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Como reza a tradição cultural nordestina, os festejos do Ciclo Natalino, promovidos pela Prefeitura do Recife desde o último dia 1º de dezembro, em vários locais da cidade, encerram nesta segunda-feira (6), com a Queima da Lapinha, que reunirá 11 pastoris no Pátio de São Pedro, a partir das 17h.

A Queima da Lapinha é uma tradição religiosa do século 19, trazida pelos jesuítas para o Brasil, cujo simbolismo está relacionado à manjedoura onde nasceu o Menino Jesus e ao dia em que ele foi visitado pelos três reis magos.

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Feita de folhagens secas e incensos, a lapinha é queimada aos olhos do público, que joga seus pedidos no fogo, na esperança de que sejam realizados. Todo o ritual é acompanhado de cânticos e jornadas, conduzidas pelas pastoras.

A concentração para o cortejo será no Pátio do Carmo, de onde cordões azuis, encarnados e pastoras seguem em cantoria até o Pátio de São Pedro, acompanhadas por Mendes e sua Orquestra.

Desta edição do evento, participarão os pastoris: Pastoris Estrela Brilhante, Angel de Brasília Teimosa, Giselly Andrade, Campinas Alegre, Tia Mariza, Estrela do Mar, Estrela Guia do Cabo, Rosa Mística dos Torrões, Sonho de uma Adolescente, Viver a Vida- 3ª idade e Tia Nininha - 3ª idade.

Ao final da cerimônia, Lapinha já queimada, os pastoris darão as boas-vindas ao próximo ciclo festivo da cidade, saudando o Carnaval que se anuncia, ao som do frevo. O encerramento será em grande estilo, com participação do Coral Edgar Morais e do Grupo Matulão de Dança.

Programação

17h às 20h30 - Mendes e sua Orquestra

Pastoril Estrela brilhante

Pastoril Angel de B. Teimosa

Pastoril Giselly Andrade

Pastoril Campinas Alegre

Pastoril Tia Mariza

Pastoril Estrela do Mar

Pastoril Estrela Guia do Cabo

Pastoril Rosa Mística dos Torrões

Pastoril Sonho de uma Adolescente

Pastoril Viver a Vida - 3ª idade

Pastoril Tia Nininha - 3ª idade

20h30 - Coral Edgar Morais e Grupo Matulão de Dança

Serviço

Queima da Lapinha

Data: 06/01

Local: Pátio de São Pedro

Horário: A partir das 17h

*Via Assessoria de Imprensa

Dezembro é um mês repleto de tradições e rituais que marcam a chegada de um novo ano, além do Natal. Muitos desses ritos são ligados à religiosidade e fé, passando a ter um significado mais profundo e importante para quem os pratica. No entanto, em cada religião, o momento é vivenciado de maneira diferente - alguns nem mesmo consideram a data - e, sendo assim, o LeiaJá foi em busca de descobrir como algumas das diferentes crenças existentes no mundo comemoram (ou não) o período natalino e o Réveillon. 

No Brasil, país onde a maioria da população se diz cristã - de acordo com dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), esse número gira em torno de 86,8% - é comum vermos nas casas a típica celebração natalina que reverencia o nascimento do menino Jesus, com troca de presentes e ceia servida pontualmente às 0h. Porém, essas práticas sequer existem, ou fazem sentido, para os praticantes de outras religiões que vivenciam esse momento do final de ano de outras maneiras. 

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Na cultura judaica, por exemplo, não existe o modelo de Natal cristão. Ao invés disso, a comunidade celebra o Chanucá, ou Hanukkah, a Festa das Luzes. O rabino Clifford Kulwin explica a tradição: "O Natal não tem um papel na religião judaica. Por acaso, uma festa judaica acontece na mesma época do ano, o Hannukah. Ela está ligada ao calendário hebraico e nela comemoramos uma vitória de mais de dois mil anos atrás, onde os macabeus estavam vitoriosos contra os gregos. Comemoramos a vitória deste momento e também o milagre dado por Deus por ter facilitado essa oportunidade de entrar no templo sagrado". 

Em dezembro, os judeus celebram o Hannukak. Foto: Pixabay

Segundo o rabino, quando chegaram ao templo, os macabeus perceberam que só haveria luz na Menorá, o candelabro de oito braços, para um dia, foi quando houve um milagre que manteve a luz acesa por oito dias - tempo que hoje dura a festa. Mas, apesar das diferenças nos rituais, os judeus se alegram pelo momento de celebrações entre os diferentes povos. "É importante lembrar que o cristianismo nasceu no judaísmo, então no Natal os cristãos celebram o nascimento de Jesus, é um momento de alegria e reflexão e nós, como bons parceiros na comunidade mais ampla, estamos felizes em ver os outros festejando os dias importantes deles".  

Matrizes indígena e africana

No Recife, existem mais de 1.200 terreiros de religiões de matriz africana e indígena. O levantamento foi feito pelo historiador, mestre em Ciências da Religião e sacerdote juremeiro, Alexandre L'Omi L'Odò. Ele recebeu o LeiaJá na Casa das Matas do Reis Malunguinho, em Olinda, para explicar como são as festividades de fim de ano para os fiéis dessas crenças. 

Na Jurema Sagrada, existem dois rituais bastante particulares que marcam o fim de ano, é um momento de resgate que tem sido reavivado por alguns terreiros, como o de Alexandre. "Sou extremamente tradicionalista, dentro do conceito da religião, mas existem coisas da questão histórica que a gente quer mudar. É um processo decolonial, para que a gente se encontre com nosso próprios conceitos de mundo. É uma luta a gente conseguir fazer isso porque sempre tem aqueles filhos de santo que querem fazer a festa de Natal. A gente respeita, mas todo mundo sabe meu posicionamento em relação a isso.", explica.

No dia 25 de dezembro, é feito o Corte do Pão, ritual em que o alimento é oferecido como símbolo de abundância: "É um dia que celebra a fartura para dentro do terreiro. O pão, pra gente, também é sagrado, não pela lógica de que ele seja o corpo de Cristo, mas o pão é um alimento que a população pobre se utiliza bastante. É um ritual mais interno, muito simples. Pra gente de terreiro é muito importante essa questão da comida e da sobrevivência, porque muitos dos nossos ainda está em situação de risco". 

Alexandre L'Omi L'Odò faou sobre as tradições da Jurema Sagrada e do Candomblé. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Além disso, também  há celebrações "dentro da mesa da Jurema para os senhores mestres e para as senhoras mestras, e para Malunguinho, que é o dono da casa". No final do ano, os juremeiros fazem uma celebração que "fecha" o ano, para depois ser reaberto um novo ciclo, no dia seis de janeiro, o Seis de Reis. 

No Candomblé, também há dois rituais específicos para marcar o final do ano. Alexandre, que é de tradição jeje-nagô, membro do Ilê Iemanjá Ogunté, conta que na casa nagô é feita, no dia 25, a obrigação de Olofin. Segundo o sacerdote esse orixá é a "sustentação da casa". "Pra gente, ele é o orixá mais importante, ele é o ‘ododuá’, que é o civilizador do povo yorubá -, não é todo terreiro que conhece esse ritual, ele é muito fechado".

Já no dia 31, são feitas oferendas para todos os orixás e às 0h, em ponto, o Pai de Santo joga os búzios para descobrir qual orixá será o regente da casa naquele ano. "Antigamente, (a prática) era mais rígida. Os filhos de santo eram obrigados a passar o ano novo dentro do terreiro, ninguém tinha vida social no final do ano. Já ficava da obrigação de Olofin até o dia 31 dentro do terreiro, acompanhando todos os rituais até chegar a jogar os búzios, primeiro pra casa geral, depois o jogo para cada filho, até cear. Depois era feito uma festa".

Outras crenças

Para os budistas, doutrina de origem oriental, a figura de Jesus Cristo não existe. Sendo assim, o Natal, de tradição cristã, não existe para quem professa o budismo. Para os fiéis da religião Testemunhas de Jeová, qualquer festividade de aniversário é considerada pagã, sendo assim, eles não comemoram no dia 25 de dezembro. Além disso, segundo eles, não há nada na Bíblia que indique essa data como sendo o dia do nascimento de Jesus, portanto, não há celebração. 

Diferentes mas iguais

Apesar das diferenças no que se acredita e na maneira de se colocar a fé em prática, uma coisa pode ser considerada unanimidade: toda religião busca o bem estar dos seus e o cultivo do amor e respeito. Que assim seja nos lares de quem comemora, e de quem não comemora as festas de fim de ano, e que em 2020, todos possam professar sua fé livres de todo e qualquer preconceito.  

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Contam os mais antigos, e alguns pesquisadores que se debruçaram sob o tema, que no início do século 20, quando a prática do candomblé era proibida no Brasil, diversos terreiros se refugiavam dentro de nações de maracatu de baque virado para se livrarem da repressão e continuarem existindo. Mesmo antes disso, os maracatus já serviam como instrumento para que a população negra pudesse louvar seus deuses sob a desculpa de estarem celebrando uma festa ao toque dos tambores.

A ligação do maracatu de baque virado com a religião de matriz africana existe desde a origem do brinquedo e se estreitou ao longo dos séculos. A manifestação cultural, reconhecida como Patrimônio Imaterial do Brasil, nascida em Pernambuco, atravessou gerações e, apesar de ter se moldado aos tempos modernos e se adaptado a inúmeras circunstâncias, mantém firmes seus fundamentos e tradições, sobretudo os religiosas. 

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Sendo assim, tocar maracatu pode significar algo muito maior do que apenas bater tambor. É o que garante Jobson José, de 22 anos. Ele toca há 10 anos e, há três, tornou-se integrante da Nação Aurora Africana, sediada em Jaboatão. Foi aí que tudo mudou. O jovem que havia conhecido o batuque através da igreja evangélica que frequentava aprendeu os fundamentos da nova casa e acabou se rendendo ao candomblé. "Saí da igreja e fui para a religião de matriz africana", diz ele. 

Jobson conta que no grupo percussivo que integrou na igreja, ele ouvia muitas críticas em relação à religiosidade nos maracatus nação e que quando chegou ao Aurora Africana um novo mundo se abriu para ele: "Foi um choque de realidade, eles me ensinaram lá que essas coisas eram malignas, quando cheguei aqui era totalmente diferente. O meio espiritual era outro, não tinha nada a ver com o que eles pregavam lá. Eu me identifiquei com isso, foi quando eu entrei pra religião, eu senti essa necessidade, quis agregar as duas coisas e abracei de coração os dois", conta. 

Hoje, Jobson ocupa um lugar importante dentro da nação. Ele é um dos responsáveis pelo 'bombo mestre', tambores maiores que têm o objetivo de guiar todo o batuque. Pelo tamanho de sua responsabilidade, esse batuqueiro precisa estar atento a alguns fundamentos religiosos que envolvem obrigações, tudo seguido à risca. "Faço resguardo total (antes de tocar), peço força ao meu Orixá primeiramente, e às calungas (bonecas que detém a ancestralidade da nação). Essas são minhas duas forças, além de Deus", garante.

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Depois de conhecer e entrar para a religião de matriz africana, o batuqueiro garante: sua relação com o maracatu mudou. Tocar tambor e levar o baque de sua nação adiante ganhou novo significado e isso repercutiu, inclusive, em sua vida pessoal: "A sensação é outra, a vibração é outra. A espiritualidade é mais forte, na hora de tocar, a concentração muda. Parece que você entra em um estado inexplicável. Lá (na igreja) eu tocava como se fosse por esporte, só por tocar. Agora o envolvimento é maior. Sinto que o meu espírito está mais próximo do tambor. Sinto que estou tocando para o orixá, não pra qualquer pessoa. É para alguém do outro lado, não só pra mim". 

Outro batuqueiro que passou por essa experiência é Josivaldo Romão, de 32 anos. Participando do maracatu nação há 15 anos, hoje ele integra a centenária Estrela Brilhante de Igarassu, Patrimônio Vivo do Estado. O jovem conta que após começar a tocar, sentiu a necessidade de buscar mais conhecimento e essa busca o levou às religiões de matriz africana e indígena, a Jurema: "(Foi) para aprender mais e mais sobre a grandeza dos elementos e a força contida dentro da ciência sagrada, para ser completo e conhecer todo o fundamento", explica.

Romão afirma nutrir grande respeito às "crenças que o rodeiam", e que a religiosidade mudou seu modo de ver o brinquedo e a própria vida: "a religião me abriu os olhos para o sagrado que o maracatu leva consigo, por ser um culto de egun (espíritos) que por muito tempo eu desconheci".

Já Ricardo Rocha, de 40 anos e batuqueiro desde os 15, entrar para a religião de matriz africana lhe deu o entendimento de coisas que aconteciam dentro da tradição que antes ele não tinha. Ele se descobriu no candomblé quando tocou na Nação do Maracatu Porto Rico. Lá, ele foi "suspenso", ou seja, designado como ogã (aquele que toca para os orixás) da casa, por Mãe Lêu, Oxum Pandá do terreiro, e desde então vem professando sua fé. 

Para o batuqueiro, hoje integrante da Nação Estrela Brilhante de Igarassu, além de entender melhor os fundamentos do maracatu de baque virado, ele tem em seu batuque um meio de comunicação com o sagrado: "Quando a gente toca, a gente faz um elo entre o profano e o religioso, o presente e o passado, quando a gente bate uma alfaia de maracatu a gente acorda quem tá dormindo, porque maracatu é uma música tocada para os eguns. Então, pra mim é uma coisa muito mágica, não é todo mundo que entende, tem gente que acha que tudo é ‘macumba’ mas não, cada coisa tem seu significado". 

Fundamentos

Fábio Sotero, presidente da Nação Aurora Africana, explica a ligação dos maracatus nação com a religião de matriz africana: "É devido aos antepassados. Quem fazia o maracatu eram as lideranças dos negros, que eram os babalorixás. Eles eram coroados como rei do Congo, depois passou a se evidenciar mais as rainhas, por isso que hoje temos tantas em destaque, começando a partir de Dona Santa (da Nação Elefante). Hoje temos outras figuras de extrema importância, como Mãe Nadja, do Leão da Campina, Marivalda do Estrela Brilhante do Recife, Elda, da Nação Porto Rico, são todas yalorixás e lideranças em seus maracatus".

O presidente afirma que as rainhas, bem como os reis, as damas de Paço (mulheres que carregam as calungas) e alguns batuqueiros, como os que levam o bombo mestre, são os responsáveis pelo bom andamento do cortejo e do batuque e, sendo assim, precisam estar atentos à sua religiosidade. "Essa é a pilastra que todo maracatu nação precisa ter para ser identificado como tal. Porque o maracatu em si é dos orixás. Quem rege isso é Dona Iansã e Xangô que é o dono de todos os maracatus. Mas cada um tem o seu orixá patrono. O Aurora é de Oxaguiã e de Xangô". 

Essas 'pilastras' precisam fazer algumas obrigações, como oferendas e resguardos de relações sexuais e bebida alcoólica antes de ‘ir pra rua’ e tocar. "A gente joga os búzios, eles (orixás) dizem o que precisa ser feito, e a gente dá esse conforto, faz essas oferendas pra essas lideranças. Graças a Deus a gente tem a compreensão deles e eles veem o que a gente pode fazer", explica Fábio.

Ele também deixa claro, que não é obrigatório ser da religião de matriz africana para integrar o maracatu nação. Aqueles que desejam fazer parte da brincadeira apenas para tocar e dançar, sem laços de fé e religiosidade, podem fazê-lo tranquilamente: "Não tem problema mesmo. No Aurora a gente abraça todo mundo, independente de religião, de gênero e de classe. Aqui todo mundo é tratado como igual, com ou sem religião. Mas a gente tem nossas pilastras, as pessoas ‘cabeça’ que colaboram para o maracatu ir pra rua". 

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Preconceito e intolerância

Hoje, em pleno 2019, as religiões de matriz africana já não enfrentam mais as proibições mencionadas no início desta matéria. No entanto, seus fiéis e adeptos continuam enfrentando a intolerância e o preconceito arraigados na sociedade em relação a essas tradições ancestrais. Os batuqueiros entrevistados pelo LeiaJá falaram a respeito do assunto. Josivaldo Romão conta que a vigilância precisa ser constante: “Estamos o tempo todo em luta contra a intolerância, sempre que vejo alguém que não tem a humanidade de buscar o conhecimento. Todos temos o sagrado”, afirma.

Jobson, que trocou a religião evangélica pelo candomblé, conta que precisa lidar com o preconceito dentro da própria casa, e que já chegou a ser chamado de "ovelha perdida". No entanto, o jovem não se abala e defende suas escolhas de cabeça firme: "Eu acredito que se você saiu de um canto que não estava se sentindo bem e agora está em um em que se sente bem, esse é o bom da vida. Se meu espírito está bem, então é porque estou bem com Deus e com os orixás. Depois que conheci os orixás a minha vida mudou. Meu espírito evoluiu, na minha cabeça houve uma evolução". 

Situação parecida enfrentou Ricardo, filho de mãe extremamente católica, ele precisou travar alguns embates com ela após entrar para o candomblé e o maracatu. Mas, o batuqueiro também não se intimida e procura entender a origem do preconceito: “É assim mesmo, quando a gente não conhece uma coisa, a gente sempre tem medo, fica receoso, porque o desconhecido faz com que você fique com medo. Mas quando você conhece, você percebe que não tem nada a ver”. 

Imagens

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Reprodução/Facebook Josivaldo Romão

Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O município de Igarassu, berço da nação de maracatu de baque virado mais antiga do estado de Pernambuco, o Estrela brilhante de Igarassu, sedia, a partir desta quarta (18), a Mostra de Maracatu - evento realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional (IPHAN) e pelo Instituto Papiro de pesquisa. Até o próximo sábado (21), o evento vai promover oficinas e palestras sobre esta manifestação cultural tombada como patrimônio imaterial nacional culminando com a apresentação da nação anfitriã. 

Abrindo a programação da Mostra de Maracatu, nesta quarta (18), o mestre Gilmar Santana, mestre da nação Estrela brilhante de Igarassu, ministra uma oficina de confecção de alfaias. A oficina segue até a sexta (20), sempre às 14h, na Casa do Patrimônio do IPHAN, em Igarassu. Já no sábado (21), a Nação Estrela Brilhante de Igarassu se apresenta, às 17h. 

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Também no sábado (21), no mesmo local, o mestre apresenta a palestra O maracatu como bem cultural: memórias e práticas, ao lado do produtor cultural Hugo Nascimento. Sendo a mais antiga nação de maracatu de baque virado em atividade no Estado, com 195 anos de história, o Estrela de Igarassu é Patrimônio Vivo de Pernambuco e vencedor do Prêmio de Culturas Populares do extinto Ministério da Cultura. 

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Programação

Tambores de Igarassu - Oficina de confecção de alfaias

Quarta (18) a sexta (20) - 14h às 17h

Casa do Patrimônio do IPHAN em Igarassu (PE), Sobrado do Imperador (Rua Barbosa Lima, n° 122, Sítio Histórico)

Palestra - O maracatu como bem cultural: Memórias e Práticas

Sábado (21) - 14h às 17h

Casa do Patrimônio do IPHAN em Igarassu (PE), Sobrado do Imperador; rua Barbosa Lima, n° 122, Sítio Histórico.

Apresentação da Nação Estrela Brilhante de Igarassu

Sábado (21) - 17h às 19h

Casa do Patrimônio do IPHAN em Igarassu (PE), Sobrado do Imperador; rua Barbosa Lima, n° 122, Sítio Histórico.

Serviço

Mostra Maracatu

Quarta (18) a sábado (21) 

Casa do Patrimônio do IPHAN em Igarassu (PE), Sobrado do Imperador; rua Barbosa Lima, n° 122, Sítio Histórico

Gratuito

 

Crianças são público cativo da brincadeira que surgiu junto com a comunidade. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens e Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

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Contra todos os impeditivos, o mar é democrático em sua soberania. Ignorando todas as barreiras humanas e naturais impostas, ele avança rumo aos arranha-céus da luxuosa Boa Viagem da mesma maneira que desafia as pedras de contenção da praia do Buraco da Véia, em Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife. Para os residentes da comunidade, contudo, a maré alta é sinônimo de diversão. Diante do inevitável futuro marinho de todo litoral, mulheres, meninos e velhos enfileiram-se à barreira e aceitam de bom grado o sobressalto da água que lhes trará uma peculiar sensação de cachoeira. A curiosa brincadeira, não se sabe desde quando, é chamada pelos moradores de “Banho de Choque” e, segundo relatam os mais mais velhos, acompanha Brasília Teimosa desde os primórdios de sua ocupação urbana, mesmo antes da tomada da costa do Recife pelos tubarões na década de 1970, que impossibilitou o banho em mar aberto.

Em sua infalível memória, o aposentado Antônio Manuel da Silva, de 90 anos, guarda a lembrança do dia em que pisou pela primeira vez em seu lar. “Dezoito de maio de 1958. Eu morava na Rua Carneiro Pessoa, no Pina, quando começou a invasão aqui. Meu irmão veio e construiu uma casa para mim”, conta. Caracterizada por uma contínua linha de recifes paralela à costa, a região estava destinada a receber a edificação do Parque de Inflamáveis, que nunca foi construída. As ruas da então ocupação de Areal Novo eram basicamente o resultado da inconsistente mistura entre areia fofa, palha de coqueiro e restos de cascas de marisco.

“Primeiro, começaram a fazer aquelas casinhas ‘arrodeadas’ de papelão, depois as pessoas compraram madeira. Com o tempo, saímos da tábua, para a alvenaria. Mas começamos foi na luta: a gente construía de manhã, de noite a polícia vinha e derrubava, por isso demos o nome de Brasília Teimosa, porque foi construída na teima”, orgulha-se. Já àquela época, Antônio, relata ter presenciado os moradores se divertindo com os “banhos de choque”. “Aqui era uma ilha, cheia de pescadores. Quando o governo quis mudar o nome do bairro para Brasília Formosa, a gente disse: ‘não, deixa Teimosa mesmo’”, conta.

Morador de Brasília Teimosa há 60 anos, Antonio Manuel da Silva lembra de uma comunidade repleta de pescadores e conta que banho de choque sempre fez parte da rotina do local. (Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Com o primeiro nome em homenagem à capital federal, também construída na década de 1950, Brasília Teimosa só teve as palafitas removidas da beira-mar no ano de 2003, durante o governo Lula (PT), que realocou seus antigos moradores para pelo menos novas 504 residências. Com nova orla e avenida, o Bairro enfim se urbanizou e a praia do Buraco da Véia passou a receber moradores de outras comunidades do Recife. “Boa Viagem gosto não. O Pina já é mais agitado, mas aqui é mais familiar. Venho faz tempo, relaxar e tomar um banho de choque”, diz o lavador de veículos Ronaldo Delmiro, conhecido como “Batata”, que vai, de bicicleta, da comunidade dos Coelhos ao Buraco da Véia.

Embora possa parecer imprevisível, o movimento das ondas propícias a desencadear o “choque” parece ter sido desvendado pelos moradores da comunidade. “Quando a gente vê logo de longe ela mais alta, é porque é mais perigosa. Eu acho que desde os quatro, cinco anos tomo esse banho praticamente todo dia”, conta a estudante Tâmara Patrícia dos Santos, de 13 anos, que saiu da escola direto para a praia, acompanhada das amigas. A garota relata que os finais de semana e feriados costumam ser de praia lotada, com espaço disputado entre os banhistas por um lugar para receber as pancadas do mar. “Já é uma tradição. Quando fui morar em Piedade só vivia aqui. Desde pequena apegada, aí é difícil sair”, confessa Tâmara.

De acordo com o tio da garota, o produtor audiovisual Dilson Rodrigues, conhecido como “Madrone”, as ondas, em sua época de menino, costumavam ser mais fortes. “As ondas estão mais fracas desde que colocaram mais pedras na arrebentação. Era onda que batia e carregava a gente dois, três metros para a frente. Isso aqui é patrimônio da Brasília”, comenta. De acordo com ele, até hoje é possível reconhecer os melhores dias para o banho de choque. “Em dias de maré alta, quem mora numa casa um pouco mais alta consegue escutar e ver quando a onda bate no paredão. As coisas aqui mudaram muito, quando eu era criança a praia era cheia de palafitas. Agora, temos essa orla bonita, cheia de quadras, e os meninos têm outras opções de lazer, se não estariam todos aqui”, acrescenta.

Quem é a velha do Buraco da Véia?

Ai de quem disser o contrário. Em mais de uma ocasião, a reportagem foi corrigida pelos moradores de Brasília Teimosa: “não é velha, é véia”, cravam. Natural da comunidade, Dilson conta que está produzindo um filme sobre as lendas do bairro. “Uma delas é a de que o Iate (Clube do Recife) fez um muro e ninguém tinha acesso à praia. Aí uma senhora muito corajosa fez um buraco no muro e vinha tomar banho aqui. Dizem que a origem do nome do Buraco da Véia é por conta disso”, conta. A professora aposentada Maria Valença, conhecida como Celeste, de 63 anos, frisa que a tese da população é mais do que uma lenda. “Tudo era praia, inclusive a parte da qual o Iate Clube se apossou dizendo que havia comprado. Sempre ouvimos que as terras não eram nossas, mas da Marinha. Então como eles podem ter comprado? Antes a gente tinha todo o espaço da orla, de uma ponta a outra, até o Pina”, lamenta.

"Isso aqui é patrimônio da Brasília", diz o morador Dilson Rodrigues. (Rafael Bandeira/leiaJá Imagens)

Celeste afirma ter testemunhado a existência de um muro construído pelo Iate Clube. “Queriam fechar a entrada da Rua Badejo (uma das principais do bairro) e o Buraco da Véia como uma praia particular. Só que a população, na época em que Brasília Teimosa era Brasília Teimosa, um bairro aguerrido e politizado, derrubou o muro, que ainda ficou um bom tempo de pé. Tiraram todo e qualquer vestígio do muro”, garante. Como o mar, a população, majoritariamente descendente de pescadores e egressos do êxodo rural dos anos 1950, avançou contra a especulação imobiliária. “A gente brigava por transporte, água, moradia, pela questão do lixo...O teatro estava na rua conscientizando a população dos problemas e os moradores se articulavam em associações”, lembra Celeste, que assistiu à transformação de sua excepcional Brasília em uma das poucas comunidades brasileiras a ter elaborado o próprio projeto de urbanização, batizado de “Teimosinho” e executado com recursos do Banco Nacional de Habitação (BNH).

Celeste celebra conquista da urbanização da orla da comunidade por parte dos moradores. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Tratamento de choque

Celeste garante que, no passado, era comum que médicos prescrevessem aos moradores da comunidade o banho de choque como medida terapêutica. “Eles aconselhavam, a quem sofria de questões nervosas, tomar o banho de choque, porque ele funcionaria como uma massagem. Muita gente, cedinho, acordava para vir se encostar no paredão”, conta. De acordo com ela, no entanto, não se sabe quem criou o termo “banho de choque” ou ainda quem inventou a brincadeira. “Acredito que a palavra ‘choque’ se deve ao impacto, à surpresa. É a sabedoria popular, alguém foi ,encostou, gostou e passou pro outro. E hoje, se não é trazido pelos mais velhos, hoje, os que chegam aqui em Brasília descobrem o prazer de tomar esse banho”, conclui.

De manhã, o cheiro do pão italiano quentinho vai impregnando as ruas do Bexiga, na Bela Vista, região central de São Paulo. Clientes locais, gente que veio de longe e até turistas são guiados pelo aroma e pela promessa de uma bela mordida na tradição - que também pode vir recheada com linguiça e provolone.

Por lá, há quatro padarias italianas que ultrapassaram os 100 anos: Italianinha (fundada em 1896), 14 de Julho (1897), São Domingos (1913) e Basilicata (1914). Com boa vontade (e desejo de queimar as calorias conquistadas nos próprios estabelecimentos em questão) é até possível fazer um circuito a pé para conhecê-las. Hoje, todas ostentam uma quarta geração de descendentes interessados nas próximas fornadas.

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A história das padarias centenárias do bairro tem muitos pontos em comum. O primeiro, claro, é a imigração italiana. No início do século 19, diversas famílias recém-chegadas ao País foram morar na região. Na época, trouxeram para a cidade um hábito de sua terra natal - o de fazer pão em casa.

"Na Itália, cada família tinha um forno, girava sua massa e fazia o próprio pão por um mês. Depois, as famílias passavam seu fermento natural para o vizinho, que após produzir o seu pão também repassava o fermento para a próxima família", contou Ângelo Agazio Lorenti, da quarta geração da família que está no comando da Basilicata.

O prazer de produção caseira veio antes da comercialização do produto. Como a quantidade produzida era grande, os pães eram compartilhados entre amigos e vizinhos. Depois, a crise econômica e a dificuldade de arrumar trabalho em outras áreas fizeram com que aquilo que era um hobby virasse profissão. Nos primeiros anos, as padarias do Bexiga faziam suas entregas em carroças, usando cavalos para levar os pães de casa em casa.

A mais antiga delas é a Italianinha, com quase 123 anos, que em seus primórdios se chamava Lucânia (mais conhecida hoje como região da Basilicata), terra natal do fundador, Felipe Poncio. Nos anos 1960, foi comprada por Rafaelli Franciulli e passou a se chamar Italianinha.

Naquele período, a padaria era muito maior - e estendia-se até a metade da Rua Rui Barbosa. Com o processo de urbanização do bairro, a Rui Barbosa foi alargada e boa parte da padaria, desapropriada. Hoje, a Italianinha ocupa o que era o depósito da padaria original. "Tenho muitos clientes que me conheceram quando eu era criança", conta Sandra Franciulli, da quarta geração a trabalhar ali.

Como as outras padarias centenárias, a Italianinha fabrica pães respeitando o processo de fermentação natural, usando um forno tão velho quanto a própria padaria e uma receita que vem de longe. Além do italiano tradicional, a casa se destaca pelo pão recheado com linguiça calabresa e antepastos como sardela e alichela.

O irmão de Sandra, Alexandre Franciulli, é hoje o responsável por outra padaria centenária do bairro, a 14 de Julho. Fundada em 1897 por Rafaelli Franciulli (que anos mais tarde também seria dono da Lucânia/Italianinha). Originalmente, Franciulli trabalhava como mecânico em Santa Maria di Castellabate, na Itália, mas ao chegar ao Brasil notou que quase não existiam automóveis circulando pela cidade. "A saída dele foi abrir uma padaria", contou o neto, Alexandre, da terceira geração.

O pai, Wilson Franciulli, foi quem cuidou da padaria por mais tempo - até que perdeu um braço em um acidente de trabalho. Depois do ocorrido, Rafaelli vendeu a padaria - que teve outros donos até ser recomprada pelo próprio Wilson. Hoje, Alexandre é quem toca o lugar e mantém a tradição familiar. Além dos pães italianos, o lugar é conhecido pela porchetta recheada. Ao lado da padaria, Alexandre abriu uma cantina com o mesmo nome.

À margem do viaduto que dá acesso à Avenida Radial Leste está a padaria São Domingos. Fundada em 1913 por Domenico Albanese, militar da Guarda Nacional Italiana. No início, Albanese percorria as ruas do bairro entregando pães com um carrocinha. Depois, estabeleceu-se no endereço onde a padaria existe até hoje. Detalhe: por muitos anos, Albanese e a família moraram nesse mesmo sobrado. "Nós estávamos aqui antes do viaduto. Tem na família quem conte que, por pressão e boa influência dos meus avós, a padaria não foi desapropriada na época da construção do viaduto", conta Victor Albanese, 28 anos, da quarta geração.

Na São Domingos, os pães saem do mesmo forno desde a inauguração. O espaço também não mudou - continua charmoso e apertado (a expressão mais repetida pelos clientes é ‘com licença’). Além dos pães (com destaque para o recheado com calabresa), vale a pena beliscar um cannoli. Um dos clientes históricos da casa foi o músico Adoniran Barbosa (seria de lá o tal torresmo à milanesa cantado pelo compositor?).

Mais história

Por fim, a Basilicata. No início, o espaço que hoje tem um característica sofisticada (com produtos importados e restaurante) era um empório popular (do tipo que vende pasta de dente, vassoura...). O espaço era dividido com uma cocheira - lugar onde ficavam os cavalos usados na entrega dos pães. O lugar também era casa da família e abrigo para pessoas que saíam de sua terra natal para tentar a sorte no Brasil.

"Os padeiros e leiteiros tinham a chave de casa e entravam de madrugada para o trabalho. Eles entregavam pães para todos os casarões da Avenida Paulista", conta Lorenti. "Os cavalos eram tão condicionados que, diz a lenda familiar, quando o entregador descia para bater na porta de alguém e entregar o pão, o cavalo já ia sozinho para a próxima residência - porque conhecia o itinerário." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Joana Belém era uma escrava fugida do cativeiro que sentou morada na Vila dos Pescadores, em Olinda, no fim do século 19. Naquele verdadeiro quilombo urbano, a diversão dos moradores eram as brincadeiras de roda acompanhadas por tamancos de madeira que batiam como se fossem instrumentos, o que hoje conhecemos como coco. Nesse meio nasceu e cresceu - livre - Maria Belém, filha de Joana. Ela tornou-se uma das grandes coquistas do lugar, que anos mais tarde tornou-se a comunidade de Amaro Branco.

Maria Belém não ia para as sambadas sozinha, levava a tiracolo a filha pequena Maria da Glória. Juntas, as duas tocavam e cantavam o ritmo que tornou-se referência daquele povo e lugar. Glória cresceu sambando e recebeu da mãe a missão de dar continuidade às suas tradições. E assim vem fazendo Dona Glorinha do Coco, agora aos 84 anos de idade, desde a partida da matriarca, na década de 1990. Hoje, a coquista de maior idade em atividade em Olinda, após criar 12 filhos, superar maridos ciumentos e a falta de visibilidade e apoio financeiro, se prepara para lançar o segundo disco de sua carreira, Noite Linda

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Dona Glorinha já é tatatravó mas a pisada do coco é o que dá ritmo à sua vida. Prestes a completar 85 anos, ela é capaz de passar madrugadas inteiras nas sambadas e ainda dá conta do serviço de casa. "Só não lavo roupa porque tem a máquina, a roupa já sai e é só botar no varal. Uma máquina dessa é uma mãe", conta. Viúva há mais de 20 anos, ela relembra como precisou lidar com o ciúme dos maridos - ela teve três - na hora de fazer o que mais gostava. "Minha mãe chegava e dizia: 'Glorinha, o coco começou, num vai não?'; ele (marido) dizia: 'já chegou a outra pra chamar ela pra ir sambar'; mãe dizia: 'Você não gosta de samba mas eu gosto e ela gosta e a gente vai". E eu ia, quando eu chegava ele tava com a cara feia".

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--> Tradição e resistência: coco se renova em Olinda

A mãe, grande influência da mestra, deixou para a filha todos os ensinamentos e a missão de dar continuidade ao legado da família. "Eu sempre gostei, ela (a mãe) dizia que eu com três anos já ficava pulando num pé só e batendo palma. Tá na raiz, né"? E seguindo o exemplo da matriarca, Dona Glorinha já garantiu a manutenção da tradição familiar através de uma das netas que já faz coco também. Mais uma mulher dessa linhagem de resistência e pertencimento.

A roda de coco é o que deixa a mestra feliz. Ela diz que não gosta nem de pagode, nem de brega, mas se a convidar para uma sambada ela irá de muito bom grado. "Eu vou pra cantar, tanto faz eu ganhar cachê, quanto ganhar nada". E é aí que a coquista fala sério, quando o assunto é dinheiro. Ela é mais uma griô pernambucana que carece de assistência nesse tocante.

Dona Glorinha reclama da demora no recebimento dos cachês que já são os menores praticados no mercado. "E quando se fala em aumentar o cachê vem os embarreiramentos de comprovações, documentos. E o mérito artístico e cultural dessa mulher que tem essa idade, que tá aqui empoderada fazendo coco dentro da comunidade dela e incentivando outras gerações? Eles não tem olhos pra enxergar esse tipo de inclusão dentro das comunidades", acrescenta Isa Melo, produtora da artista.  

A mestra complementa: "O pequeno artista como eu sou, vive lá embaixo". Mas, apesar das dificuldades, o samba não para e Dona Glorinha não esmorece, nem pensa em desistir. Octogenária, a coquista só lamenta um único detalhe a essa altura da vida: "O que tá me entristecendo agora é que a velhice tá chegando, tá me acompanhando e eu tô com ela, né". 

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Noite Linda

O segundo disco de Dona Glorinha do Coco, Noite Linda, é fruto do Prêmio das Culturas Populares, edição Leandro Gomes, de 2017. O álbum traz nove músicas, a maioria da própria mestra que se vale das pequenas situações do cotidiano para compor, ou como ela mesma diz “tirar o coco”.

A direção musical do álbum é assinada por Viola Luz ao lado de Isa Melo, que também cuidou da produção. A capa é a reprodução de um grafite, feito no muro da sua casa, pela artista Mari Lúcio. O produto final é resultado do esforço de diversas mulheres que estão trabalhando para a manutenção da arte e do legado dessa mestra. 

Para celebrar a chegada de Noite Linda, será realizada uma grande festa na rua dos Pescadores (Amaro Branco), endereço de Glorinha, que receberá alguns convidados para o lançamento como Cila do Coco, Coco do Amaro Branco, Coco do Pneu, Coco das Estrelas, A Cocada, Viola Luz e Forró do mestre Ulisses da Tabajara. A sambada começa às 20h e promete ganhar a madrugada.

Serviço

Lançamento do disco 'Noite Linda' - Dona Glorinha do Coco

Sexta (25) - 20h

Rua dos Pescadores - Amaro Branco (Olinda)

Gratuito (os discos estarão à venda no evento)

 

No mês dedicado ao São João, comemorado nesta segunda-feira (24), o LeiaJá preparou uma lista especial de concursos públicos em sete estados do Nordeste, região que é principal na celebração das tradicionais festas juninas. Se você é concurseiro e já está se preparando para algum destes certames, fique atento, pois há concursos abertos que terão suas inscrições finalizadas ainda esta semana. Todos os detalhes das seleções estão disponíveis nos respectivos editais.

Prefeitura de Rio Largo – AL

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253 vagas

Vários cargos

Salários: de um salário mínimo até R$ 2.975,83

Inscrições

Edital

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano- BA

34 vagas

Cargo: Técnico-Administrativos em Educação

Salários:  de 2.446,96 até R$ 4.180,66

Inscrições

Edital

Universidade Federal do Ceará (UFC)- CE

6 vagas

Cargo: Professores do Magistério Superior

Salários: de R$ 2.236,31 a R$ 9.600,92

Inscrições

Edital

Fundação Municipal de Saúde de Terezina- PI

334 VAGAS

Vários cargos

Salários: de R$ 796,70 a R$ 9.512,56

Inscrições

Edital

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)- PE

116 vagas

Cargos: Técnico-Administrativo em Educação

Salários: de R$ 1.945,07 a R$ 4.180,66 

Inscrições

Edital

Conselho Regional de Medicina Veterinária- RN

2 vagas

Cargos: agente administrativo e agente fiscal

Salário:  R$ 1.996,00

Inscrições

Edital

Universidade Federal de Sergipe (UFS)- SE

12 vagas

Cargo: Professor da Carreira do Magistério Superior

Salários: de R$ 2.236,31 a R$ 5.136,99

Inscrições

Edital

A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)- PB

86 vagas

Cargo: Técnico-Administrativos em Educação

Salários: de R$ 1.945,07 a R$ 4.180,66

Inscrições

Edital

A arte em cerâmica está entra os principais elementos da cultura amazônica. Em 28 de maio é comemorado o Dia do Ceramista, data que resgata a importância dos artesãos para a história do povo da região.

O ceramista é o profissional que trabalha com a manipulação de argila, matéria-prima usada desde a pré-história na fabricação de ferramentas e utensílios como vasos, pratos e recipientes para armazenar água e alimentos. A cerâmica surge quando a argila é posta ao fogo, endurecendo. 

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Chandra Faro, pesquisadora de artes, desenvolve estudos sobre as técnicas utilizadas no processo de criação de objetos de cerâmica. “Temos várias técnicas utilizadas na cerâmica. A técnica do rolinho, que vem dos nossos antepassados indígenas e que através da confecção de rolinhos, e montando uns em cima dos outros, vão se confeccionando as peças, tanto utilitárias como artísticas. Temos também a técnica do torno, em que movimentos feitos pelos pés e mãos vamos moldando as peças. Temos a técnica do emplacamento, confecção de peças e painéis com pigmentos que naturais extraídos da própria argila colorida encontrada sempre em rochas nas praias", assinalou. 

Segundo Chandra, os ceramistas também desenvolvem suas próprias técnicas, dependendo da criatividade. "Depois de confeccionadas as peças, temos que esperar secar a argila para fazer o processo da queima em temperatura no mínimo de 800 graus. Temos o forno artesanal, que é confeccionado com tijolo areia e cimento e usamos lenha. Leva uns três dias para queimar e só podemos tirar do forno quando ele esfriar, para não rachar as peças com o choque térmico. Temos também o forno elétrico, que chega a altas temperaturas." 

Para Chandra, a cerâmica é muito importante na arte paraense. "Temos a cerâmica marajoara originária do Marajó, que tem sua identidade e características próprias; temos também a cerâmica tapajonica produzida no interior do Estado do Pará, mas a minha cerâmica não tem vínculo com essas cerâmicas eu criei a minha própria identidade. São peças criadas por mim e únicas", desatcou. 

O Pará tem um grande polo de cerâmica em Icoaraci, distrito de Belém. "De Icoaraci se exporta cerâmica para varios países”, disse Chandra. 

Da Redação do LeiaJá Pará. (Com apoio de Lucas Velloso).

 

 

 

Na próxima quinta-feira (30), o Projeto Cine Cultura de Guarulhos, na Grande São Paulo, apresenta o documentário "Terra de Fé". O longa mostra a história e importância da "Festa de Nossa Senhora de Bonsucesso" para a cidade, por meio de depoimentos de pessoas que vivem no bairro de Bonsucesso. A exibição tem entrada gratuita.

A história remonta à época em que a imagem da santa fora trazida de Portugal e, para abrigá-la, foi construída uma igreja de taipas de pilão. Mais de 270 anos se passaram entre canções, danças, união de povos e hinos de louvores e, todo mês de agosto, a fé se renova no bairro de Bonsucesso, considerada uma "terra que cura". "O que mais me sensibilizou foram os discursos ecumênicos do padre e do bispo, segundo os quais a religião é um instrumento para unir os povos e somar forças para empreendimentos em comum, como ocorreu na própria construção da igreja", explica o diretor do documentário, Tico Barreto, 38 anos.

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A fotógrafa Marina Pinto, 48 anos, desde criança participa da festa e já realizou uma exposição chamada "Comunhão", com um acervo de dez anos fotografando o evento. Ela conheceu Barreto por meio do Coletivo Cobra-Coral. "Eu já tinha ideia de um documentário sobre a festa. Conheci o Tico Barreto que tinha tomado conhecimento sobre a festa e também tinha a mesma ideia. Juntamos as duas vontades e produzimos tudo juntos", conta.

O documentário também fala sobre a união de diferentes povos, como indígenas e negros que, juntos, fazem a carpição da terra do entorno da Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, preparando o ambiente para receber os romeiros e realizar a centenária festa. "Qualquer um, independente de sua religião, pode renovar sua fé. Digo isso porque a tradição da carpição, com o ritual da terra em que os romeiros acreditam no poder de cura da terra de Bonsucesso, é um dos rituais mais emblemáticos e fortes da festa", conclui Marina.

Serviço

Projeto Cine Cultura – documentário "Terra de Fé"

Quando: sexta-feira, 30 de maio, às 20h

Local: Cineclube do CME Adamastor - Av. Monteiro Lobato, 734, Macedo, Guarulhos - SP

Classificação: Livre

Entrada gratuita

As quadrilhas estilizadas costumam chamar atenção no período junino, seja pela suntuosidade dos figurinos e apresentações elaboradas, seja pelo debate quanto a fidelidade às tradições da época. Neste ano de 2019, uma quadrilha do Recife já está dando o que falar pela inovação na coreografia para este São João. A Evolução Mirim, do bairro de Santo Amaro, causou revolta ao incorporar em seu balé movimentos do ‘passinho’, característico da cena bregafunk.

A evolução Mirim se apresentou, no final de abril, em uma prévia junina com outras 19 quadrilhas, o Pré-Junino, que este ano promoveu sua sétima edição organizada pela Federação das Quadrilhas Juninas de Pernambuco (FEQUAJUPE) . O grupo apresentou a nova coreografia e surpreendeu quando seus integrantes começaram a  executar movimentos do passinho.

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O vídeo da apresentação foi compartilhado nas redes sociais, inclusive na página oficial da Evolução, e gerou inúmeros comentários. Boa parte deles criticou a mistura de estilos e acusou a quadrilha de descaracterizar as tradições juninas. “Acabando com a tradição, cultura, muito triste ver isso”; “Brincadeira tem limites. Não se pode descaracterizar uma tradição cultural”; “Tão acabando com as danças de São João, que geração é essa”; “Eita no meu tempo tinha dança da vassoura, alavantu, anarriê, era bom demais”; “Fora de contexto e fora do tradicionalismo. Deveriam valorizar o são joão e não desvalorizar dessa forma”; “Falta de respeito com a cultura junina. Isso aí é qualquer coisa, menos quadrilha”.

 

A Semana Santa, como outros feriados religiosos no Brasil, se caracteriza pelo consumo de determinados alimentos: durante a quaresma (período de 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e a páscoa) muitos católicos não ingerem carne vermelha, consumindo apenas peixe. Na Sexta-Feira da Paixão, que relembra o dia da crucificação de Cristo, em muitos lares católicos a tradição é comer bacalhau – costume que remonta aos hábitos dos portugueses que colonizaram o país.

Outras religiões também têm uma relação especial com determinados alimentos, o que nem sempre é bem visto por pessoas de outros credos. Basta lembrar a polêmica em torno de religiões de matriz africana, como o candomblé, quando o Supremo Tribunal Federal julgou a questão e decidiu, por unanimidade, que o sacrifício ritual de animais para fins religiosos é, sim, uma prática constitucional (relembre o caso).

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Mesmo em se tratando das religiões mais diferentes entre si, como é o caso do cristianismo e do candomblé, elas têm em comum o fato de eleger alimentos como símbolos do sagrado.

A socióloga e antropóloga Ana Claudia Fernandes Gomes explica que a relação entre alimentação e religiosidade está presente em todas as civilizações. “A religiosidade de certa forma incentiva o agradecimento aos deuses por tudo o que eles dão, sobretudo o alimento, que permite a sobrevivência. Então é um alimento físico e espiritual ao mesmo tempo”, aponta.

No judaísmo, a relação dos fieis com os alimentos é uma tradição milenar, como explica o chefe de cozinha Rodrigo Fleiss Breitbarg. “A alimentação judaica é baseada na Kashrut, do hebraico "próprio", e tem diversas regras, desde qual animal é próprio para consumo até como você deve preparar seus alimentos”, conta. Algumas dessas regras são: não misturar carne com leite, comer apenas aves, animais ruminantes e de pata fendida, peixes com escamas e barbatanas – que são os chamados animais “kasher”, permitidos para o consumo.

Na tradição africana do candomblé, o alimento serve como instrumento para agradecer e para pedir bênçãos aos orixás. O acarajé, famoso bolinho que é vendido por baianas em vestimentas típicas, é um exemplo de “comida de santo”, pois pertence ao orixá Iansã. “No candomblé, a comida de cada orixá tem seu preparo específico, assim como era feito no passado pelos nossos ancestrais e ainda hoje são feitas da mesma maneira, passando de geração em geração”, ensina o sacerdote Francisco César da Silva Preto, Babalorixá de Oxóssi do Ilê Iya Omi Ati Oyá - Asé Odé Erinle.

Comida de santo: no candomblé, o acarajé é oferecido ao orixá Iansã. Foto: Wikipedia

Entre os Hare Krishna, toda comida deve ser primeiramente oferecida a Krishna e, assim, todo alimento passa a ser sagrado. Por ser uma religião originária da Índia, os pratos da culinária indiana são muito apreciados pelos devotos. Para cozinhar, existem algumas regras, como não experimentar a comida e não utilizar cebola e alho. Os hare krishna seguem uma dieta baseada em vegetais e laticínios, sem carne, peixe nem ovos. “Tentamos sempre oferecer alimentos livres de violência ao Senhor e, depois de oferecido, esse alimento se torna santificado, espiritual, o qual chamamos de prasāda, ou a misericórdia de Krishna”, conta a devota Candravali Devi Dasi.

O LeiaJá selecionou alguns pratos típicos do judaísmo, do candomblé e dos hare krishna para você conhecer:

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Por Rachel Silva e Thiago Apelbaum

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O carnaval de São Caetano de Odivelas, município do nordeste paraense, localizado a 90 quilômetros de Belém, tem uma pitada de festa junina. As farras de boi-bumbá se misturam aos blocos durante os dias de folia nos desfiles pela cidade, uma das mais antigas do Estado (veja galeria de fotos acima).

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O Boi Tinga saiu no domingo, com a multidão de foliões em clima de arrastão junino.  Cabeçudos e Pierrôs, levados pelo Boi-Bumbá, se misturaram ao povo numa explosão de ritmos, cores e alegria. O Boi Tinga é acompanhado pela bandinha de fanfarra, que entoa frevos e marchinhas tradicionais.

Na folia de São Caetano há espaço para todos. Do bloco infantil, que sai da praça da igreja matriz, às festas de aparelhagem que ocupam a orla da cidade com luzes e som, a festa movimenta a cidade. Os bois Faceiro e Búfalo completam os grupos que animam a cidade no carnaval e nas festas juninas. Outro bloco que anima a cidade é o Vaca Velha, uma aposta na união da tradição com a festa popular para atrair uma multidão.

Da Redação do LeiaJá Pará.

Desde o início do ano, as fantasias e as máscaras de carnaval colorem as vitrines das lojas do comércio à espera dos brincantes. Muitos foliões não abrem mão de se caracterizar com esses adereços que tornam a festa mais animada.Mas qual a origem dos trajes alegóricos e das máscaras? É o que vai mostrar o Minuto Folia de hoje.  O programa, apresentado pela repórter Giselly Menezes e produzido pela TV LeiaJá, traz até a quarta-feira de cinzas informações e curiosidades sobre a festa de Momo no Brasil e no mundo.

A noite desta segunda-feira (25) foi marcada pela 18º edição da Noite dos Tambores Silenciosos, realizado no Largo do Bonsucesso, Sítio Histórico de Olinda, Região Metropolitana de Recife. Em ato de fé e religiosidade, 10 nações de maracatu de baque virado se reuniram para pedir paz e boas vibrações para o Carnaval que se aproxima.A cerimônia também foi tomada por emoção e saudade do Mestre Afonso Aguiar, falecido em abril de 2018. A Nação de maracatu Leão Coroado, segue reunindo forças para que o legado do Mestre seja levado adiante.LeiaJá também---> Karen Aguiar, a escolhida como cuidadora da tradicional Nação Leão Coroado---> Nação de Maracatu Leão Coroado faz seu primeiro Carnaval sem Mestre Afonso

Vestido apenas com um calção preto, Pavel Kalina envolve seu corpo ao redor de um poste de madeira colocado em uma sala em Mumbai, encadeando posições sob o aplauso do público que assiste ao primeiro Mundial de 'Mallakhamb', uma antiga modalidade esportiva hindu.

Nascido no oeste da Índia, este esporte tradicional, cujas origens remontam ao século XII, parece uma mistura de ioga e ginástica. Daí o significado do seu nome: "ioga sobre um poste".

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"Eu pratico porque sou louco", diz à AFP Pavel Kalina, um tcheco de 55 anos que mal consegue recuperar o fôlego após os dois minutos intensos de seu exercício, ainda lambuzado de óleo de rícino usado para limitar a fricção do corpo com a madeira.

"Para ser honesto, é uma tortura. Mas tenho muita energia para gastar", acrescenta este ex-ginasta, que pratica o 'mallakhamb' há 10 anos.

Cem atletas procedentes de 15 países participaram neste fim de semana do primeiro mundial desta modalidade pouco conhecida fora da Índia.

"'Malla' significa lutador e 'khamb' significa 'poste'", explica Uday Deshpande, de 65 anos, organizador do evento e o mais famoso praticante deste esporte.

"O poste mede 2,6 metros. É liso, muito bem polido e plano na parte superior", acrescenta. Os praticantes dessa modalidade encadeiam os exercícios acrobáticos com uma pausa, na qual realizam posições que recordam as do ioga.

"Diante da ausência de adversários, o inimigo é o poste", detalha.

Os homens, em sua maioria vestidos com trajes de banho, e as mulheres, com collants, fazem acrobacias prodigiosas neste cilindro de 35 centímetros de circunferência, diante do olhar atônito dos espectadores.

Deshpande assegura que não é apenas uma questão de força física. "Fazer ioga no chão tem múltiplas virtudes em termos de meditação, respiração e concentração. Fazê-lo a 2,6 metros de altura desenvolve também autoconfiança e coragem", disse à AFP.

- Força e elasticidade -

A ideia de organizar este campeonato se originou para promover esta modalidade a nível mundial. Seu sonho agora é que o 'mallakhamb' possa passar a fazer parte algum dia do programa dos Jogos Asiáticos e, talvez, dos Jogos Olímpicos.

"Queremos fazer conhecer no exterior esse aspecto da cultura tradicional indiana", acrescenta.

Existe uma variante do 'mallakhamb' que é praticado sobre uma corda lisa, recordando os tradicionais números circenses executados por acrobatas com este elemento.

"Você tem a sentimento de estar se realizado e de desenvolver tanto sua força como sua elasticidade", assegura à AFP o iraniano Faezeh Jalali, de 39 anos.

"É uma loucura do que o corpo humano é capaz", conclui.

A capela construída sobre o local onde, segundo a tradição, Jesus foi mantido preso por soldados romanos antes de ser crucificado, foi reaberta depois dos trabalhos de reforma no Santo Sepulcro, em Jerusalém, constatou um fotógrafo da AFP nesta sexta-feira (8).

"Nesta prisão, Jesus foi detido ao fim da Via Dolorosa, à espera da instalação da cruz em que seria crucificado", disse nesta sexta-feira à AFP um encarregado da Igreja ortodoxa grega, sob a condição de ter sua identidade preservada.

O local passou por diversos reparos nos últimos anos, depois de um incêndio que provocou graves danos. "Desde janeiro transformou-se em um local de oração e recolhimento", disse a mesma fonte.

Na capela vê-se os buracos cavados na rocha que, segundo a tradição, serviram para acorrentar os pés de Jesus. Os dois buracos estão protegidos por uma vitrine e decorados com um ícone que mostra Jesus com as mãos e os pés amarrados.

Esta seção se encontra na parte do Santo Sepulcro "sob soberania" da Igreja Ortodoxa Grega.

A capela também é venerada pela Igreja Armênia, assim como pelos integrantes da ordem dos Franciscanos na Igreja Católica.

De acordo com a tradição, o Santo Sepulcro é o local onde ocorreu o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Fica no leste de Jerusalém, na parte antiga da cidade, que foi ocupada e anexada por Israel.

A prefeitura de Olinda está anunciando, na manhã desta terça-feira (5), a programação do Carnaval 2019. Com o tema \'A fantasia é você\', a cidade conhecida pelas ladeiras e pela gigantesca folia inicia sua programação oficial na quinta-feira, 28 de fevereiro.E como já é tradição, a presença de Alceu Valença está confirmada. Para abrir o Carnaval de 2019, ele terá a participação de Elba Ramalho. A programação da abertura inclui ainda um arrastão do frevo, saindo da prefeitura até a Praça do Carmo e shows.Os primeiros a se apresentar são o grupo Bongar e Silvério Pessoa, com a companhia do Homem da Meia-Noite. Em seguida, o Quinteto Violado sobre ao palco com Charles Theony e o Maracatu Nação Pernambuco. Os shows acontecem na Praça do Carmo. O LeiaJá está acompanahndo o lançamento do Carnaval de Olinda, continue conectado para saber de todos os detalhes.

Milhares de russos mergulharam neste sábado em rios e lagoas congeladas, apesar das temperaturas de inverno de até -40°C em algumas regiões, por ocasião da Epifania celebrada nesta data pelos ortodoxos russos.

A polícia calcula que mais de 2,4 milhões de pessoas participaram durante nas comemorações em todo o país. Mas não se sabia exatamente quantas pessoas tomavam banho até três vezes, seguindo a tradição.

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As autoridades quebraram o gelo e às vezes instalaram degraus de madeira para facilitar o acesso aos fiéis, ávidos por imergirem nos rios e lagos congelados para comemorar o batismo de Jesus na Jordânia.

Os crentes ortodoxos russos consideram que neste dia a água sagrada tem propriedades miraculosas. Em um parque em Moscou, fiéis em trajes de banho se cruzaram na água tremendo de frio, diante dos olhos das forças de segurança.

"É ótimo, é a melhor das tradições russas", disse à AFP um habitante moscovita, Ievgueni Goloshchapov, com uma toalha no ombro.

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Nos últimos anos, políticos e celebridades também mergulharam nas águas geladas, como o presidente Vladimir Putin no ano passado ou o embaixador dos Estados em Moscou, Jon Huntsman Jr.

Em Yakutia, no Extremo Oriente da Rússia, a região mais fria do país, o governador mergulhou no rio Lena, apesar da temperatura de -42 ° C, segundo seu gabinete.

Embora a tradição desperte grande entusiasmo, alguns dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa apontam que não há nada de canônico nisso.

"Os ritos externos durante os grandes feriados religiosos tendem a se transformar em tradições nacionais e o significado original do feriado é esquecido", disse bispo Panteleimon, da Igreja Ortodoxa Russa.

"Eu nunca tomei banho em um buraco no gelo", disse ele ao jornal Izvestia.

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  Responsável por encerrar o ciclo natalino da cidade do Recife, a tradicional ‘Queima da Lapinha’ acontece neste domingo (6), a partir das 17h. O cortejo se reúne no Pátio do Carmo e segue para o Pátio de São Pedro.

A Lapinha, que simboliza a manjedoura de Jesus, é queimada como rito de despedida do ciclo natalino da capital pernambucana, abrindo caminho para o Carnaval. A liturgia também reunirá 11 pastoris no Pátio de São Pedro para celebrar o Dia de Reis.

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Além de acompanhar o cortejo, o público pode escrever pedidos em pedaços de papel e atirá-los às chamas para queimar junto com a Lapinha, na esperança de que eles sejam atendidos ao longo do ano.

Serviço

Queima da Lapinha

6 de janeiro | 17h

Local: Concentração no Pátio do Carmo, seguida de cortejo até o Pátio de São Pedro, onde acontece a queima

Entrada gratuita

*Com informações da assessoria

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