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O toque de recolher noturno, em vigor há quase dois anos no Peru, terminará neste fim de semana, segundo decreto publicado neste sábado (29), que prorrogou por um mês o estado de emergência pela pandemia de Covid-19.

O governo decidiu suspender o toque de recolher, de cinco horas de duração, por considerar que "não era mais eficaz", apesar de os contágios de Covid-19 em janeiro se aproximarem de um milhão (quase um terço do total), em meio a uma terceira onda, e que Lima foi posta em estado de emergência para conter a criminalidade.

A decisão, aprovada pelo Conselho de Ministros na quarta-feira, foi oficializada em decreto publicado no diário oficial, estendendo a todo o mês de fevereiro o estado de emergência nacional, declarado após o surgimento da pandemia no Peru, em março de 2020.

"Não haverá mais toque de recolher no nosso país, isso está anulado. A medida tem considerações sanitárias, foi feita uma avaliação (...) sobre o impacto do toque de recolher e consideramos suspendê-lo", disse na quarta-feira o ministro da Saúde, Hernando Cevallos, ao Canal N.

"O toque de recolher provocava aglomerações na volta do trabalho para casa", acrescentou.

No entanto, o ministro advertiu que vão continuar proibidos os bailes, as reuniões sociais (inclusive em residências), festas religiosas e todos os encontros "que impliquem concentração ou aglomeração de pessoas, que ponham em risco a saúde pública".

O estado de emergência permite restringir o exercício dos direitos constitucionais relativos à liberdade e à segurança pessoais, à inviolabilidade domiciliar e à liberdade e reunião e circulação.

O estado de emergência nacional, em vigor paralelamente à emergência sanitária pela pandemia, autoriza os militares a patrulhar, juntamente com a polícia, as ruas durante o toque de recolher noturno.

O Peru soma mais de três milhões de casos de Covid-19 e mais de 205.000 mortos.

O país, de 33 milhões de habitantes, tem a maior taxa de mortalidade da pandemia no mundo: 6.220 por milhão de habitantes, segundo um balanço feito pela AFP com base em dados oficiais.

Em 21 de janeiro foi registrado um recorde de quase 60.000 novos contágios, mas esta semana, diminuíram para 42.000 diários, em média, o que indicaria que a pior fase da terceira onda está passando.

O governo do Peru pediu neste domingo (23) ajuda internacional para conter um vazamento de 6 mil barris de petróleo no litoral. O óleo foi lançado ao mar quando um petroleiro descarregava na refinaria La Pampilla, localizada 30 quilômetros ao norte de Lima. O desastre foi resultado da violência das ondas que atingiram a costa peruana após o tsunami causado pela erupção de um vulcão no arquipélago de Tonga, no Oceano Pacífico.

No sábado, 22, o Peru declarou emergência ambiental por 90 dias úteis para realizar "trabalhos de recuperação" na área atingida e mitigar os danos. O incidente deixou pássaros mortos flutuando no mar, cobertos de óleo nas rochas, incapazes de voar, e os pescadores sem poder trabalhar.

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As correntes marinhas espalharam o petróleo ao longo da costa a mais de 40 quilômetros da refinaria, afetando 21 praias, segundo o Ministério da Saúde. O órgão de controle ambiental do Peru calculou que 1,7 milhão de metros quadrados de solo e 1,2 milhão de metros quadrados no mar foram afetados pela massa negra de óleo.

Limpeza

"Estamos fazendo um esforço incansável. Não é uma coisa comum isso acontecer e tentamos fazer o melhor que podemos", afirmou a bióloga Liseth Bermúdez, do Parque das Lendas. "Nunca na história do Peru se viu uma situação semelhante. Não há precedente para um tipo de derramamento na costa peruana. Não acreditávamos que seria dessa magnitude."

Brigadas de limpeza, que têm atuado em Ancón e em outros destinos populares na orla, encontraram enormes manchas de óleo na superfície do mar na baía. O pescador Alfredo Roque disse que as dificuldades devem durar muito tempo, já que uma grande quantidade de peixes recém-nascidos morreu.

Outras pessoas que viviam de atividades ligadas às praias também ficaram sem renda, como donos de restaurantes e funcionários do comércio local. "Não se vende nada. O peixe sai com cheiro de óleo, e as pessoas não compram, têm medo de se envenenar", afirma a vendedora Giovana Rugel, de 52 anos.

Extinção

Um zoológico de Lima está tentando salvar aves marinhas ameaçadas de extinção após o derramamento de petróleo. Mais de 40 aves, entre elas os pinguins de Humboldt, uma espécie ameaçada de extinção, foram resgatadas em estado crítico das praias e reservas naturais dos distritos de Ventanilla, na Província de Callao e no distrito de Ancón, perto de Lima.

As aves banhadas em óleo foram levadas ao zoológico Parque das Lendas, no distrito de San Miguel, na capital peruana, onde zoólogos e veterinários lutam para salvar suas vidas e remover o óleo de sua plumagem.

A Repsol, dona da refinaria onde ocorreu o vazamento, afirma que não foi responsável pelo desastre, já que as autoridades marítimas peruanas não emitiram alertas sobre um possível aumento das ondas após a erupção em Tonga. A empresa espanhola, que entregou um plano de contenção ao governo, disse que espera concluir, até o fim de fevereiro, a limpeza das áreas afetadas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pandemia de Covid-19 deixou um recorde de quase 98 mil menores órfãos de pai, mãe ou cuidador, anunciou o governo nesta quinta-feira.

“Ostentamos o triste recorde de sermos o país com maior número de crianças que perderam um pai, uma mãe", lamentou a ministra da Mulher, Anahí Durand, com base em cifras divulgadas pela revista médica "The Lancet".

Segundo a ministra, o ministério distribui uma pensão de 200 soles (cerca de US$ 50), que beneficia mais de 18 mil famílias, mas é necessário ampliar o alcance desse benefício com uma lei.

O governo pretende estender a pensão a um total de 83.664 crianças e adolescentes órfãos e, além disso, oferecer apoio psicológico e educativo. “Muitas famílias vêm nos procurar e querem ter acesso a essa pensão, mas não possuem a certidão de óbito por Covid-19. Na primeira e segunda ondas, as pessoas morreram em casa, não tiveram condições de tirar esse certificado, o que está deixando muitas crianças de fora", explicou Anahí.

A pensão será entregue à pessoa que estiver cuidando do menor que sofreu a perda de um ou de ambos os progenitores. O governo iniciou o pagamento da pensão em abril passado.

O país, de 33 milhões de habitantes, tem a maior taxa de mortalidade por Covid do mundo, com 6.122 óbitos por milhão de habitantes, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais.

O Peru soma mais de 2 milhões de casos de Covid e mais de 202.900 mortes desde o começo da pandemia.

O Peru vai acelerar a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para mitigar os contágios diante de uma possível terceira onda e evitar um colapso sanitário, após aumentarem para 12 nas últimas horas os casos da variante ômicron, anunciou o governo nesta segunda-feira (20).

"Será antecipada de 5 para 3 meses (o tempo de espera da dose de reforço) porque está demonstrado que as pessoas com a terceira dose têm até 75% de proteção contra estas variantes”, disse a jornalistas o ministro da Saúde, Hernando Cevallos.

A decisão foi anunciada após o aumento dos contágios pela variante ômicron, que chegou a 12 nesta segunda-feira após terem sido anunciados no domingo os quatro primeiros casos do país.

Entre os contagiados "alguns sim e outros não contavam (com a vacina). Por isso é conveniente ter esta terceira dose (...) Uma terceira onda poderia ocorrer com vacinados e não vacinados, dada a velocidade desta variante”.

"A velocidade de reprodução do vírus é muito superior à que nós conhecemos. Com esta velocidade de ataque, dificulta muito para nós termos capacidade de resposta", alertou a autoridade, diante do risco de um colapso do sistema sanitário, como ocorreu nas ondas anteriores da pandemia.

As doses de reforço usadas no Peru são as da farmacêutica americana Pfizer e do grupo sueco-britânico AstraZeneca.

A medida entrou em vigor nesta segunda-feira e podem receber a nova dose os maiores de 18 anos.

O Peru enfrenta um repique de casos, o que levou o governo a proibir as reuniões familiares e as festas de Natal e Ano Novo, bem com reforçar a campanha de vacinação.

Apesar de 74% da população ter sido imunizada com duas doses, o surgimento da variante ômicron ativou todos os alertas.

"(Setenta e quatro por cento de vacinados) é absolutamente insuficiente diante da variante ômicron. Precisamos superar os 80%. (Essa variante) escala da efetividade das vacinas", alertou o ministro da Saúde.

Com uma população de 33 milhões de pessoas, o Peru tem a maior taxa de mortalidade do mundo pela pandemia, com 6.122 óbitos por milhão de habitantes, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

No Peru, é obrigatória a apresentação do passaporte sanitário, certificando que a pessoa recebeu ao menos duas doses da vacina anticovid para ter acesso a estabelecimentos comerciais, trabalhar em ambientes fechados e usar o transporte público.

No último mês, os contágios dobraram para mais de 1.500 por dia e as mortes, a mais de 50 por dia.

No total, foram registrados mais de dois milhões de casos, com mais de 201.000 mortes.

O governo peruano alertou nesta segunda-feira (13) que o país enfrenta um repique da pandemia da covid-19, depois que o número de infecções e mortes dobrou no último mês.

"Temos um repique de covid-19", disse o ministro da Saúde, Hernando Cevallos.

O número diário de infecções subiu para 1.565, em média, na semana passada, após ter ficado em torno de 800 entre setembro e a primeira semana de novembro, de acordo com balanços oficiais. Além disso, as mortes aumentaram, em média, de 28 por dia no mês passado para 56.

Devido a esses aumentos, o Peru passou a exigir na sexta-feira os certificados da vacina anticovid-19 de pessoas que ingressam em comércios, bancos, órgãos públicos e aeroportos.

No entanto, parlamentares da bancada do governista Peru Livre (esquerda) criticaram a medida e apresentaram um projeto de lei para eliminar a obrigatoriedade, estabelecido por decreto em meados de novembro.

“Os parlamentares que estão promovendo um projeto contra a apresentação da carteira de vacinação para ingresso em espaços fechados devem saber que essa medida está amparada em evidências científicas e na experiência de outros países”, disse Cevallos, citado na conta do Twitter do Ministério da Saúde.

O ministro alertou ainda que um suposto certificado de "isenção" da vacina, promovido por ativistas anti-vacina, é "inválido".

“Ratificamos: qualquer certificado de isenção por não estar vacinado que permita entrar em instalações fechadas é inválido. Só o cartão de vacinação é válido”, disse Cevallos.

O certificado é para aqueles que já receberam as duas doses da vacina. Até o momento, 20 milhões de pessoas já o fizeram, 72% da população-alvo, segundo o ministério. O país usa vacinas das farmacêuticas Sinopharm e Pfizer.

O Peru acumula mais de dois milhões de casos e mais de 201.000 mortes. O país, de 33 milhões de habitantes, tem a maior taxa de mortalidade pela pandemia do mundo: 6.119,5 por milhão de habitantes, de acordo com um balanço da AFP, com base em números oficiais.

Devido ao repique, o governo proibiu reuniões familiares e festas no Natal e no Ano Novo.

O país sul-americano ultrapassou as 100 mortes por covid-19 na sexta-feira pela primeira vez em quatro meses, registrando 123 óbitos.

Recentemente, pesquisadores da Universidade Nacional de San Marcos (UNMSM), encontraram uma múmia na parte debaixo de uma praça em uma região do Peru, chamada Cajamarquilla, que fica localizada a aproximadamente 25 quilômetros da capital, Lima.

De acordo com os arqueólogos envolvidos na descoberta, o corpo é provavelmente de um jovem que tinha entre 25 e 30 anos de idade e, ao que tudo indica, a múmia tem entre  800 e 1.200 anos. Vale lembrar que no momento da descoberta o corpo estava com as mãos cobrindo o rosto.

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Segundo os responsáveis pelo estudo, este posicionamento físico da múmia indica um antigo costume funerário, que foi adotado no país séculos atrás.

Além disso, foi constatado que a múmia se trata de uma pessoa de alto escalão, já que no corredor dos escombros  foram encontrados diversos vestígios de carne de lhama, que teriam sido oferecidos ao falecido, provavelmente como parte do ritual de seu funeral. 

 

 

Na manhã deste este sábado (2), um terremoto de 5,9 graus na escala Richter atingiu o território indígena do povo Jaminawa/Envira, no Acre. Não há registro de feridos na região localizada fica a 30 km da fronteira com o Peru.

O tremor foi captado pelo Centro Sismológico Europeu do Mediterrâneo (EMSC) a uma profundidade de 597 km. Já o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), indicou o tremor registrado às 9h52 (horário de Brasília) atingiu a profundidade de 589 km.

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Dezenas de mulheres convocadas por grupos feministas manifestaram-se em Lima nesta terça-feira (28) para exigir que o governo legalize o aborto no Peru, uma demanda que o novo presidente de esquerda Pedro Castillo, conservador em temas sociais, descartou durante a campanha eleitoral.

“Um Estado que não prevê o direito ao aborto é um Estado feminicida", dizia um cartaz exibido por um grupo de jovens com os seios à mostra. Em vez de máscaras contra a Covid-19, as manifestantes usavam os lenços verdes característicos do movimento global em favor da descriminalização do aborto.

Vários coletivos tomaram as ruas, no âmbito do "Dia Internacional pela Legalização do Aborto", um procedimento ilegal no Peru, autorizado apenas quando a vida da mãe corre risco.

Cerca de 370.000 abortos clandestinos são realizados a cada ano no Peru, segundo estimativas de coletivos da sociedade civil.

Os restos mortais de oito pessoas, com aproximadamente 800 anos de idade e enterrados com alimentos e instrumentos musicais em uma mesma câmara funerária, foram encontrados ao sul de Lima, no Peru, durante a instalação de dutos de gás natural, informou nesta quarta-feira (22) uma pesquisadora.

"Encontramos os restos de oito habitantes do povo de Chilca, de 800 anos de idade, enterrados como fardos funerários", disse à AFP Cecilia Camargo, arqueóloga contratada pela empresa de distribuição de gás natural Cálidda.

Os oito fardos de adultos e crianças estavam envolvidos com cordas vegetais e tecidos de cor marrom, sepultados no que seria parte de um cemitério pré-hispânico.

Em volta dos fardos havia oferendas de alimentos e instrumentos musicais de sopro, como conchas de moluscos, pratos de comida com diversos tipos de milho, e dois tipos de flauta.

"Alguns dos corpos tinham conchas na cabeça e 'chuspas', pequenas bolsas em que se guarda cal para o 'chacchado' (mastigar) da folha de coca", relatou Camargo.

"É uma sepultura bem elaborada. É uma descoberta importante que nos dá mais informações sobre a história pré-hispânica de Chilca", acrescentou a pesquisadora.

Os especialistas acreditam que esses corpos faziam parte de um cemitério pré-hispânico em Chilca, uma localidade litorânea situada 60 quilômetros ao sul da capital Lima.

A descoberta foi apresentada hoje, mas ocorreu há cerca de uma semana, quando funcionários da empresa de gás instalavam tubulações nas ruas de Chilca.

Esta não é a primeira vez que fardos funerários são descobertos em Chilca. Em 2018, a mesma empresa Cálidda encontrou 30 fardos em duas câmaras funerárias.

A lei peruana determina que as empresas que realizam escavações, como a Cálidda, contem com serviços de arqueólogos, pois são frequentes as descobertas de vestígios pré-colombianos no subsolo da costa peruana.

De acordo com as pesquisas acadêmicas, em Chilca se instalaram os primeiros habitantes desta parte da costa peruana. Em 1960, foram encontrados restos de 3.750 anos, como sepulturas e cabanas que formavam uma aldeia, com paredes de junco e cobertas com esteiras e grama.

Os fardos funerários e utensílios encontrados serão entregues ao Ministério da Cultura, que determinará onde ficarão expostos.

O líder histórico da derrotada guerrilha maoísta peruana Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, morreu aos 86 anos na prisão de segurança máxima onde cumpria pena de prisão perpétua desde 1992, informou seu advogado à AFP neste sábado (11).

"O Dr. Abimael Guzmán faleceu, a Marinha informou sua esposa Elena Yparragurre sobre a morte", disse o advogado Alfredo Crespo por telefone.

"Não sei a que horas ocorreu a morte. Ela pediu às autoridades que entregassem os restos mortais", acrescentou.

A autoridade penitenciária afirmou em nota que a morte de Guzmán ocorreu "no sábado, 11 de setembro, aproximadamente às 06h40 (8h40 de Brasília) no Centro de Detenção de Segurança Máxima da Base Naval de Callao (...) devido a complicações em seu estado de saúde".

A esposa de Guzmán está presa na penitenciária Virgem de Fátima, em Lima, condenada à prisão perpétua por terrorismo. Era a número dois no Sendero Luminoso.

A morte do líder guerrilheiro foi anunciada um dia antes do 29º aniversário de sua captura, em 12 de setembro de 1992.

O ex-professor universitário de filosofia, que sofreu problemas de saúde em julho, passou seus últimos 29 anos na prisão por ter sido o responsável intelectual de um dos conflitos mais sangrentos da América Latina, com 70 mil mortos e desaparecidos em duas décadas (1980-2000), de acordo com dados da Comissão da Verdade e Reconciliação, de 2003.

Guzmán terminou seus dias como o prisioneiro mais famoso do Peru, sem concretizar seu plano de reproduzir no país com sangue e fogo o modelo de seu ícone Mao. A causa e os detalhes de sua morte não foram divulgados.

Ele cumpria pena de prisão perpétua no presídio de segurança máxima da Base Naval de Callao, próximo a Lima, mas seria transferido para um presídio comum nos próximos meses.

Ele abraçou o maoísmo e os métodos do líder cambojano Pol Pot e forjou a imagem de um revolucionário duro e implacável disposto a ordenar o massacre dos habitantes de um povoado nos Andes peruanos como punição por não apoiá-lo.

Em 2006, durante um julgamento cujas audiências duraram mais de um ano, um de seus lados desconhecido foi revelado quando seu tenente Oscar Ramírez, o camarada 'Feliciano', o acusou de ser um "covarde" e de não conseguir puxar o gatilho de uma arma.

"Um covarde, alcoólatra e um chorão", disse 'Feliciano', que liderou uma facção radical do Sendero Luminoso que continuou a guerra após a prisão de seu líder, desrespeitando sua ordem de acabar com o conflito.

Abimael Guzmán ganhou destaque quando, no início dos anos 1960, deixou a cadeira de filosofia na Universidade San Cristóbal de Huamanga, em Ayacucho, região do sudeste do Peru onde a pobreza se tornou uma marca indelével.

Em Ayacucho criou e promoveu seu partido, cuja tarefa era "construir o comunismo ao longo do caminho luminoso de José Carlos Mariátegui" (pensador peruano, criador do Partido Socialista do Peru). Daí a origem de seu nome.

Guzmán cultivou o culto à personalidade e aqueles que o conheciam deviam tratá-lo como "presidente Gonzalo".

A arma de Guzmán era sua própria interpretação do marxismo, que transformou seus seguidores em fanáticos de suas ideias.

O "grande salto à frente" começou em 1979, quando ele passou à clandestinidade e anunciou que estavam reunidas as condições para fazer uma revolução do campo à cidade.

Em 17 de maio de 1980, ele trocou os livros por dinamite. Naquele dia marcou o Peru com fogo. Sendero iniciou a luta com um ato simbólico: queimou urnas em uma cidade andina às vésperas da eleição que encerrou 12 anos de ditadura militar.

O Brasil esqueceu o polêmico clássico com a Argentina suspenso e fez o que se esperava dele na noite desta quinta-feira: venceu o Peru com facilidade, por 2 a 0. Cobrado por uma boa atuação, a equipe de Tite jogou bem. Foi mais leve, criativa e dominou o adversário na Arena Pernambuco para engatar a oitava vitória consecutiva nas Eliminatórias, algo inédito no torneio classificatório para a Copa do Mundo de 2022.

Everton Ribeiro e Neymar fizeram os gols da vitória no Recife que deixa a seleção ainda mais perto do Mundial do Catar. Líder das Eliminatórias, a seleção brasileira ostenta campanha perfeita.

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Tem 24 pontos, cinco a mais que a Argentina, segunda colocada, e segue sem perder para o Peru na competição. Em 13 jogos, são nove vitórias e quatro empates diante do rival contra o qual está acostumado a jogar e que Tite mais enfrentou desde que assumiu em 2016 a seleção. Os peruanos permanecem no sétimo lugar, com oito pontos.

Diante dos peruanos, Tite manteve a escalação que havia escolhido para o clássico com a Argentina, com destaque para Lucas Veríssimo na vaga de Marquinhos e Gerson no meio de campo jogando à vontade perto de Casemiro e Lucas Paquetá. O ex-flamenguista foi um dos melhores em campo na vitória que, em que pese a fragilidade do oponente, evidência que a seleção tem capacidade para exibir melhores apresentações do que vinha mostrando. Danilo e Alex Sandro também jogaram mais soltos, o meio de campo funcionou, Neymar se movimentou bastante e o jogo fluiu.

Gabigol e Gerson tiveram chances de abrir o placar, mas saiu dos pés de Everton Ribeiro o primeiro gol após jogada de Neymar. O craque do PSG desarmou Santamaría na lateral esquerda sem falta, na avaliação do árbitro colombiano Wilmar Roldán, invadiu a área e rolou para trás para Everton Ribeiro mandar para as redes aos 13 minutos.

Minutos depois, o árbitro deixou passar um pênalti a favor do Brasil. Mas não fez falta porque a seleção brasileira ampliou com Neymar. Aos 39, o segundo maior artilheiro da história da seleção marcou um gol fácil, só escorando para as redes depois da finalização de Everton Ribeiro desviada por Santamaria e que caiu nos pés do camisa 10, agora o maior artilheiro do Brasil em Eliminatórias, com 12 gols, deixando para trás Romário e Zico (11 cada).

O ritmo apresentado no primeiro tempo foi reduzido na etapa final. Embora a seleção brasileira tenha encontrado ainda mais espaços para atacar a partir da mudança de postura do Peru, disposto ao menos a diminuir o placar, não conseguiu mais balançar as redes e foi pouco efetiva.

Gabigol flutuou pelo atacante e participou bastante do jogo. Pediu jogo, entrou na área e fez uma boa partida, mas perdeu um gol impressionante no primeiro minuto da segunda etapa que talvez não perderia com a camisa do Flamengo.

Com o time estagnado, o jogo truncado e de certa forma até violento, com muitos cartões amarelos, Tite fez mudanças e deu oportunidade para os campeões olímpicos Matheus Cunha e Daniel Alves. Depois, o treinador lançou mão de Bruno Guimarães e promoveu o retorno de Hulk depois de cinco anos e a estreia de Edenílson. O atacante do Atlético-MG teve a chance de marcar o terceiro, mas finalizou mal, para fora.

No fim da partida, Neymar levou amarelo por falta em Callens. Como estava pendurado, não vai enfrentar a Venezuela no próximo compromisso do Brasil nas Eliminatórias, em outubro. A convocação para a próxima Data Fifa será no dia 17 deste mês. A classificação está muito bem encaminhada. O desafio, agora, é buscar a sintonia fina para chegar no Catar na plenitude.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 2 X 0 PERU

BRASIL - Weverton; Danilo (Daniel Alves), Éder Militão, Lucas Veríssimo e Alex Sandro; Casemiro (Bruno Guimarães), Gerson (Edenílson), Lucas Paquetá e Everton Ribeiro (Matheus Cunha); Neymar e Gabriel (Hulk). Técnico: Tite

PERU - Gallese; Advíncula, Santamaría (Christian Ramos), Callens e Marcos López; Tapia (Cartagena), Yotún (Gabriel Costa), Gonzáles, e Cueva (Flores); Carrillo e Lapadula (Ruidíaz). Técnico: Ricardo Gareca.

GOLS - Everton Ribeiro, aos 13, e Neymar, aos 40 minutos do primeiro tempo

ÁRBITRO - Wilmar Roldán (Colômbia).

CARTÕES AMARELOS - Tapia, Yotun, Santamaría, Casemiro, Lucas Paquetá, Christofer Gonzales, Gabigol, Gabriel Costa, Neymar.

LOCAL - Arena Pernambuco, no Recife.

Nesta quinta-feira (9), Brasil e Peru se enfrentam pela 9ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo. A partida ocorre na Arena Pernambuco, a partir das 20h30 (horário de Brasília).

O Brasil é líder e está com 100% de aproveitamento na edição da competição. Por outro lado, o Peru está na 7ª colocação, mas venceu o último jogo.

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não deixou o jogo da seleção brasileira contra a Argentina ocorrer no último domingo (5). Com cerca de quatro minutos de partida, a Agência Nacional interrompeu o confronto pois alguns jogadores argentinos, que vieram da Inglaterra, não obedeceram à quarentena exigida pelo governo brasileiro.

Com isso, o técnico Tite aproveitou para fazer um treino no estádio em que ocorreria a partida. Apesar de vencer o Chile na 7ª rodada, a seleção não convenceu e levantou dúvidas nos torcedores. Além disso, o zagueiro Marquinhos foi cortado, por estar suspenso com o acúmulo de cartões amarelos.

A seleção peruana chegou ao Brasil nesta terça-feira (7). A federação exigiu garantias anticovid para atuarem contra o Brasil. O principal desfalque do Peru é Paolo Guerrero, o atacante está suspenso. O substituto do avançado é Gianluca Lapadula. 

Cinco casos por dia antes da pandemia, oito durante a quarentena de 2020, e 16 agora: o Peru registra um aumento silencioso e alarmante do desaparecimento de mulheres.

As famílias afetadas asseguram que a polícia e o Ministério Público não se preocupam muito em investigar estes casos, porque presumem que as vítimas saíram voluntariamente, sem considerar que o Peru tem altos números de feminicídio e que existem redes de tráfico de pessoas e de prostituição forçada.

"Não há investigação séria. Pensávamos que a polícia nos ajudaria, mas não é o caso", diz à AFP Patricia Acosta, que procura há cinco anos sua filha de 23 anos e suas duas netas, desaparecidas depois de uma festa infantil em Lima.

- Problema endêmico -

O desaparecimento de mulheres é um problema endêmico no Peru, mas os cidadãos parecem estar mais preocupados com a pandemia e com a crise econômica.

No primeiro semestre, foram denunciados 2.891 desaparecimentos de mulheres, uma média de 16 por dia, segundo a Ouvidoria. Quase dois terços são menores (1.819).

Durante a quarentena de mais de 100 dias devido à pandemia em 2020, entre março e junho, ocorreram em média oito desaparecimentos por dia, e cinco em 2019, segundo dados oficiais.

"Esse aumento é preocupante, porque estamos falando de mulheres que, em sua maioria, são meninas e adolescentes", diz a vice-diretora de Direitos da Mulher da Ouvidoria, Eliana Revollar, à AFP.

"Há organizações [criminosas] que estão por trás disso, e essa é uma questão que preocupa a Ouvidoria", afirma.

"É um número alarmante, e tão alarmante que, por exemplo, também existe uma associação para o desaparecimento de mulheres com os feminicídios", acrescenta.

Em 2019, um décimo dos 166 feminicídios foram inicialmente classificados como desaparecimentos, de acordo com a Ouvidoria. No primeiro semestre deste ano ocorreram 76 feminicídios, número semelhante a 2020.

"Temos casos em que os cônjuges, depois de matarem as esposas, denunciam o desaparecimento e fingem que procuram suas parceiras", relata Revollar.

- "Busca sem prazo de validade" -

Patricia Acosta conta que sua filha Estefhany Díaz, de 23 anos, levou as filhas Tatiana, 5, e Yamile, 7 meses, para uma festa infantil no domingo de 24 de abril de 2016. Elas nunca mais voltaram.

"É como se a terra as tivesse engolido. Minha filha não desapareceu, desapareceram com ela. Ainda estamos procurando por elas, não tem prazo de validade", lamenta a mulher de 49 anos.

Norma Rivera, de 56, procura por sua filha Shirley Villanueva há mais de quatro anos.

Shirley desapareceu depois de ir com três colegas da faculdade de Geografia para um local, onde assistiria a uma partida entre as seleções do Peru e da Venezuela, em 23 de março de 2017.

"Até hoje, apesar das circunstâncias, apesar da pandemia, continuo procurando", declara Rivera, que percorre as praias e outros lugares de Lima em busca de pistas para encontrar sua filha de 24 anos.

Dias depois, seus colegas contaram à polícia que, depois da partida, foram para a praia de Marbella, beberam álcool, Shirley entrou no mar e se afogou. Não há cadáver, nem outra evidência que apoie essa versão. A mãe continua, então, a procurar pela filha desaparecida.

"Enquanto eu tiver vida e força, continuarei na luta para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com minha filha", diz Rivera.

Em fevereiro de 2020, gerou grande comoção a descoberta em Lima do corpo mutilado de Solsiret Rodríguez, uma estudante universitária e ativista contra a violência de gênero de 23 anos, desaparecida quatro anos antes.

Seu desaparecimento mobilizou organizações femininas, mas a polícia garantiu que Solsiret havia partido para o norte do país com uma amiga. O então ministro do Interior, Carlos Basombrío, declarou o mesmo perante o Congresso.

Após a descoberta, o ex-ministro se desculpou e afirmou que o trabalho de investigação policial foi "terrível e até frívolo".

Pelo crime contra a universitária, foram presos seu cunhado e a companheira dele.

O Brasil está, pela segunda vez consecutiva, na final da Copa América. Diferentemente de 2019, quando havia certa empolgação com a seleção, agora Tite e seus comandados chegam à decisão de um torneio que não queriam disputar, em meio a uma pandemia que já matou mais de 525 mil brasileiros. A classificação para a final veio após vitória por 1 a 0 sobre o Peru, nesta segunda-feira (,) no Engenhão, no Rio de Janeiro.

A decisão será sábado, novamente no Rio, só que no Maracanã. O Brasil vai enfrentar o vencedor da outra semifinal, que será disputada nesta terça, em Brasília, entre Argentina e Colômbia.

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Assim, a final entre o país que aceitou receber a competição de última hora contra um dos dois que negaram o torneio (a Colômbia por causa de uma crise social e a Argentina devido ao avanço da pandemia). A seleção buscará o seu décima título continental - o segundo seguido. Essa é a sexta vez que o País sedia a Copa América e em todas as edições anteriores o Brasil foi campeão.

Apesar da insatisfação pública dos jogadores e da comissão técnica com a Copa América, a seleção brasileira chega à final invicta, com uma campanha de destaque. Em seis jogos, foram cinco vitórias e um empate. Foram raros os momentos em que o Brasil passou algum aperto ao longo da competição, tanto na primeira fase como a partir das quartas de final.

Nesta segunda, por exemplo, muito da vitória do Brasil foi conquistadas graças à boa conexão entre Neymar e Lucas Paquetá. Assim como já havia ocorrido nas quartas de final diante do Chile, o gol saiu de uma boa troca de passes entre os dois. Paquetá, inclusive, soube aproveitar muito bem a oportunidade dada por Tite que o escalou entre os titulares na vaga de Gabriel Jesus, suspenso.

O Brasil dominou o começo do jogo, abriu espaços no meio da defesa peruana e pressionou muito o adversário. O goleiro Ederson, por exemplo, foi mero espectador durante praticamente todo o primeiro tempo.

Depois de várias tentativas, o gol do Brasil saiu aos 34 minutos do primeiro tempo. Após vacilo na saída de bola do Peru, Neymar invadiu a área, deu uma caneta em Callens e tocou para Paquetá, de primeira, estufar a rede com estilo.

No segundo tempo, o Brasil acabou relaxando a marcação e, com isso, deu campo de jogo para o Peru. Visivelmente cansada, a seleção brasileira diminuiu a intensidade e o jogo caiu de qualidade. O Peru rondava a área de Ederson, mas tinha dificuldades para criar chances claras de gol.

O Brasil apostava principalmente nas bolas lançadas para Neymar, na tentativa de pegar a defesa peruana desprotegida. Foi, então, que o Peru começou a fazer um rodízio de faltas no craque brasileiro. Bastava Neymar encostar na bola para que um defensor chegasse junto com força para derrubá-lo.

Neymar, no entanto, estava sobrecarregado porque Everton Cebolinha pouco participava do jogo. O ex-gremista mal encostava na bola e era apenas um figurante em campo.

Tite mexeu no time e tirou o atacante para a entrada de Everton Ribeiro, aos 24 minutos. Além de renovar a força ofensiva da equipe, a mudança também alterou a maneira de a seleção jogar. Com Everton Ribeiro em campo, o Brasil teria mais posse de bola, na tentativa de segurar as investidas do Peru. Até certo ponto, a estratégia deu certo. Mas, nos minutos finais, o time passou a jogar sem organização e os peruanos fizeram ainda mais faltas. O Brasil, no entanto, soube se segurar até o apito final.

Lucas Paquetá, no entanto, preocupa para a grande decisão. O jogador do Lyon recebeu uma falta dura aos 44 minutos e, machucado, precisou ser substituído por Douglas Luiz.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 1 x 0 PERU

BRASIL - Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Militão); Casemiro, Fred (Fabinho) e Lucas Paquetá (Douglas Luiz); Everton (Everton Ribeiro), Richarlison (Vinicius Junior) e Neymar. Técnico: Tite.

PERU - Gallese; Corzo (Lora), Santamaría, Ramos (García), Callens e Trauco (López); Tapia (Távara), Yotún, Peña e Cueva; Lapadula. Técnico: Ricardo Gareca.

GOL - Lucas Paquetá, aos 34 minutos do primeiro tempo.

CARTÕES AMARELOS - Vinicius Junior, Marcos López e Yotún.

ÁRBITRO - Roberto Tobar (Chile).

RENDA E PÚBLICO - Jogo sem torcida.

LOCAL - Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).

Se é verdade que estatística não ganha jogo e que cada partida tem sua história, também é verdade que um histórico recente de confrontos, ao menos, permite que se tenha um bom desenho do que esperar em campo. E poucos confrontos entre seleções no mundo têm amostragem tão relevante quanto Brasil x Peru. Nesta segunda-feira (5), as duas seleções se enfrentam a partir das 20h, no Engenhão, em busca de uma vaga na final da Copa América. Será o sexto confronto entre as seleções nos últimos dois anos - e que não se esqueça que, no período, as datas Fifa neste lado do mundo ficaram sem jogos por cerca de 11 meses.

Nos cinco jogos registrados a partir da Copa América de 2019, o Brasil ganhou os quatro confrontos oficiais. No período, a seleção de Tite marcou 16 gols e sofreu apenas quatro. Houve uma derrota por 1 a 0, mas essa no único confronto amistoso, em jogo disputado nos Estados Unidos sem força máxima e num gramado com marcações de futebol americano.

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Se for considerar apenas os jogos de Copa América, o desempenho no placar é ainda mais favorável à seleção brasileira. O time aplicou 5 a 0 na primeira fase da edição de 2019, naquela que fora uma das melhores exibições do Brasil no pós-Copa do Mundo; fez 3 a 1 na decisão; e, no mês passado, aplicou 4 a 0 em jogo válido pela segunda rodada da atual edição.

Os bons números colocam o Brasil como franco favorito pela vaga na decisão, mas a equipe precisará ter cuidados. Os peruanos tiveram a segunda melhor campanha do Grupo B e têm o terceiro melhor ataque da Copa América, atrás apenas dos brasileiros e dos argentinos.

No jogo desta segunda-feira, tanto o técnico Tite quanto Ricardo Gareca terão desfalques. Na semana passada, Gabriel Jesus foi expulso no início do segundo tempo contra o Chile, e Carrillo levou vermelho na partida com o Paraguai. Assim, ambos cumprirão suspensão automática.

A ausência de Gabriel Jesus obrigará o treinador brasileiro a mais uma vez mexer no setor ofensivo - algo corriqueiro nesta competição -, mas ainda que não faltem opções ofensivas, a questão tática sofrerá impacto.

No último jogo, Jesus foi escalado pelo lado direito do ataque, com Firmino centralizado, Richarlison na esquerda e Neymar com funções mais de armação. Sem o atacante do Manchester City, Tite terá que decidir se promove a entrada de Gabriel Barbosa ou Everton Cebolinha no ataque, mudando eventualmente o posicionamento de algum dos três jogadores de frente; ou se puxa Neymar para o ataque e coloque Lucas Paquetá ou Everton Ribeiro no meio.

Na seleção peruana, Gareca também tem dúvidas. O técnico não tem no elenco um jogador com as mesmas características de Carrillo, que atua mais aberto pela direita. Entre as opções, a que se apresenta mais provável é deslocar Cueva para o setor e promover a entrada de Luis Iberico ou Marcos López no flanco esquerdo.

A seleção brasileira venceu a segunda partida na Copa América. Fez 4 a 0 no Peru, na noite desta quinta-feira, no estádio Nilton Santos, o Engenhão, e chegou a seis pontos na liderança do Grupo B. A equipe, agora, só volta a atuar quarta-feira (30), quando enfrenta a Colômbia, segunda colocada da chave com 4 pontos, no mesmo local.

O péssimo gramado do Engenhão - a Copa América foi organizada às pressas e aceitou jogar nos lugares que colocaram à disposição - com certeza contribuiu para o futebol pouco inspirado da seleção. Não faltou empenho nem disciplina tática. Mas jogadas de qualidade técnica e mesmo de trocas de passe foram raras. E teve momentos na parte final do primeiro tempo que o Peru até esteve melhor em campo.

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Tite prosseguiu com seus testes. Ederson entrou no gol, Fabinho do meio de campo e Everton Cebolinha no ataque. Thiago Silva voltou à zaga. O treinador também e experimentou nova alternativa de o time atuar.

Com Cebolinha bem aberto, o lateral esquerdo Alex Sandro teve liberdade para penetrar pelo meio. Foi assim que saiu o gol do Brasil, aos 11 minutos. Alex Sandro lançou Cebolinha e foi para a área marcar com a perna direita após Gabriel Jesus escorar para o meio cruzamento do ex-gremista.

Essa foi a primeira conclusão certa da seleção - Fred havia tentando m minuto antes, mas o chute saiu torto. A seleção ainda teria oportunidades claras com Fabinho, aos 24 minutos, e com o próprio Alex Sandro, já no fim da etapa.

Ao se defender, a seleção formava duas linhas de quatro. Com isso, o Peru, apesar de ter mais posse de bola na etapa, não chegava com perigo. Na única vez, aos 38 minutos, Danilo evitou gol de Cueva, em bola que havia passado por Ederson.

O problema era ao atacar. Neymar tinha liberdade de movimentação, mas, como ele jogava bem adiantado e o time estava com dois volantes, a equipe ficava espaçada e tinha dificuldade na construção. E Gabigol ficou isolado.

Para corrigir o problema, Tite colocou Everton Ribeiro no lugar de Gabigol. Ele entrou pela direita e Gabriel Jesus a revezar com Neymar pelo meio do ataque. E Richarlison assumiu o lugar de Cebolinha na esquerda.

O time ficou mais compacto e passou a se impor. Aos 14 minutos, Neymar caiu numa disputa com Tapia. O árbitro Patricio Losteau deu o pênalti, mas, chamado pelo VAR, após rever as imagens várias vezes, mudou a decisão.

Não teve problema para Neymar. Aos 22 minutos, ele recebeu na entrada da área, aproveitou o espaço dado pelo marcador e chutou rasteiro, cruzado, para fazer 2 a 0. Foi o 68.º dele pela seleção. É o segundo maior artilheiro. Pelé tem 77 em jogos oficiais.

Naquela altura, o Brasil era praticamente absoluto em campo. Teve chance de ampliar com Richarlison, o próprio Neymar e Firmino até aumentar aos 43 minutos com Everton Ribeiro, chegar à goleada com Richarlison, aos 46, ambos os gols em boas tramas do ataque, e consolidar sua liderança tranquila no Grupo B.

FICHA TÉCNICA

BRASIL - Ederson; Danilo (Emerson), Eder Militão, Thiago Silva e Alex Sandro (Renan Lodi); Fabinho, Fred e Neymar; Gabriel Jesus (Firmino), Gabigol (Everton Ribeiro) e Everton Cebolinha (Richarlison). Técnico: Tite.

PERU - Gallese; Corzo, Christian Ramos, Abram e Marcos López; Tapia, Yotún (Arias), Carrillo, Cueva (Távara) e Penã (Iberico); Lapadula (Valera). Técnico: Ricardo Gareca.

GOLS - Alex Sandro, aos 11 min do 1º tempo. Neymar, aos 22, Everton Ribeiro, aos 43, e Richarlison, aos 46 min do 2º tempo.

ÁRBITRO - Patricio Losteau (ARG).

CARTÕES AMARELOS - Christian Ramos, Yotún, Gabriel Jesus, Távara.

LOCAL - Estádio Nilton Santos, no Rio.

Com o objetivo de manter 100% de aproveitamento na atual edição da Copa América, o Brasil entra em campo nesta quinta-feira (17) no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, a partir das 21h (horário de Brasília). E o adversário será o Peru, seleção contra a qual o time comandado pelo técnico Tite conquistou a última edição da competição.

No dia 7 de julho de 2019, o Brasil e uma surpreendente seleção peruana se encontraram no estádio do Maracanã para disputar a final do principal torneio de seleções da América do Sul. O placar final foi um triunfo de 3 a 1 com gols de Everton, Gabriel Jesus e Richarlison (Guerrero descontou para o time andino). Apesar de continuar sendo comandada pelo argentino Ricardo Gareca, o Peru vive um momento muito diferente agora, ocupando a lanterna das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2022 com apenas 4 pontos conquistados (a equipe de Tite lidera a competição com 18 pontos com 100% de aproveitamento).

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Após estrear na Copa América com uma vitória de 3 a 0 sobre a Venezuelana no estádio Mané Garrincha, em Brasília, a expectativa é que o técnico Tite faça poucas mudanças para o jogo desta noite.

Uma, que foi confirmada pelo auxiliar da comissão técnica Cléber Xavier em entrevista coletiva na última quarta, é a entrada de Ederson no lugar de Alisson no gol: “São três goleiros de altíssimo nível. Dois [Alisson e Ederson] estão entre os melhores do mundo. O Weverton vem fazendo um trabalho de altíssimo nível no Palmeiras, na Libertadores e no Campeonato Brasileiro, com conquistas importantes. Estamos trabalhando, fazendo a análise junto com o Taffarel, que é o treinador específico da posição, e nesse jogo decidimos pelo Ederson”.

Porém, após a realização do último treino para o jogo contra o Peru, ficou no ar a possibilidade de acontecerem outras mudanças, como as saídas do zagueiro Marquinhos, do lateral Renan Lodi, do volante Casemiro e do atacante Richarlison, o que faz com que a provável formação seja: Ederson; Danilo, Éder Militão, Thiago Silva e Alex Sandro; Fabinho, Fred e Lucas Paquetá (Everton Ribeiro); Gabriel Jesus (Everton Cebolinha), Neymar e Gabriel Barbosa.

Se o Brasil busca a segunda vitória na competição, a equipe de Ricardo Gareca realiza sua estreia. Uma ausência importante será a do atacante Paolo Guerrero, que, em razão de problemas físicos, não chegou nem a ser convocado para a Copa América.

O Peru provavelmente terá um desfalque importante na equipe que enfrenta o Brasil na quinta-feira (17), mas, dessa vez, por punição, segundo matéria do GE. No final de semana circularam fotos nas redes sociais do meio campo Cueva, em uma “festa” que foi chamada pela imprensa peruana de “Festa da Covid”, já que todos os integrantes estavam sem máscara, bebendo e fumando em ambiente pequeno e fechado.

O jogador já teve passagens pelo Brasil, atuando por Santos e São Paulo, hoje defende o Al-Fateh, da Arábia Saudita. A festa aconteceu antes da viagem, na mesma época em que o Peru anunciou que um dos seus preparadores físicos foi diagnosticado com Covid-19 e não viajaria para o Brasil.

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No Peru, o número de mortes por Covid-19 segue crescendo e já passam de 189 mil pessoas, um agravante para a situação de punição ao meio campista. No Brasil, Cueva passou por algumas polêmicas, como uma briga em que se envolveu em uma boate em Santos, em 2019 e faltas e atrasos a treinos do São Paulo, sem deixar claro as razões específicas que o levavam a isso. A seleção peruana chega como a vice-campeã da Copa América anterior, quando perdeu para o Brasil na final, por 3x1.

A Federação Peruana de Futebol (FPF, na sigla em espanhol) informou nesta segunda-feira que o preparador físico Néstor Bonillo testou positivo para a covid-19 e não viajará para o Brasil para enfrentar o time comandado pelo técnico Tite, em sua estreia na Copa América marcada para essa quinta, no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro.

Desta forma, o Peru se torna o quarto país participante a registrar infectados (são 20 no total) pelo novo coronavírus na primeira semana do torneio, que mudou de sede "de última hora" da Argentina para o Brasil. Anteriormente, Venezuela, Bolívia e Colômbia também tiveram membros de suas delegações contaminados. Com exceção de Bonillo todos os outros casos foram descobertos quando as delegações já estavam em solo brasileiro.

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"O professor Bonillo encontra-se em bom estado de saúde e não viajará nesta segunda-feira, 14, com o restante da deleção peruana. O departamento médico continuará zelando pela integridade de seu profissional e irá dar suporte durante todo o período de confinamento. Ao mesmo tempo, continuará cumprindo estritamente as normas sanitárias estabelecidas pelas autoridades competentes", disse um trecho do comunicado da FPF, que assegura o cumprimento à risca do protocolo estabelecido pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Antes de enfrentar o Brasil na abertura da Copa América, a Venezuela informou que 13 pessoas de sua delegação contraíram a covid-19, precisando chamar 15 atletas venezuelanos de emergência. A Bolívia, que encara a Argentina nesta segunda-feira, teve três atletas infectados, além de um membro da comissão.

Já a Colômbia, que começou a sua campanha com vitória sobre o Equador, ficou sem um fisioterapeuta e um auxiliar-técnico por conta da doença. Neste domingo, em entrevista coletiva em Buenos Aires, o craque argentino Lionel Messi falou sobre o medo de se infectar em meio ao surto da covid-19 no continente sul-americano.

Com 99,935% dos votos contabilizados no Peru, não há mais dúvida de que o candidato Pedro Castillo, do partido da esquerda radical Peru Livre, venceu Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, na contagem oficial das eleições realizadas em 6 de junho.

Faltando apenas 56 atas para serem verificadas pela Justiça eleitoral após supostos erros ou irregularidades, Castillo lidera por 49.420 votos, ou 50,14% do total, contra 49,86% de Keiko Fujimori, de acordo com a última parcial liberada na tarde deste domingo, dia 13. Cada ata tem no máximo 300 votos, o que dá um total máximo de 16.800. Mesmo se todos os votos ainda a serem contabilizados fossem para Keiko, ela não poderia ultrapassar o adversário matematicamente.

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Apesar disso, Castillo não pode ser declarado oficialmente o vencedor da disputa pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) porque recursos pedindo a anulação de votos apresentados pela candidata do partido Força Popular ainda não foram julgados.

Fujimori, que disputa a presidência pela terceira vez, não dá o braço a torcer e insiste que houve "fraude de mesa" por parte de seus rivais. Sua campanha pede que as autoridades eleitorais anulem cerca de 177 mil votos, distribuídos em 887 atas eleitorais.

Os pedidos, que não tem provas comprovadas, baseiam-se quase todos em supostas falsas assinaturas e em irmãos que teriam participado juntos de mesas eleitorais, o que é proibido pela lei peruana. Os votos que seriam anulados correspondem a regiões onde Castillo teve votação muito superior à de Fujimori.

A grande maioria das solicitações, a princípio, foi rejeitada por autoridades eleitorais por terem sido enviadas após o prazo. A candidata conservadora, no entanto, disse que recorrerá da decisão e aguardará a contagem do "último voto" para reverter a situação. No sábado, 12, ela liderou um protesto para exigir que as autoridades analisassem seu pedido.

"Se o júri (eleitoral) analisar isso, a eleição será revertida, queridos amigos", disse Fujimori a centenas de apoiadores no centro de Lima, muitos deles segurando a bandeira vermelha e branca do Peru. "Sou uma daquelas pessoas que não desiste nunca."

Observadores internacionais, incluindo a Organização dos Estados Americanos (OEA), afirmaram que as eleições foram transparentes.

Castillo, um professor do ensino fundamental que, em sua plataforma, propõe reescrever a Constituição, já recebeu saudações antecipadas de lideranças latino-americanas e lideranças de esquerda, como o presidente argentino Alberto Fernández, o que irritou o governo peruano, que pediu à comunidade internacional que aguardasse pelos resultados finais.

O candidato fez seu próprio discurso na noite de sábado, na sede da campanha, em Lima, e pediu celeridade às autoridades. "Chega de polarização no país. Deixemos nas mãos das autoridades, para que, de uma vez por todas, essas coisas não se repitam mais, e respeitemos a vontade popular. O povo tomou seu próprio caminho."

Na quinta-feira passada, o procurador José Domingo Pérez, membro da força especial da Lava Jato peruana, solicitou a prisão preventiva de Keiko, em um processo no qual ela é acusada de suposta corrupção envolvendo a Odebrecht. Pérez justificou o pedido de prisão alegando que Keiko descumpre as regras que lhe foram impostas em maio de 2020, quando foi solta após passar três meses em prisão preventiva. O pedido deverá ser julgado nesta segunda-feira, 14.

O atual presidente interino, Francisco Sagasti, espera passar o bastão a seu sucessor no dia 28 de julho, dia em que o país andino comemora 200 anos de sua independência. O novo presidente terá o desafio de lidar com um país profundamente dividido, o surto de covid-19 com maior número de mortes per capita do mundo e com o aumento da pobreza. (Com agências internacionais).

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