Tópicos | Peru

O parlamentar centrista Francisco Sagasti foi eleito nesta segunda-feira, 16, pelo Congresso como o novo presidente do Peru, o terceiro a ocupar o cargo em uma semana, com o desafio de encerrar uma crise política que levou milhares de cidadãos indignados às ruas.

Engenheiro de 76 anos que trabalhava para o Banco Mundial, Sagasti foi eleito o novo presidente do Congresso e cabe a ele assumir automaticamente a chefia de Estado, segundo a Constituição do país. Candidato único, Sagasti foi aplaudido por seus colegas no plenário assim que superou os 60 votos necessários para ocupar o cargo.

##RECOMENDA##

O parlamentar deverá concluir o atual período de governo, que termina em julho de 2021, após a destituição do presidente Martín Vizcarra há uma semana e a renúncia de seu sucessor, Manuel Merino, apresentada no domingo, 15.

Antes do acordo, uma primeira votação, feita à meia-noite, fracassou - o Congresso rejeitou o único nome apresentado na ocasião, Rocío Silva-Santisteban, uma defensora de direitos humanos de esquerda que conseguiu apenas 42 votos.

A crise recente começou quando o presidente Martín Vizcarra, um político popular independente que se chocava há tempos com o Congresso devido à sua posição anticorrupção, foi retirado do cargo pela legislatura na semana passada devido a alegações de corrupção - que ele nega.

Foi o segundo processo de impeachment enfrentado por Vizcarra em dois meses, após ele sobreviver ao primeiro em setembro.

Merino, que como presidente do Congresso comandou as duas iniciativas de impeachment, sucedeu Vizcarra, mas também renunciou depois que duas pessoas morreram em protestos contra seu governo recém-formado e parlamentares ameaçaram afastá-lo a menos que ele deixasse o posto.

O principal tribunal do Peru também começará a debater nesta segunda-feira se o impeachment e o afastamento de Vizcarra foram constitucionais, o que pode abrir as portas para uma volta dramática. (Com agências internacionais)

O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou neste domingo, seis dias após assumir o cargo, depois de protestos contra o governo deixarem mortos. "Eu apresento minha renúncia irrevogável", disse Merino em discurso televisionado. "É hora de paz e unidade."

Peruanos celebraram sua renúncia, comemorando nas praças de Lima e buzinando em seus carros.

##RECOMENDA##

O Congresso do Peru deve apontar um novo chefe de Estado. Merino assumiu o cargo na última terça-feira, após parlamentares retirarem do poder o então presidente Martin Vizcarra por acusações de corrupção, que ele nega. Merino era presidente do parlamento, e o próximo da linha de sucessão para o lugar de Vizcarra, que não tinha um vice-presidente.

A maioria dos peruanos se revoltou com a remoção de Vizcarra, vendo-a como uma tentativa de captura de poder dos parlamentares para a proteção de seus próprios interesses e para impedir investigações sobre suas próprias atividades.

Mais de 12 ministros do governo apresentaram suas renúncias após dois homens na casa dos 20 anos morrerem ontem e outras dezenas se ferirem quando a polícia reprimiu manifestações em Lima.

Merino negou que seu governo interino seja responsável pela pior crise política do país em duas décadas. Ele culpou políticos de oposição por organizar os protestos e disse que os peruanos que foram às ruas estavam frustrados após um dos piores surtos de covid-19 do mundo. Ele diz que jovens peruanos estavam protestando por raiva da falta de empregos, e não por oposição ao seu governo e à remoção de seu antecessor.

A economia peruana deve ter contração de 14% este ano, de acordo com o FMI, a maior queda em mais de um século. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os povos nativos do Peru estão plantando queuñas, espécie de árvore nativa da região, que cresce nas áreas mais altas da Cordilheira dos Andes. Adaptadas para viver até 5 mil metros acima do nível do mar, as queuñas já foram devastadas por queimadas e pastagens, mas o projeto “Ação Andina” pretende reflorestar a região.

Anualmente, o festival Queuna Raymi reúne pessoas de todas as idades que sobem as montanhas para realizar o plantio coletivo. A iniciativa foi tão bem recebida que mais de 100 mil árvores queuñas já foram plantadas em um único dia.

##RECOMENDA##

A meta é alcançar 1 milhão de hectares preservados, sendo metade com reflorestamento e a outra metade pela proteção da floresta original remanescente em seis países: Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Juntos eles formam a chamada América Andina.

Além do objetivo de preservação ambiental, as queuñas trazem um benefício adicional: elas armazenam grandes quantidades de água, o que contribui para a segurança hídrica das vilas localizadas nas montanhas.

A cidadela inca de Machu Picchu reabre neste domingo (1º) em meio a uma redução gradual das infecções de Covid-19 no Peru, depois de ficar fechada por quase oito meses, um duro golpe para milhares de pessoas que vivem do turismo.

O primeiro trem com turistas - e uma equipe da AFP - chegou por volta das 07h locais (09h de Brasília) a Machu Picchu Pueblo, cidadezinha mais próxima da cidadela, após uma viagem de uma hora e meia às margens do rio Urubamba, saindo da antiga aldeia inca de Ollantaytambo.

Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1983 e eleita uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno em 2007, a cidadela escondida entre a cordilheira dos Andes receberá seus primeiros visitantes nesta segunda-feira, alguns dos quais já esperam na cidade vizinha.

Com a reabertura, as esperanças renascem em Cusco, a antiga capital do Império Inca, e nos povoados do Vale Sagrado dos Incas, que são paradas obrigatórias em direção a Machu Picchu e enfrentam uma enorme crise econômica por conta da pandemia, já que 70% de sua população vivia do turismo.

Após um confinamento obrigatório de mais de 100 dias, suspenso em 1º de julho, muitos hotéis, restaurantes e outras empresas da área faliram e milhares de trabalhadores ficaram desempregados.

Metade dos 80 hotéis e albergues de Ollantaytambo fecharam, segundo Joaquín Randall, presidente da Associação de Hotéis e Restaurantes da cidade, localizada a 32 km da cidadela.

"Os hotéis formais, que pagam impostos e estão em dia com o Estado, têm conseguido empréstimos" do governo, mas não as inúmeras acomodações informais, disse ele à AFP.

Diversas cadeias de hotéis internacionais e peruanas reabriram neste fim de semana em Cusco, no Vale Sagrado e em Machu Picchu Pueblo, antes conhecido como Águas Calientes.

A reabertura desperta as esperanças de milhares de pessoas que vendiam artesanato, transportavam turistas ou ganhavam a vida em outros ofícios ligados ao turismo.

Neste domingo, a empresa PeruRail retomou as viagens de seus trens turísticos entre Cusco e Aguas Calientes. Na segunda-feira, sua concorrente IncaRail fará o mesmo.

De acordo com os novos protocolos, apenas 675 turistas poderão entrar por dia em Machu Picchu, um terço do permitido antes da pandemia.

A mítica cidadela construída no século XV, que colocou o Peru no mapa turístico mundial em meados do século passado, recebeu um milhão e meio de visitantes em 2019.

A derrota do Peru por 4 x 2 para o Brasil, nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar 2022, foi marcada, segundo o presidente peruano, Martín Vizcarra, por "erros grosseiros" da arbitragem. O gestor disse, nesta quarta-feira (14), que os erros deveriam ser revisados.

O jogo, cheio de ação, disputado no Estádio Nacional de Lima, na noite de terça-feira (13), estava empatado até os últimos minutos, quando o Brasil marcou dois gols decisivos. A seleção brasileira venceu por 4 x 2 com a ajuda de dois pênaltis, ambos convertidos por Neymar, e um quarto gol nos acréscimos, marcado após o zagueiro peruano Carlos Zambrano ser expulso por dar uma cotovelada no rosto do atacante brasileiro Richarlison.

##RECOMENDA##

Vizcarra disse ter ficado irritado e inquieto com o resultado e as decisões da arbitragem, que deixaram o Peru na parte inferior da tabela de classificação das Eliminatórias após dois jogos, com um ponto em seis possíveis. "Infelizmente, tenho que falar como torcedor, como cidadão. O árbitro (chileno) desequilibrou um jogo bem elaborado", disse Vizcarra a repórteres após uma reunião de gabinete no palácio presidencial.

"Que a Fifa, por meio de medidas internas próprias, corrija esses erros contundentes que afetaram a equipe, afetaram a torcida e todo o País. Ainda temos esperanças de nos classificar para o Mundial e esperamos que os erros grosseiros que mudaram o jogo não se repitam no futuro", acrescentou Vizcarra.

Os quatro primeiros colocados nas Eliminatórias Sul-Americanas de dez times se classificam automaticamente para o Mundial de 2022 no Catar, e o quinto colocado vai para uma repescagem. O Peru se classificou para a Copa do Mundo na Rússia em 2018, sua primeira participação no evento desde 1982.

A vitória do Brasil sobre o Peru por 4 a 2, transmitida pela TV Brasil, serviu para agrados ao governo federal. O narrador André Marques mandou "abraço especial" para o presidente Jair Bolsonaro, ainda no primeiro tempo. A transmissão foi elogiada por governistas, que destacaram os picos de audiência da emissora que o chefe do Planalto já prometeu extinguir ou privatizar. Por outro lado, a exibição foi criticada por opositores. A pedido do governo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez a intermediação com a federação peruana e a TV Brasil foi o único canal aberto a transmitir o jogo.

No segundo tempo, o narrador voltou a fazer uma saudação oficial e ainda leu uma nota. "Em nome da Secretaria Especial de Comunicação Social da Empresa Brasil de Comunicação e do secretário Fábio Wajngarten, agradecemos à CBF, nas pessoas do presidente Rogerio Caboclo, do secretário-geral Walter Feldman e do diretor Eduardo Zerbini. E um abraço especial também ao presidente Jair Bolsonaro, que está assistindo ao jogo".

##RECOMENDA##

No intervalo do jogo, houve repercussão da sanção, por Bolsonaro, do projeto que mudou as regras da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e da audiência pública do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre o Pantanal no Senado.

Repercussão

No Twitter, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) usou de ironia para comentar a partida: "Jogo da seleção passando no canal estatal. Narrador mandando abraço pro presidente. No intervalo, notícias do governo. Não, você não está na Coreia do Norte, é o Brasil mesmo".

Filho do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) destacou os picos de audiência que a emissora pública recebeu. Na imagem compartilhada pelo deputado, a TV Brasil tinha 12,8% do total da audiência em Brasília às 22h12, na frente da Record (3,6%) e atrás da Globo (23%), líder dos canais abertos. A Kantar Ibope Media, que faz a medição, não divulgou oficialmente os resultados de audiência. "Se @tvbrasilgov não tivesse sido sagaz e fechado a transmissão de Peru x Brasil ficaríamos sem ver esse jogo em tv aberta", escreveu Eduardo no Twitter.

A oposição, por outro lado, criticou a postura da emissora pública. "No dia em que Carol Solberg é proibida de se manifestar politicamente, a transmissão do jogo da seleção na TV Brasil manda um abraço pro Bolsonaro e no 'show do intervalo' divulga os esforços do Salles pra salvar o Pantanal. Dia sombrio para o esporte brasileiro", comentou Chico Alencar (PSOL-RJ), em referência ao caso da jogadora de vôlei punida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportivo (STFJ) por ter gritado "Fora, Bolsonaro" durante entrevista ao vivo, e às declarações de Salles no Senado.

Ao ser eleito em 2018, Bolsonaro prometeu privatizar ou mesmo extinguir o canal oficial do governo - apelidado de "TV do Lula" por gastar verbas públicas para uma audiência pequena. Nas redes sociais, internautas compartilharam vídeos com declarações do presidente sobre o assunto. "E tem gente que diz que a transmissão do jogo do foi 'de graça'. Nada disso. Foi você que pagou, para variar", publicou o deputado estadual Daniel José (Novo-SP).

Negociação

As negociações para que a TV Brasil transmitisse a partida entre Brasil e Peru envolveram o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten, que ligou para o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. Após o governo federal fazer o pedido à CBF para poder transmitir o jogo, a resposta oficial foi de que a entidade não tinha os direitos do confronto, que pertenciam à Federação Peruana de Futebol, mandante do jogo, através de sua representante, a GolTV Peru.

A CBF, no entanto, atendeu ao pedido do governo e abriu negociação direta com a Federação Peruana. Restando pouco mais de uma hora para o início da partida, a entidade, então, conseguiu a liberação dos direitos desde que o jogo fosse transmitido exclusivamente por uma TV pública e também pelo site oficial da entidade. A princípio, o jogo seria transmitido apenas pelo sistema de pay-per-view EI Plus, da Turner, que acertou a compra dos direitos de transmissão das duas primeiras rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar.

A Globo tem o direito de transmitir os jogos das seleções brasileira e argentina como mandantes nas Eliminatórias e não chegou a um acordo para a partida de terça-feira contra o Peru. A polêmica sobre os direitos de transmissão se dá pelo fato de a Fifa ter alterado a forma de negociação. Antes, o interessado em passar as partidas acertava a compra dos direitos com os organizadores da competição. Agora não é mais assim. O canal precisa negociar diretamente com cada federação nacional.

Em seu 50º jogo no comando da seleção brasileira, o técnico Tite esteve perto de sofrer sua quinta derrota nesta terça-feira. Mas dois pênaltis, convertidos por Neymar, compensaram as falhas na defesa e a falta de criatividade para levar o Brasil a uma virada sobre o Peru, por 4 a 2, em Lima. O atacante anotou seu terceiro gol nos acréscimos, quando o time peruano já atuava com um a menos em campo.

O segundo triunfo em dois jogos deixa a equipe de Tite com seis pontos, mesma pontuação da Argentina, na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 por ter maior saldo de gols. O Peru, que já havia derrotado Brasil em 2019, tem apenas um ponto.

##RECOMENDA##

Na capital peruana, a seleção fez atuação atípica sob Tite. Falhando mais do que de costume na defesa, sofreu apenas pela terceira vez com o treinador dois gols numa mesma partida. Além disso, exibiu falta de iniciativa no setor ofensivo e abusou das ligações diretas.

Os erros só não custaram a vitória porque Neymar soube aproveitar suas oportunidades, principalmente nas duas penalidades. O atacante chegou aos 64 gols pela seleção, superando Ronaldo (62), e se isolou como o segundo maior artilheiro do time. Só está atrás de Pelé (77).

O JOGO - Satisfeito com a goleada na estreia, Tite fez apenas uma mudança em comparação ao time que atropelou a Bolívia. Trocou Everton Cebolinha por Richarlison, que acabou se tornando a principal aposta da seleção no primeiro tempo.

Em uma etapa de pouca inspiração, com raras trocas de passe e evidente falta de entrosamento entre Casemiro, Douglas Luiz e Philippe Coutinho, o Brasil fez atuação abaixo do esperado. Restringiu suas investidas no ataque a ligações diretas, às vezes partindo até da zaga, sempre buscando Richarlison pela direita. O atacante atuava como ponta, sempre em busca dos cruzamentos na área.

A inoperância no ataque preocupava porque o Peru abriu o placar logo aos 5 minutos. E numa rara falha da defesa brasileira. Marquinhos afastou mal dentro da área e Carrillo emendou de primeira, da entrada da área. Weverton não conseguiu alcançar. O zagueiro acabou deixando o jogo poucos minutos depois, lesionado.

A seleção teve grande chance de ampliar aos 12, em cruzamento de Richarlison para Firmino. Na pequena área, o atacante do Liverpool bateu em cima de Gallese. Substituindo Gabriel Jesus, machucado, ele teria outra boa oportunidade, aos 40, sem sucesso.

O empate saiu em penalidade sobre Neymar. Ele mesmo converteu, aos 27, em chute fraco, porém no canto direito do goleiro peruano. Anotou, assim, seu 62º gol com a camisa da seleção, empatando com Ronaldo.

O segundo tempo começou mais equilibrado, com boas chances para os dois lados. Aos 9, Neymar cobrou falta com perigo e mandou rente ao travessão. Mas, quatro minutos depois, a defesa brasileira voltou a falhar, em lance semelhante ao primeiro gol. A zaga afastou mal e Tapia bateu de fora da área. A bola desviou em Rodrigo Caio e venceu Weverton.

Sem desanimar, o Brasil buscou novamente o empate, mais uma vez em bola parada. Neymar cobrou escanteio, Firmino cabeceou na segunda trave e Richarlison, em cima da linha, completou para o gol.

A igualdade não tranquilizou Tite. Ele fez três mudanças de uma só vez: colocou Everton Cebolinha, Everton Ribeiro e Alex Telles. Os dois primeiros se destacaram. E foi numa disparada de Cebolinha que surgiu o gol da virada brasileira. Após cruzar na área, pela direita, Neymar foi derrubado na área: novo pênalti para o Brasil. Ele repetiu o canto da primeira cobrança e anotou seu segundo gol na partida, aos 37 minutos.

O atacante ainda marcaria o quarto aos 48 minutos, quando o Peru já jogava com um a menos - Zambrano foi expulso ao acertar uma cotovelada em Richarlison. A jogada do último gol foi iniciada por Cebolinha e Everton Ribeiro, que acertou o pé da trave. No rebote, Neymar só empurrou para as redes, sacramentando a vitória.

 

FICHA TÉCNICA:

PERU 2 x 4 BRASIL

PERU - Pedro Gallese; Luis Advíncula, Carlos Zambrano, Luis Abram e Miguel Trauco; Pedro Aquino, Renato Tapia (Cueva) e Yoshimar Yotún; André Carrillo, Farfán (Polo) e Christofer Gonzales (Araujo). Técnico: Ricardo Gareca.

BRASIL - Weverton; Danilo, Marquinhos (Rodrigo Caio), Thiago Silva e Renan Lodi (Alex Telles); Casemiro, Douglas Luiz e Philippe Coutinho (Everton Ribeiro); Richarlison, Roberto Firmino (Everton Cebolinha) e Neymar. Técnico: Tite.

GOLS - Carillo, aos 5, e Neymar (pênalti), aos 27 minutos do primeiro tempo. Tapia, aos 13, e Richarlison, aos 13, Neymar, aos 37 (pênalti) e aos 48 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Tapia, Christofer Gonzales.

CARTÃO VERMELHO - Zambrano.

ÁRBITRO - Julio Bascuñán (Fifa/Chile).

RENDA E PÚBLICO - Jogo sem torcida.

LOCAL - Estádio Nacional, em Lima (Peru).

Horas antes do jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 entre Peru e Brasil, que a princípio só teria transmissão para o país via streaming, a Confederação Brasileira de Futebol anunciou que, após uma jornada de negociações com a Federação Peruana, decidiu pela compra dos direitos. O jogo será transmitido pela TV Brasil nesta terça-feira (13). 

A CBF também transmitirá o jogo na sua plataforma pessoal. A partida é a segunda da seleção rumo a próxima Copa do Mundo. Na primeira, o Brasil venceu a Bolívia por 5x0. A bola rola às 21h30 no Estádio Nacional do Peru. 

##RECOMENDA##

"Como não houve sucesso nestes acordos, a CBF decidiu garantir que a torcida brasileira possa assistir ao jogo em televisão pública e aberta em todo o país. Para isso, negociou a compra dos direitos em condições que permitem exclusivamente a transmissão por uma TV pública aberta no país e pelo site oficial da entidade", disse parte do comunicado. 

No Recife, a TVU, que fica na posição 11.1 na televisão digital aberta, passará a partida. Também é possível assistir ao duelo em canais pagos. Todas as informações de onde e como assistir o jogo podem ser vistas no site da TV pública.

Fechadas desde março devido à pandemia do novo coronavírus, as ruínas incas de Machu Picchu, no Peru, foram reabertas no último fim de semana, mas para um único turista.

O japonês Jesse Katayama havia viajado para o país andino em março passado, com o objetivo de visitar o sítio arqueológico, mas a atração turística acabou interditada por causa da disseminação do Sars-CoV-2.

##RECOMENDA##

Katayama, no entanto, não conseguiu voltar para casa devido às restrições de voos impostas pela pandemia e, no último sábado (10), ganhou uma permissão especial para visitar Machu Picchu antes de ir embora do Peru.

"A primeira pessoa na Terra a visitar Machu Picchu desde o lockdown sou eu", comemorou Katayama em sua conta no Instagram. As fotos mostram o sítio arqueológico deserto, algo inimaginável meses atrás para um local que sofre com os efeitos do turismo predatório.

Katayama, 26 anos, visitou Machu Picchu ao lado de funcionários da atração turística. "Eu pensei que não conseguiria ir, mas graças a todos vocês que pediram ao prefeito e ao governo, eu tive essa oportunidade superespecial", acrescentou.

A expectativa das autoridades peruanas é reabrir o sítio arqueológico em novembro, com limite de 675 visitantes por dia, 30% da capacidade permitida antes da pandemia. O país contabiliza mais de 851 mil contágios pelo Sars-CoV-2 e cerca de 33,4 mil óbitos.

Da Ansa

A seleção brasileira vai enfrentar o Peru, nesta terça-feira, às 21 horas (de Brasília), em Lima, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, dentro de um esquema preparado pela CBF que lembra uma "bolha". Atenta os riscos de contaminação do coronavírus, e seguindo o protocolo sanitário definido pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), a delegação permanecerá por pouco mais de 30 horas no país.

A operação, inédita, além de cumprir as recomendações da Conmebol, se dá pela preocupante situação da pandemia no Peru. O país que receberá o jogo da seleção é, afinal, o que atualmente tem a maior taxa de óbito no mundo, com 1.002 casos por milhão de habitantes, segundo aponta a organização Worldometers, que compila estatísticas de órgãos oficiais sobre o coronavírus.

##RECOMENDA##

"Nos foi orientado pela coordenação da CBF, de seus médicos, a condução dessa forma. Seguimos o que o protocolo médico quer com o máximo rigor possível. Sei que não tem segurança total, mas se for humanamente possível nós vamos fazer", afirmou o técnico Tite, que viu, assim, a preparação da equipe para o 50º jogo sob o seu comando ficar em segundo plano, com a prioridade sendo evitar ao máximo qualquer possibilidade de contrair a virose.

O Brasil, afinal, tem adotado um esquema especial de isolamento desde a apresentação em Teresópolis, na Granja Comary, para os jogos contra a Bolívia e Peru, o que inclui o fechamento de todas as atividades, a realização das refeições em turnos diferentes e até a indicação de que os banhos sejam tomados apenas nos hotéis. A delegação também passou por testes na chegada ao seu CT, antes dos dois jogos e depois da goleada por 5 a 0 na estreia nas Eliminatórias.

Para o duelo em Lima, a seleção realizou toda a sua preparação no CT do Corinthians, tendo embarcado ao Peru às 17h de terça-feira, em um voo fretado, apenas 28 horas antes do apito inicial. E, assim, não fez o tradicional treino de reconhecimento do gramado dos jogos, nesse caso, do Estádio Nacional ou concedeu entrevista coletiva no local. Com isso, só terá algum contato com a casa da seleção peruana, na chegada lá, que também será poucos momentos antes do duelo - a equipe deixará o hotel onde está concentrada às 19h15.

A delegação, que precisou apresentar testes PCR negativo para viajar, aliás, ficou restrita ao hotel desde a chegada, sem autorização para deixá-lo. E, ao fim do compromisso, voltará direto ao Aeroporto Internacional de Lima, retornando ao Brasil. Daqui, cada atleta convocado por Tite seguirá para seu respectivo clube.

Apesar do cenário preocupante no Peru, a federação local tentou liberar a presença de 5 mil torcedores no estádio, algo que foi vetado pelas autoridades. Anteriormente, inclusive, o início da partida foi antecipado em duas horas por causa do toque de recolher na capital do país.

Mas as preocupações da seleção em Lima não estão restritas ao extracampo. Afinal, após uma fácil vitória sobre a Bolívia, a seleção terá o seu primeiro "verdadeiro" teste nas Eliminatórias, tanto que o Peru foi o último adversário a superar o Brasil, em amistoso disputado em setembro, se juntando a uma seleta lista, que só contava, até então, com Argentina e Bélgica.

O Peru também foi a única seleção visitante a não perder na estreia nas Eliminatórias, tendo empatado por 2 a 2 com o Paraguai. E está em sua maior série invicta na história do qualificatório. São nove jogos, com quatro vitórias e cinco empates, algo que foi fundamental para a classificação à Copa do Mundo da Rússia.

O confronto, assim, poderá ser um interessante teste para a nova dupla de volantes usada por Tite contra a Bolívia, composta por Casemiro e Douglas Luiz. E outra chance para Roberto Firmino conquistar uma vaga que vem sendo cativa de Gabriel Jesus, lesionado e fora dos primeiros compromissos do Brasil nas Eliminatórias.

O atacante do Liverpool, afinal, marcou duas vezes na goleada. E espera aproveitar a melhor condição física de Neymar, que chegou a ser dúvida para o duelo com a Bolívia por causa de dores nas costas, para ampliar a sua artilharia. Para isso, vai atuar novamente mais fixo no setor ofensivo do que acontece no seu clube. "No Liverpool eu volto um pouco mais, gosto de estar envolvido com o jogo e ajudando com assistências. A meta é dar o meu melhor, sempre", disse.

Firmino e Neymar terão a companhia de Everton Cebolinha e Coutinho no quarteto ofensivo que tentará levar o Brasil a ganhar a estreia como visitante nas Eliminatórias desde 2006 - empatou com a Colômbia (0 a 0) no qualificatório de 2010 e perdeu para o Chile (2 a 0) no de 2018. E um novo resultado positivo deixaria a seleção em boas condições logo na largada para ir ao Catar e ainda ampliaria os ótimos números de Tite no qualificatório - são 11 vitórias e dois empates.

O Peru, aliás, mesmo tendo sido a última seleção a derrotar o treinador, traz mais lembranças boas para ele. Afinal, foi diante dele que o Brasil faturou a Copa América em 2019, com vitória por 3 a 1, depois de uma goleada por 5 a 0 na fase de grupos. E também triunfara nas Eliminatórias, também em Lima, em 2016, por 2 a 0.

A seleção peruana não tem a sua maior estrela, Guerrero, lesionado, mas os dois gols marcados por Carillo diante do Paraguai lhe dão esperança para algo inédito: derrotar o Brasil nas Eliminatórias - são sete derrotas e quatro empates. E o time deve ter uma mudança, com Cueva, lesionado, sendo substituído por Christofer Gonzales. "O desafio é diferente, com uma equipe de nível técnico superior, físico superior, e um desafio para nós: buscar repetir um padrão. Talvez não com a mesma força técnica. Vamos enfrentar um adversário mais forte em circunstâncias mais fortes", alertou Tite.

O Peru pretende reabrir em novembro a cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo do país, quase oito meses após seu fechamento devido à pandemia, informou nesta quinta-feira (8) o Ministério da Cultura.

"Amanhã (sexta-feira) vamos fazer uma vistoria pelos sítios para ver as condições, inclusive de Machu Picchu. Os protocolos de biossegurança foram aprovados, a capacidade será de 50%", explicou o ministro da Cultura, Alejandro Neyra, citado pela agência estatal Andina.

Neyra informou que, antes da reabertura, será verificada a implementação dos protocolos de biossegurança para garantir a proteção dos turistas.

"Ainda não tem uma data exata, estamos nos reunindo com os ministros e na semana que vem haverá um lançamento importante do setor turístico que anunciará a retomada de atividades turísticas com destinos seguros", completou.

A cidadela de pedra permanece vazia desde que foi decretado o estado de emergência sanitária em 16 de março. As autoridades chegaram a cogitar a reabertura do local em julho, mas desistiram após uma novo aumento no número de contaminações por covid-19 na região de Cusco (sudeste), onde encontra-se Machu Picchu.

De acordo com os novos protocolos, só poderão entrar 675 turistas por dia na cidadela, 30% do total autorizado em temporada normal.

Antes da pandemia, visitavam Machu Picchu de 2.000 a 3.000 pessoas por dia. Na temporada alta, o número podia chegar a 5.000 pessoas.

Além de precauções sanitárias, o governo peruano busca limitar o acesso de turistas ao local seguindo uma recomendação de especialistas da Unesco para evitar a deterioração do sítio arqueológico, classificado como Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1983.

O Peru manteve suas fronteiras fechadas até 5 de outubro, o que provocou o colapso do turismo, principalmente na cidade de Cusco, ex-capital do império inca situada a 72 km de Machu Picchu, onde cerca de 100.000 pessoas vivem desta atividade.

Desde que Machu Picchu foi aberta para o turismo em 1948, a mítica cidadela foi fechada uma única vez em 2010 por dois meses, quando uma enchente destruiu a ferrovia de Cusco.

Machu Picchu (Montanha Velha em quéchua) foi construída pelo imperador inca Pachacútec no século XV no topo de uma montanha, a 2.400 metros de altitude, como centro cerimonial ou local de descanso para os nobres.

A opositora Keiko Fujimori, maior adversária do presidente peruano, Martín Vizcarra, criticou neste domingo (13)a moção para destituí-lo do poder, e pediu que o Congresso "atue com cautela" no processo. "Até hoje, não existem elementos suficientes, nem procedimentos necessários para destituir o presidente", afirmou Keiko em vídeo publicado nas redes sociais.

O Congresso votará na próxima sexta-feira (18) a destituição de Vizcarra, por suspeita de ter pedido que duas assessoras mentissem na investigação de supostas irregularidades na contratação de um cantor para um evento, segundo áudios divulgados na quinta-feira.

##RECOMENDA##

A primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) e líder do partido opositor Força Popular (de direita) disse que destituir um presidente é uma medida extrema, tomada após se esgotarem todas as outras vias. "Se no caminho aparecerem elementos adicionais que nos mostrem que esta medida é indispensável, não hesitaremos em apoiá-la. Até que isto aconteça, devemos esgotar as outras possibilidades", disse.

Keiko, duas vezes candidata à presidência, passou mais de um ano em prisão preventiva devido à investigação do escândalo envolvendo casos de propina pago pela empreiteira Odebrecht.

Com 15 legisladores, o Força Popular é a quarta bancada no fragmentado Congresso peruano, após perder, há um ano, a hegemonia conquistada em 2016. Na ocasião, Vizcarra dissolveu constitucionalmente o parlamento em meio a choques com o fujimorismo.

Na sexta-feira, 11, o Congresso do Peru aprovou por 65 votos a favor, 36 contra e 24 abstenções, a moção de vacância, que na prática é a abertura de um processo para destituir Martín Vizcarra por "incapacidade moral". Se aprovada, será a segunda destituição em 20 anos no Peru. Antes da votação, o governo classificou a ação como um "golpe de Estado".

Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, do qual era vice, aparece em áudios que se tornaram públicos pedindo a seus assessores que mentissem.

O caso estourou em maio, quando a imprensa descobriu em plena pandemia que o Ministério da Cultura havia contratado o cantor Richard Cisneros, conhecido como Richard Swing, como palestrante e apresentador. Cisneros se gabava na de ter sido conselheiro do governo de Vizcarra. O Parlamento abriu, então, uma investigação sobre os contratos.

Nos três áudios divulgados no Congresso peruano, Vizcarra pede às assessoras Miriam Morales e Karem Roca que mintam sobre a quantidade de vezes que Cisneros foi ao palácio do governo. "É preciso dizer que ele entrou duas vezes", pede Vizcarra. "O que fica claro é que nessa investigação todos estamos envolvidos", acrescenta o presidente.

A moção lembra duas iniciativas semelhantes movidas contra Pedro Pablo Kuczynski em dezembro de 2017 e março de 2018, o que levou à renúncia do ex-banqueiro do cargo de presidente peruano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso do Peru aprovou nesta sexta-feira (11) por 65 votos a favor, 36 contra e 24 abstenções, a moção de vacância, abertura de um processo para destituir o presidente Martín Vizcarra por "incapacidade moral". Se aprovada, será a segunda destituição em 20 anos no Peru. Antes da votação, o governo classificou a ação como um "golpe de Estado".

Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, do qual era vice, aparece em áudios que se tornaram públicos pedindo a seus assessores que mentissem em uma investigação parlamentar sobre um contrato polêmico com um cantor. Ao apoiar a moção no plenário, o deputado oposicionista José Vega disse que os áudios "corroboram" as supostas irregularidades que o Congresso apura há meses.

##RECOMENDA##

"Peço ao Congresso que analise a situação com cautela, com responsabilidade e tome a decisão que julgar apropriada", disse Vizcarra ao visitar o laboratório encarregado de testar uma potencial vacina chinesa contra o covid-19 com 6 mil voluntários peruanos, antes do resultado do Parlamento. Ele disse ainda que não renunciaria e recebeu o apoio do ex-presidente Ollanta Humana (2011-2016), que afirmou que Vizcarra deve continuar até completar seu mandato, em 28 de julho de 2021.

"Esta é uma crise institucional provocada por círculos próximos ao presidente e perigosamente utilizada pelo Congresso. Não cabe vacância, Vizcarra deve continuar, cuidar da saúde, reativar a economia e garantir eleições limpas", tuitou Humala.

O caso estourou em maio, quando a imprensa descobriu que em plena pandemia o Ministério da Cultura havia contratado o cantor Richard Cisneros, conhecido como Richard Swing, como palestrante e apresentador. Cisneros se gabava na mídia de ter sido conselheiro do governo de Vizcarra. O Parlamento abriu uma investigação sobre os supostos contratos irregulares pelos quais Cisneros teria recebido US$ 10 mil.

Mentiras

Em três áudios divulgados no Congresso peruano na quinta-feira (10) Vizcarra pede às assessoras Miriam Morales e Karem Roca que mintam sobre a quantidade de vezes que Cisneros foi ao palácio do governo. "É preciso dizer que ele entrou duas vezes", pede Vizcarra. "O que fica claro é que nessa investigação todos estamos envolvidos", acrescenta o presidente.

As gravações de Vizcarra foram entregues pelo deputado Edgar Alarcón, presidente da comissão que investiga o caso do ex-assessor do presidente.

"Não vou renunciar, não vou correr", disse o presidente na quinta-feira à noite na TV, negando quaisquer atos ilegais. "Estamos diante de uma conspiração contra a democracia", disse Vizcarra, que conquistou apoio popular por sua cruzada contra a corrupção.

Mas, logo depois, seis dos nove partidos com representação no Congresso anunciaram a apresentação da moção para declarar a "vacância" da presidência. A crise deve afetar ainda mais o Peru, um dos países mais atingidos pela pandemia de covid-19 no mundo, com mais de 700 mil infecções e 30 mil mortes.

A moção lembra duas iniciativas semelhantes movidas contra Pedro Pablo Kuczynski em dezembro de 2017 e março de 2018, o que levou à renúncia do ex-banqueiro. Ela requer 52 votos para ser admitida para debate e para iniciar o processo formal de impeachment e votação em quatro dias. O Congresso precisa de 87 votos para destituir Vizcarra, que não tem partido, nem bancada.

Em caso de destituição, o presidente do Congresso, Manuel Merino, assumirá o poder até o restante do mandato, que termina a 28 de julho de 2021.

Golpe

O primeiro-ministro peruano, Walter Martos, denunciou ontem que um "golpe" parlamentar estava em andamento. "O que o Congresso está fazendo no momento é dar um golpe de Estado, pois está fazendo uma interpretação arbitrária da Constituição", disse Martos, general aposentado do Exército, à rádio RPP.

O vazamento dos áudios se dá no âmbito de constantes embates entre o Congresso e o Executivo. Em setembro de 2019, o presidente dissolveu o Parlamento constitucionalmente e convocou novas eleições legislativas para superar outra crise. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 13 pessoas morreram sufocadas na noite de sábado em uma boate no Peru, invadida pela polícia para interromper uma festa proibida pela epidemia de coronavírus.

"Após uma operação policial em uma casa de festas em Los Olivos foram registrados 13 mortos", disse à rádio RPP o chefe de polícia, general Orlando Velasco. Cento e vinte pessoas participavam da festa convocada através das redes sociais, violando a norma que proíbe reuniões grupais no Peru devido ao estado de emergência sanitária.

"Diante da intervenção policial, que não usou nenhum tipo de arma ou bomba lacrimogênea, os participantes da festa tentaram escapar pela única porta de entrada, se atropelando e ficando presos entre a porta e uma escada do local", disse o Ministério do Interior em um comunicado.

A ação foi desencadeada uma hora antes do início do toque de recolher noturno, depois que vizinhos reclamaram de uma festa.

Alguns participantes da festa e vizinhos negaram a versão policial de ter dispensado os gases lacrimogêneos para desocupar o local. "Parece que a polícia entrou e jogou bombas lacrimogêneas, prenderam as pessoas e elas morreram asfixiadas", disse um vizinho à rádio RPP.

Entre os treze mortos, há onze homens e duas mulheres. Outras três pessoas ficaram feridas, além de três policiais que tentaram libertar e ajudar os detidos. Entre os feridos estão três civis e três policiais, que tentaram libertar e ajudar as pessoas presas. Vinte e três pessoas também foram detidas.

De acordo com vários depoimentos, o pânico tomou conta quando um grupo de agentes entrou na boate e pediu às mulheres que saíssem primeiro.

Uma parte do público conseguiu sair para a rua, mas outra ficou presa ao seguir para uma escada estreita, a única saída, e se deparar com a porta fechada.

O desespero para evitar a prisão teria causado a tragédia. A lei peruana prevê penas de prisão e penalidades financeiras equivalentes a 110 dólares para aqueles que não cumprirem as regras impostas pela pandemia, como a participação em reuniões sociais.

A festa aconteceu na boate "Thomas Restobar", uma casa de dois andares licenciada desde 2016, segundo o município de Los Olivos, populoso bairro ao norte de Lima.

"Morreu em meus braços"

A idade das vítimas varia entre 20 a 30 anos, segundo reportagens da imprensa. "Se ainda estou viva, Deus sabe o motivo, minha companheira que estava comigo morreu em meus braços", disse à imprensa uma jovem arrasada que comemorava seu aniversário na discoteca.

Quando "a polícia interveio, disseram para deixar as mulheres descerem (...) carreguei minha namorada, mas ela morreu a caminho do hospital", disse Franco Carrasco à rádio RPP.

“Nunca deveria ter acontecido, estamos em uma pandemia, em uma emergência sanitária. Peço a sanção máxima aos donos da discoteca, eles são praticamente os responsáveis”, disse a Ministra da Mulher à rádio RPP. Parentes das vítimas lotaram o necrotério de Lima para identificar os corpos.

“Ainda não trouxeram o corpo da minha filha. Descobri que minha filha morreu asfixiada esta manhã. A partir de agora em diante, não haverá mais festas, não tenho dinheiro para enterrá-la”, disse Gregoria Velásquez, mãe de Maryori Salcedo Velásquez, de 26 anos, ao canal América Televisión.

15 detidos com coronavírus

As autoridades de saúde anunciaram que 15 dos 23 detidos testaram positivo para covid-19 no centro policial de Los Olivos.

“Há um foco muito grande de infecção por coronavírus (na festa)”, disse o Dr. Claudio Ramírez, do Ministério da Saúde. O toque de recolher noturno aplica-se em todo o Peru das 22h locais de sábado às 04h de segunda-feira, incluindo todo o dia de domingo.

O governo proibiu reuniões sociais para conter a disseminação do novo coronavírus, que deixou 27.453 mortos e mais de 585.000 casos confirmados desde o primeiro contágio em março.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru é o terceiro em mortes pela pandemia na América Latina, depois do Brasil e do México, e o segundo em infecções, atrás do gigante sul-americano.

A pandemia do novo coronavírus não afetou apenas a saúde de nativos e estrangeiros que estão no Peru. A exemplo disso, centenas de brasileiros estão no país sem condições de retornarem ao Brasil. Muitos sem emprego, moradia, acesso a serviços de saúde e transporte, eles passam dificuldades no país andino. Na próxima terça-feira (25), 180 que pagaram por um voo de repatriação voltarão ao território nacional. No entanto, centenas ainda permanecem sem novos horizontes. Procurada, a Embaixada brasileira em Lima não informou o número total de cidadãos brasileiros nessa situação.

A contadora Lucilea Barros, de 46 anos, está nessa situação. Ela, o filho, de 9 anos, e o marido, desempregado há 6 meses, estão lutando para sobreviver na província de Huánuco. "Estamos lutando para ter todo dia o que comer. Sobre a moradia, estamos vivendo de favor e, a qualquer momento, podemos ser despejados. Não tem mais condições de continuarmos aqui. Está muito difícil", conta Lucilea. Ela ainda fala da necessidade de voltar a Belém, no Pará, por causa da mãe de 82 anos, que precisa de cuidados especiais devido à idade já avançada.

##RECOMENDA##

Também por causa da pandemia da Covid-19, os hospitais peruanos estão à beira do colapso e já não conseguem oferecer atendimento de qualidade para pacientes com outras patologias. "Eu tenho problemas de hipertensão, então devido a essa situação, as coisas pioram mais ainda, a gente fica numa tensão, numa ansiedade. Mas, se tiver necessidade de ir em um hospital, não tem como porque estão em colapso", lamenta a contadora.

Felizmente, brasileiros como Lucilea contam com o apoio de outros conterrâneos. Rosana Schiff, psicóloga que trabalha na linha de frente no combate à Covid-19 no Peru, é uma das pessoas que coordenam o retorno dos brasileiros à terra natal. Ela administra um grupo no WhatsApp com mais de 200 deles. Este é o quarto grupo que ela coordena.

De acordo com Rosana, já foram realizados 12 voos humanitários, nos quais três ela se envolveu diretamente. Rosana já conseguiu auxiliar mais de 100 pessoas para retornar ao Brasil, com a ajuda do Consulado, e chegou a hospedar 12 brasileiros na véspera de um dos voos porque não tinham onde ficar.

"As pessoas que me procuram não apenas estão com ansiedade, pânico, mas estão com problemas financeiros muito graves; problemas de saúde, não apenas emocionais, mentais, mas problemas muito sérios. Tinha pessoas vivendo na areia, passando fome, frio, com Covid-19, câncer, Aids, hipertensão, problemas cardíacos, respiratórios, problemas de coluna", conta.

Rosana está em Lima e fala da dificuldade que brasileiros que estão distantes tem em chegarem até a capital peruana, de onde saem os voos de repatriação. Elas não têm dinheiro para a passagem até a cidade e muito menos para os voos até o Brasil. "A situação está muito pior nesse momento, o tempo passou, o frio aumentou, o contágio do coronavírus é absurdo. O Consulado ajuda com as autorizações, mas financeiramente não pode ajudar ninguém, com as passagens ou os translados. Agora não tem mais voo humanitário, estamos com as pessoas presas aqui."

Jessica Soares, de 32 anos, está com o filho de 2 anos na cidade de Arequipa. A professora de balé, que mora no Peru há 5 anos, teve de fechar o seu negócio devido à pandemia. Desempregada, Jessica quer voltar ao Brasil pois o filho precisa fazer uma operação chamada implante coclear, para pessoas com problemas auditivos. "Infelizmente não estamos conseguindo fazer essa operação aqui porque os hospitais só estão atendendo Covid e por questões financeiras também. Neste momento, nós gostaríamos de regressar para estar mais perto da minha família e tentar colocar ele na fila do SUS e conseguir atendimento em São Paulo", conta.

Sobre o voo fretado do dia 25, Jessica disse que não tem condição financeira alguma de arcar com os custos, "apesar de que gostaria muito de estar indo com ele (o filho) o quanto antes". "Também estamos numa situação bem difícil em relação a documentos porque muitos órgãos aqui estão fechadas, então eu queria pedir ao governo brasileiro para nos ajudar", desabafou.

Jessica conta que o marido pretende permanecer no Peru para pagar as dívidas do casal. "A situação está bem difícil porque os bancos não estão ajudando. Nós que temos empréstimos, os bancos estão cobrando muitos juros e taxas muito altas. A minha intenção é que eu possa voltar com meu filho e que meu marido continue aqui, tentando trabalhar", explica. A família de Jessica mora em São Vicente, na Baixada Santista.

Lucilea e Jessica informaram que estão tentando voltar para o Brasil desde o mês de março, quando as fronteiras foram fechadas no Peru. A professora de balé ressalta, no entanto, que quer voltar para a terra natal por questões financeiras e de saúde, prejudicadas devido à pandemia. "Não é porque o Peru é um mau país. Eles me receberam muito bem e sempre tive oportunidade", pondera.

O que diz a Embaixada

A Embaixada do Brasil no Peru informou que o governo peruano autorizou o voo Lima-Guarulhos para o próximo dia 25 de agosto, em horário que ainda será informado. A agência Bonna Tours, que está comercializando a viagem, já fez contato com os passageiros para confirmar o interesse no embarque. Deste voo, sairão 180 brasileiros, que deverão desembolsar US$ 387,52 (quase R$ 2.189)

"Atendendo a pedidos de brasileiros que permanecem no Peru e que manifestaram o desejo de retornar ao Brasil, a Embaixada manteve contato com agências de viagens peruanas para buscar alternativas mais econômicas para voo charter Lima-São Paulo", informou a Embaixada

O valor inclui bilhete de ida para o trecho Lima-Guarulhos, bagagem despachada de até 23 kg, bagagem de mão de até 8 kg por passageiro e transporte em ônibus com saída do shopping Larcomar (Miraflores) até o Aeroporto Internacional Jorge Chávez, conforme exigência do governo peruano.

Para os brasileiros que se encontrem em outros departamentos que não seja Lima, a Embaixada informou que segue dialogando junto às autoridades peruanas com pedido de autorização para deslocamento terrestre.

O jornal O Estado de S. Paulo entrou em contato com o Itamaraty e com a Embaixada do Peru no Brasil para obter mais detalhes sobre possíveis voos de repatriação ou humanitários e a quantidade exata de brasileiros que ainda permanecem no Peru, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Sem previsão para abertura de fronteiras

Na última segunda-feira, 17, o Peru descartou a autorização de voos internacionais e a reabertura de suas fronteiras, fechadas por cinco meses devido à pandemia e por causa de um significativo aumento das infecções por coronavírus. "Não é hora de abrir voos internacionais porque não conseguimos conter a propagação da pandemia", disse o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Estremadoyro, ao canal de televisão N.

O Peru tem seus hospitais saturados com mais de 14 mil pacientes com Covid-19 e sem suprimentos vitais, como oxigênio medicinal. O país andino enfrenta um surto de pandemia desde que iniciou um processo de desconfinamento gradativo em 1º de julho em busca da reabertura da economia.

O ministro peruano, por sua vez, relativizou o impacto que a chegada de turistas poderia ter sobre a debilitada economia peruana. "Não é que isso vá nos beneficiar economicamente, não é uma grande contribuição. Ninguém em nenhuma parte do mundo quer viajar a lazer, isso só vai acontecer em meados do ano que vem", estimou Estremadoyro.

O Peru acelerou o desconfinamento para recuperar sua economia, que entrou em recessão no final de junho quando acumulou dois trimestres de contração e uma queda do PIB de 17% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado.

As infecções começaram a diminuir em meados de junho, mas aumentaram com o fim da quarentena obrigatória em 18 dos 25 departamentos do Peru. As fronteiras estão fechadas e os voos internacionais proibidos desde de 16 de março. Apenas voos de repatriação são permitidos.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru é o terceiro país na América Latina em mortes pela pandemia, depois do Brasil e do México, e o segundo em infecções, atrás somente do Brasil. De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, o Peru soma quase 559 mil casos confirmados do novo coronavírus e quase 26,9 mil mortes.

Um grupo de 13 investigadores da 'Equipo Especial de la República del Perú', órgão equivalente ao Ministério Público Federal, divulgou nota no domingo (16) para manifestar apoio ao procurador e coordenador da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, diante da eminência do julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pode tirá-lo do grupo de trabalho.

No texto, os investigadores peruanos se dizem preocupados com a possibilidade de destituição de Deltan, a quem se referem como 'pilar fundamental' na cooperação internacional para combate de casos de corrupção transnacional na América Latina.

##RECOMENDA##

"As ações que buscam afetar a independência dos fiscais ou procuradores responsáveis pelas investigações de casos de corrupção são alvo de preocupação internacional", argumenta a nota.

Na semana passada, integrantes e ex-integrantes da Lava Jato no Paraná também subscrevem nota para defender que um eventual afastamento do procurador comprometerá, em última instância, a independência dos trabalhos da operação.

Julgamentos

Com três vagas não preenchidas, o CNMP deve julgar, nesta terça-feira (18), três procedimentos administrativos disciplinares contra Dallagnol. Dois deles foram apresentados pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (Progressistas-TO).

A parlamentar questiona o acordo firmado pela Lava Jato Paraná com a Petrobrás para destinar R$ 2,5 bilhões recuperados pela operação a um fundo gerido pelos procuradores e argumenta que a manutenção de Dallagnol no comando da força-tarefa coloca em risco trabalhos da operação.

Já o pedido de Renan Calheiros acusa o procurador de atuação político-partidária por ter feito campanha contra a eleição do emedebista para o comando do Senado em 2019.

O Peru contabilizou neste domingo 10.143 casos de Covid-19 em 24 horas, um recorde pelo segundo dia consecutivo, anunciou o Ministério da Saúde.

O novo número situa em 535.946 o total de infectados, em meio a um crescimento da doença, segundo o boletim diário divulgado por autoridades de saúde do país.

Os 10.143 novos casos de hoje superam os 9.501 da véspera. O balanço dominical encerra uma das piores semanas da pandemia no país sul-americano, que enfrenta um aumento quase diário do número de pacientes acima de 8.000 desde a última quarta-feira.

A média da última semana ficou em 8.275 casos diários, segundo um balanço da AFP. Há um mês, a média diária era de 3.328 casos.

O crescimento da pandemia nos último dias levou o governo peruano a ordenar novamente um toque de recolher total aos domingos, que se soma ao toque de recolher noturno diário das 22h às 4h. O governo também proibiu as reuniões familiares, principais focos de contágio desde o fim da quarentena nacional obrigatória.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru é o segundo país latino-americano com mais casos da doença, atrás do Brasil. O número de infectados começou a cair em meados de junho, mas voltou a subir após o fim da quarentena obrigatória, determinado em 1º de julho.

O firme avanço da pandemia na América Latina, a região mais atingida do mundo pela Covid-19, coloca em dúvida a flexibilização de medidas em vários países para aliviar o grave impacto econômico registrado em todo o planeta, ao mesmo tempo que obriga, como no Peru, a instauração de novas restrições.

Em um momento em que a América Latina registra mais de 5,7 milhões de casos e mais de 225.000 óbitos por Covid-19, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou a reinstauração do toque de recolher dominical e a proibição de reuniões sociais ou familiares.

Com 632 falecimentos por milhão de habitantes, o Peru (32,9 milhões de habitantes) é o país latino-americano mais atingido pela pandemia em números proporcionais. Em números absolutos (489.600 casos e cerca de 21.500 óbitos), é o terceiro país mais afetado, atrás de Brasil e México.

"Temos que dar um passo para trás nas medidas que estávamos liberando. A partir deste domingo, retorna a imobilização obrigatória a nível nacional", declarou Vizcarra ao anunciar as medidas para frear os contágios, seis semanas após o início da flexibilização gradual.

A média diária de infecções mais do que duplicou em um mês para 7.025 na última semana. "Os principais focos de contágio são agora nossos amigos e familiares", explicou Vizcara.

No Brasil, onde registra-se a maioria dos casos na região, com quase 3,2 milhões, além de mais de 104.000 óbitos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), anunciou ter contraído a doença.

"Infelizmente eu dei positivo, estou com coronavírus. Absolutamente assintomático, me sinto bem, vou para casa e seguirei o protocolo médico" de isolamento nos próximos 10 dias, informou Doria, um ferrenho crítico do presidente Jair Bolsonaro, a quem acusa de minimizar a gravidade da pandemia.

A Argentina superou a marca dos 5.000 óbitos por Covid-19, após registrar um recorde de 241 falecimentos na noite de terça-feira e 84 mais na manhã desta quarta, de acordo com o Ministério da Saúde.

O país soma 5.088 óbitos desde 7 de março e 260.898 contágios em uma população de 44 milhões de habitantes, parte da qual continua confinada na Área Metropolitana de Buenos Aires.

Em Santiago, outra cidade onde seguem ativas umas das quarentenas mais longas do mundo, com quase cinco meses de duração, o isolamento será levantado na próxima segunda-feira. As autoridades registraram uma melhora nos índices de contágios.

A partir de segunda, a zona central da capital chilena se somará a outras seis que já saíram da quarentena e entraram na chamada "fase de transição", prévia à suspensão completa do confinamento.

- Economias sofrem -

A pandemia contaminou 20,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais quase 750.000 faleceram, de acordo com a recontagem da AFP a partir de dados oficiais.

Ao trágico saldo de vidas somam-se crises econômicas que refletem novos dados desanimadores.

Nesta quarta-feira foram divulgados os dados oficiais macroeconômicos do segundo trimestre no Reino Unido, que confirmaram uma recessão histórica, com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 20% entre abril e junho.

Este é o pior resultado desde o início dos cálculos trimestrais nos anos 1950 e se devem, sobretudo, a um confinamento muito prolongado, que paralisou totalmente a economia em abril.

Para 2020, o Banco da Inglaterra prevê uma queda de 9,5% do PIB do Reino Unido, que registra 46.000 mortes provocadas pela Covid-19.

Contudo, as autoridades modificaram nesta quarta-feira a forma de contabilizar as mortes por Covid-19: só serão registrados a partir de agora os falecimentos até 28 dias depois de confirmado um teste positivo. Isso reduz o balanço em 5.300 óbitos, para 41.329.

Os efeitos da pandemia são profundos até em países com um balanço reduzido de vítimas fatais, como a Nova Zelândia, apontada como um modelo de gestão e que registra 22 mortes em uma população de cinco milhões.

Nesta quarta-feira, a primeira-ministra Jacinda Ardern afirmou que cogita adiar as eleições de 19 de setembro após a detecção de oito novos casos pela primeira vez desde maio, o que levou as autoridades a decretar um confinamento de pelo menos três dias em Auckland, onde vivem 1,5 milhão de pessoas.

- "Faíscas" que provocam incêndios -

O país mais atingido pela pandemia é os Estados Unidos, que têm 164.000 mortos e cinco milhões de casos.

Na Espanha, com mais de 28.000 mortos, a epidemia volta a acelerar e registra uma média superior a 4.900 contágios diários, mais do que a soma dos casos da França, Reino Unido, Alemanha e Itália.

Em Aragón, região espanhola com a maior taxa de contágios, 270 casos para cada 100.000 habitantes, 242 internações e 32 mortes foram registradas nos últimos sete dias.

Tudo começou com focos familiares em bairros populosos de áreas carentes, destaca José Ramón Paño, especialista em doenças infecciosas no hospital clínico universitário de Zaragoza.

As "faíscas iniciais" ganharam força com "eventos de supertransmissão", como festas de família ou o lazer noturno.

"O incêndio se propagou aos locais trabalho e asilos, o que deixou o sistema de saúde sob pressão", disse Paño.

No contexto da crise prossegue a corrida para desenvolver uma vacina confiável. Desde terça-feira o mundo reage com ceticismo e prudência ao anúncio da Rússia sobre a primeira vacina "eficaz" contra o coronavírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que a "pré-qualificação" e a homologação de uma vacina exigem um procedimento "rigoroso".

O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, que está em visita a Taiwan, destacou a necessidade de fornecer "vacinas seguras e eficazes". Ele destacou que isso "não é uma corrida e não consiste em chegar primeiro".

Contudo, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, se ofereceu como voluntário para testar a vacina russa. "Acredito que a vacina que produziram realmente é boa para a humanidade", declarou.

O Peru enfrenta uma segunda onda de coronavírus, com um aumento do número de infecções e mortes, um mês após o inicio do desconfinamento gradual para reativar a economia, advertiu o governo nesta segunda-feira.

"Nos últimos dias, observamos um aumento significativo no número de infectados e mortos", declarou o presidente do Conselho de Ministros, Pedro Cateriano, ao comparecer pela primeira vez ao Congresso para pedir um voto de confiança no novo gabinete, que assumiu em 15 de junho.

Cateriano pediu aos 33 milhões de peruanos que respeitem as medidas básicas de segurança, no momento em que o Peru se aproxima dos 430 mil infectados e 20 mil mortos pela pandemia.

Desde que o governo autorizou o desconfinamento, em 1º de julho, em 17 das 25 regiões do país e liberou o transporte nacional aéreo e terrestre, o número de infectados quase dobrou, passando de 3,3 mil a 6,3 mil, segundo cifras oficiais.

A pandemia saturou os hospitais peruanos e matou 105 médicos. Foi realizada hoje uma homenagem aos mesmos em Iquitos, maior cidade da Amazônia peruana.

"Temos que evitar um novo surto maior, para não afetar a reativação do turismo. Não podemos pretender agir como se não houvesse uma epidemia", disse Cateriano.

Nem todos os parlamentares estavam presentes na audiência. Alguns participaram de forma remota, devido à pandemia. O Congresso deve decidir se dá seu voto de confiança três dias depois que o governo prorrogou o estado de emergência sanitária até 31 de agosto e voltou a colocar em quarentena algumas das províncias mais afetadas pelo novo coronavírus, que haviam sido desconfinadas há um mês.

- Trabalho remoto até julho de 2021 -

No campo do trabalho, o chefe de gabinete anunciou a prorrogação por 12 meses do trabalho remoto, até julho do ano que vem, como parte da "nova normalidade". Segundo autoridades, mais de 220 mil empregados estão trabalhando de casa desde que a medida entreou em vigor, em março.

De acordo com cifras oficiais, o confinamento motivado pela Covid-19 deixou entre março e julho 2,7 milhões de desempregados no país.

Mais de 900 mulheres, a maioria crianças e adolescentes, desapareceram no Peru durante os três meses e meio de quarentena nacional pela pandemia, um aumento em comparação com os números anteriores, informou nesta segunda-feira(27), a Defensoria do Povo.

O desaparecimento de mulheres é um problema endêmico no Peru. Antes do confinamento, eram relatados em média cinco casos por dia, mas o número subiu para oito durante o crise de saúde, segundo a Ouvidoria.

"Durante a quarentena, de 16 de março a 30 de junho, 915 mulheres foram registradas como desaparecidas no Peru", disse à AFP Eliana Revollar, defensora dos Direitos da Mulher.

"Precisamos saber o que aconteceu com elas", disse o defensor Walter Gutiérrez à rádio RPP.

Revollar afirmou "os registros de meninas e adolescentes desaparecidas são os mais altos e excedem 70% do número total".

Ela informou que, embora algumas mulheres tenham reaparecido mais tarde, por falta de um registro policial nacional, não se sabe quantas ainda estão desaparecidas.

Segundo ONGs feministas, a polícia e os promotores não costumam investigar estes casos porque acreditam que elas saíram voluntariamente, sem considerar o alto número de feminicídios, tráfico de seres humanos e prostituição forçada no país.

"Há resistência da polícia em pegar esses casos. Exigimos que o registro nacional de pessoas desaparecidas seja concluído", disse Revollar.

Em janeiro, um caso de grande repercussão foi de Solsiret Rodríguez, estudante universitária e ativista contra a violência de gênero. Ele havia desaparecido há três anos e seu paradeiro não despertou a atenção das autoridades até que seu corpo mutilado fosse encontrado em Lima.

Em 2019, 166 feminicídios foram registrados no Peru e um décimo deles foram catalogados como desaparecimento. Nos primeiros dois meses da quarentena, 12 feminicídios e 26 tentativas deste crime foram registrados no Peru.

Além disso, 226 meninas e adolescentes foram vítimas de abuso sexual e 27.997 denúncias de violência doméstica foram realizadas por telefone, segundo o Ministério da Mulher.

A quarentena foi levantada em 30 de junho em 18 das 25 regiões do Peru, incluindo Lima.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru registrou até domingo mais de 384.000 casos de coronavírus e 18.229 mortes. É o terceiro país com mais infecções e óbitos na América Latina, atrás do Brasil e do México.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando