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O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter acessado diálogos de membros da operação Lava Jato, teve momentos de embate com o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) nesta quinta-feira, 17, durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Delgatti chegou a chamar o parlamentar e ex-juiz titular da força tarefa em Curitiba de "criminoso contumaz".

"Eu fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive comparável à perseguição que o senhor fez com o presidente Lula e o PT. Ressaltando que eu li as conversas de vossa excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz. Cometeu diversas irregularidades e crimes", disse Delgatti.

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Moro retrucou: "O bandido aqui, que foi preso, é o senhor. O senhor é inocente como o presidente Lula, então?". "Nós temos um depoente que é acusado e processado por diversos crimes de estelionato. Há um caso de condenação de que envolveria 44 vítimas, sinais claros de que ele está envolvido em práticas criminosas e faz do crime a sua profissão", prosseguiu o senador.

O parlamentar, que era o juiz da Lava Jato, iniciou a inquirição perguntando a Delgatti a quantos processos por crime de estelionato ele responde. Moro ainda ironizou o tempo que o hacker levou para responder e disse: "se perdeu a conta, pode seguir, por gentileza".

O hacker, respondeu que se lembra de ter sido julgado em ao menos quatro ações e que teria sido absolvido em todas elas. Moro insistiu que Delgatti respondia a mais de 40 processos. Diante das ofensas mútuas, o vice-presidente da CPMI, Cid Gomes (PDT-CE), pediu por respeito de ambas as partes e chegou a mencionar que o senador tentava desqualificar a testemunha.

"Eu vejo colegas tomando a palavra dele como se fosse uma verdade absoluta, quando estamos diante de um estelionatário condenado", afirmou Moro. "Esse herói já fez como vítima diversas pessoas inocentes, não só hackeando, mas roubando valores", disse.

Delgatti rebateu as afirmações de Moro dizendo que ele espalha fake news. O senador usou todo o seu tempo para questionar o hacker sobre o histórico de condenações na Justiça. Moro perguntou, por exemplo, qual foi a intenção de Delgatti ao invadir o celular do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AL). Ele respondeu que foi imparcial e que chegou a invadir um celular registrado com o nome o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que não tinha nada no dispositivo.

Delgatti ficou conhecido em 2019 por ter invadido celulares e vazado mensagens atribuídas a Sérgio Moro e a integrantes da Operação Lava Jato. No início deste mês, o hacker voltou a ser preso pela invasão de sistemas da Justiça para inclusão de mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em depoimento ontem à PF, Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli para fazer o serviço.

Ante um ambiente adverso no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná - após mudanças na composição da Corte que podem pôr sob risco seu mandato -, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) atribui a 'especulações fantasiosas' as ações que o acusam de abuso do poder econômico. 'São mero estratagema do PT para calar, à moda venezuelana, à oposição democrática', declarou Moro ao Estadão nesta segunda-feira, 17.

O TRE do Paraná passou por alterações recentes em seus quadros. Essas mudanças podem abrir caminho para um cenário desfavorável a Moro, segundo apuração do jornal Folha de São Paulo, confirmada pela reportagem do Estadão.

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Ex-juiz na própria Justiça paranaense, Moro é investigado principalmente por suspeita de abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022, com gastos eleitorais acima dos limites estabelecidos pela lei. O processo ainda está em fase de produção de provas, mas tanto adversários políticos quanto aliados apontam que mudanças recentes no TRE-PR prejudicaram o clima favorável que o senador desfrutava até o mês passado.

A principal mudança foi a troca na relatoria do processo, que estava nas mãos de Mário Helton Jorge. Em junho, o desembargador uniu as ações do PT de Lula e do PL de Bolsonaro que pedem cassação de Moro por caixa 2 e, em uma de suas últimas ações no TRE, tomou decisão favorável a Moro negando pedidos de diligências dos partidos, a começar pela expedição de mandado de busca e apreensão contra o ex-juiz, inclusive com o recolhimento do celular do parlamentar, além de quebra de seus sigilos telemático, bancário e fiscal.

Helton Jorge voltou a manifestar-se em favor de Moro, negando ao PL excluir testemunha da defesa na ação. Pela postura do desembargador, a expectativa era de que ele daria um parecer contra a representação.

No entanto, Helton acabou afastando-se da relatoria depois que espalhou-se um discurso seu afirmando que a cultura do Paraná é 'superior' à das regiões Norte e Nordeste. O próprio Tribunal de Justiça do Paraná veio a público dizer que não endossa a postura do desembargador, que encerrou o mandato no TRE em 4 de julho.

A relatoria da ação, então, foi assumida pelo desembargador D'Artagnan Serpa Sá que não é identificado como adepto dos métodos da Lava Jato e é apontado como um magistrado com independência para barrar eventuais pressões de aliados de Moro.

A posse de novos integrantes no tribunal, no dia 5, também aumentam a tensão que pesa contra Moro. O advogado Julio Jacob Junior, por exemplo, é ligado ao ex-governador tucano Beto Richa, que foi alvo da Operação Lava Jato. Além disso, Jacob Junior foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril. O juiz Anderson Ricardo Fogaça também é visto como entre os que poderiam votar contra Moro se houverem provas consistentes.

Há também aliados do ex-juiz no tribunal e a situação não está definida. Contudo, o cenário não é favorável. Depois do TRE, o Tribunal Superior Eleitoral também deverá dar seu posicionamento - em junho, o mesmo tribunal determinou a cassação de Deltan Dallagnol, aliado de Moro na Operação Lava Jato.

O que o PL imputa ao ex-ministro de Bolsonaro?

Na ação em tramitação no TRE, que foi unida à ação do PT, o PL sustenta que a pré-campanha de Moro foi 'irregular' e causou 'desequilíbrio eleitoral', desde o momento em que o senador divulgou sua filiação ao Podemos e a pré-candidatura ao cargo de presidente da República, até ele ser eleito pelo União Brasil ao Senado pelo Paraná.

"Os investigados orquestraram conjunto de ações para usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade, menor circunscrição e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente, ferindo a igualdade de condições entre os concorrentes ao cargo de Senador no Estado do Paraná", argumentou o partido.

A ação movida pela legenda atribui a Moro: suposta captação ilícita e gastos ilícitos de recursos, o caixa 2; abuso de poder econômico por violação ao limite de gastos da campanha; uso indevido dos meios de comunicação; desvios dos recursos partidários.

O que o PT imputa ao algoz de Lula na Lava Jato?

Já o partido de Lula aponta indícios de que Moro usou 'recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Campanha, além de outras movimentações financeiras suspeitas, para construção e projeção de sua imagem enquanto pré-candidato de um cargo eletivo no pleito de 2022, independentemente do cargo em disputa'.

"Há diversos indicativos de que em conluio, os investigados realizaram triangulação de valores do fundo partidário e do fundo eleitoral também entre os dois partidos políticos pelo qual o ex-juiz foi pré-candidato, praticando inúmeras ilicitudes que afrontam expressamente as normas eleitorais, além de poderem configurar ilícitos comuns, a serem apurados pelos órgãos competentes", sustentou o PT.

O processo movido pelo PT imputa a Moro captação ilícita de recursos, abuso de poder econômico, apropriação de recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral e possíveis crimes de caixa 2 e lavagem de recursos públicos.

COM A PALAVRA, O SENADOR SERGIO MORO

À reportagem do Estadão, o senador Sergio Moro manifestou-se afirmando que as ações - protocoladas tanto pelo PT quanto pelo PL - 'se baseiam em especulações fantasiosas' e são mero 'estragema do PT' junto com 'oportunistas que perderam a eleição' para calar 'a oposição democrática'. Confira a nota na íntegra:

As ações se baseiam em especulações fantasiosas, como a de que a minha pré-candidatura presidencial seria mero subterfúgio para me tornar conhecido no Paraná, o que não faz o menor sentido. No fundo, são mero estratagema do PT para calar, à moda venezuelana, a oposição democrática, aliado a oportunistas que perderam a eleição. É um desrespeito à democracia e a 1,953 milhão de eleitores paranaenses.

A defesa do senador também se manifestou a respeito dos gastos de campanha que teriam superado o teto estabelecido de R$ 4,4 milhões. Moro declarou R$ 5,2 milhões, mas a defesa, em nota, afirma que certos gastos não são incluídos no limite. Leia na íntegra:

Quanto a prestação de contas, a defesa do senador explica que foi aprovada, por unanimidade, pelo TRE-PR. No limite de gastos, a lei exclui custos com honorários de advogados e contador, por exemplo.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) reforçou uma crítica ao senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) por seu silêncio sobre o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos. A votação da Corte eleitoral ocorreu na sexta-feira, 30 de junho, e até domingo, 2, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro não se manifestou.

No sábado, 1º, uma usuária do Twitter postou uma foto de Moro conversando com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, e questionou: "Alguma manifestação do Moro em relação a inelegibilidade de Bolsonaro?". Carlos, filho "02" do ex-presidente, respondeu à postagem com uma crítica de baixo calão. "A terceira via tá chamuscando a beirola!", publicou.

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Moro era tido como um possível candidato da chamada "terceira via" nas eleições de 2022, mas abandonou sua candidatura depois de trocar de partido, saindo do Podemos e entrando no União Brasil, pelo qual se elegeu senador pelo Paraná.

O ex-juiz, responsável por conduzir a ação penal que levou à condenação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Lava Jato, em 2018, teve um relacionamento conturbado com Bolsonaro. Com a posse do ex-presidente, eleito depois da inelegibilidade de Lula em 2018, Moro foi convidado para assumir o Ministério da Justiça do novo governo. Cargo que ocupou até pedir demissão em abril de 2020, acusando Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.

No final de 2021, enquanto tentava se consolidar como candidato à Presidência, Moro destilou críticas contra os dois principais adversários da vez: Lula e Bolsonaro. Disse, inclusive, ter dúvidas se eles aceitariam debater com ele durante a campanha eleitoral do ano seguinte. Depois de desistir de sua candidatura, no entanto, Moro voltou a se aproximar de Bolsonaro, declarou seu apoio e chegou a aparecer com ele em debates.

A sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a Cristiano Zanin, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva e advogado do hoje presidente nos processos da Lava Jato, reeditou os embates entre ele e o ex-juiz responsável pela operação, Sergio Moro.

Hoje senador, Moro (União Brasil-PR) participou da sabatina e fez perguntas ao indicado. Antes, Zanin já havia mencionado embates antigos, mas sem citar o ex-juiz.

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Zanin disse que vai atuar com imparcialidade na Corte máxima, algo que "sempre buscou" em sua carreira. Moro, ex-juiz da Lava Jato foi declarado suspeito para julgar os processos contra Lula, o que motivou a anulação dos processos contra o petista.

O senador abriu sua fala dizendo que faria perguntas a qualquer que fosse o indicado, qualquer que fosse o presidente. Disse que ambos foram profissionais na Lava Jato, quando Moro condenou Lula à prisão. "Não existe nenhuma questão pessoal envolvida", alegou Moro.

"Não vim ao Senado para discutir operação Lava Jato, mas para indagá-lo se vossa excelência se afastaria de casos envolvendo Lava Jato no Supremo", afirmou Moro.

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) defendeu que a sabatina para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ser "rigorosa" independentemente do presidente no poder ou do indicado. A declaração foi feita nesta quarta-feira (21), data da sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O advogado, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Suprema Corte, está sendo sabatinado.

Especificamente sobre Zanin, Moro afirmou estar "bastante preocupado" com a sua indicação, devido ao fato de o indicado ter sido advogado de Lula. "Eu, particularmente, fico bastante preocupado quando é a indicação de um advogado particular do presidente. Nós não vemos precedentes históricos a esse respeito. Esse é um aspecto bastante preocupante e certamente vai ser objeto da inquirição", disse Moro em entrevista para a GloboNews.

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Zanin atuou como advogado de Lula durante a Operação Lava Jato, da qual Moro era responsável. Quando o petista ainda estava preso, o advogado assumiu o papel de porta-voz do então ex-presidente, divulgando boletins sobre a situação jurídica do caso, atualizados na saída da Polícia Federal (PF) em Curitiba.

Foi da autoria dele o recurso ao STF que provocou uma reviravolta na Lava Jato com a declaração de parcialidade de Moro e a reabilitação política de Lula. Zanin também esteve ao lado do presidente após a operação. Atuou como coordenador jurídico da campanha do petista em 2022 e, no governo de transição, assumiu a área de cooperação jurídica internacional.

O senador afirmou que não vai adiantar voto, pois pretende utilizar a sabatina para defini-lo. "Mas claro que eu não vejo com bons olhos uma indicação de um advogado particular do presidente da República."

O desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, decidiu unir as ações em que o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, pedem a cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União Brasil). O magistrado viu 'conexão' entre as imputações das legendas ao ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça - suposto abuso de poder econômico e caixa 2.

Com a decisão assinada nesta terça-feira, 13, as ações tramitam em conjunto, seguindo parecer do Ministério Público Eleitoral. Os processos também tem como alvo os suplentes de Moro, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra. A defesa da chapa nega todas as imputações.

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Em seu despacho, o desembargador Mário Helton Jorge 'organizou' e deu andamento aos processos. Ele determinou diligências. As provas colhidas em cada uma das apurações podem ser compartilhadas.

Acolhendo pedidos do PL e do PT, Mário Helton Jorge mandou requisitar informações sobre Moro junto aos diretórios nacional e paranaense do Podemos e do União Brasil.

O desembargador eleitoral já sinalizou que, após a reunião de tais documentos, serão adotadas providências para depoimento em juízo das testemunhas listadas pelo PL e pelo PT e também as que foram arroladas pela defesa do senador.

Os advogados de Moro apontaram, por hora, apenas uma testemunha em ambas as ações: o ex-deputado Deltan Dallagnol, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral sob alegação de suposta 'fraude à Lei da Ficha Limpa para poder se candidatar no pleito de 2022.

O desembargador despachou nas ações impetradas contra Moro uma semana após a Câmara confirmar a cassação do ex-procurador que chefiou a força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Como mostrou o Estadão, a cassação de Deltan gerou burburinho em Brasília sobre o risco do ex-juiz também perder o mandato.

Mário Jorge negou pedidos de diligências dos partidos de Lula e Bolsonaro, a começar pela expedição de mandado de busca e apreensão contra Moro, inclusive com o recolhimento do celular do parlamentar, além de quebra de seus sigilos telemático, bancário e fiscal.

Em meio ao pleito de 2022, a Justiça Eleitoral chegou a determinar busca no apartamento do ex-juiz, para apreender material de campanha. O imóvel foi listado como comitê eleitoral.

O que o PL imputa ao ex-ministro de Bolsonaro?

Na ação em tramitação no TRE, o PL sustenta que a pré-campanha de Moro foi 'irregular' e causou 'desequilíbrio eleitoral', desde o momento em que o senador divulgou sua filiação ao Podemos e a pré-candidatura ao cargo de presidente da República, até ele ser eleito pelo União Brasil ao Senado pelo Paraná.

O senador Sérgio Moro (União-PR) e o deputado federal André Janones (Avante-MG) bateram boca no Twitter nesta sexta-feira, 9. O ex-juiz chamou o mineiro de "parlamentar folclórico", que rebateu apelidando Moro de "assistente de palco" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de "Hello Kitty do Paraná". Os dois começaram a discutir após o advogado Rodrigo Tacla Duran compartilhar um vídeo em que Moro é recebido com protestos em um aeroporto.

Nas imagens, um grupo de pessoas parece gritar "Moro, pode esperar, a sua hora vai chegar". Duran compartilhou o vídeo com a legenda: "Russo enfrentando a hora da verdade". Depois, o senador publicou no Twitter que na realidade a gravação tinha sido feita em 2018. No vídeo original, os manifestantes gritam apenas o nome do ex-juiz.

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Janones, então, respondeu ao paranaense dizendo que o vídeo verdadeiro era o que o senador era vaiado. "Qualquer pessoa com o mínimo discernimento consegue perceber que o segundo vídeo passou por uma edição grotesca para suprimir a parte em que se ouve ‘pode ser esperar que a sua hora vai chegar’. Essa não colou marreco. Próxima…", escreveu o deputado mineiro.

Moro retrucou chamando o deputado de "folclórico". "Janones, não sou um parlamentar folclórico como V.Ex., não mudo de opinião segundo quem está no poder, nem propago fake news. O vídeo da ovação no aeroporto foi anos atrás e está disponível no YouTube. O fato foi amplamente noticiado", disse. "Aliás, continuo a circular muito bem nos dias atuais em locais públicos, inclusive em Confins. Quem é vaiado por aí é o seu dono."

Janones, então, disse que o senador foi "assistente de palco" de Bolsonaro durante o debate da Band entre os candidatos à Presidência das eleições 2022, mesmo depois de acusar o ex-presidente de interferência indevida na Polícia Federal. "Vossa excelência não propaga fake news. V.Ex. preferia mesmo é usá-las pra condenar réus, vazar conversas pessoais interceptadas e definir um processo eleitoral e coincidentemente assumir um ministério depois? Eu acho que quando falar em ‘parlamentar folclórico’, é bom se atentar ao espelho", escreveu o deputado.

Janones não parou por aí: publicou dois tuítes em que chamava Moro de "Hello Kitty do Paraná", e ainda resgatou um vídeo antigo em que o ex-juiz dizia não ser o momento para postular a um cargo político. Ele acrescentou que acredita que o senador será cassado.

Tacla Duran, que postou o vídeo que motivou a discussão, foi apontado pela força-tarefa da Lava Jato como operador financeiro da Odebrecht e hoje mora na Espanha. Ele afirma ter sido alvo de uma tentativa de extorsão em troca de facilidades para clientes em acordos de delação com a força-tarefa de Curitiba. Na terça-feira, 6, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli autorizou Duran a entrar no Brasil, sem o risco de ser preso, para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados.

Críticas frequentes

 

Janones é influenciador nas redes sociais e ajudou a coordenar a campanha de Lula na internet. O ex-juiz da Lava Jato é alvo frequente de seus tuítes. O mineiro já chamou o senador de "vagabundo" e "suprassumo da vassalagem". O deputado critica recorrentemente a condução de Moro de processos contra Lula. "A maior fake news da história do Brasil, era de que você foi imparcial", escreveu Janones para o paranaense em setembro do ano passado.

O empresário e delator da operação Lava Jato, Tony Garcia, relatou em entrevista a Joaquim de Carvalho, na última sexta-feira (2), que desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS) participaram de uma noite chamada “festa da cueca”, em um hotel de Curitiba, com a presença de prostitutas. Imagens foram gravadas no local e usadas pelo então juiz da Lava Jato, Sergio Moro, para ameaçar e chantagear os envolvidos, segundo o ex-delator.

Os desembargadores ameaçados eram os mesmos que tomavam as decisões da operação, como a sentença que condenou o então ex- presidente Lula à prisão em 2018.

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Durante a entrevista, Garcia explicou que chegou a gravar conversas com colegas a mando do magistrado. Ele disse que foi ameaçado pelo juiz, e que a sede da Polícia Federal em Curitiba era considerada a “Guantánamo brasileira”.

Tony Garcia afirma ainda que chegou a denunciar os atos para a sucessora de Moro na operação, a juiza Gabriela Hardt, mas o caso foi engavetado. No final de maio passado, Hardt pediu para sair da operação, e deve ser transferida para outra vara.

O senador Sérgio Moro afirmou nesta quinta-feira, 1º, que a indicação do advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, ao Supremo Tribunal Federal "fere o espírito republicano". Para o ex-juiz da Lava Jato, que travou uma série de embates com Zanin ao longo da Operação, a escolha de um "amigo pessoal do presidente" para a Corte máxima "não favorece a independência da instituição".

A escolha de Zanin à cadeira do ministro aposentado Ricardo Lewandowski no Supremo foi anunciada na manhã desta quinta-feira, 1º. O advogado ainda deve passar por uma sabatina no Senado e ter seu nome aprovado no Plenário da Casa antes de tomar posse no STF.

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A sabatina ainda não foi agendada, mas, na ocasião, Zanin e Moro voltarão a estar frente a frente. Antes, eram o advogado do alvo maior da Lava Jato e o juiz expoente da Operação. Agora se enfrentarão como próximo ministro da Corte máxima e senador.

A indicação foi anunciada pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco na manhã desta quinta-feira, 1º, e confirmada pelo presidente Lula horas depois. "Zanin será excepcional ministro se for aprovado pelo Senado, e acredito que será. O Brasil vai se orgulhar de ter Zanin como ministro da Suprema Corte", declarou o petista.

Não há nenhum impedimento para a escolha de Zanin ao Supremo. A indicação de um ministro do STF é atribuição exclusiva do presidente da República. O nome deve atender a três requisitos: ser brasileiro nato; ter mais de 35 e menos de 65 anos; e ter notável saber jurídico e reputação ilibada.

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo pediu mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal que torne o senador Sergio Moro réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, em razão do vídeo em que o parlamentar sugere a 'compra de um habeas corpus' do decano da Corte máxima.

Lindôra rechaçou a alegação do parlamentar de que a gravação ocorreu durante uma 'brincadeira' de festa junina, conhecida como 'cadeia'. Para a vice-PGR, não há provas que sustentem tal argumento.

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"O tom jocoso e anedótico das afirmações ofensivas à honra de magistrado da cúpula do Poder Judiciário brasileiro é interpretação particular do acusado que, a toda evidência, não encontrou ressonância na vítima que, ciente da grave ofensa e do crime praticado em seu desfavor, imediatamente, representou ao Ministério Público Federal", anotou.

Além disso, Lindôra Araújo entendeu que Moro não realizou 'retratação cabal, total e irrestrita' das falas ofensivas ao decano do STF. Para ela, a publicação feita por Moro no Twitter após viralizar o vídeo em que cita Gilmar não o isenta da responsabilização pela suposta calúnia a Gilmar.

O parecer foi remetido ao Supremo após Moro apresentar seus argumentos em contestação à acusação de que caluniou o decano Gilmar Mendes. O senador sustenta que houve 'edição mentirosa e criminosa' da gravação em que afirma: "Isso é fiança para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes". O vídeo viralizou no Twitter e motivou a denúncia da PGR.

Na sexta-feira, 26, Moro pediu que a Polícia Federal investigue os responsáveis por três perfis no Twitter que divulgaram o vídeo pivô da acusação. O senador sustenta tais perfis seriam responsáveis pela 'malversação de fatos' que chegaram ao decano da Corte máxima.

Em contestação à acusação de ter caluniado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o senador Sergio Moro pediu que a Polícia Federal investigue os responsáveis por três perfis no Twitter que divulgaram o vídeo em que o parlamentar afirma: "Isso é fiança para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".

Ex-juiz da Operação Lava Jato, Moro sustenta tais perfis seriam responsáveis pela 'malversação de fatos' que chegaram ao decano da Corte máxima. Gilmar é crítico dos métodos da antiga força-tarefa. Inclusive citou a atuação de Moro nesta quarta-feira, 24, ao mencionar o julgamento sobre a figura do juiz de garantias.

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O pedido foi endereçado à ministra Cármen Lúcia, relatora da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Moro em abril. No documento, o senador reitera que nunca acusou o decano de crimes.

A defesa de Moro já havia apresentado contra-argumentos à acusação da PGR, sustentando que houve 'edição mentirosa e criminosa' das afirmações do senador na gravação, 'para atingir a sua honra e credibilidade'.

Os advogados do senador reiteram a alegação e dizem que ela é comprovada pelo fato de os três perfis que compartilharam o vídeo terem 'inclinação política diversa' de Moro.

"O acusado (Moro) em nenhum momento imputou conduta criminosa sabidamente falsa ao ministro Gilmar Mendes. A gravação não foi realizada por Sergio Moro, nem a pedido deste. Não foi o acusado que gravou o vídeo, tampouco editou, criou, modificou, divulgou ou propagou a versão falaciosa e descontextualizada das afirmações que chegaram ao conhecimento de Sua Excelência, o Ministro Gilmar Mendes", sustentou o advogado Luís Felipe Cunha ao Supremo.

A denúncia contra Moro foi oferecida ao STF pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo. No documento, ela narra que o senador 'com livre vontade e consciência, caluniou' o ministro Gilmar Mendes 'imputando-lhe falsamente' o crime de corrupção passiva.

A acusação tem como base o vídeo de oito segundos que viralizou nas redes sociais. A gravação foi feita durante uma festa junina. Inicialmente foi compartilhado um trecho editado da mesma. Depois, foi publicado um vídeo em que a mulher de Moro, a deputada Rosângela Moro também aparece. Eles participavam da brincadeira de 'cadeia', quando Moro fez a declaração que motivou a denúncia.

"Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o denunciando Sergio Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País", sustentou a PGR.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a Casa vai "buscar acompanhar" a situação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que enfrenta processo que pode culminar na cassação do seu mandato pela Justiça Eleitoral.

Como mostrou a Coluna do Estadão, a avaliação entre políticos é de que Moro pode ser o próximo alvo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiu na semana passada, por unanimidade, pela perda do mandato de deputado federal de Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

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"Sendo (Moro) colega nosso, vamos buscar acompanhar esse processo. Não posso afirmar qual será o desfecho exato, mas é importante que cada Poder cumpra o seu papel bem fielmente, respeitando a Constituição. E nós, no Legislativo, não vamos nos furtar a cumprir a lei", disse Pacheco ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto, na manhã desta segunda-feira, 22. Ele participou de seminário organizado pelo jornal Folha de S.Paulo para discutir os dois anos da autonomia do Banco Central.

Moro é alvo de processo movido pelo Partido Liberal (PL) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), por suposto crime de caixa 2. O temor do ex-juiz federal é de que uma potencial sentença favorável em primeira instância seja revertida pelo TSE em caso de recurso.

Em relação a Deltan Dallagnol, Pacheco disse que o TSE tem "prerrogativa de decidir sobre demandas dessa natureza".

O senador Sérgio Moro, ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, se disse "estarrecido" com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná. Em suas redes, ele classificou Dallagnol como uma "voz honesta na política" e se solidarizou com os eleitores do Estado no qual nasceu a Lava Jato.

A mulher de do ex-juiz e agora ex-colega de Deltan na Câmara, Rosângela Moro, se disse solidária aos eleitores de Deltan Dallagnol. "Perde o Paraná, perde o país, perde a Câmara dos Deputados", afirmou.

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O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) também criticou a cassação de Dallagnol, na noite desta terça-feira, em votação unânime no TSE. "A cassação do deputado Deltan Dallagnol é um ABSURDO! Não tem outro nome: é PERSEGUIÇÃO POLÍTICA! Retrato de um país que pune quem combate a corrupção e tem como presidente um sujeito que liderou o governo mais corrupto da história do país. É o poste mijando no cachorro!", escreveu nesta quarta-feira.

O senador Sérgio Moro (União Brasil) foi homenageado pelo governador Romeu Zema (Novo) com a Medalha da Inconfidência Mineira, em Ouro Preto, Minas Gerais. A tradicional cerimônia ocorreu nessa sexta, no centro da cidade histórica mineira. O ex-presidente Michel Temer também foi homenageado.

Em seu discurso, Moro citou "o exemplo de Tiradentes" e criticou o governo Lula e o PT. O senador, que desistiu da candidatura a presidente em 2022, tem se posicionado como um dos principais nomes da oposição ao PT no Congresso. No segundo turno da eleição presidencial, Moro apoiou o então presidente Jair Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva - assim como Zema.

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"A gente tem o exemplo de Tiradentes, que lutou pela liberdade para poder, naquela época, enfrentar um governo estrangeiro, lutar para poder falar o que ele pensava e escrever o que ele sabia contra um governo na época. Ele queria ajustar as suas contas diante de uma derrama de impostos", disse o senador.

"Eu posso dizer a vocês o seguinte: o exemplo de Tiradentes permanece vivo, e todos nós brasileiros temos que homenageá-lo. Temos um governo que também quer fazer o seu ajuste de contas por meio de aumento da carga tributária e de impostos, embora ele não saiba dizer muito como pretende fazê-lo. Acho que Tiradentes deu o exemplo, e nós não podemos aceitar passivamente o aumento de impostos para ser usado em gastos desnecessários feitos pelo governo", declarou.

Zema enalteceu o ex-juiz e relembrou a atuação de Moro à frente da Operação Lava Jato. "Na condução do processo judicial da Operação Lava Jato (Moro), foi fundamental para escancarar os desmandos com recursos públicos realizados por meio das estatais. Se para ocupar o cargo de presidente da Petrobras, agora é preciso experiência e capacidade de atuação no setor da empresa, devemos esse avanço ao presidente (Michel) Temer e ao senador Moro", concluiu Zema.

A homenagem a Moro ocorre na semana em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o senador ao Supremo Tribunal Federal por calúnia em razão de vídeo em que o ex-juiz insinua a venda de habeas corpus pelo ministro Gilmar Mendes. A gravação foi feita em tom jocoso, durante uma festa junina. Em nota, Moro afirmou que "os fragmentos do vídeo editado não revelam qualquer acusação contra o ministro" e repudiou a denúncia "açodada" da PGR. O senador evitou falar sobre o assunto durante a homenagem.

Parlamentares da oposição vão cobrar explicações do presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana (PT-AC), sobre a nomeação de aliados para cargos de assessoria na direção da agência de cooperação internacional do governo federal. Como revelou o Estadão, os indicados não têm formação nas áreas para as quais foram designados na Apex.

O senador Sérgio Moro (União -PR) anunciou em sua conta no Twitter que vai apresentar requerimento para convidar Jorge Viana a se explicar no Senado. O parlamentar quer que o presidente da Apex compareça à Comissão de Fiscalização da Casa. "Na comissão de fiscalização do Senado, vou propor convite ao novo presidente da Apex para se explicar, em português mesmo, se os assessores nomeados por ele têm experiência e conhecimento em comércio exterior e, se não tem, o motivo da nomeação", escreveu Moro.

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O comentário do ex-juiz faz referência de forma irônica ao fato de Viana ter alterado o estatuto da Apex-Brasil para deixar de exigir proficiência em inglês para ocupante do cargo de presidente da agência, como noticiou o Estadão.

Na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também usou a rede social para informar que também apresentará requerimento cobrando explicações de Jorge Viana. "Preparando neste momento requerimento para que o APEX Viana vá à Câmara dar explicações para o que a imprensa tem suspeitado ser cabides de empregos. O máquina pública é mantida pelos impostos dos brasileiros e a eles deve servir, não aos desejos pessoais de seus ocupantes", escreveu Eduardo Bolsonaro.

Em uma espécie de contragolpe, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, oficiou o ministro da Justiça, Flávio Dino, pedindo a adoção de "todas as medidas cabíveis" para evitar a coação ou intimidação do advogado Tacla Duran, apontado como operador de propinas da Odebrecht na extinta Operação Lava Jato. O movimento se dá após o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, restabelecer a prisão preventiva do advogado que acusa do senador Sergio Moro e o deputado Deltan Dallagnol - respectivamente ex-juiz e ex-procurador da Lava Jato.

Em ofício assinado na noite de quarta-feira (12), Appio instou diretamente Malucelli, questionando se o mandado de prisão seria expedido pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba ou pela secretaria da 8ª Turma Criminal do TRF-4, a qual o desembargador integra.

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Em seguida, o juiz da Lava Jato ressaltou que Tacla Duran tem status de testemunha protegida e deveria ser ouvido pela Procuradoria-Geral da República até o final da semana.

Appio diz que serão tomadas todas as 'providências legais para garantir a integridade física e moral' de Tacla Duran.

"Este juízo não admitirá qualquer forma, direta ou indireta de coação da testemunha no curso do processo, independente de sua origem, na medida em que não se compactua com qualquer forma de intimidação ou pressão para que a testemunha silencie", anotou.

Segundo o juiz da 13ª Vara, o advogado apontado como operador de propinas da Odebrecht, que vive na Espanha, embarcaria para o Brasil para apresentar 'elementos probatórios' sobre as acusações feitas a Moro e Deltan. A viagem se daria 'com base no princípio da confiança do cidadão no Estado brasileiro, bem como boa fé e independência das instâncias República as e tradicionais de investigação (Ministério Público Federal - PGR - e Polícia Federal)', indicou o magistrado.

Para fundamentar o questionamento feito ao TRF-4, Appio cita um despacho do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou do Supremo Tribunal Federal na terça-feira, 11. O magistrado foi responsável pela decisão que suspendeu uma série de ações apresentadas na esteira da Lava Jato sob a alegação de que usariam provas invalidadas do acordo de leniência da Odebrecht. Entre os processos atingidos pela medida está o que Tacla Duran responde por lavagem de dinheiro.

Para Appio, o ministro determinou 'de forma literal, incontestável e expressa que nenhum tribunal ou juízo inferior ao STF tome decisões judiciais referentes às ações penais suspensas'.

A decisão de Lewandowski também é citada no despacho em que o desembargador Marcelo Malucelli restabeleceu a prisão preventiva de Tacla Duran ao suspender uma decisão dada por Appio

O magistrado acolheu um pedido do Ministério Público Federal, que pediu a derrubada do despacho do juiz da Lava Jato 'por inversão tumultuada dos atos processuais e comprometimento do desenvolvimento regular do feito criminal'.

O MPF questionou o fato de o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba revogar uma decisão de seu antecessor, Luiz Antônio Bonat, que havia mantido ordem de prisão preventiva decretada contra Tacla Duran.

Antes, em outro despacho, assinado em março, Appio revogou o primeiro mandado de prisão expedido contra Tacla Duran, decretado por Moro em 2016, no auge da Lava Jato.

O que o desembargador do TRF-4 fez foi derrubar a decisão dada por Appio em abril, restabelecendo a decisão de Bonat que manteve a prisão de Tacla Duran. Malucelli afirmou que 'evidentemente é indevida a prática de quaisquer atos' nos autos das ações suspensas por Lewandowksi'. Para o magistrado, a decisão de Bonat foi dada antes da suspensão ordenada pelo ministro do STF e, 'não tendo sido revogada pela Suprema Corte, permanece rígida'.

A queda de braço entre Appio e Malucelli marca mais um capítulo do embróglio que tem Tacla Duran como pivô.

Após o restabelecimento da prisão de Tacla Duran passou a circular a informação de que o desembargador responsável pelo despacho, Marcelo Malucelli, é pai do advogado João Malucelli, sócio do escritório Wolff Moro, em Curitiba. Constam como sócios da banca a deputada Rosângela Moro e seu marido, o senador Sergio Moro - o qual é implicado nas acusações de Tacla Duran.

O caso Tacla Duran repercute também em outras esferas de Poder - na quarta-feira, 12, o deputado Deltan Dallagnol se esforçou para barrar convite para que o advogado apontado como operador de propinas da Odebrecht depussesse na Câmara.

No Judiciário, tanto Moro como Deltan pedem que as acusações feitas por Tacla Duran sejam analisadas pela Justiça Federal de Curitiba, onde atuaram por anos durante a Lava Jato. Eles argumentam que os fatos narrados por Tacla Duran remetem a fatos anteriores aos mandatos no Congresso e assim devem ser analisados em primeira instância.

Contrariando a expectativa dos parlamentares, o ministro Ricardo Lewandowski decidiu, na véspera de sua aposentadoria, que o caso do desafeto de Moro deve tramitar no Supremo Tribunal Federal. O ministro considerou que Tacla Duran narrou condutas que remontariam ao período em que Moro era ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro.

Com a saída de Lewandowski do STF, o procedimento que abarca as acusações de Tacla Duran está, por hora, sem relator. O caso pode ser transferido ao gabinete do sucessor de Lewandowski, nome a ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chancelado pelo Senado.

Há dois favoritos para a vaga: o advogado Cristiano Zanin, que defendeu Lula na Lava Jato, e o jurista Manoel Carlos, pupilo de Lewandowski. Uma eventual escolha por Zanin, no entanto, poderia levar à redistribuição do processo para o gabinete de outro ministro do STF.

Às vésperas de sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski definiu que cabe à Corte máxima analisar as acusações do advogado Tacla Duran, alvo da extinta Lava Jato, contra os ex-chefes da operação: o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sérgio Moro - hoje, respectivamente, deputado e senador.

Lewandowski ainda determinou que a Procuradoria-Geral da República examine as imputações feitas por Tacla Duran novamente e avalie se é o caso de pedir um inquérito com base nas acusações.

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A PGR argumentou que o procedimento deveria tramitar no STF em razão de alguns dos atos atribuídos por Tacla Duran a Moro e Deltan poderem ter sido praticados no exercício de cargos com foro especial por prerrogativa de função.

O advogado citou supostas condutas de Moro à época em que era ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro.

O caso chegou ao STF após o juiz Eduardo Appio, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, colher o depoimento de Tacla Duran no bojo de uma ação por lavagem de dinheiro, apresentada na esteira da Operação Lava Jato.

A oitiva se deu a pedido do réu, após o advogado ter revogada sua prisão preventiva - decretada por Moro à época em que era juiz.

Perante Appio, Tacla Duran se disse vítima de extorsão em troca de facilidades para clientes em acordos de colaboração com a extinta força-tarefa da Lava Jato. "As autoridades que passaram pelo processo pensavam que eu estava apostando na estratégia da prescrição, que eu não queria me defender, não, nunca foi isso, jamais. Eu só estava esperando ter um juízo transparente", afirmou em audiência.

Tanto Moro como Deltan negam as acusações feitas pelo advogado alvo da Lava Jato. O deputado diz que a denúncia é "fantasiosa".

Já o senador fala em "uso político de calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade".

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) afirmou neste sábado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma "desinformação grave" sobre o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar o parlamentar. Na semana passada, o petista disse acreditar em uma "armação do Moro" ao comentar o caso. O ex-juiz participou no sábado da 9ª edição do Brazil Conference, de um painel sobre regulação de fake news.

Para o senador, o presidente deu um mau exemplo em matéria de desinformação ao falar de uma "armação". Moro disse ainda ver com preocupação a proposta da atual gestão de criar uma entidade autônoma para supervisionar se as plataformas estão cumprindo normas de regulação. O governo encaminhou sugestões ao projeto de lei das Fake News, de relatoria do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). O ex-juiz afirmou ver risco de censura nas proposições.

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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, outro painelista da mesa, rebateu o ex-juiz. "Tenho a certeza que não é nem um pouco a intenção do governo Lula censurar o que as pessoas dizem ou não dizem nas redes sociais. O governo Lula não é o governo Bolsonaro", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um novo procurador da República vai assumir a investigação sobre o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar o senador Sérgio Moro (União-PR).

Depois de pedir o arquivamento do inquérito na esfera federal e sugerir a transferência do caso para o Ministério Público de São Paulo, o procurador José Soares foi substituído pelo colega Adrian Pereira Ziemba.

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Ao manter a investigação na Procuradoria em Curitiba, a 2.ª Câmara de Coordenação e Revisão Criminal do Ministério Público Federal (MPF) deixou expresso que Soares poderia pedir, 'com fundamento em sua independência funcional, a designação de outro membro' do MPF para conduzir o inquérito.

O pedido dele também foi negado pela juíza Gabriela Hardt, substituta na 9.ª Vara Federal Criminal de Curitiba.

A investigação começou no início de fevereiro, depois que um ex-integrante da facção jurado de morte delatou o plano. Os próximos passos incluem a tomada de depoimento dos suspeitos presos e a perícia nos celulares, computadores e documentos apreendidos na Operação Sequaz.

O procurador responsável inicialmente pelo inquérito defendeu que o caso deveria ser remetido para São Paulo porque o plano foi descoberto pelo Ministério Público do Estado. Ele também afirmou que os crimes investigados devem ser processado na Justiça estadual.

Por enquanto, o entendimento do MPF e da Justiça Federal no Paraná é que a transferência seria prematura.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quarta-feira, 29, um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as acusações do advogado Rodrigo Tacla Duran contra o senador Sérgio Moro (União-PR) e o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O procedimento é praxe. A PGR deve dizer se vê elementos para abrir uma investigação. O caso corre em sigilo.

Apontado na Lava Jato como operador de propinas pagas pela Odebrecht a políticos e agentes públicos, o advogado afirma que foi vítima de extorsão em troca de facilidades para clientes em acordos de colaboração com a força-tarefa. Ele não detalhou qual teria sido a participação de Moro e Dallagnol no suposto esquema, mas declarou que havia uma 'prática comercial' em torno das delações.

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"As autoridades que passaram pelo processo pensavam que eu estava apostando na estratégia da prescrição, que eu não queria me defender, não, nunca foi isso, jamais. Eu só estava esperando ter um juízo transparente", afirmou em audiência na segunda-feira. 27

"Eu não cedi, até porque eu nunca admiti criminalizar a advocacia ou a minha profissão. Eu não entreguei cliente meu intimidado, ameaçado para ser preso. Esse é o problema aqui na origem", seguiu.

O caso chegou ao STF nesta semana, depois que Tacla Duran pediu uma audiência com o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, e reiterou as acusações. Ele já havia lançado suspeitas sobre as negociações de delações da Lava Jato em 2017.

Com a implicação de Moro e Dallagnol, que têm direito a foro privilegiado, Appio decidiu encaminhar os autos ao Supremo. Ele também pediu uma investigação urgente na superintendência da Polícia Federal no Paraná.

O senador e o deputado afirmam que as acusações são falsas e vêm sendo usadas politicamente. Em nota, Moro chamou o advogado de "criminoso confesso e destituído de credibilidade". Também disse que as provas que o advogado diz ter foram "fabricadas". Dallagnol afirmou que a história é "requentada" e já foi investigada pela PGR.

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