Numa conversa com a jornalista Roberta Jungmann, no último fim de semana, o governador Eduardo Campos garantiu que o candidato a governador da aliança governista já brinca o Carnaval como tal. Não foi fácil para ele chegar ao nome depois de ter tirado da sua cabeça a preferência pelo secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar.
Não seria exagero concluir que o PSB expôs tantos pré-candidatos que o processo da escolha lembrou um Big Brother, levando muitos deles para o paredão. O primeiro eliminado foi o próprio Tadeu, por motivos que já explicamos aqui.
Maurício Rands, ex-deputado federal pelo PT e agora filiado ao PT, não resistiu ao bombardeio e acabou no paredão. Pesou fortemente contra ele a renúncia à vida pública. Eduardo sabe que candidato que começa se explicando está fadado ao insucesso nas urnas.
O ex-ministro Fernando Bezerra (Integração) não passou no teste da fidelidade e foi considerado também muito independente, enquanto o vice-governador João Lyra Neto, segundo passarinhos que cantam nos jardins das Princesas, não estava dentro do perfil da nova política.
Por eliminação, restaram apenas os secretários Paulo Câmara (Fazenda) e Danilo Cabral (Cidades), que, curiosamente, a exemplo do prefeito Geraldo Júlio, egressos do Tribunal de Contas do Estado.
Câmara e Danilo estariam, portanto, indo para o paredão, cuja final tem data marcada: sexta-feira. Se tudo der certo, o governador anuncia o candidato na sexta. Até ontem, Danilo levava ampla vantagem em relação ao concorrente Câmara por aliar experiência executiva a excelência de ser detentor de mandato eletivo, no caso deputado federal.
Danilo foi ainda vereador do Recife e antes de ser transferido para a pasta de Cidades, onde está à frente das obras da Copa do Mundo, ocupou a Secretaria de Educação. Danilo teria, portanto, mais traquejo político, mas tanto ele quanto Câmara chegam ao final do Big Brother por gozarem da confiança cega do governador.
QUEIJO DO REINO– A presidente estadual do PT, Teresa Leitão, concluiu levantamento no qual aponta que ainda existem 20 filiados ao partido ocupando cargos no Governo Eduardo. Em reunião ontem com os demais integrantes do diretório estadual, a líder deu por encerrado o assunto, mas no caso do secretário de Habitação do Recife, Eduardo Granja, a peteca foi passada para o diretório municipal. Mas será que Oscar Barreto tem interesse em resolver?
Abacaxi sertanejo– O novo superintendente da Codevasf em Petrolina, João Bosco Lacerda, tem um grande abacaxi a descascar: a paralisação de obras de saneamento em vários municípios. Em Tabira, a empreiteira abandonou o projeto. Em Araripina, o prefeito Alexandre Arraes (PSB) cobra um aditivo de R$ 38 milhões.
Na linha de frente– Contrariando o discurso do ex-deputado Osvaldo Coelho, o senador Armando Monteiro disse, ontem, na posse do novo superintendente da Codevasf, em Petrolina, que os governos Lula e Dilma não abandonaram a irrigação. “Apenas entre 2011 e 2014, só a Codevasf investiu R$ 1 bilhão nos perímetros irrigados do São Francisco”, garantiu.
Só dá fora- Com laços no PSB, o vice-presidente do PT, Bruno Ribeiro, não está sendo o grande braço direito da presidente Teresa Leitão, como ela esperava. Neófito nas peculiaridades do mundo petista, o que se ouve entre os próprios integrantes do diretório é que ele anda mais perdido do que cego em tiroteio nas tarefas a ele delegadas.
Olho na saúde- O prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB), autoriza hoje mais um posto de saúde à população, desta feita no bairro Arthur Lundgren, ao custo de R$ 305 mil, recursos do PAC. É a sexta unidade nos últimos meses, devendo beneficiar quatro mil pessoas por mês, que passam a contar com médicos, dentistas, enfermeiros e agentes comunitários.
CURTAS
NA TELINHA– Direto ao assunto, como diz o seu refrão, o jornalista José Nêumane Pinto, ex-SBT, estreia, às 19 horas, na TV-Gazeta, canal 11, em São Paulo, o seu comentário político em televisão. Nêumane é editorialista do jornal O Estado de São Paulo.
ESTRADA– O secretário de Transportes, João Bosco, prometeu recapear o trecho que liga o distrito de Albuquerquené ao município de Afogados da Ingazeira. Estranhamente, a licitação, segundo ele, já foi feita, mas não há nenhum indicativo de prazo para o início das obras.
Perguntar não ofende: O PMDB cumpre a promessa e derrota Dilma nas votações de hoje no Congresso?