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A França amanheceu silenciosa nesta segunda-feira (13). Hoje, o país relembra o aniversário de dois anos do maior atentado terrorista de sua história.

Em 13 de novembro de 2015, uma série de ataques simultâneos apavoraram Paris, deixando 130 mortos e 400 feridos - que até hoje tentam curar seus traumas. Os atos foram assumidos pelo Estado Islâmico (EI) e marcaram uma nova onda de atentados pela Europa.

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Os ataques foram cometidos por sete terroristas e começaram nos arredores do estádio Stade de France, em Saint-Denis, onde era disputado um jogo entre França e Alemanha. O autor do ataque detonou um cinto explosivos no local. Em seguida, quatro homens invadiram o teatro Bataclan, em Paris, que recebia naquela noite um show da banda Eagles of Death. Os terroristas, armados com fuzis, massacraram o público.

Também houve ataques e tiroteiros em bares e restaurantes das ruas Bichat, Fontaine ao Rio, Charonne e boulevard Voltaire. Tudo ocorreu ao mesmo tempo, entre 21h locais e meia-noite. O presidente Emmanuel Macron e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foram nesta manhã até o Stade de France, local da primeira explosão, para relembrar as vítimas daquela sexta-feira junto com familiares dos mortos e feridos. A banda Eagles of Death também voltou ao Bataclan hoje, com o vocalista Jesse Hughes vestido de branco.

As medidas de segurança foram reforçadas em todo o país para evitar qualquer incidente. Desde aquele dia, até 31 de outubro deste ano, a França viveu em estado de alerta máximo. Neste mês, entrou em vigor a nova lei de segurança, outra consequência dos atentados. "A vontade do Estado Islâmico de atacar de novo permanece alta", disse o líder do serviço de inteligência da França, Laurent Nunez, em uma entrevista publicada hoje pelo jornal "Le Figaro".

Já o ministro do Interior da França, Gérard Collomb, destacou que, naquele 13 de novembro, o país ainda estava em choque pelo massacre na redação do jornal Charlie Hebdo, em janeiro. "Não pensávamos que um outro assassinato em massa pudesse ocorrer na França. Hoje estamos muito mais preparados. Os nossos serviços de segurança são mais equipados e capazes de individualizar cada ameaça", confessou. 

Da Ansa

Os autores dos atropelamentos na Catalunha formaram uma célula em um povoado próximo aos Pirineus, de onde planejavam ataques em grande escala, segundo a investigação em curso.

Marroquinos e um espanhol

A polícia divulgou nesta sexta-feira (18) a identidade de três dos cinco agressores mortos e de um foragido.

O grupo é formado por jovens, todos moradores de Ripoll, um povoado de menos de 10 mil habitantes.

- Younès Abouyaaqoub é objeto de muitas questões porque não foi detido. Tem 22 anos, nasceu em Mrirt, no Marrocos, e ignora-se seu grau de envolvimento.

- Moussa Oukabir, 17, nasceu em Ripoll mas tinha nacionalidade marroquina. Seu vizinho, Mohamed Hychami, 24, era natural de Mrirt, e Said Aallaa, 18, nasceu em Naur, no Marrocos. Os três foram mortos pela polícia na quinta-feira, após atropelar pedestres com um Audi A3 no balneário de Cambrils.

- Outros quatro suspeitos estão detidos: três marroquinos e um espanhol, de 21, 27, 28 e 34 anos.

Entre eles está Driss Oukabir, irmão mais velho de Moussa, detido na quinta-feira. Outro detido é um espanhol oriundo do enclave africano de Melilla, um dos principais focos de jihadistas na Espanha.

Criados na Catalunha

A maioria dos envolvidos morava há bastante tempo na Catalunha e não precisou se deslocar muito para cometer os atentados, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

A Catalunha é a região da Espanha com a maior comunidade muçulmana, cerca de 500 mil sobre um total de 1,9 milhão no país em 2016, segundo a União das Comunidades Islâmicas da Espanha.

Também é a região com mais detidos por vínculos com jihadistas, ao lado de Madri e os enclaves de Ceuta e Melilla, no Marrocos.

Sem antecedentes terroristas

Nenhum dos envolvidos nos ataques tinha antecedente relacionado ao terrorismo, mas alguns possuíam ficha na polícia por crimes comuns.

Em uma casa de Melouiya, povoado de origem da família Oukabir situado na região rural pobre do Atlas, no centro do Marrocos, Said Oukabir, pai de Moussa, se disse "consternado".

A cidade na Espanha onde vivia a maior parte dos agressores, Ripoll, é uma localidade tranquila que vive de serviços e da indústria, com cerca de 10 mil habitantes - incluindo 1.200 estrangeiros - nos pés dos Pirineus, a cerca de 100 km de Barcelona.

O homem oriundo de Melilla foi detido em Alcanar, 200 km a sudoeste de Barcelona, onde na manhã de quinta-feira uma explosão destruiu uma casa, deixando um morto e sete feridos.

No local foram encontrados cerca de 30 bujões de gás, que supostamente seriam utilizados em ataques.

O homem que morreu na explosão e outra vítima estariam vinculados à célula terrorista.

Segundo a polícia, o grupo fabricava bombas para "atentados em grande escala".

A explosão levou a que cometessem atentados em Barcelona e Cambrils de modo precipitado, "que não tiveram a envergadura que planejavam", segundo o chefe da polícia Josep Lluis Trapero.

Armados com facas

Os cinco suspeitos mortos em Cambrils carregavam falsos cinturões de explosivos, além de facas e um machado no carro utilizado para o atropelamento.

Segundo especialistas, seu objetivo era morrer como mártires, já que a polícia não duvida em atirar quando vê cinturões de explosivos, mas talvez esperassem fazer algum refém e ganhar tempo.

Três veículos alugados pelos agressores foram recuperados pela polícia e estão sendo periciados. As pessoas que alugaram os veículos também estão sendo investigadas.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, classificou nesta quinta-feira (8) de "repugnante" a declaração do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de que o próprio Irã propiciou os atentados de ontem, em Teerã, ao patrocinar o terrorismo. A informação é da Agência EFE.

"São repugnantes a declaração da Casa Branca e as sanções do Senado, enquanto os iranianos combatem o terrorismo apoiado pelos clientes dos EUA", escreveu Zarif em sua conta no Twitter.

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O chefe da diplomacia iraniana insistiu que aliados de Washington, como a Arábia Saudita, país com o qual Trump assinou recentemente um milionário acordo militar, são os verdadeiros patrocinadores do terrorismo.

"Os déspotas que patrocinam o terrorismo ameaçam levar a luta para o nosso país", afirmou Zarif.

Os dois atentados de ontem em Teerã, reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico, deixaram 12 mortos e dezenas de feridos no Parlamento e no mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini.

Donald Trump lamentou os atentados, mas ressaltou que os países que "patrocinam o terrorismo se arriscam a virar vítimas do próprio mal que promovem".

Os EUA acusam o Irã de patrocinar o terrorismo, por meio de apoio ao grupo xiita libanês Hezbolá, a milícias palestinas em Gaza, aos rebeldes hutíes do Iêmen e às milícias que lutam na Síria ao lado do regime de Bashar Al Assad.

Os dois ataques ocorridos nessa quarta-feira (7), contra o Parlamento e o mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini em Teerã, capital do Irã, deixaram 17 mortos e dezenas de feridos, de acordo com o último balanço oficial divulgado nesta quinta-feira (8) pelas autoridades. A informação é da Agência EFE.

O diretor da Organização de Medicina Forense, Ahmad Shoyai, citado pela agência estatal Irna, informou que já foram identificados 13 corpos.

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Ontem, o número de vítimas estava em 12 mortos e 46 feridos, mas pessoas que estavam internadas morreram nas últimas horas por causa da gravidade das lesões.

Já os feridos superaram a casa dos 50, segundo o diretor dos Serviços de Emergência, Pir Hosein Kolivand.

Ele explicou que 15 feridos tiveram alta e os outros continuam hospitalizados, vários na unidade de terapia intensiva.

Os atentados de ontem em Teerã foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico, que tinha ameaçado o Irã em várias ocasiões

Depois de vários atentados terroristas que assustaram a França nestes últimos anos, a organização de Roland Garros manteve o nível de segurança elevado pelo segundo ano consecutivo. O complexo onde é disputado o Grand Slam francês é cercado por seguranças e barreiras de parada para revistas de fãs de tênis, jornalistas e até de membros da organização do torneio.

O nível de segurança foi ampliado inicialmente para a edição 2016 da competição, na esteira dos atentados que vinham causando medo em Paris e no interior do país. Para este ano, a mesma estrutura foi mantida. A organização de Roland Garros não revela medidas adicionais e nem o número de pessoas envolvidas na ação, alegando justamente questões de segurança.

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Para entrar no complexo, vindo da estação de metrô mais próxima (Porte D'Auteuil), o torcedor deve passar por ao menos três barreiras, nas quais deve abrir mochilas e bolsas e ainda passar por revista manual e com detector de metais. O mesmo vale para os jornalistas, obrigados a uma revista extra, na porta de entrada, em razão dos aparelhos eletrônicos que carregam para realizar seus trabalhos.

Grades de metal, vestidas com tecido verde escuro e o símbolo de Roland Garros, delimitam a entrada das pessoas, enquanto caixas de som espalhadas pelas ruas vizinhas explicam os procedimentos de segurança e pedem a compreensão do público, que parece não reclamar da rigidez do controle. Para efeito de comparação, a entrada nos jogos da Copa do Mundo de 2014 em São Paulo tinha menos paradas para revistas e checagem de bolsas.

Dentro do complexo, os seguranças são menos visíveis e o clima é de tranquilidade, apesar de um susto ocorrido na quarta-feira passada. A organização fechou rapidamente uma passagem ao lado da quadra Philippe Chatrier, a maior e mais importante do complexo, devido a uma mala esquecida no local. O trecho por onde passam fãs e jornalistas ficou interditado por poucos minutos e não chegou a afetar a partida entre a espanhola Garbiñe Muguruza e a estoniana Anett Kontaveit, que era disputada na quadra principal.

Mesmo admitindo que não gosta de ser acompanhado por seguranças, o espanhol Rafael Nadal disse compreender a rigidez do controle em Roland Garros. "Sou o tipo de pessoa que não gosta de estar cercado por seguranças. Mas, num grande evento como esse, é importante tomar as medidas corretas de segurança para todo o público, para os jogadores, para todo mundo ficar seguro", afirmou o maior campeão da história do torneio parisiense, com nove títulos.

A rigidez no controle em Roland Garros não é por acaso. A França sofreu pelo menos dez atentados terroristas desde o início de 2015, a partir do ataque ao jornal Charlie Hebdo. Em novembro do mesmo ano, Paris voltou ao noticiário mundial por causa dos ataques à casa de shows Bataclan e à vizinhança do Stade de France. No total, 130 pessoas morreram.

O Estado Islâmico reivindicou os ataques, assim como fez em abril deste ano, quando um tiroteio na Avenida Champs-Élysées, a mais famosa rua parisiense, voltou a assustar os franceses. Um policial e o próprio atirador morreram no local.

Líderes políticos de diversos países europeus e asiáticos, assim como o Papa Francisco, condenaram na manhã deste domingo os ataques terroristas realizados na noite de ontem em Londres, que deixaram ao menos 7 mortos e 50 feridos.

O papa ofereceu orações para as vítimas durante a missa realizada neste domingo. Na cerimônia, Francisco pediu para que o Espírito Santo "conceda paz ao mundo e cure as feridas da guerra e do terrorismo, que também ontem à noite, em Londres, atingiram vítimas inocentes".

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, expressou sua solidariedade ao povo de Londres e declarou em um comunicado neste domingo que "hoje estamos unidos além das fronteiras, em horror e tristeza, mas também em determinação". Destacou, ainda, que "na luta contra toda forma de terrorismo, (a Alemanha) se mantém firme e determinada ao lado do Reino Unido".

A família real da Espanha publicou em seu perfil no twitter que "o povo britânico vai superar a barbárie e a insensatez". "Estamos unidos hoje na dor e em nossa incansável defesa da liberdade", acrescentou. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores espanhol, um cidadão espanhol está entre os feridos nos ataques.

O premiê italiano Paolo Gentiloni, que recebeu o G7 na Sicília no fim de maio, quando o grupo prometeu novas medidas para combater o terrorismo, também escreveu em seu perfil no twitter. "Solidariedade com o governo britânico e esforço compartilhado contra o terrorismo; estamos unidos em memória às vítimas".

Ainda na Europa, o presidente russo Vladimir Putin declarou que o ataque na London Bridge é "chocante em sua crueldade e cinismo". A declaração foi feita em um telegrama de condolências enviado à primeira ministra britânica Theresa May, segundo informações do site do governo da Rússia. Ainda no telegrama, Putin expressou sua "confiança de que a resposta ao incidente deve ser a escalada de esforços conjuntos na luta contra as forças do terror em todo o mundo".

Na Ásia, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã condenou o que considerou "ataques terroristas". A TV estatal do país reportou que o ministro Bahram Ghasemi condenou o terrorismo em "todas as formas e aspectos, independentemente da finalidade e do motivo".

Também o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou por meio do porta-voz Ernesto Abella que "atos como este afetam não somente o povo de Londres, mas também todos aqueles da comunidade internacional que prezam pela paz". O governo da Indonésia, país que conta com a maior população islâmica no mundo, condenou os ataques e reafirmou seu apoio e solidariedade ao Reino Unido em seus esforços para combater o "radicalismo e o terrorismo".

O primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, também condenou os ataques e declarou em comunicado que eles causaram "choque e angústia" e que "seus pensamentos estavam com as famílias dos falecidos".

Governos de outros países do mundo árabe, como Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrain, Oman e Kuwait também publicaram separadamente comunicados condenando os ataques em Londres e declarando seu apoio ao governo britânico. A embaixada da Arábia Saudita no Reino Unido recomendou a seus cidadãos que vivem em Londres para agir com cautela em áreas mais populosas e seguir as instruções da polícia. (Fonte: Associated Press).

A Igreja Copta do Egito decidiu nesta quarta-feira (12) limitar as celebrações da Páscoa às missas, depois dos atentados de domingo contra a comunidade cristã.

"Dadas as atuais circunstâncias e por solidariedade às famílias das vítimas, vamos limitar as celebrações da Páscoa às missas nas igrejas", afirma um comunicado.

Os atentados contra duas igrejas no domingo passado deixaram 45 mortos.

A cidade de Tanta, no Egito, busca voltar à normalidade nesta segunda-feira (10) , após o sangrento atentado de domingo (9) contra a catedral de São Jorge, que deixou 27 mortos e 77 feridos.

Rimon, um comerciante de 39 anos que tem uma loja de brinquedos em frente ao templo, reabriu seu negócio nesta manhã. "Graças a Deus está tudo tranquilo, não temos medo e tentamos viver com normalidade ", disse ele à Agência EFE, em frente ao lugar que ontem foi palco de duras cenas de luto e dor.

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Atentados deixam marca difícil de ser apagada

No entanto, não é segredo que o dia sangrento e terrível" que viveram ontem os cristãos egípcios "deixou uma marca psicológica " que será difícil de apagar.

Dois atentados ocorridos ontem contra a catedral de São Jorge de Tanta e a de São Marcos de Alexandria, na costa mediterrânea, deixaram 44 mortos e 100 feridos entre os fiéis que participavam da missa de Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa.

O grupo jihadista Estado Islâmico assumiu a autoria e disse que assegurou que foram perpetrados por dois suicidas. O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, anunciou o estado de emergência em todo o país e ordenou o envio de unidades especiais do Exército em torno das "instalações vitais" em todas as províncias.

Além disso, igrejas de Tanta receberam nesta manhã dezenas de fiéis cristãos para a missa de segunda-feira santa, em meio de uma notável presença de agentes de segurança, embora menos intensa que ontem, logo após os ataques.

Principal monumento da França, a Torre Eiffel vai ganhar uma proteção com vidro blindado contra atentados e ameaças terroristas. O Conselho de Paris aprovou na segunda-feira (27), por unanimidade, o projeto que já vinha sendo discutido desde janeiro devido aos atentados terroristas registrados nos últimos anos na Europa.

O orçamento para as obras é de 20 bilhões de euros. Serão instalados vidros blindados dos dois lados da torre, mas de uma maneira que preserve a perspectiva do lugar, diante do rio Sena e da esplanada do Campo de Marte.

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Os outros dois lados do quadrante serão fechados por cerca metálica, com controles de segurança, que vão reproduzir o perfil do monumento. A reforma deve terminar no segundo semestre de 2018.

Além da proteção na torre, será implantado um sistema de segurança contra veículos que circulam pela região e mais câmeras de monitoramento. Com cerca de sete milhões de turistas ao ano, a Torre Eiffel é um dos monumentos mais visitados em todo o mundo. Mas, devido ao atentado de Paris em novembro de 2015, o turismo na França caiu no ano passado. 

O FBI prendeu nesta sexta-feira (03) um homem em St. Louis, estado de Missouri, suspeito de ameaça de bomba a centros judaicos e escolas americanas em todo o país.

O departamento de Justiça comunicou que Juan Thompson, 31 anos, é possivelmente o responsável por ao menos oito das mais de cem ameaças feitas nas últimas semanas, que por sua vez suscitaram medo e uma onda de atos antissemitas no país. O órgão de investigação federal acredita que o homem atuava de forma a assediar uma ex-namorada.

"Hoje (sexta-feira) acusamos formalmente Juan Thompson por supostamente assediar sua ex-namorada ameaçando em nome dela a centros judeus por meio de bombas e a Liga Antidifamação", explicou em comunicado o fiscal-geral do distrito sul de Nova York, Preet Bharara.

"As ameaças contra pessoas e lugares baseadas em sua religião ou raça, sem importar o motivo, são inaceitáveis, antiamericanas e criminais", declarou a autoridade. Paralelamente, um grupo de vândalos quebrou e pintou lápides em um cemitério judeu do estado de Nova York, sendo esse o terceiro ataque com essas carcterísticas registrado no país nas últimas semanas.

A diretora-executiva da Federação Judia de Greater Rochester, Meredith Dragon, afirmou que a polícia local não conseguiu determinar se os danos -- cometidos na madrugada de quarta-feira (01)-- são um ato de vandalismo ou crime de ódio.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou a abertura de uma nova investigação diante do auge de ataques e ameaças contra organizações judias no estado.

As indonésias têm um papel cada vez mais ativo no extremismo violento e algumas buscam ser terroristas suicidas do grupo Estado Islâmico (EI), afirmou nesta quarta-feira o Instituto de Análises de Conflitos (IPAC) de Jacarta.

A detenção em dezembro passado de duas mulheres vinculadas ao EI, suspeitas de planejar atentados suicidas na Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, ilustra esta tendência, indicou o relatório do IPAC.

Muitas mulheres indonésias viajaram ao Oriente Médio para se integrar às fileiras do Estado Islâmico, acrescentou.

"As indonésias integrantes de grupos extremistas sintonizam com as práticas mortíferas de suas irmãs em outras partes do mundo", disse o relatório, que cita o exemplo de Dian Yulia Novi e Ika Puspitasari, que eram candidatas a lançar atentados suicidas em Jacarta e Bali.

O IPAC aconselha o governo a investigar as redes femininas vinculadas aos grupos extremistas, em particular as indonésias expulsas da Turquia depois de terem tentado se unir ao Estado Islâmico na Síria.

Os serviços antiterroristas da Indonésia se negaram a comentar o relatório.

Eles passaram sete anos presos durante a Presidência de George W. Bush e outros oito sob o governo de Barack Obama. Em suas celas, na base naval de Guantánamo, cinco acusados pelos ataques de 11 de setembro de 2001 esperam, sem serem julgados.

Os cinco acusados - entre eles Khalid Sheikh Mohamed (JSM), considerado o mentor dos atentados - enfrentam a Justiça militar americana em Guantánamo (Cuba), nesta quarta-feira (25), para uma nova série de audiências no âmbito dos preparativos para o julgamento.

Essa odisseia legal desperta certo interesse após a chegada de Donald Trump ao poder. O republicano disse que não hesitaria em enviar presos para Guantánamo e que não via inconvenientes em que fossem julgados. Ninguém pode prever, porém, a data do julgamento desses acusados, no que se tornou um dos procedimentos mais complexos da história judicial americana.

"Estamos mais determinados do que nunca a apresentar essas pessoas à Justiça e vamos fazê-lo, qualquer que seja o tempo que leve", declarou o general Mark Martins, que dirige a equipe da Procuradoria, na véspera das audiências. O general avalia que o júri que decidirá o destino dos cinco homens pode começar a ser selecionado em pouco mais de um ano, em março de 2018.

A defesa dos acusados considera 2020 uma data mais realista. Os cinco estão detidos há 15 anos, foram acusados há nove e podem ser condenados à morte. O processo avança a passo de tartaruga, como mostra o programa de audiências da semana, que possivelmente será impugnado nesta quarta.

O juiz militar responsável, coronel James Pohl, deverá determinar se as audiências podem ser realizadas na ausência de Cheryl Bormann, a principal advogada do iemenita Walid bin Attash, que fraturou o braço e não pôde viajar a Guantánamo esta semana.

A acusação quer que Walid bin Attash renuncie excepcionalmente à presença de sua advogada para essa série de audiências, mas os defensores dos outros acusados temem que isso crie um precedente. Se o iemenita se negar, o depoimento de um octogenário que perdeu seu filho, sua nora e sua neta em um dos voos poderia ser adiado para uma nova sessão, atrasando ainda mais um processo já moribundo.

O processo judicial contra os acusados é ainda mais complicado se se levar em conta que os prisioneiros passaram por algumas prisões secretas da CIA, e alguns foram submetidos a "procedimentos de interrogatório exagerados". A expressão é um eufemismo para tortura.

Defesa enfurecida

É o caso de JSM, detido no Paquistão em 2003, submetido a várias sessões de simulação de afogamento e sessões de "reidratação retal" sem justificativa médica antes de ser transferido para Guantánamo em 2006.

Certos elementos da acusação, coletados pela CIA, continuam sob sigilo no informe do governo americano sobre a tortura. Os advogados de defesa estão furiosos por não terem acesso a esse relatório e a todos os elementos de acusação dos quais o governo dispõem. "Não sabemos o que não sabemos. Esse é o problema", resumiu Walter Ruiz, advogado do saudita Mustafah al-Hawsawi.

Ainda restam 41 detidos em Guantánamo, entre os quais os cinco acusados. O presidente Barack Obama não conseguiu fechar o campo de prisioneiros como prometeu e teve de se conformar com reduzir o número de ocupantes. Eram 242 quando chegou ao poder em 2009. Durante sua campanha, Donald Trump mostrou o desejo de voltar a encher o campo de prisioneiros com "caras maus".

Disse ainda que vai restabelecer a tortura, fazendo mais "simulações de afogamento", embora desde então pareça ter mudado de opinião, sob a influência de seu secretário de Defesa, general da reserva James Mattis, conhecido como "Mad Dog" (Cachorro Louco).

Além de JSM, Mustafah al-Hawsawi e Walid bin Attash, os acusados do 11 de Setembro são o iemenita Ramzi ben al-Chaiba e o sobrinho de JSM, Ammar al-Baluchi, também conhecido como Ali Abd al-Aziz Ali, de origem paquistanesa como seu tio.

O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria de dois atentados ocorridos em Bagdá, no Iraque, entre sábado (31) e esta segunda-feira (2), informou a emissora Al Jazeera. As informações são da agência de notícias Ansa.

O ataque do último sábado deixou 28 mortos e o realizado hoje, em uma praça de um bairro xiita, matou pelo menos 39 mortos.

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O mundo se prepara neste sábado (31) para uma longa noite de celebrações para receber 2017 em meio a fortes medidas de segurança, ao término de um ano abalado por uma série de ataques mortíferos contra civis. Istambul, Orlando, Bruxelas, Ouagadougou, Bagdá... A lista de cidades atingidas por ataques extremistas em 2016 é longa.

Em Nice (86 mortos no dia 14 de julho) e Berlim (12 mortos em 19 de dezembro), caminhões avançaram contra a multidão, o modus operandi mais temido pelos serviços de segurança neste Ano Novo. No entanto, milhões de pessoas sairão sucessivamente às ruas de Oceania, Ásia, Oriente Médio, África, Europa e América para comemorar a chegada de um ano repleto de incertezas políticas e geopolíticas.

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Devido à diferença de horário, Sydney será às 13H00 GMT (11h00 de Brasília) a primeira grande metrópole a receber o novo ano, que começará com 12 minutos de um show pirotécnico em sua emblemática baía. Mas a Austrália também está na linha de frente da luta contra o terrorismo. Um total de 2.000 policiais extras serão mobilizados em Sydney após a prisão de um homem por "ameaças vinculadas ao Ano Novo". Há uma semana, o governo já havia afirmado ter frustrado um "complô terrorista" para o dia de Natal em Melbourne.

"Encorajo todos a aproveitar o Ano Novo sabendo que a polícia faz tudo o que pode para garantir a segurança", declarou o primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul, Mike Baird, para tranquilizar o milhão e meio de pessoas esperadas para este sábado nas imediações da ponte da baía e da Ópera.

- Paris volta a ser uma festa -

A segurança está no centro das preocupações em todos os continentes. A Indonésia também disse ter frustrado um projeto de atentado de um grupo ligado ao Estado Islâmico (EI) no Natal em Jacarta e dezenas de pessoas morreram nas Filipinas nos últimos dias em ataques atribuídos a extremistas.

Israel, por sua vez, divulgou na sexta-feira uma advertência sobre os riscos "imediatos" de atentados contra turistas, em particular israelenses na Índia.

Em Nova York, 165 veículos "bloqueadores" - como caminhões de lixo - serão colocados em "locais estratégicos" e, principalmente, nas imediações da Times Square, onde se espera que mais de um milhão de pessoas acompanhem a tradicional descida da bola que anuncia a mudança de ano.

Em Berlim, as autoridades colocarão blocos de concreto e veículos blindados nas artérias que conduzem ao Portão de Brandemburgo. Em Colônia, o número de agentes foi multiplicado por 10 para evitar que se repita a onda de ataques sexuais cometidos por migrantes registrados no ano passado e que provocaram uma onda de indignação na cidade.

Os dispositivos de segurança também foram reforçados em Roma, especialmente em torno da Basílica de São Pedro, onde o papa Francisco liderará durante a tarde o tradicional Te Deum.

Depois de uma véspera de Ano Novo sombria em 2015 após os atentados de 13 de novembro, Paris volta a ser uma festa. Meio milhão de pessoas devem se reunir na Champs Élysées. Mas a segurança será enorme, com quase 100.000 policiais, gendarmes e militares mobilizados em toda a França.

Em Madrid, a Puerta del Sol já espera os 25.000 privilegiados que receberão o novo ano comendo uvas no compasso das doze badaladas da meia-noite, protegidos por cerca de 800 agentes das forças de segurança.

- Mais um segundo -

No Rio de Janeiro, mais de dois milhões de pessoas invadirão a praia de Copacabana. Mas o espetáculo dos fogos de artifício foi reduzido de 16 para 12 minutos devido à crise e à falta de financiamento em uma cidade que tenta se recuperar do custo exorbitante da Copa do Mundo futebol de 2014 e dos recentes Jogos Olímpicos.

A América será o último continente a entrar em um novo ano, que se anuncia repleto de incógnitas, começando pela chegada à Casa Branca de Donald Trump, uma pessoa que ninguém teria apostado que venceria a disputa no início de 2016.

Também há incerteza sobre o conflito na Síria, cuja onda expansiva se propaga há quase seis anos muito além do Oriente Médio. Um cessar-fogo está em vigor desde 30 de dezembro, no qual são excluídos os grupos considerados terroristas, como o EI.

Mas antes de entrar no ano novo, os cidadãos de todo o mundo terão mais um segundo para aproveitar esta noite especial.

O minuto que vai das 23h59 às 00h00 durará um segundo a mais, 61, devido à inclusão de um "segundo intercalar" que permitirá sincronizar o tempo astronômico da rotação da Terra com a escala de tempo atômica, muito mais precisa.

Laura Ouandjli, uma mãe de família desempregada de 24 anos, foi condenada a um ano de prisão na França, nesta segunda-feira (21), por fingir ter sido uma das vítimas dos atentados de 13 de novembro de 2015, em Paris, na esperança de ser indenizada.

Ela também deverá depositar o valor simbólico de um euro por danos e juros ao Fundo de Indenização às Vítimas do Terrorismo, informou o Tribunal Correcional de Versalhes.

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Em 22 de dezembro de 2015, ela se apresentou a uma delegacia em Paris para prestar queixa, na expectativa de que fazer parte das vítimas de um dos ataques extremistas na capital, na noite de 13 de novembro, contra o bar Le Carillon.

A jovem contou ter sido "gravemente ferida no braço". Ela estava com o braço em uma tipoia e apresentou atestados médicos, segundo as quais teve de fazer um enxerto de pele. Além disso, produziu uma foto de seu braço supostamente ferido e alegou ter perdido seu telefone, o cartão e outros bens pessoais naquela noite.

O problema é que a jovem fingiu "ter sido atingida por uma explosão", quando, na verdade, a varada do Carillon foi alvejada por tiros de um fuzil de assalto. Após contato com a Divisão Antiterrorista, a Polícia logo encontrou várias "incoerências" no relato da jovem, assim como nas provas produzidas.

O médico que teria assinado seu atestado nunca a recebeu. O nome da jovem não se encontrava em qualquer lista de vítimas que deram entrada no hospital na noite da tragédia. E a foto do braço ferido foi encontrada na Internet. Colocada sob custódia em fevereiro passado, Laura admitiu os fatos.

Pelo menos 130 pessoas morreram, e centenas ficaram feridas nesses atentados, que tiveram sua autoria reivindicada pelo Estado Islâmico (EI).

Com sobriedade, a França relembrou, neste domingo (13), o primeiro aniversário dos atentados de Paris, em um dia solene, ao longo do qual foram inauguradas placas em memória das 130 vítimas do Estado Islâmico (EI).

Depois da reinauguração da sala de espetáculos parisiense Bataclan, com um show do cantor Sting, no domingo, o presidente francês, François Hollande, liderou as cerimônias oficiais para honrar seus mortos. Há um ano, 90 pessoas morriam nesse estabelecimento.

Os eventos começaram às 9h locais (6h em Brasília), em frente ao Stade de France, onde Hollande descerrou uma primeira placa em memória de Manuel Dias: um português de 63 anos que faleceu a poucos metros do estádio, quando um suicida detonou seu cinturão de explosivos.

Depois de um minuto de silêncio, o filho da vítima, Michael Dias, leu uma mensagem, na qual recordou seu pai e fez um apelo pela tolerância.

"Não deixo de ouvir meu pai, que nos diz que não devemos viver com medo. Frente a esse medo de viver, de sair, devemos continuar avançando livres, sem nunca ceder a quem quer nos aterrorizar", declarou Michael, de 31. Esse vibrante discurso foi o único pronunciado nas comemorações.

Também participaram do evento várias pessoas que ficaram feridas nas explosões que ocorreram nas imediações do estádio nacional, enquanto as seleções da França e da Alemanha disputavam uma partida.

Hollande, que estava presente no estádio naquela noite de 13 de novembro de 2015, falou durante 15 minutos com algumas das vítimas, entre elas um guarda do estádio que ficou confinado a uma cadeira de rodas.

Seguindo a ordem cronológica dos ataques, o presidente socialista, acompanhado do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inauguraram em seguida outras placas perto de bares e restaurante no nordeste da capital, onde morreram 39 pessoas.

Ao cair da noite, milhares de pessoas depositaram 3.500 lanternas no canal Saint Martin, com mensagens de paz como "Nunca esqueceremos", "pensamos em vocês" e "bondade".

O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, presidiu uma missa em memória das vítimas na Catedral de Notre-Dame. Nele, felicitou os franceses por evitarem "uma guerra civil, uma guerra de religiões". Neste domingo, o premiê disse à rede BBC que o estado de emergência será prolongado.

Não serão esquecidos

Olivier, de 28 anos, lutava para conter as lágrimas durante a cerimônia que aconteceu em frente ao bar Le Carillon e ao restaurante Le Petit Cambodge. Ele foi baleado no braço e viu um amigo morrer. Neste domingo, acompanhou a mãe de seu amigo nas homenagens. "Tinha de vir apoiá-la", afirmou à AFP.

A última placa foi inaugurada diante do Bataclan, onde um comando radical invadiu atirando durante uma apresentação da banda americana Eagles of Death Metal. "Foi uma cerimônia sóbria, digna e emotiva. Nunca pensei que ouvir os nomes das vítimas me afetaria tanto", disse Thierry, um dos sobreviventes, à AFP.

No sábado, a música voltou a soar na casa, com Sting, em uma emocionante apresentação, onde se fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. O show de Sting durou uma hora e meia e, depois das últimas notas de "The Empty Chair", vários espectadores se abraçaram, enquanto outros ovacionaram tanto a apresentação do cantor britânico quanto o renascimento desse estabelecimento.

Na casa, com capacidade para quase 1.500 lugares, reuniram-se sobreviventes e familiares das vítimas, além de várias autoridades. Os mil ingressos colocados à venda na última terça-feira se esgotaram em menos de meia hora. Sting não cobrou pelo show, cuja renda será destinada a associações de vítimas do atentado.

Jesse Hugues, o vocalista do Eagles of Death Metal, assim como outro membro dessa banda, teriam tido sua entrada barrada pelas polêmicas declarações sobre a segurança do lugar em março passado, mas o agente do grupo desmentiu a notícia.

O programa oficial das homenagens terminou na prefeitura do distrito IX de Paris, onde dezenas de balões multicoloridos foram soltos em memória das vítimas. Caroline Langlade, da associação Life for Paris, pediu que "se dê tempo às vítimas para que se recuperem".

Entre los presentes nas homenagens, havia turistas estrangeiros, embora Paris e seus arredores tenham perdido cerca de dois milhões de visitantes este ano. "Muitos japoneses não vêm mais a Paris por conta dos atentados, mas eu queria estar do lado da França", explicou Yoshihide Miwa, de 49.

Apesar da tristeza e da dificuldade para "virar a página", parisienses expressaram neste domingo vontade de seguir em frente, com pedidos de tolerância, no primeiro aniversário dos atentados de 13 de novembro de 2015.

Um ano depois da explosão de bombas e dos disparos de fuzis kalashnikov, um silêncio quase religioso tomou os lugares onde uma dezena de jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) tiraram a vida de 130 pessoas e deixaram quase 400 feridos.

Diante do estádio nacional de Saint Denis, nos arredores de Paris, e nas imediações de bares e restaurantes da capital francesa, rostos estavam sérios e alguns exibiam lágrimas misturadas a gotas da chuva que acompanhou o primeiro aniversário dos atentados.

"Voltar a ver os feridos, às vezes usando muletas ou em cadeiras de rodas, fez eu me lembrar", contou Thierry, sobrevivente do ataque ao Bataclan.

"Meu nome poderia estar nesta placa", disse, apontando para o memorial dedicado às 90 pessoas que morreram no local.

Thierry considerou a cerimônia "sóbria, digna e emocionante". "Nunca pensei que ouvir o nome das vítimas me afetaria tanto", comentou.

Líderes políticos evitaram tomar a palavra, para não serem acusados de tirar proveito das circunstâncias.

O consultor Olivier, 28, ferido no bar Le Carrillon, ficou satisfeito com as homenagens, mas disse desejar que a França vá um pouco mais longe em sua reflexão.

"É importante entender como chegamos até aqui, por que há uma divisão entre estas duas juventudes", assinalou.

Muitos dos autores dos atentados eram jovens franceses radicalizados por islamitas, que decidiram atacar a juventude que se divertia em uma noite de sexta-feira na casa de shows Bataclan e em restaurantes e cafés de uma área cosmopolita do nordeste de Paris.

Neste domingo, moradores da região mostraram uma firme vontade de não ceder ao medo e à intolerância crescente na sociedade francesa.

"Sem importar a cor da pele ou a religião, todos nos encontramos hoje na tristeza", disse Brigitte, 69, que lembrou os atentados no bar La Belle Equipe, onde uma conhecida morreu.

- Nenhum 'amálgama idiota' -

Muitos deixaram flores, velas ou pequenas mensagens poéticas. "Tentaram nos enterrar, mas não sabiam que éramos sementes", dizia uma delas.

Os atentados "marcaram a vida da região", assinalou Bruno, 36 anos, que comemorou não ter ouvido "nenhum amálgama idiota sobre os muçulmanos e os terroristas em nenhum dos bares" que frequenta.

Os atentados geraram suspeita e tensão envolvendo a comunidade muçulmana na França, que ficaram em evidência nas discussões sobre o burquíni durante o verão boreal.

"Como podemos continuar vivendo depois de termos sido atingidos pelo terrorismo? Como faremos para não sermos alimentados pelo ressentimento ou pelo ódio?", questionou Michael Dias, filho de Manuel, primeira vítima dos atentados, que perdeu a vida nas imediações do estádio nacional de Saint Denis quando um dos homens-bomba que tentavam entrar no local detonou seu cinturão.

O único orador do dia disse que encontrou sentido na história de vida de seu pai, que chegou à França oriundo de Portugal, aos 18 anos, fugindo da ditadura.

"Não deixei de ouvir meu pai, ele nos diz que não devemos viver com medo. Frente a este medo de viver, de sair, devemos continuar avançando, livres (...), sem nunca cedermos àqueles que querem nos aterrorizar", refletiu.

Em relação ao tema terrorismo, "não é por uma ordem, e sim através de cultura e conhecimento, que poderemos evitar que as crianças de amanhã se humilhem como buchas de canhão", disse o homem, 31, que convocou um combate "à estigmatização e divisão".

Diante do presidente francês, François Hollande, que se manteve discreto, Dias encerrou dizendo: "Viva a tolerância, viva a inteligência e viva a França!"

Dois membros do grupo Eagles of Death Metal, a banda americana que tocava na casa Bataclan na noite dos atentados de 13 de novembro passado em Paris, foram impedidos de entrar no show de reinauguração por suas polêmicas declarações sobre a segurança - informou o estabelecimento.

"Eles vieram, eu os expulsei. Há coisas que não se perdoa", declarou o codiretor da casa de espetáculos Jules Frutos, no fim do show de Sting.

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O evento do cantor britânico marcou a reabertura da casa e, ao mesmo tempo, o primeiro aniversário da tragédia, que deixou 90 mortos.

Um dos membros impedidos de entrar, o cantor Jesse Hughes, sugeriu que o atentado pode ter sido preparado de dentro do estabelecimento, com a ajuda dos seguranças.

Um ano após os atentados de 13 de novembro, o Bataclan renascerá neste sábado e lembrará com a voz do cantor Sting os 90 mortos no ataque jihadista a esta casa de shows de Paris.

A onda de terror começou nos arredores do Stade de France, ao norte da capital, durante uma partida entre França e Alemanha, e continuou no Bataclan e em bares e restaurantes da cidade. O balanço final dos ataques, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), foi de 130 mortos.

Os atos pelo primeiro aniversário dos atentados começaram na noite desta sexta-feira, no estádio nacional de Saint-Denis, onde os 80 mil espectadores guardaram um minuto de silêncio antes da partida entre França e Suécia pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Há um ano, a primeira vítima foi identificada a poucos metros do Stade de France. Três homens acionaram seus cinturões de explosivos, tirando a vida de Manuel Dias, motorista português de 63 anos. Em seguida, morreram 129 pessoas em outros pontos da cidade.

'Deve-se lembrar'

"Deve-se lembrar: 130 mortos, centenas de feridos. Primeiro, por sua memória, mas também por todos os que sobreviveram, e para nós que temos que fazer este ato de recordação, de consolo, apoio e solidariedade", disse na noite de ontem o presidente francês, François Hollande, antes da partida.

Acompanhado de parentes das vítimas, Hollande, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e seu colega de Saint-Denis, Didier Paillard, visitarão neste domingo todos os lugares atingidos pelos atentados: o estádio nacional, os bares e restaurantes Le Carillon, Le Petit Cambodge, La Bonne Bière, Cosa Nostra, Comptoir Voltaire e La Belle Équipe, e o Bataclan.

No dia do aniversário, serão inauguradas placas com o nome das vítimas. Já o Bataclan, que passou por uma reforma completa, será reaberto na noite deste sábado, com um show de Sting. O ex-vocalista do The Police se apresentará por cerca de uma hora a partir das 21h locais.

Os mil ingressos colocados à venda na última terça-feira se esgotaram em menos de meia hora. Os últimos fora distribuídos ontem. A sala, com capacidade para 1.497 personas, também receberá autoridades e parentes das vítimas.

Balões e velas

Inaugurado como teatro em 1865, o Bataclan vai "fazer muito barulho" hoje, aposta Jérôme Langlet, responsável pela Lagardère Live Entertainment, empresa proprietária do local. "Um ano depois dos atentados, a França e o mundo vão ver que o Bataclan renasce."

"Era necessário acontecer alguma coisa antes do domingo", disse Jules Frutos, diretor da casa de shows. "Começar com cerimônias em frente ao Bataclan e, depois, música, não me convencia."

A associação Life for Paris soltará balões na tarde deste sábado. À noite, serão depositadas lanternas, símbolos de esperança e vida", no Canal Saint Martin, próximo de vários dos locais atacados. A associação "13 de novembro: fraternidade e verdade" também convocou os franceses a participar dos atos, colocando velas em suas janelas.

Sting, 65, não cobrará pelo show, cuja renda será destinada a estas duas associações de vítimas. O cantor inglês, que fez no Bataclan um show memorável com o The Police em 23 de abril de 1979, prometeu "honrar a memória dos que morreram".

O suspeito dos atentados cometidos em meados de setembro em Nova York e Nova Jersey compareceu em um tribunal nesta quinta-feira, pela primeira vez pessoalmente, após ter sido gravemente ferido durante sua prisão.

Representado por um advogado de ofício, Ahmad Khan Rahimi, de 28 anos, que acaba de ser transferido de uma prisão de Nova Jersey para Manhattan, foi informado de seus direitos pela juíza federal Sarah Netburn. Nenhuma data foi fixada para leitura formal da ata de acusação, que inclui a utilização de armas de destruição massiva e ataque com bomba em um lugar público.

O jovem americano de origem afegã é suspeito de ter colocado a bomba que deixou 31 feridos leves no bairro de Chelsea em 17 de setembro, assim como outras bombas artesanais em Nova York e Nova Jersey no mesmo fim de semana. Só um dos dispositivos explodiu, sem causar vítimas.

Após sua prisão, foram encontrados bilhetes em que o jovem - que fez várias viagens ao Afeganistão e ao Paquistão - mencionava Osama Bin Laden e um ideólogo da Al-Qaeda, assim como motivações extremistas. Ele é o único suspeito no caso. Seu advogado, David Patton, indicou nesta quinta-feira que Rahimi "se declararia com segurança não culpado".

Rahimi já havia declarado ser inocente das acusações de tentativa de homicídio de policiais - dois agentes foram feridos durante sua prisão em Nova Jersey em 19 de setembro - em uma audiência organizada em outubro por vídeo-conferência em seu leito de hospital. Nesta quinta-feira, as conversações no tribunal se concentraram em seu estado de saúde.

Rahimi foi gravemente ferido por uma bala durante sua prisão, ocorrida dois dias depois da explosão da bomba em Chelsea, Manhattan, e só conseguiu caminhar mancando há pouco tempo.

Segundo Patton, ele foi submetido a "entre 8 e 10 intervenções cirúrgicas", sobretudo por conta de infecções que apareceram após as primeiras operações. Ainda está com "uma ferida aberta na perna", que o faz mancar, e sua mão esquerda continua deficiente, afirmou seu advogado.

Uma nova audiência está prevista para a próxima quarta-feira para verificar se a prisão na qual foi detido em Manhattan é capaz de fornecer os cuidados médicos necessários, ou se deverá ser transferido para outro local.

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