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O papa Francisco presidiu a cerimônia da Quarta-feira de Cinzas em uma igreja de Roma, dando início ao período da Quaresma que antecipa a Páscoa. Durante este período os católicos são chamados a fazer jejum e penitência.

Durante a homilia, Francisco criticou a desconfiança que reina na sociedade moderna. "É triste constatar como frente às vicissitudes cotidianas se erguem vozes que se aprovietam do sofrimento e da incerteza, vozes que apenas sabem gerar desconfiança", lamentou Francisco na igreja de Santa Sabina, na colina romana de Aventino.

"O fruto da desconfiança é a apatia e a resignação", alertou. "A Quaresma é um momento preciso para eliminar essa e outras tentações". O pontífice argentino pediu aos fiéis que deixem de "correr sem sentido" e explicou que "viver acelerado dispersa, divide e acaba destruindo o tempo que se dedica à família, à amizade e aos filhos”.

A Quaresma, que dura 40 dias, é o momento em que os católicos devem se arrepender dos pecados cometidos e mudar para se tornar melhores, recordou o chefe da Igreja católica.

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O Carnaval se espalhou pelas cidades do interior do Pará. De todos os polos da folia, de um extremo a outro do Estado, um dos mais animados se concentrou em São Caetano de Odivelas, na região nordeste. Centenas de foliões foram às ruas da cidade, no último final de semana, para soltar o grito de alegria e resgatar a tradição. Veja, acima, galeria de fotos de Bruno Carachesti.

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Bandinhas de fanfarra tocando o frevo agitaram os brincantes que colocaram o boi para dançar, um dos pontos altos do folclore local, ao lado de vaqueiros, cabeçudos e pierrôs, mascarados com alegorias carnavalescas. “Essa cultura de São Caetano de Odivelas, do boi de máscara, é única. Nós estamos fortalecendo cada vez mais no Carnaval também”, afirmou Rogério Sales, coordenador do Boi Vaca Velha.

Este ano, o CarnaOdivelas reuniu os principais bois de máscara do município para animar a folia. Os bois “Tinga”, “Faceiro”, “Búfalo” e “A vaca velha” fizeram arrastões pelas ruas da cidade.

Da redação do LeiaJá Pará.

 

 

O tradicional \'\'Svolo del Leon\'\' e a nomeação de Erika Chia como a Maria de 2018 marcaram o fim do famoso Carnaval de Veneza, nesta terça-feira (13), na Piazza San Marco. A edição deste ano da típica festa na cidade de Veneza foi dedicada ao tema do jogo e ao circo, que, pela terceira vez consecutiva, levou a assinatura do diretor artístico Marco Maccapani. Dois grandes momentos de sucesso são aguardados pelos venezianos na festa: o vôo do Anjo, que abriu a semana de carnaval na cidade, e o vôo de L\'Aquila realizado no último domingo (11).Com uma nova regra que limitava a presença de 20 mil pessoas para curtir o evento O carnaval cultural conseguiu animar a cidade com dezenas de momentos especiais, entretendo milhares de pessoas. No entanto, a festa de 2018 foi marcada por uma restrição de público imposta pela Prefeitura. Apenas 20 mil pessoas puderam acompanhar as atrações.Da Ansa

Carnaval no Pará é sinônimo de muita diversão por toda a extensão do Estado, contando com uma diversa programação, folclore, desfiles e muitos blocos de rua pelas principais cidades do interior. Confira abaixo a programação dos principais carnavais durante o feriado:

Vigia

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O município de Vigia é considerado um dos mais antigos e tradicionais do Estado, assim como seu famoso carnaval, que leva milhares de pessoas às ruas todos os anos. Fazendo festa há mais de 20 anos, o bloco “As Virgienses” e os “Cabraçurdos”, onde mulheres se vestem de homem e vice-versa, este ano sairá na segunda-feira (12), às 16 horas, no Corredor da Folia da cidade histórica. A programação de carnaval começa nesta sexta-feira (9) e vai até terça-feira. Programação completa aqui.

Curuçá

No município de Curuça, a 137 km de Belém, o carnaval tem uma pegada diferente. Com o intuito de conscientização ecológica, o famoso bloco “Pretinhos do Mangue” leva milhares de foliões a se pintarem com a lama dos manguezais ao redor da região, incentivando assim a ideia de preservação. O bloco sai no domingo (11) e na terça-feira (13), às 16 horas. A folia começa no sábado de carnaval e vai até a terça-feira. Programação completa aqui.

São Caetano de Odivelas

Município localizado no nordeste paraense, São Caetano mistura cores, tradição e cultura popular em seu carnaval. Diversos personagens do imaginário da cidade, como os vaqueiros, os cabeçudos e os pierrôs, saem as ruas com máscaras e alegorias.

Mosqueiro

Com programação para todas idades e gostos musicais, a ilha de Mosqueiro trará uma carnaval da mistura, com samba, axé, pagode e marchinhas. O desfile de  blocos é o mais aguardado pelos foliões e visitantes, que começa às 16 horas no domingo (11). O famoso e mais tradicional bloco da cidade, o Bloco Pirarucu nas Cinzas do Caramanchão, sai do Chapéu Virado, às 14 horas da quarta-feira.

Cametá

Com mais de 60 blocos que irão sair no corredor da folia, a programação do município de Cametá começa nesta sexta-feira (9), com bandas de fanfarras. Durante a tarde e noite haverá desfile de blocos, e ao anoitecer acontece o tradicional Carnaval das Águas, com a entrega da chave da cidade. A festa continua pela madrugada. A programação de completa do carnaval você pode conferir aqui.

Por Ariela Motizuki.

 

Dez Nações de maracatu celebram a cultura afro na próxima segunda-feira (5), às 20h, em Olinda. A 17ª edição da Noite para os Tambores Silenciosos terá concentração nos Quatro Cantos, no Sítio Histórico, e segue em direção à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no bairro do Bonsucesso.A noite conta com a presença dos maracatus Nação Badia, Nação Pernambuco, Nação Sol Brilhante, Nação Camaleão, Nação Coroado, Nação Maracambuco, Nação Tigre, entre outros.  O evento é realizado na segunda por ser dia dos eguns e por anteceder o sábado de Zé Pereira, promovendo proteção ás pessoas durante o período carnavalesco.ServiçoNoite para os Tambores SilenciososSegunda (5) | 20hQuatro Cantos (Sítio Histórico)Gratuito

Em um bate-papo com a equipe do LeiaJá, o cantor e compositor, Marrom Brasileiro, autor de grandes canções tradicionais do carnaval pernambucano, fala sobre a inspiração e curiosidades de suas composições, além de destacar a influência dos vários ritmos genuinamente brasileiros em seu trabalho musical. Em primeira mão, o artista nos mostra uma de suas mais novas composições. Confira os detalhes no vídeo abaixo: 

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Açaí, pato no tucupi, maniçoba e tacacá são alguns do clássicos da culinária paraense. Esses sabores estão presentes na mesa do cidadão dessa região de biodiversidade tão rica. Os pratos são soberanos, mas vêm convivendo com muita coisa de fora: comida japonesa, comida árabe e os vários food trucks espalhados por Belém. Resta saber como a culinária tradicional se relaciona com essas culinárias estrangeiras.

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Grande parte da gastronomia regional vem de origem indígena. Portugueses, holandeses e franceses trouxeram elementos que se misturaram. A junção de conceitos é normal e não é de hoje.

A gastrônoma Giselle Arouck é especialista em cozinha das Américas e explica o processo de fusão. “O processo de fusão não é só no método de preparo com tendências de outros Estados e países, mas também com outros elementos que você mistura.” Giselle explica que a culinária paraense é muito rica pela biodiversidade da região amazônica. “A quantidade de elementos da gastronomia paraense é muito elevada, é uma gastronomia que é de fusão e vem sendo modificada com o passar dos anos.”

Fabrício Araújo, chef do restaurante Mercearia Vicente, aposta na inovação. Entre as receitas dele está o Papaxiburger, que é a união de pão de açaí, hambúrguer de charque e dadinho de tapioca, carro-chefe da Mercearia Vicente. Fabrício acredita que faz parte da gastronomia mesclar técnicas e ingredientes. “A gente tem hoje conhecimento de muitas técnicas de cozinha francesa, cozinha oriental, mas essas técnicas são usadas com os ingredientes de lá. Quando pegamos essas técnicas e usamos com os ingredientes daqui, só isso já causa uma reinvenção.”

Fabrício avalia a aceitação das novas receitas. “Se ficar bom, sim. Tem algumas coisas muito absurdas, tem algumas coisas que eu não aprovo, tem que ver a situação de mercado. Um dia desses eu peguei uma linguiça de pato no tucupi, eu não gostei.”

Os food trucks surgiram nos Estados Unidos e viraram tendência. William Monreal é dono do Begot’s Burger, de hambúrgueres artesanais. William pensa que essas adições são positivas. “Eu acho que para o mercado é válido, é como um Uber chagando no lado de um taxi. Quem tem um valor agregado, um conhecimento a adicionar, tende a continuar.” William usa receitas de fora, mas adiciona ingredientes locais. “Eu tenho uma bandeira da Austrália e dos Estados Unidos, porque eu tento seguir uma linha do que os caras fazem por lá, mas sempre ‘abrasileirando’ e com uma pegada paraense.”

Laís Freire ama sushi, mas ainda prefere o açaí. A estudante diz que é muito bom ter opções no mercado. “Sempre gostei de variar, ter coisas novas. Muitas coisas novas estão chegando em Belém.”

O Tacacá do Renato fica na travessa Doutor Enéas Pinheiro. A barraquinha é famosa na cidade e várias celebridades já prestigiaram. Dione Souza é atendente no local e conta que o fluxo de clientes continua o mesmo de alguns anos atrás. “Não tem muita concorrência com os restaurantes gourmets. Aa concorrência são os próprios estabelecimentos de tacacá e comidas típicas."

O chef Artur Bestene é um dos caras que mais divulgam a gastronomia paraense. Ele faz várias receitas com ingredientes regionais com uma nova roupagem. O Piraburguer e a linguiça de maniçoba são algumas de suas invenções. “Tentamos levar às pessoas produtos que elas já conhecem, mas com ingredientes mundiais.” Apesar de fazer vários pratos mais gourmetizados, Bestene acha que não dá para vencer o tradicional. “Mais importante que sair do tradicional é respeitar o tradicional. O mais importante é a pesquisa e o que ela causa, é a curiosidade de descobrir as possibilidades de técnicas. Bem como as pesquisas de novos ingredientes, que esse sim é, pra mim, o ponto chave.”

Por Pâmela Gomes, Henrique Sá, Alessandro Amorim, Nicksson Melo, Mathaus Pauxis, Brunno Lobato, Poliana Costa.

 

 

Batizada de “As Galerias”, a lanchonete fundada pelo imigrante cubano Fidélio Lago, está em atividade no bairro do Recife Antigo há 89 anos. Com uma freguesia fiel e a cada dia conquistando novos clientes, o estabelecimento hoje está localizado na Rua da Guia, 183, em esquina com a Praça do Arsenal. Mas o atual proprietário, Jorge Henrique dos Santos, neto de Fidélio, explica que o seu maior desejo é retornar ao primeiro endereço, onde tudo teve início, em 1928, “O desejo da empresa hoje em dia é se instalar naquele local, de onde nunca deveria ter saído”, contou. 

Todos os detalhes dessa história você confere no vídeo a seguir: 

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Para Celia é difícil ver que uma de suas obras-primas é destroçada a pauladas durante as celebrações natalinas no México. Mas esta artesã continua fazendo suas pinhatas para preservar a tradição surgida no século XVI de quebrar "o mal" através destes objetos coloridos.

"Acho feio" ver como as pessoas quebram uma pinhata, "mas também acho bonito que levem uma peça feita por mim. É gratificante", assegura à AFP Celia Claudio, uma artesã sorridente de 35 anos, enquanto vende suas criações na Feira da Pinhata de Acolman de Nezahualcóyotl, no cêntrico estado do México.

Para ela, "cada pinhata é especial", e sente que lhe tiram "um bebê" a cada vez que as vende, pois ao fabricá-las deixa nelas uma parte de si.

Com suas formas infinitas e cores vivas, as pinhatas são um elemento central das festas natalinas no México.

Confeccionada a partir de uma panela de barro cozido adornada com papel colorido, a pinhata tradicional tem a forma de uma estrela de sete pontas e seu interior contém frutas, balas e até pequenos brinquedos.

Nas "posadas" - festas religiosas que se celebram no México e em parte da América Central durante os nove dias anteriores ao Natal -, os convidados se revezam para vendar os olhos e dar golpes na pinhata com pedaços de pau até que seu conteúdo caia, e então todo mundo se lança com frenesi para obter sua parte dos prêmios.

- Um "brinquedo" evangelizador -

Embora hoje em dia a pinhata seja motivo de uma alegre confusão nas famílias mexicanas, trata-se de uma tradição surgida no século XVI que mistura os rituais indígenas com o afã evangelizador dos Agostinhos.

Esta ordem da Igreja católica se estabeleceu no México para converter os indígenas, e seu convento em Acolman ainda está em pé.

Acolman era então terra de acolhuas, uma etnia indígena que amava a música, cantos, danças e representações teatrais. Assim, os frades decidiram evangelizá-los através destes meios, explica a cronista Araceli Juárez.

"O ponto-chave é o brinquedo da pinhata, que se utiliza como uma forma de conversão, para ensinar o que era o mal", diz.

Para os religiosos, o mal era chamativo, como o papel colorido que adorna a pinhata, e eles representaram os sete pecados capitais com cada uma das pontas da estrela. Eles diziam que se os pecados fossem destruídos com uma fé cega, ou seja, com os olhos vendados, se obteriam os frutos desse esforço, em uma metáfora dos doces que as pinhatas contêm, explica.

Para a especialista, esta tradição "tem muitos elementos de sincretismo" entre a doutrina católica e a cosmogonia indígena.

Por exemplo, muitos indígenas costumavam quebrar suas panelas de barro a cada 52 anos, para marcar o fim de um ciclo e "romper com o velho", diz Juárez.

- "Berço das pinhatas" -

A cada ano, cerca de 100.000 pessoas comparecem à Feira da Pinhata em Acolman de Nezahualcóyotl.

Antigos arcos coloniais anunciam a entrada neste povoado de 140.000 habitantes conhecido como "o berço das pinhatas", onde cerca de 250 artesãos de 40 oficinas produzem até 40.000 pinhatas por ano, que são vendidas em todo o país com uma receita de dois milhões de pesos (pouco mais de 100.000 dólares).

Durante cinco dias, a praça principal desta localidade - que não sofre com os altíssimos índices de violência por crime organizado e feminicídios da região - se enche de postos que vendem pinhatas de todos os tamanhos e cores: desde miniaturas decorativas de 20 centímetros, até monumentais obras de quatro metros.

"Me dá muita alegria vir comprar a pinhata para a minha família. Vamos quebrá-la juntos no dia da ceia de Natal", comenta a professora de história Joaquina Ramos.

Para Celia Claudio, manter a tradição também é importante, mas difícil.

"Este mundo da globalização já não nos deixa espaço para o que é puramente mexicano", pois agora a clientela "pede pinhatas com personagens de comics" como Super-homem ou os Minions, lamenta, enquanto fabrica com esmero uma pinhata de cartolina - e não de barro - para evitar ferimentos.

As pinhatas que representam o presidente Donald Trump também fizeram sua aparição.

No ano passado, senadores do PRD (Partido da revolução democrática - esquerda) se divertiram dando golpes simbólicos à pinhata do presidente americano durante uma festa de Natal no Senado.

Milão, cidade onde nasceu o panetone, presta homenagem ao famoso pão tradicional italiano com uva passas e frutas cristalizadas com um enorme exemplar neste domingo (17). À tarde serão distribuídos gratuitamente 1.200 pedaços deste panettone de 140 quilos e dois metros de altura na magnífica Galeria Victor Emmanuel II, a dois passos da Catedral.

"O panetone é a típica sobremesa de Natal. Embora a moda e a cultura mudem, o panettone continua a ser uma tradição inalterável", explica à AFP Angelo Bernasconi, proprietário da padaria San Gregorio, cuja equipe produziu o pão gigante. Seu estabelecimento faz dezenas de unidades por ano, que são vendidos na Itália e também no exterior. A cada semana, 200 de seus panetones são enviados para uma loja de Nova York.

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Poucos dias antes do Natal, a padaria não para de funcionar, explica Savino Moretti, sócio de Bernasconi, que se aposentou, mas continua a ir duas vezes por semana para aconselhar a equipe do local onde trabalhou durante meio século.

Moretti e Bernasconi, de 68 e 67 anos, respectivamente, fazem panetone "há mais de 50 anos". E, de acordo com eles, o segredo é a "massa mãe", que pode dar à luz uma infinidade de pães, se bem tratada. Ambos herdaram essa massa mãe do dono anterior da confeitaria, seu chefe confeiteiro, a desenvolveu, segundo dizem, acrescentando "urina de cavalo" à farinha para dar acidez.

"Demora 36 horas para fazer um panettone", explica o chef Said Lauauda na cozinha. A massa é feita de água, açúcar, farinha, ovos, manteiga e baunilha. "Os ingredientes são misturados muito lentamente um após o outro, o que leva entre 25 e 40 minutos", explica Lauauda. E então a mistura é colocada para descansar.

Cabeça para baixo

"No dia seguinte, às quatro da manhã, são adicionados ovos, açúcar, água, farinha e manteiga e a mistura é sovada por 15 minutos", antes de se adicionar passas, casca de laranja confitada e cidra (fruta cítrica)", explica Bernasconi. A massa é então vertida em assadeiras que servem como um molde para que cresça por quatro ou cinco horas, e depois colocada no forno.

A última etapa consiste em colocar o panetone de cabeça para baixo por 10 horas para permitir que a manteiga desça. Na padaria de San Gregorio, dezenas de panettones estão suspensos no teto. O "maior panettone do mundo" teve que ser feito em um forno especial, "enorme, como um armário de mais de dois metros de altura", diz Bernasconi.

"A diferença de um panettone normal é que devemos assar por um tempo muito mais longo e mais devagar, entre 12 e 14 horas a uma temperatura mais baixa", explica. "É tão bom quanto o tradicional, mas é um pouco diferente. Um pouco seco, caso contrário o panettone desmoronaria", acrescenta.

Bernasconi foi contactado pela Prefeitura e pela Câmara de Comércio de Milão. O desafio é inédito, embora o chef fabrique todos os anos entre 80 e 120 quilos para hospitais, asilos e grandes empresas. De acordo com Coldiretti, principal sindicato agrícola italiano, três em cada quatro italianos comerão panettone durante as festas, com um preço médio entre oito e nove euros cada.

Ao entrar no Rosário, sede do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, o que se vê são rapazes, de todas as idades, encourando e afinando tambores. Eles estão preparando a casa para a festa desta sexta-feira (8), que vai comemorar os 193 anos da nação. Com quase dois séculos de história, o Estrela de Igarassu é a nação de baque virado mais antiga em atividade no estado de Pernambuco. Sua tradição e longevidade lhe garantiram reconhecimentos importantes como o título de Patrimônio Vivo de PE, ponto de cultura e o Prêmio de Culturas Populares do Ministério Da Cultura, conferido neste mês de dezembro. Mas, sobretudo, a nação de Igarassu detém o reconhecimento do público, maracatuzeiros ou não, que veem nela autoridade e o brilho que só uma grande estrela pode ter.

O Estrela Brilhante de Igarassu é mantido pela família Santana, que segue os ensinamentos deixados pelas duas últimas rainhas da nação, D. Mariú e D. Olga, esta falecida em 2013, aos 74 anos. Hoje, quem preside o maracatu é Gilmar Santana de Batista, filho de Olga, neto de Mariú, e mestre de apito no Estrela há mais de 20 anos. 'Tio Má', como é chamado, se orgulha de dar continuidade ao trabalho da avó e da mãe e faz questão de manter as tradições aprendidas com elas. “Ela (a mãe) dizia ‘é assim’ e era assim mesmo. E eu tento fazer do mesmo jeito. Tentando fazer o melhor e não deixar cair a nossa tradição.”, diz.  

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Esta tradição é defendida com força em Igarassu, ao passar das gerações. A nação tem seu próprio jeito de dançar, de vestir os integrantes e de tocar: “A diferença é o ritmo, a gente toca com uma baqueta e um bacalhau, o suingue é completamente diferente.”, diz o mestre. Outra característica que diferencia o Estrela da quase total maioria dos maracatus é a proibição de mulheres tocando em seu batuque. A regra costuma chamar bastante atenção, mas Gilmar explica o porquê: “Toda hora a turma faz essa pergunta. Os batuqueiros do maracatu representam os ogãs de dentro do terreiro e não existe mulher ogã. Do mesmo jeito que a gente faz a religião, a gente traz para o folguedo, com a sinceridade que vem lá de dentro do terreiro.” O maracatu de baque virado tem ligação estreita com a religião de matriz africana, o Candomblé. Para resolver este ‘problema’, foi criado o Bloco Aláfia, que sai no Carnaval de Olinda, aos domingos, com todos que queiram tocar o baque da nação, inclusive, as meninas.

Mantendo as raízes, o Estrela conseguiu extrapolar os limites geográficos de Igarassu. Apesar da maioria dos batuqueiros e baianas serem da região, muitos são aqueles que vêm de fora para brincar. Todos os anos, pessoas do Recife, São Paulo, Curitiba, Minas Gerais e até do Japão, vêm para a cidade para sair no carnaval dançando e tocando. Os batuqueiros mais experientes, e o próprio Gilmar, também viajam pelo mundo dando oficinas que ensinam os fundamentos do seu maracatu e vários são os grupos, espalhados pelo Brasil e fora dele, que desenvolvem trabalhos inspirados na nação de Igarassu. “Com a nossa simplicidade, a gente vai pra avenida e vê gente se arrepiando, chorando e querendo brincar com a gente.”, diz Gilmar.

Continuidade

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Na família Santana, quem vai nascendo vai entrando no maracatu num movimento quase orgânico. As crianças aprendem o baque e a dança instintivamente, como comprova o pequeno Josuel Paulino Barbosa, de 11 anos, bisneto de Dona Olga e batuqueiro “desde novinho”: “Ninguém me ensinou, não. Aprendi só.”, diz orgulhoso.

Os mais velhos, já trabalham efetivamente na manutenção da tradição familiar. Como Rogério de Souza, neto de Olga e sobrinho do mestre Gilmar, que hoje, assume a função de contra-mestre da nação. Rogério também viaja dando oficinas que ensinam o baque do Estrela de Igarassu e a confecção de instrumentos de maracatu: “É responsabilidade e é muita emoção, um orgulho enorme. Tem nem palavras para falar.”, resume o batuqueiro.  

Manutenção

Para manter uma nação de “grande porte”, como classifica Gilmar, é preciso muita dedicação. A receita vem de apresentações, oficinas, venda de instrumentos e subsídios governamentais como o recebido pelo título de Patrimônio Vivo. Tudo é investido na própria nação: “Financeiramente, é trabalhar para o maracatu. Prova tanto que é o primeiro maracatu que tem seu ônibus, tem uma sede boa, um som bom. Tudo com dinheiro do maracatu, sem pedir nada para o poder público. A gente trabalha com as nossas pernas. Passa por dificuldade porque todo mundo passa, querendo ou não. Mas a gente segura a onda, se agarra com Deus e Dona Emília (a calunga da nação), e deixa o barco andar”, fala Gilmar.

Ao lado dele, trabalha também o irmão Gilberto Santana, o Tio Bel, e o sobrinho Rogério. Para Tio Bel, continuar o trabalho deixado pela família é missão: “Cultura só faz quem gosta. É uma coisa que veio dos meus avós, da minha mãe, agora está comigo, meu irmão e Rogério, pra gente manter a tradição da nossa família. A gente tem que levar até... Aí é Jesus quem vai dizer.”

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Celebração

Nesta sexta-eira (8), dia em que completa 193 anos de atividades, o Estrela Brilhante de Igarassu abre sua sede, no Sìtio Histórico de Igarassu, para uma grande festa. À partir das 15h, os integrantes da nação recebem os amigos para uma tarde de batuque e shows com os convidados, Dinda Salú e Trio Paraíba, Murilo Silva e Coco de Dona Olga. A comemoração é aberta ao público. 

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As ruas da Áustria à noite no inverno são invadidas não por apenas um, mas por uma horda de "Zwarte Piet" ("Black Pete", ou "Pedro, o Negro"), um personagem da cultura popular europeia que, nascido há séculos, ganha cada vez mais força nos dias de hoje como uma espécie de anti-Papai Noel.

Eles são literalmente aterrorizantes com seus olhos injetados de sangue, chifres enormes, vestes demoníacas e sinos sombrios: nesta noite em Schwadorf, perto de Viena, não é apenas o frio que faz tremer o público.

Centenas de pessoas vieram assistir a um "Krampuslauf", um desfile de "Zwarte Piet" (ou "Krampus"), onde mais de 60 criaturas perambulam pela cidade assustando adultos e crianças. "Estamos resgatando a tradição que consiste em espantar os maus espíritos, assustando-os", explica Ernst Eigner, um dos participantes do desfile.

Como milhares de austríacos a cada inverno, este tranquilo agente imobiliário troca o terno e a gravata por uma fantasia diabólica, meio bode, meio zumbi. "A gente finge ar de cruel, mas nossos chicotes não passam de crina de cavalo. As pessoas não sentem nada quando as atingimos", assegura.

Em Schwadorf, a atmosfera é de diversão, e tirando uma ou outra criança chorando, as famílias passam bons momentos. Nos últimos anos, o desfile de "Krampus" tornou-se um verdadeiro evento social na Áustria.

Ficou para trás o tempo em que o Zwarte Piet se contentava em ser pajem de São Nicolau, o antigo Papai Noel, que ia de casa em casa para "punir" as crianças desobedientes e assustá-las com seu rosto pintado de preto, observa a etnóloga Helga Maria Wolf à AFP.

Esta figura popularizada no século XVI consolidou-se principalmente na figura dos "Perchten", espíritos benéficos e malignos responsáveis por expulsar o inverno, uma tradição provavelmente de origem pagã e que foi mantida em certos vales alpinos, como em Gastein, perto de Salzburgo.

Os Krampus e os Perchtens assim se fundiram em "seres híbridos", incorporando também influências que vão desde filmes de terror ao heavy metal, observa Wolf.

A magnitude do tema, com cerca de 850 grupos e 10.000 "Krampus" e outros "Perchten" identificados em todo o país, forçou as autoridades a redobrar sua atenção para evitar problemas.

Incidentes são frequentes, uma vez que o anonimato conferido pelas máscaras - e o álcool - propiciam brigas e até mesmo agressões sexuais, como aconteceu com uma jovem em Zell bei Ebenthal, no sul do país.

Temendo por sua reputação, representantes de associações protestaram (com o rosto à mostra) no final de novembro em Klagenfurt, na Carinthie, para denunciar "casos isolados".

O espaço tomado por esta tradição levou o Parlamento a isentar os desfiles de monstros das disposições de uma lei muito rígida que proíbe cobrir o rosto, que entrou em vigor em outubro em um contexto de ameaça terrorista.

A moda dos Krampus se inscreve num contexto de resgate dos costumes regionais, algo muito marcante na Áustria e caracterizado, em particular, pela moda do Lederhose, as calças de couro, inclusive entre os jovens.

"Observamos esse retorno às raízes não só para os costumes, mas também para os dialetos locais ou denominações de origem. É um contrapeso para a globalização, mesmo que o fenômeno tenha começado na década de 1970", analisa a etnóloga.

Com o seu caráter transgressivo e lúdico, os Krampus também fazem parte da "cultura da diversão e da festa" contemporânea, que eles apimentam com o "prazer de ter medo", observa.

Longe de serem simples festivais aldeões, os desfiles podem se tornar verdadeiros shows comerciais, como em Schladming, no centro do país, onde cerca de 8.000 espectadores pagam até 15 euros cada para admirar 800 monstros.

Por outro lado, alguns austríacos desenvolvem um verdadeiro "trauma do Krampus" até o ponto de temer o inverno, diz a terapeuta Andrea Hammerer.

"O som dos sinos penetra diretamente no inconsciente", diz a praticante que anima a cada ano perto de Salzburgo um seminário para ajudar seus pacientes a "superar seu medo" desses monstros.

Cultura popular não costuma ser aprendida nos bancos das escolas. O lugar de aprendizado das expressões mais genuínas do povo brasileiro é dentro de casa mesmo, método de ensino que não exige didática específica. A arte do povo é passada, de geração para geração, à medida em que avós, pais, filhos e netos naturalmente convivem. Foi assim na casa de Nadinho, que hoje vê no neto, Allyson, a continuidade da  arte de tocar sanfona.

Aguinaldo Alves de Lima, o Nadinho, aposentado de 67 anos e ‘tocador’ de sanfona há mais de duas décadas, é o responsável por Allyson Martins, de 19, desde o nascimento do menino. À medida que o neto crescia, em sua casa, em Abreu e Lima, o interesse pelo instrumento do avô  foi ganhando espaço: “Toda vez eu via a sanfona em cima da cama, comecei a pegar e quando ele viu, me ensinou”, conta o jovem. Nadinho fez logo gosto pela curiosidade do garoto: “Ele começou pegando devagarzinho, o que eu sabia fui passando pra ele. Depois botei ele no Conservatório. Eu não estudei nada, ele tá no estudo, vai ser melhor do que eu, se Deus quiser”.

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O investimento - de tempo, carinho e estímulo do avô - tem dado certo. Hoje, Allyson trabalha com música e, além de ter tornado a sanfona seu instrumento de profissão, compartilha com o seu ‘mestre’ a paixão por ela: “Para mim é tudo, é o que eu gosto de fazer”, diz com sorriso largo. Seu Nadinho é só orgulho. Ele acompanha o neto nas apresentações, inclusive no Encontro de Sanfoneiros do Recife, que acontece todos os anos no Recife - evento no qual Allyson se apresenta desde os 10 anos de idade. E numa prova de que os ensinamentos da cultura e tradição populares não acabam nunca, o avô garante: “Ele agora tá me ensinando”.  

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No dia 13 de dezembro de 1912, nascia no sertão pernambucano, na cidade de Exu, aquele que se tornaria um dos maiores símbolos da cultura Nordestina. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ressignificou o uso da sanfona e criou um estilo musical para representar o povo e realidade do Nordeste. Para homenagear essa história e o legado do Mestre Lua, há 20 anos, o Encontro de Sanfoneiros do Recife reúne músicos de todas as partes do Estado para festejar e divulgar esta cultura.

“Um ‘cabra’ negro, pobre, do sertão de Pernambuco, e revolucionou a música popular brasileira”, assim se refere a Gonzagão, Marcos Velozo, realizador do Encontro. Grande fã do Rei do Baião, ele resolveu criar o evento para homenagear o ídolo e, assim, zelar pela tradição por ele deixada. Comemorando duas décadas da festa, neste ano, ele recebeu sanfoneiros de Floresta, Exu, Limoeiro, Caruaru, Passira, Pesqueira, Arcoverde e de Alagoas e Paraíba. “É uma grande confraternização sanfônica”, resume Marcos.

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Esta edição começou na última sexta (1º), e segue por todo o sábado (2), até às 22h, na Praça Luiz Gonzaga, no bairro dos Torrões, zona oeste do Recife. O público poderá conferir o verdadeiro ‘xenhenhém’ e curtir o tradicional forró conduzido por sanfoneiros apaixonados pela arte do baião e pelo instrumento que o imortalizou.

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Neste domingo (3), o Bairro do Recife Antigo será ocupado pela tradição e cultura japonesa durante a 21ª Feira Japonesa do Recife. O evento começa às 10h, com a presença do cônsul do Japão no Recife, Jiro Maruhashi. Com o tema 'Brasões  de Família', a feira contará com apresentações culturais, artes marciais, anime mangá, oficinas, exposições e desfile.

Além disso, a Rua do Bom Jesus será tomada por barracas, que comercializarão artigos da cultura japonesa. Já na Praça do Arsenal, um polo gastronômico vai oferecer pratos típicos orientais como  sushi, yakissoba, harumaki, yakitori, okonomiyaki, entre outros.

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Este ano, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) estará presente para a divulgação de bolsas de estudo para diversas áreas e apresentações de projetos de parcerias entre o governo brasileiro e japonês. A Feira Japonesa do Recife é promovida pela Associação Nordestina dos Ex-Bolsistas e Estagiários no Japão- Anbej e pela Associação Cultural Japonesa do Recife- ACJR.

Serviço

21ª Feira Japonesa do Recife

Domingo (3)| 10h

Rua do Bom Jesus (Barro do Recife)

Gratuito

A Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA) recebeu, nos dias 23 e 24 de novembro, a professora de dança clássica indiana Kamalaksi Rupini, para participar de uma série de atividades envolvendo as manifestações culturais da Índia. O eventou de apresentação contou com o espetáculo "Puja", no Teatro Universitário Claudio Barradas, e teve um bate-papo com demonstração performática no auditório da ETDUFPA.

Kamalaksi Rupini realizou um workshop sobre bharatanatyan (dança clássica indiana) na Casa das Artes. No dia 26 de novembro, ela ministrou a palestra "Hindus e o feminismo" com os devotos do movimento Hare Krisna da ISCKON Belém, no Espaço Vida.

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O conhecimento da arte indiana vem das escrituras sagradas e, por isso, possui uma base filosófica e religiosa bastante evidente. A dança clássica indiana  surgiu paralelamente ao teatro indiano, e suas primeiras manisfestações foram realizadas dentro dos templos, pelas dançarinas chamadas de devadasis. As devadasis eram mulheres que desde pequenas se dedicavam aos templos.

A professora Kamalaksi Rupini explicou que, por ter essa origem, a dança clássica indiana tornou-se complexa e cheia de técnicas detalhadas que exigem um longo treino. "A dança clássica indiana é diferente, pois é uma espécie de dança, teatro, ritual e traz uma filosofia também. Então ela traz vários aspectos, tem técnica de movimentos muito específica. É bem complexa, antiga e era dançada nos templos pelas sacerdotisas." Kamalaski vai divulgar e apresentar essa dança na região. "A palestra é para apresentar um pouco da nossa dança para as pessoas porque é bem desconhecida aqui", afirmou.

Esse dança tem sido passada de mestre para discípulo, até hoje, e se manteve praticamente intacta desde os tempos remotos. A paraense Carmem Virgolino é discípula de Kamalaksi. Começou a praticar a dança clássica indiana depois de ter se mudado para Belo Horizonte, onde conheceu sua mestra. "Há sete anos, eu fui morar em Minas Gerais para praticar capoerangola na Escola de Dança Afro Brasileira do mestre João Angoleiro. Essa escola veio do Senegal e tinha influências da dança indiana. Me encantei pelos movimentos das mãos e, desde então, comecei a praticar a dança indiana também" , disse Carmem.

Carmem conheceu a professora Kamalaksi em um templo de Belo Horizonte com os devotos do movimento Hare Krishna. Ela já viajou para a Índia com a professora para aprender mais sobre a dança e cultura do país. Carmem voltou a morar em Belém com o desejo de apresentrar a dança aos belenenses, tanto que participou de quase todas as atividades ao lado de Kamalaksi. "Resolvi voltar a morar em Belém, porque eu sou nascida e criada aqui. Então tem um ano mais ou menos que eu estou de volta à cidade e achei que ia ser muito bacana poder trazer para Belém uma arte que me encantou tanto, que eu sei que não tem aqui, e acho que é um presente para a cidade", falou.

Por Kalylle Isse.

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A avenida Nazaré é uma das principais vias da capital paraense. Fica localizada em uma área nobre de Belém e concentra excelentes opções de moradia, algumas estão entre as mais valorizadas da cidade. O Círio de Nossa Senhora de Nazaré deu origem ao nome.

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Construções históricas contrastam com prédios residenciais e comerciais, construídos entre as décadas de 1960 e 1990. Agitada durante o dia, por causa do trânsito intenso, a avenida é tranquila e silenciosa à noite. Nazaré tem grande importância para a Cidade das Mangueiras.

Localizada há 55 anos na avenida Nazaré, a barraca de comida regional chamada Paraense está na terceira geração da família Silva. “A barraca foi criada pela avó do meu esposo, que hoje é falecida. Estou há dez anos na família e é o tempo que sou vendedora na barraca", assinala Zilda Maria Silva, uma das muitas comerciantes que trabalham nas calçadas da via. Veja reportagem em vídeo abaixo e ouça entrevista com um taxista que trabalha na área.

 

Por Bianca Souza e Thaís Valente.

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Fundado em 5 de janeiro de 1918, o Maracatu Cambinda Brasileira está prestes a comemorar 100 anos de tradição e manutenção da cultura do baque solto. E as comemorações começam no próximo sábado (4), no Parque dos Lanceiros, em Nazaré da Mata, a partir das 22h.

O Cambinda Brasileira é a agremiação de maracatu de baque solto mais antiga em atividade do país. Ao longo do último século, o grupo tem trabalhado no sentido de preservar a genuína cultura popular nordestina.

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E, para a celebração dos seus 100 anos, o Cambinda convida outro maracatu tradicional, o Piaba de Ouro, da família Salustiano que, por sua vez, comemora quatro décadas de sambadas. A festa contará com os poetas Anderson Miguel (Cambinda) e Cleiton Salú, filho de Mestre Salú, criador do Piaba de Ouro.  

Serviço

Sambada com os maracatus Cambinda Brasileira e Piaba de Ouro

Sábado (4) | 22h

Parque dos Lanceiros (Nazaré da Mata)

Gratuito

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Ritmo com um toque tropical que vai além de uma simples música, o marambiré é uma manifestação cultural que atravessa gerações e envolve dança e cantos marcados fortemente pelo som da caixa e dos pandeiros. Esse movimento cultural oriundo do Baixo Amazonas, da comunidade quilombola do Pacoval, município de Alenquer, no Pará, foi o tema escolhido pela produtora Lamparina Filmes para um documentário, o "Marambiré".

A dança homenageia São Benedito, um santo católico que ao ser trazido de Portugal para o Brasil, pelos padres portugueses, foi logo adotado pelos escravos, tornando-se um santo negro de grande devoção. Além do forte aspecto religioso, o marambiré representa um símbolo de resistência étnica para diversas localidades do Baixo Amazonas. Os cânticos carregam referência à África, com letras que retratam todo o sofrimento de um povo escravizado, e revelam grande identidade afrodescendente.

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O marambiré se desenvolve de forma ritualística e teatral, em fileiras ou em rodas, com uma mistura de lundum, carimbó, marabaixo e apresentação de personagens que são o Rei do Congo, a Rainha do Congo, as rainhas auxiliares, o caixeiro, o contramestre e os valsares. A presença de uma “corte” é muito comum em diversas manifestações culturais de origem africana.

O diretor da produtora Lamparina Filmes, André dos Santos, explica que foi o medo de perder as histórias que são passadas oralmente de geração a geração que o levou a querer fazer o documentário. “Como a manifestação cultural está muito na oralidade, eu achei que o audiovisual tem esse poder de difundir e divulgar, e de certa maneira guardar esse tipo de cultura, que é um tanto esquecida”, explica.

André conta como foi difícil escrever o roteiro para o documentário, pois sempre surgiam coisas novas e importantes no decorrer da filmagem. O filme, que estava previsto sair com 52 minutos, terminou com 80 minutos. “Na realidade, é muito difícil escrever um roteiro de documentário, pois sempre acontecerão mais coisas ali no momento de produção. ‘Marambiré’ também se confunde com a vida dessas pessoas. Tem toda essa questão de agradecimento com relação à conquista de terra, com os plantios e outras culturas, como a Pastorinha, o Boi-Bumbá, a cura de veneno de cobra. Uma série de coisas que a gente não estava esperando do projeto inicial. Acho que está muito maior e melhor”, conta.

A produtora Lamparina Filmes foi premiada no Festival Internacional de Cannes, na França, com o documentário “Samba de Cacete”, que também fala do resgate da cultura afrorregional. “Espero que o Marambiré seja semelhante, eu sou suspeito para falar, mas eu creio que por se tratar de um longa- metragem ele é um filme mais completo. O outro filme, ‘Samba de Cacete’, tinha que ter 26 minutos, por conta que o edital rezava isso. Esse, por ser um filme maior, vai contemplar coisas maiores, ele se encaixa também no maior número de festivais com mostras competitivas. Então espero que ele tenha um longo caminho de prêmios”, almeja o diretor.

O documentário foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural, que é um dos primeiros editais públicos do Brasil. Oferece apoio para projetos em diversas áreas de expressão artística ou de pesquisa.

Serviço

Lançamento será dia 1° de novembro, às 18h, no Sesc Boulevard. Projeto foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2015-2016.

Por Maria Clara Silva.

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Iniciadas em outubro, serão realizadas ao longo de novembro e até o mês de dezembro diversas oficinas de resgate de grupos de pássaros e bichos juninos paraenses. O projeto, que foi selecionado através de edital e recebe patrocínio do Banco da Amazônia por meio de incentivo da Lei Rouanet, visa preservar, revitalizar, resgatar e divulgar uma das maiores expressões da cultura de tradição popular genuinamente paraense: as brincadeiras de Pássaros e Bichos do Pará.

A primeira etapa do projeto já começou no município de Baião. Lá o Pássaro Japiim, do Mestre Mico, foi o escolhido para ser resgatado. “Ficamos muito felizes com a presença de muitas pessoas da comunidade durante as oficinas, realizadas agora em outubro. Saímos da cidade com a certeza de que o Japiim retornará às ruas de Baião para alegrar o seu povo e para fortalecer a nossa cultura paraense, que é tão rica e estava se perdendo”, afirma a guardiã do Cordão de Pássaro Junino Colibri de Outeiro, Laurene Ataide, que é a coordenadora do projeto das oficinas de resgates.

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Grupos de pássaros e bichos de Belém, Outeiro e Iocaraci também estão no cronograma de ação do projeto para receber as oficinas de confecção de indumentárias; iniciação teatral; iniciação ao canto, além de oficinas de música. “Todos os grupos vão receber violão, pandeiro, flauta doce, além de todo o material para a confecção de novas indumentárias, que serão ensinadas a como serem confeccionadas durante uma oficina específica para essa finalidade”, explica Laurene. “Faremos o resgate de quatro grupos que já estavam em processo de ‘extinção’, digamos assim, porque há muito tempo já não se apresentavam, além da revitalização de um grupo que continua ativo. Resgataremos o Cordão de Bicho Leão Dourado, os Cordões de Pássaros Guará, Japiim, Urubu e a revitalizaremos o Cordão de Pássaro Colibri, antigo Beija Flor da guardiã Teonila, que nasceu em Icoaraci. Ao final de todas as oficinas, o resultado serão apresentações dos grupos já revitalizados nas suas respectivas comunidades”, informa a coordenadora que já se prepara com a sua equipe de resgate para a próxima oficina.

O Cordão de Bicho Leão Dourado, do Guardião Paulo da Ilha de Cotijuba, está nove anos parado. Já o Cordão de Pássaro Guará, da Mestra Nalzira de Icoaraci, há sete anos que não sai nas ruas. O Cordão de Bicho Urubu, da Professora e Guardiã Nailse, da comunidade do Fidelis, da Ilha de Caratateua/Outeiro, começou em 2015, resultado de uma oficina ministrada na escola Helder Fialho, pela atriz Tayres Pacheco com a peça “Um Lindo Presente”, de autoria da Mestra Laurene Ataíde. O Cordão de Pássaro Japiim, do Mestre Mico, do município de Baião, estava havia 30 anos sem se apresentar. A expectativa é que todos esses grupos voltem à ativa.

Apesar de neste ano as oficinas de resgate a grupos e pássaros juninos contarem com o incentivo da Lei Rouanet, a ação se iniciou em 2005 com o patrocínio do Banco da Amazônia. Municípios como Cotijuba, Santa Izabel do Pará, Portel e Abaetetuba já receberam o projeto. O Pássaro A Garça Briosa, que não se apresentava havia 52 anos, é um exemplo da importância dessas oficinas. Após ser resgatada, ela continua na ativa. O grupo é da Comunidade de Rio da Prata e é composto por ribeirinhos.

Distritos de Icoaraci e Outeiro, fora outras ilhas paraenses, também já receberam essas oficinas e estão com grupos ativos até hoje. Na primeira ação do projeto de resgate, seis oficinas foram realizadas. Os pássaros Bigodinho, Pipira da Água Boa e Bem Te Vi, do bairro Fama de Outeiro, continuam ativos. Também já foram realizadas diversas oficinas de resgates em escolas públicas paraenses.

Após um tempo paradas, em 2010, as oficinas de resgate retornaram. Nesse ano, ainda com o patrocínio do Banco da Amazônia, foi resgatado o Pássaro Pavão, da comunidade de Itupanema, do município de Barcarena. O Pavão continua na ativa desde então, após 18 anos parado. O grupo já se apresentou inclusive no Teatro Universitário Cláudio Barradas, da Escola de Teatro e Dança da UFPA.

Os principais objetivos dessas oficinas são: divulgar a manifestação folclórica de tradição genuinamente paraense; elevar a autoestima dos grupos e estimula-los para voltar a realizar apresentações em suas comunidades; melhorar a aparência e a qualidade das apresentações dos Cordões de pássaros e bichos juninos. Todas essas oficinas citadas acima foram realizadas pela equipe da Associação Folclórica e Cultural Colibri de Outeiro e pelo Ponto de Cultura Ninho do Colibri, que atua com a proposta de realização do projeto resgate aos cordões de pássaros e bichos juninos do Pará, com o intuito de preservar e divulgar uma das maiores expressões da cultura de tradição popular paraense que são as obras encenadas pelo teatro popular de pássaros e bichos, tradição encontrada apenas no Pará.

Por Vivianny Matos, especialmente para o LeiaJá.

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