Desde outubro de 2022, fãs de rock em Pernambuco contam com um ambiente totalmente temático para aprender a tocar os principais instrumentos musicais utilizados no gênero. O estado é o único do Nordeste com unidades do School of Rock, presente no mundo todo e com mais de 40 locais no Brasil, a School of Rock chegou ao Recife em outubro de 2022 e em agosto de 2023 chegou na Zona Norte da capital onde já conta com 50 alunos matriculados.
As unidades pernambucanas pertencem a Emílio Saad e Any Saad, empresários do Recife, que ainda planejam mais duas franquias dentro da região metropolitana. “A ideia de trazer a franquia para Recife é porque sou apaixonado por música. E eu entendo perfeitamente os benefícios que a música traz para a vida das pessoas”, conta Emílio. A unidade em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, tem 200 matriculados, enquanto o prédio das Graças, Zona Norte da cidade, tem 50 alunos.
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O empresário Emílio Saad ainda planeja mais duas unidades da franquia na Região Metropolitana. Júlio Gomes/LeiaJá
Outra motivação para trazer a escola para o Nordeste foi análise de mercado, já que o empresário havia vendido uma startup e queria investir em algo que amava. “Eu entendi que, além de um excelente negócio, eu estaria abrindo uma empresa com propósito muito nobre, que estaríamos fazendo um bem muito grande para a vida de muitas pessoas”, disse Emílio, que é formado em ciência da computação.
A School of Rock é aberta para todas as idades - a partir dos três anos de idade é possível se matricular na escola. Planos específicos variam de idade para idade, como o Little Wing, voltado para crianças de três a cinco anos e que visa fazer o processo de iniciação das crianças no Rock.
O segundo plano, voltado dos 6 aos 8 anos, o Rookies, é para as crianças começarem a ter experiências práticas com música e fortalecer o vínculo por determinado instrumento. “No Rookies, as crianças já têm vivência com instrumentos adaptados, uma bateria reduzida, uma guitarra três quartos, um baixo com uma corda só, para eles já conseguirem estar tirando o som das coisas”, conta Magno Britto, diretor musical da escola e que era músico profissional antes de aceitar a proposta de trabalhar na School of Rock.
A School of Rock possui instrumentos adaptados para crianças. Júlio Gomes/LeiaJá
Ainda existem planos para crianças maiores e adolescentes, em que, provado a proficiência, os alunos adolescentes podem passar a integrar o time dos adultos.
O método de ensino da escola é o Song First, ou seja, a música vem primeiro. A metodologia busca ir na contramão das escolas de música tradicionais, tendo como principal objetivo o aluno fazer um show de Rock e uma grande apresentação. “Aqui a gente faz show para ensinar rock”, afirma Saad, que também faz aulas na escola e se diz fã de Pink Floyd.
“A grande diferença, a parte que eu acho que é o mais convidativo, interessante da metodologia da escola é o lance dela ser totalmente voltada para a performance e para a prática”, comenta Britto, que possui muita experiência prática ao acompanhar músicos da MPB.
Antes de ser diretor musical da escola, Magno Britto era músico profissional e acompanhou vários artistas da MPB. Júlio Gomes/LeiaJá
Saad ainda avalia que a dinâmica das aulas da School of Rock é muito mais divertida que nas escolas tradicionais. “Por exemplo, aprender escala é muito chato. Aqui, colocamos o aluno para ensaiar escala em cima de uma música, que é outra história”, diz o empresário.
No plano de ensino, a escola conta com os tradicionais livros, mas o aplicativo próprio é o diferencial. Estão armazenados todos os assuntos no app, além de permitir gravar exercícios ou ter cifras das músicas para ensaiar. “Tá lembrado daquele jogo, Guitar Hero? É daquele jeito, mas focado em formar músicos”, afirma.
Um dos grandes eventos da escola é o show de temporada. Cada temporada dura quatro meses e no final os alunos fazem um show fora do ambiente escolar. Os temas variam, como por exemplo "rock dos anos 90" ou "Beatles". Os estudantes se preparam durante o período para o evento que está na sua segunda edição da unidade Boa Viagem e vai acontecer no Terraço Carvalheira, no dia 27 de agosto.
Saad ainda destaca que, além dele, seu pai também faz aulas dentro da escola. Como é fã de Pink Floyd, deu um jeito de ficar na mesma turma que o pai para tocarem juntos músicas da banda ao fim da temporada.
Emílio Saad destaca que é fã de Pink Floyd. Júlio Gomes/LeiaJá
“Quando você se matricula, você tem uma certeza: vai fazer um show no final de temporada. Então eu acho que tudo isso são fatores e gatilhos de motivação e de envolvimento para o aluno, de uma maneira geral”, diz o professor Magno Britto.
A estrutura da escola é toda temática, com várias imagens de artistas espalhados pelo prédio. Além disso, para quem vai lá tirar um som, existem vários estúdios, alguns para aulas individuais, outros para aulas em conjunto. No estúdio principal existe uma espécie de palco e uma pequena arquibancada para os interessados curtirem os ensaios.
Existem vários estúdios dentro da escola. Júlio Gomes/LeiaJá
Assim como no clássico filme School of Rock, a escola traz a ideia de formar uma banda para começar a ensinar.
Outro ponto em comum com o filme é a ideia de separar rock do estilo de vida que alguns músicos têm, principalmente dos astros de décadas passadas. “Ensinamos, instrumentos, história da música, influências, superação, socialização, superar desafios, o estilo de vida que é possível ter com a música. Ensinamos o significado da atitude rock n' roll e a performance, não só música, também ensinamos ao aluno a se apresentar num palco”, conclui Saad.
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