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Por Elaine Ventura
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Uma boa parte da militância do PT esteve reunida no Comitê da Rua do Príncipe, na área central do Recife, acompanhando a apuração das urnas. Desde as 16h, a festa do PT começava a se desenhar no local. O ápice da comemoração teve início às 19h, quando os primeiros números começaram a indicar a vitória da presidente Dilma Rousseff.
A proximidade dos números da presidente do Brasil e do candidato do PSDB, Aécio Neves, causava um certo alvoroço na população, mas os pernambucanos acreditavam na vitória do PT, apesar de saber que Dilma ficou em terceiro lugar no Acre no primeiro turno, e este era o último Estado a ser totalizado. “Estamos confiantes. Eu sei que o povo quer mudança, mas a mudança que queremos será feita pelo PT. Dilma é candidata do povo, é a presidente que nós queremos”, afirmou a militante Elisabeth da Silva (Betinha).
A comemoração no meio da rua era correspondida pelos carros que passavam pelo local: buzinas eram tocadas, gritos de guerra eram entoados de todos os lados. O primeiro político a chegar ao comitê foi a presidente do PT no Estado, Teresa Leitão. A deputada já comemorava a divulgação dos primeiros números. “É muito gratificante ver que nós conseguimos uma votação expressiva no Estado. Mostra que o partido permanece com a força, garra e confiança do povo”, pontuou.
Faltando pouco mais de 2% para a totalização dos votos do pleito de 2014, os principais representantes do partido em Pernambuco e seus aliados reuniram a imprensa em coletiva, para dar o parecer da vitória. Humberto Costa foi o primeiro a se pronunciar. “Estamos extremamente felizes com o resultado. O fato de ter sido uma eleição inesperada nos deixa ainda mais satisfeitos”, afirmou Costa.
De acordo com o senador, a campanha do PT em Pernambuco enfrentou algumas dificuldades financeiras e contou com a solidariedade da militância para que o trabalho ganhasse amplitude. “Tinhamos apenas R$ 2 milhões para gastar. No interior, tivemos a colaboração de algumas pessoas que espontaneamente bancaram o carro de som. Realmente essa foi uma eleição feita pela militância”, opinou o senador.
“Conquistamos uma vitória tripla. Ganhar no Brasil foi espetacular, mas ganhar em Pernambuco, diante da oposição do Governo do Estado, é gratificante. E a vitória também no Recife não tem preço”, cravou Teresa Leitão.
O senador Armando Monteiro (PTB), que perdeu a disputa pelo governo estadual para o socialista Paulo Câmara, ressaltou a importância da aliança entre os partidos, pontuando que é necessário que as legendas revejam as alianças firmadas e quem realmente apoia o governo federal. “Estivemos muito próximos em todos os momentos. E no segundo turno o Brasil e Pernambuco puderam reconhecer um projeto que garantirá muito mais conquistas que nos últimos anos. Sabemos que há muito por fazer em Pernambuco e no Brasil. A presidente enfrentou a oposição do governo aqui nos estado e alguns podem imaginar que isso irá causar algum tipo de retaliação. Dilma pode fazer oposição ao governo do estado, mas não será uma oposição a Pernambuco”, defendeu, pontuando que as lideranças ‘noviças’ devem ter compreensão e interesse na parceria com o governo.
O deputado federal João Paulo, derrotado na eleição para o senado, fez questão de agradecer a militância que aderiu, espontaneamente, à campanha do PT. “Se de um lado sofremos com atitude de algumas pessoas que tentaram manchar a imagem da presidente e do partido, distribuindo material apócrifo, do outro contamos com o apoio do povo, da massa que se juntou a nós com garra e vontade de vencer. Mas sabemos que o governo tem que rever as relações com aliados aqui no estado e nos reposicionar politicamente aqui. Agradeço ao povo, pois nossa campanha foi algo feito pela militância, com o carinho necessário que pudesse nos levar a vitória”, disse João Paulo.
De acordo com o deputado federal Fernando Ferro, no primeiro turno a eleição foi levada pela comoção, em virtude do acidente fatal que vitimou o ex-governador do estado e então postulante à presidência da República, Eduardo Campos. Para Ferro, no segundo turno a população pôde avaliar melhor os projetos e escolher o candidato que representa os seus ideais. “Os eleitores, num primeiro momento, votaram em função da comoção. Mas no segundo turno não derrotamos um partido, mas um conjunto de forças. O mais importante é mostrar que no Brasil e na América Latina prevalece a soberania do povo”, concluiu.
A comemoração imperava no comitê, refletia o ‘trabalho’ e confiança de cada um dos militantes. Lágrimas, gritos explosivos, eram algumas das expressões encontradas entre os petistas. De acordo com o filiado do partido, a emoção é saldo da rejeição que o partido sofreu no estado, no início da campanha, mas que virou vitória no segundo turno das eleições. “Foram seis meses de muito trabalho. Fomos rejeitados no início da campanha porque muitos achavam que Marina era a mudança e também pela comoção em torno da morte de Eduardo. Mas na reta final o pernambucano mostrou mais uma vez que não é a questão da comoção que fala mais alto e abraçou o projeto do partido, que está sendo muito bem aceito”, defendeu o professor Marco Aurélio Borba.
Representando o Fórum da Resistência Negra, Wilson Maraca comemorou a vitória do partido e da classe. “Nem sei como descrever o que estou sentindo. Estou muito feliz porque teremos um novo governo, com novas idéias e cobranças. Não é só uma reeleição, mas uma mudança na cultura popular, com a comunidade inserida”, disse.
Não demorou muito para a multidão que tomava conta do comitê se dispersar. O motivo foi o novo destino que sediaria o restante da comemoração: O Marco Zero. O local da festa da vitória já estava programado desde o início da semana.
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