Tópicos | milícias

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou nesta quarta-feira, 29 que o Estado está atuando para combater a atuação das milícias. "Estamos prendendo os mafiosos das milícias e temos várias investigações em andamento. Não damos trégua às milícias. A milícia é tratada por nós hoje como máfia", disse. Para ele, a questão é mais grave do que se imagina, mas o governo estadual vai continuar atuando para combater a atuação de milicianos. "Não há leniência, bondade com bandido", disse.

Witzel esteve no Congresso nesta tarde, onde conversou com Maia sobre propostas para a reforma da Previdência e outros projetos em tramitação.

##RECOMENDA##

O governador disse ainda que os decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro para posse e porte de armas não farão diferença no acesso de milicianos a mais armamentos. "Eles compram armas no mercado negro. Então não interfere em nada", disse.

Quase 900 crianças-soldado, que integravam uma milícia apoiada pelo governo da Nigéria para combater os insurgentes do Boko Haram, foram desmobilizadas ontem. Segundo a ONU, o grupo de 894 menores, que incluía 106 meninas, integrava a Força Operacional Civil Conjunta (CJTF, na sigla em inglês), criado em 2013 para proteger as comunidades dos ataques do grupo extremista em Maiduguri.

"Elas eram usadas por grupos armados em funções de combate. Foram testemunhas de massacres e de violência", disse Mohamed Fall, representante do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef) para a Nigéria. Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2017, mais de 15 milhões de crianças entre 5 e 14 anos são forçadas a trabalhar no país. "Continuaremos a lutar até que não existam mais crianças nas fileiras de grupos armados na Nigéria", disse Fall.

##RECOMENDA##

 

As milícias civis foram criadas para combater o Boko Haram e apoiar as Forças Armadas. No entanto, elas foram criticadas por abusos cometidos contra civis e crimes extrajudiciais, incluindo o recrutamento de crianças para as tropas - um constrangimento para a comunidade internacional, que financia e arma a Nigéria contra o extremismo islâmico.

"Desde setembro de 2017, quando o CJTF assinou um acordo prometendo tomar medidas contra o uso de crianças nas tropas, 1.727 crianças e adolescentes foram libertadas e não houve mais recrutamento", diz o Unicef, em comunicado. A guerra da Nigéria contra os jihadistas já matou mais de 30 mil pessoas e deixou milhões desalojados, com poucos sinais de avanço.

O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, elogiou os esforços para combater o crime e destacou a diminuição no número de sequestros como prova do sucesso de sua política de segurança - o que é contestado por analistas. "No norte, há o Boko Haram e banditismo. No oeste, há cultismo e sequestros", afirmou Dennis Amachre, que foi diretor do Serviço de Segurança do Estado. (com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo americano quer fechar o cerco às milícias leais ao presidente Nicolás Maduro na nova fase de ações contra o regime chavista. Para a Casa Branca e senadores do Partido Republicano, o recente pedido do líder venezuelano para que esses grupos civis armados, conhecidos como "coletivos", reprimam manifestações é um sinal de que as Forças Armadas já não estão tão dispostas a empregar a violência contra a população civil.

Segundo a ONG venezuelana de direitos humanos Provea, desde o começo do ano morreram 50 pessoas em manifestações contra o governo na Venezuela. Destes, 14 foram mortos por grupos civis armados - 38% do total. Um levantamento similar feito pelo Observatório Venezuelano de Violência nos protestos de 2014 mostra que de 43 mortes em protestos, 8 foram cometidas por civis armados - 18% do total.

##RECOMENDA##

No começo do mês, ao anunciar o racionamento de energia elétrica depois de dois apagões em março, Maduro pediu aos coletivos que "se mobilizassem para defender cada bairro, cada rua e cada bloco" dos protestos liderados pelo opositor Juan Guaidó.

Dias depois, um despacho atribuído ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino, a seus comandados endossou a orientação do líder bolivariano, mas apresentou uma sutil e importante divergência. Ele alertou contra "o uso de violência de grupos que se autointitulam coletivos chavistas". "

Nenhuma associação que provoca violência pode se autodenominar coletivos", diz o texto, difundido em redes sociais. No ano passado, o general Padrino deu declarações similares, tentando desvincular as Forças Armadas desses grupos.

Essa dissonância chamou a atenção do governo americano. Em uma entrevista a vários meios de comunicação, entre eles o jornal O Estado de São Paulo, uma fonte da Casa Branca que participa da elaboração de políticas do governo Trump para a Venezuela, disse que a atuação dos coletivos tornou-se um foco de preocupação dos Estados Unidos.

"Se Maduro tivesse mais apoio, não pediria aos coletivos que reprimissem, mas sim à Guarda Nacional Bolivariana", disse. "O apoio de Maduro a esses grupos, que nada mais são do que grupos terroristas domésticos, prova que sua margem de manobra está diminuindo", afirmou a fonte, usualmente mantida pelo governo em anonimato.

"Terroristas"

O senador Marco Rubio, republicano da Flórida, pediu nesta semana ao Departamento de Estado e ao Departamento do Tesouro que envolvam os coletivos chavistas mais violentos nas próximas sanções contra a Venezuela.

Na avaliação do senador, eles devem entrar para a lista de organizações terroristas e ter os bens congelados. A avaliação dele foi endossada pelo senador Rick Scott, também republicano da Flórida, e o assessor de Segurança Nacional, John Bolton.

"Maduro criou uma rede de coletivos para servir como seus guarda-costas particulares e proteger seu apego ao poder", disse Rubio em carta endereçada ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e ao secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin.

Analistas venezuelanos concordam com a avaliação do governo americano. Para Luis Vicente León, do Instituto Datanálisis, esses grupos, de características similares às milícias brasileiras, funcionam como uma espécie de "seguro" do chavismo caso as Forças Armadas se voltem contra o regime.

"Os coletivos sempre foram usados como meio de intimidação, seja por serem armados, seja por estarem envolvidos com a distribuição de cestas básicas em bairros pobres", disse ao Estado. "Mas eles são principalmente um contraponto ao setor militar, caso ocorra uma oposição armada ao chavismo dentro da revolução.

Para o analista Oscar Vallés, da Universidade Metropolitana da Venezuela, o comunicado dúbio de Padrino significa que o Exército tenta coibir "excessos" dos coletivos. "Na prática, Padrino está dizendo aos coletivos: reprimam, mas não abusem."

No domingo passado, membros do coletivo Ali Primera 4F questionaram a prisão de alguns de seus membros por militares durante a repressão a protestos no Estado de Lara. Segundo eles, não houve respeito aos direitos individuais dos detidos.

Para entender: Projetos sociais e violência

Os coletivos, grupos de civis armados, foram criados durante a presidência de Hugo Chávez para defender os princípios da revolução bolivariana. Segundo o governo, os coletivos são grupos sociais que trabalham em projetos nas comunidades, as chamadas "Misiones".

No entanto, alguns grupos funcionam como as milícias brasileiras. São conhecidos por sua violência e por controlar serviços públicos em certas regiões. Os próprios membros dos coletivos, que se vestem de negro, cobrem o rosto e geralmente andam em motocicletas, dizem que a polícia ou a Guarda Nacional os chamam para intimidar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 150 alunos participaram, neste sábado (30), de um aulão sobre milícias, promovido pelo preparatório Os Caras de Pau do Vestibular, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. O encontro contou com a atuação de professores sobre a atuação e diversas instâncias sociais, como polícia e políticos. O evento contou com open café para os estudantes.

Segundo o professor de geografia e atualidades Benedito Serafim, o aulão é uma oportunidade de fazer os estudantes pensarem criticamente. “Acreditamos que esse assunto não vai ser cobrado no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), é um aulão extracurricular que vai promover o pensamento crítico a eles”, destaca.

##RECOMENDA##

O professor de história Marlyo Alex também salienta acreditar que o tema sobre milícias não será alvo de questão no Enem, mas que o aulão sobre o assunto pode ser forma de colaborar a prova. “A ideia é tentar fazer uma transversalidade de assuntos para os alunos, de forma com que ele saiba associar a outros conteúdos, fazer referências histórias e ter uma boa argumentação na redação, por exemplo”, explica.

De acordo com a prefessora de filosofia Cristiane Pantoja, o encontro traz um papel cidadão importante. "Pensando sempre na construção e prática da cidadania, saber sobre atuações políticas, independente do governo, faz-se dever e necessário", comenta. "Diante atualizações do Inep, aguardo uma prova mais conteudista e diante alunato, como educadora, espero sempre mais leituras e reconhecimento da realidade que os cercam", acrescenta a professora.

Para a alunos Sara Oliveira, o aulão é uma maneira de ter bons resultados no Enem. “Eu sei que esse tipo de assunto não deve cair, mas creio também que ter consciência do que realmente acontece no mundo é uma forma de me fazer ter boas argumentações e embalsamentos teóricos”, salienta a estudante.

Ao final do aulão, os professores fizeram uma homenagem aos mortos na ditadura militar, como forma de marcar o dia 31 de março, dia em que um golpe derrubou o então presidente João Goulart, em 1964. Questionamentos sobre a morte da vereadora Marielle Franco e o projeto Novo Recife também foram feitos na ocasião. Confira o vídeo abaixo com mais detalhes do aulão:

[@#video#@]

O curso ‘Os Caras Pau do Vestibular, sediado no Recife, realizará uma aula temática no próximo sábado (30). Na ocasião, o preparatório discutirá “Milícia: a máfia brasileira?”, além de prometer um open café para os participantes.

“Vamos debater os conceitos e formação da milícia no Brasil”, comentou o professor de geografia e atualidades Benedito Serafim. O encontro está marcado para as 18h30 e os ingressos custam R$ 3.

##RECOMENDA##

Interessados em participar do evento podem ligar para (81) 3132-4740. O curso fica na Rua Corredor do Bispo, 90, bairro da Soledade, área central do Recife.

O assassinato há pouco mais de um ano da vereadora do PSOL Marielle Franco chamou a atenção para uma ameaça diferente e paralela no Brasil, segundo o jornal britânico Financial Times: as milícias do Rio de Janeiro.

O texto, publicado na seção "A grande leitura/Américas", explica que as milícias são gangues paramilitares assassinas, lideradas por policiais e ex-policiais, que surgiram nas últimas duas décadas como uma ameaça à segurança pública e à integridade do Estado.

##RECOMENDA##

Marielle, que foi chamada pelo diário de "Alexandria Ocasio-Cortez da política brasileira", é descrita como uma oradora pública articulada e carismática e que tinha uma campanha contra a corrupção e a violência policial. Para o jornal, sua atuação a tornou uma estrela em ascensão da política do Rio de Janeiro, uma conquista improvável para uma mulher negra e gay de uma das favelas da cidade.

O FT relata que dois homens foram presos como suspeitos de assassinato, ambos ex-policiais, e a apreensão da "maior quantidade de armas ilegais já feita no Brasil" na mesma operação no chamado "Escritório do Crime".

O assassinato de Marielle, continua o periódico, também levanta questões desconfortáveis para Jair Bolsonaro, o novo presidente de extrema-direita do Brasil. "Figuras de longa data na política do Rio, Bolsonaro e seus filhos têm uma história de se associar com pessoas próximas de membros conhecidos e suspeitos da milícia", explicou.

Além disso, o veículo britânico ressalta que os holofotes sobre as milícias se chocam com o plano de segurança que Bolsonaro está propondo e a filosofia que o ajudou a ser eleito.

O presidente acredita que a polícia deveria ter mais liberdade para contra-atacar suspeitos de crimes. No entanto, enfatiza a publicação, a morte de Marielle sugere que a raiz de pelo menos parte da violência que atinge tantas cidades brasileiras é o "olho cego" que as autoridades lançam sobre as milícias, que, por sua vez, agem como um Estado quase paralelo.

O FT recorda que, no início, as milícias ofereciam proteção às empresas locais a um preço modesto que muitos estavam dispostos a pagar. De lá para extorsão foi um passo curto, e logo as milícias estavam vendendo proteção contra si mesmas. Eles se expandiram para outros serviços: transporte público informal, distribuição de gás de cozinha, TV a cabo pirata, venda e aluguel de imóveis comerciais e residenciais e muito mais.

A linha de negócios mais lucrativa para as milícias tem sido o setor imobiliário e direitos de terra, conforme a reportagem, justamente a questão principal do trabalho da vereadora na época de sua morte.

Nos últimos 20 anos, muitas novas milícias foram formadas: um estudo do ano passado descobriu que estavam presentes em 165 favelas e em outros 37 bairros da cidade do Rio, áreas da cidade que abrigam uma população combinada de mais de 2 milhões de pessoas. "Eles distribuem a justiça muitas vezes horrível e letal, projetada para dar o exemplo, às vezes para o comportamento criminoso, às vezes para atos de desobediência, como comprar gás de cozinha do distribuidor errado", pontua a publicação.

O texto de 36 parágrafos, acompanhado por muitos gráficos, mapas e fotos, continua dizendo que a presença dessas milícias assombra a cidade e cita uma pesquisa do mês passado que descobriu que os moradores do Rio tinham mais medo das milícias do que das gangues de drogas.

"O medo do aumento da violência urbana foi uma das principais questões que permitiram a Bolsonaro chegar ao poder da quase obscuridade no ano passado. Enquanto os brasileiros esperavam virar as costas ao Partido dos Trabalhadores (PT) de esquerda, que havia gerado uma recessão esmagadora em 2015-16 e estava envolvido em um esquema de corrupção multibilionário, Bolsonaro também fez durante a campanha a promessa de enfrentar uma aumento do crime".

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) criticou a proposta de projeto de lei elaborada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para fortalecer o combate à corrupção com mudanças em 12 leis e nos códigos Penal e de Execução Penal.

Para o deputado, Moro trata as milícias de forma superficial ao equipará-las às facções de narcotraficantes. "Não se enfrenta as milícias da mesma forma que se combate o tráfico de drogas, são organizações distintas", diz em nota.

##RECOMENDA##

Entre outros pontos, Freixo critica especificamente o item 4 do pacote apresentado pelo ministro, intitulado Medidas Relacionadas à Legítima Defesa, que trata, entre outros pontos, de homicídios cometidos por policiais. "Na prática, se aprovada, a medida dará salvo conduto jurídico a policiais que cometerem execuções", diz.

Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse, em entrevista a jornal da emissora SBT, que é "contra milícias", e que frases que ele havia dito sobre o tema, em um debate na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 2007, foram tiradas de contexto.

Em relação a homenagens que fez a PMs acusados de comandar um dos grupos milicianos mais antigos do Estado, em Rio das Pedras, Flávio justificou que já ofereceu "centenas" de moções parabenizando profissionais de segurança pública e que não sabia, à época, sobre as acusações. Um dos homenageados estava preso no momento em que o pedido de homenagem foi protocolado.

##RECOMENDA##

"Eu sou contra milícias, só que nesse momento (em 2007) estava começando uma discussão sobre o que era isso. Estava se generalizando de uma forma muito preocupante", disse Flávio à emissora. "Eu sempre fiz a defesa dos profissionais de segurança pública. E qualquer lugar onde moravam dois ou três policiais já estava sendo considerado 'milícia'."

Na ocasião, há 12 anos, o deputado federal havia dito que "não se pode simplesmente estigmatizar as milícias", e se referiu aos grupos como um "novo tipo de policiamento". Nesta quinta-feira, 24, Flávio disse que é contra qualquer tentativa de se implantar um "Estado paralelo" a governos constituídos.

Sobre o PM Adriano Magalhães da Nóbrega, que cumpria pena em 2005 quando foi homenageado por Flávio, o senador eleito disse que "essas informações estão vindo à tona agora, apenas". O Estado também apurou que o filho do presidente empregava, até novembro do ano passado, a mãe e a esposa de Nóbrega em seu gabinete - que teriam sindo indicadas por seu ex-assessor e motorista, Fabrício Queiroz.

A assinatura do decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo no país, que aconteceu nesta terça-feira (15), pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem dado o que falar entre os políticos da oposição. Na manhã de hoje, o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à Presidência, Fernando Haddad (PT), classificou a medida como antiquada, privatizadora da segurança e disse que o próximo passo de Bolsonaro é legalizar as milícias.

“Pouca gente sabe, mas segurança é dos primeiros direitos assegurados pelo Estado moderno. A liberação de armas nos remete à pré-modernidade e nos conduzirá à privatização desse serviço público. A legalização das milícias é o próximo passo. Há um PL de Bolsonaro sobre o tema”, ressaltou o petista, no Twitter.

##RECOMENDA##

As milícias são um poder paralelo formado por militares, paramilitares ou pessoas armadas que atuam controlando comunidades, a partir da extorsão de moradores, tortura, homicídios e até com o tráfico de drogas. A atuação deles é frequente no Rio de Janeiro, inclusive, na capital carioca são investigadas por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, em março do ano passado.

De acordo com reportagem recente do jornal O Globo, em pelo menos duas oportunidades em 2008, quando as milícias já eram violentas, o então deputado federal Jair Bolsonaro chegou a relativizar a atuação e defender a legalização dos grupos, classificando-os como “defensores da ordem”. Já na época da campanha eleitoral, no ano passado, ele disse que as milícias, “que tinham plena aceitação popular”, se “desvirtuaram”.

O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse nesta segunda-feira (14) não ter dúvidas de que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes está relacionado a grupos de milicianos. Gussem discursou ao ser reconduzido ao cargo para mais dois anos de mandato à frente do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

"Não tenho dúvidas em afirmar que o caso Marielle e Anderson Gomes está relacionado a essas organizações criminosas", disse ele. O assassinato completa hoje dez meses e segue em investigação sigilosa na Polícia Civil e no próprio Ministério Público estadual.

##RECOMENDA##

Gussen afirmou que as milícias representam "uma forma perversa de plantar o terror e o medo na sociedade" e destacou que, quando confrontadas pelo aparato estatal, elas reagem "com severos ataques a bens públicos e ameaças a autoridades". O procurador-geral de Justiça lembrou ainda o ataque a tiros sofrido ontem pela delegada e deputada estadual Martha Rocha (PDT), que não se feriu com os disparos contra seu carro, mas teve o motorista baleado. A parlamentar relatou ter sofrido ameaças de milicianos.

"Espero que o lamentável episódio ocorrido ontem com a deputada estadual Martha Rocha não seja mais um capítulo dessa triste e grave história", disse.

Duas linhas

Ao fim da cerimônia de recondução ao cargo, o procurador-geral de Justiça explicou que o ministério público estadual e a Polícia Civil trabalham em duas linhas de investigação distintas no caso Marielle. Enquanto os promotores cruzam dados do caso com outros processos e organizações criminosas identificadas, a Polícia Civil se debruça sobre o crime de forma mais específica.

"Elas necessariamente não são divergentes, podem até ser convergentes. São linhas que, com o andar dessa análise, podem desembocar na mesma organização criminosa", disse ele, que ponderou que a investigação da Polícia Civil necessariamente vai passar pela avaliação do Ministério Público quando concluída.

O governador Wilson Witzel (PSC) disse que não teve acesso ao processo, que está em segredo de justiça, mas defendeu que uma resposta seja apresentada à sociedade rapidamente.

"Me parece que as duas têm que andar juntas. Se não for possível, aquela que estiver mais adiantada que dê a resposta pra sociedade. Se você tem uma investigação mais adiantada na policia, que a policia já apresente logo o resultado", disse ele, que o que se espera do direito penal é uma resposta rápida à sociedade: "É muito melhor apresentar muitas vezes um resultado parcial de uma investigação. O inquérito pode ser cindido e continuar a investigação em outros fatos".

A Polícia Civil deflagrou nesta segunda-feira, 24, a Operação Gerais, para desmontar três quadrilhas de milicianos que atuam em São Gonçalo e Maricá, na região metropolitana do Rio. Agentes da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MP-RJ) cumprem 52 mandados de busca e apreensão e 23 de prisão preventiva. Segundo a Polícia Civil, 15 pessoas já tinham sido presas até as 8h.

O objetivo da ação é desarticular três milícias com comandos distintos, mas que possuem integrantes atuando em mais de uma quadrilha. Um dos grupos seria liderado por Anderson Cabral Pereira, conhecido como "Sassa", com atuação em bairros de São Gonçalo. A segunda milícia seria chefiada por Luis Claudio Freires da Silva, chamado de "Zado", com atuação também em São Gonçalo. O último grupo de milicianos teria comando de Wainer Teixeira Júnior, com domínio em Maricá.

##RECOMENDA##

Segundo a investigação, os grupos agem com violência, usam armas de fogo e praticam assassinatos para manter o domínio da população local. Eles teriam o apoio de policiais corruptos para expandir o domínio territorial.

Os grupos têm como fonte de arrecadação a exploração de "taxa de segurança" a comerciantes, controle da venda de botijões de gás e de cestas básicas, venda de cigarros contrabandeados e exploração de serviço clandestino de internet e TV a cabo, entre outras atividades irregulares.

A investigação apurou que a arrecadação mensal da organização criminosa girava em torno de R$ 100 mil por mês, podendo chegar a R$ 1,2 milhão ao ano.

A milícia liderada por Wainer, em Maricá, tinha entre os integrantes João Paulo Firmino, apontado como suspeito de assassinar cinco jovens num condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, em Itaipuaçu, em 25 de março deste ano. Segundo a Polícia, os jovens seriam usuários de drogas e foram assassinados para reafirmar o poder da quadrilha e espalhar o terror entre moradores e comerciantes da região.

Tudo o que Emílio Fortunato da Cruz Neto queria no dia 6 era festejar seu aniversário de 24 anos em um show do grupo de pagode Pique Novo. A noite seria também para celebrar o fato de ter sido escolhido o funcionário do mês da filial do Burger King em que trabalha. Chapeiro da lanchonete, sem nenhum antecedente criminal, acabou preso, sob acusação de envolvimento com milicianos.

Ele foi um dos detidos na Operação Medusa da Polícia Civil, no sítio na zona oeste onde os pagodeiros se apresentavam. Cruz era esperado por sua mãe e um grupo grande de parentes na porta da cadeia nesta quinta-feira (26) depois que a Justiça considerou que não havia motivos para manter lá 137 dos 159 encarcerados na ocasião.

##RECOMENDA##

Mais de 50 presos foram libertados. A saída foi marcada por expectativa, choro, aplausos e abraços. Desde cedo, eles esperavam na saída do Complexo de Gericinó. Para agonia da família de Cruz, porém, até as 18 horas o chapeiro não havia saído.

"É uma situação muito triste. Cheguei às 7 horas, aflita. Meu filho passou o aniversário na prisão. Esses meninos só viveram isso porque são pobres. Se fosse na zona sul, a polícia não chegava prendendo todo mundo", lamentou a mãe de Cruz, Celia Maria Silva, dona de casa de 50 anos. "A milícia manda em tudo lá em Santa Cruz, até na vida da gente. Não se pode montar uma banquinha na frente de casa que eles cobram da pessoa. Mas meu filho não foi a uma festa de miliciano. Pagou R$ 20 por um pagode."

O perfil dos presos na operação no sítio é exatamente o dele: homens pobres, com idades entre 20 e 35 anos. São empregados de restaurantes, garçons, ambulantes, motoristas de ônibus, eletricistas.

Nesta quinta-feira, funcionários do Complexo Penitenciário de Gericinó montaram uma espécie de força-tarefa para dar conta da liberação coletiva dos detidos. No momento da saída e do reencontro emocionado com as famílias, alguns relataram terem sido agredidos verbal e fisicamente. Anonimamente, pelo menos três relataram que foram tratados "como bichos". Eles agora se preocupam com o fato de estarem com ficha criminal.

Mancha

André Gomes, de 32 anos, funcionário de um supermercado, pretende processar o Estado. "Isso vai ser arquivado para o resto da minha vida. Sou uma pessoa honesta", afirmou. "A gente trabalha a semana inteira e só queria relaxar em uma sexta", completou o ajudante de motorista Anderson Castro, de 19 anos, que disse não querer "ficar com essa mancha". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

[@#galeria#@]

Mílicias, crime organizado e a onda de violência na capital paraense estiveram entre as questões abordadas pelo delegado Carlos Eduardo Vieira, da DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup), em debate com alunos de mestrado da Universidade da Amazônia (Unama). O evento ocorreu na quarta-feira (6), no campus Alcindo Cacela da instituição.

##RECOMENDA##

Delegado titular da Delegacia de Repressão e Defraudação Púublica, vinculada à DRCO, Carlos Eduardo Vieira falou sobre o conceito de crime organizado. “O crime organizado é um instituto que surgiu no Direito Internacional, ou seja, é de fora do Brasil, e foi aos poucos sendo colocado no território brasileiro, incorporado à nossa lei, para que houvesse uma repressão a esse tipo de criminalidade”, disse. 

O delegado analisou uma ação policial recente que desmantelou, em Belém, grupos de extermínio. “Tivemos uma ação da Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar em que houve um combate a um crime organizado violento, que no caso seriam milícias, que tomam conta de uma forma ou de outra cobrando para dar aquela falsa segurança em área delimitada. Na verdade atuam da seguinte forma: dando proteção, fornecendo serviços, inclusive executando adversários e outros criminosos”, explicou.

Everaldo Marques, formado em Direito e organizador do evento, propôs a discussão desse tema no grupo de estudo do mestrado pela importância para a compreensão da realidade brasileira. "Eu sempre gostei muito de Direito Penal, mas por não acreditar na forma como é composto o sistema penal eu me interessei em estudar exatamente para achar uma solução, porque sabemos muito pouco da realidade do crime organizado", disse.

Fernanda Carneiro, formada em Direito e estudante do mestrado, disse que tratar sobre o crime organizado em Belém é enriquecedor para a dissertação do seu mestrado. "A palestra será importante para fomentar minha dissertação. Os conhecimentos que os doutores e delegados apresentarem serão essenciais para eu ter uma boa noção do assunto", afirmou. Veja vídeo abaixo.

Por Letícia Aleixo e Maria Clara Silva.

[@#video#@]

 

A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio pediu à Polícia Federal que abra, com urgência, um inquérito para investigar as suspeitas de intervenção de milícias nas eleições em quatro cidades - Duque de Caxias, Magé, Nova Iguaçu e Seropédica. No ofício, a Procuradoria da República pede que os episódios sejam investigados "independente de quaisquer investigações" da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio.

A abertura urgente do inquérito foi requerida pelo procurador regional eleitoral Sidney Madruga a partir de recentes notícias na imprensa de que grupos de milicianos têm cobrado taxas para permitir que candidatos façam campanha e divulguem materiais em áreas da zona oeste carioca e cidades do Grande Rio.

##RECOMENDA##

O jornal "O Globo" revelou que candidatos teriam que pagar de R$ 15 mil a R$ 120 mil, de acordo com a densidade eleitoral local, para ter o direito de fazer campanha com exclusividade em territórios dominados por esses grupos.

Indígenas da etnia Guarani Kaiowá reclamam dos constantes ataques de milícias armadas às comunidades do Mato Grosso do Sul. Nos últimos 12 anos, 390 índios foram assassinados no estado, de acordo com o Conselho Indigenista Missionários.

Elizeu Lopes, líder indígena, denuncia o envolvimento de fazendeiros e, inclusive, da polícia e de políticos locais nos ataques. Nos últimos dois meses, as tribos sofreram 12 agressões e pelo menos quatro foram mortos. Os pistoleiros e agressores utilizam armas de fogo, balas de borracha e promovem espancamentos.

##RECOMENDA##

“Do último ataque contra o Simão [Vilhalva], nós ficamos sabendo que tem investigação, mas é muito lenta. A Polícia Federal foi rápida e comprovou que o corpo foi baleado na cabeça”. Simão morreu no município de Antonio João, em Mato Grosso do Sul.

A demarcação de terras é uma das principais questões que levam ao conflito no campo. Atualmente, estão paralisados os processos de demarcação e, assim, 45 mil índios precisam viver em apenas 30 mil hectares.

Segundo Elizeu, por esse motivo os povos indígenas passam a viver nas terras onde existe conflito, almejando mais área livre. “Lá a gente tem pelo menos o espaço para produzir, para o sustento próprio, para garantir o sustento e não depender de cestas básicas.”

O líder indígena passou 15 dias na Europa pedindo ajuda aos organismos internacionais. “Convidamos a relatora da ONU, Victoria Tauli-Corpous, três vezes para vir ao Brasil, mas precisa que o governo a convide para vir fazer essa visita. Queremos a vinda de uma comissão de parlamentares europeus também, para ver toda essa nossa realidade”.

Uma das reivindicações junto aos órgãos do exterior é que seja feita uma investigação independente sobre os ataques paramilitares e também sobre o problema do suicídio, que já matou 585 indígenas no estado durante os últimos 12 anos.

Duas das maiores milícias da Líbia têm mantido uma trégua pragmática enquanto tentam combater o avanço do grupo radical Estado Islâmico. O cessar-fogo ocorre principalmente no oeste do país, onde os grupo travavam uma batalha feroz desde o ano passado.

As duas milícias, nascidas nas cidades de Misrata e Zintan, concordaram com a trégua e grandes confrontos não são mais registrados desde junho. Elas tentam barrar o avanço do Estado Islâmico em direção ao oeste, a partir da cidade litorânea de Sirte. O resultado da trégua entre as duas partes deve ajudar a decidir o destino do país, que é rico em petróleo e vive uma turbulência desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011.

##RECOMENDA##

Os combatentes de Zintan defendem um governo secular, apoiado por potências do Ocidente e com base na cidade de Tobruk. Já a milícia de Misrata luta por um governo islâmico, sediado na atual capital do país, Trípoli. A ONU tenta negociar uma coalizão entre os dois lados desde janeiro, mas foi a ameaça do Estado Islâmico em Sirte, terra natal de Kadafi, que acabou levando as milícias rivais a trabalharem juntas.

Os líderes da milícia de Misrata conhecida como Amanhecer da Líbia, que é bem equipada e tem grande influência no oeste do país, têm promovido a trégua, convencendo pequenos grupos aliados e também negociando com os combatentes de Zintan.

Quando o Estado Islâmico anunciou formalmente sua presença em Sirte este ano, as milícias de Misrata cercaram a cidade, mas acabaram sendo forçadas a recuar. O grupo então admitiu que não tinha condições de enfrentar dois inimigos em frentes de batalha diferentes. Após negociações com as milícias de Zintan, os dois lados concordaram em retirar soldados dos pontos de conflito e se reagrupar, individualmente, para enfrentar o Estado Islâmico.

"Eles (o Estado Islâmico) são como um câncer. Se você não resolve no começo, eles crescem e se tornam mais difíceis de remover", afirmou Ismael Shukri, um oficial de inteligência de Misrata. Jilani Dahesh, um comandante de Zintan, disse que a aliança é simplesmente para enfrentar os terroristas. "Para vencer grupos extremistas como o Estado Islâmico, precisamos de acordos sólidos. A maior ameaça que a Líbia enfrenta atualmente é o vácuo político que a deixou com vários governos", afirmou.

Enquanto isso, a Líbia se tornou um dos maiores pontos de partida de refugiados da África e do Oriente Médio que tentam chegar à Europa. Somente em agosto, quase 700 pessoas morreram ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo saindo do país. No ano, o número de vítimas já chega a 2,7 mil, segundo a Organização Internacional de Migração.

O chefe da missão da ONU na Líbia, Bernardino Leon, disse ao Conselho de Segurança no fim de agosto que comunidades locais no oeste do país estão cada vez mais promovendo o cessar-fogo e iniciativas de reconciliação entre cidades, contribuindo para uma queda significativa nas tensões militares na região e também na área metropolitana de Trípoli. Fonte: Dow Jones Newswires.

Milícias islâmicas entraram em choque, nesta quarta-feira (15), contra forças leais ao general desertor Khalifa Hifter que pretende tomar a cidade de Benghazi, a 600 quilômetros de Trípoli. A cidade, segunda maior do país e palco das revoltas de 2011 que levaram à queda do ditador Muamar Kadafi, tem sido controlada, desde o verão, por milícias islâmicas que derrotaram as forças aliadas ao general.

Hifter, que já foi chefe do exército líbio sob a administração de Kadafi antes de se juntar à oposição, anunciou uma ofensiva para expulsar as milícias do país. Muitos líbios, algumas tropas do exército e até membros do governo o apoiam. No entanto, sua popularidade caiu após a derrota para os islâmicos.

##RECOMENDA##

Acredita-se que os ataques sejam um esforço concertado contra as milícias de Benghazi, o que foi considerado, pelo general, um "ponto de viragem" em sua guerra contra os islâmicos. Ao meio dia local, havia informações contraditórias sobre quem controlava alguns quartéis.

Um alto comandante da milícia islâmica em Benghazi afirmou que seu grupo tomou alguns quartéis pró-Hifter e que três pessoas foram mortas nos combates desta quarta-feira.

Reforçando a percepção de que a Líbia tornou-se também um campo de batalha para lutas regionais maiores, com a Turquia e o Catar apoiando as milícias e o Egito, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos ao lado de seus adversários, o comandante acusou o governo egípcio de bombardear suas posições com aviões de guerra. Fonte: Associated Press.

Assassinatos encomendados na Líbia deixaram dez mortos nos últimos dois dias, entre ativistas dos direitos humanos, jornalistas e membros das forças de segurança. Outras três vítimas de atentados conseguiram sobreviver, em ataques promovidos na cidade de Bengazhi, no leste do país.

A identidade dos assassinos ainda é desconhecida, mas milícias radicais islâmicas têm promovido frequentes ataques contra ativistas, juízes e policiais. A Líbia vive a pior onda de violência desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011. Fonte: Associated Press.

##RECOMENDA##

Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nessa quinta-feira informa que os quatro meses de conflitos de milícias nas duas maiores cidades da Líbia, Trípoli e Benghazi, forçou 250 mil pessoas a fugirem, dentre elas 100 mil estão desalojadas internamente.

O documento da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL) e do Comitê de Direitos Humanos da ONU estima que 150 mil pessoas, incluindo trabalhadores imigrantes, fugiram do país. O relatório diz que um "clima de medo" deixou os cidadãos relutantes em falar sobre abusos cometidos pelas milícias.

##RECOMENDA##

Os últimos quatro meses têm registrado batalhas generalizadas entre milícias islâmicas na cidade de Benghazi - berço da revolta que destituiu Muamar Kadafi em 2011 - e poderosas milícias regionais lutam pelo controle do aeroporto internacional em Trípoli. Milícias islâmicas tomaram praticamente toda a capital.

O aumento da violência é o pior na Líbia desde que os rebeldes, apoiados por aviões de guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), depuseram e mataram Kadafi. O conflito tem como origem a confiança dos governos transitórios seguintes que se apoiam numa rede de milícias, muitas das quais formadas por ex-rebeldes, para restaurar a ordem na Líbia após a destruição das forças regulares da polícia e do Exército durante a revolta.

O governo e o Parlamento eleitos estão reunidos na cidade de Tobruk, no leste do país, enquanto grupos paralelos formados pelas principais facções islâmicas - derrotadas nas eleições de junho - se reúnem na capital, fragmentando ainda mais o país rico em petróleo. O governo diz que não controla mais os prédios dos ministérios.

De acordo com o relatório da ONU, milícias armadas têm sequestrado membros de grupos rivais e civis, e realizado torturas e assassinatos. Eles usam uma "variedade de armas em áreas povoadas", indo de pequenas armas a ataques aéreos, diz o documento. A ONU também disse que a péssima condição dos armamentos e a falta de treinamento e de respeito às vidas dos civis tornaram as zonas de guerra ainda mais perigosas.

O conflito também interrompeu a vida cotidiana nas duas cidades, que sofrem com longos cortes de energia e de água, falta de combustível e de outros bens básicos.

As pessoas desalojadas incluem milhares de membros da comunidade libanesa Tawergha, cujos integrantes têm pele escura e que foi acusada de se unir às forças de Kadafi quando a cidade costeira de Misrata foi sitiada, numa das batalhas mais sangrentas da revolta. As milícia islâmica em Misurata - uma das mais poderosas do país - expulsou os Tawergha de sua cidade, que fica próxima a Misurata, no fim da guerra.

O relatório da ONU diz que a comunidade Tawergha foi desalojada novamente no último mês, quando milicianos atacaram os campos que serviam de abrigo para seus membros em Trípoli, sequestrando diversas pessoas. Fonte: Associated Press.

Confrontos na Líbia entre militantes islâmicos e forças leais a um general renegado deixaram 31 pessoas mortas e 36 gravemente feridas, conforme informaram nesta terça-feira (2) autoridades de segurança do país.

Os conflitos começaram na segunda-feira, com forças e aviões pertencentes ao general Khalifa Hifter batendo de frente com milícias islâmicas do Conselho de Shura dos Revolucionários de Bengasi, nos arredores do aeroporto de Benina, em Bengasi, no leste líbio. O grupo de Hifter perdeu 20 combatentes, enquanto os militantes perderam 11.

##RECOMENDA##

A Líbia está sendo palco do maior surto de violência desde a revolta popular que depôs e assassinou o ditador Muamar Kadafi, em 2011. As divisões do país têm origem nas rivalidades enraizadas entre islâmicos e não-islâmicos e nas discordâncias entre influentes tribos regionais e os vários grupos que ocuparam o poder depois da saída de Kadafi, que fracassaram em tentar controlar os rebeldes.

Nos últimos meses, os conflitos tomaram conta de Trípoli, a capital, e Bengasi, a segunda maior cidade do país. Apesar disso, a agência oficial de notícias do país informou que a situação está ficando mais calma na capital, com alguns bancos e lojas retomando os trabalhos. O tráfego de carros também tem aumentando, com postos de combustíveis formando longas filas de carros. Além disso, famílias que haviam abandonado suas casas estão retornando, segundo a agência. Fonte: Associated Press.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando