Tópicos | Senado

Os senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a elevada quantidade de assassinato de jovens no país virão a Pernambuco no próximo dia 11 para debater a questão no Estado com autoridades locais e entidades da sociedade civil. A audiência pública, solicitada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), membro da CPI, será realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Participarão do evento representantes da secretaria de Defesa Social, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, movimentos civis pernambucanos de direitos humanos e vereadores de municípios do Estado vinculados às comissões municipais de direitos humanos. 

##RECOMENDA##

No requerimento apresentado à CPI, Humberto ressaltou que o Estado é um dos que apresenta maior índice de assassinato de jovens negros no país, mesmo depois da implantação do Pacto pela Vida. 

“Apesar de eficiente, o programa não conseguiu reduzir a quantidade de jovens assassinados, principalmente negros e pobres. Morreram 11 vezes mais negros do que brancos em Pernambuco. Precisamos entender as causas dessa alta taxa de mortalidade para enfrentá-la com mais sucesso”, avalia. 

O senador também demonstra preocupação com os índices alarmantes divulgados pelo Fórum Nacional de Segurança Pública que apontam Pernambuco como a segunda unidade da Federação de risco considerado “muito alto” aos jovens. Em todo o território nacional, fica atrás apenas da Paraíba.

O plenário do Senado aprovou na noite desta quarta-feira, 2, no pacote da Reforma Política, uma janela permanente para troca de partidos. De acordo com a emenda, será permitida a migração de legenda a cada dois anos, 13 meses antes da data das eleições, ou seja, um mês antes do período de filiação.

Mais cedo, os senadores aprovaram uma proposta que proíbe empresas de doarem a partidos. A mudança, que passou com o apoio de 36 votos contra 31, ocorreu a partir da aprovação de uma sugestão apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

##RECOMENDA##

Assim que a medida foi aprovada no Senado, alguns deputados, que haviam votado no mês passado, na Câmara, contra as doações - e que ainda se encontram em sessão deliberativa na Casa - comemoraram a proibição. Na Câmara, a Reforma Política foi aprovada com a permissão de doação empresarial para partidos. Naquela ocasião, o texto foi aprovado com votos favoráveis de 317 deputados e 162 contra.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 2, em votação simbólica, o texto-base da reforma política. Os senadores vão votar agora uma série de emendas que discutem, entre outros pontos, o fim do financiamento de empresas a candidatos. Após a conclusão da votação, se os senadores mantiverem as alterações no texto que veio da Câmara, o projeto terá de passar por nova análise dos deputados.

O plenário do Senado aprovou na noite desta quarta-feira, 2, uma proposta do pacote da reforma política que proíbe empresas a doarem a partidos. A Casa já havia recusado anteriormente a possibilidade de pessoas jurídicas fazerem contribuições diretamente para partidos políticos. A mudança, que passou com o apoio de 36 votos contra 31, ocorreu a partir da aprovação de uma sugestão apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Os senadores permitiram doações de pessoas físicas. Contudo, houve um acordo para permitir que, em vez de limitado a 10% dos rendimentos que elas tiveram no ano anterior à eleição, as pessoas físicas não terem nenhuma limitação para fazerem contribuições eleitorais.

##RECOMENDA##

Embora sem teto de doações para pessoas físicas, a senadora Vanessa Grazziotin elogiou a decisão de acabar contribuição de pessoa jurídica. "Pessoas físicas, essas, sim, têm todo o direito de doar para quem quer que seja, porque elas são pessoas físicas, elas atuam votando e ajudando os candidatos que apoiam, e não as pessoas jurídicas", defendeu Vanessa.

Em votação simbólica, o plenário do Senado já havia aprovado o texto-base da reforma política. No momento, os senadores discutem novas alterações ao texto. Ao final da votação, o texto terá de voltar para a Câmara. Os deputados anteriormente aprovaram doações de empresas a partidos, com limitações.

Apoiado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o juiz federal Marcelo Navarro negou nesta quarta-feira, 2, ter qualquer relação com o empresário Marcelo Odebrecht e outros investigados na Operação Lava Jato. O posicionamento ocorreu durante sabatina realizada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que aprovou a sua indicação para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com a decisão do colegiado, o nome do juiz foi encaminhado, em regime de urgência, para análise pelo Plenário do Senado.

Navarro disse que não ia entrar no mérito de "especulações" e que é "inverossímil e infactível" que sua nomeação pudesse influenciar nas decisões do STJ sobre o caso Lava Jato. "Não tenho nenhum conhecimento nem com o senhor Marcelo Odebrecht nem com ninguém da Operação Lava Jato. Simplesmente, não os conheço. Não tenho, por isso, nenhum impedimento, nenhuma suspeição, se tiver que vir a julgar esse caso", acrescentou.

##RECOMENDA##

O juiz também foi questionado a respeito do processo de delação, um dos principais instrumentos jurídicos utilizados no âmbito da Lava Jato. "A delação premiada ou colaboração premiada, como preferem alguns, tem se revelado um instrumento hoje essencial, principalmente no combate ao crime organizado. Na verdade, ela abriu um leque de importantes medidas possíveis para o desmantelamento de estruturas que já atuavam no Brasil há muito tempo", avaliou.

Durante a sabatina, Navarro também foi questionado pelos senadores se teriam ocorrido "trocas de favores" para que ele fosse escolhido para assumir a vaga no STJ apesar de ser o segundo na lista tríplice de indicados.

"O fato de não ter constado em primeiro lugar na lista não tem nenhuma significação nas escolhas para o Superior Tribunal de Justiça, até onde eu me lembre. O mesmo acontece nos Tribunais Regionais Federais, nos Tribunais de Justiça e nos Tribunais do Trabalho. Só no STJ, por exemplo, o último ministro escolhido foi o terceiro da lista", ressaltou.

Na sessão, ele também foi abordado sobre temas polêmicos que têm sido tratados atualmente pelo Congresso, como é caso do projeto que prevê a redução da maioridade penal. "Acho que a redução da maioridade penal pura e simplesmente não vai resolver de forma alguma o problema da criminalidade no Brasil. Tive uma experiência de quatro anos como Presidente do Conselho Penitenciário do Rio Grande do Norte, conheço o que são as nossas cadeias, conheço o que são as nossas penitenciárias, as condições difíceis em que se vive nesse particular, e isso não tem a ver com o atual governo, com o governo anterior nem com o governo anterior ao anterior. É uma situação que o Brasil precisa enfrentar há muito tempo".

O projeto de reforma política que o plenário do Senado deve votar nesta semana reforça o poder dos grandes partidos e dificulta a eleição de parlamentares pelas chamadas legendas "nanicas". Se aprovada, a proposta deve reduzir a fragmentação do Congresso já nas próximas eleições.

Há três itens no projeto que beneficiam especialmente os partidos com grandes bancadas, como PT, PMDB e PSDB. O principal é o artigo que torna inócuas as coligações nas eleições para deputado. O texto também restringe o acesso de nanicos a debates e reduz seu "valor" nas coligações majoritárias - para prefeito, governador e presidente - ao reduzir suas cotas no tempo de TV do horário eleitoral.

##RECOMENDA##

Como compensação, a proposta oferece a partidos ameaçados de encolhimento a possibilidade de se unir em uma federação, organismo formado por duas legendas ou mais, mas que funcionaria como uma única.

As coligações nas eleições para a Câmara são importantes para os "nanicos" porque nem sempre eles obtêm, sozinhos, o quociente eleitoral - número mínimo de votos para eleger um deputado. Alianças com legendas maiores eliminam esse obstáculo, já que quem precisa atingir esse número mínimo de votos é a coligação, ou seja, a soma do resultado eleitoral de todos os seus integrantes.

O projeto do Senado, porém, determina que as vagas para a Câmara sejam divididas com base no desempenho de cada partido, independentemente do fato de ele fazer ou não parte de coligação. Essa mudança deve trazer alterações significativas no quadro político. Se a eleição de 2014 tivesse sido realizada sem coligações, o número de partidos representados na Câmara teria sido de 22, em vez de 28. PMDB, PT e PSDB, que elegeram pouco mais de um terço dos deputados, teriam ocupado mais da metade das vagas.

A restrição às coligações não constava do projeto de reforma política já aprovado pelos deputados - foi inserida relator da proposta no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Se aprovada pelos senadores, só entrará de fato em vigor se passar por uma segunda votação na Câmara.

Prazos

O Congresso corre contra o tempo para que a reforma seja válida já nas eleições municipais de 2016. Para que isso ocorra, o trâmite das novas regras precisa ser concluído um ano antes do pleito.

O projeto que o Senado deve votar nesta semana é o PLC 75/2015, que altera a Lei dos Partidos Políticos, a Lei Eleitoral e o Código Eleitoral. Ainda não há data para os senadores votarem a proposta de emenda constitucional que concentra outros pontos importantes, como o fim da reeleição e a manutenção do financiamento privado de campanhas.

Presidente da Comissão de Reforma Política, o senador Jorge Viana (PT-AC) lamenta que não tenha ocorrido a mudança na forma de financiamento. "Tive de abrir mão (do fim do financiamento privado). Mesmo com a Operação Lava Jato, estamos jogando fora uma oportunidade de mudar isso", disse. Apesar da frustração, Viana aponta vitórias na proposta: o provável fim das coligações proporcionais e algumas medidas para reduzir o custo das campanhas.

"Lamentavelmente, essa uma reforma é tímida", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). "Ela não acabou com o financiamento de empresas para campanhas." Segundo ele, as mudanças previstas são "cosméticas". "O fim da reeleição deve ser a única mudança substancial."

Presidente do DEM, o senador José Agripino (RN) prevê que os senadores e a Câmara devem convergir pelo fim da reeleição. "Isso é consenso, mas ainda há dúvidas sobre a duração do mandato, de 4 ou 5 anos. Foi a reforma possível dentro de um quadro instável. Não houve vencedor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Integrantes da cúpula do PMDB e do PT no Senado veem na iniciativa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy - de tentar recriar a CPMF -, potencial de desconstruir gestos de aproximação entre o Palácio do Planalto e a Casa. Desde o início do mês, o acercamento tem possibilitado ao governo arrefecer a crise política e evitar derrotas legislativas.

Também prevalece a avaliação de que o debate em torno da criação do novo imposto favorecerá ainda o ressurgimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atingido pelas denúncias de envolvimento na Operação Lava Jato. O entendimento é o de que o renascimento político do deputado, atingido pela denúncia de envolvimento na Lava Jato, viria com o enterro da discussão sobre o tributo. "Na discussão da CPMF, o Eduardo Cunha vai sapatear em cima do governo", prevê um interlocutor do Palácio do Planalto.

##RECOMENDA##

Em discussões reservadas, senadores lembram que a última vez em que o ministro Levy tomou a iniciativa de encaminhar ao Congresso proposta com aumento de impostos, sem uma discussão prévia com os parlamentares, foi na medida provisória do fim da desoneração. Em resposta, o presidente do Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu devolver a MP, o que obrigou o governo a enviar um novo texto por meio de projeto de lei, levando ao adiamento da entrada em vigor das novas regras. Desta vez, até mesmo o vice-presidente da República, Michel Temer, foi pego de surpresa com a notícia da recriação da CPMF.

A pessoas próximas, Renan tem lembrado, entretanto, que iniciativas anteriores do Executivo em tentar criar novas receitas com aumento de impostos já fracassaram. Na lista de propostas rejeitadas pelos parlamentares está a que previa a criação da Cide sobre serviços; imposto sobre grandes fortunas e fim da isenção da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

Diante da necessidade de o Executivo buscar alternativas para ampliar as receitas, senadores têm defendido que parte do saneamento das contas da União passa pela discussão de grande temas, como a reforma da Previdência. Outro caminho estudado pelos senadores é a realização de uma triagem dos programas de governo e a eliminação daqueles com menor potencial de retorno social.

O momento da discussão da CPMF também foi considerado inapropriado, uma vez que a semana vinha sendo coroada de fatos positivos ao governo no campo político. Na lista de ações favoráveis dos últimos dias, estava o recuo de Eduardo Cunha na votação da "pauta-bomba"; a criação por parte dos deputados de uma versão da Agenda Brasil; a liberação de R$ 500 milhões em emendas parlamentares; e o apoio concedido pelo empresários em encontro com Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A profissão de detetive está bem próxima de ser regulamentada. Nesta semana, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) que regulamenta o exercício da atividade. Agora, a proposta será analisada no plenário e depois seguirá para a Câmara dos Deputados.

De acordo com o relatório, detetive é o profissional “que, habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade civil ou empresarial, com conhecimento técnico, planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos e visando ao esclarecimento de assuntos de interesse privado do contratante”.

##RECOMENDA##

Segundo Humberto Costa, o detetive é um profissional importante para as atividades jurídicas. “O detetive particular pode ter um papel marcante na nossa sociedade. Quando chamado para prestar serviço de ordem privada, comercial e industrial, ele pode desempenhar uma função valiosa na solução de inúmeros casos, tornando-se um verdadeiro auxiliar da Justiça”, comenta o senador, conforme informações da assessoria de imprensa.

LEIA TAMBÉM: Casos de traição: detetive fatura até R$ 40 mil por mês

A proposta também exige que o profissional passe por formação que envolverá atividade de coleta de dados e informações de interesse privado, cuja carga horária mínima é de 600 horas. O projeto também diz que o currículo do curso será estabelecido pelo Conselho Nacional de Educação, podendo abranger conhecimentos de Direito Constitucional, Penal, Processual, Civil e Direitos Humanos.

Os detetives também deverão ter o ensino médio completo e não serão aceitos aqueles com antecedentes criminais. Questões familiares, conjugais e de identificação de filiação, além de casos de desaparecimento, são algumas das situações em que os profissionais trabalharão. A proposta ainda deixa claro que, caso observe indício de infração penal, o detetive deverá comunicar o caso à polícia.

Se a Presidência da República sancionar o projeto, a proposta ainda permitirá que o profissional se candidate a cargos específicos em empresas públicas ou privadas. Eles também poderão atuar para as instituições que exigem documentação profissional.

Um dia após a aprovação de um novo mandato de dois anos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou a existência de um "acordão" entre o PMDB da Casa e o governo Dilma Rousseff para garantir a recondução do chefe do Ministério Público Federal.

O acerto, antecipado pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, permitiu que Janot passasse nesta quarta-feira (26) em votação secreta no plenário, com o apoio de 59 senadores, 12 votos contrários e uma abstenção.

##RECOMENDA##

"Erra quem pensa que você pode, nas questões institucionais, fazer acordos políticos. A democracia não caminha desta forma. A democracia exige que cada um faça a sua parte, cumpra o seu papel e foi isso que sobejamente o Senado demonstrou", afirmou.

Treze dos 81 senadores são alvos de apurações conduzidas por Janot, quatro deles peemedebistas - inclusive o próprio Renan. Antes do acerto do PMDB, a maior bancada da Casa, com o governo, havia um risco real nos bastidores de rejeição ao nome do procurador-geral.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Ataídes Oliveira (PSBD-TO), quer prorrogar o prazo de atuação da comissão. A previsão é que os trabalhos da CPI sejam encerrados em 15 de setembro, mas, pelo volume de documentos, Oliveira acredita que o prazo precisa ser prorrogado. "Vejo, sim, essa possibilidade", afirmou.

Com dois dos convocados utilizando liminares para permanecer calados e outros dois faltantes, a comissão encerrou por volta das 12h15 a sessão desta quinta-feira, 27. Os ex-conselheiros Jorge Victor Rodrigues e José Ricardo da Silva rejeitaram participar de uma sessão secreta e se negaram a responder perguntas.

##RECOMENDA##

"Não tenho absolutamente nada a ver (com o esquema), não há qualquer prova no processo de que eu tenha qualquer relação com qualquer um dos investigados", afirmou Rodrigues.

O lobista Alexandre Paes dos Santos Neto apresentou petição dizendo que está em Orlando (EUA) para acompanhar o tratamento quimioterápico de sua irmã. O presidente da comissão pediu à secretaria da CPI que prepare pedido de condução coercitiva de Neto.

Já o ex-presidente do Carf Edson Rodrigues não compareceu à sessão e enviou atestado médico afirmando que está com laringite.

O plenário do Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 84 que proíbe a União de criar despesas para os estados e municípios sem apontar uma fonte de receitas ou a transferência de verbas. Com o texto, sempre que aprovadas leis que possam impactar nas contas dos entes federados ou que o governo criar programas que tenham esse tipo de impacto a União deverá apontar uma fonte de recursos que possa suprir as perdas.

A PEC, aprovada nessa quarta-feira (26), faz parte da lista de projetos sugerida pela Comissão Especial do Pacto Federativo, que tem o objetivo de apontar proposições legislativas que possam contribuir para melhorar a situação financeira dos entes federados e ajudar a remover gargalos que impedem o crescimento.

##RECOMENDA##

Uma das reclamações frequentes dos estados e municípios é com relação à criação de pisos salariais nacionais, como já existe para os professores e é pleiteado por policiais e bombeiros. Assim, essas legislações são aprovadas impactando nas contas de custeio dos entes federados. Prefeitos e governadores alegam que isso geralmente não é levado em conta nas decisões federais.

“Nos dois encontros que tivemos, em maio e junho deste ano, governadores e prefeitos pediram ao Legislativo uma repactuação das obrigações orçamentárias. Uma das principais demandas era essa: impedir a União de criar despesas aos estados e municípios sem previsão de recursos. O que for apontado deve ter a respectiva receita. Isso é sinal de ter responsabilidade”, disse o senador Walter Pinheiro (PT-BA), presidente da Comissão do Pacto Federativo, durante a votação do projeto.

A matéria estava na pauta do Senado em regime de urgência e foi aprovada em dois turnos por causa de um calendário especial previamente acordado. Agora o texto segue para a Câmara dos Deputados, onde também precisa ser aprovada em dois turnos.

Sob críticas de senadores pelos rumos tomados pela Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi aprovado nessa quarta (26) pelo Senado para mais um mandato de dois anos. Em votação secreta do plenário, 59 senadores votaram a favor da recondução de Janot, 12 foram contrários e houve uma abstenção. Mais cedo, ele havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa por 26 votos a favor e um contra.

Durante a sabatina, o chefe do Ministério Público Federal negou com veemência ter feito um "acordão" com o governo para, em troca de ser reconduzido, livrar a presidente Dilma Rousseff das apurações da operação e destacou que as investigações vão "até onde as pessoas foram".

##RECOMENDA##

Conforme o Broadcast Político revelou, um acordo fechado entre o governo e a cúpula do PMDB da Casa - maior bancada e cujo presidente Renan Calheiros (AL) e outros três senadores são investigados na Lava Jato - permitiu Janot passar no plenário.

O chefe do MP, que disse jamais viu algo parecido com o "megaesquema" de corrupção na Petrobras nos seus 31 anos de carreira, rebateu as insinuações de que tem blindado o governo para permanecer no cargo. Ele disse que nas investigações da Lava Jato trabalha com uma equipe de 20 procuradores e ainda um grupo de delegados da Polícia Federal. "Se eu tivesse condição de fazer um acordão desses, eu teria de combinar com os russos antes. Vamos convir que isso é uma ilação impossível!", disse.

Diante de senadores que investiga - 13 deles são alvos da operação -, Janot afirmou que atua de forma equilibrada e isenta. "As pessoas me perguntam: 'Até onde a investigação vai?' Eu disse: 'Você tem que perguntar a essas pessoas até onde elas foram'. Até onde elas foram, nós iremos. A gente não criou esses fatos. E nós não temos nenhum preconceito e nenhuma preordenada de investigar um e deixar de investigar outro" destacou.

Provocado por senadores do PT sobre uma suposta seletividade nas investigações, o procurador-geral negou e contra-argumentou com números. Segundo ele, nos dois anos de mandato, ele requereu o arquivamento de 269 inquéritos, ofereceu 26 denúncias criminais e instaurou 81 inquéritos "democraticamente distribuídos por integrantes de todos os partidos". "Então, eu garanto ao senhor que a mão que assina a denúncia é a mesma que assina o arquivamento", respondeu ele ao senador petista Lindbergh Farias (RJ), alvo da Lava Jato.

Tucanos como o senador Aécio Neves (MG), por sua vez, questionaram-no sobre o fato de ele não ter pedido a abertura de inquérito contra Dilma no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da operação. Janot respondeu-lhes se tratar de uma "discussão jurídica", uma vez que o entendimento mais recente da Suprema Corte considera ser impossível investigar a presidente por fatos relativos a um mandato anterior.

O procurador-geral defendeu o uso do instituto da delação premiada que permite "acelerar em muito" as apurações e, para rebater acusações de que o MP pressiona presos para aderirem à colaboração em troca de liberdade, disse que 79% dos acordos fechados na Lava Jato ocorreram com réus soltos.

O mandato de Janot se encerra no dia 17 de setembro. Antes, ele foi aprovado pela maioria da categoria para encabeçar a lista tríplice encaminhada a presidente e indicado por Dilma. A aprovação pelo Senado é a última etapa para reconduzi-lo ao cargo.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado acaba de aprovar, após mais de dez horas de discussão, a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para novo mandato à frente do Ministério Público. Foram 26 votos a favor da permanência de Janot no cargo por mais dois anos e apenas um contra. Agora, o nome do procurador-geral da República precisa ser aprovado pelo plenário do Senado, em votação secreta. O caso foi encaminhado para votação no plenário com urgência, o que permite a análise ainda hoje.

Na sabatina, Janot se deparou com questionamentos dos senadores sobre a condução da Operação Lava Jato. Aos críticos, assegurou que não agiu com "seletividade" na definição dos nomes investigados e que a lei vale para todos. "Pau que dá em Chico dá em Francisco", repetiu Janot diversas vezes. "As pessoas me perguntam até onde a investigação vai. Você tem que perguntar a essas pessoas até onde elas foram. Nós não criamos esses fatos. Não temos nenhum preconceito, nenhum preordenamento", afirmou.

##RECOMENDA##

Ele foi enfático ao negar a existência de um "acórdão" com forças políticas para definir quem seriam os políticos investigados no esquema de corrupção na Petrobras. No início do ano, Janot decidiu que não cabe investigação da presidente Dilma Rousseff por atos alheios ao exercício do mandato. Recentemente, a possibilidade do "acordo" também foi ventilada pela oposição após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ter ficado de fora das primeiras denúncias encaminhadas pela PGR ao Supremo Tribunal Federal, concomitantemente à aproximação do peemedebista com o governo.

"Há 31 anos fiz a opção pelo Ministério Público. A essa altura da minha vida, não deixaria os trilhos da atuação técnica de Ministério Público para me embrenhar num processo que eu não domino e não conheço, que é o caminho da política", disse Janot. "Eu sou do Ministério Público, eu penso como Ministério Público, eu ajo como Ministério Público, e esse é o compromisso que assumo. Não há possibilidade de qualquer acórdão", disse Janot.

A grande tensão da sabatina ficou a cargo da participação do senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL). Denunciado por Janot na última semana por suposto recebimento de R$ 26 milhões em propina no esquema da Petrobras, Collor sentou na primeira bancada da CCJ e balbuciou xingamentos ao procurador-geral da República durante as respostas do chefe do Ministério Público. Depois de arguir Janot, Collor deixou a sabatina e o clima no local foi de calmaria.

Mesmo diante das provocações, nas respostas a Collor, o chefe do Ministério Público se manteve firme e deu respostas técnicas à bateria de questionamentos sobre a sua gestão e comportamentos. Ele, entretanto, aproveitou para dar uma indireta ao ex-presidente, que saiu do cargo após processo de impeachment: "Não há futuro viável se condescendermos com a corrupção".

Além de Collor, outros parlamentares investigados por Janot na Operação Lava Jato apareceram para registrar o voto e participar da sabatina, como os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ciro Nogueira (PP-PI), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE).

Como já era esperado, o embate entre o senador Fernando Collor (PTB-AL) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, levou tensão à sabatina que o Senado faz nesta quarta-feira (26) antes de votar pela recondução ou não ao cargo para mais dois anos de mandato. Alvo de denúncia da PGR na Operação Lava Jato, Collor questionou a atuação de Janot no meio jurídico e a postura dele na condução de investigações.

O parlamentar acusou Janot de vazar informações para a imprensa, classificando- o como "catedrático em vazar informações". "Quem está dizendo isso não sou eu. No Congresso todos sabem e o ministro do STF, Teori Zavascki, já afirmou que informações foram vazadas pela PGR”, lembrou. “É o mesmo método que seu antecessor usava e que o senhor vem utilizando", emendou.

##RECOMENDA##

O procurador rebateu a acusação. "Não houve vazamento de informações. O que aconteceu foi uma especulação enorme da imprensa. Alguns veículos de comunicação deram o que chamaram de 'lista do Janot', que obviamente não era uma lista minha. Alguns acertaram uns nomes; outros erraram. O que houve na época foi especulação”, frisou. “Nego, portanto, que eu seja um vazador contumaz. Sou discreto e não tenho atuação midiática", disse ele, visivelmente irritado.

Collor também cobrou explicações sobre a atuação de Janot ter advogado contra a Orteng, empresa ligada à Petrobras, enquanto já ocupava um cargo público. O ministro da PGR explicou que a atividade profissional é permitida juridicamente e que a Orteng assumiu o sentença num procedimento de incorporação de empresas que se concretizou quando o processo já estava julgado. No momento em que dava a explicação, Collor chegou a interromper a resposta de Janot, o que causou desconforto. Foi necessária a intervenção do presidente do colegiado José Maranhão (PMDB-PB).

O parlamentar quis saber, ainda, o motivo pelo qual houve contratação de uma empresa de comunicação sem licitação pela Procuradoria-Geral da República e questionou o aluguel de uma mansão no Lago Sul, uma área nobre de Brasília, por R$ 67 mil. “Quanto aos contratatos da Oficina da Palavra, foram contratos regulares e o TCU se posicionou a favor”, disse ele, que já havia lido o parecer do tribunal em momento anterior. Sobre o imóvel, Janot disse que “a empresa que alugou o imóvel apresentou um alvará materialmente falso, com plantas arquitetônicas que não eram aquelas apresentadas na administração do Lago Sul. Logo se soube desses fatos, houve a imediata providência para recisão do contrato e a cobrança dos aluguéis pagos”.

O momento de maior tensão entre os dois foi quando Collor afirmou que o procurador tinha um parente "contraventor" procurado pela Interpol - ele estaria na lista vermelha, a quem ele deu guarida em uma casa no Rio de Janeiro. “Sobre essa questão levantada, lá dos idos de 1995, de uma pessoa que seria contraventor, essa pessoa era meu irmão. Enquanto membro do MPF tenho impedimento legal de atuar em casos de parentes até terceiro grau e não tive nenhuma atuação outra”.

“Não vou me referir a esse episódio porque eu tenho para mim que a gente só deve se referir a pessoas que podem apresentar defesa. E eu não vou me referir em respeito aos mortos, porque o meu irmão é falecido há cinco anos, e não participarei dessa exumação pública que se quer fazer de um homem que nem se quer pode se defender”, frisou.

Collor disse que tinha “muitos outros questionamentos a ser feitos” e chegou a pedir reinscrição na ordem de senadores a questionar. Após breve discussão entre os membros do colegiado, o presidente José Maranhão encerrou a questão ao explicar que o Regimento Interno impede a reinscrição durante as sabatinas.

[@#video#@]

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, passa por sabatina, nesta quarta-feira (26), na Comissão de Constituição e Justiça do Senado antes da votação do colegiado sobre a recondução dele ao cargo por mais dois anos. O nome dele também deverá passar pelo plenário da Casa.

Logo no início da sessão, Janot defendeu a atuação da Procuradoria e do Ministério Público Federal e disse que cumpriu as obrigações assumidas no início do mandato. “Assumi alguns compromissos com o Senado Federal e a sociedade brasileira, destacando que o profissionalismo deveria ser o tom da atuação do gabinete da procuradoria, o combate sem trégua à corrupção, o fortalecimento do diálogo com a sociedade e o Parlamento, e a transparência no andamento de processos da competência da PGR”, frisou ele, destacando que a PGR garantiu a igualdade de tratamento a todos.

##RECOMENDA##

Já antevendo as críticas que virão quanto ao andamento da investigação da Operação Lava Jato, já que dez dos 13 membros do colegiado estão sendo investigados, o procurador deixou claro que a apuração prossegue de forma séria e detalhada. “O Ministério Público não pode negar á sociedade os resultados da justa e profunda apuração de atos potencialmente ilícitos, cujos autores devem ser submetidos a julgamento pelo Judiciário, respeitando, de um lado, a presunção de inocência e, de outro, o princípio da publicidade”, ressaltou.

“No campo de atuação do MPF, no qual fatos graves são investigados, é a oportunidade para que o embate jurídico entre acusação e defesa se caracterize pela lealdade recíproca e consolidação de ideais éticos que são a base das sociedades democráticas, pluralistas e complexas como é a sociedade brasileira”, disse.

A expectativa no Senado é de que a sabatina seja tensa, especialmente quando as perguntas foram feitas por denunciados da Lava Jato. O senador Fernando Collor (PTB-AL) foi o primeiro a chegar e prepara um pronunciamento para pedir o afastamento do atual procurador-geral.

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) defendeu que o indicado pela presidente Dilma Rousseff preencheu todos os pré-requisitos constantes no Regimento Interno do Senado e na Constituição.

Sabatina - Sobre o caso SwissLeaks, Janot explicou que os dados divulgados na Suíça foram entregues a França que os validou. A partir daí, iniciou-se uma articulação com a Justiça francesa para o compartilhamento das informações. Segundo o sabatinado, a França também se comprometeu a ajudar o Brasil nas investigações. O sistema que roda as contas do banco hoje é diferente do de 2006 [ano até qual foram divulgadas as informações]. Estamos fazendo um trabalho de TI para compatibilizar os dois sistemas”, explicou.

Janot defendeu também os acordos de leniência, sustentando que “eles não têm reflexos no âmbito penal”, e a colaboração premiada. “Que fique claro que o delator não é um X9. Ele tem que, primeiro, reconhecer a prática do crime. Ele confessa e diz quais pessoas estavam também envolvidas na prática do crime. Se ele imputa falsamente o crime a alguém, ele comete um crime”, salientou. “Depoimento não é prova, você tem que comprovar. Cabe ao MP fazer essas comprovações”, complementou ele, que considera a delação “um instrumento poderoso”.

Ao responder às perguntas do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), Janot disse que as apurações referentes às pedaladas fiscais, cometidas no primeiro mandato na presidente Dilma Rousseff, prosseguem. “Agora, a investigação é técnica e não se deixar contaminar por nenhuma pressão política”, sustentou. Ele também deixou claro que as investigações da Operação Lava Jato continuam, buscando provas para cada denúncia. “A Petrobras foi alvo de um enorme esquema de corrupção, que chegou a roubar o nosso orgulho. Por isso, investiga-se seriamente mesmo essa questão da Petrobras”.

Ao senador Álvaro dias (PSDB-PR), Janot afastou qualquer interferência política na condução das investigações da Lava Jato. “Nego veementemente a possibilidade de qualquer acordo que possa interferir nas investigações. A essa altura da minha vida não deixaria os trilhos de uma apuração técnica e jurídica para atual no âmbito político”, disparou.

Para questionar a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao cargo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentou um voto em separado no qual anexou à indicação da presidente Dilma Rousseff ao chefe do Ministério Público Federal um calhamaço de 158 páginas.

Collor chegou à comissão nesta quarta-feira, 26, cinco minutos depois de Janot e sentou-se na primeira fila, em frente à cadeira do presidente da CCJ, senador José Maranhão (PMDB-PB). A comissão já abriu a sabatina e Janot já fez sua exposição inicial.

##RECOMENDA##

A papelada inclui as cinco representações que Collor - denunciado por Janot na Operação Lava Jato - move no próprio Senado em que acusa, entre outros supostos fatos, o chefe do MP de agir com seletividade e inércia em investigações, abuso de poder e indução, autopromoção e desperdício de dinheiro público. Todas essas representações visariam, em hipótese, ao afastamento do procurador-geral do cargo.

Constam ainda outros dois pedidos de auditoria feitos por Collor para que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize duas auditorias em contratos da Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a gestão de Janot. Esses pedidos foram aprovados em sessão relâmpago após a deflagração da Operação Politeia, no dia 14 de julho, que levou a busca e apreensão contra Collor e outros dois senadores.

O Senado aprovou nesta terça, 25, por 65 votos a favor e sete contra, a Proposta de Emenda à Constituição nº 98, que reserva porcentual mínimo de cadeiras às mulheres no Poder Legislativo. O texto ainda precisa ser apreciado em segundo turno. O primeiro-vice presidente do Senado, o petista Jorge Viana (AC), que comandou a votação, disse que a matéria entrará na ordem do dia "oportunamente para o segundo turno".

A PEC aprovada há pouco assegura a cada gênero porcentual mínimo de representação nas três próximas legislaturas: 10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda legislatura e 16% na terceira. A medida atinge Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.

##RECOMENDA##

Ao defender as cotas para mulheres na política, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que a situação atual das mulheres na política chega a ser "constrangedora". "Somos mais da metade da população, mais da metade do eleitorado, exercemos protagonismo na sociedade", disse, destacando que em países do Oriente Médio, onde as mulheres sofrem muito preconceito, a presença feminina na política é mais representativa do que no Brasil. "Não queríamos estar votando cotas e sim que cada partido montasse suas listas já com igualdade de gêneros", afirmou.

Segundo Vanessa, a cota para o gênero minoritário criada em 1995 (Lei 9100/95) não foi suficiente para garantir maior participação feminina na política. Para a senadora, o texto aprovado hoje ainda não é ideal, mas é um começo.

Lideranças da oposição do Senado criticaram na tarde desta segunda-feira, 24, a decisão do governo Dilma Rousseff de fazer em setembro uma reforma administrativa na qual deverá cortar até dez ministérios. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), classificou o anúncio como "cortina de fumaça" no momento em que o vice-presidente Michel Temer deve deixar o "varejo" da articulação política.

"O governo, na voz do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, atua de forma atabalhoada e irresponsável. Esse anúncio sem qualquer detalhe gera insegurança e desconfiança no mercado e faz o País perder credibilidade", afirmou Caiado.

##RECOMENDA##

O líder da oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), disse que a medida seria muito boa se fosse verdade. "Esse anúncio pode gerar falsa expectativa. É evidente que, com 39 ministérios, não temos governo, temos desgoverno", disse, "É uma reforma de profundidade que se exige e não me parece que um governo fragilizado politicamente tenha condições de promover a reforma estrutural que o país exige", avaliou.

Por sua vez, o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que o problema do governo é que ele "não age por convicção, só age sob pressão". "Dez ministérios a menos dariam credibilidade a Dilma se ela tivesse tomado esta atitude antes de assumir a Presidência. A medida agora, que se adotada será bem-vinda, não dará 'selo de qualidade' ao governo até porque o que é feito sob pressão não recupera credibilidade", afirmou.

Nesta semana, o plenário do Senado começará a votar as propostas previstas na Agenda Brasil, lista com matérias sugeridas para deliberação pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O primeiro eixo a ser contemplado será o que promove o equilíbrio fiscal.

A previsão é de que os senadores discutam e votem, pelo menos, duas matérias nesta semana. A primeira é o projeto de lei /2015, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que permite a repatriação de recursos ou bens patrimoniais - não declarados à Receita Federal - mantidos por brasileiros no exterior. O projeto institui o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária para legalização de bens não declarados, de origem lícita, mantidos por brasileiros no exterior.

##RECOMENDA##

O segundo item que deve ir à votação é a proposta de emenda à Constituição 84/2015, de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), que proíbe a União de criar despesas aos demais entes federados sem prever a transferência de recursos para o custeio. Há uma matéria em tramitação na Câmara dos Deputados que versa sobre o mesmo assunto. Essa proposta atende a uma reivindicação de estados e municípios, que alegam não ter como arcar com alguns programas criados pela União.

Na pauta de votações há também várias propostas referentes à reforma política. Entre elas, a PEC 98/2015, que reserva um percentual mínimo de cadeiras nas representações legislativas em todos os níveis federativos. Assim, a medida atinge Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.

A PEC assegura a cada gênero percentual mínimo de representação nas três próximas legislaturas: 10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda legislatura; e 16% na terceira. Caso o percentual mínimo não seja atingido por um determinado gênero, as vagas necessárias serão preenchidas pelos candidatos desse gênero com a maior votação nominal individual entre os partidos que atingiram o quociente eleitoral.

Com informações da Agência Senado.

A cúpula do PMDB do Senado costurou um acordo com o governo para reconduzir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O maior partido da Casa, que tem 17 dos 81 senadores, já sinalizou que atuará para garantir a prorrogação do mandato do chefe do Ministério Público Federal por mais dois anos.

O nome de Janot será submetido a votações secretas previstas para ocorrer na quarta-feira (26) na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário do Senado.

##RECOMENDA##

A animosidade na Casa com Janot vinha desde março, com a abertura de 13 inquéritos contra senadores na Operação Lava Jato - quatro dos quais peemedebistas, um deles o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Em julho a rejeição ao nome de Janot chegou a ser tratada como um risco real por três líderes da Casa, logo após a operação de busca e apreensão avalizada pelo procurador contra os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE).

Mas, nas últimas semanas, peemedebistas entraram em campo para diminuir resistências ao procurador-geral. Primeiro, atuaram em 5 de agosto para dissuadir uma rebelião liderada por Collor para barrar, em votação secreta, um indicado por Janot ao Conselho Nacional do Ministério Público. Senadores queriam dar um "susto" em Janot com a rejeição a um novo mandato do procurador regional da República Fábio George Cruz da Nóbrega. Mas não houve sucesso e Nóbrega obteve 51 votos a favor - ele precisava de ao menos 41 votos favoráveis.

Dois dias depois, em viagem oficial, a presidente Dilma Rousseff avisou ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) que iria reconduzir Janot. Aliado de Renan, Jucá - também alvo da Lava Jato - garantiu-lhe que o nome seria aprovado. Não houve mudanças no apoio com as denúncias de Janot, na semana passada, contra Collor e o também peemedebista Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara. "Vai ser uma sabatina longa, dura, como devem ser todas elas, mas Janot será aprovado", disse o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), ao jornal O Estado de S.Paulo.

Crise

A avaliação de integrantes do PMDB e outros partidos é que rejeitar Janot poderia trazer a crise política para o Senado. Na semana passada, quando já sabia que Cunha seria denunciado, Renan deu o tom de sua atuação. "Vou demonstrar completa isenção e grandeza como presidente do Senado. Vamos fazer a sabatina, vou conversar com os líderes para que nós votemos no mesmo dia, para que definitivamente o Senado possa demonstrar que não vai permitir o amesquinhamento dessa apreciação", afirmou.

O principal foco de incerteza é Collor, maior crítico público à atuação de Janot. O ex-presidente já apresentou um voto em que questiona a gestão do atual procurador. "Ele (Collor) é instável", reconheceu um líder aliado que atua para "segurar" o ímpeto do ex-presidente.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando