Tópicos | Reconhecimento facial

Enquanto espera pelo trem na estação, caminha pela rua ou relaxa em uma praia, você pode estar sendo vigiado por câmeras de segurança, que enviam imagens diretamente para um centro de controle policial. Lá, um programa de computador acessa o banco de dados com rostos de suspeitos de crimes e compara com as imagens das câmeras. O que parece roteiro de ficção científica, é realidade há um tempo em diferentes partes do país, onde sistemas de reconhecimento facial vêm sendo cada vez mais usados na segurança pública.

O caso mais recente foi a adesão de concessionárias do transporte público no Rio de Janeiro à tecnologia controlada pela Polícia Militar. Mais de 1.000 câmeras posicionadas em estações e vias estão agora disponíveis para o trabalho da corporação. 

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Enquanto autoridades defendem a medida como eficaz para o combate à criminalidade, especialistas em direitos humanos e segurança apontam os riscos de ampliação do racismo e da privação de liberdade.

Horrara Moreira é advogada e coordenadora da campanha Tire Meu Rosto da Sua Mira, que defende o “banimento total do uso das tecnologias digitais de reconhecimento facial na segurança pública no Brasil”. Ela diz que o primeiro problema a ser considerado é a ocorrência de prisões equivocadas.

“Há o problema da identificação, quando acontece algum erro nas informações biométricas do rosto e na comparação delas com o banco de dados. E existem os erros decorrentes dos trâmites do próprio sistema de justiça, como mandados de prisão que estão vencidos ou que já foram cumpridos”, alerta Horrara.

E se fosse possível melhorar as tecnologias disponíveis, a ponto de praticamente zerar o número de erros? Mesmo assim, Horrara afirma que não impediria um outro problema grave, a característica inerentemente racista do sistema.

“Muitas tecnologias de reconhecimento facial usam a inteligência artificial como regra de processamento matemático. Ela pode ser de deep learning ou de machine learning, em que você fornece previamente um banco de dados, para que ela aprenda a identificar os rostos de pessoas no geral. E você também precisa definir critérios de quem é homem, mulher, branco, negro, e ensinar a máquina a identificar esses padrões. Qualquer enviesamento nesse treinamento da máquina vai influenciar na taxa de precisão. E o treinamento não é transparente. Se eu dou mais informações para a máquina sobre pessoas negras, ela pode indicar que pessoas negras cometem mais crimes do que pessoas brancas”, avalia a advogada.

Thalita Lima coordena o Panóptico, projeto sobre reconhecimento facial do Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (CESeC). Ela defende que a tecnologia não produz impacto significativo na redução da criminalidade e cita os exemplos de Salvador e do Rio de Janeiro para corroborar o argumento.

“O estado que mais utilizou reconhecimento facial no Brasil foi a Bahia, onde mais de 60 municípios já o adotaram como medida de segurança pública. Salvador é permeada por câmeras que usam essa tecnologia. E um estudo do Panóptico mostra que entre 2019 e 2022, os índices criminais de roubo a transeuntes e de atentados contra a vida não tiveram mudanças significativas”, diz Thalita. 

“Assim como no estudo sobre o Rio de Janeiro, de um projeto piloto que aconteceu em 2019 em Copacabana e no Maracanã, quando foi verificado que a criminalidade aumentou. Segurança pública envolve medidas que são muito mais estruturais do que simplesmente adotar câmeras de reconhecimento facial”, acrescenta Thalita.

A pesquisadora enfatiza que também é preciso estar alerta à ampliação da vigilância sobre a população. Em termos morais e políticos, quais os riscos à privacidade e ao direito de livre circulação nas cidades? 

“Temos a vigilância em escala ampliada em ambientes de grande circulação de pessoas, e precisamos analisar que outras camadas de direito vão ser flexibilizadas. Não apenas o de se locomover, o de mobilidade, o direito à cidade, aos espaços onde se possa circular e não ter o risco de ser abordado erroneamente, mas também é preciso resguardar o direito à privacidade e à livre expressão nesses espaços. No Brasil, tem aumentado cada vez mais o uso dessa tecnologia sem uma reflexão dos riscos e sem relatórios de impacto dela”, afirma.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os governos do estado do Rio de Janeiro e da Bahia, citados na matéria, para que apresentassem mais dados e informações sobre o sistema de reconhecimento facial. Mas não obteve resposta até o momento.

O esquema de segurança preparado pela Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro para o réveillon 2024 identificou, por meio do sistema de reconhecimento facial, um homem com mandado de prisão em aberto por tentativa de homicídio. Ele foi preso e encaminhado para a 13° DP, em Copacabana, zona sul da capital.

“Na noite da virada, a SEPM deu início ao uso do sistema de reconhecimento facial, capaz de identificar indivíduos foragidos da Justiça”, informou em nota.

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Segundo a secretaria, três homens foram detidos e 12 adolescentes apreendidos pelas equipes em outros pontos do bairro. Depois de abordagem de agentes, outro homem foi preso porque contra ele havia um mandado de prisão em aberto.

O esquema teve a participação de cerca de 3 mil policiais militares. Foram montados 30 pontos de bloqueios e 15 pontos de revista, com 150 detectores de metais e 61 torres de observação e monitoramento aéreo com o uso de drones.

Policiais do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom) e do 19° BPM (Copacabana) recuperaram ainda quatro aparelhos celulares, uma quantia em dólares e reais e objetos furtados.

Nos pontos de bloqueios e revistas de acesso ao bairro, os policiais recolheram ainda garrafas de vidro. “O impedimento dos objetos foi previamente alinhado e informado, desde a divulgação do planejamento de segurança da SEPM. A medida teve como objetivo a segurança da população, na tentativa de evitar que o material pudesse ser usado, eventualmente, no cometimento de crimes”, informou a secretaria.

Também nos pontos de revista em Copacabana, o policiamento encontrou 102 objetos perfurocortantes, como facas.

No Boulevard Olímpico, no centro da cidade, foram apreendidos dez objetos perfurocortantes nos pontos de revista com detectores de metal. Além disso, policiais do 5° BPM (Praça da Harmonia) apreenderam um simulacro de arma de fogo em um dos pontos de bloqueio.

De acordo com a secretaria, o esquema especial preparado para o réveillon continua ao longo desta segunda-feira (1º).

Polícia Civil

O esquema especial da Polícia Civil teve a participação de 3,6 mil agentes em todo o estado. Na zona sul do Rio, onde houve maior concentração de público, foram presos dez suspeitos e apreendidos cinco menores.

O planejamento foi definido para reforçar as equipes das centrais de flagrante e dar apoio operacional, além de realizar atividades de fiscalização.

 

O Sport divulgou nesta segunda-feira (9) que irá realizar testes de reconhecimento facial em alguns dos torcedores que forem ao estádio no jogo contra a Ponte Preta.

O objetivo do clube com o sistema de reconhecimento facial é aumentar e melhorar a segurança dos torcedores, além de diminuir o tempo nas filas das catracas e o combate ao cambismo, já que para realizar a compra dos ingressos será necessário o reconhecimento do rosto, fazendo com que dessa forma o ingresso comprado não possa ser transferido para outra pessoa.

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Os torcedores rubru-negros que farão esse teste já foram acionados pelo clube, que recebeu informações sobre o cadastro. Os torcedores escolhidos para realizar os testes serão do setor das cadeiras centrais.

O Sport garante que a medida está em consonância com as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Cinco meses após ser suspenso, o edital para a instalação de 20 mil câmeras e tecnologia de reconhecimento facial na cidade de São Paulo foi retomado pela Prefeitura. O conteúdo do programa Smart Sampa foi parcialmente modificado após uma série de críticas por determinar o emprego de instrumentos para identificar a cor de pele e a "vadiagem", assim como o número de equipamentos com biometria facial dobrou de 500 para mil. O resultado do pregão é previsto para 23 de maio.

O uso de reconhecimento facial é contestado em diferentes partes do País e no exterior, principalmente pelo o que organizações chamam de uma violação a direitos individuais e também pelo histórico de falsos positivos, principalmente envolvendo pessoas negras. O custo anual estimado de todo o programa é de R$ 70 milhões anuais, mas será selecionada a empresa que fizer a menor oferta.

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A tramitação do edital foi liberada no fim de abril pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). A gestão Ricardo Nunes (MDB) tem argumentado que o programa dará mais agilidade ao atendimento de ocorrências pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e outros órgãos de segurança, inclusive estaduais.

O total de 20 mil é programado para ser alcançado até 2024, às vésperas das eleições municipais, nas quais Nunes deve buscar a reeleição. A instalação está no Programa de Metas da Prefeitura, que cumpriu apenas 13 das então 77 metas até o ano passado.

Do total, 2,5 mil câmeras serão distribuídas pelo centro, região que vive um aumento de casos de furtos e roubos. O programa inclui também 3 mil unidades com capacidade de leitura de placas, além de modelos com outras funcionalidades.

A previsão é de que a central de monitoramento do Smart Sampa seja provisoriamente instalada na sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá. Posteriormente, os planos da gestão Nunes é transferir o espaço para o Palácio dos Correios, no Vale do Anhangabaú, cuja proposta de concessão por 100 anos está em negociação com a União. O programa irá operar com uma série de bancos de dados, inclusive de órgãos de segurança estaduais e federais.

A instalação das câmeras será feita de forma paulatina. Nos primeiros dois meses, por exemplo, serão 200 novos equipamentos do tipo na cidade. O edital prevê que aos 200 equipamentos cheguem a cada uma das subprefeituras da cidade, principalmente no entorno de equipamentos municipais, como escolas, parques e unidades de saúde, e áreas de grande circulação.

O edital também prevê a integração do sistema a 20 mil câmeras privadas instaladas na cidade, de concessionárias, empresas e da população em geral. No caso do reconhecimento facial, está previsto que as imagens de rostos possam ser arquivadas, com data, horário e endereço, inclusive com a detecção de faces parcialmente cobertas (como por óculos e barba, por exemplo). Outra funcionalidade é o rastreamento de pessoas consideradas suspeitas, com o monitoramento de movimentos e atividades, a partir de diferentes tipos de características, como cor da roupa e forma física.

Após as críticas, o edital passou a incluir dois novos anexos, com uma política de segurança da informação e um relatório sobre o impacto de proteção de dados. Segundo a Prefeitura, a intenção é "eliminar dúvidas existentes, suprimir possíveis riscos, garantir a segurança dos dados e apresentar diretrizes éticas para assegurar equidade e imparcialidade, evitando qualquer possível discriminação, preconceito ou violação dos direitos individuais no uso da tecnologia".

O Município destacou que, diferentemente de outras cidades, adotará um protocolo mais rígido de aplicação de reconhecimento facial. Dessa forma, apenas detecções com 90% de paridade serão consideradas, enquanto as demais serão automaticamente descartadas. Além disso, há a promessa que todos os alertas serão analisados por um agente treinado e capacitado.

O programa é inspirado em exemplos dos Estados Unidos, como Chicago e Dallas. No Brasil e no exterior, há diversos casos de pessoas inocentes erroneamente detidas após erros em sistemas de reconhecimento facial, o que motivou o banimento da tecnologia em algumas cidades, com o São Francisco e Portland.

Introduzida no País especialmente para a Copa do Mundo, a Olimpíada e outros eventos de grande porte há quase uma década, o reconhecimento facial está em uma segunda onda de difusão nos últimos três anos. Incentivos do governo Jair Bolsonaro (PL), o fortalecimento da segurança pública na agenda política, esforços de empresas do setor e até a pandemia da covid-19 estão entre os motivos apontados por especialistas ouvidos pelo Estadão.

Parte dos especialistas em direito digital e organizações entrevistadas pelo Estadão após o lançamento do programa defenderam o banimento da tecnologia no País. Também há aqueles que defendem a aplicação responsável da biometria facial, chamam as críticas de "ludismo" e citam que em caso de eventuais problemas, deve haver o aprimoramento e não a suspensão do uso. Propostas semelhantes foram suspensas nos últimos anos pela Justiça de São Paulo, como uma aplicada no Metrô paulistano e da concessionária da Linha 4-Amarela, que tinha o viés comercial.

Na última terça-feira (11), durante reunião entre os representantes das secretarias de Educação e Esportes (SEE) e de Defesa Social (SDS) com gestores das Gerências Regionais de Educação do Estado, foi anunciado pela secretária de Educação, Ivaneide Dantas, que o governo de Pernambuco planeja adotar reconhecimento facial como medida de segurança nas escolas estaduais.

“O governo do estado de Pernambuco está criando um plano de segurança nas escolas. Nós teremos ações do tipo: videomonitoramento nas escolas, reforço da patrulha escolar, central de monitoramento de todas as escolas a ser implantada em cada regional, o reconhecimento facial para nas unidades escolares os estudantes e qualquer outra pessoa que entre nessa unidade escolar e acrescentar que isso é uma política preventiva, uma reação a violência iminente”, pontuou Ivaneide.

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Apesar do anúncio, a secretária não informou um prazo para que a medida seja introduzida nas escolas de Pernambuco. O recurso de reconhecimento facial não é uma novidade no Estado. O município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, já adota o modelo desde 2017 na gestão do ex-prefeito Anderson Ferreira (PL).

O Palmeiras aproveitou um jogo-treino no Allianz Parque, nesta terça-feira (10), para testar uma tecnologia que vai permitir a entrada de sócios no estádio apenas com reconhecimento facial. Cerca de 1200 associados participaram dos testes.

E a avaliação inicial é positiva. Apenas 2% das pessoas que estiveram no Allianz Parque para assistir o jogo-treino entre Palmeiras x Monte Azul tiveram problemas no novo acesso.

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O clube deve iniciar os primeiros jogos oficiais com a nova tecnologia já no Campeonato Paulista. A tendência é que seja apenas em um setor do estádio, mas que, ainda em 2023, opere em 100% do Allianz Parque.

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A Prefeitura de São Paulo suspendeu temporariamente o edital do programa Smart Sampa, de implementação de câmeras de reconhecimento facial. A gestão Ricardo Nunes (MDB) diz que a decisão foi motivada para "dirimir toda e qualquer dúvida" sobre a proposta. O pregão eletrônico foi criticado por parlamentares e entidades, por envolver tecnologias que iriam identificar "vadiagem" e pessoas pela cor de pele e, também, por citar um possível monitoramento de redes sociais de cidadãos. No exterior e outras partes do País, o reconhecimento facial também é contestado por violação a direitos individuais e a possibilidade de falsos positivos, principalmente envolvendo pessoas negras.

Em nota, a Prefeitura afirmou que "suprimiu os termos vadiagem e cor, que constavam da primeira versão do edital" e "deram margem a interpretações equivocadas". O pregão eletrônico estava marcado para ontem, para selecionar a empresa que implementaria o programa, com 20 mil câmeras, além de sistemas de gerenciamento de dados. A iniciativa é vinculada à Secretaria Municipal de Segurança Urbana. No caso de câmeras de reconhecimento facial, estão previstas ao menos 500 unidades.

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Como o Estadão noticiou, a iniciativa é uma estratégia de segurança pública, mas também envolverá outras funcionalidades, como de gerenciamento de tráfego e busca de desaparecidos, por exemplo. O programa é inspirado em exemplos dos Estados Unidos, como Chicago e Dallas. Por outro lado, cidades também norte-americanas, como Portland e São Francisco, baniram a tecnologia nos últimos anos.

A proposta é que a base de dados da plataforma absorva os equipamentos privados cadastrados no City Câmeras, programa municipal que está em suspenso desde meados do ano passado. Isso após o fim da doação do serviço, que abrange cerca de 3,5 mil câmeras.

Em nota, a secretaria afirmou que "a tecnologia pode e deve ser empregada também nas políticas de segurança pública preventiva, desde que corrigindo erros anteriores, respeitando as leis e os direitos individuais". "A comparação com uma espécie de Big Brother é fruto de desconhecimento, avaliação superficial do programa e serve apenas para confundir a população."

DIVISÃO

Segundo a gestão Nunes, as câmeras serão dispostas em pontos de maior número de ocorrências e movimentação, com ao menos 50 unidades para cada um dos 96 distritos e 200 para cada uma das 32 subprefeitura. A ideia é que o sistema também seja alimentado com imagens captadas por drones, câmeras corporais e veiculares.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura de São Paulo lançou um edital para contratar um sistema de monitoramento que identifica pessoas suspeitas a partir de características como cor de pele. A iniciativa quer instalar 20 mil câmeras até 2024 com investimento de R$ 70 milhões por ano. 

O edital do Smart Sampa prevê o uso do reconhecimento facial e diz que as câmeras devem embarcar analíticos que permitam o rastreio de “uma pessoa suspeita, monitorando todos os movimentos e atividades”. O texto também afirma que a pesquisa deve ser “Feita por diferentes tipos de características, como cor, face”, e aponta situações como “vadiagem” e “tempo de permanência” como comportamento suspeito. 

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Prevista na Lei de Contravenções Penais, a vadiagem prevê prisão de 15 dias a três meses a quem se entregar “habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover a própria subsistência mediante ocupação ilícita”.

No entanto, um projeto de lei de autoria dos deputados Glauber Braga, Talíria Petrone, Fernanda Melchionna e Áurea Carolina, todos do PSOL, quer revogar o trecho e substituir por: “A pretensão punitiva da vadiagem configura, senão um deboche, uma dupla punição a milhares de brasileiras e brasileiros vitimados pelo desemprego, pela fome e pelo descaso do estado”. 

Assim como outros grandes times do futebol brasileiro, o Palmeiras enfrentou problemas relacionados à venda ilegal de ingressos neste ano. Principalmente nos jogos de maior apelo, os torcedores alviverdes alegam dificuldades para encontrar entradas nos serviços oferecidos pela instituição. Para combater os cambistas e modernizar o acesso ao Allianz Parque, o clube deseja colocar em prática o modelo de reconhecimento facial e, para isso, vai realizar alguns testes antes de tomar uma decisão final.

A princípio, existia possibilidade de o Palmeiras testar o sistema em uma partida do Brasileirão, mas tal intenção foi descartada. Campeão brasileiro, o time alviverde faz apenas mais uma partida como mandante. Será na próxima quarta-feira, dia 7, quando os jogadores vão receber o troféu pela conquista antecipada. O clube optou por realizar os testes na sede social, ainda neste mês de novembro.

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"Em meados de novembro vamos instalar o equipamento no clube social para realizar testes. E no Paulistão já teremos esse equipamento. Ele será extremamente importante. Só assim para combater o cambismo. Isso é uma falta de respeito ao torcedor. Ele colabora e é prejudicado por essa conduta criminosa. Com o reconhecimento facial resolvemos isso", afirmou Leila Pereira, presidente do Palmeiras, durante evento do Campeonato Paulista nesta semana.

Em setembro, o Palmeiras expulsou 200 cambistas do programa de sócio-torcedor e solicitou à Polícia Civil a abertura de um inquérito para investigar os infratores. Além disso, antes da partida contra o Athletico-PR pela semifinal da Copa Libertadores, diversos criminosos que vendiam ingressos ao redor do estádio tiveram os bilhetes apreendidos e precisaram prestar depoimento na delegacia. Apesar disso, ainda existem torcedores vendendo ingressos pelas redes sociais, sem qualquer constrangimento.

Atualmente, os torcedores do Palmeiras devem passar um código de barras nas catracas para entrar no Allianz Parque. Com a dificuldade de identificação na chegada dos fãs ao estádio, o cambismo castiga o time e os apoiadores. Entretanto, o clube entende que o sistema de reconhecimento facial, que é inédito na América do Sul, acabará com o esquema.

Para Samuel Ferreira, CEO da Meep, empresa de meios de pagamento que atendeu ao Allianz Parque e ao Mineirão, e será responsável por todo sistema de atendimento e pagamentos da Arena MRV, futuro estádio do Atlético-MG, é fundamental deixar o consumo mais simples e fácil no momento de fidelizar os consumidores. Além disso, os clubes devem garantir segurança no processo de compra dos clientes.

"A biometria facial é uma tecnologia de ponta extremamente fácil e de grande agilidade. Eventualmente no cenário dos clubes ela é uma ótima estratégia para otimizar o tempo e segurança dos torcedores, além de promover uma experiência única para qualquer consumidor que a adquira que estará presente no futuro dos eventos esportivos", explicou Samuel.

Entre os grandes clubes brasileiros, o Internacional é um dos clubes que já vem fazendo estudos e trabalhando para adotar uma tecnologia mais avançada no Beira-Rio, mas no modelo de biometria. "Estudamos para o próximo ano a implementação de leitura facial em alguns setores mais nobres do estádio", comenta Victor Grunberg, vice-presidente de administração e patrimônio do Internacional.

A Ucrânia usa tecnologia de reconhecimento facial para identificar soldados russos mortos durante a invasão de seu território, em uma aplicação complexa e inovadora de um programa considerado problemático, segundo especialistas.

Kiev usa os dados obtidos no processo para localizar e notificar os parentes dos mortos, em um ato que visa, segundo a Ucrânia, passar pelo filtro russo da informação.

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Embora esse tipo de inteligência artificial possa oferecer a conclusão negada pela guerra ou pelo sigilo do Kremlin, o potencial de erro é considerável e tem consequências.

"Se você é um parente russo informado de que seu filho morreu quando isso não é verdade, isso leva a um complexo dilema ético", diz Jim Hendler, diretor do Instituto de Exploração e Aplicativos de Dados do Instituto Politécnico Rensselaer, no estado de Nova York.

A empresa americana Clearview AI, regularmente criticada por defensores da privacidade, diz que oferece às autoridades ucranianas acesso gratuito ao seu serviço que combina imagens da internet com fotos enviadas por usuários que tentam identificar alguém.

"As autoridades ucranianas que receberam acesso ao Clearview AI expressaram sua empolgação e esperamos ouvir mais", disse Hoan Ton-That, CEO e fundador da empresa, em comunicado.

O vice-primeiro-ministro ucraniano, Mykhailo Fedorov, escreveu nesta sexta-feira que o país está usando "inteligência artificial" para buscar nas redes sociais perfis de soldados russos por meio de imagens de seus corpos e, em seguida, relatar suas mortes a suas famílias.

Ele acrescentou que um dos propósitos é "dissipar o mito de uma 'operação especial'", referindo-se à insistente definição de Moscou para a guerra.

As autoridades ucranianas não responderam aos pedidos da AFP por informações sobre a declaração de Fedorov.

- Problemas conhecidos -

O balanço mais recente divulgado pelo Kremlin indicava apenas 500 soldados mortos, mas o número não é atualizado há semanas e a Otan calcula que o conflito pode ter deixado até 40.000 soldados russos mortos, feridos, desaparecidos ou fora de ação.

Notícias sobre a morte de soldados e seus funerais foram publicadas na imprensa russa, indicando que os oficiais informaram às famílias pouco mais do que o local onde s militares faleceram.

O reconhecimento facial irrompe na guerra como uma tecnologia que enfrenta questões significativas, desde a invasão de privacidade das pessoas até críticas à identificação errônea de pessoas negras.

Especialistas apontam que o reconhecimento facial pode ser particularmente problemático quando usado em mortos, especialmente porque as pessoas parecem muito diferentes depois que sofrem ferimentos de guerra na comparação com suas fotos de casamento bem iluminadas e sorridentes, por exemplo.

"Um dos problemas mais conhecidos com a tecnologia de reconhecimento facial é que ela não é perfeita e cometerá erros que, em alguns casos, podem mudar vidas", diz Eric Goldman, codiretor do Instituto de Direito de Alta Tecnologia da Faculdade de Direito da Universidade de Santa Clara.

No entanto, acrescenta que, muito depois das guerras, há famílias que não sabem o que aconteceu com seus entes queridos que foram lutar e nunca mais voltaram, observando a utilidade potencial da tecnologia nesses casos.

"Podemos imaginar circunstâncias em que a capacidade de reduzir o número de pessoas desaparecidas em ação seria realmente útil", afirma, observando que o reconhecimento facial não é necessariamente a solução.

Em uma carta que oferece seus serviços às autoridades ucranianas, a Clearview, criada com imagens de páginas públicas da web e se promovendo como uma ferramenta de aplicação da lei, argumentou que poderia ser realmente útil.

A empresa, que foi multada em US$ 22 milhões pelo uso de seu programa na Itália este mês, assegurou que seu banco de dados inclui cerca de 2 bilhões de imagens do VK, o equivalente russo do Facebook, e pode ajudar a identificar os mortos sem a necessidade de informações como impressões digitais.

Quanto à capacidade de identificar com precisão os mortos, a Clearview afirmou trabalhar "de forma eficaz, independente dos danos faciais que possam ter ocorrido", mas a AFP não conseguiu verificar essa afirmação de forma independente.

O Facebook deixará de usar seu sistema de reconhecimento facial que permite identificar, desde 2010, uma pessoa em fotos ou vídeos publicados na rede social, anunciou sua casa matriz nesta terça-feira (2).

O anúncio ocorre em um momento em que o Facebook luta contra uma grande crise após o vazamento na imprensa nos Estados Unidos de uma grande quantidade de documentos internos.

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"Há muitas preocupações sobre o lugar que a tecnologia de reconhecimento facial ocupa na sociedade e os reguladores ainda estão no processo de fornecer um conjunto claro de regras para regirem seu uso", disse a Meta em um comunicado.

"Em meio a essa incerteza constante, acreditamos que é adequado limitar o uso do reconhecimento facial a um conjunto reduzido de casos", acrescentou.

Não está claro quando as mudanças entrarão em vigvor, mas serão amplamente sentidas porque, segundo a plataforma, mais de um terço dos usuários optou por usar o sistema de reconhecimento facial.

A modificação "resultará no cancelamento de mais de um bilhão de perfis individuais de reconhecimento facial", segundo o comunicado.

O Facebook acabou de mudar o nome de sua empresa matriz para "Meta", em um esforço para chamar a atenção para sua visão da realidade virtual para o futuro, tentando mudar o foco sobre os diversos escândalos em que está envolvido.

Facebook, Instagram e WhatsApp, que são usados por bilhões de pessoas no mundo, manterão seus nomes.

Para quase todas as restrições de videogame, crianças e adolescentes encontram uma maneira de contorná-las. Mas o espaço de manobra está diminuindo na China, que agora quer usar o reconhecimento facial para controlar quem fica jogando além do toque de recolher cibernético para menores de 18 anos - entre 22 horas e 8 horas -, imposto em 2019.

A tecnologia é muito usada na China para facilitar as atividades diárias e também para regular o comportamento do público. Os hotéis a utilizam no check-in, enquanto o Estado a usa para rastrear suspeitos de crimes.

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A China já havia determinado que jogadores menores de 18 anos deveriam fazer o logon usando seus nomes reais e números de identificação como parte das regulamentações para limitar o tempo diante da tela e controlar o vício em internet.

Mas, antecipando que adolescentes espertos poderiam tentar usar os dispositivos ou identidades de seus pais para contornar as restrições, o conglomerado de internet chinês Tencent anunciou que está fechando a brecha com a adoção da tecnologia de reconhecimento facial em seus videogames.

"Crianças, deixem seus telefones de lado e durmam", disse a Tencent em um comunicado na terça-feira, quando apresentou oficialmente os recursos, chamados Midnight Patrol. O lançamento desencadeou um debate nas plataformas de internet chinesas sobre os benefícios e os riscos de invasão de privacidade da tecnologia.

Alguns foram a favor dos controles, dizendo que combaterão o vício da internet entre os adolescentes, mas também questionaram como os dados seriam repassados às autoridades. Outros disseram que a Tencent estava assumindo um papel que seria dos pais.

Milhares de usuários na Internet reclamaram dos controles cada vez mais rígidos e do espaço cada vez menor para o anonimato no ciberespaço. Uma hashtag no Weibo, uma plataforma de microblog, lembrou aos jogadores para se certificarem se estavam totalmente vestidos, caso a câmera capturasse mais do que seus rostos.

Xu Minghao, um programador de 24 anos da cidade de Qingdao, disse que excluirá todos os videogames que precisem de reconhecimento facial, citando questões de privacidade. "Não confio em nenhum desses softwares", escreveu ele.

As preocupações com a privacidade foram amplamente discutidas quando a exigência de registro de nome real para menores foi introduzida em 2019. Descrevendo a tecnologia de reconhecimento facial como uma faca de dois gumes, a Associação da Indústria de Segurança e Proteção da China, um grupo comercial ligado ao governo, afirmou em um artigo publicado no ano passado que a coleta em massa de dados pessoais poderia resultar em violações de segurança.

A Tencent disse que começou a testar a tecnologia de reconhecimento facial em abril para verificar a idade dos ávidos jogadores noturnos e, desde então, a usou em 60 de seus jogos. Em junho, isso levou uma média de 5,8 milhões de usuários por dia a mostrar seus rostos ao fazer o login. E 90% dos que falharam na verificação facial foram bloqueados.

Há muito tempo o governo culpa os videogames por causar miopia, privação de sono e baixo desempenho escolar entre os jovens. Os regulamentos de 2019 também limitaram quanto tempo e dinheiro os usuários menores de idade poderiam gastar jogando videogame.

O reconhecimento facial também será obrigatório a partir de agora para modificar os parâmetros do "filtro parental". Os pais já podiam ativá-lo para limitar o tempo de jogo de seus filhos. Por enquanto, estas novas restrições se aplicam a cerca de 60 títulos, entre eles o imensamente popular "Honor of Kings", que conta com mais de 100 milhões de usuários ativos diários na China. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O reconhecimento facial avança em alta velocidade na Rússia, com câmeras que controlam a cidade, as portas dos metrôs e os caixas dos supermercados, em um contexto de progresso tecnológico e também de temores de um eventual abuso em benefício das autoridades.

Abaixar a máscara, olhar para a câmera e... pronto! As compras já estão pagas. Nos caixas automáticos de uma das principais redes de supermercados russos, os clientes curiosos testaram a novidade introduzida nesta semana em Moscou pelo X5, o primeiro grupo de distribuição do país.

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O grupo X5, ao qual pertencem importantes redes de supermercados da Rússia, como Perekrestok e Pyaterotchka, se associou ao sistema de pagamentos Visa, assim como ao Sberbank, a principal instituição bancária e estatal russa atualmente em plena transformação como gigante digital.

A quantidade de supermercados conectados ao sistema deve aumentar de 52 em Moscou nesta semana para 3.000 em toda a Rússia até o final de 2021, disse à AFP Ivan Melnik, diretor de inovação do X5.

"É prático, você não precisa levantar a carteira ou tirar o celular do bolso, só tem que pressionar um botão e pagar com o seu rosto", explica Melnik.

Ele acrescentou que essas transações são "seguras e encriptadas", e uma câmera 3D que mede a profundidade do rosto evita as tentativas de roubo de identidade.

- Pandemia, o catalisador -

Por trás deste sistema está o Sberbank, que há vários meses propõe aos seus milhões de clientes - 70% dos russos usam seus serviços, segundo o grupo - registrar seus dados biométricos para acessar o pagamento por reconhecimento facial.

A pandemia catapultou essas tecnologias.

"O desejo dos russos de se proteger durante a pandemia impulsionou a solicitação de pagamentos que não sejam em dinheiro em notas", disse Mikhail Berner, responsável da Visa na Rússia.

Segundo o jornal Kommersant, as autoridades querem acelerar a coleta de dados biométricos iniciada em 2018, para passar dos apenas 164.000 atualmente para mais de 70 milhões no prazo de dois anos.

Moscou reforçou seu arsenal de mais 100.000 câmeras de vigilância - um dos maiores do mundo - e o usou para controlar o respeito do confinamento na pandemia.

O metrô de Moscou começou em setembro de 2020 a colocar câmeras de reconhecimento facial nas entradas. Todas as estações da cidade já estão equipadas, para vigiar e pagar desde o início de 2021.

"Só se controla as pessoas que estão na lista de procurados", segundo Andréi Kishiguin, chefe adjunto do metrô e encarregado da segurança.

"As informações são armazenadas em um centro de dados ao qual somente as forças de segurança têm acesso", acrescentou, destacando que desde setembro cerca de 900 pessoas foram detidas.

O consentimento será exigido para os pagamentos, o que não ocorre no uso do reconhecimento facial para prender supostos criminosos.

A Prefeitura do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, anunciou nesta quinta-feira (21) que o município será equipado com câmeras de reconhecimento facial, além de pontos com internet via wi-fi que serão disponibilizados de forma gratuita para a população após firmar parceria.

Os "incrementos" tecnológicos no município são frutos de uma parceria entre a Secretaria de Segurança e Mobilidade da prefeitura, e uma empresa do ramo de tecnologia. Serão, a princípio, três pontos com conexão liberada via wi-fi. Praça Aníbal Fernandes, em Jd. Paulista, Praça Emílio Russel, em Maranguape I e a Praça José Lopes de Araújo, em Maranguape II. Os locais também terão câmeras com reconhecimento facial instaladas. 

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"A adição de câmeras de monitoramento facial irá facilitar o trabalho de prevenção e combate a crimes na cidade. Os avanços tecnológicos na área de segurança no município de Paulista fazem parte do plano de 100 dias da gestão municipal”, destacou o Superintendente da Secretaria de Segurança e Mobilidade, Thiago Buarque. 

A suspensão das aulas presenciais no ano de 2020 em decorrência da pandemia de Covid-19 fortaleceu empresas de tecnologia aplicada ao ensino e aprendizado, devido à necessidade de dar seguimento aos calendários letivos, por meio de atividades a distância. A startup Prova Fácil, que oferece soluções para realizar avaliações em ensino remoto, foi uma das beneficiadas por essa realidade e fechará o ano com crescimento de 40% devido à conquista de novos clientes e quase 700 mil novos usuários (gestores educacionais, professores e estudantes). 

Ao todo, foram 19 milhões de provas aplicadas e 3 milhões de novos acessos à plataforma. Entre os serviços oferecidos, uma novidade deste ano foi uma ferramenta de reconhecimento facial de alunos durante a realização das provas, além de um sistema de browser fechado (quando a prova começa o navegador entra em modo tela cheia, sem elementos de navegação, e só fecha após o fim da resolução das questões). 

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Para Adriano Guimarães, CEO da empresa, tais ferramentas possibilitam a mesma segurança das provas presenciais, mas no ensino remoto. “Durante a pandemia nossa solução viabilizou a continuidade do ensino em todo o Brasil, permitindo que as avaliações fossem realizadas remotamente da mesma forma que na sala de aula”, disse ele.

Guimarães aposta, ainda, nas vantagens que as instituições de ensino podem ter com o Prova Fácil para projetar um 2021 de crescimento forte para a empresa. “Com a implementação, todas as etapas avaliativas são concluídas rapidamente. A ferramenta pode gerar até 35% de redução nos custos operacionais, 70% de diminuição do tempo gasto com correção de provas e 92% de redução nos pedidos de revisão de prova”, afirmou o CEO. 

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O Ministério da Infraestrutura quer implantar nos aeroportos do país uma nova tecnologia para o processo de embarque. O projeto, batizado de Embarque Seguro, permite o uso da tecnologia de reconhecimento facial para a realização do procedimento. Segundo a pasta, a iniciativa vai tornar mais eficiente o processo de embarque nos aeroportos e também dar mais segurança nas viagens aéreas.

O uso do reconhecimento facial para o procedimento de embarque começou a ser testado na última quinta-feira (8) no Aeroporto Internacional de Florianópolis (SC). Por enquanto, apenas voluntários vão testar a nova tecnologia. A intenção do governo federal é implantar o projeto paulatinamente nos principais aeroportos, quando a solução estiver aprovada.

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Sistema nacional unificado

De acordo com a assessoria do ministério, apesar de a tecnologia de reconhecimento facial para a identificação do passageiro e embarque automático nos portões eletrônicos (e-gates) já estar disponível no mercado, ainda não existia um sistema nacional unificado que possibilitasse checar e validar, com rapidez e segurança, a identidade do passageiro a partir do cruzamento com diferentes bases de dados governamentais.

“Com o desenvolvimento da solução conduzida pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) do Ministério da Infraestrutura, as autoridades de segurança poderão utilizar inteligência na avaliação de risco antecipada dos viajantes por meio do Sistema Brasileiro de Informações de Passageiros (Sisbraip)”, informou a pasta.

Os testes do projeto-piloto do Embarque Seguro em Florianópolis serão realizados com passageiros voluntários da companhia aérea Latam. A conferência da identidade do viajante ocorrerá no momento do check-in eletrônico com a vinculação de uma foto ao bilhete aéreo, que permitirá o acesso facilitado do passageiro à sala de embarque. O embarque na aeronave ocorrerá por meio da biometria do viajante, sem a necessidade da apresentação de qualquer documento.

A tecnologia foi desenvolvida em parceria com o Serpro, empresa de tecnologia da informação do governo federal, que desenvolveu um aplicativo que permite o cadastramento da foto do passageiro, ficando vinculada ao seu CPF.

A verificação da identificação biométrica é feita por checagem junto ao banco de dados da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que possui cerca de 56 milhões de registros ativos. A intenção é que, posteriormente, outros bancos governamentais sejam utilizados para ampliar o universo de dados que podem ser validados.

Cada estudante terá sua senha no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Digital, segundo o Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeita (Inep). Esse método de segurança, segundo a autarquia, será por meio de reconhecimento facial do estudante. 

As instruções foram dadas em uma matéria publicada nesta segunda-feira (13), no site do Ministério da Educação (MEC), sobre um webniário que discutiu o papel da tecnologia da informação para garantir a realização e a segurança do Enem Digital.

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“Cada participante terá a sua senha específica, com reconhecimento facial, e a gente trabalha bastante com camadas de criptografia, além de vários certificados digitais. O desafio é grande, mas o que está sendo preparado é um exame muito seguro e diferente do que já se viu até hoje”, disse o diretor de Tecnologia da Informação e Disseminação de Informações Educacionais do Inep, Camilo Mussi, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa do MEC.

Ainda de acordo com o texto, o Inep está tomando diversas medidas de segurança em relação à prova. “O participante quer ter a certeza de que, ao digitar as suas escolhas no gabarito, não haja alterações. Por isso, nós estamos trabalhando com tecnologias para que não aconteça nenhuma fraude”, explicou Mussi, de acordo com a matéria.

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Uma falha em um sistema de reconhecimento facial levou à prisão de um afro-americano em Detroit, segundo uma denúncia apresentada nesta quarta-feira (24) que destaca preocupações sobre o uso da tecnologia criticada por reforçar o preconceito racial.

A União Americana das Liberdades Civis (ACLU) afirmou que este é o primeiro caso conhecido de uma prisão ilegal baseada na tecnologia, que seus críticos consideram imprecisa na distinção entre rostos afro-americanos.

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"Embora Robert Williams possa ser o primeiro caso conhecido, ele certamente não é a primeira pessoa a ser detida e interrogada erroneamente com base em uma descoberta falsa de reconhecimento facial", disse a ACLU no Twitter.

Williams escreveu no The Washington Post que foi preso fora de sua casa em janeiro e detido por 30 horas, antes de descobrir que havia sido identificado erroneamente por imagens feitas por câmeras de vigilância durante um assalto a uma relojoaria.

"Eu nunca pensei que teria que explicar para minhas filhas por que papai foi preso", escreveu Williams.

"Como explicar a duas meninas que um computador errou, mas que a polícia acreditou mesmo assim?"

A notícia é divulgada em meio a protestos contra o racismo e a brutalidade policial após mortes de afro-americanos por agentes brancos e à preocupação de que estas tecnologias possam acentuar a discriminação.

Vários estudos indicaram que os sistemas de identificação utilizados nos Estados Unidos podem dar resultados absolutamente errados quando aplicados em afro-americanos.

Nesse contexto, empresas como IBM, Amazon e Microsoft anunciaram que não venderiam estes sistemas a departamentos de polícia. Mas sistemas de outras empresas são usados em grande escala no país.

A prefeitura de Boston aprovou nesta quarta-feira a proibição da utilização da tecnologia por autoridades municipais, tornando-se a segunda maior cidade do mundo, depois de San Francisco a tomar essa decisão.

Desculpas e limpeza de registros

Em uma queixa formal ao departamento de polícia, o advogado da ACLU, Phil Mayor, solicitou a retirada das acusações e do registro de prisão, além de um pedido público de desculpas a Williams.

O defensor informou ainda que Williams tem o direito de entrar com uma ação judicial.

A ACLU também afirmou que a polícia deveria abandonar o uso da tecnologia de reconhecimento facial como ferramenta em suas investigações e que todas as imagens de Williams deveriam ser removidas de seus bancos de dados.

Williams relatou no The Washington Post a experiência de ser algemado diante de sua família e a noite que passou "no chão de uma cela suja e superlotada".

"Como qualquer outra pessoa, fiquei com raiva por estar acontecendo comigo", disse ele.

"Como qualquer outro homem negro, eu tinha que considerar o que poderia acontecer se eu fizesse muitas perguntas ou demonstrasse abertamente minha raiva, mesmo sabendo que não havia feito nada errado".

A Microsoft se uniu nesta quinta-feira (11) a outros gigantes tecnológicos da concorrência ao anunciar que proibirá a polícia de usar suas ferramentas de reconhecimento facial, devido à ausência de regulamentação governamental.

"Não venderemos tecnologia de reconhecimento facial aos departamentos de políca dos Estados Unidos até que tenhamos uma lei nacional, baseada nos direitos humanos, que regirá esta tecnologia", disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, ao jornal The Washington Post.

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Os comentários seguem decisões semelhantes das concorrentes Amazon e IBM, em meio à pressão exercida por ativistas diante das grandes empresas tecnológicas com o objetivo de restringir o desenvolvimento de ferramentas criadas por estas empresas, que poderiam ser utilizadas para discriminar as minorias.

"A conclusão que chegamos é proteger os direitos humanos das pessoas à medida em que se implementa esta tecnologia", afirmou Smith.

Em 2018, a Microsoft anunciou que implementaria uma série de princípios antes de lançar a tecnologia de reconhecimento facial, incluindo a "justiça", a não discriminação e a vigilância legal.

Os movimentos das empresas de tecnologia ocorrem em meio aos protestos generalizados pela violência policial e a preocupação de que os sistemas de reconhecimento facial sejam falhos, especialmente ao analisar as características dos afroamericanos.

Os ativistas também afirmam que as ferramentas tecnológicas podem usar algorítmos que discriminam, intencionalmente ou não, contra os negros.

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