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Em uma esteira de derrotas, a Lava Jato amargou mais uma perda nesta terça, 6, após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal arquivar a ação penal da força-tarefa contra o ex-senador e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo. O placar ficou em três votos a dois contra os procuradores de Curitiba e a sessão contou com mais críticas de Gilmar Mendes à operação.

Segundo Gilmar, não há 'qualquer prova que possa ser produzida na ação penal que permita a condenação' de Vital do Rêgo no caso. O ministro afirmou que os 'únicos elementos a serem produzidos' durante a instrução do caso seriam depoimentos de delatores, que seria insuficiente para garantir uma punição ao ex-senador.

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"O que foi descrito na denúncia a partir de uma sequência de fatos não apresenta qualquer verossimilhança para a formalização de uma denúncia", afirmou Gilmar. "A acusação narra uma complicada e confusa trama envolvendo um significativo conjunto de pessoas que teriam atuado para que Vital do Rêgo pudesse receber R$ 3 milhões em propina para impedir a convocação de empresários para prestar depoimentos na CPMI. A entrega estes valores teria ocorrido a partir de tratativas que são narradas de forma confusa a partir do contato de vários colaboradores".

Gilmar ainda atacou o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot ("Se a denúncia tivesse sido escrita pelo antigo PGR Janot, a gente diria, ele estava naquele estado, estava alcoolizado") e frisou que o caso é 'constrangedor' e que a denúncia 'teria dificuldade de ser recebida pelo juiz Moro'.

A ação penal contra Vital do Rêgo mirava suposto pagamento de R$ 3 milhões de propinas pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, em troca da obstrução dos trabalhos da CPMI que investigava corrupção na Petrobras. A comissão era presidida pelo ex-senador e jamais convocou executivos de empreiteiras que, na Lava Jato, acabaram denunciados por desvios.

O caso começou a ser julgado em 2019 e retomado em setembro do ano passado, quando os ministros decidiram suspender a ação penal até a conclusão do julgamento. O relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, defendeu a continuação das investigações, apontando que o recebimento da denúncia não é garantia de condenação e destacando que haviam linhas a serem apuradas no caso. Ele foi seguido pela ministra Cármen Lúcia.

Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques, no entanto, acompanharam a divergência aberta por Gilmar Mendes. Ambos alegaram ausência de provas suficientes que justificassem a continuação da ação penal.

Um dia após o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo virar réu na Lava Jato, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal suspendeu ontem o caso até o julgamento de um recurso na Corte. O colegiado impõe novo revés à operação ao sustar decisão do juiz Luiz Antônio Bonat, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, que havia recebido a denúncia contra o ministro pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Levantamento do Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nos principais julgamentos da Segunda Turma neste ano mostra que em nove vezes réus foram favorecidos com empates no colegiado, desfalcado com a ausência do decano, Celso de Mello, que se recupera de uma cirurgia.

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Ex-senador, Vital do Rêgo é acusado de receber R$ 3 milhões em propina para não convocar empresários e, assim, obstruir os trabalhos da CPI Mista da Petrobrás, que mirou corrupção na estatal. A comissão foi presidida pelo emedebista.

Recurso

No ano passado, o relator da Lava Jato do STF, Edson Fachin, enviou o caso à Justiça Federal no Paraná, já que as investigações não se enquadram nos atuais critérios do foro privilegiado - que só vale para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo. Os fatos investigados ocorreram em 2014, quando Vital era senador. O atual ministro do TCU entrou com um recurso contra a decisão de Fachin. E a denúncia foi recebida por Bonat antes que o julgamento do recurso fosse concluído.

"O inquérito se baseia em provas e indícios indiretos e em conjecturas e ilações que não podem sustentar o prosseguimento da investigação", disse o ministro Gilmar Mendes, ao defender o arquivamento do caso. Ricardo Lewandowski falou em "constrangimento ilegal". Fachin pediu vista (mais tempo para análise). Com o julgamento interrompido, por 2 a 2, a Segunda Turma suspendeu a ação.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma operação realizada na manhã desta terça-feira (25), o ministro teve cerca de R$ 4 milhões em bens bloqueados.

Segundo o Ministério Público Federal, Vital do Rêgo recebeu propina diretamente do presidente da OAS, Léo Pinheiro, para interferir no Inquérito da Petrobras, instaurada no Congresso Nacional em 2014, onde o ministro atuou como Presidente da Comissão Parlamentar.

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Na investigação, o MPF apurou que cerca de R$ 3 milhões foram pagos em propina, através de contratos fictícios com empresas sediadas na Paraíba e com doações ao MDB, sendo recebidos por intermediários diretamente ligados a Vital, entre eles um servidor público do TCU.

A operação da Lava Jato que está em sua 73° fase, denominada de “Ombro a Ombro”, foi realizada a partir da delação premiada de Léo Pinheiro e cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, executados nas cidades de Cabedelo, Campina Grande e João Pessoa, na Paraíba, e também em Brasília.

Até o momento, o ministro não se posicionou sobre a investigação.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) analisa um projeto que concede preferência para pessoas com deficiência na restituição do Imposto de Renda. O Projeto de Lei (PL) 6.569/2019, do ex-senador Vital do Rêgo, aguarda designação de relator na comissão.

A proposta altera a lei que trata de tributos federais (Lei 9.250, de 1995) para que as pessoas com deficiência e os idosos, nessa ordem, tenham prioridade na liberação da restituição de Imposto de Renda.

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O ex-senador Vital Rêgo destacou que o poder público federal tem obrigação constitucional de cuidar da saúde, da assistência pública e da proteção das pessoas com deficiência. Para ele, as garantias devem se expressar por intermédio de políticas públicas consistentes que assegurem condições especiais para a inserção social dessas pessoas, e com isso reduzir ou eliminar as barreiras decorrentes da deficiência.

“Uma das maneiras mais fáceis de suprir a desigualdade que aflige os portadores de deficiência é a de lhes proporcionar alguma vantagem temporal no recebimento da devolução do Imposto de Renda”, declarou.

A proposta inicial (PLS 571/2011) foi aprovada no Senado em 2013. Na Câmara dos Deputados, recebeu emenda na Comissão de Finanças e Tributação para garantir prioridade às pessoas com deficiência mesmo em relação a idosos, que já têm preferência garantida pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 2003).

Caso seja aprovado na CDH, o projeto seguirá para análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e para votação no Plenário.

*Da Agência Senado

 

Investigado na Operação Lava Jato por suposto recebimento de "vantagens indevidas" da OAS e da Odebrecht, o ministro Vital do Rêgo continua a conduzir processos de interesse das empreiteiras no Tribunal de Contas da União (TCU).

Em ao menos cinco casos, que avaliam irregularidades em contratos das empresas com a Petrobras e outros órgãos públicos, Vital atua como relator, com poder para determinar os rumos das auditorias e elaborar os votos que orientam os julgamentos. A situação vem sendo questionada pelos próprios auditores e procuradores da corte de contas.

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O ministro responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter sido citado por empreiteiros e delatores da Lava Jato como beneficiário de propinas quando exercia mandato de senador pelo PMDB da Paraíba. Ele nega.

Uma das investigações, aberta no ano passado, apura a suspeita de que o então congressista cobrava "pedágio" de construtoras para protegê-las na CPI Mista da Petrobras, que ele presidia em 2014, antes de ser indicado para o TCU. A acusação foi feita pelo ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro.

Em depoimento, Léo Pinheiro disse ter pago, como contrapartida, R$ 1,5 milhão em caixa 2 a Vital em sua campanha para o governo da Paraíba, em 2014. O empresário entregou notas fiscais dos supostos repasses. O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo também disse ter tratado de pagamentos com Vital.

No mês passado, o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, autorizou novo inquérito contra Vital, com base em depoimentos de delatores da Odebrecht. Ele foi citado como um dos beneficiários de R$ 10 milhões em vantagens indevidas, supostamente solicitadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que também fez acordo de colaboração. O ex-senador, segundo o delator, recebeu R$ 350 mil.

No TCU, Vital figura como relator de tomada de contas especial que apura superfaturamento em contrato de US$ 825 milhões firmado entre a Petrobras e a Odebrecht em 2010, com o objetivo de executar serviços em refinarias e outras unidades da estatal localizadas em nove países.

O ministro também é o responsável por outro processo, que fiscaliza as obras de modernização e adequação da Refinaria do Vale da Paraíba (Revap), em São José dos Campos (SP). A Odebrecht integrou o consórcio responsável pelo empreendimento, de R$ 804 milhões. Os dois contratos são citados na delação da empreiteira como objetos de corrupção.

Vital também é relator de outros três processos em que a OAS é parte interessada. Eles apuram possíveis irregularidades em obras no Aeroporto de Congonhas e trechos do Arco Metropolitano do Rio.

Embora figure como responsável por esses cinco casos, desde setembro do ano passado o ministro já se declarou impedido, em plenário, em ao menos três julgamentos de interesse da OAS. Esses casos não estavam sob relatoria dele.

Para entidades que representam auditores e procuradores do TCU, a situação do ministro denota conflito de interesses, uma vez que ele é investigado por receber pagamentos ilegais de empreiteiras que ele está apto a julgar. Advogados de cinco construtoras, entre elas a Andrade Gutierrez e a Engevix, chegaram a arguir a suspeição e o impedimento de Vital numa auditoria sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), com o argumento de que sua imparcialidade estaria em xeque.

O plenário julgou o caso no mês passado e considerou as alegações improcedentes, seguindo voto do relator, Aroldo Cedraz. Os ministros acolheram os argumentos de Vital, entre eles o de que não fora levado aos autos "qualquer elemento concreto capaz de demonstrar" seu interesse no julgamento do caso, que não envolve OAS e Odebrecht. Cedraz é pai de Tiago Cedraz, advogado investigado na Lava Jato.

Em nota de dezembro do ano passado, a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon) pediu que o ministro se afastasse não só dos casos relacionados à OAS e à Odebrecht, mas de todos os que dizem respeito à Petrobras.

A Associação da Auditoria de Controle Externo do TCU (AUD-TCU) também pediu que Vital e outros ministros investigados deixem de julgar processos da Petrobras, da Eletrobras e das empreiteiras, até que os inquéritos sejam concluídos.

A presidente da AUD-TCU, Lucieni Pereira, diz que os ministros da corte atuam como juízes e têm as mesmas prerrogativas e impedimentos dos integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para ela, também são aplicáveis a eles os preceitos éticos da magistratura, que impõem conduta que contribua para "fundar a confiança" da sociedade nos julgamentos.

Defesa

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo informou, em nota, que "cumpre as regras de impedimento, de acordo com as leis e o regimento da corte". Vital não respondeu sobre o eventual conflito de interesse ao relatar casos relacionados à OAS e à Odebrecht. A reportagem pediu a relação dos processos de interesse das empreiteiras nos quais tenha se declarado impedido, mas não foi enviada.

Vital nega as acusações dos delatores da Lava Jato. Em nota divulgada no mês passado, ele informou desconhecer os fatos narrados por executivos da Odebrecht e repudiou as "falsas acusações". Disse também que "nunca teve relação de proximidade com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado".

Sobre as suspeitas de cobrança de "pedágio" na CPI mista da Petrobras, sustentou, em nota, que "jamais negociou, com quem quer que seja, valores relacionados a doações ilícitas de campanhas eleitorais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Marco Maia (PT-RS) rebateu nesta segunda-feira, 5, pelo Facebook as acusações contra ele que geraram a nova fase da Operação Lava Jato. Reclamando que nunca foi ouvido oficialmente para contestar as informações dos delatores, o petista se disse vítima de "vingança" e afirmou que o ex-senador Delcídio Amaral mente ao acusá-lo de cobrar "pedágio" de empreiteiros para protegê-los em comissão parlamentar de inquérito mista da Petrobrás de 2014. "Este cidadão mente descaradamente", declarou.

Em uma transmissão ao vivo, Maia negou que tenha sofrido pressão para poupar empreiteiros ou ex-funcionários da estatal, com exceção de Delcídio que, segundo Maia, teria feito apelos para preservar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Ele contou que, na época, disse a Delcídio que não seria possível atendê-lo. "Não vou aceitar que um ex-senador que mente fique dando entrevistas e posando como herói", comentou.

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Maia lamentou que o Ministério Público Federal tenha entrado "no jogo, na manipulação de delatores mentirosos, que não têm credibilidade". O deputado acrescentou que seu patrimônio é fruto de seu trabalho.

Em nota, o ministro Vital do Rêgo disse respeitar e compreender "o trabalho das autoridades competentes no exercício de suas funções legais". "Tenho certeza de que a medida, cumprida com eficiência e urbanidade, vai confirmar que jamais tive qualquer participação nos fatos em apuração." Vital alegou que renova seu "compromisso de irrestrita colaboração com as autoridades, naquilo que for necessário, dentro do que determina o devido processo legal e as regras que regem o Estado Democrático de Direito". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Marco Maia (PT-RS) é o terceiro ex-presidente da Câmara a ter a residência vasculhada na Operação Lava Jato. O ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba, também foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (5) na Operação Deflexão, nova fase da Lava Jato.

Em 19 de outubro, Cunha foi preso a pedido do juiz Sérgio Moro, com base no inquérito em que o peemedebista é acusado de receber propina de contrato de exploração de petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

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Enquanto ocupou a presidência da Câmara, Cunha foi alvo de pelo menos dois mandados de busca apreensão. Um em maio de 2015, para apreender registros do sistema de informática da Câmara, e outro em dezembro do mesmo ano, em que a Polícia Federal fez buscas na residência oficial da presidência, em Brasília, na casa do parlamentar no Rio e na sede de uma empresa ligada ao ex-deputado.

A operação de dezembro do ano passado, batizada de Catilinárias, também teve como alvo Henrique Eduardo Alves. Na ocasião, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento do ex-ministro, em Natal. A Lava Jato também fez o peemedebista deixar o cargo de ministro do Turismo em junho deste ano. Ele pediu demissão após ser citado no acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

CPI

A operação da Polícia Federal desta segunda-feira também cumpriu mandado na residência do ex-senador e ministro do Tribunal de Constas da União Vital do Rêgo (PMDB). Maia e Vital são investigados em um inquérito no STF por conta da suspeita de terem recebido propina para blindar empreiteiros na CPI Mista da Petrobras realizada em 2014.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (5) mais uma ação da Operação Lava Jato. Os alvos foram o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-senador Vital do Rêgo e o deputado federal Marco Maia (PT-RS), que já presidiu a Casa.

Foram realizadas buscas e apreensões em endereços de ambos, com a autorização do ministro Teori  Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação está sendo realizada em Brasília, no Distrito Federal; Porto Alegre e Canoas, no Rio Grande do Sul; e João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba.

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Vital do Rêgo e Maia estão sendo investigados desde maio, suspeitos de terem cobrado propina de fornecedores da Petrobras para blindá-los na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigava as suspeitas de irregularidades na estatal em 2014.Eles eram, respectivamente, presidente e relator do colegiado.

As investigações começaram após a delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral, que confirmou a história. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a delação indica a prática dos crimes de concussão ou corrupção passiva.

Em seu depoimento como testemunha do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo negou qualquer tipo de tentativa do ex-parlamentar de interferir nos trabalhos das CPIs da Petrobrás no Congresso e no Senado, em 2014, para proteger empreiteiros investigados na Operação Lava Jato.

Vital do Rêgo era senador pelo PMDB naquele ano e presidiu as duas comissões até o fim novembro, quando a sua indicação ao Tribunal de Contas da União foi aprovada pelo Congresso Nacional.

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O depoimento do ministro do TCU ao juiz da Lava Jato foi tomado por videoconferência no dia 29 de julho e durou pouco mais de 15 minutos. Além de Argello, a ação envolve seu filho e outros sete acusados de arquitetar um esquema que, segundo a Lava Jato, teria evitado a convocação de empreiteiros nas CPIs da Petrobrás.

Naquele ano, as duas comissões encerraram os trabalhos sem convocar nenhum executivo das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.

De forma sucinta, ele negou todos os questionamentos da defesa de Argello sobre se houve qualquer interferência ilegal, pedido para não convocar empresários ou mesmo troca de favor. "Não, absolutamente", afirmava o ministro sempre que indagado.

'Cordial'

Questionado sobre a índole do ex-senador, preso desde abril na Lava Jato, acusado de receber propinas para evitar a convocação de empreiteiros na duas CPIs, Vital do Rêgo elogiou o ex-colega de Senado. "Tinha sempre com todos um tratamento muito cordial", disse.

A investigação, com base nas delações de vários empreiteiros, revelou que o ex-senador teria cobrado propina de sete empreiteiras que atuaram no cartel na Petrobrás. Ao menos a OAS e a UTC, segundo a investigação, acertaram os pagamentos. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, em delação, revelou o repasse de R$ 5 milhões para Argello. A OAS não comenta o assunto.

Parte da quantia foi repassada via doações oficiais para os partidos da coligação do ex-senador nas eleições de 2014 – formada por DEM, PR, PMN, PRTB e PTB. O Ministério Público Federal não acusa nenhum da legendas de irregularidades pois, segundo os investigadores, não há provas de que tinham conhecimento de que o pagamento era decorrente dos crimes de Argello.

Parte da propina teria sido entregue ainda em espécie para Argello, incluindo uma parcela em euros e outra parte ainda teria sido destinada como doação de R$ 350 mil para uma paróquia de Brasília.

Gustavo Barreto, um dos executivos da Andrade Gutierrez que fecharam delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, relatou um almoço em junho de 2014, na casa do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), com a presença do então senador do PMDB da Paraíba Vital do Rêgo - hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) -, para "não prejudicar as empreiteiras".

O encontro, segundo os investigadores, tinha como objetivo acertar esquema de cobrança de propina para livrar empreiteiros de convocações das CPIs do Senado e mista (Senado e Câmara dos Deputados) da Petrobras. Vital do Rêgo era presidente da CPI Mista da Petrobras e Argello, membro da CPI do Senado e vice-presidente da CPMI. Teriam participado do encontro ainda Cláudio Melo Filho, da Odebrecht, e José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e Roberto Zardi, estes da OAS.

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As informações constam de nova denúncia contra o ex-senador Gim Argello, preso em abril pela Lava Jato.

"Como relatado por Gustavo Barreto, executivo da Andrade Gutierres, foi efetuado um almoço na residência de Gim Argello, com a presença de Cláudio Melo Filho, representando a Odebrecht, em meados de junho de 2014, no qual foram tratadas questões relacionadas à CPI do Senado e CPI Mista por parte do parlamentar, que salientou que a ideia não era prejudicar as empreiteiras. Nesse almoço estavam também presentes Léo Pinheiro, Roberto Zardi, da OAS, e o então senador Vital do Rêgo", aponta denúncia contra Gim Argello e mais nove investigados, entre eles o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, preso em junho do ano passado.

Como ministro do TCU, Vital do Rêgo tem direito a foro privilegiado. O ex-senador peemedebista é alvo de pedido de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A solicitação de inquérito tem como base a delação do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS).

Ex-líder do governo, Delcídio afirmou que Vital do Rêgo, entre outros, "cobrava pedágios" para não convocar e "evitar" maiores investigações sobre "Léo Pinheiro, Julio Camargo e Ricardo Pessoa".

Julio Camargo era lobista de multinacionais junto à Petrobras. Ricardo Pessoa era presidente da UTC Engenharia e, segundo as investigações, presidiu o club vip do cartel das empreiteiras que se instalaram na Petrobras.

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, que investiga a participação de Gim no esquema, afirma que, entre abril e maio de 2014, ele fez "diversos contatos" com Cláudio Melo Filho, funcionário do Grupo Odebrecht, e cobrou "pagamento de vantagem indevida no valor de R$ 5 milhões, a fim de tutelar interesses próprios e de executivos do Grupo Odebrecht, no sentido de evitar a convocação de empresários desse Grupo para depor na CPI do Senado e na CPI Mista".

"Por sua vez, Cláudio Melo Filho, com a chancela e a autorização de Marcelo Bahia Odebrecht, com o intuito de zelar pelos executivos do Grupo Odebrecht para que não fossem convocados a depor no Parlamento, ofereceu e prometeu o pagamento da vantagem indevida no valor de R$ 5 milhões a Gim Argello, promessa que restou imediatamente aceita pelo então senador", sustentam os procuradores.

O Ministério Público Federal identificou "vários contatos telefônicos" mantidos entre Cláudio Melo Filho e Gim Argello nos dias 19 de abril de 2014, 22 de abril de 2014, 5 de junho de 14, 24 de junho de 2014, 9 de julho de 2014, 18 de julho de 2014, 21 de agosto de 2014, 8 de setembro de 2014, 11 de setembro de 14, "época em que instavam instaladas as Comissões Parlamentares de Inquérito".

"A importância de Cláudio Melo Filho no âmbito do Grupo Odebrecht e, mais ainda, a proximidade e a relação de confiança que se estabelece entre ele e Marcelo Odebrecht pode ser depreendida não apenas em decorrência de ser aquele o suplente desse em diversos Conselhos de Administração no âmbito do Grupo Odebrecht, mas, ainda, do teor dos e-mails apreendidos na sede da empreiteira", afirma a força-tarefa.

A reportagem procurou o ministro Vital do Rêgo, por meio do TCU, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. A OAS, a Odebrecht e a UTC não comentarão o assunto.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo disse nesta segunda-feira (2) que repudia as ilações associadas a seu nome na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) na Operação Lava Jato.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para iniciar as investigações contra pessoas citadas no acordo de delação premiada do senador, incluindo o ministro.

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“Ao tempo que reitera o repúdio às ilações associadas a seu nome na referida delação premiada, desprovidas de qualquer verossimilhança, o ministro Vital do Rêgo informa que está à disposição das instituições para qualquer esclarecimento”, acrescentou nota divulgada pelo TCU.

Além de Vital do Rêgo, Janot pretende investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, e o deputado federal Marco Maia (PT-RS).

Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, decidir pela autorização.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedidos para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Marco Maia (PT-RS) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União.

A medida foi tomada com base na delação do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), preso em novembro de 2015 por tramar contra a Operação Lava Jato. Em fevereiro deste ano, o ex-líder do governo no Senado fez delação e foi solto.

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Em sua delação, o senador afirmou que Aécio Neves atuou para maquiar dados do Banco Rural na CPI dos Correios. Presidida por Delcídio em 2005, a comissão investigou o mensalão, esquema que utilizava as empresas do empresário Marcos Valério para lavagem de dinheiro. Além disso, o delator também disse ter ouvido que o tucano mantém conta no paraíso fiscal de Liechtenstein.

O delator admitiu ter "segurado a barra" para que não viesse à tona a movimentação financeira das empresas de Marcos Valério no Banco Rural que "atingiriam em cheio" o atual presidente do PSDB e seus aliados, como o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP). Segundo Delcídio o tema foi tratado na sede do governo mineiro, por volta de 2005 e 2006, quando Aécio governava o Estado e ainda lhe teria oferecido o avião do governo de Minas para ir ao Rio, o que foi aceito pelo senador.

Delcídio Amaral afirmou, também em relação a Aécio, que "sem dúvida" o presidente nacional do PSDB recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

O ex-líder do governo tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

O ministro Vital do Rêgo do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a área técnica do tribunal reavalie a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff e de demais ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobras em prejuízos na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. O ministro também requereu que se analise eventual culpa de representantes da Astra Oil, antiga sócia da estatal brasileira no negócio.

Um comunicado sobre os novos passos da investigação será feito por Vital aos demais ministros da corte de contas em sessão marcada para esta quarta-feira. Vital é relator dos processos que apuram dano ao erário na compra da refinaria americana.

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A inclusão de Dilma e demais conselheiros entre os responsáveis é um pedido do ministro substituto André Luís de Carvalho. Já a implicação da Astra foi solicitada pelo presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, em despacho do fim do ano passado. Questionado, Vital explicou que a avaliação da área técnica a respeito não foi concluída. Os pareceres vão subsidiar futura decisão da corte sobre a entrada, ou não, de novas pessoas na lista de responsáveis.

O TCU apontou em julho do ano passado prejuízos de US$ 792 milhões na compra de Pasadena, feita em duas etapas, entre 2006 e 2012. A presidente Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração da Petrobras em 2006, quando o colegiado autorizou a aquisição dos primeiros 50% da refinaria, por US$ 360 milhões. Um ano antes, a Astra Oil havia adquirido 100% dos ativos por menos de US$ 50 milhões.

Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo no ano passado, Dilma justificou que só deu aval ao negócio porque se embasou num parecer técnico e juridicamente falho, que omitia cláusulas do negócio consideradas por ela prejudiciais. No entanto, a presidente tinha acesso a outros papéis que traziam detalhes do processo. O parecer técnico classificado como omisso fora elaborado pelo então diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, hoje preso por suposto envolvimento no esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato.

Em 2012, após um desacordo judicial com a sócia, a estatal brasileira pagou quantia superior a US$ 820 milhões pela segunda metade dos ativos. Ao fim, a refinaria, sucateada e de baixa produtividade, acabou saindo por mais de US$ 1,2 bilhão.

O TCU, em julho, decidiu responsabilizar e bloquear bens apenas de ex-diretores e funcionários da Petrobras, deixando a avaliação sobre a responsabilidade de conselheiros para a hipótese de surgirem novos elementos a respeito.

O novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, tomou posse nesta quarta-feira, 4, e já anunciou que levará a discussão sobre o bloqueio de bens de Graça Foster, agora ex-presidente da Petrobras, ao plenário da Corte de Contas na próxima semana. Ele irá avaliar as sugestões feitas pelo atual presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, que propôs uma nova forma de calcular o prejuízo apontado no processo que apura a responsabilização da diretoria da estatal pela aquisição da refinaria de Pasadena (EUA).

Ex-senador do PMDB, partido da base aliada do governo, Vital assume a cadeira de José Jorge, que se aposentou em novembro, e herda no tribunal os processos relatados pelo antigo ministro. Ele será o responsável, portanto, pela relatoria dos casos ligados à Petrobras que tramitavam no TCU até 31 de dezembro de 2014.

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"De hoje em diante, minha primeira providência é dizer que vou pautar para a próxima semana", anunciou Vital. O caso está parado no TCU desde agosto, quando Cedraz pediu vista do processo, após a maioria da Corte se manifestar sobre a indisponibilidade patrimonial dos executivos da Petrobras. Na ocasião, a votação foi encerrada com cinco votos contra o bloqueio de bens de Graça Foster e dois a favor.

Cedraz encaminhou ao novo ministro um despacho com sugestões sobre o processo em 29 de dezembro, três dias antes de assumir o cargo de presidente. Na peça, propõe a revisão das perdas apontadas e da lista de executivos que foram responsabilizados. Apesar das sugestões, em geral, o presidente do TCU não vota em casos como esse. Contudo, há previsão nas normas da Corte para que, excepcionalmente, peça licença momentaneamente da presidência apenas para participar do julgamento.

Até a apreciação do caso em definitivo, todos os ministros podem alterar o voto. Nos bastidores, especula-se que o despacho de Cedraz será usado como "fato novo" trazido ao processo, o que justificaria eventuais mudanças de posição.

Para Vital, a renúncia de Graça e de cinco diretores da estatal, confirmada hoje, não afeta o andamento do processo. "As alterações do corpo diretivo não alteram o curso da apuração. Não é que ela hoje é ou amanhã deixará de ser. A responsabilidade objetiva existe", afirmou, após tomar posse.

Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (19) a nomeação do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para exercer o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O decreto foi assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Justiça, Eduardo Cardozo. O senador, que tem mandato até 2019, ocupará a vaga deixada por José Jorge, que se aposentou no fim de novembro, ao completar 70 anos.

O plenário do Senado aprovou, com 63 votos, a indicação de Vital para o TCU no dia 2 de dezembro. Foram registrados um voto contrário e uma abstenção. Em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele ressaltou o papel do TCU como importante instrumento de aperfeiçoamento da gestão pública, mas criticou a linguagem dos relatórios, que classificou como de difícil assimilação pela população.

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O TCU é um órgão colegiado, composto por nove ministros. De acordo com o regimento do tribunal, seis são indicados pelo Congresso Nacional, um pelo presidente da República e dois escolhidos entre auditores e membros do Ministério Público.

Por 313 votos a 8, a Câmara dos Deputados confirmou nesta terça-feira a indicação do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para uma vaga de ministro no Tribunal de Contas da União (TCU). Como o nome do peemedebista já recebeu o aval do Senado na semana passada, a nomeação de Vital irá agora para promulgação.

Vital do Rêgo preside as duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que apuram denúncias de corrupção na Petrobras. Ele também preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e é o relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2015, que serve como base para a elaboração do Orçamento. O senador compareceu ao plenário Ulysses Guimarães, na Câmara, e foi elogiado e cumprimentado por parlamentares.

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Vital vai "herdar" no TCU todos os processos que envolvem a Petrobras até agora que eram conduzidos por José Jorge, que se aposentou no final de novembro. Entre eles, o da polêmica compra da refinaria de Pasadena (EUA), que desencadeou a instalação das duas CPIs no Congresso.

JOÃO PESSOA (PB) - O senador Vital do Rego (PMDB-PB) teve sua indicação ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovada pelo Plenário do Senado, nesta terça-feira (2). Dos 65 votos, apenas um foi contrário.

Vitalzinho subiu à tribuna, antes de iniciar a votação, e agradeceu o apoio recebido. Ele aproveitou para afirmar que irá levar ao TCU a modernidade e a sensibilidade do Senado Federal, além de pretender dar várias sugestões com o intuito de aperfeiçoar o sistema de fiscalização e controle de contas públicas.

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Ao todo, foram 63 votos favoráveis, um voto contra e uma abstenção. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi o único a declarar não ser a favor da indicação, mas salientou que não está contra a pessoa de Vital do Rêgo ou contra o PMDB, mas contra o candidato do governo.

“Quem ele (o governo) indica também não pode merecer minha confiança. Faço o meu voto de público porque não confio na presidente da República e Vossa Excelência está diante de um esquema, fez parte de uma engrenagem do PT de Dilma que me causa ojeriza”, declarou.

A indicação de Vitalzinho segue agora para aprovação na Câmara dos Deputados.

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente das duas CPIs da Petrobrás no Congresso, foi indicado ontem para uma vaga no Tribunal de Contas da União, e obteve apoio de 40 senadores. O peemedebista é considerado fiel aliado do governo Dilma Rousseff. A indicação precisa do aval do Senado e da Câmara. Vital, de 51 anos, poderá ficar no cargo de ministro do TCU até 2033, quando completará 70 anos.

O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou nesta sexta-feira, em entrevista ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, que o Brasil precisa aprender com o processo "tão traumático" pelo qual passa a Petrobras. O comentário foi realizado em referência à nova fase da Operação Lava Jato deflagrada hoje e que atingiu grandes empreiteiras do País. "O Brasil precisa aprender muito com esse processo tão traumático para uma empresa do tamanho da Petrobras, que pertence ao povo brasileiro e tem responsabilidade internacional", afirmou. A Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção, desvios de recursos e pagamento de propinas na Petrobras, teve início em março.

Para Vital, é preciso que sejam tomadas providências para que fatos semelhantes não ocorram novamente. Ele defendeu uma ampla discussão do processo de licitações públicas feitas no País e, em especial, na Petrobras. Atualmente, a estatal usa o decreto 2.745 em suas contratações e não a Lei de Licitações (8.666/1993). A CPI mista deve discutir, em seu relatório final, uma proposta legislativa de alteração da forma de contratação realizada pela Petrobrás.

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O presidente da comissão elogiou o funcionamento dos poderes, argumentando que cada um deles está realizando o seu papel, com a Polícia Federal e o Ministério Público podendo investigar, a Justiça decidindo sobre os pedidos dos outros dois órgãos e a CPI realizando também suas apurações. Vital prevê um "amplo debate" na comissão na terça-feira, quando a CPI deve analisar requerimentos de quebra de sigilo bancário e fiscal envolvendo as empreiteiras. Ele não quis opinar sobre o mérito dos pedidos.

O presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou, nesta quinta-feira (23), que está determinado a prolongar os trabalhos da comissão. Com a concordância do relator, deputado Marco Maia (PT-RS), Vital informou que tem prontos dois requerimentos pedindo a prorrogação das atividades para o fim do ano.  A coleta das assinaturas já começou. É preciso obter a anuência de um terço dos parlamentares de cada Casa do Congresso Nacional, ou seja, 171 deputados e 27 senadores.

Instalada em maio, a CPI Mista tem prazo inicial de duração de 180 dias e pode funcionar até 23 de novembro. A intenção do presidente é estender as atividades por um mês, para compensar o período eleitoral. Porém, a CPI deverá ser obrigatoriamente extinta com o término da sessão legislativa, no dia 22 de dezembro.

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"Já recalculamos os prazos. Nós temos até o dia 23 (de novembro) no prazo normal e vamos prorrogar até dezembro", explicou Marco Maia.

Requerimentos

A campanha eleitoral dificultou a obtenção de quórum na comissão, e os requerimentos foram se acumulando desde a última reunião deliberativa, realizada em julho. São mais de 400 requerimentos, entre convocações, pedidos de acesso a documentos e quebras de sigilos bancários, fiscais e telefônicos.

Entre os mais recentes, a maioria se refere a pessoas que foram citadas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento à Justiça Federal. Ele é acusado de participar do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Ambos foram presos pele Polícia Federal, na Operação Lava Jato, deflagrada em março.

Na próxima quarta-feira (29), a CPI Mista volta a se reunir, para ouvir Alberto Youssef.

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