O candidato a prefeito de Olinda Antônio Campos (PSB), irmão do ex-governador Eduardo Campos, falecido em tragédia aérea, e neto de Miguel Arraes, concedeu entrevista ao Portal LeiaJá para falar sobre as propostas e campanha eleitoral. O socialista declarou que é um homem de fé e considera que governar Olinda será uma missão em sua vida.
Campos declarou que não se considera o sucessor de Eduardo ou de Arraes. Definiu o irmão como "um grande governador e homem de grande sensibilidade" e, o avô, como uma inspiração. No entanto, o candidato não quer comparações. Antônio ainda disse que quer dar um "choque de gestão no município" e declarou que o seu opositor no pleito, o prefeiturável Lupércio (SD), com quem tem travado grandes polêmicas, mente e o definiu como "Professor milionário Lupércio".
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O socialista, durante a entrevista, provocou: "Diz a verdade, Lupércio, assume de onde você veio, e vai prestar contas à sociedade sobre teus atos", disparou.
Confira a entrevista na íntegra:
1. LeiaJá (LJ) – Por qual motivo o senhor quer ser prefeito de Olinda?
Antônio Campos (AC) - Eu tenho isso como uma missão. A missão de servir com humildade e ser o servidor público número um de Olinda. Sou um homem que já fiz muita coisa na vida. Sou da Academia Pernambucana de Letras, sou advogado e tenho uma banca de advocacia. Eu acho que chegou a hora de dar uma contribuição e vejo, em Olinda, um momento de grande dificuldade, uma cidade pela qual sou apaixonado, e acho que tenho condições de fazer uma gestão inovadora e, até mesmo, revolucionária juntando gente, juntando o olindense e fazendo a diferença acontecer.
2. LJ- O que o senhor pretende oferecer como "mudança"?
AC- Acho que podemos construir algo novo em Olinda. Algo novo na educação, na saúde, na segurança e fazer algo diferente que sirva e inclua o cidadão olindense e faça para ele dias melhores para viver.
3. LJ- O senhor derrotou o PCdoB e chegou ao segundo turno. Como se sente?
AC- Quem derrotou o PCdoB não fui eu, foi o povo olindense, que viu o descaso e o desrespeito que trataram o povo e os anseios dos olindenses nos últimos anos. A resposta foi dada nas urnas.
4. LJ - O senhor se preocupa com alguma comparação entre o senhor e Eduardo?
AC - Eu tenho dito que não me considero o sucessor de Eduardo ou de Arraes, eu sou um campos Arraes na Política. Não me comparo com o meu irmão, o meu querido irmão Eduardo, com o qual eu tive uma grande relação humana, afetiva e de irmão. Eduardo foi uma luz ímpar, um grande governador e um homem de grande sensibilidade humana. Eu me inspiro muito nele, mas também somos diferentes e não me comparo a Eduardo como não me comparo ao meu avô Miguel Arraes, do qual eu tenho alegria a ser a dez anos presidente do Instituto Miguel Arraes de Alencar por escolha da minha avó Maria Madalena. Arraes, Eduardo e a minha mãe Ana Arraes são pessoas que me inspiram e me dão força para fazer política.
5. LJ- Qual seria a diferença entre o senhor e o seu opositor Lupércio?
AC - A nossa proposta para Olinda tem consistência, credibilidade e sustentabilidade. Tudo o que o professor Lupércio diz não tem sustentação. Ele diz que é a mudança, mas tem o apoio do PCdoB às claras. A gente vê nas caminhadas de Lupércio dirigentes e as principais lideranças do PCdoB o apoiando. Ele, quando vereador desta cidade, foi aliado histórico do PCdoB, pouco foi à Tribuna e não deixou um legado de vereador nesta cidade, poucos ou quase nenhum projeto, aliás, o Ministério Público o está processando com problemas de gastos quando vereador desta cidade. Acho o professor Lupércio uma continuidade de Renildo Calheiros e Olinda quer mudança de verdade e não de mentira. Olinda tem pressa para a mudança. Olinda quer o novo para Olinda e acha que a mudança somos nós.
6. LJ – Existe uma briga travada entre os dois sobre quem é ou não "filho de Olinda". Esse debate é o mais importante?
AC - Ele tenta desqualificar o debate me chamando de forasteiro. Ele diz de Olinda e já mentiu porque ele é do Recife porque, na sua carteira de identidade, está lá que ele é do Recife. Ele pode ter vivido em Peixinhos ou, momentaneamente, em Rio Doce, mas, ele é natural daqui. O problema não é ser daqui ou de outro lugar, o problema é a mentira. Eu acho que quem mente não merece credibilidade e acho que Olinda merece fazer uma reflexão sobre isso.
7. LJ – Lupércio afirmou que o senhor é o "candidato dos ricos". Como avalia essa afirmação?
AC- São dois projetos diferentes. Um projeto de uma família que tem 60 anos de compromisso com o povo de Pernambuco, de muita luta, de muito suor e de muito trabalho dedicado a este estado e tem o professor Lupércio que não é nenhum coitadinho, ele é um professor, deputado estadual, ele não é pobre como diz. Sua declaração de imposto de renda mostra que ele é milionário. É O professor milionário Lupércio. Esse jogo do coitadinho e do filho de Peixinhos é mentira. Ele nem é coitadinho, nem pobrezinho e nem é de Peixinhos. Diz a verdade, Lupércio, assume de onde você veio e vai prestar contas à sociedade sobre teus atos.
8. LJ - Como avalia o apoio do governado Paulo Câmara, após um certo distanciamento durante o primeiro turno?
AC - Ninguém governa uma cidade complexa, numa situação de tantos desafios como Olinda, sem apoio. Nós precisamos, sim, do apoio do Governo do Estado, como o do ministro Bruno Araújo, que já disse que fará uma parceria exitosa com a nossa gestão trazendo recursos do Ministério das Cidades para a cidade. Um dos diferenciais da nossa candidatura é o nosso poder de interlocução com os Governos Federal e Estadual, com a iniciativa privada e com os organismos internacionais para colocar Olinda em um novo ritmo e trazer os recursos que o município merece.
9. LJ - Como se sente, no primeiro pleito majoritária, conseguir vencer candidatos conhecidos no cenário político?
AC- Eu sou um homem de muita fé. Sou um homem que tem uma crença muito forte em Jesus cristo, eu acho que se cheguei aqui ele tem um propósito muito forte em minha vida e vejo Olinda como uma grande missão de servir. Eu acho que tive a mão de Deus. Eu sou um homem da esperança, sou um homem que venci grandes adversidades na vida e nunca perdi a alegria, a esperança e a vontade de viver.
10. LJ - Quais seriam as medidas emergenciais que irá adotar, caso o senhor seja eleito?
AC - O problema central de Olinda é gestão. Quero dar um choque de gestão em Olinda utilizando práticas modernas. Eduardo fez muito monitoramento de gestão e vamos reestruturar a Prefeitura de Olinda trazendo práticas modernas. Alguns itens, sem dúvidas, são prioridades: saúde, segurança, drenagem, saneamento e emprego. São os maiores problemas que estão na vida da juventude e de todos os brasileiros.
11. LJ - Como será a reta final da sua campanha?
AC - A reta final será de muita caminhada junto à população de Olinda, especialmente, na área popular e na periferia, onde já estive conversando, dialogando e pedindo com humildade uma oportunidade de voto, especialmente, para aqueles que não votaram em mim no primeiro turno. Peço uma oportunidade para quem não governou Olinda. Sou o primeiro que, ainda como pré-candidato, apresentou um diagnóstico para o município com diretrizes. Olinda é uma cidade que conheço, sim, historicamente, e tenho um sentimento de que Olinda quer mudança, quer o novo e quer respeito.
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