Tópicos | racismo

A polícia espanhola prendeu mais três torcedores que cometeram ataques racistas contra Vinicius Júnior. Horas depois de as autoridades de Madri deterem quatro apoiadores do Atlético de Madrid, policiais prenderam três torcedores do Valencia que teriam proferido palavras racistas contra o atacante brasileiro no jogo de domingo, entre o Real Madrid e o time da casa.

As autoridades não deram detalhes sobre as prisões. Apenas divulgaram imagens da detenção do trio, sem exibir seus rostos. De acordo com os jornais espanhóis, a polícia segue investigando o caso, com base em análise de vídeo de dentro e fora do estádio Mestalla, onde Vinicius Júnior sofreu os ataques racistas.

##RECOMENDA##

Em comunicado, a direção do Valencia reforçou o apoio à investigação. "O Valência gostaria de confirmar que a polícia identificou até o momento um total de três torcedores, que fizeram ataques racistas a Vinicius Júnior no jogo do fim de semana, contra o Real Madrid", registrou o clube.

"O Valencia está colaborando com as autoridades em suas investigação para parar o racismo em Mestalla. O clube reitera sua mais forte condenação contra o racismo e a violência sob todas as formas e está atuando fortemente contra todas as pessoas identificadas com medidas severas, como o banimento do nosso estádio."

NA DEFESA

No mesmo comunicado, além de reiterar sua postura contra o racismo, a direção do Valencia reclamou da postura de alguns veículos de comunicação. E negou que os ataques racistas predominaram dentro do estádio Mestalla, no domingo. "A partida contra o Real Madrid foi transmitida ao vivo e é totalmente falso que o estádio inteiro estava gritando palavras racistas", disse o clube.

"Houve muita confusão e desinformação no público. O Valencia quer pedir maior responsabilidade e rigor. Esta é uma questão muito delicada e todos devem prezar pelos fatos. Não podemos aceitar que rotulem o 'Valencianismo' (a torcida do time) como racistas. Não é verdade. Pedimos respeito."

Vinicius Júnior segue recebendo apoio e homenagens após ter sofrido racismo mais uma vez na Espanha. No início da noite desta segunda-feira (22), o Cristo Redentor, ponto turístico no Rio de Janeiro, teve as luzes apagadas no começo da noite. Através das redes sociais, o atacante do Real Madrid voltou a agradecer toda a solidariedade que vem recebendo.

"Preto e imponente. O Cristo Redentor ficou assim há pouco. Uma ação de solidariedade que me emociona. Mas quero, sobretudo, inspirar e trazer mais luz à nossa luta. Agradeço demais toda a corrente de carinho e apoio que recebi nos últimos meses. Tanto no Brasil quanto mundo afora. Sei exatamente quem é quem. Contem comigo porque os bons são maioria e não vou desistir. Tenho um propósito na vida e, se eu tiver que sofrer mais e mais para que futuras gerações não passem por situações parecidas, estou pronto e preparado", agradeceu o jogador nas redes sociais.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Após mais um caso de racismo durante uma partida do Campeonato Espanhol, Vinicius Júnior se revoltou em campo e os brasileiros se revoltaram pelo mundo. Durante a noite do último domingo e toda segunda-feira, mensagens de apoio e carinho foram publicadas por diversas personalidades do esporte, como Neymar, Mbappé e Casemiro.

Apesar das mensagens de apoio, Vinicius Júnior também usou as redes sociais para publicar um vídeo mostrando todos os momentos em que sofreu algum tipo de ataque racista nas partidas na Espanha. Além disso, o governo brasileiro pediu explicações para a explicações para a embaixadora espanhola no País e solicitou uma reunião com o governo da Espanha para tratar do assunto.

Do lado esportivo, o Real Madrid também se posicionou. A equipe espanhol denunciou os insultos racistas sofridos por Vinícius Junior para a Procuradoria-Geral do país. Em comunicado, o Real Madrid considera que "os ataques constituem um crime de ódio", por isso apresentou denúncia perante o Ministério Público contra crimes de ódio e discriminação. O clube exige que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.

O sindicato dos jogadores de futebol da Espanha (AFE), juntamente com a associação Movimento Contra a Intolerância, também foram à Procuradoria pelo novo incidente contra Vinicius Júnior, de 21 anos. Ambas as organizações afirmam que os casos não são isolados e pedem medidas "agora e com força".

ENTENDA O CASO

O brasileiro Vinicius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro por causa das ofensas.

Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.

O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."

O Observatório de Discriminação Racial do Futebol, em ação em conjunta com a CBF, apagou as luzes do Cristor Rendentor no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (22) em solidariedade ao atacante brasileiro Vinicius Júnior, vítima de ataques racistas na Espanha. O ato teve duração de uma hora e teve como intuito chamar atenção aos ataques racistas sofridos pelo jogador.

“O monumento ao Cristo Redentor está com a iluminação desligada como símbolo da luta coletiva contra o racismo e em solidariedade ao jogador e a todos os que sofrem preconceito no mundo inteiro”, diz a nota das organizações envolvidas na ação.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

No último domingo (21), o jogador Vini Jr. foi mais uma vez vítima de racismo. Durante uma partida no Campeonato Espanhol, o craque do Real Madrid foi chamado de 'macaco' por torcedores rivais. Após lamentar o ocorrido na internet, em uma postagem emocionante, Vini recebeu uma onda de carinho por admiradores anônimos e famosos.

Personalidades como o presidente Lula, Gilberto Gil, Whindersson Nunes, Felipe Neto, Lázaro Ramos, Anitta, Giovanna Ewbank, Fernanda Paes Leme, Marcos Mion, Sabrina Sato, Deborah Secco e Cláudia Abreu se solidarizaram com o atleta brasileiro.

##RECOMENDA##

Em uma postagem no Twitter, Ludmilla disparou: "É inacreditável que nós estamos vendo isso se repetir o tempo todo e ninguém faz nada. Queremos providências. Inaceitável que a La Liga com a importância e tamanho que tem dentro do futebol, está escolhendo fechar os olhos pra uma coisa que tá acontecendo e sendo denunciada há tempos. Pelo Vini Jr., por mim e por todos nós. Fogo nos racistas!".

[@#video#@]

Após acionar a Procuradoria-Geral da Espanha, a direção do Real Madrid veio a público nesta segunda-feira para criticar os ataques racistas reiterados que Vinicius Júnior vem sofrendo no futebol espanhol e culpar o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, pela repetição das ofensas. O clube alega que a falta de punição estimulou os ataques. O brasileiro, por sua vez, publicou vídeo com um compilado de atos racistas do qual foi vítima nos últimos meses.

"Estamos surpresos com as declarações do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, porque sendo o maior responsável do futebol espanhol e da área de arbitragem, permitiu que não fossem tomadas medidas contundentes, de acordo com os protocolos da Fifa, para evitar a situação a que se chega. A imagem do nosso futebol está seriamente danificada e deteriorada aos olhos de todo o mundo", disse o Real Madrid.

##RECOMENDA##

Os protocolos da Fifa, citados pelo próprio presidente da entidade, Gianni Infantino, nesta segunda, preveem a suspensão temporária da partida, o que chegou a acontecer por cerca de 10 minutos no domingo, e o encerramento antecipado do jogo, caso as manifestações racistas prossigam, que foi o que aconteceu no domingo, na derrota do Real para o Valência por 1 a 0, no estádio Mestalla.

Em repúdio ao episódio de racismo, a direção do Real mirou o presidente da federação, apesar das críticas diretas de Vini Jr. a Javier Tebas, presidente da LaLiga, a entidade que organiza o Campeonato Espanhol.

"Através da sua passividade (Luis Rubiales), tem contribuído para a impotência e a indefesa do nosso jogador Vinícius. Os árbitros, longe de agir com firmeza e aplicar os protocolos regulamentares, optaram na maioria dos casos por se inibir e evitar tomar as decisões de que são incumbidos. Ainda ontem, o árbitro e os responsáveis pelo VAR fugiram das respectivas responsabilidades e tomaram decisões injustas e apoiadas em imagens incompletas, que não foram vistas na íntegra, tendenciosas e que levaram à exibição do cartão vermelho direto ao nosso jogador Vinícius Júnior", registrou o clube.

A direção do Real disse que o caso não foi isolado e pediu providências à federação. "Por todas estas razões, estamos muito preocupados que nenhuma medida tenha sido tomada pela Real Federação Espanhola de Futebol durante todo este tempo, apesar dos evidentes e repetidos sinais de alarme que o nosso clube tem vindo a denunciar."

No início do dia, o presidente do clube, Florentino Pérez, se reuniu com Vinicius Junior para falar das ações que o Real estava tomando em repúdio aos ataques racistas de domingo. O dirigente apresentou denúncia à Procuradoria-Geral da Espanha alegando que "os ataques constituem um crime de ódio". O clube exige que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.

VÍDEO DO BRASILEIRO

Nesta segunda, o atacante brasileiro publicou longo vídeo em suas redes sociais em que apresenta uma espécie de compilado de diversos momentos em que foi alvo de ataques racistas por parte de torcedores, dentro e fora dos estádios da Espanha.

Com legendas em espanhol e em inglês, o vídeo apresenta casos desde setembro de 2022, atravessando as principais cidades da Espanha, como Barcelona, Mallorca, Valencia e na própria Madri, onde torcedores do rival Atlético penduraram um boneco com o seu nome, em uma ponte, simulando enforcamento.

Por fim, o vídeo publicado nas redes sociais do jogador brasileiro apresenta a seguinte mensagem: "Racismo é crime, não punir é ser cúmplice".

O zagueiro Gabriel Paulista, do Valencia, gerou polêmica nas redes sociais ao negar que Vinicius Júnior tenha sido algo de racismo na partida contra o Real Madrid, no domingo, no estádio Mestalla. "Tonto é diferente de mono ("macaco", em espanhol)", disse o brasileiro naturalizado espanhol.

"Mestalla, você é f***", escreveu o defensor ao final do jogo. Gabriel Paulista não disputou a partida contra o Real Madrid por cumprir suspensão automática no Campeonato Espanhol. Horas após a publicação, em seu perfil no Instagram, o zagueiro negou que estivesse incentivando o racismo no estádio ou provocando Vini Jr.

##RECOMENDA##

"O estádio inteiro chamando uma pessoa de tonto é bem diferente de mono! E se teve alguém que foi racista, tem que pagar, sim", escreveu Gabriel. "A minha postagem foi pela vitória, hoje a torcida foi fundamental porque precisávamos sair da zona de rebaixamento e quem entende de futebol e sofre por ele, sabe o que estou falando. Um abraço a todos", completou.

Após a declaração, o zagueiro recebeu centenas de comentários em suas redes sociais que o acusavam de ter sido racista. Esta, inclusive, não é a primeira vez que o zagueiro se envolve em uma polêmica com Vini Jr. Ainda nesta temporada 2022/2023, em fevereiro, foi expulso após entrada dura no atacante, em partida válida pelo primeiro turno do Campeonato Espanhol. Na ocasião, o Real venceu o confronto por 2 a 0, com um dos gols marcados pelo atacante.

"Aceito as críticas e o cartão vermelho, não me orgulho. Sou um jogador contundente, mas nobre. Respeito o Vinicius e nunca foi minha intenção machucá-lo. Estamos sofrendo muito neste grande clube, vivendo uma situação muito difícil e os sentimentos estão à flor da pele. Às vezes é difícil controlar os nervos. Eu não os controlei e peço sinceras desculpas", afirmou o zagueiro após a expulsão, por meio de suas redes sociais.

Vítima de racismo no Campeonato Espanhol neste domingo, Vinicius Júnior recebeu o apoio de companheiros de Real Madrid, seleção brasileira e de outros jogadores por meio das redes sociais. Neymar, Mbappé, Casemiro, entre outros atletas, demonstraram apoio ao camisa 20 do Real Madrid após os ataques racistas.

Mbappé e Neymar, companheiros no Paris Saint-Germain, compartilharam publicação de Vini em suas contas pessoais. "Estou contigo, Vini", escreveu o camisa 10 da seleção brasileira. "Você não está sozinho. Estamos com você e vamos te apoiar, Vinicius Junior", afirmou o francês.

##RECOMENDA##

Este não é o primeiro caso de racismo que Vini Jr. sofre no Campeonato Espanhol. Segundo Javier Tebas, em resposta ao atacante no Twitter, oito casos, incluindo o deste domingo em partida entre Valencia e Real Madrid, já foram registrados desde que o brasileiro chegou à Espanha, em 2018.

Colegas de Vini na Copa do Mundo do Catar, Bruno Guimarães e Antony compartilharam a declaração do atacante em suas redes sociais, demonstrando apoio após os ataques. Entre os atletas do Real Madrid, Benzema e Valverde também adotaram postura semelhante. "Queria marcar um gol só para dedicá-lo a você", escreveu o uruguaio em seu perfil no Instagram.

Richarlison, artilheiro do Brasil no Mundial e jogador do Tottenham, publicou mensagem em defesa do brasileiro. "Sempre fizeram de tudo para evitar que o preto chegasse ao topo... escravizaram, marginalizaram e mataram. Mas nunca vão derrubar quem nasceu para ser grande. A história se esquece dos ratos e agiganta quem luta contra essa gente ruim. Tamo junto sempre", afirmou o jogador.

[@#video#@]

Postura semelhante teve Casemiro, um dos líderes do grupo que foi ao Catar e ex-companheiro de Vini Jr. no Real Madrid. O volante do Manchester United também cobrou medidas da LaLiga, entidade que organiza o Campeonato Espanhol.

"Me sinto decepcionado e muito triste ao ver, envergonhado, como se repetem episódios de racismo com meu companheiro de seleção Vinicius Júnior. Não podemos continuar tolerando esse problema que transcende o esporte, afeta toda a sociedade e segue impune. Não basta uma condenação pública, é necessária uma punição", escreveu.

"A LaLiga deve tomar medidas exemplares com urgência, porque esses repetidos incidentes de racismo mancham a imagem não só do futebol espanhol, mas também de todo o futebol mundial. E o sentimento deve ser unânime: tolerância zero!", completou o volante.

[@#podcast#@]

Ex-jogadores também se posicionaram. Ronaldo Fenômeno, campeão mundial com a seleção brasileira e atualmente dono do Cruzeiro, lamentou o episódio e cobrou ação da Real Federação Espanhola de Futebol, árbitros e autoridades competentes.

"Mais uma vez um episódio de racismo na LaLiga. Mais uma vez com Vini Jr. Até quando? Enquanto houver impunidade e conivência, haverá racismo. É inadmissível que árbitros, federação e autoridades também fiquem sem ação e que torcedores aplaudam tamanho absurdo. Basta. Vini, conte comigo na sua luta. Na nossa luta", escreveu.

O Real Madrid denunciou, nesta segunda-feira, os insultos racistas sofridos pelo brasileiro Vinicius Júnior na derrota por 1 a 0 diante do Valencia, fora de casa, neste domingo, pelo Campeonato Espanhol. O clube da capital afirma que está tomando a sua atitude "mais enérgica" com a formalização da queixa, em mais um lamentável episódio de perseguição ao atacante.

Em comunicado, o Real Madrid considera que "os ataques constituem um crime de ódio", por isso apresentou denúncia perante o Ministério Público contra crimes de ódio e discriminação. O clube exige que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.

##RECOMENDA##

"O artigo 124 da Constituição espanhola estabelece as funções do Ministério Público para promover a ação da justiça em defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público. Por este motivo, e dada a gravidade dos fatos ocorridos, o Real Madrid recorreu à Procuradoria, sem prejuízo de seu caráter privado no processo instaurado", disse o clube madrilenho, em nota.

O sindicato dos jogadores de futebol da Espanha (AFE), juntamente com a associação Movimento Contra a Intolerância, também foram à Procuradoria pelo novo incidente contra Vinicius Júnior. Ambas as organizações afirmam que os casos não são isolados e pedem medidas "agora, e com força".

"Tanto o Governo como o Ministério Público podem e devem agir imediatamente sobre o assunto para adotar as medidas necessárias diante de eventos tão graves", acrescentou a nota do sindicato dos jogadores de futebol.

Aos 27 minutos do segundo tempo, torcedores do Valencia iniciaram gritos racistas contra Vini Jr. e o jogo foi paralisado após dez minutos de conversas entre o atacante, o técnico Carlo Ancelotti e o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea. Nos minutos finais, o brasileiro foi expulso depois de discussão com Hugo Duro. O jogador do Valencia aplicou um "mata-leão" no brasileiro depois de ele apontar na torcida rival quem estava lhe insultando. O lance foi para o VAR, mas apenas o atleta da seleção brasileira levou vermelho.

"O RACISMO É O NORMAL NA LALIGA"

Após a partida, Vinícius Junior foi às redes sociais fazer uma forte declaração contra a LaLiga, responsável por organizar o Campeonato Espanhol. "Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que o país passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, demonstrou apoio ao brasileiro Vinicius Júnior após novo caso de racismo no futebol da Espanha. O dirigente da entidade máxima do futebol mundial se solidarizou com o jogador do Real Madrid e indicou que o protocolo da Fifa poderia ter sido seguido até o fim na partida entre o Real e o Valencia, no domingo, pelo Campeonato Espanhol.

"Total solidariedade a Vinicius. Não há lugar para o racismo no futebol ou na sociedade e a Fifa apoia todos os jogadores que se encontram em tal situação", escreveu Infantino, em breve comunicado em suas redes sociais. "Os eventos durante a partida entre Valencia e Real Madrid mostram que isso precisa acontecer. É por isso que o processo de três etapas existe nas competições da Fifa e é recomendado em todos os níveis do futebol."

##RECOMENDA##

No comunicado, ele detalhou o protocolo, indicando que poderia ter sido usado na partida em questão. "Primeiro, você para o jogo e o anuncia. Em segundo lugar, os jogadores saem de campo e o alto-falante anuncia que, se os ataques continuarem, o jogo será suspenso. O jogo recomeça e, em terceiro lugar, se os ataques continuarem, a partida vai parar e os três pontos vão para o adversário."

"Estas são as regras que devem ser implementadas em todos os países e em todas as ligas. Claramente, é mais fácil falar do que fazer, mas precisamos fazer e precisamos dar apoio a isso com base na educação", ressaltou Infantino.

No jogo entre Real e Valencia, no estádio Mestalla, a arbitragem avançou somente até o segundo ponto do protocolo antirracista. A partida foi paralisada por cerca de 10 minutos, mas foi retomada. Se tivesse ido até o fim, o Valencia acabaria perdendo os três pontos, mesmo estando vencendo o jogo por 1 a 0.

ENTENDA O CASO

O brasileiro Vinicius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro, por causa das ofensas.

Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas, após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.

O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico, Carlo Ancelotti, dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo, ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."

"LaLiga tem um problema com o racismo", declarou o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, ao comentar os insultos recebidos pelo atacante brasileiro Vinicius Junior na partida em que a equipe foi derrotada por 1-0 pelo Valencia no domingo.

Carlo Ancelotti revelou que propôs a Vini Jr, que foi expulso no fim da partida, substituí-lo para proteger o atleta e denunciou a gravidade da situação, que provocou a reação do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em Hiroshima, Japão, onde participava na reunião de cúpula do G7.

##RECOMENDA##

"Falei com ele durante o jogo, o clima estava muito pesado, muito ruim, perguntei se ele queria continuar jogando. O fato de eu achar que devo tirá-lo porque o ambiente é racista não me parece bom. Eu tenho que tirar um jogador se ele não jogar bem, mas pensar em tirar um jogador por racismo, isso nunca aconteceu comigo", afirmou Ancelotti.

O que aconteceu hoje já aconteceu outras vezes, mas não assim. É inaceitável. A LaLiga espanhola tem um problema. Não é o Vinicius. Vinicius é a vítima. Há um problema muito grave", acrescentou o técnico italiano.

Durante a partida, os torcedores no estádio Mestalla insultaram o brasileiro.

Ancelotti declarou que ouviu gritos de "mono" ("macaco" em espanhol), mas um jornalista espanhol afirmou ao técnico durante a entrevista coletiva que os torcedores gritavam "tonto" (algo como "burro" ou "estúpido") .

A explicação não convenceu o treinador italiano. "Por que o árbitro parou a partida? Porque o chamaram de 'tonto'? Não. Ele parou a partida porque abriu o protocolo de racismo. O árbitro parou a partida para abrir o protocolo de racismo. Falem com o árbitro. Ele parou o jogo por isto".

Aos 25 minutos do segundo tempo, Vini Jr apontou para um torcedor e, em seguida, os jogadores relataram os insultos ao árbitro.

Além do incidente, outro incidente envolvendo o brasileiro e Hugo Duro resultou na expulsão de Vinicius nos acréscimos, mas o árbitro não puniu o rival Duro.

"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", escreveu Vinicius no Twitter.

LaLiga reagiu e afirmou que "solicitou todas as imagens disponíveis para investigar o ocorrido".

"Uma vez concluída a investigação, caso seja detectado algum crime de ódio, LaLiga adotará as ações legais cabíveis", afirmou a entidade presidida por Javier Tebas.

- "Episódio isolado" -

Em um comunicado divulgado após a partida, o Valencia CF afirma "condenar publicamente qualquer tipo de insulto, ataque ou desqualificação no futebol" e lamenta "os atos ocorridos durante 35ª rodada de LaLiga contra o Real Madrid", embora o clube tenha mencionado um "episódio isolado"

"O clube está investigando o ocorrido e tomará as medidas mais severas. Da mesma forma, o Valencia CF condena qualquer ofensa e também pede o máximo respeito aos nossos torcedores", acrescenta a nota.

"Vinicius é continuamente desrespeitado em todos os campos da Espanha", denunciou Dani Ceballos após a partida.

"Se ele (Vinicius) tivesse falado 'vou embora', eu teria saído com ele. É algo que não pode ser tolerado", declarou o goleiro Thibaut Courtois.

Vinicius recebeu várias manifestações de apoio.

"Não é possível que, quase no meio do século 21, a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa", disse Lula ao expressar solidariedade ao atacante.

Vini Jr também recebeu mensagens de apoio de Neymar, do francês Kylian Mbappé e do cantor e compositor Gilberto Gil.

"Tô contigo", escreveu Neymar no Instagram. "Você não está sozinho. Nós estamos com você e te apoiamos", escreveu Mbappé na mesma rede social.

O atacante Vinícius Júnior fez publicações nas redes sociais após ser alvo de racismo e acabar expulso durante confusão na derrota por 1 a 0 para o Valencia, no Estádio de Mestalla, neste domingo. Assim como já fez em outras ocasiões, criticou a atuação da LaLiga, associação responsável pela organização do Campeonato Espanhol, no combate ao racismo. "O prêmio que os racistas ganharam foi minha expulsão. Não é futebol, é a LaLiga", escreveu o jogador no Instagram. Poucos minutos depois, fez um texto mais elaborado em sua página oficial no Twitter.

"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui", disse.

##RECOMENDA##

Vini Jr. ouviu parte da torcida do Valência o xingar de macaco no segundo tempo. Ele apontou para o local da arquibancada de onde vinham os insultos e o árbitro Ricardo de Burgos decidiu paralisar a partida, que foi retomada após um pedido pelo fim das manifestações racistas reproduzido pelo sistema de som do estádio. Mais tarde, em uma confusão generalizada, Vinícius deixou o braço no rosto de Hugo Duro e foi o único jogador expulso já nos acréscimos.

Titular na derrota do Real Madrid, o meia Dani Ceballos repudiou os insultos racistas sofridos por Vinícius Júnior. Ele afirmou que o brasileiro vem sofrendo racismo durante todo o torneio e pediu medidas mais fortes por parte da La Liga.

"Não é novidade. Vinícius é desrespeitado constantemente em todos os campos da Espanha. Temos que cuidar disso, porque é um desrespeito para a nossa liga e para o nosso clube. Espero esperançosamente que a Liga o proteja e que possamos ver o melhor de Vinícius Júnior", disse o meia.

Ceballos ainda revelou que o técnico Carlo Ancelotti chegou a perguntar se Vinícius Júnior queria continuar na partida após os insultos. Mais tarde, o brasileiro acabou expulso após ser provocado por jogadores do Valencia. "O treinador perguntou se ele queria continuar jogando. Vinícius é profissional e disse que queria continuar ajudando a equipe. Eles não podem sair ilesos", afirmou.

Já o goleiro Courtois afirmou que estava disposto a comprar a briga do brasileiro caso ele se recusasse a continuar jogando. "Se ele tivesse decidido parar, eu teria ido com ele porque é algo que não podemos tolerar. Houve um ato de racismo. Há alguns anos, o Valencia denunciou um jogador do Cádiz pelo mesmo e agora está acontecendo isso aqui. Houve barulho de 'macaco'... não podemos tolerar isso", afirmou.

O técnico Carlo Ancelotti também criticou os atos racistas e defendeu enfaticamente que o jogo deveria ter sido paralisado imediatamente. "Ele não era o culpado, ele era a vítima. O estádio gritou 'macaco' para um jogador e a partida deveria ter sido interrompida naquele momento", disse.

O treinador também comentou sobre as provocações de Vinícius Júnior aos torcedores do Valencia. O jogador saiu de campo fazendo gestos de segunda divisão, uma vez que o clube briga contra o rebaixamento no Campeonato Espanhol. "A reação é bastante normal para um jogador que sofreu insultos racistas de todo o estádio. A situação é bastante clara", comentou Ancelotti.

São muitos os episódios de racismo contra Vini Jr e poucas as punições da LaLiga, responsável por organizar o Campeonato Espanhol. Depois de o jogador manifestar sua insatisfação publicamente, algumas medidas começaram a ser tomadas. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

[@#video#@]

O brasileiro Vinicius Junior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid neste domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada.

No Estádio Mestalla, torcedores do Valencia gritaram repetidas vezes "mono" (macaco) em direção a Vini Jr, que mostrou ao árbitro Ricardo de Burgos de onde vinham as ofensas. O juiz, então, decidiu paralisar o jogo.

##RECOMENDA##

O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às "manifestações racistas". Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.

No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.

São muitos os episódios de racismo contra Vini Jr e poucas as punições da LaLiga, responsável por organizar o Campeonato Espanhol. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

Sem ter pelo o que brigar nesta final de temporada, o Real Madrid entrou em campo com um time misto, tanto que Modric e Kroos só entraram nos minutos finais da partida. Rodrygo foi outro que começou no banco de reservas.

Garantir ampla diversidade étnico-racial e a inclusão do povo negro nas escolas são antigos desafios na educação básica brasileira. Apesar de serem maioria no País, representando 56% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas negras ainda têm obstáculos para ocupar espaços no ambiente escolar e concluir os estudos de forma bem-sucedida. Esse problema passa pelo descumprimento da Lei 10.639/03, que obriga o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas.

Promulgada há 20 anos, em 2003, até hoje a lei tem sido negligenciada por diversos municípios. Pesquisa dos Institutos Alana e Geledés mostrou que sete em cada dez secretarias municipais de Educação realizam pouca ou nenhuma ação para implementar a legislação, que busca fomentar a educação antirracista nas escolas; só 29% delas têm ações consistentes e perenes para garantir a implementação da lei.

##RECOMENDA##

Embora esteja ligada a questões de currículo, segundo especialistas, a Lei 10.639 representou um momento importante para a educação no País, de valorização da cultura afro-brasileira e de maior reflexão sobre a inclusão. A partir dela, a gestão pública e as instituições de ensino passaram a ver o ambiente escolar como espaço de combate ao racismo e de conscientização. "Quando temos um imaginário sobre a importância do povo negro na construção social, econômica e política do Brasil, a gente passa a valorizar mais a nossa cultura e a nossa história. A lei é uma ferramenta crucial para o desenvolvimento de políticas públicas mais democráticas", diz Beatriz Benedito, analista de políticas públicas do Instituto Alana.

Ações concretas

Para ser mais inclusiva, a escola precisa valorizar o legado do povo afro-brasileiro na sociedade e traduzir essa proposta em ações concretas para alunos e docentes durante o ano inteiro, e não somente de maneira pontual. É o que pensa Míghian Danae, professora da Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira do câmpus dos Malês em São Francisco do Conde, na Bahia.

"Esse debate não é opcional, é obrigatório desde 2003. Essas mudanças devem se refletir no dia a dia da escola, e as professoras e professores precisam ser capacitados para transmitir esses conhecimentos para os alunos", afirma.

Um exemplo desse trabalho é realizado desde 2014 na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Carolina Maria de Jesus, em São Paulo. Todo ano, as crianças participam de um projeto que visa a apresentar a diversidade dos povos que compõem o Brasil. Elas pesquisam etnias africanas e povos originários e depois compartilham os resultados entre si e com a comunidade.

Por meio de brincadeiras, jogos, literatura e música, a instituição busca conscientizar e educar os alunos. "Assim, ao longo do ano, eles vão desenvolvendo um repertório repleto de referências das etnias indígenas e afro-brasileiras. Queremos que os alunos se sintam representados, permitindo que construam uma imagem positiva sobre si mesmos e sobre seus pares desde a infância", diz Diego Benjamim Neves, diretor da escola e mestre em Educação pela Universidade Federal de São Paulo.

Outra iniciativa nesse sentido é a distribuição na escola de imagens de personalidades negras brasileiras que se destacaram nas mais diversas áreas. "Cada porta das salas de aula tem um adesivo com foto e nome de uma escritora negra, por exemplo, artistas e outras figuras importantes no nosso País", afirma o educador.

A escola sempre teve o apoio da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A pasta realiza diversas ações, como palestras e cursos de formação para os docentes, além de ofertar materiais com orientações específicas sobre as relações étnico-raciais.

Para João Paulo Cêpa, gerente de articulação e advocacy do Movimento pela Base, a escola pública precisa do apoio das secretarias para se tornar mais inclusiva. "Temos de olhar para a escola como parte de um sistema. A secretaria tem função importante nessa estrutura, com a missão de fortalecer as escolas, tornando a discussão sobre relações étnico-raciais algo elementar no planejamento curricular."

No início de maio, o Movimento pela Base lançou o e-book "Educação antirracista: O que é e como colocar em prática", mais um material com o intuito de orientar professores, para que se aprofundem no letramento racial e desenvolvam o debate nas escolas. O conteúdo traz referências, dicas de leitura, cursos e webinars voltados ao tema, com o objetivo de promover o cumprimento da Lei 10.639.

Particulares

Nas escolas particulares, a missão da inclusão também deve ser algo perene e sistematizado. Segundo a professora Míghian, é importante envolver as instituições de ensino privadas nesse debate e monitorar o cumprimento da legislação. Por muitos anos, a maioria dos colégios só tinha ações isoladas sobre a questão racial, principalmente no mês de novembro, em alusão à Consciência Negra - em muitos casos ainda é assim.

Porém, algumas escolas já veem a inclusão e o combate ao racismo como elemento primordial na construção do currículo e do planejamento político pedagógico. Em 2020, teve início uma mobilização de um grupo de famílias em São Paulo por mudanças concretas em colégios da capital, como Vera Cruz, Santa Cruz, Oswald de Andrade, Escola da Vila, Gracinha e Equipe, entre outros. Ao longo dos últimos anos, currículos foram reformulados, docentes e gestores tiveram cursos formativos e as instituições passaram a contratar mais profissionais indígenas, negras e negros, além de distribuir bolsas para alunos pertencentes a essas etnias, com mensalidade, material, transporte e passeios pagos pela escola.

Thayla, de 14 anos, Thavily (12) e Thayler (11) estudam no Colégio Oswald de Andrade e ingressaram por meio das bolsas de estudo. O benefício passou a ser ofertado em 2022, quando entraram oito estudantes bolsistas. Neste ano, mais dez foram contemplados, totalizando 18. "Nem em sonho, nunca imaginei que meus filhos pudessem estudar num colégio como o Oswald. Esse projeto foi uma grande iniciativa para garantir o estudo para pessoas de baixa renda e incluir a nós, pessoas negras", diz Luciana Salles, diarista e mãe das três crianças.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O atual treinador do Flamengo, Jorge Sampaoli, entrou na Justiça contra o ex-jogador Neto, apresentador da TV Band, após ser acusado de racismo durante a exibição do programa "Baita Amigos", no dia 17 de abril, e "Os Donos da Bola", no dia 18. Na ocasião, ele comentava sobre a passagem do técnico pelo Santos, em 2019. Segundo o apresentador, Sampaoli foi racista com um funcionário do clube.

A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Notícias da TV e confirmada pelo Estadão. De acordo com o processo, ao qual a reportagem teve acesso e corre em segredo de Justiça, Sampaoli quer uma retratação oficial do apresentador. Até o momento, de acordo com a defesa do treinador, não há um pedido de compensação financeira.

##RECOMENDA##

Neto, assim como um representante da Band, ainda a ser definido, foram intimados a prestar depoimento no Ministério Público de São Paulo. As partes tem dez dias para uma resposta, a partir da data da intimação - 9 de maio.

No processo, assinado por Raphael Feitosa Fisori e Gustavo Amorim de Barros, ambos do escritório Amorim & Fisori Advogados Associados, em Santos, são indicados dois vídeos em que Neto teria proferido ofensas contra Sampaoli em seu programa. Em um deles, afirma que o treinador destratou Sebastião Martins Oliveira Júnior, mais conhecido como Arzul e atual preparador de goleiros do Santos, por causa de sua cor da pele.

"Um cara que trata mal o Arzul, que é negro. E que é igual a mim, que é igual a você e que é um ser humano incrível. Esse cara, o Jorge Sampaoli, fazia o Arzul ficar fora do vestiário. Ele fez muitas pessoas contratadas antes dele perderem o emprego. Esse cara é nojento", afirmou Neto. Além disso, em outro momento, chegou a dizer que seria uma vergonha o Flamengo escolher Sampaoli para substituir Vítor Pereira no comando técnico.

"Esse baixinho aí. Esse idiota aí. Isso aí é uma vergonha, pinto pequeno, não sabe nada de bola. É uma vergonha o Flamengo contratar um cara desse", afirmou, no programa da Band. A defesa de Sampaoli também reiterou que Neto e a emissora estão "habituados" a receber processos do tipo, por ofensa, na esfera pública.

"Em uma rápida pesquisa, vislumbra-se que o requerido Neto e a correquerida estão habituados a serem processados pelas inúmeras ofensas proferidas por Neto a outras pessoas com o aval da correquerida Bandeirantes. Foram cerca de dez minutos ofendendo o autor sem direito de qualquer resposta e sem qualquer justificativa plausível que ultrapassou os limites de uma crítica técnica jornalística, demonstrando puro ataque pessoal", diz um trecho do processo.

O artigo 144 do Código Penal, utilizado para a intimação de Neto, cita que "se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo". É neste artigo que se baseia a defesa do treinador flamenguista. "Esse procedimento serve, para trazer ao conhecimento do poder Judiciário, que houve um possível delito contra a honra", explica Raphael Feitosa Fisori, ao Estadão.

"Ainda que o programa seja ao vivo, existe todo um quadro de profissionais, da Bandeirantes, responsável pelas falas do apresentador. Existe a responsabilidade da emissora", afirma. Para dar o início no processo criminal, a defesa ainda deverá entrar com a queixa-crime, caso deseje.

Sampaoli chegou ao Flamengo em abril deste ano, após demissão de Vítor Pereira. Antes do time rubro-negro, passou pelo Santos, em 2019 - trabalho citado por Neto -, e Atlético-MG, entre 2020 e 2021, únicas equipes que treinou no Brasil.

Prestes a deixar o Aeroporto de Foz do Iguaçu, no Paraná, em um voo a Londrina, o deputado estadual Renato Freitas (PT) teve que desembarcar do avião para ser revistado a pedido da Polícia Federal. Ele alega ter sido vítima de racismo e se disse humilhado.

O momento em que foi "convidado” a sair do avião e todo o processo de busca pessoal foram registrados no último dia 3, mas o deputado só publicou nas redes sociais na noite dessa quarta (10). Freitas voltava de um protesto pela morte de um jovem de 19 anos que foi assassinado com cinco tiros em uma abordagem policial.  

##RECOMENDA##

Antes da decolagem, um agente federal e um funcionário da segurança do aeroporto pediram que Renato deixasse a poltrona e se dirijisse para fora da aeronave. Ele atravessou o corredor ainda sem saber do que se tratava. A aeronave não decolou e os demais passageiros também ficam sem entender a situação. 

Então, o deputado foi informado que foi escolhido para passar pelo procedimento de segurança através de uma escolha aleatória do sistema. Os homens reforçaram que seria um mecanismo padrão, repetido diversas vezes em outros voos ao longo do dia. 

LeiaJá também:

---> Gol é acusada de racismo após mulher ser expulsa de voo

Renato alegou entregar a mochila para ser revistada. Em seguida, passou por uma busca pessoal próximo à entrada da aeronave. Nitidamente desconfortável, ele foi autorizado a retornar ao avião.  

"Bando de racistas, ignorantes", afirmou. Os passageiros que esperavam o procedimento para seguir viagem apoiaram o deputado e pediram que ele ficasse tranquilo. 

Nas redes sociais, Renato Freitas disse que na próxima semana viaja ao Rio de Janeiro e espera não passar pela mesma situação. 'Espero que, ao contrário desse sorteio no Aeroporto de Foz do Iguaçu, eu não seja escolhido aleatoriamente de novo, kkkkk Mega-Sena que é bom nada, só sorteio ruim kkkk”, brincou. 

[@#video#@]

O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento para apurar as circunstâncias envolvendo a retirada de uma mulher preta de uma aeronave comercial da empresa Gol, no Aeroporto Internacional de Salvador (BA). O caso aconteceu na última sexta-feira (28) e ganhou repercussão nas redes sociais.

O objetivo do procedimento é investigar a possível ocorrência de racismo e violação dos direitos das mulheres, “para que se possa adotar as providências compensatórias, reparatórias e de responsabilização, no âmbito cível, para a proteção dos direitos coletivos eventualmente violados”.

##RECOMENDA##

O MPF também oficiou os entes envolvidos no episódio para que prestem as seguintes informações e esclarecimentos:

Com as informações, o MPF vai analisar a possível prática de racismo e violação dos direitos e definir os próximos passos da atuação. O suposto crime de racismo também está em apuração pela área criminal do MPF. Esta investigação corre em sigilo.

A Polícia Federal (PF) abrirá inquérito para investigar de houve racismo contra mulher negra expulsa de voo na Gol no último sábado (30). A apuração será conduzida pela Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia e tramitará em sigilo.

A investigação foi aberta após repercussão sobre vídeo publicado nas redes sociais. Na gravação, a mulher explica que não queria despachar sua mala porque, se o fizesse, seu laptop ficaria 'em pedaços'.

##RECOMENDA##

Segundo a pesquisadora, os comissários não a ajudaram a acondicionar a mochila. Ela contou com auxílio de um senhor e uma senhora, para os quais aponta no vídeo, relatando que 'em três minutos', eles conseguiram guardar a mochila.

Samantha segue relatando que três agentes então entraram no avião para retirá-la da aeronave, sem explicar o motivo da ação. É possível ouvir um dos homens relatando que a medida se deu 'a pedido do comandante', mas ele não explica a razão para o fato.

Após deixar o avião, a pesquisadora teve que assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência sob alegação de que teria ela resistido a ordem policial para ser retirada do avião, informou o advogado Fernando Santos ao Estadão.

Em nota, a Gol afirmou que havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e 'muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente'. "Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo".

Os Ministérios das Mulheres e da Igualdade Racial e a Secretaria Nacional do Consumidor disseram que a Gol precisará "prestar explicações" sobre o caso da passageira negra retirada de um voo em Salvador e que o episódio será notificado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As pastas do governo federal apontaram que o episódio envolve "racismo e misoginia" e que a Procuradoria-Geral da República e a Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia foram acionadas. Neste domingo, 30, a PF abriu um inquérito para apurar o caso.

A pesquisadora Samantha Vitena foi retirada de um avião da companhia aérea que voaria para São Paulo na noite de sexta-feira, 28, após ter dificuldades para guardar uma mochila no compartilhamento de bagagens. Em uma primeira nota sobre o caso, a Gol disse que "uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo". Na noite de sábado, a companhia emitiu outro comunicado no qual lamenta "imensamente a experiência da cliente em nosso voo G3 1575?. (Leia íntegras abaixo)

##RECOMENDA##

Segundo Samantha, com o apoio de outros passageiros, a mochila pôde ser acomodada no compartimento de bagagens. Mesmo assim, três agentes da Polícia Federal entraram no avião e a retiraram do voo, alegando que a decisão era do comandante da Gol. Um vídeo sobre a abordagem da cientista foi compartilhado nas redes sociais, no qual é possível ouvir comentários de passageiros que consideraram a ação desproporcional e racista.

"Se eu despachasse meu laptop, ele iria ficar em pedaços. Os comissários não moveram um dedo para me ajudar. Quem me ajudou foi esse senhor e esta senhora (apontando para eles no vídeo), que em três minutos, a gente conseguiu dar um jeito e colocar minha mochila. Pelo contrário, os comissários falaram que se a gente pousasse em Guarulhos (o voo tinha como destino Congonhas), a culpa seria minha, porque eu não queria despachar a mochila. Ele teve a coragem de falar isso para mim", disse no vídeo. Samantha embarcou em outro voo da Gol na madrugada de sábado.

‘Racismo nas relações de consumo’, diz secretário nacional do consumidor

No sábado, o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous, disse que iria notificar a Gol. "Ao que parece, mais um caso de racismo nas relações de consumo. A Secretaria Nacional do Consumidor atuará com firmeza contra o racismo no consumo."

O Ministério das Mulheres também se pronunciou no sábado sobre o caso e descreveu a situação como demonstrativa do "racismo e misoginia que atingem, de forma estrutural, as mulheres negras em nosso País". "Pediremos providências à companhia aérea e à PF (Polícia Federal), que devem desculpas e explicações após a abordagem", disse em comunicado.

Já o Ministério da Igualdade Racial afirmou que irá notificar a Anac, para a "adoção de todas as medidas cabíveis no sentido de prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de racismo praticados por agentes de empresas aéreas, aprimorando seus mecanismos de fiscalização".

"Acreditamos que a responsabilização neste caso possui papel educativo e cabe tanto à Gol quanto à Polícia Federal prestarem satisfações. Estamos em contato já com a companhia aérea para que sejam prestados os esclarecimentos devidos."

Ao Estadão, o advogado Fernando Santos - que acompanhou Samantha até a unidade da Polícia Federal no Aeroporto de Salvador, onde ela prestou depoimento - disse que a situação é lamentável.

Segundo ele, Samantha teve de assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, por ser acusada de resistência à ordem policial para ser retirada do avião. "Em nenhum momento ela se recusou a sair do avião. Apenas questionou o motivo de sofrer qualquer motivo de restrição", afirma Santos.

O que diz a PF

"Inquérito policial vai apurar a eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos para a retirada compulsória de passageira do voo 1575 da Gol no dia 28 de abril no Aeroporto Internacional de Salvador", informou a PF neste domingo.

Conforme a Polícia Federal, a investigação foi instaurada na Superintendência Regional da PF na Bahia e permanecerá em sigilo até que o caso seja totalmente apurado.

Anteriormente, a Polícia Federal afirmou que foi acionada na sexta-feira pela companhia Gol, no Aeroporto Internacional de Salvador, para efetuar o desembarque de passageira que não teria acatado as ordens do comandante do voo 1575, referentes à segurança de acomodação de bagagens. A passageira foi ouvida pela PF e liberada em seguida. "As circunstâncias do fato estão sendo apuradas", afirmou.

O que diz a Gol

A Gol ainda não se pronunciou sobre a abertura do inquérito neste domingo. No sábado, emitiu duas notas a respeito do caso:

Primeira nota

"A Gol informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos clientes, mas reforçamos que, por medidas de segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a Gol e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."

Segunda nota

"Lamentamos imensamente a experiência da Cliente em nosso voo G3 1575. Seguimos cuidadosamente apurando os detalhes do ocorrido e reforçamos que não toleramos nenhuma atitude discriminatória."

Na madrugada deste sábado (29), uma mulher foi expulsa de um avião da companhia aérea GOL que saiu de Salvador com destino a São Paulo. Passageiros que estavam no voo 1575, acusam a tripulação de racismo contra Samantha Vitena.

O voo estava com mais de um hora de atraso quando os passageiros foram convocados ao embarque. As pessoas começaram a colocar suas malas nos compartimentos, até que Samantha tentou encontrar um local para sua bagagem, porém como os bagageiros do avião estavam cheios, a mulher foi orientada pela tripulação a despachar a mochila.

##RECOMENDA##

A jovem sinalizou à equipe do voo que seu notebook estava dentro da sua mala e seria prejudicada se fosse despachada, pois tinha receio de ter o equipamento quebrado. Neste momento, começou uma discussão.

A jornalista Elaine Hazin, que estava presente no voo, gravou os momentos de tensão, e através de suas redes sociais, detalhou toda a ocasião. "Se você não despachar, a gente não sai daqui. Ou você despacha ou você sai do voo", escreveu.

Diante a situação, Elaine diz ter ajudado Samantha a colocar sua mochila no bagageiro. Depois da discussão, o voo ficou cerca de uma hora parado, até que três agentes da Polícia Federal entraram na aeronave.

"Conseguimos um lugar para a mochila de Samantha e nem mesmo assim o voo decolaria. Mais uma hora de atraso, nenhuma satisfação da cia área, gente passando mal no Avião e eis que 3 homens da Polícia Federal entram de forma extremamente truculenta no Avião para levar a “ameaça” do voo embora - a Samantha", postou a jornalista.

Os passageiros que acusam a tripulação de racismo, tentaram ser solidários a Samantha, mas foram impedidos pela PF de acompanhá-la. "Ela foi levada pela Polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram".

De acordo com informações do G1, o advogado Fernando Santos, que acompanha o caso, disse que Samantha foi ouvida pela polícia após ser expulsa do avião e ficou sabendo que sua retirada da aeronave foi motivada por “perturbação da ordem a bordo”, acusação feita pelo comandante da empresa Gol. O advogado ainda disse que está trabalhando "para que a Gol e todas as pessoas que lesaram os direitos de Samantha sejam responsabilizadas".

Santos afirma que Samantha voltou para São Paulo em outro voo da Gol, que chegou na manhã deste sábado (29), e está com a família.

A companhia aérea e a Polícia Federal ainda não se manifestaram sobre o caso. A assessoria de imprensa do aeroporto da capital baiana informou que não se pronunciará sobre o ocorrido no voo 1575.

[@#video#@]

Um ex-cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a anulação de uma punição que ele recebeu há 47 anos, junto a outros nove cadetes, sendo um deles o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias, agora investigado, após recém se demitir do cargo federal.

Maurício Nascimento, que é um homem negro, alega ter sido vítima de racismo nas Forças Armadas, ao ser o único entre os 10 cadetes a receber a pena de expulsão. Os demais, mesmo punidos, puderam continuar na Academia. Seriam, todos os outros, homens brancos, incluindo Dias. Os cadetes foram acusados de “colar” em testes da Aman, o que Nascimento nega. A informação foi divulgada pela coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.

##RECOMENDA##

No documento enviado a Lula e a Almeida, obtido pela coluna, Nascimento disse que busca evitar a “eternização da injustiça”. O ex-cadete afirmou que havia formalizado o pedido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que o caso foi “acobertado” pelo ex-comandante do Exército Paulo Sergio Nogueira.

“Ao recepcionar os requerimentos de anulação de punição disciplinar, apresentados pelo requerente, [Paulo Sergio Nogueira] recusou-se a analisá-los, colocando este procedimento administrativo disciplinar sob ‘sigilo eterno’, mantendo incólume a discriminação racial sofrida pelo requerente no Curso de Oficiais da Aman”, disse Nascimento.

Nascimento alegou que alguns anos depois de ter sido impedido de se formar no oficialato das Agulhas Negras, a Aman argumentou que não existia processo de punição algum, mas ainda assim o ex-cadete não foi reintegrado à academia.

 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando