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A economia brasileira terá o pior desempenho entre os países do G-20 e, em todo o mundo, apenas cinco outras economias terão um crescimento mais fraco que o do Brasil. Os dados estão sendo publicados nesta terça-feira, 17, pela ONU em seu informe anual sobre a situação econômica do planeta e que indica que o pior da crise passou. Mas, com uma baixa taxa de expansão no Brasil, a plena recuperação do que foi perdido nos últimos três anos terá de aguardar até a próxima década.

A projeção das Nações Unidas é de que o PIB brasileiro tenha uma expansão de apenas 0,6% em 2017. A taxa é a mais baixa entre todas as economias do G-20 e, no mundo, apenas a Síria, Venezuela, Guiné Equatorial, Equador e Trinidad e Tobago terão um desempenho mais fraco. Para 2018, a previsão é de uma expansão de 1,6%.

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No mundo, a perspectiva é de uma expansão do PIB global de 2,7% em 2017 e 2,9% em 2018, uma redução de 0,7 ponto porcentual em relação às projeções iniciais. Ainda assim, a projeção aponta para um cenário mais positivo que o de 2016, quando o crescimento foi de 2,2%.

Nos países em desenvolvimento, a taxa chegará em 2017 a 4,4% e 4,7% em 2018. Entre os países ricos, o crescimento será de 1,7% neste ano.

Depois de uma contração de 3,9% em 2015 e 3,2% em 2016 no Brasil, a projeção aponta para dois anos de expansão, ainda que insuficiente para recuperar o que se perdeu nos últimos dois anos. No total, os economistas das Nações Unidas estimam que a pior recessão vivida pelo Brasil em décadas tirou mais de 8% do PIB do país. O colapso seria equivalente a perder em apenas três anos toda a economia do Peru ou do Catar.

"O Brasil viveu sua recessão mais profunda já registrada nos últimos dois anos. A queda acumulada da economia do País desde o final de 2014 supera 8%, diante de desequilíbrios macroeconômicos severos e uma crise política que levou a uma contração profunda da demanda doméstica", indicou.

Se o fundo do poço foi superado, a ONU alerta que o Brasil também foi um dos países que sofreram a maior revisão na taxa de crescimento. Para 2017, o índice é 2,4 pontos porcentuais abaixo do que se esperava.

Mas a esperança é de que essa realidade ficou para trás. "A recessão no Brasil pode ter sido superada, depois de uma forte queda de produção em 2015 e 2016", disse a ONU. "A incerteza política no Brasil caiu e as fundações para um programa de gerenciamento macro foi introduzido", apontou. "Entretanto, altas taxas de desemprego e uma política fiscal dura continuarão a pesar sobre a economia", alertou a entidade.

De acordo com a ONU, a taxa de desemprego chegou a 11,8% no terceiro trimestre de 2016, contra apenas 6,5% em 2014. Essa realidade, somada à inflação e crédito restrito, levou a uma queda importante no consumo doméstico. No Brasil, o consumo privado caiu em 5% em 2016.

Para a ONU, políticas fiscais mais sólidas no Brasil podem ajudar a gerar maior "confiança do setor dos negócios e investimentos". Mas, mesmo assim, "a recuperação será relativamente rasa" por conta dos desequilíbrios macroeconômicos, dívida pública e privada e desafios importantes como o da reforma da aposentadoria.

Impacto

O fim da recessão no Brasil significará que a América Latina também deixará de sofrer uma contração de seu PIB e voltará a crescer em 1,3% em 2017. Além do Brasil, a Argentina deve sair de sua recessão, ajudando no que a ONU chama de uma "recuperação suave".

"Vários fatores devem apoiar essa recuperação, entre eles a demanda externa mais forte, preços internacionais de commodities se recuperando, uma queda da incerteza política e menor inflação", explicou o informe da ONU.

Os riscos, porém, ainda existem. Um deles seria uma desaceleração mais rápido do que se imagina na China, além de eventuais medidas protecionistas por parte do governo de Donald Trump.

Turbulências no mercado financeiro também não estão descartadas, o que poderia obrigar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar taxas de juros.

Mesmo com uma retomada do crescimento na América Latina, a previsão de médio prazo da ONU é de que existem riscos de que as conquistas sociais da última década sejam minadas, o que também afetará a capacidade da região em atingir as metas da ONU de redução de pobreza até 2030.

A taxa mundial de desemprego continuará subindo em 2017, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O novo relatório divulgado pela organização estima que este ano haverá um aumento de 3,4 milhões de pessoas desempregadas, número 5,8% maior que o do ano anterior.

A previsão é que o número de pessoas desempregadas no mundo inteiro chegue a aproximadamente 201 milhões. A tendência de crescimento deve se estender até 2018, ano que deve registrar aumento de 2,7 milhões de desempregados em relação a 2017.

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Segundo a direção da OIT, o desemprego continuará subindo nos próximos anos porque o ritmo de aumento da força de trabalho supera o da criação de empregos. A organização alerta que o crescimento econômico mundial “segue decepcionante”, fato que inibe a criação de empregos suficientes e de qualidade.

O relatório publicado ontem (12) destaca que o desafio do desemprego é mais grave na América Latina e Caribe e na África Subsaariana, que ainda enfrentam os efeitos da recente recessão econômica de seus países. O dado, segundo alerta a OIT, pode levar ao aumento da pobreza e dos movimentos migratórios em direção aos países desenvolvidos, entre outras consequências sociais.

Situação do Brasil

Sobre o Brasil, o relatório conclui que os efeitos da recessão econômica de 2016 continuarão em 2017, o que elevará o número de desempregados brasileiros para 13,6 milhões, contra os 12,4 milhões registrados em 2016.

A taxa de desemprego no Brasil passará dos atuais 11,5% para 12,4%, o que representa um aumento de mais de um milhão de desempregados em 2017. A situação brasileira agrava o nível de desemprego na América Latina, que pode atingir a taxa de desemprego de 8,4%, índice puxado pela crise econômica e deterioração dos empregos do maior país da região, afirma o documento.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeriu que, em eventual agravamento da crise política no País, o Congresso deve aprovar uma Emenda à Constituição para a convocação de eleições presidenciais diretas. "É preciso logo fazer uma emenda no Congresso para a eleição direta", disse em entrevista ao programa Diálogos com Mario Sérgio Conti, da Globonews.

Em programa veiculado na noite de anteontem, o tucano foi questionado sobre uma eventual renúncia de Michel Temer e se disputaria a eleição por via direta ou indireta. "Eu espero que isso não aconteça. Nós estamos atravessando uma pinguela, mas, se a pinguela quebra, você cai no rio. Meu esforço todo é que haja uma travessia", disse. "Primeiro vou fazer o todo possível para fazer a passagem - portanto, o governo Temer, que é passagem - para que isso não ocorra."

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Ele comentou ainda que, para que fosse feita uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) convocando eleições diretas, seria preciso que o "presidente Temer tomasse a decisão".

O ex-presidente afirmou também que para ele é mais importante ter "credibilidade" e não "popularidade". "É difícil para alguém que não tenha voto, na situação em que nós estamos, ter legitimidade para tomar decisões que são necessárias tomar. O vice-presidente da República (Temer) teve o voto, mesmo que as pessoas não tenham muita consciência disso, ele teve o voto, é legitimo que ele esteja lá", afirmou, em outro momento da entrevista.

Arranhão

Para o ex-presidente, há um arranhão institucional no País, com "o Judiciário para um lado, o Legislativo de outro, isso é muito complicado". E, diante de um comentário do jornalista sobre as recentes aprovações de projetos no Congresso e a reação de magistrados e procuradores, ele criticou integrantes do Ministério Público. "Isso é o mais grave. Se aprovarem, eu não brinco mais, aí a crise é grave, aí não pode."

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PcdoB), no Recife, nesta sexta-feira (25), declarou que é necessário discutir uma agenda adequada que vise a necessidade de um ajuste fiscal, mas sem sacrificar a população mais pobre. “Chega de recessão. Chega de desemprego”, cravou. Ele participa de reunião, marcada no Palácio do Campo das Princesas, com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e demais gestores do Nordeste.

Dino declarou que o encontro é importante para debater temáticas como a seca e a multa do repatriamento. “E também falar sobre a saída da crise econômica porque é o principal desafio que vem crescendo no Brasil e é preciso ter uma agenda correta. Esse é o ponto de vista que estamos sustentando”.

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Uma das soluções apontadas pelo governador é o controle dos gastos. “É preciso que haja uma ampliação das receitas públicas, controle dos gastos que são dispensáveis, que podem ser cortados, mas sem sacrificar as políticas sociais porque são fundamentais para que o Brasil combata a desigualdade social e regional, sobretudo, no caso do Nordeste”, disse.

O comunista ainda declarou que a expectativa é de muita unidade com os governadores do Nordeste. “Para que a gente ajude os governadores a encontrar um pacto federativo adequado com o Governo Federal”, finalizou Flávio Dino.

Os chefes do Poder Executivo da Bahia e do Sergipe, que confirmaram presença, não compareceram na reunião e não enviaram justificativa pela ausência.


 

Nunca na história desse país se viu tantas manifestações e debates sobre o futuro político e econômico do Brasil. Se 2015 entrou na história do país pelas manifestações e denúncias corrupção, 2016 já tem um espaço garantido. A cada dia novos escândalos de corrupção são levados à mídia, novos protestos pró e contra o governo acontecem, políticos são presos, prisões preventivas são efetuadas, personagens presos cedem à delação premiada e denunciam outros políticos. Esse é o retrato atual do país.

Os problemas políticos se tornaram tão expressivos que esqueceu-se da educação básica, saúde, segurança pública, etc. O que está em jogo é o futuro do Brasil como nação democrática. Não quero tratar aqui de questões partidárias, sou a favor de punição para todos os corruptos, sejam de qual partido for. Sou a favor da justiça sem abusos e igual para todos, em defesa da democracia.

A realidade atual diz que o Brasil vive sua pior recessão nos últimos 25 anos. O índice de desemprego no mês de fevereiro bateu o recorde das últimas décadas. A virada da situação em que o Brasil se encontra dependerá de como o país conseguirá mudar a cultura da corrupção. Isso vai levar tempo, mas não é impossível.

Durante anos conseguimos alcançar grandes feitos no campo da economia. Promovemos a diversificação econômica e ampliamos nossos parceiros comerciais internacionais. Para sairmos da estagnação econômica isso precisa continuar. Entretanto, para isso, faz-se necessário uma mudança constitucional para estabelecer uma política macroeconômica, sem reverter os ganhos que as classes menos privilegiadas conquistaram nos últimos anos. Não podemos esquecer, também, que o investimento na infraestrutura do país tem de continuar.

Não devemos nos iludir: para o mercado econômico, o impeachment produziria uma solução de curto prazo, elevando os pontos da Bolsa de Valores e fazendo o dólar baixar. Mas, isso não é o bastante, porque a operação Lava Jato tem atingido grande parte da elite política e econômica. Novas eleições podem oferecer um novo começo, mas a solução definitiva está na aprovação de reformas, essenciais para a recuperação da confiança do mercado.

O futuro do Brasil está na criação de uma nova consciência. Uma consciência política e social. É preciso limpar a casa e acreditar em um país mais consciente e, consequentemente, melhor. O Brasil tem provavelmente um futuro brilhante pela frente, mas esse futuro ainda não está visível.

Washington, 25 (AE) - Dez Estados norte-americanos ainda não recuperaram todos os empregos perdidos durante a Grande Recessão, terminada em junho de 2009, e muitos outros tiveram apenas ganhos modestos no mercado de trabalho, mostraram dados do Departamento de Trabalho dos EUA divulgados nesta sexta-feira.

Números fornecido pelo governo ilustram a natureza desigual da recuperação econômica do país. A contínua ansiedade em relação à economia tem dado suporte à campanha de candidatos presidenciais, como é o caso de Donald Trump e Bernie Sanders.

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Em fevereiro, Wyoming tinha 3% menos vagas do que em dezembro de 2007, quando a recessão teve início, de acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA. Este é o maior declínio porcentual entre os Estados. No Alabama, a queda do número de empregos foi de 2,7%, enquanto Novo México registrou baixa de 2,6% no período.

Alguns Estados maiores também estão abaixo dos níveis que antecediam a recessão econômica. Nova Jersey, por exemplo, tinha no mês passado 1% menos vagas de trabalho em relação ao fim de 2007. O Missouri também se encontra abaixo dos patamares observados no período pré-recessão, assim como Mississippi, Nevada, Maine, Connecticut e West Virginia.

Entre os que apresentaram ganhos modestos no mercado de trabalho, Illinois dispunha no mês de fevereiro de 8.600 empregos a mais do que em dezembro de 2007, alta de apenas 0,1%. Arizona tinha 9.200 vagas a mais (+0,3%), enquanto Ohio adicionou 58.100 postos de trabalho (+1,1%).

Ainda segundo o Departamento de Trabalho, o número de empregos em todo o país subiu 4% entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2016. Contudo, 60% dos Estados registraram crescimento abaixo da média nacional.

Por outro lado, Washington, Dakota do Norte, Texas, Utah e Colorado contrataram acima da média, com alta de dois dígitos no período analisado. O setor de petróleo e gás foi o responsável pelo aumento de 20% constatado na Dakota do Norte, ainda que a queda nos preços da energia tenha provocado demissões no ano passado.

O Texas também foi beneficiado pelo segmento de energia, assim como pelas contratações por parte de empresas de tecnologia avançada em cidades como Austin. Já Utah e Colorado abriram vagas principalmente na área de tecnologia da informação. Fonte: Associated Press.

O banco suíço UBS cortou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2016 de queda de 2,8% para retração de 3,8%, com estimativas de recuo de 14% nos investimentos e de 4,4% no consumo privado. "Os dados de atividade seguem surpreendendo negativamente e não há sinais de recuperação", afirma o relatório assinado pelos economistas Guilherme Loureiro, Thiago Carlos e Rafael De La Fuente.

Para os especialistas, o País enfrentará outro ano difícil com pouca esperança de melhora no curto prazo. Para 2017, a instituição prevê "modesta recuperação", com alta de 0,6%, mas alerta que, sem melhora fiscal, a recessão pode contaminar também o próximo ano.

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A revisão implica em uma estimativa menor para a arrecadação e, consequentemente, em resultados fiscais piores. O banco revisou suas projeções de déficit primário de 0,4% para 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e de 0% para 1,2% em 2017. A dívida bruta alcançará 80% do PIB em 2017. A inflação deve encerrar 2016 em 6,8% e em 5,2% no próximo ano.

O banco expressa preocupação com as recentes indicações de que o crescimento econômico tomou o lugar da estabilidade fiscal ou da inflação como prioridade para o governo. "A incerteza cresce à medida que se questiona o possível resgate das mesmas políticas implementadas entre 2011 e 2014 (políticas parafiscais/relaxamento fiscal e monetário) que foram a fonte primário dos problemas do País". Para o UBS, a possibilidade de o governo tentar incentivar o crescimento por meio do relaxamento fiscal e monetário, ou pela maior participação dos bancos públicos, é um "risco importante" nos próximos meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda que seja o maior evento esportivo do planeta, a Olimpíada não será capaz de dar impulso à economia brasileira em 2016, na opinião de especialistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A limitação do evento à cidade do Rio de Janeiro, a recessão e o impasse político em Brasília impedem que a onda de otimismo típica do evento e o legado de infraestrutura sejam catalisados pelos agentes econômicos para atenuar a crise.

O tom mais pessimista é muito diferente daquele dos anos anteriores à realização da Copa do Mundo, evento que foi apontado como uma grande oportunidade de o País se apresentar para o turismo e os investimentos internacionais.

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"As pessoas depositaram uma expectativa exagerada sobre a Copa, talvez para legitimar o evento. Quando chegou ao final, a Copa foi boa para a imagem, deixou um legado. Mas há coisas mais importantes em que o País precisa avançar, como as reformas para a economia deslanchar", afirma o economista do Itaú Unibanco Caio Megale.

Em relatório publicado no início de dezembro, o banco Credit Suisse lembra que os efeitos da Olimpíada no Produto Interno Bruto (PIB) sobre o país-sede são limitados. Ainda assim, com base nos dados das 14 cidades que receberam o evento desde 1960, a média de crescimento é de 6,1% dos países-sede nos anos dos jogos, comparada a uma média de 5,5% nos três anos anteriores e de 5,1% nos três anos após a Olimpíada.

"O crescimento maior para o ano dos Jogos Olímpicos é parcialmente atribuído à aceleração dos investimentos das cidades-sede", diz o relatório, no qual o banco estima que a economia brasileira vai ter retração de 3,5% em 2016.

No caso da capital fluminense, o professor João Saboia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ressalta que os investimentos foram feitos em anos anteriores ao evento. "As construções, as ampliações de vias, as obras de infraestrutura... Nisso tudo houve muito investimento, mas ele foi diluído nos anos anteriores", diz.

Até agora, de acordo com dados da Autoridade Pública Olímpica, o custo oficial do evento é de R$ 38,2 bilhões. Além disso, a Prefeitura do Rio estima que os investimentos no setor de turismo somem o equivalente a US$ 2 bilhões, com geração de 13 mil empregos diretos e 40 mil indiretos.

Apenas no setor hoteleiro são empregadas diretamente mais de 18 mil pessoas e a previsão é de um aumento de 10 mil empregos diretos até este ano.

A estimativa do governo federal é de que 85% das obras no Rio foram concluídas. Um cenário diferente da Copa do Mundo realizada no País em 2014, que, apesar de ter sido realizada no ano passado, ainda tem construções inacabadas.

Legado

Na opinião de Saboia, da UFRJ, a simples realização da Olimpíada representa "muito pouco" para reverter a falta de confiança na economia brasileira. "Não vejo a Olimpíada como uma causa que possa tirar o País do buraco. Nossas dificuldades são muito mais políticas que econômicas. O Congresso emperrou as medidas de ajuste. O que existe hoje é uma desesperança, ninguém está vendo a luz no fim do túnel."

Além do período curto de realização - apenas duas semanas, Saboia destaca que o fato da Olimpíada ser realizada apenas na cidade do Rio de Janeiro faz com que o sentimento em relação a um grande evento esportivo não seja compartilhado com todo o País.

"Certamente vai ter um volume de pessoas e renda circulando na cidade que não é desprezível, mas dentro do que representa na economia brasileira é uma gota d'água. Além disso, os seus efeitos multiplicadores no restante do País são limitados", afirma.

O professor Lúcio Macedo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é mais otimista e ressalta que a Olimpíada deve atrair 400 mil turistas e que o evento ajuda na profissionalização dos serviços na cidade.

"Há toda uma cadeia envolvida no turismo e no esporte que vem se preparando para os jogos. Isso é o que chamo de legado intangível. O legado tangível são as obras de mobilidade e de infraestrutura urbana", afirma o professor da FGV.

Macedo ressalta que a Olimpíada pode ajudar a melhorar a imagem do Brasil no exterior e funcionar como um impulso em um ano que se desenha complicado no clima político. "A Olimpíada é uma grande oportunidade para que o Brasil se una novamente em torno de uma causa", afirma.

A rápida deterioração da economia nos últimos trimestres levou o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o nível de 2011. É como se a economia brasileira estivesse permanecido estagnada desde o início do governo Dilma Rousseff.

Os recentes indicadores econômicos divulgados mostraram que a recessão tem sido mais intensa do que os analistas previam. No terceiro trimestre, por exemplo, o PIB recuou 1,7% na comparação com os três meses anteriores. Foi a queda mais intensa para o período já apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde o início da série histórica, em 1996.

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Com a forte retração econômica, as projeções para o PIB deste e do próximo ano pioraram fortemente, o que deverá fazer com que a economia volte ainda mais no tempo. Para 2015, boa parte dos analistas espera um recuo de quase 4% do PIB. No ano que vem, a queda deve ficar em 3%. "Todas as variáveis estão apresentando uma piora muito grande", afirma Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências.

A retração da economia brasileira, diz ele, fica evidente no aumento do desemprego. Os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) Contínua - também calculada pelo IBGE - mostram que a taxa de desocupação no Brasil chegou a 8,9% no terceiro trimestre, a maior já registrada pela pesquisa iniciada em 2012. De acordo com o levantamento, a população desocupada chegou a 9 milhões, um crescimento de 33,9% em relação ao mesmo trimestre de 2015.

Incerteza

A recessão brasileira se agrava porque há um clima de grande incerteza política no País, o que dificulta a saída da crise atual. Na semana passada, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, diversos analistas e empresários pediram publicamente uma definição do cenário o mais rápido possível para evitar uma piora ainda mais intensa da economia.

"Uma coisa é certa: notícia ruim do lado econômico vai continuar chegando. O que é temerário é que as expectativas ruins precisam ser revertidas nos próximos meses", afirma Fabio Silveira, diretor de Pesquisa Econômica da consultoria GO Associados. "É preciso não apenas uma reversão da expectativa na política, mas daquilo que a gente vai fazer do ponto de vista econômico", diz Silveira.

Volta do crescimento

Por ora, uma retomada da economia brasileira só é esperada para o fim do ano que vem, o que abre espaço para um PIB positivo em 2017. "Na margem, a economia brasileira pode voltar a crescer no segundo semestre do ano que vem, embora no ano (2016) o resultado vá ser muito ruim", afirma Juan Jensen, economista e sócio da 4E consultoria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A recessão brasileira vai ser tão intensa nos próximos anos que o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) do País só vai voltar ao patamar de 2013 em setembro de 2019. O cálculo é do economista da NeoValue Investimentos Alexandre Cabral. De acordo com ele, o tamanho da economia brasileira em 2013 era de R$ 5,513 trilhões, valor que só será alcançado em setembro de 2019.

Cabral usa como base as projeções do relatório Focus, do Banco Central, para fazer a sua projeção. Segundo o boletim, os analistas esperam uma recessão de 3,02% para este ano, e de 1,43% em 2016.

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Com esses resultados negativos, o PIB brasileiro deverá chegar ao fundo do poço no ano que vem, quando vai valer R$ 5,277 trilhões. O crescimento, na avaliação dos analistas consultados pelo Focus, só virá a partir de 2017, quando o PIB deverá subir 1%. Para 2018 e 2019, os economistas esperam um avanço de 2%.

Em agosto, a previsão era que a economia iria voltar ao patamar de 2013 em maio de 2018. Com o acirramento da crise política, porém, houve uma forte piora nas projeções para o crescimento - no fim de julho, por exemplo, a expectativa para o PIB de 2015 era de uma recessão de 1,80%, e de um ligeiro crescimento de 0,2% no ano que vem.

Nas últimas semanas, o governo sofreu duras derrotas políticas tanto no Tribunal das Contas da União (TCU) como no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem comprometer a continuidade do mandato da presidente Dilma Rousseff.

Embora tenha feito uma reforma ministerial e aumentado a presença do PMDB na administração federal, o governo também continua sem conseguir unificar a sua base de apoio no Congresso Nacional. Como consequência, as medidas de ajuste fiscal estão paradas. A equipe econômica já propôs a recriação da recriação da CPMF para fechar o rombo do Orçamento de 2016, mas não encontra apoio político para levar adiante a proposta.

"O governo está lutando com o Congresso há semanas. O que mudou no Congresso nas últimas semanas? Nada. E isso está assustando o mercado. Os investimentos estão parados porque não se sabe o que vai acontecer", afirma Cabral.

As projeções econômicas também pioraram depois da decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de retirar o grau de investimento da economia brasileira em setembro. "Se as medidas não forem aprovadas pelo Congresso, tudo isso vai virar uma bola de neve gigantesca", diz Cabral.

O levantamento também contemplou o tamanho do PIB brasileiro medido em dólar. Nas contas do economista, por causa da forte desvalorização do real, o tamanho da economia do País será de US$ 1,368 trilhão em 2019 ante US$ 2,387 trilhões em 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil vem sendo o vilão para muitas grandes empresas multinacionais dos Estados Unidos na atual temporada de divulgação de resultados trimestrais. A recessão e a desvalorização do real estão afetando os números de empresas tão diferentes como a montadora General Motors, a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, a companhia aérea American Airlines, a Coca-Cola, a 3M e a fabricante de equipamentos Caterpillar.

Apesar de muitas das grandes multinacionais dos EUA não divulgarem números específicos de países onde operam, preferindo dados consolidados por região, a piora da economia brasileira, com mercado interno mais fraco, redução dos investimentos e desvalorização do real, vem sendo citada em dezenas de balanços corporativos e teleconferências de resultados como uma das responsáveis pela queda do faturamento destas companhias.

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'Situação desafiadora'

Na teleconferência de resultados da GM, a presidente executiva (CEO) da montadora, Mary Barra, destacou que o mercado brasileiro encolheu 27% no terceiro trimestre em comparação a igual período do ano passado. "A situação na América do Sul é desafiadora", disse ela. A empresa teve um prejuízo na região de US$ 217 milhões no terceiro trimestre, acima da perda de US$ 32 milhões do mesmo período do ano anterior.

A American Airlines também ressaltou a contribuição negativa do Brasil para seus números, sobretudo por causa da forte desvalorização do real em relação ao dólar. A receita unitária consolidada por passageiro (Prasm, na sigla em inglês) teve queda de 25% no trimestre, número só menor na América Latina do que o da Venezuela, com retração de 46%. "Não há sinais de melhora para as receitas na América do Sul. Não esperamos, de forma realista, que os dados da região melhorem até que a economia do Brasil mude", disse na teleconferência de resultados o presidente da AA, J. Scott Kirby, destacando que a companhia cortou 30% da capacidade no Brasil.

Apesar de a situação dos países emergentes estar complicada de forma geral, com piora da perspectiva de crescimento em vários mercados e desaceleração da China, a 3M anunciou crescimento de 13% no México e de 1,5% na Europa, Oriente Médio e Ásia. No Brasil, porém, reportou queda de 2%. "O Brasil passa por um momento duro", disse na teleconferência de resultados o presidente executivo da 3M, Inge G. Thulin.

Máquinas

"O Brasil está em recessão, com um ambiente econômico difícil. E as nossas vendas certamente refletem essa dificuldade", disse, na teleconferência para comentar o balanço da Caterpillar o vice-presidente da empresa, Michael Lynn DeWalt, mencionando a piora na América Latina no faturamento com equipamentos para o setor de construção. A desvalorização do real também teve impacto no balanço. "Tivemos perdas no trimestre de US$ 135 milhões (com moedas). E muito dessa perda veio do Brasil e da China, onde as divisas se enfraqueceram."

Influenciado pelo desempenho fraco de grandes mercados fora dos Estados Unidos, como Brasil e China, a queda do preço do petróleo e a valorização do dólar, os analistas projetam uma queda de 5,1% nos ganhos das companhias abertas dos EUA no terceiro trimestre, segundo estimativa calculada pela FactSet.

Das 173 companhias que fazem parte do índice S&P 500 que divulgaram números até a última sexta-feira, 77% tiveram lucro acima do esperado, mas não porque conseguiram números muito bons. Os analistas do FactSet lembram que várias companhias vinham alertando para ganhos mais fracos, o que fez Wall Street reduzir as estimativas, ficando mais fácil bater as projeções. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em pleno ajuste fiscal, há um dado em particular que mostra a rápida e preocupante deterioração das finanças públicas por um ângulo diferente: o tamanho do rombo na Previdência Social. Em março deste ano, um relatório oficial do governo estimava que o déficit da Previdência - a diferença entre a receita e a despesa - equivaleria a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) só em 2030. De março para cá, a revisão dos indicadores, como crescimento da economia, arrecadação, inflação e reajuste do salário mínimo, alteraram drasticamente a estimativa. O déficit previsto para daqui a 15 anos vai ocorrer em 2016. O rombo previsto é de R$ 125 bilhões.

Quem acompanha a Previdência não está surpreso. Há anos os especialistas chamavam a atenção para o fato de que os gastos eram crescentes e que em algum momento se acelerariam. "O futuro é de longo prazo, mas um dia ele chega. Então: o futuro chegou", diz o economista Fábio Giambiagi, especialista em contas públicas.

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A piora nos números da Previdência reforça uma tese que vem ganhando força entre os economistas: além de fazer o ajuste de curto prazo, o governo deve, em paralelo, promover um ajuste estrutural das contas públicas - e ele deve começar na Previdência. "A reforma da Previdência não é uma questão de ser contra ou a favor: ela é um imperativo", diz Mansueto Almeida, especialistas em contas públicas que defende a reforma estrutural.

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A decisão do governo de encaminhar a discussão da reforma para o Fórum da Previdência foi mal recebida. Todos citam o fórum idêntico, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deu em nada. "Conhecemos a capacidade desses fóruns de empurrar com a barriga o que importa", diz Raul Velloso, consultor de finanças públicas.

Paulo Tafner, subsecretário geral de Fazenda do Rio de Janeiro e autor de vários livros sobre a Previdência, lembra que uma reforma desse tipo precisa ser encampada pela presidente da República. Caberia a Dilma Rousseff liderar a discussão. Mas ele reforça que a situação não é ruim apenas no INSS. É crítica na previdência do setor público, incluindo Estados e municípios. "Não se trata mais de uma luta isolada da presidente, ainda que ela tenha de ser o principal ator político: vamos lembrar que vários governadores foram a Brasília dizer que aceitariam a volta da CPMF compartilhada para custear os seus sistemas de previdência. A situação é gravíssima no setor público", diz Tafner.

O rápido aumento do buraco na Previdência ocorre pela associação de três fatores: a recessão, envelhecimento da população e o fato de as atuais regras de concessão de benefícios serem mais generosas que a de outros países, avaliam os especialistas em finanças.

Os déficits são recorrentes desde os anos 90, mas partir de 2006 foram ficando menores, dando a falsa impressão de melhora. "De 2004 a 2011, foram gerados, em média 1,4 milhão de novos empregos formais todos os anos", diz Mansueto. "Isso elevou muito a arrecadação e escondeu o problema." Daqui para a frente, vai ocorrer o inverso. Com a alta do desemprego, o número de trabalhadores que contribuem vai cair.

O que mais pesa é o fato de o Brasil estar envelhecendo. Hoje há no País cerca de 23 milhões de idosos com mais de 60 anos. Em 2030, serão 41 milhões. Haverá cada vez menos jovens para contribuir com a previdência e mais idosos requisitando aposentadorias e benefícios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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As vendas de PCs no Brasil apresentaram queda de 38% neste segundo semestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a consultoria  IDC. O baixo desempenho da economia brasileira, desemprego em alta, queda na confiança dos consumidores e casos de corrupção envolvendo grandes empresas do País estão entre os fatores apontados pela consultoria para o resultado alarmante.

Ao todo, foram 1,6 milhão de computadores vendidos, sendo cerca de 600 mil desktops – queda de 41% - e 1,03 milhão de notebooks – 37% a menos do que foi registrado no 2º trimestre de 2014. O levantamento mostra ainda que 70% das vendas foram para o consumidor final e 30% para o mercado corporativo.

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Com o resultado, o País caiu da 7ª para a 8ª colocação no mercado mundial, atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Índia, Reino Unido, Alemanha e França. A consultoria afirma ainda que os consumidores estão mais cautelosos e não querem investir e nem se endividar para comprar não só computadores, mas bens duráveis como um todo. Nem mesmo as datas comemorativas, como o Dia das Mães, têm conseguido dar fôlego ao mercado.

A crise também tem afetado o mercado corporativo que está concentrando os investimentos em ferramentas para aumentar a vida útil dos aparelhos. Outro problema é a alta do dólar, já que grande parte dos componentes é importada. A IDC, porém, acredita que o 3º trimestre tende a ser melhor, muito por conta das promoções do Black Friday.

“Em anos anteriores, no Brasil, linhas recém-lançadas eram vendidas por preços muito atrativos, algo que não deverá ocorrer em 2015", afirma o analista da IDC, Pedro Hagge. Até o final do ano, a IDC Brasil estima que 7.4 milhões de computadores sejam comercializados, volume que representa uma queda de 29% frente a 2014, quando 10.3 milhões de PCs foram vendidos no País. 

A projeção de instituições financeiras para o encolhimento da economia este ano passou pelo novo ajuste seguido. Desta vez, a estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 2,44% para 2,55%. A expectativa de retração em 2016 também foi alterada: de 0,5% para 0,6%, na sexta piora consecutiva.

Essas estimativas são do boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.

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Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6,2%, este ano. Na semana passada, a projeção de queda era 6%. Em 2016, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento está cada vez menor: passou de 0,72% para 0,5%, no terceiro ajuste seguido.

Na previsão das instituições financeiras, a recessão da economia vem acompanhada de inflação acima da meta, este ano. A meta é 4,5%, com limite superior de 6,5%. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi ajustada de 9,29% para 9,28%. Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta, em 5,64%. Na semana passada, essa projeção estava em 5,58%. Esse foi o sexto aumento seguido na projeção para inflação em 2016.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Depois desse ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no ínicio do mês, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano.

Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana (desconsidera os extremos da estimativa) para o fim de 2016 segue em 12% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na economia. O BC costuma dizer que os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 7,75% para 7,77%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,63% para 7,77%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi alterada de 9,33% para 9,30%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano foi ajustada de R$ 3,60 para R$ 3,70. Para o fim de 2016, a projeção passou de R$ 3,70 para R$ 3,80.

Com quedas consecutivas no Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos dois trimestres, Brasil enfrenta, neste momento, uma 'recessão técnica'. Isso se dá quando um sistema econômico registra quedas no indicador da atividade econômica durante, pelo menos, dois trimestres seguidos. É o caso do país atualmente. No acumulado do último trimestre, a economia nacional registrou um recuou de 1,9% do PIB em relação aos três meses anteriores.

Para o economista Alex Agostini, as causas para este panorama ruim do pib tem muito mais relação com a administração interna do que propriamente com problemas externos, como alega o governo. "O que estamos vivendo é problema crônico de má gestão doméstica, o que acontece internamente na gestão política e econômica do país", destaca.

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Além do atual situação, a expectativa de evolução positiva no próximo ano é mínima. De acordo com a análise do economista, a previsão é que a economia no continue fraco no próximo ano. Confira os detalhes no vídeo:

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A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,4% em 2016. A previsão está no Projeto de Lei do Orçamento Anual (PLOA) entregue hoje (31) pelo Poder Executivo ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Já o Produto Interno Bruto (PIB - soma dos bens e riquezas produzidos em um país) deve crescer 0,2%. De acordo com a proposta orçamentária, inflação só atingirá 4,5%, que é o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a partir de 2017.

Para 2015, a estimativa é inflação de 9,25% e retração de 1,8% do PIB. Com relação à atividade econômica, Barbosa disse que a recuperação deve começar, lenta, em 2016. "A nossa expectativa é que ganhe mais velocidade nos anos seguintes. Parte dessa recuperação está sendo puxada pelo aumento do saldo [da balança] comercial. Mas a demanda interna, o consumo, o investimento doméstico, está contribuindo para uma queda. O saldo comercial não será suficiente para contrabalançar a queda [este ano]", disse.

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O PLOA prevê também que o país encerrará 2016 com déficit primário de R$ 30,5 bilhões, o equivalente a 0,5% do PIB. O salário mínimo para o ano que vem ficará em R$ 865,50. Além da proposta orçamentária para 2016, Nelson Barbosa e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entregaram a Renan Calheiros o projeto de lei para o Plano Plurianual 2016-2019, que deve ser apresentado a cada início de um novo mandato presidencial. Pelo plano, o salário mínimo atingirá R$ 910,40 em 2017, R$ 957,80 em 2018 e R$ 1.020,80 em 2019.

No domingo (30), o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), já havia adiantado que o projeto de lei do Orçamento para 2016 poderia prever déficit.  De acordo com ele, o governo e os parlamentares poderão negociar alternativas para cobrir o resultado negativo durante a tramitação da proposta no Congresso Nacional. “Com a frustração da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira], se não tiver outra solução, a saída é apresentar o Orçamento com o déficit e depois negociar. Aí, é uma conversa do Congresso com o Executivo”, disse Delcídio.

A recuperação da economia brasileira deverá ser realmente lenta. As projeções feitas por bancos e consultorias já têm apontado uma retração mais forte do que o previsto para 2015 e uma recessão para o ano que vem.

Ontem, a equipe de economistas do Credit Suisse, chefiada pelo economista Nilson Teixeira, revisou sua projeção de queda para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 1,8% para 2,4%. Também foi revista a projeção para 2016. Antes, a previsão era de um crescimento de 0,6%. No relatório de ontem, a projeção para o PIB de 2016 virou uma recessão de 0,5%.

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"Essa seria a primeira vez desde 1930-1931 que o País teria uma recessão por dois anos consecutivos", destacaram no documento os economistas do Credit Suisse. Naquela época, a economia mundial sofria os efeitos da Grande Depressão de 1929. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o PIB, naquele período, recuou 2,1% em 1930 e 3,3% no ano seguinte.

No cenário traçado pelos outros bancos do País, o Itaú também prevê recessão para 2016 - a economia deverá encolher 0,2%. O Bradesco prevê estagnação para o ano que vem, e o Santander, um pequeno crescimento de 0,1% (ver quadro).

Forte contração. Para a equipe do Credit Suisse, a dinâmica dos principais indicadores de atividade, como o IBC-Br, por exemplo, indica que o PIB deve sofrer uma significativa contração no 2.º trimestre: "Não descartamos também uma contração no terceiro trimestre de 2015 devido à dinâmica desfavorável nos setores de agropecuária, indústria e serviços. Com isso, esperamos que o crescimento do PIB ante o trimestre anterior recue 1,9% no segundo trimestre de 2015, 0,4% no terceiro e 0,1% no quarto trimestre."

Na avaliação do Departamento Econômico do Credit Suisse, a maior queda do PIB em 2015 reduz o carrego para 2016. "A estabilidade do PIB no patamar do quarto trimestre durante todos os trimestres de 2016 implicaria em um crescimento negativo do PIB de 0,6% em 2016. Com isso, nossa previsão de uma contração de 0,5% em 2016 é compatível com uma expansão do PIB de 0,1% ao trimestre na comparação com o trimestre anterior, muito abaixo da média de 0,4% entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro de 2015", afirmam os economistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Venezuela atravessa uma crise financeira que transformou alguns aparelhos eletrônicos em artigos de luxo. Um levantamento da Bloomberg revela que o iPhone 6 chega a custar US$ 47.678 (aproximadamente R$ 147,8 mil) no país, o equivalente ao valor de veículos fabricados por montadoras como Jeep, Toyota e Audi. 

Isso acontece porque a Venezuela está tendo problemas para encontrar dólares suficientes para pagar as importações. Resta ao país importar os aparelhos com o aval da estatal Telecom Venezuela, mas não há estoque para atender ao mercado. Além disso, os custos também são incrementados pela alta inflação. A taxa anual era de 69% em dezembro, último mês em que o Banco Central reportou os dados.

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Por isso, o jeito é obter a moeda americana no mercado negro, onde recentemente a taxa era de 456 bolívares por dólar, uma vez que o câmbio oficial, de 6,3 e 12 bolívares por dólar, é usado apenas para produtos prioritários autorizados pelo governo, como comida e medicamentos. 

A mistura destes fatores é ideal para fazer os preços dispararem. No Mercado Libre, um Lumia 530 é encontrado por US$ 2,7 mil (R$ 8,3 mil), enquanto o Moto G 2 custa incríveis US$ 12,7 mil (R$ 39,3 mil). Mesmo com estes altos valores, o estoque de aparelhos está cada vez menor, fazendo com que a Venezuela pegue à contra mão no cenário positivo de vendas de telefones em todo o mundo.

Apenas 4,9 milhões destes aparelhos serão vendidos na Venezuela em 2015, segundo estimativa da Pyramid Research, uma queda de 46% em relação aos quase 9 milhões de aparelhos vendidos em 2012. A título de comparação, em 2014, as vendas de smartphones subiram 55% no Brasil, o que equivale a 54,5 milhões de celulares inteligentes, de acordo com a consultoria IDC.

O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), avaliou o crescimento da taxa de desemprego – 8% no trimestre encerrado em abril – e disse que o dado reflete o grave cenário de recessão em que se encontra o país. Para o parlamentar, a situação do Brasil é culpa da má gestão do governo Dilma Rousseff (PT).

“A política econômica foi conduzida de forma errada e irresponsável no governo Dilma/PT, e agora a população paga por esses erros", disparou. Mendonça alegou que o emprego era o último bastião do governo Dilma Rousseff e que outros indicadores também são negativos. Ele cita a queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano e a perspectiva de redução das atividades nos próximos meses.

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Pontuando dados divulgados hoje pelo o IBGE, o deputado destacou que a taxa de desemprego no país foi de 8% no trimestre encerrado em abril, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que apresenta dados para todos os estados brasileiros. Segundo ele, a taxa se iguala à do primeiro trimestre de 2013, que é a mais alta da série, iniciada em 2012. Apesar de a taxa ter subido em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foi de 7,1%, o rendimento real caiu 0,5% em relação ao trimestre de novembro a janeiro e 0,4% a igual período de 2014.

Ainda de acordo com o líder do DEM, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) piorou as previsões para o PIB brasileiro e é esperada contração de 0,8% este ano, pior que a expectativa de recessão de 0,5% divulgada na atualização do cenário de março. Há menos de um ano, em novembro de 2014, a OCDE previa que o Brasil cresceria 1,5% em 2015. Para ele, a recessão pode ser ainda mais grave.

O potencial de criação de emprego do País encontra-se hoje bastante comprometido, segundo concluem Fábio Silveira e Lucas Foratto, da GO Associados, em relatório distribuído a clientes. Eles preveem a eliminação de 300 mil postos de trabalho formais na economia brasileira neste ano, contrariando a geração líquida de 357 mil postos em 2014.

"Neste primeiro semestre, apesar da provável contabilização de algum saldo positivo de postos no setor de serviços e comércio, o mercado de trabalho deve continuar a se aprofundar, em resposta não apenas ao cenário doméstico desfavorável para o biênio 2015-2016, mas também à letargia demonstrada pelas exportações brasileiras, apesar da forte desvalorização do real", avaliam os analistas da GO Associados.

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Com base nos dados de eliminação de 2,4 mil empregos formais em fevereiro, de acordo com o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), Silveira e Foratto assumem a tese de que o mercado de trabalho começou a evidenciar os efeitos da dinâmica recessiva da economia.

Com o fechamento das vagas anotadas em fevereiro, o estoque de demissões acumuladas nos últimos 12 meses saltou para 47 mil.

De acordo com a GO Associados, os setores de comércio e serviços são os únicos que ainda resistem à tendência de retração do mercado de trabalho. Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, esses dois setores produziram liquidamente 429 mil vagas. Já a indústria eliminou 462 vagas e a agricultura fechou 14 mil postos de trabalho.

Na média, a taxa de desemprego subiu a 5,9% ante a marca de 5,1% em fevereiro de 2014. Nesta mesma base de comparação, o contingente de pessoas desocupadas cresceu 14,2% e alcançou 1,42 milhão de pessoas. A População Economicamente Ativa (PEA), por sua vez, caiu 0,4% para 24,2 milhões de pessoas. O rendimento real médio, também na comparação de fevereiro deste ano com o mesmo mês de 2014 caiu 0,5% para R$ 2.163,00. Em relação a janeiro último, a queda foi de 1,4%.

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