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Aurino Quirino Gonçalves é conhecido pelo talento para se expressar. Há anos ele valoriza a cultura paraense com muita música. Afinal, “é disso que o povo gosta, é isso que o povo quer”, como esse artista paraense costuma se referir em seu programa de rádio. Quem conhece o nome até pode estranhar e se perguntar: será que esse Aurino Quirino é o rei do carimbó?. O Pinduca? O Pinduca tem programa de rádio e eu não sabia? Não, não é Vossa Majestade. De fato, o homem do chapéu colorido continua com seus sucessos tocados em emissoras AM e FM. O personagem aqui trata-se de Aurino Gonçalves Filho, o Pindukinha. “É com ‘k’ mesmo para ficar com estilo”, diz o radialista às gargalhadas. O que é fácil na vida dele: sorrir. “Sou de bem com a vida”, resume.

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Pindukinha é filho mais velho do rei do carimbó. Ele já acompanhou quase toda a trajetória do pai desde quando, nos anos 60, decidiu apostar no ritmo que chegou a ser proibido pelo Código de Postura de Belém, cidade onde o músico e a família passaram a morar enquanto o artista, natural de Igarapé-Miri, interior do Pará, alimentava o sonho de ser cantor. O que se realizou, mas teve percalços: “Meu pai foi vaiado. Lembro de quando falavam mal dele na vizinhança, mas ele apostava nesta música que ele ouvia e dançava desde a infância. Eu, minha mãe e meus irmãos gostávamos das roupas coloridas dele e até brincávamos de roda de carimbó nas reuniões em nossa casa”, recorda.

Desde a adolescência, Pindukinha passou a acompanhar o pai em rodas de carimbó. “Como dançarino ou músico pude acompanhar meu pai gravando o primeiro LP, ‘Carimbó e Sirimbó do Pinduca’. Foi quando ele se tornou conhecido e a música dele passou a ser mais aceita no início dos anos 70”, afirma.

O bairro do Guamá, na capital paraense, onde Pindukinha e família residem até hoje, passava a respirar o carimbó dançante, influenciado pelos ritmos latinos, com vocais rasgados e guitarra elétrica. “E foi assim que vi meu pai influenciar ao cantores paraenses modernos. Da lambada, o tecnobrega, calypso, com suas guitarras, têm a influência da forma que tocamos o carimbó. Fizemos a junção de uma música regional com a guitarra elétrica”, conta.

A sonoridade regionalista de Pinduca já se tornou tese de doutorado até no Rio Grande do Sul. O trabalho atenta para os anos 70, quando a música se manteve fora do olhares da censura na Ditadura Militar. Além disso, o tino comercial tornou o som mais atrativo para o mercado. “Foi quando nossa vida começou a melhorar. Começamos a contratar dançarinos e montar uma estrutura de palco para as apresentações”, reconhece o filho admirador do pai. “Esta modernidade foi determinante no sucesso de meu pai. Além disto, a escolha de temas do dia a dia também reforçou esta aceitação popular, até hoje, como ‘Bicho Papão’ sobre o Paysandu e a ‘Marcha do Vestibular’, sem contar outros sucessos.”

Por Toni Gonçalves Carapirá.

“No despertar do vento verequete anunciou. Maré faceira na areia, com o olhar da sereia encadeou.” Neste trecho da canção “Aos mestres”, criada pela banda Cactos ao Luar, fica nítida a referência musical a um grande personagem paraense: Augusto Gomes Rodrigues, o mestre Verequete, que é homenageado em 2016 pelos cem anos de história na cultura regional.

A banda Cactos ao Luar é mais um grupo musical que tem como principal inspiração em suas melodias o mestre Verequete. Cleiderson Freire, percussionista da banda, afirma que as composições têm nas suas raízes o carimbó deste ícone. “Eu cheguei a conhecê-lo em seus últimos anos de vida através de um cortejo em homenagem ao seu aniversário. Ele já estava bem idoso e debilitado, mas mesmo assim cantava e passava a sua energia para todos os presentes”, diz Cleiderson.

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Os músicos do grupo se reúnem em um casarão histórico de Belém para cantar e mostrar um novo estilo de carimbó influenciado pelo antigo mestre. Bruno Barros, vocalista da banda, enxerga como principal contribuição cultural a tradição que Verequete passava em suas criações. “Nas nossas músicas eu canto sobre contos, magia, a floresta e misturo com coisas do cotidiano, é a nossa maneira contemporânea de pegar o tradicional carimbó e brincar com ele de diversas formas”, afirma o cantor de 38 anos.

A palavra “verequete” possui origem afrodescendente e tem relação direta com uma figura encantada da religião do Candomblé. O mestre, por ter grande aproximação com a afroreligiosidade, adotou esse personagem como seu próprio nome artístico. Para Alexandre Nogueira, professor de história e também percussionista da Cactos ao Luar, isso configura um caráter histórico na vida deste cantor, aumentando ainda mais a sua importância na construção cultural do Pará.

Alexandre conta que a canção “Chama Verequete” é a mais emblemática do cantor, pois, consegue emocionar todas as pessoas que a escutam. “Ela mexe comigo porque parece que estamos evocando o próprio mestre entre nós, e agora, após sua morte, essa canção se torna mais forte, quase como se o espírito dele viesse fazer parte da roda de carimbo.”

Ainda segundo o historiador, relembrar o Verequete em seu centenário é também mostrar que preservar o carimbó como patrimônio cultural é importante, uma vez que o ritmo ainda recebe pouco apoio e investimentos financeiros. “O carimbó sempre teve um caráter de resistência; hoje a resistência é sentida na falta de incentivo musical. Nossos mestres que impulsionaram a raiz desse ritmo são pouco lembrados e hoje nós ainda possuímos pouca para o desenvolvimento de novas produções.”

Por Bruno Menezes.

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Hoje é comemorado o Halloween, a data internacionalmente conhecida como “O Dia das Bruxas” e apesar de ser uma festa que se popularizou nos Estados Unidos, sua origem tem mais de 2 mil anos e provém do povo Selta. Usar fantasias, máscaras aterrorizantes e decorar a casa com enfeites macabros e assustadores são alguns dos costumes adotados nessa época.

Nos últimos anos, os brasileiros têm aderido à popular festa norte-americana que já se tornou evento marcado no calendário nacional. Porém, muitos ainda desconhecem a origem de diversas curiosidades do Halloween; e foi por isso que preparamos esse vídeo contando as lendas e histórias que envolvem essa data.

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Confira:

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Houve um tempo em que as sociais da Ilha do Retiro se transformavam em um grande carnaval. De repente, todo estádio era levado pelas canções tradicionais que enaltecem o nome do Sport e que são cantadas por torcedores de todas as idades. Hoje, o efervescente frevo da torcida Treme Terra já não toma conta do reduto rubro-negro. A última vez que o grupo animou um jogo do Leão foi pela Taça Ariano Suassuna, no início deste ano. De lá para cá, calaram-se os instrumentos e os gritos de alegria de João Elias do Nascimento Filho, presidente da organizada. Segundo ele, a gestão de João Humberto Martorelli, a partir do momento que rompeu vínculo com outra uniformizada do clube, também barrou qualquer incentivo financeiro para que a Treme Terra abrilhantasse os jogos da Ilha.

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Registrada em 1985 como torcida organizada, a Treme Terra é conhecida como um grupo que não possui registros de violência. Ao todo, 28 músicos fazem parte da banda, além de diretores que, diante de muito esforço, tentam manter a tradição da torcida. De acordo com seu João, o Sport dava um incentivo financeiro de R$ 500 por jogo, transformados em ajuda de custo para os músicos, que também não precisavam pagar ingresso para entrar no estádio. Porém, segundo seu João, “Martorelli” deixou de dar a quantia e ainda exigiu que todos os integrantes da Treme Terra que quisessem entrar no jogo, teriam que pagar ingresso, mesmo se passassem a partida gastando suas energias animando os torcedores rubro-negros.

Seu João também conta ao LeiaJá que outra fonte de renda da Treme Terra eram as caravanas organizadas para jogos do Sport fora da Ilha do Retiro. O presidente da torcida alega que foi proibido de vender as passagens dentro das dependências do clube rubro-negro, algo que segundo ele nunca aconteceu na época de outras gestões. Para seu João, não há razões que justifiquem o fim do incentivo financeiro, principalmente porque a organizada nunca causou problemas de violência.

“Nós somos uma torcida de paz. A gente se orgulha que em nossa existência nunca registramos caso de violência. Inclusive temos trânsito no meio das torcidas dos nossos coirmãos. Mais de 30 anos eu sou animador da Treme Terra e tenho mais de 60 anos como torcedor do Sport. Não ver a Treme Terra na Ilha prejudica até a minha saúde: entrei em depressão, terminei internado 118 dias, tudo por conta do desgosto de não poder trazer os meninos para trabalhar. O presidente vetou tudo e ainda tive o desprazer de ouvir uma pessoa do clube, que prefiro não vou falar o nome, dizer algo que até estranhei: ele pediu mil sócios para poder liberar a Treme Terra. Isso nunca aconteceu com a gente. Todo pessoal do Conselho Deliberativo é a favor da Treme Terra, menos Martorelli. Não tenho condições financeiras de segurar a torcida sozinho”, relata seu João. No vídeo a seguir, o presidente da torcida dá mais detalhes da situação:

O presidente da Treme Terra também acredita que as uniformizadas do Sport, mesmo as que não possuem casos de violência, estão sendo punidas de forma injusta. “Martorelli, quando dá entrevista, classifica as torcidas como marginais e nós não somos, temos certeza disso. Tenho certeza que os integrantes das outras organizadas também pensam assim. A Treme Terra também não quer ganhar dinheiro com a imagem do clube, porque não temos sócios, e sim seguidores. Nem queremos associar pessoas na nossa torcida para ganhar dinheiro e nem vender camisa. Somos formados por torcedores que amam o Sport”, opina seu João.

Entre muitos torcedores do Sport, a ausência da Treme Terra é um fato a se lamentar. Um deles, o militar reformado Carlos Luís, mais conhecido como “Cabuloso”, torcedor símbolo do clube, acredita que a Ilha do Retiro perde em alegria com a torcida fora dos jogos.

“Todos nós sentimos falta da Treme Terra, da alegria. Quem não sente falta? Tenho saudade da charanga, do seu João cantando, do incentivo ao Sport. Toda ajuda para torcida é bem vinda e por isso acredito que é preciso incentivar a torcida”, diz Cabuloso.  

Bafo do Leão sem espaço

Considerada uma das torcidas organizadas mais antigas do Norte e Nordeste do Brasil, a Bafo do Leão, fundada em 1972, também reclama que perdeu espaço dentro do Sport durante a gestão de Martorelli. De acordo com o presidente da uniformizada, José Ronaldo Ramos, o grupo não possui registros de violência entre seus integrantes e mesmo assim não recebe incentivo do clube para animar o estádio e ainda perdeu a sala onde guardava materiais nas dependências do Sport.

“De incentivo a gente tinha mais ou menos uns 20 ingressos e passávamos para o pessoal da batucada, porque a gente não tinha e não tem condições de pagar aos músicos. O restante da torcida pagava os ingressos normalmente. Na sala que a gente tinha era tudo tranquilo e quando o Sport jogava fora nós assistíamos no local, pela TV a cabo, e graças a Deus nunca aconteceu nada. Era até bom porque dava uma movimentada no clube. Quando Martorelli assumiu, recebemos o aviso que teríamos que sair de lá”, conta o presidente da Bafo do Leão.

Segundo José Ronaldo, a torcida e outras organizadas tentaram conversar com Martorelli sobre os vetos, mas até o momento não foram atendidos. A Bafo do Leão também almeja recuperar a sala dentro do Sport para facilitar o armazenamento dos instrumentos musicais utilizados nos jogos. Hoje, o grupo alega que vai ao estádio pagando ingresso normalmente, mas não consegue arcar com os custos para colocar a banda na Ilha.

Posicionamento

O LeiaJá tentou ouvir o presidente do Sport há mais de uma semana. Por meio da assessoria de imprensa, a gestão prometeu um posicionamento oficial só para a tarde desta segunda-feira (1º), mas até o momento não houve retorno.

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Enquete:

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Com sete medalhas olímpicas, os irmão Lars e Torben já deixaram a vela brasileira no mais alto patamar. Cabe agora à nova geração da família perpetuar a tradição, com Martine e seu irmão, Marco, filhos de Torben, competindo em casa, nos Jogos do Rio.

Maior medalhista da história do esporte brasileiro, empatado com o também velejador Robert Scheidt, com cinco pódios, Torben Grael atua hoje nos bastidores, como técnico chefe da seleção, justamente na estreia dos seus filhos em Olimpíadas.

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A caçula Martine, de 25 anos, compete na classe 49er FX, ao lado de Kahena Kunze. Campeãs mundiais em 2014, estão entre as favoritas ao ouro olímpico. Já Marco, dois anos mais velho, garantiu sua vaga na classe 49er, junto com Gabriel Borges.

"É muito lindo competir junto com meu irmão", se emociona Martine em entrevista à AFP. "Navegamos em equipes diferentes, então temos a possibilidade de trocar informações que ajudam os dois", ressalta.

Estreante como treinador, Torben, de 56 anos, tenta passar toda sua experiência aos filhos. "É minha primeira vez como técnico e também é a primeira vez deles em Olimpíadas, então é necessário estar muito focado", avisa o paizão. Desde que decidiram navegar e competir, eles têm tido essa pressão, já estão acostumados", pondera.

Quatro gerações

O tio Lars, dono de dois bronzes olímpicos em Seul-1988 e Atlanta-1996, quase morreu no mar em 1998, quando um homem embriagado a bordo de uma lancha bateu na sua embarcação. Por conta do acidente, o velejador teve uma perna amputada, o que não o impediu de voltar a competir em alto nível, na categoria Star.

A tradição familiar começou com o avô de Torben e Lars, imigrante dinamarquês que trouxe consigo a paixão pelo iatismo, ao levar ao Brasil um veleiro de 6 metros. A pequena embarcação tinha sido usada pela seleção olímpica da Dinamarca que conquistou a medalha de prata nos Jogos de Estocolmo-1912.

Mas foi na Bahia de Guanabara, palco das provas olímpicas do Rio, que a família "se apaixonou pelas regatas", relembra Torben. Os primeiros da família a competir em Olimpíadas foram dois tios de Torben e Lars, Axel e Eric Schmidt, na Cidade do México, em 1968, e em Munique, 1972.

Eles foram responsáveis para transmitir a paixão à geração seguinte, que colecionou medalhas no mais alto nível. Da mesma forma, Marco e Martine tiveram contato com a vela ainda crianças, começando a levar as competições à sério com apenas 11 anos.

"Como em qualquer família, nossos pais queriam que os filhos seguissem seus passos, embora sempre tenham deixado claro que eu poderia fazer o que quisesse", garante Marco. "Sempre gostei de navegar, desde pequeno. Vivia perto da água e sempre tive contato com o mar", relata.

Torben destaca que o simples fato dos filhos terem crescido nesse ambiente ajudou a entender os segredos desse esporte tão complexo. "Existem conhecimentos técnicos que acabamos passando para eles".

Sem moleza

Como acontece com Bruninho e o técnico Bernardinho na seleção masculina de vôlei, ser treinado pelo pai não é sinônimo de tratamento especial. Pelo contrário, a cobrança é ainda maior. "Não gostaria que tomasse decisões que pareçam que está me favorecendo", admite Marco.

"Nem todo mundo tem seu pai como técnico, mas acho que é muito bom. Confio muito nele, ele nos dá ótimos conselhos", opina Martine. "É um homem de poucas palavras, então às vezes tem que interpretar o que ele diz", brinca.

O próprio Torben reconhece que pode até ser um pouco mais duro com os filhos do que com os demais integrantes da seleção. "Tenho que mostrar que estou atuando corretamente. Talvez por isso eles possam sofrer um pouco mais", conclui.

A repentista Mocinha de Passira, a Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense e o cineasta Lula Gonzaga agora são os três Patrimônios Vivos de Pernambuco. As escolhas foram realizadas pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (CPPC), nesta quinta-feira (21).

A disputa pelos postos foi realizada entre 55 candidatos, por meio de conteúdo recolhido e analisado pela CPPC, como também pela fase de defesa oral. A presidente da Fundarpe e do CPPC, Marcela Couto, afirmou que o Conselho quer lutar pela mudança da lei para permissão de novos Patrimônios. 

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“Estamos reafirmando aqui o compromisso do Governo do Estado em lutar pela reformulação da Lei, para que já a partir do próximo concurso possamos eleger seis representantes da nossa cultura”, garantiu, de acordo com informações da assessoria de imprensa.

Os três novos Patrimônios Vivos de Pernambuco somam aos 36 já existentes no Estado. Os Além de bolsas vitalícias, os mestres recebem programas de ensino-aprendizagem, como cursos, concursos, palestras, oficinas, entre outros.

Entre os incansáveis participantes da quadrilha Tradição, do Morro da Conceição, Zona Norte do Recife, um integrante se destacou peça sua força de vontade. Na noite desta sexta-feira (24), no Sítio Trindade, Zona Norte do Recife, o atendente administrativo Daniel Soares mostrou que a deficiência física não o impediu de dançar e enaltecer a cultura nordestina.

Bailarino e atuante no segmento de dança há seis anos, Daniel representa o personagem Lampião na Tradição. Usando muletas, ele acompanha toda a coreografia da quadrilha. O grupo é um dos finalistas do 32º Concurso de Quadrilhas promovido pela Prefeitura do Recife.

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“Isso é resultado de muito trabalho, esforço e força física. Nós mostramos ao público pernambucano a nossa criatividade e o prazer por poder participar do São João”, declarou Daniel. Confira a entrevista em vídeo:

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Projetista da Quadrilha Tradição, Anderson Abreu destacou que já observava a participação de Daniel em outras quadrilhas. “Ele é um show de bola e procurei trabalhar nele o personagem Lampião. Cheguei nele e disse que ia dançar independente da deficiência. Sempre acreditei nele”, destacou Abreu. Confira imagens da Tradição:

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"É uma tradição que é religiosa e de extrema importância", afirma a professora Jaisa Santos, de 41 anos. A docente explica qual o significado da fogueira acesa: "Santa Isabel, mãe de São João Batista, avisou a Maria que, quando estivesse perto do bebê nascer, ela faria uma fogueira para se comunicar".

O estudante Mauro Jorge, de 22 anos, também vê a fogueira como um ícone tradicional. "É uma tradição em todas as cidades do interior. É importante para manter o espírito junino vivo".

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Além da tradição religiosa, o servidor público Yvson Rocha, 51, vê a fogueira de forma artística. "É importante manter a tradição por conta da beleza que a fogueira traz. É bonito ver a cidade 'em chamas'".

A professora Jaisa traz ainda as memórias da infência relacionadas ao hábito de se acender a fogueira. "Era o tempo de assar o milho e soltar fogos", relembra. As simpatias também estão presentes quando ela lembra do fogaréu. "Minha avó dizia para a gente pegar um prato com uma vela e ir para a fogueira. A gente pingava a cera e no outro dia víamos a letra que formasse. Qual fosse, era a primeira letra da pessoa com quem a gente ia casar. Se não formasse letra alguma, a moça ia ser 'caritó'", brinca.

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A beleza sempre foi um dos objetivos de muitas mulheres. A busca pela forma física ideal, a pele perfeita e, além disso, por estar dentro de algum padrão estético pré-estabelecido guiam as preocupações delas. Mas, nos concursos, essas premissas são ainda mais latentes, já que um dos pontos principais de avaliação é a beleza. Mesmo com essa prerrogativa já esperada, as candidatas precisam ter outros requisitos e se sobressair neles para conseguir vencer.

O Estado de Pernambuco realiza em 2016 a 61ª edição do Concurso Miss Pernambuco. Durante todos esses anos já foram exigidos vários pré-requisitos das participantes. Alguns deles permanecem e outros mudaram, cobrando ainda mais dedicação das moças que concorrem ao posto da mais bela do Estado. O Portal LeiaJá entrevistou os organizadores do concurso para saber o que mudou nos últimos anos.

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Quem pensa que ser apenas bela já conta se engana. De acordo com o organizador do Miss Pernambuco, Miguel Braga, os concursos nos últimos anos vêm exigindo muito mais que um rosto bonito e um corpo em forma. “Falamos de uma beleza completa, ou seja, a candidata precisa também ter carisma, saber se posicionar e acima de tudo ter atitude. Essa performance que falamos está muito ligada às mulheres da atualidade”, destacou Braga.

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Para entender melhor como deve ser o ‘novo perfil’ das concorrentes, o Portal LeiaJá questionou que reações seriam consideradas 'de atitude' e como a candidata deve se portar para se sair bem nos concursos. “Nos últimos anos, estamos avaliando muito a postura e desenvoltura delas em vários cenários do País e do mundo. Queremos saber o quê e como elas pensam acerca da política e dos problemas sociais, por exemplo. A ideia é identificar o quanto ela está atualizada e conectada aos acontecimentos e, principalmente, à moda”, explica.

No âmbito de competição estadual, Miguel falou que a participação das moças do interior de Pernambuco, principalmente Agreste e Sertão, aumentou consideravelmente. “Antigamente, tínhamos poucas meninas do interior, mas com o alcance do concurso e da tecnologia muitas estão podendo participar”, destaca. Ele garante que todas elas têm a mesma preparação para conseguirem competir de forma mais igualitária.

“Inevitavelmente, as candidatadas que moram no interior não possuem os mesmos recursos e até as mesmas informações das meninas da capital. Para minimizar essa desigualdade, todas vão participar de aulas como posicionamento de câmera, atualização, desfile e moda”, disse. 

O coordenador de moda e estilo do concurso Marcos Sales vai ainda mais além nas mudanças dos últimos dez anos. “Com a globalização, o comportamento das candidatas mudou. Elas precisam estar prontas para competir com meninas em nível nacional e mundial. A seletiva de Pernambuco é regida pelos concursos universais, sendo assim, seguimos o que é avaliado e cobrado fora do País”, conta.

Sales chama atenção para a grande mudança dos últimos anos em concurso de beleza: as intervenções cirúrgicas. “Percebemos que muitas garotas fazem intervenções cirúrgicas, ressalto que não são necessariamente plásticas. Elas fazem mudanças que tendem a ser mais naturais, como botox facial para tirar o ‘bigode chinês', colocar as maçãs no rosto, ou até aumentar o busto caso necessário”, revela.

Marcos é direto ao descrever o perfil ideal que os concursos exigem. “Na realidade, eles procuram uma modelo que seja miss, que são coisas diferentes. Eles desejam uma candidata com apelo publicitário e isso requer mais desenvoltura, mais atitude e uma moça mais conectada ao mundo da moda e fashion, ou seja, que tenha estilo”, conclui.

O concurso Mis Pernambuco Universo Be Emotion será realizado no dia 21 de julho.

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Durante a 12ª Caminhada do Forró, que marcou a abertura do São João recifense, nesta quinta-feira (16), no Recife Antigo, um dos destaques do colorido cenário montado ficou por conta das quadrilhas que desfilaram pelas ruas do bairro histórico. Elas simbolizam o período junino e, no evento de abre alas da temporada de fogueiras, começaram a festa na concentração, às 17h30, na Rua da Moeda, e seguiram ao som das sanfonas e triângulos até o fim da programação, na Praça do Arsenal.

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Uma das principais quadrilhas presentes no local foi a Quadrilha Junina Coração Mirim, de Olinda, que tem 11 anos de existência e que venceu, no último domingo (12), no município de Goiana, o concurso da Globo Nordeste deste ano, em sua categoria. O vice-presidente da agremiação, José Aristone, conversou com a reportagem do Portal LeiaJá, e contou como o grupo encara a eufórica resposta do público às coreografias expostas no ritmo de São João.

“A presença de quadrilhas juninas é uma tradição nessa época do ano e, especialmente, na Caminhada do Forró. Sentimos, com muito orgulho, que o público reage de imediato ao encontrar nosso grupo festejando aqui pelas ruas”, vibrou. E completou: “Somos a maior quadrilha mirim de Pernambuco e queremos deixar como mensagem para o povo que curtam o São João com alegria, felicidade e que fervam, como as fogueiras e as danças típicas”.

Aristone explicou, também, a proposta da Coração Mirim – que agrega integrantes e seis a 16 anos de idade –, destacando as prioridades, ano a ano, são as temática sociais em evidência. “Em 2014, falamos de bullying. No ano passado, abordamos o preconceito quanto à dança da quadrilha. E, agora, estamos dialogando sobre o preconceito social. No nosso enredo, a noiva é rica e o noivo, pobre. É uma forma de buscarmos conscientizar o público”, detalhou.

 

A banda Magníficos, que tem origem da cidade de Monteiro do estado da Paraíba, completou 15 anos de participação no São João da Capital, nesta sexta-feira (10). O grupo é um dos que se apresenta desde a primeira edição do festejo junino e foi o segundo a subir ao palco principal do evento. Sucessos, que fizeram a festa dos jovens no final da década de 1990 e início dos anos 2000, foram tocados e mais uma vez levou o público mais cativo ao delírio.

'Me Usa', 'Meu Tesão é Você', 'Fonte dos Desejos' e 'É Chamego é Chaveco' foram algumas das músicas que o grupo tocou. Relembrando todos os sucessos, a técnica em enfermagem Renata Medeiros falou que há sete anos participa do evento e que recorda dos bons tempos de auge da banda Magníficos. “Adoro esse grupo, você vê que são canções que têm letra, têm romance, completamente diferente de Pedrinho Pegação”, opinou.

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Acompanhada do seu noivo, Gilvan, ela ainda ressaltou trouxe pela primeira vez o seu companheiro para conferir o evento. “É a primeira vez que ele vem, espero que ele goste, mas com Magníficos não tem como ser diferente. Estamos recordando muitos momentos e músicas”, falou. Ainda no show, o público pode conferir a interpretações de músicas como a da cantora Anitta. 

 A banda foi a segunda a se apresentar no palco principal. Durante a noite sobem ao palco ainda Aviões do Forró, Gabriel Diniz e Jorge e Mateus, a atração mais aguardada do primeiro dia de festa. 

Os estúdios Disney anunciaram na quarta-feira que vão parar de imprimir e vender seus próprios dólares, usados ​​como meio de pagamento em suas áreas de lazer, desencadeando um frenesi de compra entre os colecionadores. 

Os bilhetes, que carregam a imagem de personagens e assinados pelo tesoureiro Tio Patinhas, podiam ser usados como moeda nos parques da Disney desde o seu lançamento, há quase 30 anos. Mickey Mouse aparecia na nota de um dólar e Minnie na de 10 dólares, enquanto muitos outros heróis do cinema, como Cinderela, Dumbo e A Bela Adormecida também eram representados.

A decisão foi tomada por causa da crescente popularidade do sistema de cartão-presente da empresa, explicou Suzi Brown, porta-voz do parque Disneyland, localizado em Anaheim, Califórnia (oeste), que disse que os bilhetes deixaram de ser impressos em 14 de maio. "As notas ainda em circulação poderão ser utilizadas sem data de expiração", assegurou à AFP.

O dinheiro fictício pode ser gasto nos parques temáticos, resorts, hotéis, restaurantes e lojas da gigante do entretenimento americano. 

Já cobiçadas por colecionadores, essas notas devem ver o seu valor subir acentuadamente após o anúncio. Centenas de ofertas para várias versões do dólar já variavam de cerca de US$ 10 a mais de US$ 50 no eBay. A nota de US$ 50 lançada por ocasião do 50º aniversário da Disneyland em 2005 é anunciada a quase US$ 3.800, enquanto um vendedor pedia US$ 15.000 para 54 notas de um dólar.

Quem é fã de reggae sabe: as bandas do gênero, em seus shows, costumam ir além da apresentação musical propriamente dita; propõem um clima de celebração à tradição do ritmo. E foi com essa proposta que o filho de Bob Marley (falando em tradição...), Julian Marley, ao lado do grupo The Wailers, comandou a primeira apresentação da noite deste sábado (21), no Classic Hall, em Olinda. O espetáculo marcou a abertura do evento que teve, em seguida, a banda norte-americana, também do mesmo estilo, Soldiers of Jah Army (SOJA).

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Após as músicas que serviram como cartão de visitas, Julian Marley engatou seu primeiro ‘diálogo’ com o público, com a seguinte frase: “Reggae é a música do coração”, disse, e, em seguida, encenou batidas em diferentes ritmos, indicando que o som ‘rasta’ segue o compasso do coração. A reação dos presentes no local foi o reconhecimento da ideologia com aplausos e danças ainda mais empolgadas na sequência do show.

A resposta do público foi mais intensa do que nesse momento somente nos verdadeiros auges do show: as músicas que se tornaram clássicos eternos do gênero com Bob Marley. Dentre elas, os destaques reproduzidos pelo herdeiro Julian, com semblante de admiração pela memória do pai, foram as emblemáticas “No Woman No Cry”, “Get Up, Stand Up” e “One Love”. Além das também marcantes "Jamming", “Natty Dread” e “Lion in the Morning”.

No encerramento, Julian Marley e The Wailers cumprimentaram o público em tom de agradecimento pela correspondência no clima de celebração proposto no palco. Por último, saudaram SOJA, abrindo alas para a atração que assumiu o comando dos instrumentos no ‘gran finale’ da noite que reuniu a nação regueira pernambucana.

A renascença sempre encantou pelos desenhos e trabalhos manuais, em sua maioria, que são produzidos no Agreste de Pernambuco. As cidades destaques na confecção da arte e que possuem grande parte das artesãs são Pesqueira e Poção, que ganham um panorama da sua tradição retratada em um ‘Catálogo Renascença - PE’, que tem como objetivo incentivar à cultura.

O trabalho, que terá distribuição gratuita, contará com dois lançamentos, na intenção de chegar mais perto dos públicos interessados em conhecer o resultado do projeto. O lançamento será realizado em dois dias: o primeiro em Pesqueira, no dia 2 de abril e o segundo na próxima segunda-feira (4) no Recife, no Orbe Coworking.

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O catálogo está dividido em duas partes. Na primeira será apresentado o histórico, desde o surgimento da renda em Poção, passando pelo seu desenvolvimento, e refletindo sobre a cadeia produtiva da renda e sobre as condições de vida e trabalho das rendeiras na atualidade. A segunda traz o ensaio fotográfico de peças produzidas por artesãs do território e estilistas pernambucanos, com atenção especial à riqueza dos pontos utilizados.

Renascença - Criada no Século XVI e apropriada por artesãs de Poção nos anos 1930, a renda renascença chega ao presente como uma das mais importantes atividades econômicas do Agreste Central pernambucano, mantendo-se atrativa para novas aplicações e mercados.

Lançamentos Catálogo Renascença - PE

Segunda-feira (4) | 19h

Orbe Coworking (Av. Dantas Barreto, 324, Edf. PE, 8º andar)

   

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Centenas de pessoas foram conferir a encenação da 20ª edição da Paixão de Cristo do Recife, que está sendo apresentada, no Marco Zero da cidade. Dirigida pelo ator José Pimentel, o espetáculo conta com a participação de 100 atores e 300 figurantes, que atuam divididos em nove cenas. O espetáculo, que começou na sexta-feira (25) e segue até o domingo (27), tem duração de duas horas.

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Moradora do município de São Lourenço da Mata, distante da capital pernambucana 20 quilômetros, Wedja Francisco Lima foi ao espetáculo acompanhada pela mãe e pelo filho Pedro, de quatro anos. Segundo ela, este sábado foi oportuno para rever uma apresentação que ela assistiu a primeira vez quando era criança. “Trouxe minha mãe e filho para reviver a atuação de Pimentel e também para proporcionar essa experiência para o meu filho. Sei que vai valer a pena, mesmo morando tão longe”, falou a espectadora.

A aposentada Tereza Maria da Silva, que mora em Olinda, disse que é a primeira vez que prestigia a apresentação. Bastante animada e falante, ela declarou que está ansiosa para conferir a atuação de José Pimentel, que está à frente da Paixão de Cristo do Recife há 20 anos.  “Sempre tive vontade de ver, mas devido à violência, eu preferia evitar algumas saídas noturnas. Mas como mudou de horário e este ano começa às 19h, ficou melhor”, opinou.

A Paixão de Cristo do Recife é realizada há 20 anos, no Marco Zero do Recife. Este ano, o espetáculo, que possuía cinco dias de apresentação até 2015, teve a temporada reduzida para três. Para conferir a Paixão, os espectadores podem comparecer até amanhã. A encenação será iniciada às 19h.

Com mais de dois metros de altura, terno azul, camisa branca e gravata vermelha - cores da bandeira americana -, um Donald Trump de papelão sorri, às vésperas de arder, no sábado, na "queima do Judas", que será realizada no México para afastar o mal na Semana Santa.

"Agora vamos queimar Trump porque não gostamos dele, fala muito mal dos mexicanos", disse nesta quinta-feira à AFP Felipe Linares, artesão que demorou uma semana para fazer este boneco com a imagem do milionário que disputa as primárias à Casa Branca pelo Partido Republicano.

Como parte das tradições da Semana Santa, no Sábado de Aleluia, os mexicanos queimam bonecos diferentes, representando o diabo, personagens políticos ou esportistas transformados em vilões, em alusão a Judas Iscariote que, segundo os textos bíblicos, traiu Jesus.

"Assim queimamos Judas, o mal. A tradição foi se perdendo, mas aqui lutamos para preservá-la", comenta Linares, que há mais de 50 anos se dedica a fazer Judas em seu ateliê em uma zona popular do centro da Cidade do México.

Desde 1920 os Linares fazem estes bonecos com varas de madeira, papel reciclado e uma mistura de farinha e água, que depois pintam em cores vivas. Aos pés e em outras partes do corpo são colocados fogos de artifício para que "pareçam alegres" enquanto queimam, comenta um sorridente Linares, que calcula o custo do "Judas Trump" em 170 dólares.

O ateliê, localizado em uma casa modesta, foi fundado por Pedro Linares (1906-1922), pai de Felipe e que em 1936 criou os "alebrijes", bonecos de seres fantásticos em papel marchê, artesanato dos mais apreciados e conhecidos do México.

Ao lado de Trump serão queimados uma dezena de Judas com diferentes imagens, entre elas a do apóstolo que virou traidor, diabos e um ser com duas faces, de um lado a do presidente Enrique Peña Nieto e do outro, do goleiro Guillermo Ochoa, ex-jogador da seleção que agora joga no Málaga.

Os políticos mexicanos são os Judas favoritos e esta é a primeira vez, segundo Linares, que um americano será queimado no Sábado de Aleluia.

Segundo uma pesquisa de opinião, 61% dos mexicanos têm opinião negativa sobre Trump, que se refere aos mexicanos como narcotraficantes e estupradores e adverte que se chegar à Presidência americana obrigará o México a pagar a construção de um muro em seus mais de 3.000 km de fronteira.

Músico, carpinteiro, pescador, artesão exímio e autodidata. Essas são algumas atividades realizadas por Sebastião Almeida da Silva, mais conhecido como “Mestre Sabá”. Natural de Santarém Novo, nordeste do Pará, membro da Irmandade de São Benedito desde criança, Mestre Sabá aprendeu com o pai os primeiros segredos do carimbó, quando o acompanhava nas festas tradicionais do mês de dezembro na cidade. O mestre foi convidado pela Fundação Cultural do Pará (FCP) para ministrar a oficina “Saberes e Fazeres do Carimbó de São Benedito”, realizada no núcleo de oficinas do Curro Velho, localizado no centro de Belém. As atividades se iniciaram na última terça-feira (1) e são voltadas para profissionais e amadores que se dedicam à confecção de instrumentos musicais rústicos utilizados para tocar o ritmo paraense que em 2014 foi declarado como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Mestre Sabá é responsável pela preservação do modo tradicional de confecção de instrumentos, utilizando tronco de grandes árvores, do mangue e do igapó, e tambores ancestrais que são atracados com corda, madeira e couro. Esse modo de produzir os instrumentos é uma herança da sabedoria indígena e africana que deu origem ao ritmo típico do Estado do Pará, o Carimbó. A técnica é também bastante valorizada por ser considerada mais “orgânica”, não sendo utilizados metais, como o ferro, na confecção dos instrumentos de percussão do carimbó: maracas de cuieira, reco-reco de bambu e tambores curimbós de tronco de árvores de grande porte.

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Dona Dulcimar Lisboa, 69 anos, é uma das alunas na oficina de confecção de instrumentos do Mestre Sabá. Para ela, esse tipo de trabalho, apesar de exigir bastante força muscular e conhecimento de marcenaria para a confecção dos instrumentos, pode ser realizado por qualquer pessoa. “Hoje em dia as profissões quase não têm definição de homem e mulher. A gente pode fazer um trabalho que seja de homem, basta ter um pouquinho de força de vontade, um pouquinho de jeito e de paciência, né? Eu tô fazendo reco-recos, maracas, ajudei a cavar o tambor bruto mesmo, que é meio brabo. Mas dá pra fazer, devagar sai”, explica. Nativa de Quatipuru, no nordeste paraense, onde cresceu no barracão da festa folclórica da Marujada, dona Dulce já é familiarizada desde a infância com instrumentos rústicos e sonha em passar esse tipo de conhecimento para as próximas gerações. “Eu tenho um bocado de instrumentos lá em casa. Tenho vontade de montar uma oficina na minha varanda com um grupo de jovens ou de crianças antes de serem apresentados ao mundo das drogas. É muito importante ocupar a mente, porque já desenvolve o lado trabalhador e não o lado da malandragem”, declara ela.

Já Lurralle Amaral, 30 anos, é formado em marcenaria e trabalha como luthier na Fundação Curro Velho há dois anos. De acordo com ele, a oficina do Mestre Sabá funciona como uma forma de especialização na profissão. “Em marcenaria, a gente trabalha muito fazendo material e objetos domésticos, mas eu nunca gostei porque sempre fui músico, sempre gostei de música. A forma como ele vai montar e amarrar os instrumentos é muito diferente, porque normalmente os instrumentos levam aros, parafusos. E esses são todos amarrados, não têm ferro”, explica.

A oportunidade de estar aprendendo novas técnicas na confecção de instrumentos com um dos maiores mestres do carimbó é uma honra imperdível para Lurrale, que pretende poder tocar com os instrumentos confeccionados durante a oficina. “O carimbó lá de Santarém Novo é uma cultura muito forte, eles levam como uma religião. Eu queria muito poder tocar com ele, pois sou saxofonista também. No sábado a gente quer fazer um carimbozinho porque ele é o mestre do carimbó, seria para prestigiar ele”, diz.

Com o grupo de carimbó “Os quentes da madrugada”, Mestre Sabá já conheceu e percorreu diversas cidades brasileiras, levando a cultura paraense e suas técnicas de confecção de instrumentos  para o conhecimento de todo o País. Em 2005, com o patrocínio da Petrobrás, ele participou da gravação do CD “Carimbó da Irmandade de São Benedito”, produzido pelo grupo A Barca, de São Paulo. Seja no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Fortaleza ou no Acre, o trabalho de Mestre Sabá marca presença. “Eu tenho o meu trabalho como se fosse a flor da minha juventude, porque não tem coisa melhor que você ser bem reconhecido com o povo de fora. Eu me sinto não orgulhoso, mas sim consciente do que aquele lá de cima me deu”, declara. Para ele, o reconhecimento fora do seu Estado e até mesmo internacional é a melhor recompensa que poderia obter. “Fui recebido lá fora na atividade como o ‘Mestre Sabá’. Ano passado, na festa da irmandade, teve gente até da França lá. Foram na minha casa, no meu ateliê, trabalharam, fizeram maraca, fizeram reco-reco. E tá previsto pra voltarem e eu dar uma grande oficina lá pra eles”, diz o mestre.

Segundo ele, foram sonhos que tinha enquanto tirava cochilos no chão de sua casa que o estimularam na confecção dos instrumentos. “Aquilo veio num sonho, eu tava dormindo e sonhava fazendo uma maraca, fazendo um reco, fazendo curimbó. Aprendi através disso, de sonho. Dormindo, deitado no chão”, conta o mestre que mesmo depois de aposentado não pretende deixar a atividade de lado tão cedo. “Foi uma criatividade que Deus me deu e eu abracei com muito amor e carinho. O pessoal diz ‘ah tu já se aposentou não vai largar?’, não largo nada”.

A oficina “Saberes e Fazeres do Carimbó de São Benedito” ocorreu no Núcleo de Oficinas do Curro Velho, no bairro do Telégrafo, em Belém, pela manhã e à tarde. As aulas terminam neste sábado (5). Veja vídeo abaixo.

Com apoio de Julyanne Forte.

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A culinária asiática é cheia de pratos inusitados. Na índia, por exemplo, um das iguarias tem como base aranhas fritas. Mas, se engana quem achar que para por ai. No Nordeste do país, outras receitas levam caracóis e até grilos grelhados.

A região é bem distante do grandes centro da Índia. O local tem mantido uma cultura alimentar própria, que trabalha também com o cultivo de milho e de arroz, este último subsidiado pelo governo. No Nordeste indiano existe, ainda, uma preocupação para que esses costumes sejam preservadas, já que muitas dessas receitas centenárias vivem apenas no imaginário do povo e ainda não foram escritas afim de serem 'eternizadas'.

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Confira mais detalhes da culinária indiana e das preocupações com a preservação dos costumes no vídeo a seguir:

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A data em que os pernambucanos comemoram o Dia do Frevo promete ser animada em Olinda. Para festejar o ritmo, os bonecos gigantes se preparam para ganhar as ruas de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), nesta terça-feira (9).

Quarto dia da maratona de Carnaval, o desfile dos foliões gigantes está previsto para iniciar ao meio-dia e é um dos mais aguardados pelos que aproveitam a folia de momo na Cidade Alta.

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Neste ano, os calungas participam da renovação do casamento do Homem da Meia Noite com a Mulher do Dia e homenageiam o cantor e compositor Getulio Cavalcanti, que também ganhou uma representação entre os gigantes.

"Os matriarcas dos bonecos gigantes, Homem da Meia Noite e Mulher do Dia, estavam separados, mas nesta terça (9) eles reataram o casamento e estão em plena lua de mel, felizes da vida", frisou o criador dos bonecos, Silvio Botelho. "Hoje é um dia de muita festa", acrescentou.

Os dois participam do desfile, mas o boneco do Homem da Meia Noite é apenas uma réplica, já que a calunga original só deixa a sede no sábado de Zé Pereira. Além deles, o homenageado do Carnaval do Recife, Maestro Forró e Bob Marley também integram o grupo.

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O Bloco da Saudade esteve presente mais uma vez no Encontro dos Blocos Líricos, nesta segunda-feira (8), no palco do Marco Zero, no bairro do Recife Antigo. A agremiação, fundada em 1974, é uma das mais tradicionais do Carnaval recifense.

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“Eu estou aqui esperando o Bloco da Saudade”, disse a aposentada Edna Viana, de 70 anos, que, para não perder o momento, se posicionou logo na primeira fileira da Praça do Marco Zero lotada. A expectativa de Edna é compartilhada por muitos.

Para a presidente da agremiação, Izabel Cristina Bezerra, 64, essa paixão existe porque o Bloco da Saudade foi responsável pelo resgate do Carnaval. “Quando o bloco começou, em 74, pouca gente estava fazendo Carnaval.  Nós começamos e hoje temos mais de 30 blocos líricos”, destaca. 

Izabel acredita que o Bloco da Saudade ainda tem muitos anos pela frente. “Nós temos pessoas de todas as idades. Temos crianças e adolescentes e a cada dia chega mais gente. A juventude também gosta”, comemora a presidente. 

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