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Familiares desolados reuniram-se neste domingo (18) em um necrotério de Uganda à procura de notícias dos seus entes queridos, após o ataque de um grupo rebelde que deixou 41 mortos em uma escola, a grande maioria estudantes.

O papa Francisco condenou o "ataque brutal" e disse que estava orando pelos jovens neste domingo, quando se encontrou com os fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Pelo menos 41 pessoas morreram na noite de sexta-feira (16) em uma escola de ensino médio do oeste do país, localizada muito perto da República Democrática do Congo (RDC), o reduto da milícia jihadista a quem as autoridades atribuíram o ataque.

As vítimas foram mortas a facadas, baleadas ou queimadas na escola Lhubiriha, na cidade de Mpondwe.

O exército e a polícia acusaram as Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde ligado ao grupo jihadista Estado Islâmico. A milícia levou seis pessoas sequestradas para a RDC.

Muitas das vítimas morreram queimadas quando os agressores incendiaram um dormitório coletivo, o que complica a identificação e contagem dos desaparecidos.

No necrotério de Bwera, perto de onde ocorreu o ataque, as famílias choravam quando os corpos de seus parentes foram colocados em caixões e levados para o enterro.

Outras continuam sem notícias de seus entes queridos. Muitas das vítimas que morreram queimadas foram levadas para a cidade de Fort Portal, onde passarão por exames de DNA para serem identificadas.

No ataque, 17 estudantes do sexo masculino morreram queimados em seu dormitório. Vinte alunas foram mortas a facadas, de acordo com a primeira-dama e ministra da Educação de Uganda, Janet Museveni. Um segurança também foi morto, segundo as autoridades.

O ataque de sexta-feira foi o mais sangrento em Uganda desde 2010, quando 76 pessoas foram mortas em um duplo ataque em Kampala realizado pelo grupo jihadista somali Al Shabab.

- Um ato "terrível" -

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, denunciou o ato "terrível", e tanto os Estados Unidos quanto a União Africana também condenaram o massacre e enviaram suas condolências.

Ao mesmo tempo, foram levantadas questões sobre como os milicianos evitaram ser detectados em uma área de fronteira sujeita a uma forte presença militar.

O general Dick Olum disse à AFP que os elementos de inteligência coletados apontam para a presença de milicianos da ADF na área pelo menos dois dias antes do ataque, e especificou que será necessária uma investigação para esclarecer os erros.

A milícia ADF começou como um grupo insurgente em Uganda, de maioria muçulmana, e se estabeleceu no leste da RDC em meados da década de 1990. Desde então, foi acusada de matar milhares de civis.

Em 2019, eles juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico, que apresenta os combatentes da ADF como um ramo local na África Central. São acusados de ataques jihadistas na RDC e em solo ugandense.

Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar a ADF de seus redutos congoleses, mas essas operações não conseguiram conter os ataques do grupo.

Ao menos 37 pessoas, a maioria estudantes, morreram num ataque de um grupo rebelde vinculado à organização jihadista Estado Islâmico contra uma escola de ensino médio no oeste do Uganda, muito perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).

"Trinta e sete corpos foram encontrados e levados para o necrotério do hospital Bwera", disse o porta-voz do Exército, Felix Kulayigye, em um comunicado neste sábado, referindo-se à cidade nas proximidades do ataque na noite de sexta-feira.

Em um balanço anterior, Joe Walusimbi, comissário do distrito de Kasese, onde se situa a escola, na localidade de Mpondwe, a menos de 2 km da fronteira, havia relatado 25 mortos, todos estudantes.

O porta-voz da polícia de Uganda, Fred Enanga, explicou que a milícia ADF (Forças Democráticas Aliadas), que tem seu reduto no leste da RDC, atacou uma escola de ensino médio perto de Bwera, onde "incendiaram um dormitório e saquearam uma mercearia".

O porta-voz da polícia descreveu o ataque como "terrorista" e disse que oito vítimas também foram resgatadas com vida, internadas "em situação crítica" no hospital de Bwera.

O exército e a polícia estão perseguindo os agressores que fugiram para o Parque Nacional de Virunga, localizado do outro lado da fronteira, na RDC. Segundo o porta-voz do Exército, os assaltantes levaram seis sequestrados para lá.

"Nossas forças estão perseguindo o inimigo para resgatar os sequestrados e destruir este grupo", disse Kulayigye.

- Fechado com chave -

O general Dick Olum disse à AFP que, de acordo com as informações coletadas, os milicianos estavam na área há pelo menos dois dias. Ele alegou que os agressores tinham informações detalhadas sobre a escola.

"Eles sabiam onde ficavam os dormitórios masculino e feminino", disse Olum.

"Os rebeldes trancaram o quarto dos meninos com chave e atearam fogo. A seção das meninas não estava trancada, então elas conseguiram fugir, mas quando o fizeram, algumas foram atacadas com facões e outras baleadas", explicou o militar.

Segundo ele, alguns dos corpos estão tão carbonizados que serão necessários exames de DNA para identificá-los.

O general Olum especificou que solicitou reforços e aviões para resgatar os reféns e localizar os esconderijos dos rebeldes.

- Recompensa de US$ 5 milhões -

A milícia ADF começou como um grupo insurgente em Uganda, de maioria muçulmana, e se estabeleceu no leste da RDC em meados da década de 1990. Desde então, foi acusada de matar milhares de civis.

Em 2019, eles juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico, que apresenta os combatentes do ADF como um ramo local na África Central. Eles são acusados de ataques jihadistas na RDC e em solo ugandense.

Este fim de semana não é o primeiro ataque a uma escola em Uganda atribuído à ADF.

Em junho de 1998, 80 estudantes foram queimados vivos em seus dormitórios durante um ataque da ADF ao Instituto Técnico de Kichwamba, perto da fronteira com a RDC. Mais de 100 estudantes foram sequestrados.

Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar a ADF de seus redutos congoleses, mas até agora essas operações não conseguiram impedir os ataques do grupo.

Os Estados Unidos anunciaram no início de março que ofereceriam uma recompensa de até US$ 5 milhões (R$ 24 milhões na cotação atual) por qualquer informação que pudesse levar a seu líder, um ugandense de 40 anos chamado Musa Baluku.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, sancionou nesta segunda-feira (29) uma nova lei contra a comunidade LGBT+ que inclui duras punições para relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, até mesmo pena de morte. A norma é amplamente criticada pelos governos ocidentais e descrita como uma das mais repressivas do mundo.

A versão do projeto de lei assinada pela presidência de Uganda não criminaliza aqueles que se identificam como LGBT+, mas prescreve pena de morte para "homossexualidade agravada", que é definida como casos de relações sexuais envolvendo pessoas infectadas pelo HIV, bem como sexo com menores de idade e outras categorias de pessoas vulneráveis.

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Um suspeito condenado por "tentativa de homossexualidade agravada" pode ser preso por até 14 anos, de acordo com a legislação. Criticada pela ONU e por países como os Estados Unidos, a lei foi aprovada no Parlamento em 21 de março. Os legisladores, por sua vez, defenderam a norma, afirmando que essas medidas protegem a cultura nacional e seus valores.

Os EUA alertaram sobre as consequências econômicas da legislação descrita pela Anistia Internacional como "draconiana e excessivamente ampla". Os líderes do programa de Aids da ONU, do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da Aids e do Fundo Global, em uma declaração conjunta, disseram que "estão profundamente preocupados com o impacto prejudicial" da legislação sobre saúde pública e resposta ao HIV.

"O progresso de Uganda em sua resposta ao HIV está agora em grave perigo", disse o comunicado. "A Lei Anti-Homossexualidade de 2023 obstruirá a educação em saúde e o alcance que pode ajudar a acabar com a Aids como uma ameaça à saúde pública." Essa declaração observou que "o estigma e a discriminação associados à aprovação da lei já levaram à redução do acesso à prevenção, bem como aos serviços de tratamento" para pessoas LGBT+.

A presidente do Parlamento de Uganda, Anita Among, disse em comunicado que o presidente "atendeu aos clamores de nosso povo" ao assinar o projeto de lei. "Com muita humildade, agradeço aos meus colegas membros do Parlamento por resistirem a toda a pressão de valentões e teóricos da conspiração apocalíptica no interesse de nosso país", disse o comunicado.

Ainda que a homossexualidade seja criminalizada em Uganda desde as leis em vigor durante a colonização, nunca houve, desde a independência, em 1962, uma condenação por atos sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo.

O debate sobre a lei no Parlamento foi marcado por insultos homofóbicos. O próprio presidente se referiu a pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo como "pervertidas". A homossexualidade é criminalizada em mais de 30 dos 54 países africanos. (Com agências internacionais).

O Parlamento de Uganda aprovou, nesta terça-feira (21), uma lei que prevê duras penas para as pessoas que mantém relações homossexuais.

"Ganha o sim", anunciou a presidente da Câmara, Annet Anita Among, após o voto final, destacando que "a lei foi aprovada em tempo recorde".

Os deputados emendaram consideravelmente o texto inicial, que previa penas de até dez anos de prisão para pessoas que praticavam atos considerados homossexuais ou se reivindicaram como parte da comunidade LGBTQIA+ em um país onde a homossexualidade já é ilegal.

"Esta Câmara não hesitará em restringir qualquer direito na medida em que reconheça, proteja e salvaguarde a soberania deste país e sua moral", disse Among.

A lei deve ser agora sancionada pelo presidente Yoweri Museveni, que poderá promulgá-la ou impor seu veto.

Esta votação ocorre em Uganda em plena onda de homofobia na África Oriental, onde a homossexualidade é ilegal e, com frequência, considerada um crime.

Na semana passada, o presidente Musevini, no poder desde 1986, qualificou os homossexuais como "desviados". Poucos dias depois, a polícia ugandesa deteve seis pessoas por "prática homossexual".

Uganda tem uma legislação anti-homossexualidade rigorosa, herança das leis coloniais britânicas, embora desde sua independência, em 1962, não tenham sido apresentadas condenações por práticas sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2014, a tentativa de aprovar uma lei que previa penas de prisão perpétua para esse tipo de relação foi bloqueada em última instância pela justiça ugandesa.

Seis homens foram presos em Uganda por "práticas homossexuais", declarou nesta sexta-feira (17) à AFP o porta-voz da polícia, após declarações do presidente Yoweri Museveni, que descreveu as pessoas homossexuais como "desvios".

"Graças a uma rede de inteligência, prendemos seis homens por práticas sexuais em um quarto em Jinja", cidade localizada a cerca de 80 km da capital, Kampala, declarou James Mubi, porta-voz da polícia. "Fomos informados de que os seis pertenciam a um grupo maior de Jinja que se dedicava a práticas homossexuais e convocamos a população a fornecer à polícia informações que levaram à prisão de outros membros do grupo."

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O presidente Museveni, 78, que dirige o país com mão de ferro desde 1986, declarou ontem que "os homossexuais são um desvio da norma". Os parlamentares do país, onde a homossexualidade é ilegal, devem votar um projeto de lei que inclui sanções fortes para quem tiver relações homossexuais.

Nunca houve uma condenação por relação consensual entre pessoas do mesmo sexo em Uganda desde que o país se tornou independente do Reino Unido, em 1962. Em 2014, parlamentares do país aprovaram um projeto de lei que pedia prisão perpétua para homossexuais pegos fazendo sexo.

Um tribunal derrubou a lei por um detalhe técnico, mas a mesma já havia provocado condenação internacional, com alguns países ocidentais congelando ou redirecionando milhões de dólares de ajuda ao governo.

"No começo era uma piada... mas agora é um problema", diz Musa Hasahya Kesera, pai de 102 filhos de Uganda que admite que está cada dia mais difícil atender às suas necessidades (...) ou até mesmo lembrar seus nomes.

Aos 68 anos, ele lidera uma família de 12 mulheres, 102 filhos - o mais novo com menos de 10 anos e o mais velho com mais de 50 anos - e 578 netos.

Ele se tornou uma atração em sua aldeia, Bugisa, no leste de Uganda. Apesar disso, garante que quer parar e não ter mais filhos. "Já aprendi [a lição] com a minha atitude irresponsável, de ter tido tantos filhos que não consigo cuidar", confessa.

Sua grande família vive em uma casa muito deteriorada, com telha de zinco e cerca de vinte cabanas localizadas nas proximidades.

"Com a minha saúde debilitada e menos de um hectare de terra para uma família tão grande, duas das minhas esposas partiram porque não pude dar a elas as coisas mais essenciais, como alimentação, educação ou roupas", conta o pai de família, desempregado.

Para evitar que a família cresça ainda mais, suas esposas tomam anticoncepcionais. Ele admite que não se cuida.

- Reuniões de famílias mensais -

A poligamia é autorizada em Uganda. Musa Hasahya Kesera casou-se pela primeira vez em 1972, quando tinha 17 anos, em uma cerimônia tradicional. Seu primeiro filho nasceu um ano depois.

"Como éramos apenas dois filhos (na família dele), meu irmão, meus pais e meus amigos me aconselharam a casar com várias mulheres para ter muitos filhos e aumentar a riqueza da família", explica.

Atraídos por seu status de vendedor de gado e açougueiro, vários moradores locais ofereceram a mão de suas filhas, algumas delas ainda menores de idade (prática proibida desde 1995).

Com o passar dos anos, ele não consegue mais identificar nem os próprios filhos.

"Só me lembro dos nomes do primeiro que nasceu e do último, não me lembro da maioria dos outros", confessa, ao examina pilhas de cadernos antigos para encontrar detalhes sobre seus nascimentos. "São as mães que me ajudam a identificá-los", diz ele.

O homem admite que também tem dificuldade para lembrar os nomes de algumas de suas esposas. Ele precisa pedir a um de seus filhos, Shaban Magino, um professor de 30 anos, que o ajude a administrar as questões da família. Magino é um dos poucos filhos que frequentou a escola.

Para resolver as disputas, que não faltam na família, uma reunião é organizada mensalmente.

- Comida diária-

O povo de Bugisa vive em grande parte da agricultura, com pequenas plantações de arroz, mandioca e café, e da pecuária.

Na família de Musa Hasahya Kesera, alguns tentam ganhar dinheiro ou comida fazendo tarefas domésticas para os vizinhos ou passam o dia coletando lenha e água, muitas vezes percorrendo longas distâncias a pé.

Outros ficam em casa. As mulheres tecem esteiras ou trançam os cabelos, enquanto os homens jogam cartas à sombra de uma árvore.

Quando o almoço está pronto - na maioria das vezes mandioca cozida - o pai de família sai de sua cabana e grita para os parentes entrarem na fila para comer.

"Mas quase não temos comida suficiente. Somos obrigados a alimentar os filhos uma vez, ou duas nos dias bons", explica Zabina, a terceira esposa de Musa Hasahya Kesera, que diz que nunca teria se casado se soubesse que seu marido tinha outras esposas.

"Ele trouxe a quarta, depois a quinta e assim por diante até chegar na 12ª", diz ela, suspirando.

Apenas sete ainda moram com ele em Bugisa. Duas saíram e três foram para outro município, a dois quilômetros de distância, porque o que a granja da família fornece não é suficiente para alimentar todo mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o ministro da Saúde de Uganda anunciaram nesta quarta-feira (11) o fim da epidemia de Ebola neste país africano, menos de quatro meses depois de seu início e após 55 mortos.

"Controlamos com sucesso a epidemia de Ebola em Uganda", disse a ministra da Saúde, Jane Ruth Aceng, em uma cerimônia em Mubende, o epicentro da epidemia.

Segundo os critérios da OMS, um surto é considerado encerrado quando não houver novos casos por 42 dias consecutivos, o dobro do número de dias de incubação da doença.

O surto foi declarado em Mubende em 20 de setembro e depois se espalhou por todo país, com uma população de 47 milhões de pessoas.

Ainda não há vacina para essa doença, mas três imunizantes experimentais estão sendo testados no país.

Uganda sofreu sete surtos de Ebola, cinco deles causados pela chamada cepa "sudanesa", disse a ministra da Saúde, acrescentando que a origem do surto de setembro passado "ainda é desconhecida".

"Parabenizo Uganda por sua resposta robusta e abrangente que resultou na vitória de hoje contra o Ebola", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.

O ebola é uma febre hemorrágica viral frequentemente mortal. Deve seu nome a um rio na República Democrática do Congo (RDC), onde foi detectada em 1976.

Uganda sofreu seis surtos de ebola, o último deles, em 2019. Quatro foram causados pela chamada cepa sudanesa.

O vírus é transmitido por fluidos corporais. Seus sintomas habituais são febre, vômitos, sangramento e diarreia. As pessoas infectadas se tornam contagiosas após o início dos sintomas, passado um período de incubação de 2 a 21 dias.

A doença tem seis cepas diferentes, três das quais já causaram grandes epidemias. Epidemias são difíceis de conter, especialmente em áreas urbanas.

Pelo menos nove pessoas morreram, e várias ficaram feridas, em um tumulto em um shopping em Kampala, capital de Uganda, durante a celebração do Ano Novo — informou a polícia neste domingo (1º).

A confusão aconteceu após os fogos de artifício do lado de fora do shopping Freedom City, no sul da cidade africana, causando "a morte instantânea de cinco pessoas e ferindo muitas outras", disse o porta-voz da Polícia Nacional, Luke Owoyesigyire.

Outras quatro pessoas morreram a caminho do hospital, "em grande parte, por asfixia", continuou.

"Os socorristas chegaram ao local e levaram os feridos para o hospital, onde se confirmou a morte de nove pessoas no total", completou.

O porta-voz da polícia relatou que havia "jovens" entre as vítimas e se referiu a atos de "imprudência e negligência".

O porta-voz da polícia de Kampala, Patrick Onyango, corrobou essa informação e disse à AFP que a maioria das vítimas eram "jovens de 10, 11, 14 e 20 anos".

- 'Foi o caos' -

"Há vários feridos, e nossa equipe de investigação está fazendo um acompanhamento para obter o número exato e os dados completos dos falecidos, e estamos entrando em contato com seus familiares", afirmou Onyango.

"O evento começou bem, até o momento em que fomos ver os fogos de artifício", contou Sylvia Nakalema, uma empresária de 27 anos, à AFP.

"Havia uma multidão enorme. As pessoas começaram a se empurrar (...), o que fez alguns caírem mno chão, e aí começou a correria. Havia crianças chorando e era o caos", lembra.

"Sobrevivi porque fui empurrada para um canto pela multidão. Teve uma hora que senti que estava ficando sem respirar, mas fiquei parada, porque não tinha para onde ir até a situação acalmar. Algumas pessoas já estavam no chão, ofegantes", descreveu.

O canal de televisão NTV transmitiu imagens, que mostraram várias famílias reunidas em um necrotério da capital.

Em 2009, um episódio parecido em um parque de diversões em Kansanga, uma cidade perto de Kampala, deixou um morto e três feridos.

Essas celebrações de Ano Novo em Uganda, país localizado na África Central, foram as primeiras em três anos, após a suspensão das restrições impostas pela pandemia de covid-19 e por problemas de segurança.

A 97ª edição da Corrida São Silvestre, disputada na manhã deste sábado em São Paulo, terminou com dois campeões inéditos. O primeiro lugar da prova feminina ficou com a queniana Catherine Reline, de apenas 20 anos, que completou o trajeto em 49min39 e superou as compatriotas Yimer Wude, tricampeã da corrida paulista, e Kabebush Yisma, donas do segundo e terceiro lugar, respectivamente. A brasileira Jenifer Nascimento ficou em quarto lugar.

Já o vencedor entre os homens foi o ugandense Andrew Kwemoi, que cruzou a linha de chegada com o tempo de 44min43s, e se tornou o primeiro atleta de Uganda a ser campeão da São Silvestre. A segunda colocação ficou com Joseph Panga, da Tanzânia, e o terceiro lugar foi de outro ugandense, Maxwell Rotich.

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Atrás deles, o brasileiro Fábio Jesus Correia chegou em quarto e se jogou no chão, emocionado pela conquista. "Estou pensando na minha mãe. Acho que ela estava me dando força", disse em entrevista à TV Globo, dedicando a vitória à mãe falecida. "Não é fácil, a nossa vida é um pouco sofrida. Eu trabalhei como Uber, sou coletor. Minha rotina é muito puxada, mas cheguei aqui e fiz uma coisa que muitos duvidavam. Só tenho a agradecer".

Havia o receio de que a corrida pudesse ser atrapalhada pelo clima, após uma semana de muita chuva. A capital paulista, contudo, amanheceu ensolarada e a prova foi disputada com solo seco do início ao fim. Debaixo do sol, muitos participantes amadores homenagearam Pelé, morto na última quinta-feira.

As pessoas levavam cartazes com frases como "Obrigado, Pelé", vestiam roupas personalizadas e exibiam imagens do Rei do Futebol. Em uma das homenagens, a foto do atleta do século aparecia ao lado de uma foto de Erasmo Carlos, outro ícone brasileiro reconhecido e exaltado mundialmente que morreu neste ano.

Na disputa feminina, Catherine Reline se destacou do primeiro bloco perto do meio da prova e se isolou na frente, sem sofrer grandes ameaças até cruzar a linha de chegada no retorno à Avenida Paulista. A tricampeã Yimer Wude conseguiu diminuir um pouco a distância na parte final do trajeto,mas terminou bem atrás da vencedora. Kabebush Yisma veio logo atrás, seguida por Jenifer Nascimento.

A prova masculina foi um pouco mais equilibrada na definição do vencedor. Andrew Kwemoi foi perseguido por Joseph Panga, mas não deixou ele encostar e conseguiu a vitória inédita para a Uganda na tradicional corrida de rua brasileira. Panga cruzou a linha de chegada 26 segundos depois do ugandense. Então, vieram Maxwel Rotich e o emocionado Fábio Jesus Correia.

Uganda registrou a primeira morte provocada pelo vírus do ebola desde 2019, informou nesta terça-feira (20) o ministério da Saúde, que anunciou um foco da doença em Mubende, na região central do país.

"O caso confirmado é de um homem de 24 anos, que apresentou sintomas da doença e faleceu, afirmou o ministério no Twitter.

O caso foi provocado por uma cepa rara procedente do Sudão, que não era observada em Uganda desde 2012, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na África, que anunciou o envio de uma equipe para ajudar nas investigações e na resposta.

Uganda já registrou várias epidemias de ebola, a mais recente em 2019, com um balanço de cinco mortos.

O vírus do ebola pode ser fatal, embora atualmente existam vacinas e tratamentos contra esta febre hemorrágica, que é transmitida aos humanos por animais infectados.

A transmissão entre pessoas ocorre por meio de fluidos corporais. Os principais sintomas são febre, vômitos, sangramento e diarreia.

A República Democrática do Congo (RDC), vizinha de Uganda, registrou 14 epidemias de ebola, a mais recente delas entre abril e julho de 2022.

No hospital de Kaabong, as mães observam de maneira ansiosa os filhos debilitados. As crianças são as primeiras afetadas pela fome que avança na pobre e remota região de Karamoja, nordeste de Uganda.

Maria Logiel está com os dois filhos. A pele de um está marcada por lesões provocadas pela desnutrição extrema. O outro, preso em suas costas, olha para o vazio.

"Eu trouxe eles porque estavam doentes e iam morrer", explica a mulher. "Deixei outros dois em casa e temo que ao retornar eles não estejam mais vivos".

Mais de meio milhão de pessoas sofrem fome na província de Karamoja, o que representa 40% da população desta região em uma área remota de Uganda, na fronteira com Sudão do Sul e Quênia

Catástrofes naturais, pragas de gafanhotos e de lagartas de milho, assim como ações de ladrões de gado, são as principais causas.

"Nos últimos três meses perdemos mais de 25 crianças de menos de cinco anos devido à desnutrição", afirma o médico Sharif Nalibe, secretário de Saúde no distrito de Kaabong, um dos mais afetados de Karamoja.

"E são aqueles que atendemos, trazidos no último minuto para o hospital. Muitos morrem nas comunidades e não são notificados", explica.

- Região esquecida -

A região de Karamoja enfrenta uma crise alimentar longe dos holofotes da imprensa, concentrada na guerra na Ucrânia ou na fome em larga escala que afeta a região do Chifre da África.

Nem mesmo em Ugada a situação desta região remota, que fica a mais de 500 quilômetros da capital Kempala e é considerada instável, chama a atenção.

Um total de 91.600 crianças e 9.500 mulheres grávidas ou em período de amamentação sofrem desnutrição aguda e precisam de tratamento, de acordo com a avaliação mais recente das agências humanitárias.

"Em termos de desnutrição aguda, este ano observamos o pior cenário em 10 anos", afirma Alex Mokori, especialista em nutrição do Unicef, que organiza com as autoridades locais de Karamoja operações para detectar casos de desnutrição.

Maria Logiel tentou alimentar os filhos com plantas selvagens que ela coletou, mas isto os deixou doentes muitas vezes. Desesperada, em alguns momentos ela comprou sobras de "malwa", um tipo de cerveja local produzida com milho.

Porém, mesmo este resíduo farinhento e levemente alcoólico é muito caro para ela. "Muitas vezes não tínhamos dinheiro suficiente e as crianças dormiam com fome", explica.

- O pior já chegou para alguns -

As comunidades da região, que vivem da pecuária e da agricultura, subsistem há décadas em uma vida precária, com frequência afetadas por ataques contra o gado de diferentes grupos nômades que passam pela fronteira porosa de Uganda, Sudão do Sul e Quênia.

O governo não consegue conter a violência.

A mudança climática enfraqueceu ainda mais sua existência. A região vive atualmente um episódio de seca depois de ter sido impactada no ano passado por inundações e deslizamentos de terra.

"Com a seca prolongada, os ladrões de gado e as comunidades sem recursos de subsistência caminham para o pior", prevê Sharif Nalibe.

Para alguns, como Nangole Lopwon, o pior já chegou. Esta mãe de família saiu para vender lenha em um vilarejo vizinho, deixando os gêmeos famintos com o irmão mais velho. Ao retornar, um deles estava morto.

"O que eu poderia fazer? Não estava doente, a fome que o matou", lamenta.

Mas a situação não deixa de piorar desde então e o gêmeo sobrevivente está em condição crítica. "Ele também está à beira da morte", afirma a mãe.

Kampala, a capital de Uganda, teve sua vigilância reforçada nesta quarta-feira (17), com ruas bloqueadas e postos de controle e patrulhas armadas instalados nas ruas, um dia depois de um duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo do Estado Islâmico (EI).

As duas explosões ocorreram pela manhã, com três minutos de intervalo, perto do quartel-general da polícia e do Parlamento, no distrito financeiro e administrativo de Kampala.

"A segurança foi reforçada em Kampala e em seu entorno para garantir que a população esteja protegida de qualquer perigo", disse à AFP o porta-voz da polícia metropolitana da capital ugandesa, Like Owoyesigyire.

Hoje pela manhã, via-se muitos policiais e militares nas ruas de Kampala, assim como pontos de controle em algumas avenidas, provocando engarrafamentos, observou um jornalista da AFP no local.

Os investigadores continuam inspecionando os locais dos ataques, que deixaram três mortos e 33 feridos, segundo as forças policiais. De acordo com a Cruz Vermelha de Uganda, a maioria dos feridos são policiais.

O primeiro ataque teve como alvo um posto de controle próximo ao QG da polícia por um homem carregando uma bomba em uma mochila. No segundo, dois homens "disfarçados de mototáxis" deflagraram sua carga explosiva, perto da entrada do Parlamento.

As forças de contraterrorismo detiveram um quarto terrorista e "apreenderam um dispositivo explosivo caseiro não detonado de sua casa", relatou ontem a polícia.

A explosão perto das instalações da polícia destruiu janelas, e a outra, perto do Parlamento, incendiou veículos estacionados na área.

A polícia de Uganda atribuiu o duplo atentado de terça-feira (16) a um "grupo local ligado às ADF", as Forças Democráticas Aliadas, uma rebelião ativa no leste da vizinha República Democrática do Congo (RDC).

Posteriormente, no entanto, o Estado Islâmico (EI) assumiu a responsabilidade pelos ataques, em nota publicada ontem em seus canais no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram. Nela, o EI anunciou que os ataques foram cometidos por três homens-bomba.

Este é o segundo atentado mortal em Uganda reivindicado pelo EI em poucas semanas. Em 23 de outubro, o grupo já havia reivindicado a autoria de atentado a bomba em um restaurante de Kampala. Nesta ocorrência, uma garçonete morreu, e várias pessoas ficaram feridas.

Desde abril de 2019, o EI assume a responsabilidade por alguns ataques cometidos pelas ADF, às quais se refere como sua "Província da África Central" (Iscap, na sigla em inglês).

Em março, os Estados Unidos incluíram as ADF à sua lista de "organizações terroristas" afiliadas ao EI.

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Três pessoas morreram e 33 ficaram feridas nos dois atentados suicidas cometidos nesta terça-feira (16), em Kampala, a capital de Uganda - informou a polícia local.

"Até o momento, 33 ficaram feridas e cinco se encontram em estado crítico", disse porta-voz policial Fred Enanga, em entrevista coletiva, acrescentando que três pessoas morreram nos ataques.

Ambas as ações foram classificadas pela polícia como "atentado", em dois novos episódios de uma série de ataques que atingiram o país recentemente.

"Podemos dizer que se trata de um ataque, e o que está sendo investigado é quem está por trás dessa ação", disse à AFP o vice-inspetor-geral da polícia, Edward Ochom.

"As explosões ocorreram perto da sede da polícia e perto da entrada do Parlamento, ambas no distrito de negócios", acrescentou.

A detonação perto da sede da polícia destruiu janelas, e a outra, perto do Parlamento, incendiou veículos estacionados na área, relatou o inspetor-geral.

"Implantamos uma equipe" no setor, disse à AFP a porta-voz da Cruz Vermelha de Uganda Irene Nakasiita.

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Um levantador de peso de Uganda foi localizado quatro dias depois de desaparecer de seu campo de treinamento no Japão, deixando um bilhete afirmando que queria encontrar um emprego, informou a polícia nesta terça-feira (20).

"O homem foi encontrado hoje na prefeitura de Mie sem ferimentos ou envolvido em qualquer crime", disse um policial de Osaka à AFP.

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"Ele carregava seu documento de identidade e se identificou. Não está claro quem vai cuidar dele, a equipe ou a embaixada", acrescentou.

A polícia deu o alarme na sexta-feira (16) passada, depois que Julius Ssekitoleko não compareceu a um teste de Covid-19 e também não foi encontrado em seu hotel.

O jovem de 20 anos acabara de descobrir que não poderia competir nas Olimpíadas de Tóquio, que começam nesta sexta-feira (23), em razão de uma questão de cota.

Ele deixou um bilhete em seu quarto pedindo que suas coisas fossem enviadas para sua família em Uganda, segundo as autoridades da cidade de Izumisano, na prefeitura de Osaka, onde a equipe estava concentrada antes dos Jogos.

A polícia afirmou na terça-feira que o atleta viajou para Nagoya, no centro do Japão, e depois para perto da prefeitura de Gifu, antes de partir para a prefeitura de Mie.

"Ele foi encontrado na casa de algumas pessoas conhecidas. Não resistiu. Ele coopera e ainda estamos o interrogando sobre sua motivação", acrescentou o policial.

O jovem atleta recentemente ganhou o bronze no Campeonato Africano de Halterofilismo e tem vasta experiência, apesar de sua juventude, disseram no sábado à AFP as autoridades esportivas de Uganda.

No Japão, estão previstas restrições drásticas para todos os participantes dos Jogos, coincidindo com o agravamento da crise sanitária no país.

Os atletas devem passar por testes diários e seus movimentos são muito restritos, limitados a transferências entre suas acomodações, seus centros de treinamento e de competição.

A delegação de atletas olímpicos de Uganda, que chegou no último sábado a Tóquio para se preparar para os Jogos Olímpicos, teve nesta quarta-feira a confirmação de um segundo caso positivo de Covid-19. A informação foi divulgada pelas autoridades do município de Izumisano, perto de Osaka, onde os africanos estão hospedados.

No último sábado, um treinador, não identificado, testou positivo para o novo coronavírus ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio. O restante da delegação, formada por oito membros, foi então colocado em isolamento em Izumisano e deverão ficar em quarentena até o dia 3 de julho.

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"As autoridades médicas locais entrevistaram os oito membros e determinaram que eram casos de contato e pedimos que ficassem isolados até 3 de julho", explicou um responsável da cidade de Izumisano, acrescentando que está sendo estudada a possibilidade de poderem treinar ao ar livre, perto do hotel.

Este é o segundo caso positivo de infecção pelo novo coronavírus em delegações olímpicas que já começam a chegar ao Japão para os Jogos Olímpicos, que acontecerão entre 23 de julho e 8 de agosto.

A equipe de softball da Austrália tornou-se a primeira delegação estrangeira a chegar ao Japão para a Olimpíada no início deste mês. Outros 14 remadores dinamarqueses também chegaram e viajaram para sua cidade anfitriã, localizada em Ogata, na província de Akita.

A delegação de atletas olímpicos de Uganda, que chegou no último sábado a Tóquio para se preparar para os Jogos Olímpicos, foi colocada em quarentena nesta terça-feira pelas autoridades sanitárias do Japão devido a um caso positivo de infecção com o novo coronavírus.

Os oito atletas da equipe nacional do país da África, que acompanhavam o treinador, não identificado, que testou positivo para a Covid-19 na chegada ao Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio, foram considerados casos de contato e deverão ficar em quarentena até o dia 3 de julho.

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O treinador logo foi colocado em isolamento, enquanto que o restante da delegação de Uganda foi autorizada a se deslocar ao centro de treinamento de Izumisano, perto da cidade de Osaka, mas agora terá de cumprir quarentena.

"As autoridades médicas locais entrevistaram os oito membros e determinaram que eram casos de contato e pedimos que ficassem isolados até 3 de julho", explicou um responsável da cidade de Izumisano, acrescentando que está sendo estudada a possibilidade de poderem treinar ao ar livre, perto do hotel.

Este é o primeiro caso positivo de infecção pelo novo coronavírus em delegações olímpicas que já começam a chegar ao Japão para os Jogos Olímpicos, que acontecerão entre 23 de julho e 8 de agosto.

A equipe de softball da Austrália tornou-se a primeira delegação estrangeira a chegar ao Japão para a Olimpíada no início deste mês. Outros 14 remadores dinamarqueses também chegaram e viajaram para sua cidade anfitriã, localizada em Ogata, na província de Akita.

A polícia de Uganda prendeu nessa quinta-feira (24) 16 ativistas LGBT suspeitos de praticarem sexo gay, que é passível de prisão perpétua no país.

Os 16 homens têm entre 22 e 35 anos. "Com base em relatórios médicos, é possível dizer que eles se envolveram em atos sexuais puníveis sob o Código Penal", Patrick Onyango, porta-voz da polícia.

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Recentemente, um ministro propôs a pena de morte para sexo gay, mas o governo foi obrigado a rejeitar em razão dos protestos da comunidade internacional. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando a ugandense Leah Namugerwa completou 15 anos, no mês passado, ela decidiu plantar 200 árvores ao invés de celebrar a data com uma festa de aniversário, em um esforço para dar visibilidade aos danos ambientais em seu país.

Equilibrando-se entre a escola, a participação em protestos e discursos oferecidos em capitais regionais pedindo ação para salvar o planeta, ela pertence a uma geração de jovens inspirada na ambientalista sueca Greta Thunberg.

"Se os adultos não querem assumir a liderança, eu e outras crianças vamos fazê-lo. Por que eu deveria ficar olhando enquanto injustiças ambientais acontecem diante dos meus olhos?", questionou-se Namugerwa em Kigali, capital de Ruanda, na semana passada, sendo aplaudida de pé por sua resposta à emergência climática.

De volta a Kampala, ela disse à AFP ter tido a ideia de fazer greves escolares semanais após tomar consciência da "inação" do próprio governo em questões ambientais, e ao descobrir os protestos de Thunberg em frente ao Parlamento sueco, que deram origem ao um movimento juvenil mundial.

Namugerwa faz parte do grupo de ativistas do movimento Sextas-feiras pelo Futuro a receber esta semana o prêmio de direitos humanos da Anistia Internacional por seu trabalho.

Ela liderou uma campanha para exigir de Kampala a implementação de uma restrição às sacolas plásticas e fez soar o alerta sobre o desmatamento maciço, assim como às secas prolongadas e cheias atribuídas às mudanças climáticas.

"O que fez eu me preocupar e me envolver nesta campanha foram as mudanças climáticas e seus efeitos nas nossas vidas, como as altas temperaturas que hoje experimentamos como nunca antes, as cheias que sofremos... As doenças que se disseminam", acrescentou.

Ela diz que os jovens "precisam se manifestar".

"Se não o fizermos, nosso futuro não estará garantido. Os líderes atuais terão partido, mas nós ficaremos para sofrer as consequências de suas inações", emendou.

Um perigo real

A primeira vez que ela organizou um protesto pedindo ação pelo clima foi numa sexta-feira de fevereiro deste ano, sozinha, em um subúrbio de Kampala.

"Senti que estava fazendo a coisa certa e no caminho certo, mas a maioria das pessoas, inclusive alguns membros da minha família, achavam estranho. Eles olhavam para mim, balançando a cabeça em descrédito enquanto eu exibia meus cartazes", lembrou.

Agora, um grupo de adolescentes se juntou a ela semanalmente e 'matam aula' para participar das greves às sextas-feiras.

"Algumas pessoas me criticaram. Elas dizem que na minha idade eu devia estar em sala de aula às sextas-feiras, e não nas ruas fazendo greves. Que bom que meus pais me apoiaram. Eles me encorajaram", acrescentou.

Namugerwa - que vai participar na sexta-feira dos protestos climáticos coordenados em todo o mundo - disse se sentir animada com o interesse crescente pelas questões ambientais em Uganda.

"Questões sobre as mudanças climáticas não estão sendo priorizadas como merecem... Mas o debate está crescendo com a nossa campanha", prosseguiu.

Outro adolescente que se juntou às greves, Jerome Mukasa, também de 15 anos, disse que Namugerwa abriu os olhos dos jovens ugandenses para as crises ambientais em seu país.

"Antes, a mensagem sobre o clima e o meio ambiente não estava clara para alguns de nós, mas Lea simplificou para a gente, de que isto é real e um perigo para todos nós", concluiu.

Um menino de 5 anos, o primeiro caso de ebola em Uganda, na fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), onde a epidemia surgiu há 10 meses, morreu nesta quarta-feira devido à doença, informaram autoridades locais.

"O menino foi diagnosticado com ebola em Kasese no dia anterior e morreu durante a noite na unidade de quarentena", declarou à AFP um funcionário do ministério da Saúde de Uganda.

"Ele será enterrado hoje", acrescentou a fonte, que indicou que toda a família do falecido foi admitida na unidade de quarentena.

A ministra da Saúde, Ruth Aceng, fará uma declaração sobre o caso.

No dia anterior, Ruth Aceng disse à AFP que o menino tinha viajado com sua família de Kasese (oeste de Uganda) para a República Democrática do Congo para um funeral e que, ao voltar para Uganda, adoecera.

O ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) enviaram uma equipe de especialistas a Kasese para verificar se há outros casos e vacinar pessoas que possam ter estado em contato com a criança.

Uganda está em alerta desde o início da epidemia de ebola no leste da RDC, onde 2.000 casos foram registrados, dois terços dos quais foram fatais.

Ao menos 31 pessoas morreram no sábado (24) no naufrágio de uma embarcação de luxo que navegava com mais que o dobro de passageiros permitidos na parte do Lago Vitória que pertence a Uganda. Mergulhadores afirmam que o número deve subir neste que é um dos piores desastres marítimos do país.

A embarcação, que transportava principalmente jovens num cruzeiro de lazer, afundou por volta das 19 horas de sábado e encontra-se a 200 metros de profundidade. Dezenas de pessoas foram resgatadas durante a madrugada, mas ainda havia muitos desaparecidos.

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De acordo com a imprensa local, entre as pessoas resgatadas com vida estavam personalidades de renome local como a cantora Iryn Namubiru e o príncipe David Wasajja, irmão do rei de Buganda (reino dentro de Uganda), Ronald Muwenda Mutebi II, líder de vários clãs locais.

"A causa principal do acidente foi a sobrecarga, mas ainda assim o navio estava em mau estado do ponto de vista mecânico", informou a polícia de Uganda nas redes sociais.

A embarcação transportava por volta de 100 passageiros, disse Zurah Ganyana, oficial de polícia que trabalha no local, apesar de ter capacidade para aproximadamente 50.

"Obviamente os operadores serão acusados de negligência criminal e de homicídio, se já não foram castigados eles mesmos morrendo no acidente", afirmou o presidente de Uganda, Yoweri Museveni.

O presidente também disse que o barco pertencia a um homem chamado Templa Bissase o Bissaso e a sua mulher.

Este é o segundo naufrágio em poucos meses no Lago Vitória, que abrange o território de Uganda, Tanzânia e Quênia. Em setembro, um acidente na parte da Tanzânia deixou mais de 200 mortos. (Com agências internacionais)

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