 2014, R$ 1.763.206,59 a empresas dos filhos do petista. Lula é alvo da Operação Aletheia, o ápice da Lava Jato. O ex-presidente foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado para depor e liberado - e falou por mais de três horas em uma unidade da Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Em documento de 89 páginas, a investigação da força-tarefa da Lava Jato detalhou as finanças do Instituto Lula e da LILS Palestras. Para a Procuradoria, "há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.

##RECOMENDA##

"Sociedades empresárias ligadas a pessoas próximas do ex-presidente da República e a pessoas que ocuparam cargos/funções de destaque no Poder Executivo federal na época em que Lula governava o País foram destinatárias de recursos recebidos pelo Instituto Luiz Inácio Lula da Silva", apontaram 11 procuradores que subscreveram o documento.

"Destaque-se que a entidade que mais recebeu recursos foi a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital LTDA. (R$ 1.349.446,54 entre 2012 e 2014), empresa de que são sócios Fabio Luís Lula da Silva, filho de Lula, Fernando Bittar e Kalil Bittar. Outra empresa que recebeu recursos foi a FlexBR Tecnologia LTDA., que tem o mesmo endereço da G4, e cujos sócios são Marcos Claudio Lula da Silva, filho de Lula, Sandro Luís Lula da Silva, filho de Lula, e Marlene Araujo Lula da Silva, nora de Lula. A FlexBR também recebeu R$ 72.621,20 da L.I.L.S. Palestras, Eventos e Publicações, entre 2013 e 2014", relata a força-tarefa.

O documento aponta ainda que Luís Claudio Lula da Silva, também filho do ex-presidente, recebeu entre 2011 e 2013, R$ 227.138,85 da LILS Palestras, Eventos e Publicações LTDS.

A FlexBR Tecnologia, informou a Procuradoria ao juiz federal Sérgio Moro, recebeu R$ 114 mil do Instituto Lula em 2014. A empresa tem como atividade empresarial "consultoria em tecnologia da informação".

"Destaque-se o fato de que no período de 2009 a 2014 a empresa não registrou funcionário algum. Registre-se, também, que, no sistema do Ministério da Fazenda, consta como endereço da FLEXBR Rua Padre João Manoel, nº 450, andar 3, Cerqueira Cesar, São Paulo/SP. Trata-se do mesmo endereço da empresa G4", apontou o Ministério Público Federal.

A Procuradoria informou que a G4 Entretenimento, que recebeu R$ 1.349.446,54 do Instituto Lula, entre 2012 e 2014, tem como atividade empresarial "suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação".

"De longe, dentre os destinatários dos recursos da entidade, é a empresa que mais recebeu recursos. Como parâmetro, repisando que se trata de análise dos dados ora disponíveis, a G4 recebeu em 2014 mais que todas as demais empresas destinatárias de valores do instituto e, entre 2011 e 2014, recebeu mais recursos que as cinco empresas que mais receberam da entidade após a própria G4", sustentam os procuradores.

Os procuradores afirmam que entre 2009 a 2014 a G4 teve "modesto quadro de empregados": em 2009, zero empregados; em 2010, zero empregados; em 2011, um empregado; em 2012, três empregados; em 2013, oito empregados; e em 2014, seis empregados.

"Relevante indicar que, entre 2013 e 2014, quando teve uma redução no quadro de empregados, os recebimentos da G4 vindos do instituto saltaram de R$ 263.489,54 para R$ 1.067.657,0041", destaca o documento.

A investigação apura "pagamentos vultosos" feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras. Entre 2011 e 2014, os maiores doadores do Instituto Lula são os mesmos maiores contratantes de palestras junto à LILS: Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez, todas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato.

"Entre 2011 e 2014, o Instituto Luiz Inácio Lula da Silva recebeu R$ 34.940.522,15. Desse montante, R$ 20,74 milhões, ou seja, cerca de 60%, foram oriundos das construtoras Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez, todas envolvidas nas investigações levadas a cabo na Operação Lava Jato", aponta a Procuradoria. "Entre 2011 e 2014, a L.I.L.S. Palestras, Eventos e Publicações LTDA. recebeu R$ 21.080.216,67. Desse montante, R$ 9.920.898,56, ou seja, cerca de 47%, foram oriundos das construtoras Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez, todas envolvidas nas investigações levadas a cabo na Operação Lava Jato."

No período, destaca a força-tarefa, juntos, o Instituto Lula e a LILS receberam mais de R$ 55 milhões, sendo mais de R$ 30 milhões de empreiteiras investigadas na Lava Jato.

"Entre 2011 e 2014, a L.I.L.S. Palestras, Eventos e Publicações LTDA distribuiu ao sócio Lula, a título de lucro, R$ 7.589.936,14, ou seja, 36% do total auferido pela entidade no período (destacando-se que a maior retirada, de R$ 5.670.270,72 aconteceu em 2014, ano da deflagração da fase ostensiva da Operação Lava Jato)."

Diante do foco no ex-presidente Lula (PT) na 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (4), e do cumprimento de um mandado de condução coercitiva para ele depor sobre a sua possível participação no esquema de corrupção nos contratos da Petrobras, o Instituto Lula divulgou uma nota nas redes sociais afirmando que o petista “jamais recebeu vantagem indevida”. 

No texto, a organização comandada pelo ex-presidente diz que “nada justifica” a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto, a condução coercitiva de Lula para depor e a “invasão” da sede do Instituto e da empresa LILS para a coleta de possíveis provas contra o petista. 

##RECOMENDA##

“A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal... Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o país. Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras”, diz a nota.

O documento afirma que a “violência praticada nesta manhã – injusta, injustificável, arbitrária e ilegal” será repudiada por todos os que conhecem a idoneidade do ex-presidente. “O único resultado da violência desencadeada hoje pela Força Tarefa é submeter o ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes voltam-se para um alvo político sob os mais frágeis pretextos”, observa. 

Eles informam ainda que a defesa do ex-presidente peticionou ao Supremo Tribunal Federal para que decida o conflito de atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público Federal (Força Tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são os mesmos. Além disso, os advogados também solicitaram uma liminar suspendendo os procedimentos paralelos até que se decida a competência conforme a lei. 

Leia a nota na íntegra:

A violência praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira. A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal.

1) Nada justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. Nos últimos meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato. Dezenas de testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela Força tarefa, em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva?

2) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. A Lava Jato já recebeu da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado.

3) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula, pois este sigilo já foi quebrado, compartilhado com o Ministério Público Federal e vazado ilegalmente para a imprensa, este sim um crime que não mereceu a devida atenção do Ministério Público.

4) Nada justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as publicações da Família Marinho (http://www.institutolula.org/as-palestras-de-lula-a-violaca…). Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato. Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal de informações sigilosas para a imprensa.

5) Nada justifica levar o ex-presidente Lula a depor sobre um apartamento no Guarujá que não é nunca foi dele e sobre um sítio de amigos em Atibaia, onde ele passa seus dias de descanso. Além de esclarecer a situação do apartamento em nota pública – na qual chegou a expor sua declaração de bens – e em informações prestadas por escrito ao Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente prestou esclarecimentos sobre o sítio de Atibaia em ação perante o Supremo Tribunal Federal, que também é de conhecimento público.

6) A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao STF para que decida o conflito de atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público Federal (Força Tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são os mesmos. Solicitou também medida liminar suspendendo os procedimentos paralelos até que se decida a competência conforme a lei. Ao precipitar-se em ações invasivas e coercitivas nesta manhã, antes de uma decisão sobre estes pedidos, a chamada Força Tarefa cometeu grave afronta à mais alta Corte do País, afronta que se estende a todas as instituições republicanas.

7) O único resultado da violência desencadeada hoje pela Força Tarefa é submeter o ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes voltam-se para um alvo político sob os mais frágeis pretextos.

O Instituto Lula reafirma que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o País. Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras.

A violência praticada nesta manhã – injusta, injustificável, arbitrária e ilegal – será repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma personalidade internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à fome e da inclusão social.

É uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.

O Instituto Lula divulgou nota em que afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu que sua família comprou, a prestações, uma cota da Bancoop para ter um apartamento onde hoje é o Edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo. De acordo com o comunicado, a compra da cota foi declarada ao Fisco e é pública desde 2006.

O instituto afirmou, no entanto, que, para Lula ter, "de fato e de direito", o apartamento, seria necessário o pagamento da diferença entre o valor da cota e o do imóvel, com as modificações e acréscimos ao projeto original. "A família do ex-presidente nunca exerceu esse direito", explica o texto.

##RECOMENDA##

"Portanto, Lula não ocultou patrimônio, não recebeu favores, não fez nada ilegal. E continuará lutando em defesa do Brasil, do Estado de direito e da democracia", diz a nota do Instituto Lula.

Segundo o instituto, Lula não foi sequer citado na decisão do juiz federal Sérgio Moro que deflagrou a 22ª fase da Operação Lava Jato, denominada Triplo X, nesta quarta-feira, 27. O instituto repudiou ainda "qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos investigados na chamada Operação Lava Jato".

"Nos últimos 40 anos, nenhum líder brasileiro teve a vida particular e partidária tão vasculhada quanto Lula, e jamais encontraram acusação válida contra ele. Lula foi preso, sim, mas pela ditadura, porque lutava pela democracia no Brasil e pelos direitos dos trabalhadores", diz o comunicado.

O Instituto Lula lança nesta terça-feira, 1, o "Memorial da Democracia", um portal na internet que tem como objetivo contar a história dos personagens, lutas populares e principais acontecimentos políticos que levaram ao avanço das conquistas democráticas no País.

O site estreia com dois módulos, o primeiro abrange o período entre o golpe militar de 1964 e a eleição de Tancredo Neves, em 1985. O segundo vai de 1985 até a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Os módulos que vão tratar dos governos Lula e Dilma Rousseff ficarão para outro momento.

##RECOMENDA##

"O país ainda está pagando com vazios de informação e formação criados pela ditadura", disse a ex-assessora especial da Presidência, ex-deputada estadual e atual diretora do Instituto Lula, Clara Ant.

Segundo ela, o memorial será lançado neste momento em que a defesa da democracia se tornou um assunto recorrente nos meios políticos e nas manifestações de rua, por coincidência.

A ideia original era construir um museu em um terreno cedido pela Prefeitura de São Paulo em 2012, durante a gestão do então prefeito e atual ministro das Cidades, Gilberto Kassab. No entanto uma liminar da Justiça bloqueou a iniciativa da prefeitura. Enquanto o caso se arrasta na Justiça, o Instituto decidiu migrar para o espaço digital.

O site oferece, por enquanto, um vídeo de apresentação que lista personagens e fatos marcantes desde a colonização portuguesa e duas linhas do tempo compostas por centenas de matérias de jornais e fotografias da época, documentos históricos, músicas, vídeos e texto.

Além das questões políticas, o memorial aponta fatos em outras áreas como música, teatro, cinema, literatura e comportamento.

No módulo inicial o foco é a luta contra a ditadura militar. As greves do ABC, que deram projeção nacional a Lula, a campanha pelas Diretas Já e a fundação do PT, têm papel de destaque. Mas também há espaço para fatos como o Rock'n Rio, em 1995, o "verão da lata", em 1987, e o lançamento da revista Chiclete Com Banana.

No bloco seguinte, a atenção se volta para questões econômicas como a hiperinflação, a Assembleia Nacional Constituinte, as eleições de 1989, 1994, 1998 e 2002. O Plano Real, o impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, e o controle da inflação sob o comando do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ganharam espaço generoso. "Foi uma conquista importantíssima", admite o texto.

Na sequência, porém, os governos tucanos são tratados de forma crítica, com destaque para escândalos como o caso Sivam, a CPI dos Precatórios e as privatizações.

O período é descrito como "neoliberal" e termina com a eleição de Lula, em 2002. O texto lembra as manifestações que pediam "Fora FHC" mas, no momento em que o PT acusa os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff de golpismo, lembra que o partido rejeitou formalmente o slogan.

A fundação do PSDB, em junho de 1988, também ficou de fora. "É que se fizéssemos este recorte teríamos que falar de todos partidos criados entre o final da ditadura e 2002", explicou Clara Ant.

De acordo com ela, as lacunas poderão ser preenchidas pelos próprios usuários do memorial por meio de uma ferramenta que permite acréscimos e correções.

Segundo Clara, a prioridade na produção do conteúdo foi o rigor histórico. Ela, no entanto, admite que a história contada no memorial passou pelo prisma das pessoas próximas a Lula.

"É evidente que a nossa leitura está marcada pela nossa compreensão da história. É assim com absolutamente todo mundo. Neste sentido, há um viés, sim", disse ela.

O trabalho foi coordenado inicialmente pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi e depois pelo ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins. O lançamento será no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, às 18h, com a presença de Lula.

[@#video#@]

O Instituto Lula abriu nesta terça-feira, 18, a lista completa das empresas que contrataram palestras do ex-presidente da República desde 2011. A medida foi tomada depois que Lula solicitou ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem a violação de sigilo de sua empresa, LILS, segundo nota à imprensa divulgada pelo Instituto Lula.

No último fim de semana, a revista Veja publicou dados sobre o faturamento da LILS, que leva as inicais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte desse faturamento, quase R$ 10 milhões, teria origem em pagamentos de empreiteiras que são alvo da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Os dados constam de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão de inteligência do Ministério da Fazenda.

##RECOMENDA##

Nesta terça-feira, 18, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) acionou a Polícia Federal para abrir inquérito sobre o vazamento. Para o Instituto Lula 'a violação atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira'.

Ao tornar pública a lista das empresas, o Instituto ressaltou. "Em sinal de respeito à sociedade brasileira, que merece receber informações corretas e verdadeiras, divulgamos a relação das empresas e instituições que, desde 2011, contrataram palestras do ex-presidente Lula no Brasil e no exterior por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda", diz a nota do Instituto Lula.

A entidade afirma que a atividade do ex-presidente 'é legítima', exercida por Lula 'desde que deixou a Presidência da República, a exemplo de outros ex-presidentes do Brasil e de outros países, e personalidades de destaque como esportistas, artistas, jornalistas, cientistas'.

De 2011 até hoje, segundo o Instituto, Lula fez 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições, 'sendo remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos'.

No mesmo período, o ex-presidente participou, gratuitamente, de mais de 200 conferências, palestras e encontros promovidos por sindicatos, movimentos sociais, partidos, governos e instituições multilaterais, no Brasil e no exterior, 'sempre em defesa dos interesses nacionais, da paz mundial, estimulando o combate à fome e à pobreza'.

"Mesmo se tratando de contratos que preservam a privacidade das partes, julgamos necessária sua divulgação neste momento, para esclarecer distorções, manipulações e prejulgamentos em torno dessa atividade e das empresas contratantes, como vem ocorrendo por meio de reportagens, artigos e até editoriais na imprensa", acentua a nota do Instituto Lula.

Segundo a entidade, as palestras de Lula foram contratadas por algumas das maiores e mais respeitadas empresas de vários setores econômicos, do Brasil e do mundo. Por exemplo: Microsoft, Itaú, Infoglobo, Santander, Ambev, Telefónica, Iberdrola e Telmex.

"O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na competência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da LILS, violação que atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira."

A lista das empresas e entidades que contrataram palestras de Lula entre 2011 e 2015 inclui: ABAD, Associação de Bancos do México, Abras, ALL, Ambev, Andrade Gutierrez, Banco Santander, Bank of America, BBVA Bancomer, BTG Pactual, Camargo Corrêa, Centro de Estudos Estratégicos de Angola, CFELG (Colômbia), Cumbre de Negócios (México), Dufry do Brasil, Elektra, Endesa, Gás Natural Fenosa, Grupo Petrópolis, Helibrás, Iberdrola, IDEA (Argentina), INFOGLOBO, Itaú BBA, LG, Lojas Americanas, Microsoft, Nestlé, OAS, GDF Suez Energy Latin America, Odebrecht, Pirelli, Queiroz Galvão, Quip, Revista Voto, Sinaval, Telmex, Telos Empreendimentos Culturais, Terra Networks, Tetra Pak e UTC.

A pedido do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Polícia Federal decidiu nesta sexta-feira (14), investigar o ataque a bombas feito contra a sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo, no dia 31 de julho. A sede do instituto foi alvo de uma bomba caseira lançada a partir de um carro por volta das 22h daquele dia. O explosivo danificou parte do portão da garagem e sua força chegou a trincar a calçada do local. Ninguém saiu ferido e o instituto classificou o episódio como um atentado político.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, já havia pedido, no início do mês, que a PF assumisse a investigação sobre o atentado. O caso está sob investigação na 17a DP.

##RECOMENDA##

No dia 4 de agosto, integrantes da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) encaminharam ao secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, um pedido de audiência paras tratar do assunto. No dia seguinte, os 14 deputados da bancada petista na Assembleia foram ao instituto para prestar solidariedade ao ex-presidente.

O Instituto Lula protocolou, nesta quinta-feira, 13, um pedido de interpelação judicial contra o apresentador de TV Danilo Gentilli para que ele explique uma postagem no Twitter em que ironizou o ataque a bomba caseira ocorrido na sede do instituto na capital paulista no dia 31 de julho. Em seu perfil na rede social, o apresentador de TV afirmou que o atentado teria sido "forjado" para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se "fizesse de vítima".

"A interpelação judicial é um procedimento anterior à ação judicial, com o objetivo de oferecer a Gentilli a oportunidade de explicar suas palavras, provar suas afirmações ou se retratar", afirma a nota divulgada pela entidade do ex-presidente.

##RECOMENDA##

O Instituto Lula informou nesta sexta-feira, 07, por meio do perfil oficial do ex-presidente ter pedido ao Facebook, desde o dia 14 de julho, que retire do ar uma comunidade chamada "Morte ao Lula". "Acreditamos que ela claramente viola as regras de conduta do site, porque ameaça a integridade física do ex-presidente e incentiva a violência", diz a postagem.

"Esse pedido foi feito antes do ataque da semana passada. Mesmo depois da bomba, no dia 30 de julho, o Facebook continua a não considerar como 'ameaça real' uma comunidade que abertamente pede a morte de uma pessoa. Por isso viemos, por meio do próprio Facebook, criticar a atitude da empresa e pedir aos usuários que repudiem essa comunidade que promove o ódio. Denuncie essa página", prossegue o post.

##RECOMENDA##

Com mais de 4 mil membros, a comunidade "Morte ao Lula" no Facebook se descreve como um grupo que "visa enterrar essa figura que acabou com a vida de milhares de brasileiros".

As publicações mais recentes da comunidade são de divulgação de atos de protesto contra o governo, como os panelaços e manifestações de rua. Há mensagens ofensivas ao ex-presidente, chamando-o de ladrão e outras palavras de baixo calão em referências a Lula e ao PT. Há ainda diversas manifestações que pedem intervenção militar como solução para a crise política.

Procurado pela reportagem, o Facebook não esclareceu se vai tirar a comunidade do ar. "Desenvolvemos um conjunto de padrões para manter nossa comunidade segura e levamos a segurança das pessoas a sério. Analisamos cuidadosamente as denúncias de linguagem ameaçadora para identificar potenciais danos à segurança pessoal e removemos ameaças reais de danos físicos a indivíduos", diz a nota da empresa enviada à reportagem.

Na noite de quinta-feira, 30, o instituto Lula foi alvo de uma bomba caseira. O caso está sendo investigado pela polícia paulista. Diretores do instituto e petistas chamaram a ação de "ataque político", "ataque terrorista" e "ataque fascista". O instituto pede que a Polícia Federal, como responsável pela segurança de ex-presidentes, entre no caso. O presidente do instituto, Paulo Okamotto, disse hoje que o presidente tem sido alvo de ameaças e teve sua segurança pessoal reforçada.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse nesta sexta-feira, 07, em São Paulo, que os pedidos de novas eleições são um "problema do PSDB". "Nós temos uma presidenta democraticamente eleita. Eleição, agora, só em 2018. A oposição deveria buscar nas urnas uma vitória em vez de tentar um golpe de mão para afastar a presidenta", disse ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado

Falcão participa de uma manifestação em solidariedade ao Instituto Lula organizada pelo diretório municipal do partido. Além dele, estão presentes deputados e vereadores da legenda, diretores do instituto e dezenas de manifestantes. Há faixas pedindo "liberdade" e "democracia" e de entidades de sindicatos, como as Centrais Única dos Trabalhadores (CUT) e dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

##RECOMENDA##

Até o meio-dia, horário marcado para o "abração" ao instituto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no ato. "Estamos protestando contra isso que foi um ataque terrorista ao instituto. A Polícia Federal (PF), que tem como responsabilidade a proteção e escolta dos ex-presidentes, na nossa visão, deve assumir a investigação", disse Falcão. Na semana passada, uma bomba arremessada de um carro explodiu em frente ao prédio do Instituto Lula. Ninguém se feriu.

Uma semana após a sede de o Instituto Lula ser vítima de uma bomba caseira, o Movimento Todos pela Democracia, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais vão promover um “abraçaço” no prédio. 

A mobilização acontece nesta sexta-feira (7), às 12h, e, segundo os organizadores, tem o objetivo de “repudiar o atentado” e “lembrar os valores da democracia e condenar a intolerância”. 

##RECOMENDA##

Além do “abraçaço”, os movimentos sindicais e sociais vão realizar uma nova manifestação no dia 16 de agosto, data em que acontecerão novos protestos contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em todo o país. Desta vez, será realizada uma vigília, a partir das 14h. 

“Será uma vigília contra a intolerância e em defesa do legado do companheiro Lula, a maior liderança da classe trabalhadora brasileira, que tem sido alvo de ataques de intolerantes e fascistas”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas.

“Não aceitaremos retrocessos e desrespeito à democracia. Nesses dias vamos mostrar a importância de Lula para a classe trabalhadora brasileira e para o Brasil”, acrescentou o dirigente.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando