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Sete pessoas, acusadas de participação no tráfico que provocou a morte de 39 migrantes vietnamitas encontrados em um caminhão frigorífico na Inglaterra, foram condenadas no Vietnã 

Estas são as primeiras sentenças pelo crime, que deixou evidentes os perigos da imigração ilegal. Os migrantes terminam com frequência trabalhando em salões de beleza ou em plantações ilegais de maconha no Reino Unido, em condições de semiescravidão.

Quatro vietnamitas, com idades entre 26 e 36 anos, foram condenados nesta terça-feira a penas de entre dois anos e meio e sete anos e meio de prisão por um tribunal da província central de Ha Tinh, declarados culpados de participação em diversos graus na "organização de tráfico ilícito de migrantes". Três receberam penas de liberdade condicional. 

Em 23 de outubro de 2019 os corpos de 31 homens e oito mulheres, incluindo dois adolescentes de 15 anos, foram encontrados em um caminhão na zona industrial de Grays, ao leste Londres. Presos em um contêiner, procedente do porto belga de Zeebrugge, os migrantes morreram por falta de oxigênio.

Muitas vítimas eram procedentes de uma região pobre do centro do Vietnã, onde as famílias fazem dívidas de milhares de dólares para enviar um de seus parentes ao Reino Unido, por canais clandestinos, com a esperança de que consigam um emprego bem remunerado.

Várias pessoas foram acusadas no Reino Unido, entre elas o motorista do caminhão frigorífico, Maurice Robinson, e o norte-irlandês Ronan Hughes, suspeito de organizar os movimentos de vários motoristas. Eles foram declarados culpados de homicídio culposo. Treze suspeitos foram acusados na França e mais 13 na Bélgica.

Dois navios da Marinha da Grécia seguiam nesta quinta-feira (10) para a ilha de Lesbos para ajudar os migrantes do campo de Moria, o maior e mais insalubre do país, que foi devastado por dois incêndios que deixaram milhares de pessoas desabrigadas.

A Proteção Civil declarou "estado de emergência" em Lesbos, ilha do Mar Egeu com 85.000 habitantes. Esta é a principal porta de entrada para os migrantes na Grécia por sua proximidade da Turquia.

O campo abrigava 12.700 demandantes de asilo, número quatro vezes acima de sua capacidade. Entre os migrantes estão 4.000 menores de idade.

"Ao menos 3.500 migrantes estão desabrigados e adotamos medidas de urgência para estas pessoas: os mais vulneráveis, quase 1.000, serão abrigados em uma balsa que chegará ao porto de Mitilene", anunciou o ministro da Migração, Notis Mitarachi.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou "profunda tristeza" e destacou que a UE está "disposta a ajudar". A Comissão anunciou que assume a responsabilidade pela transferência imediata de 400 crianças e adolescentes para a Grécia continental.

A Alemanha, que exerce a presidência semestral da União Europeia, pediu aos países do bloco que recebam os migrantes do campo. Milhares de pessoas protestaram na quarta-feira em várias cidades do país para exigir que o governo ajude os migrantes.

A Áustria não parece concordar com a ideia. "Se esvaziarmos o campo de Moria, o locai vai lotar de novo imediatamente", disse o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg. Viena deve propor uma ajuda de um milhão de euros, por exemplo, para a compra de "barracas e mantas" na Grécia, completou.

A França afirmou que está disposta a "participar na solidariedade".

"Não temos informações sobre vítimas, feridos ou desaparecidos", afirmou o ministro da Migração da Grécia, que elogiou a "rápida intervenção" dos bombeiros e da polícia.

Vítimas do pânico, milhares de homens, mulheres e crianças fugiram das chamas.

"O que vamos fazer agora? Para onde vamos?", perguntou Mahmut, do Afeganistão. A seu lado, a compatriota Aisha procurava os filhos: "Dois filhos estão ali, mas não sei onde estão os outros".

Cornille Ndama, uma congolesa, também fugiu de Moria durante a noite. "Perdemos tudo. Não tenho nada, nada aqui e não sabemos onde vamos dormir.

Um novo incêndio foi registrado na quarta-feira à noite em uma parte do campo de migrantes que não havia sido atingida pelas chamas de terça-feira.

O primeiro caso de coronavírus foi detectado em Moria na semana passada e o campo foi imediatamente colocado em isolamento por quinze dias.

Segundo Mitarachi, os requerentes de asilo começaram o incêndio. "Vários focos de incêndio foram relatados na noite de quarta-feira (...) Os incidentes em Moria foram iniciados por requerentes de asilo devido à quarentena imposta", frisou.

Pouco antes, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, expressou sua "tristeza pelos incidentes" e sugeriu que o desastre pode ter ocorrido devido às "reações violentas contra os controles de saúde.

Uma operação de resgate de grande escala acontecia no campo de migrantes de Moria, na ilha grega de Lesbos, onde vários incêndios foram registrados na madrugada desta quarta-feira (9).

De acordo com os bombeiros, "incêndios espalhados nos prados ao redor do campo, mas também dentro da estrutura" mobilizam 25 bombeiros e 10 veículos para evacuar o campo mais insalubre da Europa, que abriga quase 12.700 demandantes de asilo - quatro vezes acima de sua capacidade.

Os bombeiros afirmaram que no momento "não há vítimas, e sim algumas pessoas levemente feridas, com problemas respiratórios provocados pela fumaça".

Um fotógrafo da AFP constatou que "quase todo o local está em chamas, tanto o interior como as barracas do lado de fora".

Quase 500 migrantes estão na rodovia que segue até o porto de Mitilene, mas permanecem bloqueados pelas forças de segurança. Outros buscaram refúgio nas colinas próximas ao campo.

"A ilha de Lesbos está declarada em estado de emergência", anunciou o porta-voz do governo grego, Stelios Petsas.

Uma reunião do governo, com o primeiro-ministro e o comandante do Estado-Maior, acontecerá nesta quarta-feira para "examinar a situação em Moria e as medidas que serão adotadas", informou o porta-voz.

De acordo com o site de notícias Lesvospost, mais de 3.000 barracas, milhares de contêineres, escritórios administrativos e uma clínica dentro do acampamento foram atingidas pelas chamas.

O presidente do sindicato dos bombeiros de Lesbos, Yorgos Ntinos, afirmou que o campo "está 99% incendiado e o fogo continua".

A 'Stand by Me Lesvos', organização de moradores locais e refugiados, alertou no Twitter: "Tudo está queimando, as pessoas estão fugindo".

"Algumas testemunhas afirmam que alguns moradores bloqueiam a passagem (de refugiados) na localidade vizinha", acrescentou.

De acordo com agência de notícias ANA, os incêndios teriam começado após uma revolta de alguns solicitantes de asilo que seriam colocados em isolamento depois que testaram positivo para o coronavírus ou entraram em contato com uma pessoa infectada.

Os bombeiros afirmaram que alguns grupos de refugiados impediram a entrada das unidades e que a polícia teve que atuar para permitir a continuidade do resgate.

Na semana passada, as autoridades detectaram o primeiro caso de coronavírus no campo de Moria e colocaram o local em quarentena.

Após 2.000 exames, 35 pessoas testaram positivo para covid-19 em Moria.

"Apenas uma pessoa apresentou sintomas, as outras 34 estão assintomáticas", afirmou o ministério das Migrações. "As 35 pessoas foram transferidas para um espaço previsto para o isolamento".

"Com o incêndio, todos dispersaram e os casos positivos se misturaram com os outros", disse uma fonte policial em Lesbos.

O governo adotou medidas de restrição no campo, que não foram eliminadas, apesar das críticas das ONGs de defesa dos direitos humanos, que consideram as medidas "discriminatórias" porque em maio o confinamento chegou ao fim no país.

As organizações criticam o campo de Moria por sua falta de higiene e superlotação. Também defendem a transferência dos demandantes de asilo mais vulneráveis.

Os distúrbios e confrontos são quase diários. De janeiro a agosto, cinco pessoas foram esfaqueadas em mais de 15 ataques.

Em março, uma menina morreu em um contêiner queimado. Em setembro de 2019, duas pessoas faleceram em um incêndio.

Dezenas de militantes pró e anti-imigrantes foram às ruas neste sábado (5) em Dover, no sul do Reino Unido, em frente ao canal da Mancha, de onde desembarcam números recordes de estrangeiros em solo britânico.

"Bem-vindos" de um lado, "limpem nossas ruas desses lixos" do outro, escutou-se durante os protestos.

Nove pessoas foram presas, de acordo com a polícia de Kent, por perturbação da ordem pública, agravado por motivações racistas e agressões aos agentes dos serviços de emergência.

Os manifestantes anti-imigração entraram em confronto com as forças de ordem ao tentar forçar entrada em um posto de controle da polícia e bloquearam uma importante estrada da região. Muitos exibiam bandeiras britânicas e cantavam músicas patrióticas.

Cerca de 60 militantes hostis aos migrantes gritaram "liberdade" ou pediram que "limpem as ruas desses lixos", de acordo com a agência britânica PA.

Em outra parte da cidade, onde se aglomeraram militantes pró-migrantes, a polícia colocou em prática um importante dispositivo de segurança.

Diante de uma centena de pessoas, Peter Keenan, de uma associação de ajuda aos refugiados, declarou que quando uma sociedade rejeita pessoas que fogem da guerra, isso "reflete" seu estado.

"Não somos assim. Nos preparamos e recebemos as pessoas que em circunstâncias desesperadas fogem de situações terríveis", completou.

"Migrantes e refugiados são bem-vindos", era possível ler em cartazes e faixas.

A poucos meses do endurecimento por parte do Reino Unido da legislação sobre a imigração com o Brexit, 400 migrantes cruzaram a Mancha na quarta-feira, de acordo com autoridades britânicas, um novo recorde diário.

Frente à alta de travessias no canal da Mancha, o Reino Unido alertou a França e prometeu acabar com o fenômeno.

Mais de 5.600 migrantes cruzaram o canal de Mancha a bordo de pequenas embarcações este ano, de acordo com o Ministério do Interior britânico.

A polícia evacuou 1.500 migrantes instalados em um acampamento improvisado na entrada de Paris nesta quarta-feira (29), uma operação que responde à promessa do governo de desmantelar esses locais insalubres que se multiplicaram por alguns anos na capital francesa.

Os migrantes foram levados de ônibus para centros de acolhidas, ou ginásios, vazios, na região parisiense, disse o comando da polícia local à AFP.

"Esta operação é a continuação lógica de todas aquelas que já realizamos há vários meses", disse à imprensa o responsável pela polícia de Paris, Didier Lallement, presente durante a retirada.

A evacuação também responde a um imperativo sanitário, no momento em que as autoridades lutam para impedir um segundo surto da COVID-19.

Os migrantes que se estabeleceram neste acampamento no meio da rua são homens, em sua maioria, procedentes de países que fazem parte do Chifre da África - Etiópia, Somália, Djibuti e Eritreia -, ou Afeganistão.

"Estão esgotados. Para alguns, é a décima evacuação. Eles sabem que serão levados para ginásios, e metade estará na rua novamente hoje à noite", disse Silvana Gaeta, do coletivo Solidarité Migrants Wilson.

Depois de hesitar quanto a entrar, ou não, em um dos ônibus, Ismaël Fatah aguarda pacientemente sua vez de embarcar.

"É a quarta vez que me instalo em um acampamento. A vida é dura na França, não esperava essa recepção. Meu país está em guerra, não tenho outra opção", disse à AFP este pai de família de 29 anos, oriundo do Sudão, cujo filho nasceu na França.

O "campo" de Aubervilliers é um dos muitos que surgiram nas ruas de Paris e nos arredores desde o início da crise migratória em 2015.

Muitos dos migrantes que vivem nesses locais fogem da guerra, ou da pobreza, em seus países.

Dezenas de migrantes violaram nesta segunda-feira (27) a quarentena imposta na Sicília, um dia após cerca de duzentos viajantes ilegais fugirem de um centro de detenção, enquanto a Itália preparava um barco para receber os recém-chegados.

Centenas de migrantes continuam chegando ao sul da Itália diariamente, principalmente nas ilhas de Lampedusa e Sicília. Os prefeitos da região declararam já não poder acompanhar o ritmo das chegadas devido à pandemia do coronavírus.

Nesta segunda, dezenas de migrantes escaparam de uma área vigiada pela unidade de proteção civil em Porto Emedocle, na costa oeste da Sicília. O objetivo era que permanecessem no local por 14 dias, em quarentena.

O abrigo, preparado para acolher até 100 pessoas, estava ocupado por mais de 500 migrantes, segundo a imprensa. Em comunicado, o Ministério do Interior afirmou ter encontrado a maioria dos fugitivos e que nenhum deles era portador de Covid-19.

No Facebook, o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Mario, declarou que era "inconcebível" o desrespeito das regras de quarentena.

"Migrantes ou não, se fossem italianos teria sido a mesma coisa. É uma questão de saúde pública. O vírus não desapareceu", afirmou indignado.

Di Maio declarou que a polícia encontrou 125 dos 184 migrantes que escaparam no domingo de um estabelecimento em Caltanissetta, no centro da Sicília.

O governo de Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (27) que não vai expulsar um grupo de crianças migrantes, detidas em um hotel para ser deportadas. Seu caso havia sido denunciado por várias organizações de defesa dos direitos humanos, inclusive a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

A organização Texas Civil Right Proyect denunciou na semana passada que o governo Trump estava usando a rede de hotéis Hampton Inn & Suites em várias localidades fronteiriças para deter crianças migrantes antes de sua deportação para evitar deixar rastro judicial.

Na sexta-feira, a organização denunciou o governo e nesta segunda, o Departamento de Justiça informou ao tribunal de Washington DC que os menores que estavam no hotel em 23 de julho e que ainda estiverem nos Estados Unidos serão submetidos aos procedimentos migratórios e não serão expulsos.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, entre abril e junho 200 crianças foram retidas em hotéis para serem deportadas posteriormente.

A Texas Civil Right Proyect afirmou que os hotéis se tornaram "buracos negros de informação para que as pessoas detidas não possam buscar ajuda" e denunciou que os migrantes colocaram cartazes nas janelas dizendo que não tinham acesso a telefones e pediram "ajuda".

Nesta segunda, a organização comemorou o freio à expulsão dos menores e informou que o governo aceitou transferi-los ao Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR).

"Isto é claramente uma admissão de má conduta por parte do governo Trump. No entanto, sabemos que há muitas outras famílias que foram detidas neste hotel e que ainda poderiam estar desaparecidas", denunciou a organização.

Quando tomou conhecimento da prática, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou preocupação e informou os Estados Unidos que a detenção de crianças e adolescentes desacompanhados "é uma violação dos seus direitos".

O governo Trump adota uma linha dura contra a imigração e em 2018 implantou uma política de "tolerância zero", que resultou na separação de crianças de seus pais na fronteira. Diante da onda de indignação, o presidente teve que suspender sua aplicação.

Um navio com quase cem migrantes, que tentam atravessar o Mediterrâneo da Líbia até a Europa, está à deriva e pode naufragar, alertou nesta segunda-feira (27) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

"Cerca de 95 migrantes estão à deriva no Mediterrâneo central e podem se afogar após terem tentado fugir da Líbia", alertou em um tuíte a agência da ONU, que não forneceu mais detalhes.

"Os governos e as embarcações têm a obrigação legal e moral de responder a qualquer pedido de ajuda no mar", destacou a OIM.

Mais de 100.000 migrantes tentaram atravessar o Mediterrâneo em 2019 e mais de 1.200 perderam a vida em alto mar, segundo a ONU.

A chegada do verão e a melhora das condições marítimas favorecem um aumento das tentativas dos migrantes que fogem da Líbia, um Estado falido após a queda do regime de Muammar el Khadaffi.

A situação dos migrantes piorou ainda mais com o coronavírus e o início de uma ofensiva sobre a capital Trípoli de parte das tropas do general Khalifa Haftar, que controla o leste da Líbia e enfrenta o governo reconhecido pela ONU.

O número de migrantes que partem das costas da Líbia triplicou entre janeiro e abril de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a ONU.

Seis pessoas foram presas na sexta-feira pela polícia grega por facilitar, através de iates, a travessia ilegal de migrantes da Grécia para a Itália, anunciaram neste sábado as autoridades gregas.

Detidos durante operações da polícia na ilha de Corfu e na região de Atenas, os seis indivíduos são suspeitos de pertencer a uma organização criminosa em atividade desde junho de 2019. No momento das prisões, transportavam 23 pessoas de Corfu para a Itália.

Entre os seis detidos, somente um é de origem grega.

Os membros da organização criminosa teriam adquirido diversos barcos, em particular iates capazes de transportar pelo menos 15 pessoas, cujos proprietários se apresentaram como búlgaros.

Em troca de 5.500 euros, os migrantes eram levados por terra e em grupos de quatro até Corfu, onde ficavam hospedados em hotéis.

Navegando com documentação estrangeira, os iates ficavam atracados em portos próximos aos hotéis, de onde os candidatos a viajar embarcavam discretamente.

O número de chegadas de migrantes na União Europeia, que caiu consideravelmente desde a crise de 2015, era um junho de cerca de 3.500, de acordo com os números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (Acnur), equivalente a um terço do total de junho de 2019.

Cerca de 400 migrantes desembarcaram ilegalmente neste domingo (24) em uma praia na Sicília (sul da Itália), informou a agência de notícias Ansa, citando a polícia nacional.

Os migrantes teriam sido abandonados por um barco não identificado a alguns metros da costa de uma praia na região de Agrigento, no sul da ilha, que depois partiu novamente, disse a fonte.

Um helicóptero da polícia e vários barcos da guarda costeira tentavam localizar a embarcação clandestina.

Assim que chegaram à praia, os migrantes saíram correndo em pequenos grupos, pelas estradas e campos. Alguns pediram água e carona aos motoristas, segundo o jornal local Agrigento Notizie.

Outros se estabeleceram sob as árvores para tentar se recuperar.

Fazia anos desde que um desembarque tão grande ocorrera na costa da Sicília. A chegada de grupos menores de migrantes é mais frequente nas costas do país.

Também neste domingo, 52 pessoas desembarcaram na pequena ilha de Linosa, não muito longe de Lampedusa, no sul da Sicília, segundo as autoridades italianas. Eles estavam a bordo de um barco de 10 metros.

A ONU pediu à União Europeia nesta quinta-feira que busque um acordo para receber 160 migrantes bloqueados no Mediterrâneo por duas semanas.

Em comunicado, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) "pedem a Malta e outros Estados europeus que intensifiquem seus esforços para permitir que quase 160 refugiados e migrantes sejam ajudados, atualmente no mar a bordo de dois navios [da companhia de cruzeiros] Captain Morgan estão sendo colocados em segurança em terra firme".

Os migrantes, principalmente da Líbia, um país em guerra, devem ser acolhidos por Malta, mas os outros países da UE precisam ser "solidários" e aceitar parte deles em seu território.

É por isso que as agências da ONU consideram urgentemente necessário um sistema de realocação negociado e aceito por todos os países "para sair do ciclo perpétuo de negociações e acordos ad hoc que colocam em risco a vida e a saúde das pessoas".

A Hungria anunciou nesta quinta-feira (21) que estava fechando seus campos de migrantes em áreas de trânsito, onde existem centenas de solicitantes de refúgio, na sequência de uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

"A zona de trânsito era uma solução que protegeu as fronteiras da Hungria e a infeliz decisão do tribunal da UE obriga a Hungria a eliminar essas áreas", explicou o ministro do gabinete do primeiro-ministro, Gergely Gulyas, em entrevista coletiva.

No total, 280 pessoas serão transferidas para os centros de acolhida. Na semana passada, o tribunal europeu considerou o caso dos requerentes de refúgio no campo húngaro de Röszke, na fronteira com a Sérvia, um "impedimento".

Os magistrados europeus responderam, assim, às dúvidas levantadas pela justiça húngara em relação ao caso de quatro migrantes do Irã e do Afeganistão, cujos pedidos de refúgio foram rejeitados pelas autoridades húngaras.

Presos na fronteira com a Sérvia, um país de trânsito pelo qual entraram na Hungria e se recusaram a readmiti-los, os quatro homens acreditavam que sua situação violava a diretiva da União Europeia (UE) de 2013 sobre a acolhida de refugiados.

Desde a crise migratória de 2015, a Hungria está na mira das instituições europeias por se recusar a receber refugiados, refletida na construção de uma cerca parcialmente eletrificada na sua fronteira com a Sérvia e a Croácia.

Os migrantes que desejam entrar na Hungria só podem fazer isso por meio de duas zonas de trânsito em Tompa e Röszke, onde são montados campos de migrantes em contêineres, cercados por arame farpado e onde são examinadas as solicitações de refúgio.

Organizações internacionais e ONGs alertaram neste domingo sobre a situação de um barco com dezenas de migrantes a bordo que teria naufragado na costa de Malta.

A agência de controle de fronteiras europeia Frontex disse à AFP que um de seus aviões "decolaria [na segunda-feira] de manhã para procurar" o barco. A Frontex especificou em um comunicado que seria uma das quatro embarcações que havia detectado na sexta e no sábado.

A agência disse, ainda, que informou o caso às autoridades competentes, italiana, maltesa, líbia e tunisiana.

No sábado, a ONG alemã Sea-Watch International levantou preocupações sobre a situação de 250 migrantes navegando em quatro barcos.

Procuradas pela AFP, as autoridades maltesas e a Guarda Costeira italiana não deram nenhuma resposta.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) expressaram preocupação.

"Estamos muito preocupados. Parece que pelo menos um barco afundou e não houve mais contato com outro. Mas não temos confirmação das autoridades [de que ocorreu um naufrágio]", disse Carlotta Sami à AFP, porta-voz do ACNUR na Itália.

Flavio Di Giacomo, porta-voz da OIM, explicou à AFP que "na ausência de barcos presentes na área, é muito difícil no momento confirmar se ocorreu um naufrágio e o número de vítimas".

A Grécia negou nesta quarta-feira a existência de um centro de detenção secreto e extrajudicial para deter migrantes que chegam ao país e, depois, expulsá-los.

"Não há nenhum centro de detenção secreto na Grécia", disse a jornalistas o porta-voz do governo, Stelios Petsas.

"Tudo relativo à vigilância das fronteiras ou à segurança é transparente. A Constituição, o direito grego e as normas europeias imperam", ressaltou.

Mais cedo, o jornal New York Times assegurou ter confirmado a existência de um centro de detenção perto de Poros, no noroeste da Grécia.

"O centro extrajudicial é uma das táticas usadas pela Grécia para evitar uma repetição da crise migratória de 2015", escreveu o NYT.

O jornal diz ter confirmado a existência do centro em questão graças a imagens de satélite. Também entrevistou um sírio expulso para Turquia que contou ter estado lá.

Atenas sempre negou que devolvesse à Turquia os migrantes que cruzam sua fronteira. Na semana passada, uma fonte do governo garantiu à AFP que não há "devoluções", já que o governo apenas "impede a entrada, o que é muito diferente".

Jornalistas da AFP viram, ao longo da fronteira, soldados gregos encapuzados prendendo migrantes em veículos militares. Alguns refugiados estavam em furgões sem placa.

Desde 28 de fevereiro, quando a Turquia anunciou a abertura de suas fronteiras, milhares de migrantes chegaram à fronteira com a Grécia, no rio Evros. Muitos conseguiram cruzar o rio e entrar em território grego.

A Comissão Europeia pediu às autoridades gregas que "investigassem qualquer acusação de práticas ilegais ou violentas" e destacou que o assunto será mencionado durante uma visita a Atenas, na quinta-feira, da presidente Ursula von der Leyen e da comissária Ylva Johansson.

"As autoridades gregas têm a difícil tarefa de administrar uma situação excepcional, mas devem fazê-lo com total respeito aos direitos fundamentais e agir de maneira controlada", disse um porta-voz do Executivo europeu, Adalbert Jahnz.

Os líderes da União Europeia (UE) pediram à Turquia nesta segunda-feira a "cumprir" seu compromisso de afastar os migrantes das fronteiras do bloco, durante uma discussão "aberta" com o presidente turco que viajou a Bruxelas para buscar apoio na Síria .

O controverso acordo firmado em 2016 entre a UE e a Turquia, que conseguiu reduzir drasticamente a chegada de refugiados e migrantes às costas gregas, centralizou a discussão entre os líderes, depois de semanas de censuras cruzadas sobre sua aplicação.

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"Todo mundo tem que cumprir seus próprios compromissos" do acordo ", disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, em entrevista coletiva depois de conversar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen .

A reunião procurou acalmar a tensão entre a UE e a Turquia, depois que Erdogan, a fim de obter o apoio dos europeus na Síria, decidiu permitir o avanço dos migrantes em seu solo em direção à fronteira com a Grécia, contra o pacto de 2016.

Milhares de migrantes estão lotados ao longo da fronteira desde 28 de fevereiro, obrigando as forças de segurança gregas a fortalecer suas fronteiras e reivindicar o apoio de seus 26 parceiros europeus com medo de uma nova crise migratória, como em 2015.

A UE acusa a Turquia de usar os migrantes "para fins políticos", enquanto Ancara, que nega todas as chantagens, considera a ajuda europeia sob o pacto insuficiente.

Ambas as partes decidiram enviar seus ministros das Relações Exteriores para revisar sua implementação.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, e o chanceler europeu, Josep Borrell, terão que rever "nos próximos dias" o acordo para "esclarecer a solicitação" e "garantir" que ambas as partes tenham a "mesma interpretação", Michel explicou.

O movimento permite que a UE e a Turquia ganhem tempo com essa questão espinhosa, como evidenciado pelo rápido retorno de Erdogan para Ancara sem falar com a imprensa. Von der Leyen e Michel foram os únicos a aparecer após a longa reunião.

"Temos nossos desacordos, mas falamos clara e abertamente", disse o presidente da Comissão, para quem o acordo de 2016 "permanece válido" e agora se trata de "implementar os elementos restantes".

A reunião "com a UE foi produtiva", disse uma fonte da presidência turca, afirmando que Erdogan, que falou anteriormente com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, falaria com a imprensa no avião durante o retorno à Turquia.

O presidente turco também buscou com sua viagem mais apoio de seus aliados na Síria, onde lançou em 1º de março uma ofensiva contra o regime sírio na província de Idlib (noroeste) antes de firmar uma trégua com Moscou, aliado de Damasco.

"Esperamos apoio concreto de todos os nossos aliados nessa luta conduzida pela Turquia com grande auto-sacrifício e sozinha", disse Erdogan, pedindo resultados "sem mais demora" e "sem condições políticas" prévias.

- 1.500 migrantes menores -

Nem a UE nem a Turquia especificaram o conteúdo de sua discussão. Sobre os 6 bilhões de euros para atender os migrantes na Turquia, dos quais Bruxelas já comprometeu 4,7 bilhões e desembolsou 3,2 bilhões, Michel disse que eles deveriam ser melhor explicados.

Questionado se as exigências de Erdogan incluem isenção de visto para cidadãos turcos, uma das exigências de Ancara, Von der Leyen respondeu evasivamente: "Cada questão será uma questão de discussão, de avaliação".

Com a reunião, a UE também quis reiterar seu apoio à Grécia e sua mensagem de que suas fronteiras estão fechadas à migração irregular, para desativar uma eventual nova crise migratória como a de 2015 que dividiu o bloco.

A Alemanha também anunciou na segunda-feira que uma coalizão de "voluntários" dos países da UE está considerando cuidar de até 1.500 crianças migrantes bloqueadas nas ilhas gregas "para apoiar a Grécia na difícil situação humanitária".

Além da Alemanha, Luxemburgo, Finlândia, França e Portugal manifestaram vontade de participar desta iniciativa, acolhida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A ofensiva do regime sírio, apoiada por Moscou, na província de Idlib (noroeste), a última fortaleza rebelde na Síria, fez com que um milhão de pessoas deixassem suas casas e Ancara teme que cheguem ao seu lugar.

Mais de 1.700 migrantes chegaram, por outro lado, às ilhas gregas, o que aumentou os 38.000 que já estão superlotados nos campos de refugiados em condições cada vez mais precárias.

burs-tjc/eg/lca

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ordenou que os guardas costeiros impeçam que os migrantes atravessem o mar Egeu, informou a imprensa turca.

"Por ordem do presidente (...) nenhum migrante será autorizado a atravessar o mar Egeu devido aos riscos implicados", afirmou o corpo de guardas costeiros citado pela agência de informação Anadolu.

"A prática de não intervir contra migrantes que desejavam deixar a Turquia se mantém, mas esta nova decisão se aplica aos que atravessam o mar, devido aos riscos de que isso representa", acrescentou.

Os guardas costeiros turcos afirmaram que na quinta-feira 97 migrantes foram resgatados depois que "a parte grega desinflou três botes, deixando-os meio afundados no meio do mar".

Depois que Erdogan anunciou, em 28 de fevereiro, que abriu as fronteiras da Turquia para a UE, milhares de migrantes partiram para a Grécia, o que fez lembrar da onda migratória de 2015, embora outros tenham tentado fazê-lo por via marítima.

Erdogan acusou a Grécia na quarta-feira de usar "todos os meios para impedir que os migrantes entrem em seu território", atirando contra eles com ou tentando afogá-los.

A Polícia francesa desalojou, nesta terça-feira (28), centenas de imigrantes instalados em um acampamento improvisado no norte de Paris em resposta a uma promessa do governo de desmantelar estes locais insalubres.

Entre 900 e 1.800 pessoas, incluindo menores, viviam neste acampamento, em barracas, ou em abrigos improvisados, junto ao boulevar periférico de Paris.

Vários acampamentos surgiram na capital francesa desde a crise migratória deflagrada em 2015. Cerca de 20.000 imigrantes e refugiados foram retirados destes acampamentos no último ano.

Sob um vento cortante, os imigrantes embarcaram em ônibus para serem levados para ginásios, ou abrigos na região parisiense.

Junto com suas três filhas, Fátima, uma marfinense de 38 anos, esperava sua vez para subir em um dos ônibus.

"Dormíamos em uma barraca de campanha. Vamos ver o que as autoridades vão oferecer. Até o momento, não sabemos o que vai acontecer, mas mantemos a esperança", disse à AFP.

Yssuf, de 29, de mesma nacionalidade, contou que viveu neste acampamento desde dezembro, depois de receber ordem para deixar um centro de acolhida quando seu pedido de asilo foi rejeitado.

"O frio começava a ser insuportável", contou.

"Estou feliz de poder ter um refúgio, mesmo sabendo que é apenas por um tempo. É melhor do que nada", completou.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, havia prometido evacuar todos os acampamentos de migrantes de Paris até o final do ano passado: em parte, abrindo mais abrigos para os solicitantes de asilo, mas também deportando aqueles que tiveram seus pedidos negados.

As autoridades disseram que agora estão mobilizando a polícia para garantir que os migrantes não voltarão para os campos arrasados, ou que vão estabelecer novos.

"Não vamos retomar um ciclo interminável de evacuações seguidas de novas instalações", declarou o chefe da Polícia de Paris, Didier Lallement, à imprensa presente no local.

Esta é a 60ª operação de grande envergadura realizada desde 2015 para limpar os acampamentos de migrantes em Paris e seus arredores.

O presidente Emmanuel Macron disse, no ano passado, que a França deve pôr fim a sua abordagem "frouxa" em matéria de imigração.

É o ano de 2035. Um imigrante quer se estabelecer na França, mas a análise de todas as suas ações e comportamentos graças ao grande volume de dados sugere às autoridades que ele não se integrará adequadamente. Sua solicitação é rejeitada. Ficção cientifica? Não para a OCDE.

Nos próximos anos, é provável que as mudanças climáticas, distúrbios geopolíticos e o envelhecimento da população continuarão acelerando os fluxos migratórios.

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Mas outros fatores, como as novas tecnologias, podem "mudar o jogo", antecipa a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um documento apresentado nesta sexta-feira em Paris em um fórum sobre migrações.

Essas projeções para "por volta do ano 2035" não são inteiramente o resultado da imaginação.

Os cenários apresentados são "plausíveis e perturbadores o suficiente para merecer a atenção e a preparação dos formuladores de políticas", segundo o relatório.

Por exemplo, com base nos dados pessoais disponíveis e usando "avanços tecnológicos", poderia-se "selecionar imigrantes com base em estimativas precisas e detalhadas de seu potencial de integração".

O Reino Unido já utiliza, por razões de segurança, big data para o processo de visto, e os Estados Unidos podem pedir aos migrantes acesso às suas redes sociais, ressalta o relatório.

Sua generalização pode levantar a problemas éticos, mas também "levar a melhores processos de integração e maior aceitação pública da migração", estima a OCDE.

- "Impactos gigantescos" -

"Pensamos em cenários que poderiam ocorrer (...) e ter impactos gigantescos", resumiu à AFP Jean-Christophe Dumont, chefe de migração internacional da OCDE.

"Vamos imaginar que podemos prever um comportamento com base em dados pessoais. Que selecionamos com base na probabilidade de alguém ficar doente, cometer um crime, integrar-se com mais ou menos facilidade, aprender um idioma (...) Não estamos longe disso", afirmou.

Outra hipótese levantada pela OCDE é que não se pode mais viver na clandestinidade, pois os governos podem geolocalizar os clandestinos e saber onde estão em tempo real.

"Não estamos longe disso na China com o reconhecimento facial, com o controle das redes sociais. Mas estamos confortáveis com esse tipo de futuro?", questiona Jean-Christophe Dumont.

Para Nina Gregori, diretora do Escritório Europeu de Apoio ao Asilo (EASO), "ser capaz de antecipar os movimentos das pessoas é uma coisa boa".

"Identificar todas as pessoas que estão em nosso território" poderia ter um "impacto positivo" para estrangeiros em situação irregular, estima, pois "existem setores inteiros da economia, como a agricultura, que são semi-dependentes da mão de trabalho de imigrantes em situação irregular".

- Contrapoderes -

Para o diretor da associação Fórum de Refugiados, Jean-François Ploquin, "quanto mais nos aproximamos dos sistemas de controle, mais são necessários contrapoderes".

"Tudo isso levanta, por exemplo, a questão do enorme problema da confiabilidade dos dados. O fato de um jovem africano declarar sua idade na Itália para entrar na Europa não significa que ele não seja menor", diz.

A OCDE recomenda que os governos não baseiem suas políticas "exclusivamente" em algoritmos e inteligência artificial.

A organização também vê outros possíveis fatores para a migração em massa, como uma transição bem-sucedida para uma ecologia livre de carbono que levaria a uma queda nos preços do petróleo.

Os países exportadores de ouro preto, particularmente no Oriente Médio, que atualmente dependem fortemente de mão-de-obra migrante, veriam não apenas o retorno desses migrantes aos seus países de origem, mas também um êxodo potencial de suas populações, alerta a OCDE.

A combinação de vários fatores pode gerar "uma tempestade perfeita de desequilíbrios migratórios internacionais", conclui.

A chegada da Croácia em janeiro à presidência semestral da União Europeia aumenta o interesse e a suspeita sobre o tratamento reservado aos migrantes, contra os quais não haveria dúvida de uso de violência policial para impedi-los de entrar no país.

Há três anos, a polícia croata tem sido acusada de quebrar os celulares dos migrantes, roubar seus sapatos ou dinheiro ou expulsá-los ilegalmente para a Bósnia.

Desde 2015, a União Europeia, que enfrenta uma onda migratória, tem disputas internas sobre como distribuir os migrantes entre os países do bloco.

A Croácia não está tão exposta à chegada massiva de migrantes quanto a Grécia ou a Itália. O país entrou na UE em 2013, mas ainda não faz parte do espaço de Schengen de livre circulação, um dos objetivos do governo. Possui uma fronteira com a Bósnia e a Sérvia, localizada ao sul da chamada "rota dos Balcãs", por onde passam os migrantes.

A Comissão Europeia expressou em outubro sua satisfação com a política da Croácia em suas fronteiras e disse que o país atende às "condições necessárias" para entrar no espaço Schengen.

A decisão deve ser aprovada por unanimidade pelos países membros. O primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, disse a repórteres nesta semana que ingressar no espaço Schengen faz parte das prioridades de seu governo.

Ele também rejeitou as acusações de supostos abusos por parte da polícia de fronteira, denunciados por migrantes, ONGs e jornalistas que recentemente revelaram expulsões ilegais de migrantes de países asiáticos, Oriente Médio e Norte da África.

Segundo Andrej Plenkovic, essas são "acusações" não comprovadas e, embora tenha reconhecido alguns "incidentes", considerou que "não são uma política ou uma intenção". "Cada denúncia é verificada corretamente", assegurou.

Em seu relatório de 2018, a mediadora croata de direitos humanos indicou que o Ministério do Interior havia "ilegalmente" parado de enviar informações sobre incidentes na fronteira.

Também informou que recebeu uma carta anônima em março de um policial confirmando expulsões ilegais de migrantes sem processo administrativo, bem como o confisco de objetos de valor e tratamentos violentos.

O próximo relatório da mediadora de direitos humanos será publicado em março.

Outros funcionários do governo rejeitaram as acusações contra alguns dos 6.500 policiais mobilizados na fronteira.

"Não é como se estivéssemos falando de menores. Todos são homens na casa dos vinte ou trinta anos. Eles parecem militares. Existem tantos que não podemos evitar brigas entre eles e a polícia", disse uma autoridade croata que não quis se identificar.

Todos os meses, a polícia croata intercepta uma média de 1.200 migrantes ilegais, segundo dados oficiais. Até 2015, a maioria dos migrantes vinha da Síria e Afeganistão, mas agora os paquistaneses são os mais numerosos.

Segundo Michael Leigh, analista do grupo de reflexão do Fundo Alemão Marshall, a Croácia protege bem suas fronteiras, mas também deve respeitar os direitos humanos.

"Muitos observadores acreditam que a Croácia tem que fazer esforços consideráveis para melhorar seu comportamento em termos de direitos humanos, especialmente em relação aos migrantes, a fim de se juntar ao espaço Schengen", disse ele.

Sete migrantes morreram nesta quinta-feira (26) no naufrágio de uma embarcação em um lago na região sudeste da Turquia e 64 pessoas foram resgatadas, informou a imprensa turca. 

O naufrágio aconteceu na madrugada de quarta-feira (24) para quinta-feira (25) no lago Van, que está na rota dos migrantes que desejam chegar à Europa.

A embarcação, que transportava migrantes afegãos, paquistaneses e bengaleses, virou e foi encontrada perto da margem.

As pessoas resgatadas com vida foram levadas para centros médicos. Os trabalhos de emergência prosseguiam no lago para tentar encontrar vítimas.

A Turquia abriga mais de quatro milhões de refugiados, 3,6 milhões deles sírios que fugiram do conflito que devasta seu país país desde 2011.

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