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O suspeito de matar 39 pessoas em um atentado contra uma boate em Istambul, na Turquia, confessou o crime em um interrogatório nesta terça-feira (17). Abdulgadir Masharipov, de 33 anos e originário do Uzbequistão, foi preso nessa segunda-feira (16) durante uma operação policial no bairro de Esenyurt, na periferia de Istambul.

De acordo com as autoridades turcas, Masharipov foi adestrado no Afeganistão e fala 4 idiomas. Ele entrou na Turquia de maneira ilegal e usava o codinome de Abu Mohammed Khorasani.

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Em sua casa na periferia de Istambul, foram encontradas armas e US$ 197 mil. A polícia apreendeu duas pistolas, uma pistola de ar, um drone e alguns sim cards. A operação policial ocorreu após uma longa e detalhada investigação, que levou a buscas em 162 endereços, em 16 dias, após 7.200 horas de análises de gravações.

Cerca de dois mil agentes participaram da operação, que ocorreu também em Konya e Hatay, e terminou com a detenção de 50 pessoas no total. Junto com Masharipov, foram presas outras quatro pessoas, sendo um cidadão iraquiano e três mulheres estrangeiras, todos suspeitos de ligação com o grupo Estado Islâmico (EI).

Apesar de alguns jornais divulgarem que o filho de 4 anos do terrorista estaria na casa arrombada pela polícia, as autoridades negaram a informação. "Está claro que ele agiu em nome do Estado Islâmico", disse o prefeito de Istambul. O atentado à boate "Reina", na madrugada do dia 31 de dezembro, causou a morte de 39 pessoas e deixou 70 feridos. O ato foi assumido pelo Estado Islâmico.

A polícia da Turquia prendeu nesta segunda-feira (16) o suposto terrorista que atacou a boate Reina, em Istambul, durante uma festa na virada do Ano Novo, informou a "CNN Turk". O ataque deixou 39 mortos e mais de 70 feridos e foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI, ex-Isis).

Abdulkadir Masharipov teria sido preso ao lado do filho, de 4 anos, em Esenyurt, um bairro de Istambul. O site "Hurriyet" divulgou uma foto de Masharipov com várias marcas de agressão no rosto e informa que ele teria sido preso após uma operação policial.

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Há 17 dias, as autoridades turcas estavam em busca do homem que teria atirado contra as pessoas que estavam celebrando a chegada do novo ano.

Um vídeo em que Masharipov aparece caminhando no centro de Istambul chegou a ser divulgado pelo governo na expectativa de localizar o atirador Ainda de acordo com a mídia turca, Masharipov recebeu ajuda de uma célula do EI para se esconder no país após o ato. Mais de 20 pessoas já foram detidas por suposta participação no ataque.

Grita, diz que precisa passar, que conhece alguém dentro da boate Reina, no coração de Istambul, onde um atirador acabou de cometer um massacre. Um policial coloca os braços sobre seus ombros e o homem começa a chorar.

Assim como dezenas de pessoas, este homem se dirigiu a Ortakoy, elegante bairro da margem europeia de Istambul, quando ouviu que a exclusiva boate havia sido alvo de um ataque que deixou 39 mortos, entre eles ao menos 15 estrangeiros, e 65 feridos, segundo as autoridades.

Em seguida, policiais e curiosos o afastam dos jornalistas. Desmorona, chora, grita. Um grupo de homens tenta tranquilizá-lo, um deles dá a ele seu casaco para que possa se proteger do frio.

À 01h15 da madrugada deste domingo (20h15 de sábado de Brasília), uma pessoa armada com um fuzil se dirigiu à entrada da boate e atirou contra um policial e um civil que estavam no local, antes de entrar na discoteca e abrir fogo contra centenas de pessoas que celebravam o Ano Novo.

Rapidamente, ambulâncias e veículos da polícia chegam ao local diante dos olhares atônitos de muitas pessoas vestidas com roupa de festa.

"Viemos para passar momentos agradáveis hoje, mas tudo se transformou repentinamente em caos e em uma noite de horror", conta à AFP Maximilien, um turista italiano.

Dezenas de jornalistas locais e estrangeiros se aglomeram atrás do cordão policial. Entre eles também há parentes das pessoas que estavam na boate no momento do atentado, com os rostos visivelmente marcados pelo cansaço e pela preocupação.

Uma mulher de cerca de 50 anos, com um xale sobre os ombros, olha para os arredores e se aproxima de diferentes grupos de pessoas para tentar reunir informações.

"Minha irmã estava lá dentro", diz. "Ela me telefonou e me disse que havia tiros. Não consegui voltar a me comunicar com ela desde então".

- 'Não chore' -

As dezenas de ambulâncias estacionadas nas imediações cruzam pouco a pouco o cordão para se dirigir à discoteca.

Uma mulher de 30 anos vestida com um longo casaco vermelho e uma grande bolsa no braço permanece imóvel. "Meu irmão está lá dentro. Tive notícias. Graças a Deus está bem. Agora o aguardo", suspira.

Em seguida se afasta caminhando rapidamente e repetindo em seu telefone: "Não chore, não chore, ele está vindo".

As ambulâncias voltam a sair, abrindo caminho entre as pessoas.

Pouco a pouco, o número de ambulâncias diminui, até que um policial anuncia que já não resta ninguém dentro do local.

Ao longe é possível ouvir a música de outros bares e discotecas, onde a população segue celebrando o início de 2017.

Grita, diz que precisa passar, que conhece alguém dentro da boate Reina, no coração de Istambul, onde um atirador acabou de cometer um massacre. Um policial coloca os braços sobre seus ombros e o homem começa a chorar.

Assim como dezenas de pessoas, este homem se dirigiu a Ortakoy, elegante bairro da margem europeia de Istambul, quando ouviu que a exclusiva boate havia sido alvo de um ataque que deixou 39 mortos, entre eles ao menos 15 estrangeiros, e 65 feridos, segundo as autoridades.

Em seguida, policiais e curiosos o afastam dos jornalistas. Desmorona, chora, grita. Um grupo de homens tenta tranquilizá-lo, um deles dá a ele seu casaco para que possa se proteger do frio.

À 01h15 da madrugada deste domingo (20h15 de sábado de Brasília), uma pessoa armada com um fuzil se dirigiu à entrada da boate e atirou contra um policial e um civil que estavam no local, antes de entrar na discoteca e abrir fogo contra centenas de pessoas que celebravam o Ano Novo.

Rapidamente, ambulâncias e veículos da polícia chegam ao local diante dos olhares atônitos de muitas pessoas vestidas com roupa de festa.

"Viemos para passar momentos agradáveis hoje, mas tudo se transformou repentinamente em caos e em uma noite de horror", conta à AFP Maximilien, um turista italiano.

Dezenas de jornalistas locais e estrangeiros se aglomeram atrás do cordão policial. Entre eles também há parentes das pessoas que estavam na boate no momento do atentado, com os rostos visivelmente marcados pelo cansaço e pela preocupação.

Uma mulher de cerca de 50 anos, com um xale sobre os ombros, olha para os arredores e se aproxima de diferentes grupos de pessoas para tentar reunir informações.

"Minha irmã estava lá dentro", diz. "Ela me telefonou e me disse que havia tiros. Não consegui voltar a me comunicar com ela desde então".

- 'Não chore' -

As dezenas de ambulâncias estacionadas nas imediações cruzam pouco a pouco o cordão para se dirigir à discoteca.

Uma mulher de 30 anos vestida com um longo casaco vermelho e uma grande bolsa no braço permanece imóvel. "Meu irmão está lá dentro. Tive notícias. Graças a Deus está bem. Agora o aguardo", suspira.

Em seguida se afasta caminhando rapidamente e repetindo em seu telefone: "Não chore, não chore, ele está vindo".

As ambulâncias voltam a sair, abrindo caminho entre as pessoas.

Pouco a pouco, o número de ambulâncias diminui, até que um policial anuncia que já não resta ninguém dentro do local.

Ao longe é possível ouvir a música de outros bares e discotecas, onde a população segue celebrando o início de 2017.

O papa Francisco condenou neste domingo o atentado que deixou 39 mortos em uma boate em Istambul e fez um apelo por uma mobilização contra "o flagelo do terrorismo", durante sua mensagem de Ano Novo.

"Infelizmente, a violência também atingiu a noite passada de alegria e esperança", disse o Papa argentino diante de 50.000 fiéis reunidos na Praça de São Pedro durante o tradicional Ângelus. "Com profunda dor, expresso a minha proximidade com o povo turco. Rezo pelas muitas vítimas fatais, pelos feridos e por toda a nação em luto", disse o pontífice.

Francisco também lançou um apelo para que "todos os homens de boa vontade" enfrentem "o flagelo do terrorismo e esta mancha de sangue que envolve o mundo com uma sombra de medo e perplexidade".

Além disso, o Papa desejou a todos "um ano de paz na graça do Senhor". "Queridos irmãos e irmãs, Feliz Ano Novo!", exclamou o pontífice a partir da varanda da Basílica de São Pedro.

"E o ano será feliz na medida em que cada um de nós, com a ajuda de Deus, tentar fazer o bem todos os dias. Assim se constrói a paz, dizendo 'não' - com as ações - ao ódio e à violência, e 'sim' à fraternidade e à reconciliação", acrescentou.

A boate Reina, alvo de um ataque mortífero durante a celebração do Ano Novo, é uma famosa casa noturna de Istambul, frequentada por jovens ricos, famosos e turistas estrangeiros. Situada junto ao Bósforo, na parte europeia de Istambul, a casa noturna inaugurada em 2002 também é acessível por barco diretamente a partir do estreito.

Além de precisar pagar preços elevados, os clientes ainda devem superar um duro filtro na entrada do local.

As noites começam geralmente após a meia-noite nesta casa noturna, que possui vários restaurantes e pistas de dança, além de um bar central. A vista a partir do terraço, localizado logo abaixo de uma das três pontes imponentes que atravessam o Bósforo, é espetacular, com as luzes da margem asiática brilhando ao longe.

A história desta ponte já está associada a um dos episódios mais violentos da história recente da Turquia, já que foi palco de confrontos entre soldados sediciosos e manifestantes durante a tentativa de golpe de 15 de julho. A ponte foi rebatizada desde então com esta data.

Apesar da islamização crescente da sociedade, criticada pelos opositores do presidente Recep Tayyip Erdogan desde que seu partido chegou ao poder, a Reina é um dos locais imperdíveis do "jet set" turco e dos festeiros sem problemas econômicos.

Com o passar dos anos, a boate também se tornou um ponto de encontro para as estrelas dos times de futebol em Istambul e das telenovelas, muito acompanhadas na Turquia.

A festa geralmente continua até o amanhecer, quando os clientes entram em automóveis que os aguardam para voltar para as suas casas. Até então sinônimo de festa, a Reina ficará, a partir de agora, associada a este massacre registrado durante as celebrações de Ano Novo.

Um homem realizou disparos em frente da Embaixada dos Estados Unidos em Ancara, na Turquia, poucas horas após o embaixador da Rússia no país ter sido assassinado na cidade por um homem armado.

A notícia foi anunciada pela própria embaixada norte-americana em seu site. "Às 3h50 [22h50 no horário de Brasília], um indivíduo se aproximou da entrada principal da embaixada dos EUA em Ancara e realizou disparos com uma arma de fogo. Não há informações de feridos e o homem está sob a custódia da polícia", explica o órgão no site.

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"Devido a este incidente, a embaixada dos Estados Unidos em Ancara, o consulado geral dos EUA em Istambul e o consulado dos EUA em Adana ficarão fechados" durante esta terça-feira (20).

O site da embaixada ainda disse para que os cidadãos norte-americanos mantenham "um alto nível de vigilância" e tenham cuidado com sua "segurança pessoal".

O episódio aconteceu poucas horas após o policial turco Mert Atlintas, de 22 anos, ter atirado e matado o embaixador russo em Ancara, Andrei Karlov, que discursava durante a abertura de uma exposição de arte no Contemporary Arts Center, no centro da capital.

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A Universidade de Koc, localizada em Istambul, na Turquia, está com inscrições abertas até o dia 10 de dezembro, para o programa de bolsas para mestrado em ciência e engenharia com duração de dois anos. Para participar, os interessados irão passar por uma competição online, e devem enviar a carta de recomendação e motivação, apresentar o currículo e o histórico acadêmico. Não é necessário comprovação de proficiência em inglês e a inscrição é gratuita no site da instituição.

Após a aprovação, os candidatos têm até o dia 9 de fevereiro para acessar a plataforma da universidade e iniciar o processo de candidatura. Serão ofertadas duas bolsas, sendo que a primeira oferecida ao candidato do mestrado com tese e que incluirá a isenção total de anuidade, acomodação e ajuda mensal. A segunda, ao candidato do mestrado sem tese, que conta com a bolsa integral para o programa.

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A polícia turca ocupou nesta terça-feira (4) a sede de um dos principais canais de televisão pró-curdos em Istambul e interrompeu a exibição dos programas.

Dezenas de jornalistas da emissora IMCTV estavam reunidos na redação e na sala de controle quando os policiais interromperam a exibição dos programas, de acordo com imagens exibidas ao vivo.

"Nunca vão calar a imprensa livre", gritavam os funcionários do canal antes da interrupção dos programas.

Ao meio-dia, a emissora não exibia mais a programação, mas os jornalistas se expressavam por meio do aplicativo Periscope nos telefones celulares.

Ao mesmo tempo, centenas de mensagens de solidariedade aos jornalistas circulavam pelas redes sociais.

A IMCTV, fundada em 2011, recebeu na semana passada uma notificação para o encerramento de suas atividades, relacionado à investigação após o golpe de Estado frustrado de 15 de julho.

A decisão judicial envolve 12 emissoras de TV suspeitas de vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e de apoiar o "terrorismo".

Depois da decisão, o canal foi retirado do satélite turco, mas continuava transmitindo seus programas on-line e com o satélite europeu Hotbird.

As forças armadas da Turquia lançaram uma segunda incursão na Síria neste sábado (3), contra uma cidade próxima à fronteira entre os dois países, que é dominada pelo Estado Islâmico. O movimento é considerado pelas autoridades norte-americanas como um passo necessário para expulsar o grupo jihadista do país devastado pela guerra.

Uma unidade blindada turca apoiada por ataques de artilharia atravessou a fronteira para Al-Rai, uma cidade síria que os rebeldes perderam para o Estado Islâmico no início de maio, e que está localizada aproximadamente a meio caminho da linha de controle na fronteira entre Turquia e Síria.

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Um comunicado do exército turco disse que os rebeldes sírios lutam com o apoio de unidades blindadas e artilharia, e tomaram o controle da cidade. Não ficou imediatamente claro quando a operação começou ou que tipo de resistência as forças encontraram durante a incursão.

O ataque segue uma operação bem sucedida na semana passada por militares da Turquia e um número estimado de 1.000 rebeldes sírios para tomar Jarablus, que fica na fronteira com Gaziantep, a cidade turca de dois milhões de pessoas que tem sido severamente desestabilizada pelo fluxo de combatentes estrangeiros que entram na Síria.

A incursão de sábado ocorreu cerca de 60 quilômetros a oeste de Jarablus e representa uma nova frente para o exército turco na Síria. Se os rebeldes apoiados pela Turquia conseguirem se estabelecer na área, o avanço significaria um corte de mais da metade dos 100 quilômetros do território controlado pelo Estado Islâmico ao longo da fronteira com a Turquia, isolando as forças restantes do grupo naquele canto da Síria.

No mês passado, o governo da Turquia deu luz verde para a Operação Escudo Eufrates, depois de remendar as relações com Moscou no começo deste semestre e coordenar os objetivos estratégicos da missão com forças especiais norte-americanas que também estão operando na área.

Em 13 de agosto, os EUA apoiaram rebeldes sírios, liderados pela milícia curda conhecida como o YPG, que assumiram o controle da cidade Manbij, antes dominada pelo EI, cortando uma rota de abastecimento importante entre a cidade de Raqqa, declarada como capital pelos extremistas, e a fronteira turca. No dia 24, foi lançada a ofensiva em Jarablus, com os rebeldes apoiados por cerca de 30 tanques turcos e mais um contingente aéreo da coalizão. Fonte: Dow Jones Newswires.

Onze soldados foram mortos e 28 feridos em confrontos nas regiões leste e sudeste da Turquia com militantes curdos, segundo informa o veículo de comunicação estatal neste sábado.

As vítimas são de operações militares separadas na província de Hakkari, no sudeste do país, e na província oriental de Van, contra os membros da "organização terrorista separatista", como é classificado pelo governo da Turquia o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK. A Turquia, a União Europeia e os Estados Unidos consideram o PKK uma organização terrorista.

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A agência de notícias estatal Anadolu disse que três soldados foram mortos e 20 feridos, com três em estado crítico, nos confrontos em Hakkari na manhã de hoje. Um comunicado das Forças Armadas da Turquia relata que 33 militantes curdos foram mortos e 30 feridos nas operações em andamento.

Em outro comunicado divulgado neste sábado, o gabinete do governador de Van disse que oito soldados foram mortos e oito feridos em operações realizadas ontem nas proximidades do Monte Tendurek. O comunicado das Forças Armadas da Turquia disse que 13 militantes foram "neutralizados" em operações que a Anadolu descreveu como três ataques aéreos.

Um precário cessar-fogo de dois anos e meio entre a Turquia e o PKK entrou em colapso no último verão, com a retomada de três décadas de um longo conflito, que já matou cerca de 40.000 pessoas. Desde que os combates recomeçaram, mais de 600 agentes de segurança turcos e milhares de militantes do PKK foram mortos. Grupos de direitos humanos dizem que centenas de civis também foram mortos nos confrontos e dezenas de milhares foram deslocados de suas casas.

A Turquia enviou tanques através da fronteira para a Síria no mês passado para apoiar os rebeldes do Exército Livre da Síria, para capturar Jarablus, do grupo Estado Islâmico. A operação também visa parar o avanço dos militantes curdos sírios no norte do país.

O governo turco alega que as unidades de proteção ao povo curdo na Síria, chamada de YPG e que tem o apoio dos EUA, são uma extensão do PKK. Antes de viajar para reunião do G-20 na China nesta sexta-feira, o presidente Recep Tayyip Erdogan disse que "o mundo ocidental tem que tomar uma decisão. Ou você está a favor do terror e do terrorismo, ou você está contra". Fonte: Associated Press

Marcando a apoteose de três semanas de mobilização nas ruas após a tentativa de golpe de 15 de julho, uma manifestação gigante "pela democracia" se transformou em uma demonstração de força do presidente Erdogan, com o povo e a oposição unidos ao seu lado.

A maior manifestação no país em anos reuniu milhares de turcos em um mar de bandeiras nacionais vermelhas em Yenikapi, às margens do mar de Mármara.

Segundo jornais pró-governo, pelo menos três milhões de pessoas compareceram ao ato.

Ao se dirigir à multidão no fim dessa manifestação "pela democracia e pelos mártires" do golpe frustrado de 15 de julho, o presidente Recep Tayyip Erdogan voltou a evocar, neste domingo (7), a possibilidade de se restabelecer a pena de morte na Turquia.

"Se o povo quiser a pena de morte, os partidos respeitarão sua vontade", disse Erdogan, em meio aos gritos de "pena de morte!".

"Aparentemente, não tem pena capital na Europa, mas eles têm nos Estados Unidos, no Japão, na China. A maioria dos países aplica", lançou.

Segundo a Anistia Internacional, 140 países são abolicionistas - por lei, ou na prática.

Pouco antes do presidente, o chefe do Estado-Maior, o general Hulusi Akar, que chegou a ser mantido como refém pelos golpistas, foi interrompido pela multidão durante seu discurso também por gritos de "pena de morte".

Restabelecer a pena de morte abolida em 2004 no país seria um grande obstáculo para as negociações sobre a adesão da Turquia à União Europeia (UE), agravando as preocupações no exterior quanto à violação dos direitos humanos e do Estado de direito.

Erdogan já concentra os poderes de uma maneira inédita em 100 anos de república turca.

A manifestação organizada pelo AKP, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (da situação), deveria marcar o ponto final dos protestos quase diários de um povo convocado por Erdogan para tomar as ruas para evitar o golpe militar no país.

Erdogan surpreendeu, porém, ao anunciar que se trata apenas "de uma vírgula", com uma última manifestação prevista para acontecer na quarta-feira (10).

'Um jardim de rosas'

Não há dúvida de que o ato multitudinário ajudou Erdogan a ampliar sua base de apoio, com o embarque da oposição.

Os principais partidos da oposição aderiram às fileiras do governo, salvo o HDP pró-curdo. Eles não foram convidados em função de seus supostos laços com a guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), mesmo tendo condenado a tentativa de golpe.

Ancara aponta o pregador exilado Fethullah Gulen como o cérebro da tentativa de golpe de Estado e já reivindicou sua extradição ao governo americano.

O fracassado golpe deflagrou uma perseguição implacável das pessoas suspeitas de serem seguidores de Gulen no Exército, na Justiça, na Educação e na Imprensa. Mais de 60.000 foram demitidos, afastados, ou detidos.

No ato deste domingo, o líder do Partido de Ação Nacionalista (MHP, de direita), Devlet Bahceli, prestou uma homenagem ao povo turco e retomou a retórica do governo, aprovando - implicitamente - as perseguições em massa contra os "gulenistas".

"Não há outra opção a não ser se livrar do FETO (como o governo se refere às redes de Gulen) na sociedade, porque está escondido como um câncer", declarou.

"Vamos viver como irmãos e irmãs", afirmou o dirigente do principal partido de oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP, socialdemocrata), Kemal Kilicdaroglu, que aplaudiu esse "importante dia para a democracia turca".

"Essa organização terrorista prosperou dentro do Exército e em todo o Estado", denunciou.

'Dispostos a morrer'

Os moradores de Istambul, bastião político de Erdogan, também mostraram seu apoio ao presidente.

"Estamos aqui por nosso país, para protegê-lo. Não vamos deixar nosso país nas mãos de bandidos", afirmou Ramazan, um manifestante de 65 anos.

Outro manifestante, Huseyin Albayrak, foi além: "estamos dispostos a morrer por nosso presidente. Estamos aqui desde de manhã e, se nos pedir para ficarmos aqui até amanhã, ficaremos".

Mais de 15.000 policiais foram instalados na gigantesca praça de Yenikapi. Istambul tem sido alvo de vários atentados islamitas, ou pró-curdos.

Participaram da manifestação as famílias dos 239 "mártires" da tentativa de golpe, que deixou 273 mortos, incluindo os insurgentes. O ato foi transmitido por telões em todo o país.

Os três homens-bomba autores do atentado terrorista no aeroporto de Ataturk, em Istambul, na terça-feira (28), eram estrangeiros. Segundo as informações da agência de notícias Dogan, os homens-bomba eram do Uzbequistão, Quirguistão e da república russa do Daguestão. 

As identidades foram reveladas após uma ação policial no apartamento alugado pelos homens e usado como base operacional do ataque. A área onde fica o imóvel, uma das mais conservadoras e com uma alta taxa de refugiados sírios, teria sido escolhida devido à facilidade logística e porque eles poderiam trabalhar sem se destacar entre os outros.

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As autoridades da Turquia informaram ainda que mais duas pessoas morreram nesta quinta, aumentando para 43 o número de vítimas fatais do ataque – 19 eram estrangeiros.

Nenhum grupo reivindicou a ação terrorista, mas o governo de Ancara acredita que o Estado Islâmico tenha sido o responsável. Isso porque o atentado teve os moldes de outro ataque do grupo ocorrido em Bruxelas, na Bélgica, no dia 22 de março.

O número de mortos no ataque terrorista na terça-feira à noite no principal aeroporto internacional de Istambul, na Turquia, subiu para 41, incluindo 13 estrangeiros, e 239 pessoas ficaram feridas, disse o gabinete do governador de Istambul nesta quarta-feira.

Este foi o ataque mais violento na cidade turca, que apenas neste ano já foi atingida por outros três atentados. Na noite de ontem, três homens que chegaram de táxi, começaram a atirar e logo em seguida detonaram explosivos que estavam em seus corpos.

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Apesar do ataque, o aeroporto retomou as operações normalmente. Imagens televisionadas de dentro do Aeroporto Atatürk mostrou as cabines de check-in funcionando normalmente. A Turkish Airlines, a maior companhia aérea do país, disse que suas operações de voo tinham sido retomadas, embora algumas chegadas e partidas tenham ficado atrasadas.

Dos 13 estrangeiros mortos no ataque, cinco eram da Arábia Saudita, dois do Iraque, e um da Tunísia, Uzbequistão, China, Irã, Ucrânia e Jordânia, de acordo com o gabinete do governador de Istambul.

Embora nenhum grupo tenha reivindicado a responsabilidade pelas três explosões, que atingiram o aeroporto por volta das 21h22 de terça-feira (no horário local), o primeiro-ministro, Binali Yildirim, disse que os resultados iniciais de uma investigação sugeriram que o Estado Islâmico tenha realizado o ataque.

Durante à noite, aliados da Turquia enviaram condolências e condenações ao ataque. "Não pode haver nenhuma justificação para o terrorismo. Aliados da Otan se solidarizam com a Turquia, unidos em nossa determinação de combater o terrorismo em todas as suas formas", disse o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, em um comunicado.

"Infelizmente, este ataque assassino é apenas o último de uma série de ataques que visam matar e mutilar civis inocentes", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA em um comunicado, acrescentando que os EUA estavam determinado a trabalhar com a Turquia para combater o terrorismo.

O Irã também mostrou solidariedade. Além de um iraniano ter sido morto, outros cinco ficaram feridos no ataque em Atatürk, disse o vice-ministro de Ralações Exteriores, Hassan Ghashghavi, à agência de notícias semi-oficial Isna. Um dos feridos estava em estado crítico, disse ele.

Voos do Irã para a Turquia retomaram nesta quarta-feira logo após o meio-dia (no horário local), disse o porta-voz da autoridade de aviação do país à televisão estatal.

O ataque deve contribuir para as dificuldades da indústria turística da Turquia. O número de visitantes estrangeiros diminuiu em 35%, para 2,5 milhões em maio na comparação anual, informou o Ministério da Cultura e Turismo da Turquia na terça-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.

Nesta terça-feira (28), dois homens-bomba atacaram o aeroporto de Ataturk, em Istambul, após a polícia atirar neles, segundo autoridades turcas. De acordo com a imprensa local, o ministro da Justiça Bekir Bozdag afirmou que o ataque deixou dezenas de pessoas mortas.

"De acordo com a informação que me passaram, um terrorista abriu fogo na entrada internacional do terminal com uma AK-47 e depois se explodiu. Nós temos cerca de 10 mortos e 20 feridos", disse Bozdag. Segundo as autoridades, os terroristas detonaram os explosivos antes de passar pelo Raio-X. Fonte: Associated Press.

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O representante da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) na Turquia, Erol Onderoglu, e dois intelectuais turcos proeminentes foram indiciados nesta segunda-feira por "propaganda terrorista" e colocados em detenção provisória por um tribunal de Istambul, informou a imprensa turca.

A justiça acusa Onderoglu, assim como Ahmet Nesin e Sebnem Korur Fincanci, de participar de uma campanha de solidariedade com a imprensa pró-curda em maio.

"O promotor que nos ouviu pediu nosso indiciamento e prisão por propaganda terrorista" em favor do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), movimento armado considerado terrorista por muitos países, explicou Onderoglu por telefone a partir do tribunal pouco antes de sua acusação.

Os três militantes da causa curda e da liberdade em geral assumiram simbolicamente em maio passado a direção do jornal pró-curdo Özgür Gündem, na mira da Justiça e das autoridades turcas há anos.

Um carro-bomba visando um veículo da polícia explodiu no centro de Istambul, na Turquia, nesta terça-feira e matou ao menos 11 pessoas, deixando outras dezenas feridas, incluindo civis, disseram autoridades, no mais recente de uma série de ataques que têm atingido o país.

A explosão ocorreu durante a hora do rush da manhã em torno de 8h40 (no horário local) no distrito de Vezneciler da cidade, não muito longe da Universidade de Istambul e de pontos históricos do centro.

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O governador de Istambul, Vasip Sahin, disse que uma bomba em um carro foi detonada, enquanto passavam carros da polícia. A explosão matou sete policiais e quatro civis, e pelo menos 36 pessoas ficaram feridas, disse ele. Não houve reivindicação imediata da responsabilidade do ataque e Sahin não quis comentar sobre quem ele acha que poderia estar por trás da explosão.

O impacto da explosão deixou o veículo policial virado de lado e parte do carro carbonizado. Várias lojas tiveram seus vidros quebrados.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, visitou os feridos em um hospital de Istambul e prometeu uma investigação completa sobre o ataque.

"Vamos continuar a nossa luta contra os terroristas", disse ele a repórteres. Não houve reivindicações imediatas de responsabilidade.

A Turquia tem lutado com a segurança desde o verão, quando Ancara lançou uma guerra de duas frentes contra o partido separatista dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, e o Estado Islâmico em resposta a uma série de ataques mortais. A Turquia e os seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) consideram ambos os grupos como organizações terroristas.

Na sequência da explosão, o Ministério do Exterior emitiu um alerta de viagem. "Exortamos aqueles que viajam a Istambul para tomar extremo cuidado", disse o ministério em seu site. "Não há razão para esperar novas tensões políticas, bem como disputas violentas e ataques terroristas", acrescentou.

O ministério também aconselhou extremo cuidado sobre viagens para Ancara e outras grandes cidades, e contra todas as viagens às regiões que fazem fronteira com o Iraque e Síria. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo da Holanda fechou temporariamente seus consulado em Istambul devido a "uma possível ameaça terrorista" e aconselhou os holandeses a evitarem a região, nos arredores do local que foi cena de uma ataque suicida que deixou quatro turistas mortos no último final de semana.

Um breve comunicado foi divulgado informando o fechamento do consulado, classificando-o como uma medida de precaução, mas sem detalhes sobre a natureza das supostas ameaças.

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"A segurança da minha equipe e visitantes tem nossa mais alta prioridade", disse o ministro de Relações Exteriores, Bert Koenders, no comunicado. "Nós não podemos, por razões obvias, dar mais detalhes da natureza ou das ameaças ou das informações em que se baseiam". Fonte: Associated Press

O departamento de Estado alertou sobre uma "ameaça iminente" contra a segurança do consulado americano em Istambul, advertindo seu cidadãos a não comparecerem ao local neste sábado (5), dia no qual a representação diplomática permanecerá fechada. "Devido a informações sobre uma ameaça iminente envolvendo a segurança do prédio, o consulado-geral de Istambul aconselha todos os cidadãos americanos a evitarem ir ao consulado hoje", informa um comunicado do órgão de segurança diplomática (Osac) publicado neste sábado.

"Aconselhamos firmemente os americanos a manterem um alto nível de vigilância, a se informarem dos acontecimentos locais e tomarem as medidas adequadas para aumentar sua segurança pessoal", completa a nota do departamento de Estado. Um casal que mostrava "sinais de radicalização" islamita matou 14 pessoas na quarta-feira na Califórnia, em uma ataque no qual os investigadores privilegiam a pista terrorista.

Um tribunal de Istambul acusou e determinou a prisão, nesta terça-feira (3), de dois diretores do jornal de oposição Nokta que criticaram a vitória do presidente conservador Recep Tayyip Erdogan nas legislativas de domingo, informou a própria publicação.

"O redator-chefe Cevheri Güven e seu diretor de publicação Murat Çapan foram acusados e presos por tentativa de golpe de Estado", informou à AFP um jornalista do Nokta.

Os dois foram detidos na segunda-feira em Istambul, depois da publicação da última edição da publicação, cuja capa classifica a vitória por maioria absoluta do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) nas legislativas de domingo como "o princípio da guera civil".

Na semana passada, a polícia invadiu os canais de televisão do grupo Koza-Ipek, ligado à oposição, obedecendo a uma ordem judicial.

Desde então, 58 jornalistas do gruop foram presos, segundo a imprensa local.

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