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Trabalhadores com data-base neste fim de ano, período em que precisam negociar com as empresas índices de reajustes e benefícios sociais, tentam incluir nos acordos uma 'cláusula de salvaguarda' para se protegerem de normas da reforma trabalhista que consideram prejudiciais em relação ao que vigora atualmente.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foi o primeiro a garantir essa cláusula nas negociações com empresas de sua base na semana passada. "A cláusula estabelece que qualquer mudança precisa ser negociada com o sindicato", diz Wagner Santana, presidente da entidade. "É uma espécie de vacina para evitar medidas que prejudiquem os trabalhadores."

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Até a última sexta-feira, dia 27 de outubro, dos 73 mil metalúrgicos do ABC, 59 mil trabalham em empresas que concordaram com a medida ou já têm acordo para os próximos dois anos com esse tipo de garantia, como as montadoras. "Nas empresas em que não há acordo, os trabalhadores estão parando a produção e muitas já voltaram atrás", informa o sindicalista.

Para José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com a inflação em baixa as negociações neste fim de ano se voltam mais para garantias contra itens da reforma do que aumentos salariais.

Na base dos metalúrgicos de São Paulo, as empresas ainda estão inseguras em relação a posições divulgadas recentemente por membros do Judiciário sobre a constitucionalidade de pontos da reforma e aguardam para iniciar negociações, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. A entidade representa 150 mil trabalhadores dos quais 27% são filiados. "Também estamos trabalhando com a cláusula de salvaguarda, mas as empresas por enquanto não querem falar disso", afirma.

Os químicos de São Paulo conseguiram manter, em acordo fechado na sexta-feira, as cláusulas sociais previstas em convenções anteriores, como proibição do trabalho de gestantes em locais insalubres. Também conquistaram repasse integral da inflação para os 150 mil trabalhadores da base, segundo Sergio Luiz Leite, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar).

Por precaução, os comerciários paulistas deixaram para fevereiro as discussões com as empresas, quando esperam já haver maior entendimento sobre a aplicação da reforma. A data-base dos 400 mil trabalhadores do setor foi em setembro.

Sobrevivência. A maior preocupação do presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, é com a manutenção dos serviços prestados pela entidade após o fim da cobrança do imposto sindical. "Hoje temos orçamento de R$ 90 milhões, mas, sem o imposto, esse valor vai cair para R$ 20 milhões e teremos de adaptar estruturas e serviços."

Segundo ele, o quadro de 600 funcionários será reduzido em 15% e a qualidade dos serviços prestados mensalmente a 20 mil trabalhadores no complexo médico e odontológico, que conta inclusive com equipamento para mamografia, poderá cair. Entre as medidas que serão adotadas para melhorar a arrecadação da entidade, que tem 52 mil associados, está o aluguel de quatro dos 13 andares do prédio que abriga o sindicato, no centro de São Paulo, e a terceirização ou venda do clube de campo em Cotia (SP).

Nesta semana, Patah, que também preside a União Geral dos Trabalhadores (UGT), estará em Brasília para retomar conversas com o presidente Michel Temer sobre medidas alternativas à cobrança do imposto sindical, entre quais uma taxa substituta de contribuição negocial.

Wagner Santana diz que também haverá corte de custos e de pessoal na sede do sindicato em São Bernardo do Campo, e uma campanha mais forte de sindicalização. Hoje, dos 73 mil trabalhadores da base, 35 mil são filiados. A entidade continuará cobrando taxa negocial de 4% de um salário mensal de todos os trabalhadores, valor que é devolvido aos sócios. Os metalúrgicos de São Paulo também farão campanha mais forte de sindicalização e avaliam até propaganda na mídia, afirma Miguel Torres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos maiores escritórios que atua exclusivamente na área trabalhista, o Agamenon Martins Sociedade de Advogados, com sede em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, não teme por uma eventual queda no número de ações na Justiça, uma das metas dos formuladores da reforma trabalhista. "Haverá brutal aumento de demandas trabalhistas", prevê Agamenon Martins Oliveira, sócio do escritório criado há 25 anos. Hoje, ele e os mais de 80 advogados que trabalham no escritório abrem, em média, 2 mil ações por mês.

Agamenon acredita que nos setores de serviços, comércio e construção civil "haverá um tsunami" de demandas. Segundo ele, são setores de alta sazonalidade e "turnover" e "alguns empregadores mal orientados vão adotar procedimentos engenhosos, seja para contratação ou demissão, imaginando que a partir de 11 de novembro quase tudo poderá (ser feito) no campo das relações laborais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Indústria, comércio e empresas de serviços demonstram otimismo com a reforma trabalhista, apesar das incertezas das últimas semanas com reações contrárias por parte de alguns juízes.

"Precisamos de um período para compreender e identificar o que se altera e o que reforça conceitos que já adotamos mas, sem dúvida, a reforma trabalhista trará mais segurança jurídica para as empresas, o que é bastante positivo", informa a direção da Mercedes-Benz.

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A montadora tem pouco mais de 8 mil funcionários e responde a cerca de 3 mil ações trabalhistas. A empresa informa que as equipes das áreas de recursos humanos e do jurídico estão em treinamento para interpretar as novas normas.

O diretor da área de Recursos Humanos da ThyssenKrupp, Adilson Sigarini, diz que a empresa fez várias palestras para explicar a reforma aos funcionários e acredita em redução de ações trabalhistas no médio e longo prazos. "Se tiver alguma medida inconstitucional, como alegam alguns grupos, certamente o Tribunal Superior do Trabalho vai corrigir isso."

Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, acredita que haverá aumento de empregos em geral. A rede, por exemplo, vai reforçar o número de funcionários nas lojas para horários e dias de pico por meio de contratos intermitentes. No fim do ano, também contratará de 8 mil a 10 mil temporários, "processo que agora será menos burocrático". Rocha acredita que possa ocorrer alguns "inconvenientes" no início da aplicação das novas normas, "mas logo as partes vão entender que a reforma é boa para os dois lados".

Algumas empresas estão se antecipando às novas normas. O grupo Sá Cavalcante, dono de vários shopping centers, publicou anúncios de abertura de 70 vagas para trabalho intermitente em Vitória (ES). O salário é de R$ 4,45 por hora para jornada de 5 horas aos sábados e domingos em lojas do shopping local. Empresa e sindicato foram procurados, mas não comentaram.

Paulo Canoa, diretor da filial brasileira da Gi Group, empresa de trabalho temporário, diz que "a lei permitirá que se crie um ambiente mais seguro para contratar". Segundo ele, desde abril, o grupo tem notado aumento no recebimento de currículos e no número de vagas. "Houve aumento de 40% de vagas em relação a 2016", diz.

Para a Ethics, especializada em segurança e vigilância, o compasso é de espera. "O mercado está apreensivo porque ainda não há uma decisão de como proceder com as reformas. Alguns juízes trabalhistas defendem a permanência da legislação anterior e estamos acompanhando as notícias", diz Waldemar Pellegrino Júnior, sócio do grupo. / As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Representantes de centrais sindicais que participaram de reunião nesta terça-feira, 12, no Palácio do Planalto, negaram que a presença seja um sinal de apoio ao presidente Michel Temer, alvo de acusações de corrupção. Apesar de terem até posado para fotos ao lado de Temer, líderes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) afirmaram que buscam uma saída para a paralisia econômica, mas não dão sustentação política a ele em face de uma segunda denúncia criminal elaborada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Nossa ideia hoje era sair um pouco dessa pauta da corrupção, tentar virar um pouco a página. Nossa preocupação principal é o emprego", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, presidente nacional da Força Sindical. Segundo Paulinho da Força, a defesa de Temer será tema de outros encontros com a Força e o SD. "Não está aqui só quem aplaude o presidente. Está aqui o presidente da CTB, uma central independente, que tem feito oposição ao governo e fez parte de outro governo."

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O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, afirmou que não há contradição em participar de audiências com a administração Temer, apesar de ter feito parte da gestão do PT. Araújo disse que o objetivo é gerar empregos e superar o fracasso econômico e que não compete às centrais sindical defender o Poder Executivo.

"Não é razoável conceber a tese do retrocesso social e político. Estamos irmanados em encontrar um caminho. O governo tem problemas, mas o povo brasileiro também enfrenta problemas. Em nome de uma alternativa, é necessário estabelecer um entendimento. Levar o País ao caos, a uma situação de colapso não agrada a ninguém", disse.

Ele disse que cabe ao Executivo responder a "debilidades" e defendeu uma agenda emergencial para acelerar, por exemplo, acordos de leniência com empresas flagradas em corrupção. "Estamos diante de um quadro de instabilidade política. Não seria o momento de destravar? Sobretudo, potencializando ações dos equipamentos que estão paralisados por decorrência da criminalização da política. Para nós, não interessa esse clima."

O presidente da UGT, Ricardo Pattah, do PSD, legenda da base de Temer, afirmou que a pauta mais importante do País hoje é "colocar o pão na mesa dos desempregados". Pattah afirmou que a participação não significa apoio ao presidente e que a agenda da reunião não era partidária.

"Quanto mais se debate, exclusivamente, certas questões, eliminando possibilidade de crescimento, vamos entrar cada vez mais num buraco maior. Temos eleições muito próximas e 2018 vai apontar caminhos que a sociedade deseja, sem corrupção e com emprego."

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Aguardando a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, para um ato em defesa da indústria naval e petrolífera nesta sexta-feira (25), os sindicatos do setor expuseram os anseios pela conclusão da Refinaria Abreu e Lima (Renest). O equipamento está operando com 50% da capacidade e, de acordo com o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP) em Pernambuco, Luiz Lourenzon, não houve avanços desde que o presidente Michel Temer (PMDB) assumiu o comando do país. 

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"A Petrobras está sendo denegrida por este governo. É importante retomar as obras da Abreu e Lima que hoje opera com 50% da capacidade. A vinda de Lula para um ato com a nossa categoria é uma forma de pressionar este governo golpista", frisou Lourenzon. Segundo o dirigente sindicalista, Lula "foi corajoso" e o "único presidente em 30 anos" a investir no setor.

Lourenzon também comentou sobre as vendas dos ativos da Petrobras. "Vejo com tristeza este processo de privatização. A Petrobras agora não é mais nossa. Eles querem entregar nossas reservas para o capital estrangeiro", frisou. Ele reclamou ainda da falta de investimentos do Governo do Estado para o setor. 

Os argumentos do presidente da FUP-PE foram corroborados pelo coordenador do Sindipetro PE/PB, Rogerio de Almeida. Segundo ele, hoje à Renest produz 100 mil barris de petróleo por dia, mas se as obras estivessem concluídas o número seria de 230 a 250 mil. "Vamos entregar um documento pedindo que Lula se comprometa, caso ele volte, a investir no setor e concluir a Refinaria", frisou. 

No Centro de Ipojuca, onde vai acontecer o ato, a movimentação ainda é pequena. O evento estava marcado para iniciar as 10h. Além dos dois sindicatos, também estão presentes membros do Movimento Sem Terra e da Fetape. Além de Lula, também é esperada a presença da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela tem uma ligação estreita com as atividades da Renest e do Porto de Suape. A petista esteve em Pernambuco por pelo menos três vezes para inaugurar navios construídos no estado. 

Caravana

Lula está em caravana por Pernambuco desde essa quinta-feira (24), quando visitou o Museu Cais do Sertão, participou de um ato com membros do Mais Médicos e jantou com a viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos

Nesta sexta, além do ato em Ipojuca, o ex-presidente também participa de um comício em defesa da democracia e dos direitos dele no Pátio do Carmo, no Centro do Recife, às 16h. Neste sábado (26), o petista conclui a passagem pelo estado com uma visita a comunidade de Brasília Teimosa, na Zona Sul da capital pernambucana.

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O Ministério Público Federal vai ajuizar nos próximos dias ação contra integrantes da cúpula do Ministério do Trabalho por supostas ilegalidades na liberação de sindicatos. Conforme investigação recém-concluída sobre o caso, à qual o ‘Estado’ teve acesso, o secretário das Relações do Trabalho, Carlos Cavalcante de Lacerda, e membros de sua equipe teriam manipulado processos de registro para favorecer entidades, em detrimento de outras.

O MPF também avalia eventual medida contra possível tentativa da pasta de interferir na investigação. Numa reunião com a participação de alguns dos investigados, servidores foram previamente orientados sobre como se portar em depoimento ao procurador Federico Paiva, responsável pelo caso. Uma das orientações foi a de gravar o procurador no depoimento, além de economizar nas declarações, supostamente para evitar "pegadinhas" do investigador. "De repente, vem a vontade de falar uma coisinha a mais. Pode dar problema pra vocês", comentou um dos presentes à reunião, conforme gravação obtida pelo Estado.

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Na ação a ser ajuizada, o MPF sustenta que o ministério desrespeita a fila de protocolo, distribuição, análise e publicação de registros. De acordo com a investigação, a avaliação de pedidos deve seguir a ordem cronológica de entrada, o que não estaria ocorrendo.

O inquérito cita exemplo de um processo que tramitou em tempo recorde, sendo deferido em cerca de quatro meses, ante vários outros que, embora protocolados antes, ainda estão sem desfecho. Para a Procuradoria da República no Distrito Federal, há discrepância no tratamento dado às entidades.

Histórico

O sistema de concessão de registro de sindicatos é alvo de recorrentes denúncias. No governo de Dilma Rousseff, a suspeita de que haveria cobrança de propina para liberar o registro de entidades foi um dos motivos da queda do então ministro, Carlos Lupi (PDT-RJ), em 2011. Na gestão de Michel Temer, a pasta está sob o comando do PTB, partido do ministro Ronaldo Nogueira (RS), e do Solidariedade, cujo presidente, o deputado Paulinho Pereira da Silva (SP), controla a Força Sindical.

O MPF aponta também que a equipe de Lacerda descumpriu obrigação legal ao indeferir o registro de abertura do Sindicato Nacional dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras (Aner Sindical), pois a entidade atenderia às exigências para isso. A negativa, segundo a ação, contrariou um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), favorável à liberação.

A investigação conclui que houve "nítido favorecimento" à entidade concorrente, o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências), já constituído, que continuou a ser o único representante da categoria, apto a arrecadar contribuições de seus filiados. Os servidores, contudo, alegam que uma decisão judicial impede o registro da Aner Sindical.

Além de Lacerda, a investigação conclui que o coordenador-geral de Registro Sindical, Leonardo Cabral e a chefe de Divisão de Registro Sindical, Renata Frias Pimentel, praticaram atos de improbidade administrativa.

Outro lado

Procurado pelo Estado, o Ministério do Trabalho informou, em nota, que o ministro Ronaldo Nogueira, ao tomar conhecimento da existência de inquérito administrativo por parte do Ministério Público Federal, determinou a instauração imediata de comissão de investigação preliminar na Secretaria de Relações do Trabalho.

"A comissão tem como objetivo apurar possíveis irregularidades na concessão de registro sindical na Coordenação-Geral de Registro Sindical", explicou a pasta, acrescentando que o prazo para o envio de um "relatório circunstanciado sobre a investigação realizada" venceu sexta-feira. "A partir da semana que vem, com o conhecimento do conteúdo da denúncia e investigação, o ministério terá um posicionamento", acrescentou.

O Estado enviou questionamentos aos servidores, por meio da assessoria de imprensa do ministério, mas não houve resposta de cada um.

O coordenador-geral de Registro Sindical, Leonardo Cabral, negou as irregularidades atribuídas pelo MPF aos gestores do ministério. Ele explicou, em entrevista, que não existe lei que regulamente a distribuição processual e que houve mudanças na forma de tratar os pedidos enviados à pasta. Antes, todos entravam numa fila única, conforme a ordem de entrada. Com a troca de governo, a partir do fim do ano passado, eles passaram a ser distribuídos em cinco filas diferentes, de acordo com o tipo de solicitação (federação urbana, federação rural, alteração de estatuto urbano, alteração de estatuto rural e impugnação de decisões). Com isso, afirmou, o andamento de um processo passou a corresponder à velocidade de sua fila.

O coordenador-geral justificou que uma decisão tomada em 2011 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), já transitada em julgado, impede a concessão do registro à Aner Sindical. Segundo ele, a corte entendeu que o Sinagências é a única entidade com poderes de representação da categoria. "O ministério não pode ir de encontro a uma decisão judicial", argumentou.

O coordenador-geral diz que a Aner Sindical tenta há cerca de oito anos obter o registro, sem sucesso tanto na esfera administrativa quanto na judicial.

Sobre a reunião, ele afirmou que o objetivo não foi o de interferir nas investigações, mas o de prestar esclarecimentos a servidores que haviam sido intimados como testemunhas e oferecer auxílio jurídico.

O advogado do Sinagências, Breno Valadares, afirmou que a entidade é a representante "única e legítima" dos servidores das agências por "diversos motivos". "A carreira é uma só." Ele explicou que o sindicato não recebe imposto sindical, mas apenas contribuições voluntárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na véspera da greve geral contra as reformas do governo marcada para amanhã, a adesão de sindicatos de São Paulo ainda é baixa. Categorias como a dos metroviários devem decidir hoje se vão parar. Outras, como a dos motoristas de ônibus e dos ferroviários, já confirmaram que não participarão do movimento. Bancários e professores não vão trabalhar. As centrais, no entanto, programaram atos na capital e no interior.

A Força Sindical vai reunir trabalhadores às 11 horas na frente da Superintendência Regional do Trabalho, na Rua Martins Fontes, no centro. "É natural que a mobilização seja menor agora que a reforma trabalhista está no centro da discussão. A reforma da Previdência atinge muito mais pessoas, só metade da população economicamente ativa do País está na CLT", diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força.

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Segundo ele, depois de duas grandes mobilizações - a greve geral de 28 de abril e a marcha em Brasília, em 24 de maio -, as principais categorias estão sendo pressionadas pelo Ministério Público, com possibilidade de multa, a não fazerem greve.

A CUT programou um ato na frente do Masp, na Avenida Paulista, de onde os manifestantes devem seguir até a prefeitura - na pauta dos protestos também estão as privatizações anunciadas pelo prefeito João Dória. O presidente da CUT no Estado, Douglas Izzo, diz que serão 20 grandes atos na capital e no interior. "Amanhã (hoje), quando muitas categorias farão assembleias, teremos uma previsão mais precisa do tamanho da adesão à greve." O dirigente diz que, como estratégia para esvaziar o movimento dos sindicatos, o governo tem mobilizado a Justiça contra as paralisações.

O sindicato dos metroviários de São Paulo vai decidir em assembleia hoje à noite se vai mesmo parar amanhã - no dia 22, os trabalhadores haviam concordado em participar da mobilização. Filiados à União Geral dos Trabalhadores (UGT), os motoristas de ônibus da capital devem trabalhar normalmente, assim como os ferroviários. A UGT programou atos em diferentes pontos do centro.

O sindicato dos aeroviários fará manifestação no Aeroporto de Congonhas, entre 8h30 e 10h. Até ontem à noite, não estava confirmado se os trabalhadores vão parar amanhã.

Indicativo da baixa adesão, os metalúrgicos do ABC não programaram paralisação amanhã. Está previsto um ato, às 9h, na frente da sede do sindicato, em São Bernardo, e, na hora, os trabalhadores vão decidir se farão uma caminhada ou se voltam ao trabalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O movimento sindical comemora nesta segunda-feira (1º) o Dia do Trabalho, data ícone para as organizações de trabalhadores, tendo de rever seu papel na sociedade brasileira. Após mais de uma década de atuação praticamente sem grandes mobilizações, até porque havia um alinhamento com o governo do PT, as centrais sindicais agora estão acuadas.

A reforma trabalhista pode minar o poder de atuação das entidades sindicais ao acabar com o imposto sindical e estabelecer negociações por meio de representantes internos nas empresas com mais de 200 funcionários. A reforma da Previdência é outra dor de cabeça. Além disso, há número recorde de 14,2 milhões de desempregados no País.

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"O sindicalismo vai passar por um momento extremamente delicado porque vai estar fragilizado em todas as suas forças", diz o procurador geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury. Para ele, as duas maiores ameaças às entidades são a possibilidade de extinção do imposto sindical e a criação de comissões de negociação sem a participação dos sindicatos.

Para Fleury, antes da reforma trabalhista, o governo deveria fazer uma reforma na estrutura sindical. "Vai haver uma diluição do poder de negociação. Uma mudança possível seria acabar com a unicidade sindical. Se uma entidade não tem concorrência, vai correr atrás do trabalhador para quê?"

Na opinião do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, desde os anos 2000 o movimento sindical não tinha esse tipo de ataque. Nos últimos anos houve redução de desemprego, ganho de renda e o Congresso não se debruçou em temas que afetavam diretamente a classe trabalhadora.

Com as reformas em curso, Lúcio acredita que o movimento sindical terá de se recolocar e sair da situação de certo conforto, pois não estava sendo atacado. "O que se tem hoje é o movimento sindical se reposicionando para uma situação de desemprego crescente e ataque do Estado, por meio do governo, a um padrão civilizatório de relações sociais. É uma mudança."

Lobby - Com o fim do imposto obrigatório, José Marcio Camargo, professor do Departamento de Economia da PUC-Rio, avalia que sindicatos e centrais terão de se voltar para suas bases e prestarem melhor atendimento aos trabalhadores para, assim, angariarem mais filiados que possam ajudar a manter suas estruturas.

"Eles terão de se voltar mais para as atividades sindicais e deixarem de se ocupar em fazer lobby junto aos deputados para aprovar ou não determinadas leis", afirma Camargo. "Vai precisar ter mais o componente de luta sindical de verdade do que interesses políticos." Para ele, entidades fortes vão prevalecer, mas, com o fim do imposto sindical, "os sindicatos pelegos e de fachada vão acabar".

Na avaliação de analistas, durante os governos Lula e boa parte do governo Dilma, as centrais, em especial a CUT, ficaram à mercê das administrações, inclusive com sindicalistas ocupando cargos estratégicos. "O papel a partir de agora volta a ser mais para o lado econômico, de questões como condições de trabalho e salários, por exemplo", diz Tiago Barreira, pesquisador do Ibre/FGV.

O professor da Escola de Economia da FGV-SP, André Portela, avalia que "dar mais peso às negociações pode fortalecer os sindicatos, mas, sem arrecadar imposto sindical, num primeiro momento todos vão enfraquecer, até mesmo os grandes." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou ontem que os sindicatos que participaram da organização da greve geral na cidade, na última sexta-feira, terão de pagar pelos prejuízos causados no mobiliário urbano. "Vamos cobrar todos os sindicatos", disse Doria em evento do programa Cidade Linda.

Ao Estado, a assessoria da Prefeitura de São Paulo afirmou que está levantando informações sobre o tamanho dos danos e que apura quais são os movimentos envolvidos na quebra de semáforos e outros objetos em vias públicas para que seja feita a cobrança. "Os subprefeitos já estão avisados que precisam calcular os prejuízos em seus bairros", afirmou o político.

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Sem ligação

Em resposta ao prefeito, o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Júlio Turra, afirmou que não existe ligação entre a greve organizada pelas centrais sindicais na última sexta-feira e os atos de vandalismo registrados ao longo do dia na cidade.

"Nós não podemos ser responsabilizados pelo ato de meia dúzia de jovens que decidem sair de casa para quebrar tudo", disse o sindicalista.

Dia do Trabalho

Na quinta-feira, o prefeito recorreu à Justiça para proibir evento que a CUT convocava para a Av. Paulista na segunda-feira, em comemoração do Dia do Trabalhador. Ontem, o Tribunal de Justiça do Estado decidiu a favor da Prefeitura e estabeleceu multa de R$ 10 milhões, caso a CUT descumpra a determinação.

O juiz Emanuel Brandão Filho, em sua decisão, afirmou que a CUT não prescinde de autorização prévia para realizar o evento e que a determinação visa "zelar pelo cumprimento das normas municipais".

Procurada pela reportagem, assessoria de imprensa da CUT reafirma que tem autorização e diz que vai recorrer na Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Instigando debate de vários setores da sociedade, a greve geral, marcada para a próxima sexta-feira (28), deve contar com a participação de um grande número de trabalhadores. O ato a ser realizado em todo o Brasil protesta contra a Lei da Terceirização e reforma da Previdência. No âmbito da educação em Pernambuco, dois sindicatos têm ideias opostas sobre a paralisação.

Por meio do site oficial, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe) defende que a próxima sexta-feira tenha aulas normais nas escolas do Estado. De acordo com o grupo patronal, a greve pode afetar o calendário escolar dos alunos e os manifestantes que vão participar do ato estão tentando formalizar um feriado. 

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Contrário à posição do Sinepe, o Sindicato dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino Privado de Pernambuco (Sinteepe) divulgou uma nota defendendo a greve geral e repudiou a opinião do grupo patronal. “O Sinteepe repudia insinuações do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco) de que os trabalhadores, arquidioceses, líderes de diversas religiões, parlamentares, dezenas de movimentos sociais e sindicais estão ‘tentando agregar’ mais um feriado ao promover a Greve Geral do dia 28 de abril”.

A greve geral no Recife promete concentração na Praça do Derby, a partir das 14h. Diversas categorias confirmaram participação no protesto. Os manifestantes devem caminhar por várias vias da área central da cidade. A seguir, confira as notas do Sinepe e do Sinteepe:

Sinepe

Nós, que fazemos o SINEPE-PE, temos a percepção exata dos interesses tão diversos e, ao mesmo tempo, conflitantes que marcam esse momento da vida brasileira. Paralelamente a esses cenários, também somos chamados à nossa responsabilidade para com a comunidade escolar que atendemos, cuja marca maior é a pluralidade na sua formação, nas suas ideias, nos seus credos, enfim, nos seus modos de (con)viver.

Por outro lado, entendemos que as intempestivas interrupções do calendário escolar vêm pondo em risco a regularidade das nossas atividades letivas, acarretando visível prejuízo para os alunos, em todos os segmentos da educação básica. Como exemplo, basta-nos citar que já tivemos dois feriadões no corrente mês, e ainda estão tentando agregar mais um, com a sexta que antecede a segunda-feira, 1º. de maio.

Por tudo isso, ouvidas todas as escolas que estiveram presentes à recente Assembleia Geral da nossa categoria, ocorrida na semana passada, orientamos TODAS AS ESCOLAS PARTICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO a funcionarem normalmente na próxima sexta-feira, dia 28 de abril, considerando-o como dia letivo devidamente previsto no nosso calendário escolar.

Temos a certeza de que, assim agindo, estaremos respeitando o compromisso assumido com as famílias que confiaram seus filhos e filhas às nossas escolas e seus educadores.

Sinteepe

O Sinteepe (Sindicato dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino Privado de Pernambuco) repudia insinuações do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco) de que os trabalhadores, arquidioceses, líderes de diversas religiões, parlamentares, dezenas de movimentos sociais e sindicais estão "tentando agregar" mais um feriado ao promover a Greve Geral do dia 28 de abril.

Tal ironia dos empresários da educação, donos de estabelecimentos de ensino, é um verdadeiro desrespeito à diversidade de opiniões da qual eles se dizem adeptos. Primeiramente, não foram os trabalhadores em educação quem inventaram os feriados. Eles existem, são previsíveis e deveriam estar dentro do planejamento das escolas de modo a não causar nenhum prejuízo para os estudantes. Segundo, a Greve Geral de 28 de abril será uma legítima forma de reivindicação da classe trabalhadora frente aos mais nocivos ataques perpetrados contra seus direitos nos últimos 50 anos.

Nós, trabalhadores em educação, até respeitamos o direito que têm os empresários da educação de desejar a terceirização irrestrita e a precarização do trabalho, mas não vamos permitir que isso aconteça. Temos certeza de que a grande maioria dos trabalhadores brasileiros está ciente de que somente com grandes mobilizações populares poderão barrar esse conjunto de retrocessos. 

Sindicatos e movimentos sociais têm investido em ações contrárias às reformas da Previdência e trabalhista que estão em discussão na Câmara dos Deputados. A mais recente delas foi a divulgação de um panfleto com o número dos telefones dos gabinetes dos parlamentares pernambucanos e os emails oficiais. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), a intenção é oferecer meios à população para pressionar os deputados. 

“Quando falamos que se trata de uma manifestação contra a reforma da previdência, o povo escuta, desabafa, pede material para distribuir... acredito que o trabalho de 'formiguinha' está funcionando e juntos, todos os trabalhadores, barraremos esse e outros retrocessos que estão sendo propostos", salientou o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros. 

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A ação faz parte do Acampamento Itinerante Contra o Retrocesso, organizado por entidades da segurança no estado. O grupo também tem aproveitado para convocar a população para participar da greve geral marcada para a próxima sexta-feira (28). Além da paralisação de diversos serviços públicos, como o rodoviário, sindicatos e movimentos que integram as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular vão realizar uma manifestação com concentração às 14h, na Praça do Derby, área Central do Recife.

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As centrais sindicais começam nesta sexta-feira (31), no Recife, o acampamento itinerante que procura conscientizar a população sobre reforma da Previdência e Terceirização. A concentração acontece na Praça da Independência, onde, às 15h, os trabalhadores se mobilizam para uma passeata até às Torres Gêmeas

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Até às 11h da sexta-feira, a concentração contava com a presença do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL – PE) e do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco. O presidente do SINPOL e da Intersidical, Áureo Cisneiros, que é um dos organizadores do ato, diz que espera que as manifestações sejam tranquilas e efetivas. “Só com os trabalhadores da rua é que vamos barrar esses retrocessos”. 

Com panfletagens e discursos, os representantes dos sindicatos devem percorrer o estado, dialogando com a população em locais de grande circulação de pessoas. Na próxima semana, a tenda onde os sindicalistas estão concentrados deve ir para a estação central do metrô. A expectativa é que as ações comecem às 7h. Nos dias seguintes, o acampamento vai para os terminais de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR), e depois segue para o interior do estado, passando por, entre outros municípios, Petrolina, Vitória de Santo Antão e Garanhus.

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A prefeita de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), assinou, nesta quarta-feira (29), um decreto que instala o Programa Permanente de Negociação da Gestão Municipal. A iniciativa, segundo ela, pretende manter as articulações entre as entidades que representam os servidores municipais e a Prefeitura. 

“O fundamental na nossa gestão é a transparência. O programa de negociação vai permitir um diálogo muito maior, existindo reuniões a cada dois meses. O nosso propósito é um só, garantir que o trabalhador esteja com condição de oferecer o melhor serviço à população”, afirmou Raquel. A assinatura foi realizada no Centro Administrativo do município, com a presença de secretários municipais e de sindicatos.

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O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caruaru (SISMUC), Eduardo Mendonça, falou em nome dos sindicalistas e destacou a importância do projeto para os servidores do município. “É um momento histórico para Caruaru. Existir uma mesa de negociação, oficializada por decreto, com a certeza que seremos ouvidos para existir uma negociação”, salientou Mendonça.

“Foi uma vitória muito grande para a categoria”, disse o presidente do Sindicato dos Garçons, Barmen e Maitres do Estado do Rio de Janeiro (Sigabam), Antonio Francisco dos Anjos, ao comentar a sanção sem vetos, pelo presidente Michel Temer, da Lei nº 13.419, conhecida como Lei da Gorjeta. Ele destacou que o projeto, que vem tramitando desde 2007, vai trazer bons resultados para os trabalhadores do setor.

Dos Anjos afirmou que a aprovação da lei vai possibilitar que a gorjeta faça parte da vida do trabalhador. "A gorjeta entrava no bolso do trabalhador, mas não havia regras claras, não fazia parte do contracheque. E a vida da gente é o nosso contracheque”. A lei sancionada agora faz com que a gorjeta passe a integrar de fato a remuneração. “Ele [trabalhador] vai ter benefícios de férias, décimo terceiro, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço [FGTS]”.

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O presidente do Sigabam lembrou que há atualmente grande demanda de mulheres no mercado, que também vão se beneficiar do salário-maternidade. “Tudo isso está sendo considerado na Lei da Gorjeta”, disse.

Para o presidente do Sindicato dos Hotéis e Meios de Hospedagens do Município do Rio de Janeiro (SindHotéis-Rio), Alfredo Lopes, a regulamentação da Lei nº 13.419 atende a uma demanda do setor, tanto do empresariado quanto dos trabalhadores, que contam com as gorjetas para complementar os salários.

“Ela [a lei] representa segurança jurídica para as duas partes. Evita que as empresas sejam sobretaxadas por um valor que é repassado ao colaborador e garante ao trabalhador a integração da gorjeta oficialmente aos salários”.

Também o diretor do Polo Novo Rio Antigo, Plínio Froes, que representa bares, restaurantes, casas noturnas e hotéis, aprovou a sanção. Ele acredita que a lei proporcionará muitos benefícios aos associados, estabelecendo uma relação mais saudável e transparente entre empregador e empregado, sem dificultar ou prejudicar o contato com os clientes.

Turismo

O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo também considera positiva a sanção da lei. Em nota, a entidade lembrou que a medida vem sendo reivindicada há sete anos pelo Cetur e pela Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares.

"Os débitos relativos às diferenças da integração da gorjeta às férias, ao décimo terceiro e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) representam o maior passivo trabalhista oriundo das relações de trabalho entre hotéis, restaurantes, bares e similares e seus empregados”, destacou o conselho, na nota. O presidente do Cetur, Alexandre Sampaio, que trabalhou junto à Câmara dos Deputados para aprovar a medida, afirmou que a questão está agora “definitivamente solucionada".

As novas regras passam a valer em 60 dias. O Cetur destacou que a medida altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) quanto ao rateio das gorjetas. O percentual recebido e a média das gorjetas devem constar na carteira e no contracheque do trabalhador. Não há, entretanto, a obrigatoriedade do cliente de pagar a gorjeta e o percentual continua a seu critério.

Na quarta-feira (15), Dia Nacional de Paralisação Contra a Reforma da Previdência, diversas categorias vão aderir à causa Brasil afora. Na capital pernambucana, os bancários, professores municipais e estaduais já anunciaram que vão cruzar os braços.

Os metroviários, em estado de greve desde sexta-feira (10), devem decidir sobre a paralisação em assembleia marcada para esta terça-feira (14), às 18h. Conforme informações da assessoria, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) está convocando os servidores para participarem do ato público como forma de conscientização. 

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Os rodoviários não estarão aderindo à paralisação, assim como a Polícia Civil, que, por sua vez, deve participar da passeata. Em Recife, a concentração será na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, às 9h. 

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De acordo com a ONU Mulheres Brasil, os espaços de grupos de apoio e organização sindical, apesar de significarem um importante centro de luta e empoderamento feminino pela dignidade trabalhista e econômica, ainda é, por vezes, inacessível a algumas mulheres. A falta de tempo e estrutura causadas pelo machismo, além da tripla jornada de trabalho das mulheres economicamente ativas, as afastam desses espaços de militância e reivindicação de direitos sociais no trabalho. 

O LeiaJa.com buscou histórias inspiradoras de mulheres pernambucanas que conseguiram passar por todas essas barreiras sociais impostas pelo gênero e não somente participam dos sindicatos de suas categorias de trabalho, como chegaram a postos de liderança como coordenação geral e presidência, ganhando reconhecimento e respeito. 

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“Não esperavam que uma mulher fizesse tanta transformação”

Dulcilene Morais é presidenta do Marreta (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada de Pernambuco) e afirma que o machismo está presente no movimento sindical primeiramente por estar entranhado na sociedade brasileira: “O movimento sindical como a sociedade é machista, porque o machismo é cultural na questão do patriarcado, que prega que mulher tem que ficar em casa lavando prato e limpando menino”, opina Dulcilene. 

De acordo com ela, por volta de 1988, teve início a luta pela presença feminina no sindicato, que a levou ao pioneirismo como mulher ocupando a presidência. “Quando entrei no movimento sindical, começou o movimento da CUT para colocar as mulheres nas direções dos sindicatos, mas não esperavam que uma mulher fizesse tanta transformação. Implementamos café e almoço na obra, políticas de segurança nas construtoras que tratavam os trabalhadores como algo descartável e nós forçamos a aplicar normas a partir da patrulha sindical nas obras. Também implantamos sala de aula em obras a primeira do país. Foi uma série de questões que mostramos que se o trabalhador tem direito e as oligarquias perseguem nosso sindicato, pois não aceitamos ser tratados como resto de material da obra, temos que ser tratados com respeito”, conta a sindicalista. Outra conquista do Marreta diz respeito à equiparação salarial e equidade de gênero nos quadros profissionais das empresas de construção. Segundo Dulcineide, foi preciso recorrer ao Ministério Público para garantir que as engenheiras ganhassem os mesmos salários que os engenheiros homens.

Sobre questões como dupla jornada e necessidades estruturais que permitam às mulheres uma atuação forte nos sindicatos, Dulcineide afirma que patrões e maridos são barreiras muito presentes. “Elas têm o tabu em casa que às vezes o marido não quer deixar, às vezes a empresa não quer liberar a mulher, mas a gente garantiu que elas poderão participar nas mesas de comissão em igualdade de direitos em relação aos homens. Os sindicatos têm que ter estrutura de creche, por exemplo, para a mulher ficar tranquila tendo onde deixar seu filho para poder vir para a luta com mais vontade. Elas vêm até com mais vontade que os homens na minha avaliação, tomam consciência de que têm que lutar pelos seus direitos", diz. 

O setor da construção é, geralmente, visto como um segmento de trabalho para homens. Quando perguntada sobre como é presidir um sindicato desse ramo sendo mulher, Dulcineide afirma que o machismo é forte sim, mas que não é só em sua área de atuação que ele existe: “Temos outras mulheres em sindicatos de construção civil, mas o machismo também está presente em categorias tipicamente femininas que são presididos por homens e não mulheres, isso é um reflexo da realidade social”, finaliza a presidente do Marreta.

Pauta de luta trabalhista 

A Coordenadora Geral do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), Simone Fontana, afirma que a diretoria de seu sindicato tem maioria feminina como reflexo da categoria do ensino que é, em maioria, composta por mulheres. No entanto, ela reconhece as dificuldades que as mulheres enfrentam nos sindicatos.

“As dificuldades são muitas, pois mulheres têm trabalhos de cuidado com família, filhos, idosos”, explica Simone. Para ela, garantir que as mulheres estejam inseridas no contexto sindical deve ser uma pauta de luta trabalhista e é preciso que os próprios sindicatos tenham uma estrutura de acolhimento para possibilitar essa participação: “A atuação sindical é difícil para mulheres se a estrutura do sindicato não tem essa visão e não garante esse suporte. Nós somos importantes e não devemos ficar restritas nem na hora da luta e nem na organização familiar, pois os ataques atingem as mulheres, como reforma da previdência, restrição de pensões, aposentadoria especial e PEC dos gastos públicos", opina a integrante do Simpere. 

“Me disseram que sindicalista não tinha direito a licença maternidade” 

Suzineide Rodrigues é a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, mas enfrentou diversas dificuldades até chegar a este posto. “Quando entrei no sindicato em 1991 senti na pele o que é ser mulher com filho pequeno num sindicato em que sua jornada não tem horário. Nenhuma outra mulher lá era mãe e quando precisei tirar licença, me disseram que sindicalista não tira licença maternidade”. Segundo ela, a situação só mudou quando outra sindicalista se tornou mãe e foi iniciado o debate para fazer valer a lei que confere às mulheres o direito de cuidar de seus filhos recém-nascidos.

Suzineide diz que foi difícil conseguir introduzir a pauta de discussão feminista dentro do sindicato e enfrentou muita resistência. "Em nossa trajetória houve muita luta para conseguir visibilidade e para ter uma mulher presidenta. Só com 79 anos de sindicato a gente conseguiu ter a primeira, teve um racha na diretoria e a presidenta venceu por dois votos de diferença apenas”. De acordo com Suzineide, o enfrentamento trouxe bons frutos para as bancárias. “Conseguimos auxílio creche em convenção coletiva, as mães bancárias recebem um valor para ajudar a pagar. No sindicato a gente flexibiliza o horário, paga hora extra de babá, bota creche quando tem curso, para ajudar pessoas que têm filhos. A gente também desbravou o debate sobre violência contra a mulher e sobre paridade”.

Até sua consolidação como presidente do Sindicato, Suzineide enfrentou resistências. “A ideia de ter mulheres vai bem na base, mas é difícil para nós subirmos aos postos de poder. Quando estamos nesse cargo, os homens não são tão diretamente machistas de dizer que não temos competência, mas se a gente não mostrar muito pulso de liderança no trabalho em equipe, dificulta", complementa. 

O movimento sindical afirma que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir ao poder público cortar os salários de servidores em greve não vai impedir que continuem em protesto contra medidas do governo Michel Temer que consideram prejudiciais aos trabalhadores, como a proposta de reforma da Previdência.

"Nossa categoria não é de recuar com esse tipo de intimidação", disse Sérgio Ronaldo da Silva, da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A entidade reúne 36 sindicatos que representam 61,5% dos 1,3 milhão de servidores públicos federais.

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No dia 11, estão marcadas paralisações de diversas categorias, como parte de uma estratégia das organizações dos trabalhadores para mobilizar uma greve geral no País. Além da reforma da Previdência, as centrais têm como principais críticas a PEC 241, que limita o crescimento das despesas públicas à inflação pelos próximos 20 anos, a renegociação das dívidas dos Estados e municípios, a medida provisória que altera o ensino médio, a reforma trabalhista, que envolve a terceirização em todas as atividades e a flexibilização da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

"A decisão do STF tem um impacto pesado porque faz com que muitas pessoas repensem em aderir às mobilizações", afirmou Silva. "Como decidimos pela greve geral e estamos preparando a categoria para enfrentar todo esse desmonte, eles estão dando o recado: 'Façam, mas a consequência será o corte dos salários'. É uma sintonia dos três Poderes contra a classe trabalhadora", criticou.

A maioria dos ministros do STF acompanhou o entendimento do relator, Dias Toffoli, para quem não deve haver descontos somente nos casos em que a paralisação for motivada por quebra do acordo de trabalho por parte do empregador.

Nesta quinta-feira (27), o ministro Gilmar Mendes destacou o "tumulto enorme" provocado pela greve de peritos do INSS e pelas paralisações nas universidades, que se arrastam por meses. "Essas pessoas têm o direito de ter o salário assegurado? Isso é greve, é férias, o que é isso? Não estamos falando de greve de um dia. A rigor, funcionário público no mundo todo não faz greve. O Brasil é um país realmente psicodélico", disparou Mendes. O ministro citou, com ironia, o ex-presidente Lula e questionou se as paralisações em que funcionário público não sofre sanções equivaleriam a férias. "A greve, no mundo todo, envolve a suspensão do contrato imediato. Quem dizia isso era o insuspeito presidente Lula. Greve subsidiada, como explicar?"

A última grande greve dos servidores públicos foi dos médicos do INSS que ficaram quase 140 dias parados - a paralisação se encerrou em janeiro. No período, 2,1 milhões de perícias deixaram de ser feitas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Funcionários públicos federais argentinos iniciaram nesta terça-feira uma paralisação de 24 horas com protestos nas ruas para pressionar o governo de Mauricio Macri a reabrir as negociações salariais para compensar uma inflação que ultrapassa 40% ao ano.

Aderiram à greve lançada pelo sindicato de funcionários públicos ATE professores e docentes, médicos e funcionários de saúde de todo o país. A maioria dos sindicatos negociaram acordos inferiores a 35% nas negociações anuais, mas a inflação gira em torno de 43%, segundo o Banco Central.

O protesto acontece antes da greve geral acordada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), mas que ainda não tem data definida.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, presente ao Fóruns Estadão Brasil Competitivo, na quarta-feira, admitiu que a regulamentação da terceirização e a flexibilização dos contratos de trabalho são necessárias, mas ressaltou que não podem, de maneira nenhuma, suprimir direitos dos empregados. "Precisamos de flexibilização, mas que não seja sinônimo de precarização e perda de direitos."

O tom conciliador de Patah não se reflete nas ruas. Na semana passada, a UGT e as outras principais centrais sindicais do País organizaram mobilizações contra as reformas que estão sendo propostas pelo governo federal nas leis trabalhistas e na Previdência. Com o tema "Nenhum direito a menos", os atos aconteceram em defesa dos direitos sociais e trabalhistas.

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Os sindicatos são críticos às reformas em estudo pelo governo Temer, pois entendem que vão retirar direitos dos trabalhadores. "Somos contra a terceirização, a reforma na Previdência, as mudanças na CLT, que privilegiam o negociado sobre o legislado, a PEC do teto de gastos e a retirada dos recursos do pré-sal para educação. São mudanças que retiram direitos", afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

Em nota, a Força Sindical afirmou que "as propostas anunciadas pelo governo, como as reformas da Previdência e da legislação trabalhista, mostram que mais uma vez querem jogar a conta da crise econômica nas costas dos trabalhadores, que não concordam em pagar mais uma dívida que não contraíram".

No início do mês, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, apresentou as propostas de reforma trabalhista que estão em estudo. As três maiores centrais sindicais do País reagiram com ênfase, questionando a "legitimidade" do governo do presidente Michel Temer para propor modificações consideradas "radicais".

O presidente nacional da CUT, Paulo Cayres, desafiou o ministro a apresentar essas mudanças em uma assembleia de trabalhadores no chão da fábrica. Segundo o sindicalista, as modificações sugeridas por Nogueira - como a flexibilização da jornada diária para até 12 horas - representam "total desconhecimento" da situação atual do mercado de trabalho.

Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, os detalhes de uma provável reforma trabalhista estão sendo divulgados aos poucos, a conta-gotas, para servirem como "balão de ensaio" para o governo.

Na ocasião do anúncio, Patah declarou que o momento de recessão econômica não poderia ser usado como pretexto para retirar direitos adquiridos há muito tempo pelos trabalhadores. Sobre a proposta de incluir contratos por produtividade e por horas trabalhadas, além da opção atual, por jornada de trabalho, Patah afirmou que são medidas que precarizam as condições de emprego e colocam em risco a saúde do trabalhador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bancários de todo o País vão iniciar nesta terça-feira, 6, uma greve por tempo indeterminado para pressionar o sindicato patronal na campanha salarial unificada, em que os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 14,78% - ou 5% de aumento se descontada a inflação.

O início do movimento foi confirmado no fim da tarde desta segunda-feira, 5, pela sindicato da categoria. Uma assembleia de organização dos grevistas foi marcada para as 19 horas de hoje na Quadra dos Bancários em São Paulo.

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Após cinco rodadas de negociação, iniciadas no mês passado, as partes seguem sem acordo em relação ao reajuste salarial. A proposta da bancada patronal é de um aumento, em termos nominais, de 6,5% - 2,8 pontos abaixo da inflação -, além de abono de R$ 3 mil.

Fora o reajuste próximo a 15%, o sindicato dos bancários pede o pagamento de três salários mais R$ 8,3 mil em participação nos lucros e resultados, bem como a fixação do piso salarial em R$ 3,94 mil.

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