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Na Câmara dos Deputados e no Senado, esta semana e a próxima vão passar em branco. Um acordo informal entre os parlamentares garantiu que não haverá sessões até o início de agosto. Não é uma pausa oficial, mas uma paralisação extraoficial, apelidada de "recesso branco". De acordo com a Constituição, o Congresso só pode entrar em recesso em julho caso as duas Casas Legislativas tenham votado a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que não ocorreu neste ano, até agora.

Para o cientista político Rafael Cortez, professor do Instituto Brasileiro de Direito Público, pausas como essa auxiliam deputados e senadores a exercer outro papel relevante de suas funções: se aproximar das bases políticas estaduais. "Os parlamentares têm de lidar com essa dualidade: o exercício do mandato em Brasília e o diálogo com as bases, a quem eles estão ligados no Estado", afirmou Cortez. "A atividade legislativa não pode ser valorizada só pelo processo legislativo ordinário, mas também pela maneira como esse parlamentar participa na relação com suas bases", disse.

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Muitos parlamentares, porém, utilizam o recesso como férias. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, viajou, antes mesmo do início do período de recesso branco, para o cruzeiro do cantor Wesley Safadão, que partiu dos Estados Unidos rumo às Bahamas.

O site de divulgação do "WS On Board Flórida" informa que "o cruzeiro mais animado do Brasil agora é o navio mais animado do mundo!", com destino à "Ilha do Safadão". O retorno estava programado para a quinta-feira passada.

ARCABOUÇO

A votação do projeto de lei do arcabouço fiscal é uma das que ficarão para agosto, no Senado. Segundo o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), a demora em aprovar o arcabouço prejudicou a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O projeto que ficou conhecido como arcabouço fiscal substitui o teto de gastos do governo e, na prática, influencia a maneira como a União pode usar o dinheiro. Por isso, segundo parlamentares, não é possível analisar uma regra para o Orçamento de 2024 sem que, antes, seja finalizada a votação do arcabouço.

"Nós vamos ter que ter um tempo para fazer a LDO, não pode ser açodado. E a culpa não é minha. Desde abril, eu digo que a gente só pode votar a LDO depois que ver o arcabouço. O culpado é o Senado", disse o relator.

ESFORÇO

O recesso branco vem após um esforço concentrado por parte de Lira para aprovar pautas prioritárias do governo, como a reforma tributária e o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). No Senado, a votação da reforma tributária e a proposta do Carf também ficarão para o próximo mês.

O período pode afetar o trabalhos das comissões parlamentares de inquérito. A CPI do Movimento dos Sem Terra (MST) e a CPI Mista do 8 de Janeiro, por exemplo, só terão sessões na volta do recesso dos congressistas.

Em um começo de governo turbulento pela falta de articulação política com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a ajuda do repasse de emendas, garantiu a aprovação das principais medidas provisórias (MPs) que retomam programas caros ao PT, como o Bolsa Família e o Mais Médicos, e o avanço da reforma tributária.

Em alguns casos, a vitória veio a duras penas, como no caso da MP dos Ministérios, e exigiu que o governo abrisse diálogo para remanejar espaços para partidos do Centrão na Esplanada e em estatais. "Me parece que a gente encerra a atividade legislativa no primeiro semestre com o grupo político respondendo aos principais dilemas da agenda nesse primeiro semestre, o que não deixa de ser surpreendente, porque o ambiente político nas fileiras do Congresso é bastante turbulento", avaliou Tafael Cortez.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, participou, na noite dessa quarta-feira (12), da abertura do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília e foi vaiado por um grupo de estudantes que exibiu uma faixa com os dizeres : “Barroso inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”.

Em reação e no início do seu discurso, o ministro disse que suspendeu, no ano passado, o pagamento do piso nacional dos enfermeiros para viabilizar os recursos para garantir os repasses. Barroso foi o relator do caso no Supremo.

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“Eu venho do movimento estudantil. De modo que nada que está acontecendo aqui me é estranho. Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o bolsonarismo. E mais que isso, foi eu que consegui o dinheiro da enfermagem porque não tinha dinheiro. Não tenho medo de vaia porque temos um país para construir”, rebateu.

Barroso ainda defendeu a democracia e o enfrentamento da pobreza no país. “Eu continuo a dizer pelos meus sonhos de juventude, enfrentar a pobreza, a desigualdade abissal que existe nesse país e ser capaz de construir argumentos democráticos em favor do bem e da justiça contra a intolerância”, disse.

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*Com a Agência Brasil

A União Nacional dos Estudantes (UNE) abriu, nessa quarta-feira (12), o 59° Congresso da entidade, em Brasília. Até domingo (16), cerca de 10 mil estudantes de todo o Brasil vão participar de debates sobre democracia, educação, mercado de trabalho, além de eleger a nova diretoria. Nesta quinta (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar do congresso e receberá uma carta com demandas para a educação.

No primeiro dia do evento, a UNE promoveu um ato em defesa da democracia e de combate ao discurso de ódio no país. Familiares também prestaram homenagens aos 50 anos do desaparecimento de Honestino Guimarães, líder estudantil morto durante a ditadura militar no país.

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Durante o ato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a defesa da democracia está relacionada com o combate à desigualdade social e à construção de um país mais justo para população.

“Todo mundo aqui é contra o fascismo, contra o golpismo e contra a extrema-direita. Todo mundo defende a educação pública gratuita de qualidade para todos no Brasil. Todos são contra a discriminação dos negros, das mulheres e da comunidade LGBT”, afirmou.

Dino também voltou a defender a regulamentação das redes sociais e disse que elas têm funcionado como “plataformas das ideias da direita e do poder econômico”.

“A segunda tarefa democrática fundamental é enfrentar o poder de quatro, cinco empresas que mandam na internet e veiculam extremismo”, completou.

Vaias

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso também esteve presente. Ele lembrou de sua atuação no movimento estudantil e também defendeu a democracia e o enfrentamento da pobreza no país.

“Eu continuo a dizer pelos meus sonhos de juventude, enfrentar a pobreza, a desigualdade abissal que existe nesse país e ser capaz de construir argumentos democráticos em favor do bem e da justiça contra a intolerância”, disse.

No início de seu discurso, Barroso foi vaiado por um grupo de estudantes que exibiu uma faixa com os dizeres : “Barroso inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”.

O ministro disse que suspendeu, no ano passado, o pagamento do piso nacional dos enfermeiros para viabilizar os recursos para garantir os repasses. Barroso foi o relator do caso no Supremo.

“Eu venho do movimento estudantil. De modo que nada que está acontecendo aqui me é estranho. Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o bolsonarismo. E mais que isso, foi eu que consegui o dinheiro da enfermagem porque não tinha dinheiro. Não tenho medo de vaia porque temos um país para construir”, rebateu.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal realizam nesta quarta-feira, 12, uma sessão conjunta para análise de vetos presidenciais e projetos de lei relacionados ao Orçamento (conhecidos como PLNs). Houve acordo para a deliberação de cinco vetos, em vez dos 22 que estão na pauta. São vetos tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto do atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Deputados e senadores entram em recesso na próxima semana.

Dentre eles, o veto parcial ao projeto de lei que instituiu o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O veto incide sobre dispositivos que tratam da destinação de 5% dos recursos do Sesc e do Senac para a Embratur.

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Fungetur - Em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro vetou 62 trechos da lei que reestruturou o Fundo Geral do Turismo. O acordo é para votar 6 desses pontos hoje. Os trechos dão à Embratur a atribuição de realizar pesquisas e estudos sobre produtos turísticos brasileiros e repassaram ao órgão recursos da Apex. Os vetos devem ser mantidos.

LDO 2022 - Veto do então presidente Jair Bolsonaro a trecho das Diretrizes Orçamentárias aprovadas pelo Congresso que na inviabilidade de executar restos a pagar (despesas do governo que ficam penduradas de um ano para o outro) não processados deveria ser encontrada outra fonte de verba para honrar o compromisso, incluindo casos de 2021. O acordo é pela manutenção do veto.

Indústrias Nucleares do Brasil - Só um dos 47 itens desse veto, também da gestão Bolsonaro, deve ser analisado. Trata-se do trecho que adia de 2022 para 2025 a alteração dos percentuais de receita que as concessionárias de energia elétrica precisam destinar para programas de eficiência energética. O veto deve ser derrubado, prorrogando o prazo.

SUSP - Vetos a trechos de um projeto de lei de 2019 que trata sobre saúde mental e prevenção de suicídio de policiais. Os artigos vetados tratam dos integrantes operacionais do Sistema Único de Segurança Pública, da aplicação aos policiais legislativos das diretrizes do Programa Pró-Vida e da garantia da liberdade de expressão para profissionais de segurança pública e defesa social.

Embratur e Sistema S - O governo fez um acordo com Congresso em maio para aprovação da medida provisória que isenta de impostos federais empresas beneficiadas pelo Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), além do turismo e do transporte aéreo regular de passageiros. Os senadores toparam aprovar o texto enviado pela Câmara com ajustes de redação e sob o compromisso de o governo vetar trecho que retirava recursos do Sistema S. A destinação de 5% dos recursos de Sesc e Senac para Embratur, que estava travando a votação, tinha forte pressão contrária do setor de comércio. O acordo da sessão de hoje é para manter o veto a este trecho.

Veja os PLNs que devem ser votados:

PLN 6 de 2023 - Abre para a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho crédito especial de R$ 808 mil.

PLN 7 de 2023 - Abre para a Justiça Eleitoral e o Ministério Público da União crédito suplementar de R$ 5,4 milhões.

PLN 8 de 2023 - Abre para a Justiça do Trabalho e para o Ministério da Educação crédito especial de R$ 1,6 milhão.

PLN 9 de 2023 - Abre crédito suplementar de R$ 40,4 milhões para operações oficiais de crédito.

PLN 10 - Abre um crédito suplementar no valor R$ 498 mi a ser destinado aos Ministérios da Justiça e Segurança Pública (14% dos recursos), Direitos Humanos e Cidadania (6,5%), Integração e Desenvolvimento Regional (5,4% dos recursos) e outras pastas (14,4%). O PLN também destina recursos em operações de crédito do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (59,7% dos recursos) para o financiamento de projetos do setor produtivo da região.

PLN 11 - Abre para os Ministérios da Educação, da Justiça e Segurança Pública, dos Transportes, e de Portos e Aeroportos, além de transferências a Estados, Distrito Federal e municípios, um crédito de cerca de R$ 3 bi.

PLN 12 - Propõe alteração na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2023 para viabilizar a concessão de reajuste para os servidores públicos e militares pertencentes às forças de segurança do governo do Distrito Federal. O reajuste será negociado em duas parcelas (julho de 2023 e janeiro de 2024), com impacto estimado de cerca de R$ 372 mi e R$ 685 mi, respectivamente.

PLN 13 - Abre para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação crédito especial no valor de cerca de R$ 23 mi.

PLN 14 - Abre para os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e das Mulheres, crédito suplementar no valor de R$ 25 mi.

Nos dias 11 e 12 de ahosto, Recife sedia o 1º Congresso Autismo na Vida Adulta Nordeste. A iniciativa será no Centro de Eventos Recife, localizado na Imbiribeira, na zona sul da capital pernambucana. O evento reúne palestrantes locais e nacionais das áreas da educação, medicina, psicologia, financeira, entre outras.

As inscrições podem ser realizadas através do site do Instituto Integrarte Dimitri Andrade. Estão confirmados para o evento a psicóloga e diretora do Instituto Integrarte Frínea Andrade; o psicólogo e supervisor do Instituto Integrarte André Bezerra;  Flávia Cortinovis, administradora de empresas que desenvolveu metodologia aplicável para pessoas com deficiência intelectual; o neuropediatra Gustavo Holanda; o psiquiatra João Carlos Leitão; a fonoaudióloga Karla Correia Simão, entre outros nomes.

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"Esse é o primeiro congresso no Norte/Nordeste que traz esse tema tão importante. Nosso propósito com o evento é ampliar os olhares sobre o autismo na vida adulta e principalmente sobre o diagnóstico tardio. Queremos mostrar os três pólos do autismo, nos níveis 1, 2 e 3 de suporte, buscando gerar o interesse das pessoas por entender as necessidades do autista na vida adulta de acordo com as suas particularidades para atendê-los de uma melhor forma através da compreensão de como inseri-los na sociedade e proporcionar certa independência. Sem dúvidas é uma oportunidade imperdível, principalmente para os profissionais de saúde e educação e os familiares de pessoas autistas”, aponta Frínea Andrade, diretora do Instituto Integrarte, por meio da assessoria.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou o pagamento de R$ 5,3 bilhões em emendas Pix na última quarta-feira, 5, véspera da votação da reforma tributária. Esse tipo de recurso é indicado por deputados e senadores e enviado por Estados e municípios sem transparência e fiscalização. Com a decisão do Palácio do Planalto, o dinheiro está pronto para cair na conta das prefeituras e governos estaduais.

A liberação ocorreu em um momento crucial para o Palácio do Planalto, após o retorno do presidente de uma viagem à Argentina e com a presença de uma legião de deputados, senadores, governadores e prefeitos em Brasília para negociar a reforma tributária. O governo é obrigado a pagar as emendas, mas controla o momento da liberação e age para evitar um caos na articulação política.

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Por um lado, o governo tenta chegar a um acordo comum com os líderes políticos para a aprovação de projetos de temas da agenda econômica. Ao mesmo tempo, tenta conter o Centrão. O bloco faz chantagens e ameaças em busca de verbas e cargos. O grupo comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobiça até o controle do Ministério da Saúde.

Foi a maior liberação de emendas em um único dia do ano. Fora isso, o Planalto nunca havia manuseado um volume tão grande de emendas Pix desde que o modelo foi criado, há quatro anos. A transferência dribla os órgãos de controle e não é fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O modelo caiu na graça dos parlamentares e subiu de R$ 621 milhões em 2020 para R$ 7 bilhões neste ano, turbinado após o fim do orçamento secreto. Hoje, a emenda PIX é usada por 86% dos deputados e senadores.

Falta de transparência

Parlamentares e prefeitos defendem esse tipo de emenda pela rapidez de pagamento. O dinheiro é enviado sem planejamento, antes de qualquer obra ou serviço público ter sido realizado e pode ser aplicado como o município bem entender, diferente do que ocorre com outros tipos de emendas. Na conta da prefeitura, o recurso fica sem "carimbo" para rastreamento.

Especialistas apontam falta de fiscalização e risco de desvios. Conforme o Estadão revelou, a emenda Pix já foi usada para realização de shows sertanejos em cidades sem saneamento, asfalto e emprego e bancou gastos irregulares no meio da campanha eleitoral, deixando a população sem investimentos.

O método dos congressistas continua o mesmo em 2023: dinheiro concentrado em redutos eleitorais, sem critério de distribuição, sem equilíbrio entre municípios e privilegiando parentes. Arthur Lira, por exemplo, colocou R$ 500 mil na prefeitura de Barra de São Miguel (AL), governada pelo pai, Benedito de Lira (PP). Valdir Rossoni (PSDB-PR) destinou R$ 16 milhões para Birutina (PR), onde o filho, Rodrigo Rossoni (PSDB), é prefeito.

Após a revelação do uso da emenda Pix, o governo exigiu neste ano que as prefeituras apontem para onde pretendem aplicar o dinheiro. As indicações feitas, no entanto, são genéricas, como "saúde" e "infraestrutura urbana", sem a apresentação de projetos específicos. Além disso, não há exigência de prestação de contas após o uso do dinheiro, o que colocou órgãos de controle em alerta.

O TCU ficou fora da fiscalização e decidiu que o acompanhamento dos gastos cabe aos tribunais locais, nos Estados e municípios, onde vários órgãos são ocupados por parentes de políticos. O tribunal ainda estuda uma norma para determinar como se dará a fiscalização. Enquanto isso, o dinheiro é gasto. Em quatro anos, a emenda Pix já totalizou R$ 13 bilhões.

O governo gerou uma nova insatisfação na Câmara no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta melhorar a relação com os deputados, que têm reclamado do tratamento que recebem do Palácio do Planalto. Sancionada no dia 14 com 134 vetos, a Lei Geral do Esporte é mais um capítulo do mal-estar entre governo e parlamentares.

Nos bastidores, deputados falam em "sabotagem" do trabalho da Câmara e dizem ter estranhado o fato de apenas a relatora do projeto no Senado, Leila Barros (PDT-DF), ter sido chamada para a sanção do texto, ao lado de Lula e da ministra do Esporte, Ana Moser.

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"Uma lei que foi muito discutida e debatida na Câmara, inclusive tendo comissão especial, com mais de 30 audiências públicas, com federações, atletas, árbitros, com a participação do Atletas pelo Brasil, que a própria ministra Ana Moser faz parte... A gente fica procurando onde teve tanto erro por parte do Congresso. Como você tem um veto de 134 dispositivos?", disse o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Esporte e relator do projeto de lei na Câmara.

"Ninguém da Câmara dos Deputados foi ouvido em relação a isso. A gente tentou equiparar a Lei de Incentivo do Esporte à Cultura. Achamos que o Esporte não tem que ter mais que a Cultura, mas também não tem que ter menos", afirmou Carreras.

Integrante da base do governo, Carreras lidera o chamado "blocão", a maior aliança formada na Câmara nesta legislatura. Com 173 deputados, o grupo inclui partidos como o PP do presidente da Casa, Arthur Lira (AL), o União Brasil, o PSB, o PDT e o PSDB.

Líderes do Centrão viram a cerimônia de sanção da lei, com a presença apenas da relatora no Senado, como um desprestígio à Câmara e chegaram a atribuir o "recado" do Planalto à proximidade que Carreras tem com Lira. O partido do deputado alagoano reivindica espaço maior na Esplanada, mais especificamente o comando do Ministério da Saúde, pleito que encontra resistências no entorno do presidente da República.

Padilha

A desconfiança maior do Centrão, nesse caso, é com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A indicação da atual ministra da Saúde, Nísia Trindade, é atribuída ao petista.

Líderes da Câmara avaliam que uma gafe como essa poderia até passar batida por Lula, mas dizem que era papel de Padilha, responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, alertar que o relator do projeto na Câmara também deveria ter sido chamado para a cerimônia de sanção.

Deputados desconfiam de uma retaliação de Padilha à cobiça do PP de Lira pela pasta de sua afilhada.

A Secretaria de Educação e Esporte de Pernambuco (SEE-PE) abriu as inscrições para o Congresso Pernambucano de Esportes, destinado a estudantes, gestores esportivos, atletas e profissionais de educação física.

O encontro será realizado nos dias 15 e 16 de julho das, 9h às 17h, na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.

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Os interessados podem se inscrever gratuitamente na página virtual do evento.

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O Primeiro Congresso Internacional da Devoção Mariana e Círios de Nazaré teve sua programação iniciada na quarta-feira (14), com missa celebrada pela manhã na Basílica Santuário de Nazaré e abertura solene, à noite, no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, em Belém do Pará. Organizado pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), o evento reuniu católicos dos tradicionais centros de devoção mariana do mundo.

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Com o objetivo de fortalecer a fé cristã a partir de Maria como exemplo de amor e integração entre os povos, participam do congresso representantes católicos de reconhecida devoção mariana: Fátima e Nazaré (Portugal), Lurdes (França), Guadalupe (México), Aparecida e Nossa Senhora de Nazaré (Brasil). Destaca-se a procissão do Círio de Nazaré, que ocorre em outubro na capital paraense.

Na Basílica Santuário, os devotos participaram da missa presidida pelo padre barnabita reitor Francisco de Assis Felintro e concelebrada pelos clérigos convidados, entre esses o padre Carlos Pedrosa Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima em Portugal, pela primeira vez em Belém do Pará. “Encontrar essa expressão mariana tão viva em Belém é reviver a fé que temos em Fátima”, disse o reitor português.

Após a celebração, os inscritos no congresso foram à Casa de Plácido, localizada no Centro Social de Nazaré, para realizar o credenciamento, o qual teve continuidade no Hangar, até o momento da programação da noite, quando o Primeiro Congresso Internacional da Devoção Mariana e Círios de Nazaré foi declarado oficialmente aberto.

O público, composto de religiosos, consagrados, leigos, autoridades eclesiásticas e seculares, acompanhou a chegada das imagens e ícones marianos cada um representando as aparições ou achados da Virgem Maria, em solos português, francês, mexicano e brasileiro. Representantes sacerdotais entregaram os símbolos marianos aos convidados que compunham a abertura, entre ao quais padre Diego Antônio da Silva, prefeito de Igreja do Santuário Nacional de Aparecida (Brasil); Luis Felipe García Álvarez, coordenador de Pastoral Litúrgica e teólogo magistral guadalupano (México); padre Michel Daubanes, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes (França) e o doutor Nuno Batalha, presidente da Mesa Administrativa de Nossa Senhora da Nazaré (Portugal).

Padre Paulo Falcão, da Arquidiocese de Belém e apresentador do podcast Cristo Mais, manifestou sua emoção por esse encontro considerado ímpar, o qual marca o centenário da Basílica de Nazaré. “Nosso Santuário aqui na Amazônia acolhe as pessoas que vieram participar do Congresso Mariano. Essa comunhão nos motiva ainda mais a seguir Jesus”, afirmou o sacerdote.

O arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, em seu pronunciamento, relembrou a ocasião em que entregou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré ao Papa Francisco, quando o Sumo Pontífice esteve no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013. “Essa imagem ficou na capela do auditório onde aconteceu o Sínodo e todos a contemplavam. Na ocasião, o Papa Francisco compartilhou vários sonhos, e nós estamos hoje a realizar uma parte desses sonhos ao evangelizar inspirados em  Maria, aquela que por excelência é revestida da Palavra de Deus”, afirmou dom Alberto. “O Círio de Nazaré consegue catalizar todas essas realidades de devoção mariana, por isso a Arquidiocese de Belém e a Diretoria da Festa de Nazaré tomaram a iniciativa de promover um intercâmbio dessas experiências vividas mundo afora.”

A programação segue até esta sexta-feira (16), concentrada pela manhã no Hangar, onde haverá o pronunciamento do secretário estadual de Turismo, Eduardo Costa, e da secretária de Cultura, Úrsula Vidal. Serão nomeadas as comissões técnicas e  prosseguirão as palestras, debates, além do testemunho da Guarda de Nazaré. À tarde, os congressistas fazem visitas guiadas à Basílica Santuário de Nazaré e Museu Memória de Nazaré.

Na manhã do encerramento, o Cura da Catedral Metropolitana de Belém, padre Agostinho, fará a oração inicial e o mestre de cerimônia Marcelo Pinheiro anunciará  o ciclo das atividades até o horário da missa das 18 horas, que será realizada na Sé, dando-se por concluído o I Congresso Internacional da Devoção Mariana e Círios de Nazaré.

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Alma mariana

Católica e devota da Virgem Maria, a escritora Ruth Farias frequenta assiduamente o Santuário de Fátima, localizado em Belém, no bairro de mesm, e participa do congresso. “Estive na celebração na Basílica Santuário de Nazaré e agora estou aqui na abertura solene”, disse. “O paraense tem a alma mariana e essa é uma oportunidade única que não quero perder de jeito nenhum.”

Outra devota que elogiou a programação foi a pedagoga Maria de Lourdes da Silva Souza, 71 anos, engajada no movimento “Mães que oram pelos filhos” e na pastoral da Liturgia da Basílica Santuário. “Aprendi com minha mãe a caminhar com Maria e ensinei a meus filhos esse amor mariano que nos fortalece”, enfatizou a congressista.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e o governador do Pará, Helder Barbalho, pontuaram o fato de o Primeiro Congresso Internacional da Devoção Mariana e Círios de Nazaré ocorrer em Belém, o que faz essa parte da Amazônia ser protagonista do olhar mundial da fé cristã. “Estaremos em breve recebendo novamente o público internacional por ocasião da Conferência Climática. Nos firmamos como um Estado em potencial desenvolvimento e, por isso, parabenizamos a Igreja Católica pelo evento que fortalece ainda mais esse perfil”, declarou Helder Barbalho.

Antônio Salame, coordenador do Congresso Internacional, ressaltou que as devoções marianas, particularmente as de línguas latinas, são o centro desse encontro.  “Pretendemos a partir dele definir diretrizes para  crescermos em nossa fé", ressaltou o diretor da Festa de Nazaré.

A noite de abertura no Hangar foi contemplada com a apresentação do canto lírico de Patrícia Oliveira, que interpretou a célebre “Ave Maria”. A vasta programação  do congresso conta ainda com opcionais de passeio fluvial ou city tour e visita à Feira Internacional do Turismo, no dia 17 de junho. Além de missa e concerto de música sacra na Basílica Santuário, a partir das 17 horas.

No dia 18 de junho, ocorre a Caminhada guiada no trajeto do Círio de Nazaré, saindo da Catedral Metropolitana de Belém (Cidade Velha), às 7h30 da manhã,  até chegar à Basílica Santuário de Nazaré.

Por Rosângela Machado (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

Imagens de vídeo: Fernando Sette (TV UNAMA).

Os alunos do curso de Fotografia da Universidade Guarulhos (UNG) venceram o Prêmio Expocom Sudeste 2023, realizado entre os dias 1 e 3 de junho, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, Rio de Janeiro, durante o 26º Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste (Intercom Sudeste). O aluno José Vinicius representou a equipe no evento, que premiou o projeto “Ampulheta” na categoria Ensaio Fotográfico Artístico. 

Com a conquista do trabalho da equipe - também formado pelas estudantes Luisa Morell e Suellyn Paulon - produzido no primeiro ano do curso, a equipe irá representar a Instituição na etapa nacional do evento, que será realizado durante o 46º Congresso Brasileiro de Ciências da Computação, entre os dias 29 e 31 de agosto, de forma remota, e presencialmente, de 5 a 8 de setembro, na Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC Minas), em Belo Horizonte.  

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Para o aluno representante, José Vinicius, o reconhecimento do trabalho é gratificante. “Estou muito feliz por ter ganhado o prêmio da Expocom e por toda a experiência que essa viagem me proporcionou. Foram momentos e aprendizados que jamais vou esquecer. Gostaria de expressar meu profundo agradecimento à UNG e ao nosso professor e coordenador, Alex Francisco, por abraçarem e acreditarem em nosso trabalho. Também não posso deixar de mencionar a Luisa e a Suellyn, que fazem parte do meu grupo. Sem elas, nada disso teria sido possível. A fotografia na UNG se torna vitoriosa pelo 4º ano consecutivo, e estou feliz por fazer parte dessa história. Orgulho de todos nós e de até onde a arte pode nos levar”, comentou José.  

Segundo o professor e coordenador dos cursos da UNG, Alex Francisco, a conquista mostra a qualidade da formação oferecida aos estudantes da UNG. “A Ecos UNG participa da Expocom Sudeste há dez anos. Este ano temos muito o que comemorar. Três trabalhos indicados foram desenvolvidos dentro do Osga, um dos projetos do sistema Ubíqua de ensino; pelo 4º ano consecutivo o curso de Fotografia está no TOP 5 dos melhores trabalhos do Sudeste; e pelo 2º ano consecutivo vence a etapa regional, torna-se o melhor do Sudeste e é um dos cinco melhores da etapa nacional. Todos os trabalhos que se apresentaram foram desenvolvidos por alunos do primeiro semestre de seus respectivos cursos, em 2022. Isso prova que estamos no caminho certo quanto a preparar nossos alunos para o mercado com vivências na área da Comunicação, olhar crítico e sensível à realidade. A premiação é uma vitrine importante para a jornada pessoal e profissional desses alunos”, ressaltou o coordenador.  

Universidade Guarulhos 

A UNG tem se destacado com produções finalistas desde 2012, o que demonstra o potencial dos alunos e a qualidade do trabalho dos professores dos cursos. Dos dez projetos experimentais inscritos para a Expocom Sudeste 2023, a UNG foi finalista em mais quatro categorias: Documentário (Mulheres na Ciência, da aluna líder Damaris Marques), Filme de Ficção Curta-Metragem (Significado, do aluno líder Francisco Paez Neto), Roteiro de Documentário (Brincar, Simplesmente Brincar, da aluna líder Isabella Netto) e Revista Laboratório (Mulier, da aluna líder Victória Freitas). As três primeiras produções foram orientadas pelo coordenador dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Programa e Fotografia da UNG, Alex Francisco. A revista Mulier, pelo professor Inácio Rodrigues.  

 

Em novo teste de governabilidade para o Executivo, o Congresso Nacional deve instalar mais cinco comissões mistas nesta terça-feira (13) para analisar medidas provisórias (MPs) enviadas pelo governo federal. As reuniões estão previstas para as 14h30, quando devem ser eleitos os presidentes de cada comissão mista.

Entre as MPs, estão a que elevou o valor salário mínimo, a que reajustou o salário dos servidores do Executivo e a que ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda.  

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Depois das dificuldades para aprovação das primeiras medidas provisórias, como a da reestruturação dos ministérios, existe a expectativa sobre a tramitação das mais recentes, se ocorrerá de forma mais previsível e segura para o governo federal.  

Para o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Luís Felipe Miguel, coordenador do Demodê – Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades, a tática usada nos primeiros governos Lula para ter governabilidade perdeu força diante do fortalecimento do Legislativo frente ao Executivo nos últimos anos.  

“Ficou claro, quando vemos as declarações de chefes de partidos da direita do centrão -- União Brasil, PSD, PP, Republicanos – de que não estão dispostos a fechar uma base parlamentar em troca de espaço no governo. Eles querem esse espaço sem se comprometer com apoio parlamentar permanente”, disse o professor à Agência Brasil, De acordo com Luís Felipe Miguel, o governo ainda não alcançou a estabilidade política no Parlamento.  

“Como não houve mudança significativa na relação desses partidos com o governo, não está descartado que eles resolvam escolher uma dessas medidas que estão sendo analisadas para fazer outra demonstração de força”, completou o professor. 

As Medidas Provisórias

MP 1.170/23 estabeleceu o reajuste linear de 9% para todos os servidores federais civis, incluindo aposentados e pensionistas, a partir de 1º de maio de 2023. Além disso, aumentou o auxílio-alimentação em 43%. O reajuste resultou de acordo entre governo e mais de 100 entidades representativas dos trabalhadores.  

A MP 1.171/23 isentou do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), a partir de maio de 2023, quem recebe até R$ 2.112 por mês. Até então, só não pagava IRPF quem recebia até R$ 1.903,98 por mês. Com um desconto adicional de R$ 528 sobre os valores retidos na fonte, a isenção chega a R$ 2.640, o que corresponde a dois salários mínimos de R$ 1.320. 

MP 1.172/23 elevou o salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de maio de 2023. No Brasil, o salário mínimo é referência para cerca de 60,3 milhões de trabalhadores e aposentados. 

MP 1.173/23  prorrogou, por mais um pano, o prazo para regulamentação, pelo Poder Executivo, dos programas de alimentação do trabalhador. Em 2022, o Congresso Nacional aprovou a Lei 14.442, determinando que o auxílio-alimentação seja usado apenas para pagamento em restaurantes e similares. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, ainda não houve tempo para regulamentar a questão devido à sua complexidade.  

MP 1.174/23 cria o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de Engenharia Destinados à Educação Básica. O programa prevê a liberação de R$ 4 bilhões até 2026 para conclusão de mais de 3,5 mil obras escolares inacabadas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a afirmar que pretende colocar a reforma tributária (PECs 45/19 e 110/19) em votação ainda neste semestre. Durante evento promovido pelo grupo Esfera Brasil nessa segunda-feira (5), Lira disse que a aprovação do texto precisa de um amplo diálogo entre todos os agentes políticos interessados, como governo, Congresso, entes federados e empresários.

Lira reafirmou que o governo precisa fazer um esforço para formar uma base sólida no Congresso Nacional e ressaltou que os deputados não faltaram a nenhuma votação importante de interesse do País, como a chamada PEC da Transição, o arcabouço fiscal e a MP da reestruturação administrativa.

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“Não tenho a ousadia de dizer que garanto a reforma tributária aprovada", afirmou Lira. "Temos a meta de fazer essa reforma, temos conversado e agora vai ser colocado o texto-base para ser criticado pelos governadores, setores produtivos, empresários."

O presidente da Câmara disse que é possível fazer "uma reforma mais dura, com uma transição mais longa ou uma reforma mais branda, com uma transição mais curta". O importante, segundo ele, é garantir "um ambiente estável para que os recursos internacionais possam vir”.

Lira defendeu um texto que não aumente a carga tributária, que simplifique os impostos, traga segurança jurídica e que ajude a diminuir as desigualdades sociais.
“Queremos deixar essa votação na história do País, e acabar com esse ceticismo de 60 anos de discussão de uma reforma tributária que todo mundo anseia e não tem coragem de tocar”, afirmou.

Pacificação
Lira disse ainda que a Câmara busca passar a ideia de pacificação para o País e cobrou civilidade e respeito nas discussões no Parlamento. Questionado sobre a quantidade de processos abertos no Conselho de Ética na Casa, ele ressaltou que a Câmara deve dar o exemplo e “cortar na carne” para encontrar o equilíbrio nos debates.

“Ninguém fica feliz, mas é necessário, temos vários parlamentares que estão representados e na semana passada já houve sorteio de relatores." Segundo Lira, é importante que a Câmara dê o exemplo para garantir a civilidade nas discussões de ideias.

*Da Agência Câmara de Notícias

A reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para esta segunda-feira, 5, com líderes partidários da Câmara foi cancelada, segundo apurou o Estadão/Broadcast. O encontro seria uma espécie de agradecimento do chefe do Executivo aos deputados pela aprovação da Medida Provisória dos Ministérios.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), enviou às lideranças dos partidos uma mensagem na qual afirma que o encontro foi desmarcado por "motivos de agenda" do presidente. A reunião, no entanto, teria sido cancelada porque o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), levou líderes partidários para São Paulo, onde participará de um evento do Esfera Brasil ainda hoje.

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Mais cedo, Lula e Lira se reuniram no Palácio da Alvorada. Viajaram com Lira para a capital paulista os líderes Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Hugo Motta (Republicanos-PB) e André Fufuca (PP-MA).

Com dificuldades na articulação política, o governo correu o risco de ver a MP dos Ministérios caducar na semana passada. Na antevéspera da votação, terça-feira, 30, o Planalto liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. Do começo do governo até o final de maio, R$ 5,5 bilhões já foram liberados em emendas. A reunião do petista com líderes do Senado está mantida até o momento.

Guimarães disse que a reunião será remarcada, sem especificar para quando. Nos bastidores, no entanto, circulam outras versões sobre o adiamento da reunião. Líderes ouvidos pelo Estadão/Broadcast consideram que o momento não era adequado para uma reunião com Lula, diante da insatisfação da Câmara com o governo, que ainda persiste. Deputados dizem que o encontro não resolveria as demandas da Casa e que poderia servir apenas como um aceno favorável a Lula.

A ideia do encontro era dar início a uma ofensiva para melhorar a relação do Planalto com a Câmara, para evitar o mesmo sufoco que o governo viveu na MP dos Ministérios. Diante da insatisfação com o ritmo de liberação de emendas, nomeação de cargos regionais e tratamento dado às bancadas, parlamentares ameaçaram retaliar o governo com a reprovação da medida provisória, o que teria feito com que 17 ministros perdessem seus cargos.

A regulamentação da inteligência artificial (IA) é necessária e emergencial, em especial diante dos riscos reais e iminentes. Essa foi uma das constatações da primeira reunião de trabalho dos novos integrantes do Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso Nacional, que debateu na manhã desta segunda-feira (5) em audiência pública o marco legal da Inteligência Artificial (IA).

Em 2022, uma comissão de juristas foi formada no Senado para estudar o tema e propor a regulamentação, que agora está ambientada no Projeto de Lei (PL) 2.338/2023, apresentado pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.

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Presidente do CCS, o advogado e editor-chefe do portal jurídico Migalhas, Miguel Matos, disse que “há 20 anos resolvemos não estabelecer esses regramentos para a internet e hoje vemos que talvez tenhamos errado um pouco”, em alusão à necessidade de se regulamentar esse campo da ciência da computação.

Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e presidente da comissão de juristas do Senado destinada a discutir a inteligência artificial, Ricardo Villas Bôas Cueva explicou que o colegiado foi inicialmente formado para analisar projetos sobre o tema aprovados na Câmara em 2020. O trabalho — realizado de fevereiro a dezembro de 2022 —  culminou em um projeto de marco legal encampado pelo Senado.

Cueva destacou que a proposta tem vários objetivos, entre eles, o escopo da IA; princípios éticos na utilização da tecnologia; definição da necessidade de que os algoritmos tenham transparência e que sejam explicáveis; asseguramento de direitos e garantias dos afetados pela IA e  implementação de medidas para o combate à discriminação.

A ideia é a criação de um marco legal para estabelecer os direitos para a proteção do elo mais vulnerável, ou seja, as pessoas afetadas. O segundo eixo consiste, a partir do modelo europeu, definir alguns riscos, classificá-los e com base neles impor deveres de conduta. O ministro enfatizou que algumas ameaças são inaceitáveis, como a hierarquização social.

O presidente da comissão de juristas lembrou que uma das questões mais complexas é a da responsabilidade civil, por isso, é preciso graduá-la de acordo com os riscos. Cueva salientou ainda que o projeto é flexível e que permite ser adequado às novas tecnologias. Para o ministro, haverá agências dedicadas a regular a IA em cada setor.

Relatora da comissão de juristas sobre a inteligência artificial, Laura Schertel disse que com a propositura do PL 2. 338 será possível amadurecer a proposta de um marco geral, “tão complexo e também tão urgente”.

— Conseguimos perceber os benefícios da inteligência artificial, mas também conseguimos perceber de forma rápida a suas falhas — afirmou a relatoria ao chamar atenção para os riscos reais, como erros, discriminações e ampliação de desinformação.

Há uma grande preocupação sobre os impactos da IA sobre as várias áreas, mas uma das que mais merece atenção é a da comunicação social, de acordo com a relatora. Entre os impactos dos direitos fundamentais da IA, ela apontou igualdade, liberdade, devido processo legal, privacidade e proteção de dados, que demonstram, em linhas gerais, o porquê de se precisar de uma regulação.

O projeto apresentado no Senado traz direitos e transparências que não estão no PL 21/2020, enfatizou a relatora. Laura defendeu uma regulamentação horizontal associada a uma coordenação central.

ChatGPT

Matemático e professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual da Campinas, Walter Carnielli considera que o que está acontecendo hoje com a inteligência artificial “é um tsunami”.

Ele mencionou o caso do ChatGPT, assistente virtual de inteligência que ele considera uma “inteligência muito boa”, mas que também apresenta casos de “alucinação”, como a impossibilidade de fazer cálculos matemáticos e a geração de informações errôneas. 

Questionado, o professor disse que a própria inteligência artificial pode ajudar a conter as fake news, mas que não enxerga interesse das big techs para fazê-lo.

Professora do Programa de Tecnologia da Inteligência e Design Digital da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Dora Kaufman salientou que o ChatGPT trouxe o IA para a pauta; mas para a acadêmica, a “repercussão alertando sobre o risco de extinção da humanidade” ainda está no plano da ficção cientifica.

A professora sugeriu que o Senado crie uma comissão que levante como a IA está sendo usada no Brasil e quais são os danos reais. Para esse debate, Dora diz ser essencial a participação de agências regulatórias setoriais, como o sistema bancário e financeiro, que usa a IA há muitos anos, assim como da sociedade.

Ela também defendeu que é preciso capacitar o cidadão do século 21 para entender, ao menos, a lógica do funcionamento desse sistema e disse que o PL 2.338 "é um excelente ponto de partida", mas apelou para que o Senado não precipite a discussão, ao considerar que "o processo é tão importante quanto o resultado".

Comunicação Social

O professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Juliano Carvalho defendeu que o setor de comunicação e informação passe a ser uma área de interesse prioritário no marco legal.

Ele destacou a natureza do trabalho jornalístico e problemas, como os relacionados a questão ética. Carvalho também destacou os "ecossistemas de desinformação que alimentam a produção de conteúdo que podem levar a opiniões e a desastres como capacidade para ampliar noticiais faltas e gerar deep fakes.

O professor defendeu ainda o direito autoral e divergiu de algumas colocações ao dizer que, na sua opinião, a IA, da forma como se apresenta hoje, não vai combater fake news.

— Não estamos falando de coisas triviais. O ChatGPT em três meses alcançou cem milhões de usuários. (...) Não acredito numa comunicação que não seja mediada humanamente, porque a nossa história, o nosso legado, a nossa língua depende fundamentalmente das escolhas que nós estamos fazendo — afirmou Carvalho.

A reunião teve a participação de diversos conselheiros, entre eles a da representante do audiovisual, Sonia Santana, que demonstrou preocupação com a questão da segurança, do acesso à informação e da extinção dos postos de trabalho.

*Da Agência Senado

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes partidários na tarde desta segunda-feira, 5, é um gesto de agradecimento do chefe do Executivo a quem votou a favor da Medida Provisória de reestruturação da Esplanada. A votação ocorreu na semana passada e a medida foi aprovada poucas horas antes de caducar.

A reunião com os líderes deve ser dividida em duas partes: às 17h, Lula se reúne com líderes partidários da Câmara; já às 18h, com líderes partidários do Senado. Ambos os encontros devem ter a presença também dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), responsáveis por uma ponte com o Congresso.

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Nas últimas semanas, Lula vem dizendo que deve conversar até com quem não gosta, em um aceno à base ainda em construção no Congresso Nacional. Wagner disse concordar com a afirmação e postura de Lula, mas que o presidente deve primeiro conversar com quem gosta, a exemplo dos encontros de hoje.

As declarações se deram durante presença do líder em evento de cerimônia ao Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto.

Sem terem sido analisadas pelo Congresso dentro do prazo, perdem a validade nesta quinta-feira (1º) seis medidas provisórias (MPs). Uma delas é a que manteve o benefício de R$ 600 do Auxílio Brasil e trazia um acréscimo para o Programa Auxílio Gás, no valor de metade do botijão (MP 1.155/2023). Editada em 2 de janeiro, a MP teve o prazo de validade prorrogado, mas não chegou a tramitar.

Outra MP editada em 2 de janeiro extinguiu a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), transferindo as atividades da fundação para outros órgãos de governo. A MP 1.156/2023 fez parte das primeiras mudanças na estrutura do governo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A MP chegou a receber 20 emendas de deputados e senadores; a comissão mista designada para emitir parecer sobre a matéria não fez reuniões.

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A prorrogação da desoneração de PIS/Pasep e Cofins sobre combustíveis foi determinada pela MP 1.157/2023, de 2 de janeiro. A medida suspendeu a cobrança dos dois tributos sobre gasolina e álcool até 28 de fevereiro e sobre óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo até 31 de dezembro.

O retorno do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Fazenda foi uma das resoluções da MP 1.158/2023, publicada em 12 de janeiro. A norma também determinou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fosse presidido pelo ministro da Fazenda — e não mais pelo ministro da Economia, cargo excluído do atual governo —, pelo ministro de Planejamento e Orçamento e pelo presidente do Banco Central. Também não houve tramitação da matéria.

Parte do pacote econômico do governo para reduzir o déficit fiscal, a MP 1159/2023 também foi publicada em 12 de janeiro e retirou da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins as receitas referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O texto também retirou a possibilidade de créditos sobre o valor do ICMS que tenha incidido sobre operações de compra. A medida chegou a receber 18 emendas.

Já a MP 1160/2023 retomou o voto de qualidade no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), permitindo que os conselheiros representantes da Fazenda Nacional — que são os presidentes de turmas e câmaras no Carf — pudessem desempatar as votações a favor da União. O voto de qualidade havia sido extinto com a publicação da Lei 13.988/20, oriunda da MP do Contribuinte Legal, que estabeleceu que os empates seriam decididos a favor do contribuinte. Não houve tramitação da MP.

Informações da Agência Senado

Sem maioria no Congresso e com falhas na articulação política, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem sete medidas provisórias que perdem a validade nesta semana, todas na quinta-feira, dia 1º de junho. A MP que trata da reestruturação da Esplanada, com um esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, deve ser votada. As demais, no entanto, devem perder a validade.

A que mais preocupa o governo é a medida que retomou o voto de desempate a favor da Receita Federal nos julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Outras MPs que perderão a validade tiveram seu conteúdo incluído em outras medidas.

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Saiba qual é a situação de cada uma das medidas provisórias do governo:

Reestruturação dos ministérios

A MP 1.154 passou por comissão mista na última semana e deve ser votada nos plenários da Câmara e do Senado nos próximos dias. Na primeira análise, deputados e senadores esvaziaram o Ministério do Meio Ambiente, por exemplo. O governo sinalizou que tentaria reverter a perda de força da pasta depois de a ministra Marina Silva fazer críticas públicas à mudança. Líderes partidários, contudo, dizem que há um "pacto" para manter o texto do relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Extinção da Funasa

A MP 1.156 perderá validade sem ser votada, mas a autorização para fechar o órgão foi incluída no relatório da reestruturação dos ministérios após acordo costurado com Isnaldo Bulhões. A não ser que haja alteração no texto nos plenários da Câmara ou do Senado, a perda da validade da MP não deverá afetar o plano do governo de acabar com a estrutura. A extinção da Funasa interessa também ao MDB. Parte da estrutura da antiga fundação foi transferida para o Ministério das Cidades, comandado pelo emedebista Jader Filho.

ICMS, PIS e Cofins

A MP 1.159, que prevê a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos de PIS/Cofins, também deverá perder a validade, mas sem prejuízos para o governo. O conteúdo foi absorvido e aprovado na votação da medida provisória sobre o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

Desoneração dos combustíveis

A MP 1.157 perderá a validade, mas também teve o conteúdo absorvido pela MP do Perse. A redução de impostos sobre óleo diesel e gás de cozinha até o fim do ano será preservada. Há uma outra medida provisória, a 1.163, que reduziu impostos sobre querosene de aviação, gás natural veicular, gasolina e álcool até 30 de junho. Essa só perde a validade em 28 de junho.

Coaf na Fazenda

Havia a expectativa de o relatório da reestruturação dos ministérios contemplar a passagem do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central para o Ministério da Fazenda, o que foi rejeitado pelos parlamentares. A medida provisória específica sobre o órgão (MP 1.158) perderá a validade, e a estrutura continuará sob a autoridade monetária.

Voto de qualidade no Carf

A medida provisória (MP 1.160) perderá validade. Houve um acordo entre Executivo e Legislativo para a proposta, que enfrenta resistência no Congresso, tramitar em forma de projeto de lei. O governo enviou o PL, mas ele não será votado antes da medida provisória perder a validade. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta fazer com que o governo volte a ter a vitória em caso de empate nos julgamentos do Carf. Esse é um dos principais pontos do plano de Haddad para as contas públicas. O ministro disse nesta segunda-feira (29) que trata-se da única medida provisória que causa preocupação ao governo.

Auxílio Gás

A medida provisória (MP 1.155) que estabelece um auxílio para famílias de baixa renda comprarem botijão de gás não tem nem relator designado e deve perder a validade. O governo estuda editar um decreto para manter o programa em vigor.

Além disso, perderia validade nesta semana a medida provisória 1.143, ainda do governo anterior, sobre o valor do salário mínimo. Ela está com a tramitação suspensa. O salário mínimo já foi reajustado novamente, por uma medida posterior, a 1.172, que perde a validade em 29 de junho.

A tramitação das medidas provisórias atrasou no primeiro semestre por causa de um desacordo entre Câmara e Senado. Os deputados queriam manter o rito da pandemia, quando as MPs passaram a ser votadas primeiro no plenário da Câmara e depois no Senado, sem análise prévia de uma comissão mista. O Senado insistiu no retorno do rito descrito na Constituição, e as comissões mistas voltaram.

Essas medidas são editadas pelo Executivo e têm força de lei a partir de sua publicação por até 120 dias. Para continuarem valendo depois desse prazo, precisam de aprovação do Legislativo.

A aparente vitória da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na queda de braço entre o Ibama e a Petrobras para a exploração de petróleo na foz do Amazonas está longe de pacificar o conturbado cenário político em que a ministra se encontra hoje. A pressão sobre Marina - dentro e fora do governo - ficou escancarada numa série de disputas que ela e seus aliados acabam de perder no Congresso.

A mais recente, na noite desta quarta-feira, foi a aprovação da urgência do PL 490/2007, na Câmara, que trata da adoção de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País. Os deputados correm para votar o texto principal na semana que vem, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento de uma ação sobre o tema, caro em especial às populações indígenas e a ambientalistas, que apontam a existência das reservas como essenciais para a preservação da fauna e da flora no País. A tese do marco temporal - que o STF pode e tende a derrubar - prevê que as demarcações só podem contemplar povos que já ocupavam as terras antes e até a promulgação da Constituição em vigor, em outubro de 1988.

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Nesta quinta-feira, 25, a ministra chegou a fazer um desabafo sobre a atuação dos parlamentares. "Não gostamos de ver o que está acontecendo no Congresso. Não é bom para ninguém, inclusive para o Congresso, agronegócio e sobretudo para os avanços que alcançamos ao longo de mais de quatro décadas", afirmou, durante a posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMbio), Mauro Pires.

Marco temporal

No que diz respeito aos interesses de Marina, há um recado da própria base do governo no processo. O líder do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara, José Guimarães (PT-CE) liberou o voto de seus aliados, ou seja, não orientou para que votassem contra a urgência na tramitação do marco temporal, contrariando inclusive discursos do então candidato Lula no ano passado.

Ministério esvaziado

O segundo recado do Congresso que demonstra a pressão política a que Marina está submetida foi dado algumas horas antes da votação da urgência na Câmara, com a aprovação, pela Comissão Especial que analisa a Medida Provisória (MP) de estruturação do governo Lula, de uma versão alterada do texto original.

Como mostrou o Estadão, o Palácio do Planalto adotou a estratégia de "redução de danos", pois, se não acatasse o relatório do colegiado formado por 13 deputados e 13 senadores, o desenho da Esplanada dos Ministérios voltaria a ser como era no governo de Jair Bolsonaro já que a iniciativa perde a validade em 1º de junho.

Ocorre que o texto aprovado tira poderes de Marina, numa clara retaliação ao veto para a exploração de petróleo na foz do Amazonas. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Política Nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente passam a ser de responsabilidade do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, de Waldez Góes (PDT). Góes foi indicado à pasta pelo ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que ainda não desistiu de tentar reverter o veto do Ibama à atuação da Petrobras. O Amapá, Estado de origem de Alcolumbre e do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, seria um dos potenciais beneficiários dos royalties de petróleo de jazidas no foz do Amazonas. Também em reação ao problema com a Petrobras, Randolfe se desfiliou da Rede Solidariedade, partido fundado por Marina.

Cadastro Ambiental Rural (CAR)

O terceiro e um dos mais duros recados dos parlamentares reside no mesmo texto da MP, que ainda precisa passar pela Câmara e pelo Senado na redação definida pela comissão especial: o Cadastro Ambiental Rural (CAR) deixa de ser comandado por Marina e vai para o Ministério da Gestão, comandado por Esther Dweck. Como mostrou o Estadão, o instrumento vem sendo usado para grilagem de terras e a ministra do Meio Ambiente havia determinado uma "malha fina" para coibir roubo de terras e desmatamento.

No governo de Jair Bolsonaro, o gestor do CAR foi o Ministério da Agricultura, e ruralistas vinham pressionando o Palácio do Planalto para reeditar o organograma anterior. Na prática, a retirada do CAR do Meio Ambiente põe em xeque a investida de Marina contra grilagem e desmatamento.

Nesta terça-feira (2), durante coletiva de imprensa no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília, um grupo de pastores evangélicos se posicionou a favor da aprovação da PL das Fake News, que visa regulamentar a atuação das redes sociais e plataformas de conteúdo na internet. Liderado pelo pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), o grupo tenta diluir a resistência da maior parte da bancada evangélica, que considera o projeto uma forma de "censura" das redes sociais.

"Esse projeto zela muito pela liberdade de expressão. Primeiro, ele não regula conteúdo individual, regula os mecanismos das plataformas. Em segundo, o Governo não vai ter interferência na postagem dos indivíduos, nenhuma governo, porque isso seria antidemocrático, o projeto não fala disso. Em terceiro, o projeto prevê que as plataformas tenham transparência e possam prestar contas sobre seus métodos de moderação de conteúdo e algoritmo de recomendação. Sabe o que isso significa? Proteção do direito individual de liberdade de expressão", explicou pastor Henrique Vieira.

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O debate do PL 2630 ganhou força após a onda de atentados em escolas brasileiras. Os atos criminosos eram articulados em redes sociais, sem qualquer interferência das  corporações por elas responsáveis. "O que me traz aqui é uma pauta conservadora. Eu falo da defesa da vida de crianças e adolescentes, que têm sido alvo de todo tipo de ameaça, atentado e cooptação pelas redes sociais. Não há nenhum tipo de censura nesse projeto de lei 2630, o qual tive o privilégio de ler. Me causa espanto saber que deputados da frente parlamentar evangélica, que primam por causas e pautas conservadoras estão agora contra a pauta mais conservadora desse Congresso Nacional, que é a defesa de crianças e adolescentes", comentou o pastor Dusilek, da Igreja Batista.

O pastor Ricardo Gondim, da Igreja Betesda de São Paulo, também se posicionou a favor do PL das Fake News. "Nenhum pastor deve ter medo do Projeto de Lei 2630, porque quem fala a verdade está acima do alcance da Lei. Os ambientes religiosos têm que ser ambientes da verdade, dacompaixãoo, da serenidade, que promover irmandade e, principalmente, o cuidado e o zelo com aqueles que estão em uma posição vulnerável ou menos informada", disse.

Gondim também disse que a internet não pode ser um "campo selvagem". "As plataformas digitais nao podem pautar um país inteiro. O Brasil é um país soberano  nós brasileiros precisamos dizer que as plataformas digitais não vão ser um campo selvagem, um campo que ninguém sabe o que está acontecendo", concluiu.

Audiência

A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados promoverá, na próxima quinta-feira (4), uma audiência sobre a disseminação de fake news e de discursos de ódio na internet. O encontro acontecerá às 10h, no Plenário 11.

Mochilas foram posicionadas na manhã desta terça-feira (2) no gramado do Congresso Nacional, em Brasília, para homenagear vítimas de violência nas escolas. Segundo o movimento Avaaz, responsável pelo ato, 35 pessoas morreram desde 2012 em ataques registrados em colégios no país. 

Uma pesquisa encomendada pelos organizadores do ato aponta que 93,7% dos brasileiros acreditam que as redes sociais não são seguras para crianças e adolescentes, enquanto o que o Avaaz se refere como “uma ampla maioria” dos entrevistados acha que a falta de regulação contribuiu para os recentes ataques nas escolas. 

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O ato ocorre no dia em que o Projeto de Lei 2630, popularmente conhecido como PL das Fake News, deve ser votado na Câmara dos Deputados. Na última terça-feira (25), parlamentares aprovaram regime de urgência para a matéria. Ainda resta dúvida, contudo, se há consenso entre líderes partidários para que o texto seja votado.

Responsabilização

O PL das fake news aguarda votação dos deputados desde junho de 2020, quando foi aprovado pelo Senado. O texto prevê a transparência de redes sociais e de serviços de mensagens privadas, sobretudo quanto à responsabilidade dos provedores no combate à desinformação. A proposta também determina o aumento da transparência em relação a conteúdos patrocinados e à atuação do poder público.  

A matéria estabelece prisão de um a três anos e multa para quem promover ou financiar a disseminação em massa de mensagens que contenham “fato que se sabe inverídico” e que possa comprometer a “higidez” do processo eleitoral ou causar dano à integridade física. Além disso, as plataformas terão de publicar regularmente relatórios semestrais de transparência com informações sobre a moderação de conteúdo falso.

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