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O papa Francisco celebrou neste domingo na Praça de São Pedro o jubileu dos migrantes diante de 5.000 pessoas, entre elas muitos latino-americanos e filipinos, convocando-as a "não deixar sua esperança ser roubada", apesar das "experiências de miséria, opressão e medo" que viveram.

"A presença de vocês nesta praça é sinal de esperança em Deus. Não deixem que roubem sua esperança e alegria de viver!", disse o Papa argentino aos centenas de migrantes reunidos.

A partir da janela do palácio apostólico, o Papa rezou o Ângelus e saudou com particular afeto as "comunidades étnicas" presentes na praça para celebrar a Jornada Mundial do Emigrante e do Refugiado.

"Cada um de vocês carrega uma história, uma cultura, valores preciosos e, às vezes, experiências de miséria, de opressão e de medo", lembrou o Papa.

O pontífice argentino, filho de imigrantes italianos, é muito sensível ao fenômeno da emigração, um drama que assola o mundo, tanto na Europa quanto na América.

No dia 11 de janeiro, diante do corpo diplomático credenciado ante a Santa Sé, o Papa convidou a comunidade internacional a ir além para enfrentar uma emergência histórica e elaborar "planos no médio e longo prazo" com "audácia criativa".

"Obrigado santidade, obrigado por tudo o que fez pela diáspora da Ucrânia", declarou à AFP-TV o ucraniano Mariam Kovanchuk, de 38 anos, que fugiu há quatro anos de seu país pela guerra e pela pobreza.

Grupos de peruanos e equatorianos que vivem na região italiana de Lazio, onde se encontra Roma, se reuniram na imensa praça para cantar e rezar pelo Papa.

"Após uma década esquecidos, por fim temos quem nos defenda", comentou Rosita, uma peruana de 60 anos que trabalha no serviço doméstico.

30 nacionalidades diferentes

Juntas a dois latino-americanos, famílias inteiras de filipinos, uma das maiores comunidades de estrangeiros residentes em Lazio, se preparavam para atravessar a Porta Santa da Basílica de São Pedro.

Com este gesto, que é realizado apenas durante o ano do Jubileu, é obtida a indulgência plena, ou seja, o perdão dos pecados, segundo a tradição católica.

"Que a missa e a passagem pela Porta Santa encham o coração de paz", clamou o pontífice.

Imigrantes de 30 nacionalidades diferentes acompanharão posteriormente na basílica uma missa presidida pelo cardeal Antonio Maria Veglio, entre eles 200 africanos que pedem asilo à Itália.

De um lado do altar da basílica foi colocada a cruz de Lampedusa, produzida com a madeira dos barcos que cruzam o Mediterrâneo repletos de migrantes e que o Papa abençoou em 2014, quando visitou a ilha italiana símbolo do drama da imigração.

"São pessoas que fogem da pobreza, da guerra, não podemos abandoná-las", comentou Giuseppe Giudici, de 74 anos, da Associação de Trabalhadores Católicos Italianos.

Segundo dados do Pontifício Conselho Pastoral para os Migrantes, 3.700 pessoas, entre elas 800 crianças, perderam a vida em 2015 na travessia do Mediterrâneo.

Entre os presentes havia um grupo de muçulmanos, palestinos, libaneses e sírios, liderados por Foad Aodi, presidente da Comunidade do Mundo Árabe na Itália. "Aqui estamos. Para dar e pedir solidariedade", disse.

Diante dos milhares de fiéis presentes na praça, o Papa pediu orações para as vítimas dos atentados de Jacarta e Uagadugú, reivindicados por organizações jihadistas.

Também neste domingo, sob um impressionante dispositivo de segurança, o Papa visitará a sinagoga de Roma com o objetivo de abraçar a comunidade judaica e se converter no terceiro pontífice a entrar em um templo hebraico depois de João Paulo II em 1986 e Bento XVI em 2010.

A família Gil está em êxtase com a chegada da pequena Sol. A menina, de um mês e meio, é filha de Francisco, herdeiro de Preta Gil, com a modelo Laura Fernandez, e representa a quarta geração do clã. Nas redes sociais da vovó Preta e da madrinha, Flora Gil, a pequena pode ser vista em diversos cliques sempre legendados com muito afeto. Numa das últimas postagens, o bisavô Gilberto Gil apareceu sorridente na foto junto com a bisneta.

Desde seu nascimento, Sol vem sendo paparicada virtualmente pelas mulheres da família Gil e seus seguidores na internet. Preta Gil sempre posta uma foto da neta se derretendo em elogios. Os fãs também têm demonstrado seu carinho em comentários como: "Parece uma boneca" e "Que bebê mais fofa. Vontade de ficar horas segurando e olhando". Nesta sexta (8), a madrinha Flora, esposa do cantor Gilberto Gil, também postou uma foto da bisneta na qual Gil aparece ao lado de Preta e Francisco, representando as quatro gerações da família. na legenda, Flora escreveu: "Família cresce e a lindeza da Sol aparece". 

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Na primeira celebração de 2016, o papa Francisco pediu o fim da indiferença na humanidade e lembrou que hoje (1°) é o Dia Mundial da Paz. Segundo Francisco, apenas a misericórdia – tema do Jubileu católico – pode "regenerar” o homem para que “ele vença a indiferença que impede a solidariedade e que saia da falsa neutralidade que cria obstáculos que impedem a partilha”.

Durante a homilia, Francisco retomou um dos temas de que mais falou em 2015 e ressaltou que “as múltiplas formas de injustiça e de violência ferem cotidianamente a humanidade”.

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“Às vezes, nos perguntamos: como é possível que perdure a opressão sobre o homem? Que a arrogância continue a humilhar os mais fracos, deixando-os às margens mais abandonadas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará sobre a terra a violência e o ódio, provocando vítimas inocentes?”, refletiu o líder católico.

Ao falar sobre imigrantes, o papa questionou: “Como pode haver plenitude em um tempo em que se coloca, diante de nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças que fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a sua vida para ver respeitados os seus direitos fundamentais?”

Segundo Francisco, “um rio de miséria, alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude do tempo idealizada por Cristo”. No entanto, nas palavras do papa, “esse rio nada pode contra o oceano de misericórdia que inunda o nosso mundo”.

Francisco lembrou o Dia Mundial da Paz e destacou a importância de desejar o bem para os outros durante o primeiro dia de um novo ano.

“No início do ano, é bonito trocar saudações. Renovamos assim de um para outro o desejo de que aquele que começa seja um pouco melhor. No fundo, é um sinal de esperança que nos anima e nos convida a acreditar na vida. Mas, sabemos que, com o ano novo, não mudará tudo e muitos problemas de ontem permanecerão amanhã”, disse o líder católico, pedindo para que os fiéis acreditem em Deus como forma de mudar o futuro.

“O Pai é um apaixonado pelo homem que não se cansa jamais de recomeçar conosco para nos renovar. Mas Ele não promete mudanças mágicas porque Ele não usa uma varinha mágica. Ele ama mudar a realidade por dentro, com paciência e amor. Pede para entrar na nossa vida com delicadeza, como a chuva na terra, para criar frutos. E sempre nos espera com tenacidade”, concluiu.

Na tarde desta sexta-feira, o papa abrirá a Porta Santa da Basílica de Santa Maggiore, em mais uma etapa do Ano Santo Extraordinário.

O Papa Francisco, em discurso na Basílica de São Pedro, disse estar rezando para que os acordos de paz, recentemente apoiados pela Organização da Nações Unidas (ONU) para a Síria e a Líbia terminem rapidamente com o sofrimento dos povos. Ele também parabenizou a generosidade dos países que acolheram refugiados.

Francisco lançou um apelo do Dia do Natal nesta sexta-feira para um mundo castigado pela guerra, pobreza e ataques extremistas. A Praça de São Pedro está sob forte segurança desde os atentados terroristas em Paris, em 13 de novembro.

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O pontífice falou sobre os "ataques brutais de terrorismo" que atingiram a capital da França esse ano, assim como os conflitos na África, no Oriente Médio e na Ucrânia.

Ele afirmou que "apenas a piedade de Deus pode libertar a humanidade das varias formas de maldade, muitas vezes uma maldade monstruosa, que gera egoísmo entre nós".Fonte: Associated Press.

O Papa Francisco pediu aos governos que impeçam a propagação dos conflitos e reduzam as dívidas dos países mais pobres, em sua mensagem anual pela paz, na qual critica a indiferença de um mundo saturado pela informação.

A mensagem, publicada nesta terça-feira (15) e intitulada "Vença a indiferença e conquiste a paz", será lida em todas as igrejas no dia 1º de janeiro de 2016, por ocasião do Dia Mundial da Paz.

A carta menciona o que Francisco costuma denunciar como "uma terceira guerra mundial em fases", falando "das guerras e dos atentados terroristas, com suas trágicas consequências, os sequestros de pessoas, as perseguições por motivos étnicos ou religiosos" que marcaram 2015.

Mas denuncia principalmente uma indiferença que "superou decididamente o âmbito individual para assumir uma dimensão global". Ao final do texto, o papa fez um triplo apelo aos dirigentes políticos.

Para começar, devem evitar "arrastar outros povos para conflitos ou guerras que que destroem não apenas as riquezas materiais, culturais e sociais, como também - e por muito tempo - a integridade moral e espiritual".

Em seguida, devem trabalhar para "abolir ou gestionar de maneira sustentável a dívida internacional dos Estados mais pobres". E, por último, "adotar políticas de cooperação (...) respeitosas dos valores das populações locais e que, em qualquer caso, não prejudiquem o direito fundamental e inalienável das crianças por nascer".

A mensagem denuncia "uma certa saturação [de informação] que anestesia e, em certa medida, relativiza a gravidade dos problemas".

"Há quem esteja bem informado, ouça o rádio, leia os jornais ou veja programas de televisão, mas o fazem de maneira frívola, quase por mero costume. Estas pessoas conhecem vagamente os dramas que afligem a humanidade, mas não se sentem comprometidas, não vivem a compaixão", conclui o papa em sua mensagem.

O papa Francisco elogiou neste domingo o acordo adotado pelos 195 países para lutar contra o aquecimento global, pedindo bastante atenção para com os países mais afetados por este fenômeno.

"A aplicação do acordo que muitos classificam como histórico exigirá um compromisso unânime e um um generoso envolvimento por parte de cada um", afirmou o Papa durante a tradicional oração do Angelus na Praça de São Pedro.

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O papa insistiu que se dê atenção às populações mais vulneráveis.

"Peço à comunidade internacional em sua totalidade que acompanhe cuidadosamente o caminho empreeendido, dentro de uma solidariedade cada vez mais ativa", concluiu.

Um acordo inédito para lutar contra o aquecimento global, cuja velocidade ameaça o planeta com catástrofes climáticas, foi adotado neste sábado em Paris, sob uma salva de palmas por 195 países, após vários anos de negociações extremamente árduas.

O Acordo de Paris vai substituir a partir de 2020 irá o atual Protocolo de Kyoto, e estabelece as bases para a redução das emissões de gases de efeito estufa e, mais importante, para começar a sonhar com um mundo sem combustíveis fósseis.

O avião com o papa Francisco decolou nesta quarta-feira pouco antes das 7H00 GMT (5H00 de Brasília) do aeroporto de Roma para sua primeira viagem ao continente africano, que levará o pontífice ao Quênia, Uganda e República Centro-Africana.

A viagem implica alguns riscos de segurança. Francisco, o terceiro papa que visita o continente, faz sua 11ª viagem fora da Itália desde sua eleição em março de 2013.

O pontífice escolheu dos países de língua inglesa do leste da África - Quênia e Uganda - e um de língua francesa, a República Centro-Africana. No entanto, a visita a este último país, abalado pela guerra, pode ser anulada ou reduzida no último momento dependendo das condições de segurança.

Francisco deseja transmitir durante a viagem, que terminará na próxima segunda-feira, uma mensagem de paz, justiça e diálogo religioso, em um contexto internacional tenso pela luta contra o jihadismo.

O pontífice fará vários discursos, incluindo uma sobre a mudança climática, antes da abertura da COP21, a grande reunião sobre o clima em Paris, na próxima segunda-feira.

O primeiro livro do Papa Francisco, baseado em uma série de entrevistas com o vaticanista do jornal La Stampa Andrea Tornielli, será lançado em 12 de janeiro, informou a editora italiana, que revelou a capa nesta terça-feira.

Com o título "O nome de Deus é Misericórdia", o livro será lançado em seis idiomas (italiano, português, inglês, francês, alemão e espanhol).

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Na capa, sobre um fundo branco e com a ilustração dos brasões do Vaticano e o nome Francisco em caixa alta, o título é escrito em vermelho na mão do papa.

Segundo a editora Piemme, 17 editoras em todo o mundo lançarão este livro, que estará disponível em 84 países.

Trata-se do primeiro livro publicado por Jorge Bergoglio desde a sua escolha como Papa, em março de 2013.

O Vaticano negou nesta quarta-feira (21) a notícia divulgada no jornal italiano Quatodiano Nazionale de que o papa Francisco possui um tumor benigno do cérebro, dizendo que a informação é "completamente infundada". "A divulgação de notícias infundadas é gravemente irresponsável e não merece atenção", disse o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

Citando fontes não identificadas do setor de enfermagem, o Quatodiano Nazionale disse que o papa, de 78 anos, tinha viajado de helicóptero para a clínica San Rossore di Barbaricina perto da cidade de Pisa nos últimos meses para ver um especialista em câncer de cérebro, o japonês Dr. Takanori Fukishima. O jornal disse que o médico determinou que o pequeno ponto escuro no cérebro de Francisco "poderia ser tratado sem cirurgia".

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Lombardi disse à Associated Press que o papa não viajou de helicóptero para a Toscana e repetiu que "tudo isso não tem fundamento". Ele não respondeu a pergunta sobre se Fukushima tinha examinado Francisco em qualquer outro lugar.

A agência de notícias Ansa, citando fontes não identificadas em Pisa, posteriormente relatou que o médico tinha viajado para o Vaticano em janeiro e que o diagnóstico de Francisco tinha sido feito naquele momento.

O editor do jornal, Andrea Cangini, disse que manteve a sua história. O diretor do hospital não comentou sobre o assunto imediatamente. Cangini disse que o jornal havia deliberado um longo tempo antes de publicar a notícia. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco canonizou neste domingo a beata espanhola María de la Purísima, superiora das Irmãs da Companhia da Cruz, durante uma cerimônia no Vaticano em que também foram proclamados santos outros três beatos da Itália e da França.

"Santa María de la Purísima viveu pessoalmente com grande humildade o serviço aos últimos, com uma dedicação particular aos filhos dos pobres e enfermos", disse Francisco durante a homilia na praça de São Pedro.

María de la Purísima, nascida em Madri em 1926 com o nome de María Isabel Salvat Romero, foi beatificada em 2010.

Neste domingo também foram transformados em santos os franceses Louis e Zélie Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, o primeiro casal canonizado na história da Igreja Católica, e Vincenzo Grossi, fundador do Instituto das Filha do Oratório.

Sobre os franceses, que foram beatificados juntos em 2008, o papa Francisco disse que "viveram o serviço cristão na família, construindo a cada dia um ambiente repleto de fé e de amor; e neste clima brotaram as vocações das filhas, entre elas santa Teresinha do Menino Jesus".

Louis e Zélie Martin tiveram nove filhos, mas apenas cinco meninas sobreviveram, entre elas santa Teresinha do Menino Jesus, que foram todas todas religiosas de convento.

O papa Francisco saudou, por mensagem do Vaticano, os devotos que participam das romarias do Círio, em Belém. Na mensagem, divulgada pela Diretoria da Festa, o pontífice pede aos católicos “que caminhem sempre sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré”. Maria, diz ele, "é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus".

Em 2013, quando esteve no Brasil, Francisco demonstrou o interesse em conhecer a região amazônica. No ano passado, o arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, entregou ao núcio apostólico dom Giovanni d’Aniello convite formal para o papa participar do Círio de 2017. O Vaticano, no entanto, informou que a visita não está na agenda do pontífice.

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Veja a mensagem do papa Francisco na íntegra:

"O Santo Padre eleva preces à Mãe do Céu, pedindo que Ela interceda por todos, para que sejam sustentados pela misericórdia de Deus, a fim de suportar os sofrimentos e as fadigas da vida, a exemplo de Maria que, ao pé da cruz ‘é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem o crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus. Maria atesta que a misericórdia do filho de deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém’. Por isso, sua Santidade exorta cada um a dirigir à Nossa Senhora ‘a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu filho Jesus’ (Bula Misericordiae Vultus, 24). O Santo Padre pede que continuem a rezar por ele, enquanto, por sua parte, implora abundantes graças celestiais sobre todos. A fim de que caminhem sempre sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré, como misericordiosos filhos e filhas  do pai do céu, confirmando estes votos e preces, o Papa Francisco de bom grado concede-lhes uma propiciadora bênção apostólica.”

O Papa Francisco abre no próximo domingo, no Vaticano, o segundo sínodo sobre a família, cujos debates, sobre temas espinhosos, como o divórcio, o concubinato e a homossexualidade, marcarão seu pontificado.

De 4 a 25 de outubro, cerca de 400 cardeais e bispos, provenientes de todos os continentes, debaterão pela segunda vez em um ano sobre os desafios encarados pela família católica, em crise diante das mudanças da sociedade moderna.

"A última palavra sobre todos estes temas é do Papa", esclareceu nesta sexta-feira em uma coletiva de imprensa o cardeal Lorenzo Baldissieri, secretário-geral do Sínodo. "Estamos no mar e há muitas turbulências", reconheceu.

Uma série de questionários enviados a pedido do Papa às dioceses de todo o mundo colocaram em evidência a distância entre a doutrina severa da Igreja e a prática dos fiéis.

O primeiro sínodo ou assembleia de bispos sobre a família, celebrado há um ano, revelou as profundas tensões e divergências que reinam dentro da Igreja católica, apesar de compartilhar uma série de conceitos básicos.

Os 360 "padres sinodais" convidados pelo Papa, desta vez sabiamente escolhidos entre conservadores e progressistas, debaterão sobre temas delicados, sem a obrigação de chegar a uma conclusão.

Pela primeira vez 18 casais participarão dos debates, que deverão apresentar sua própria visão como leigos diretamente envolvidos.

Para o Papa de origem argentina, a família tradicional está vivendo uma crise profunda, que afeta o conjunto da sociedade e em particular a Igreja, de cujas diretrizes oficiais muitos fiéis se afastaram.

"A aliança entre o homem e a mulher é a resposta aos desafios do mundo atual, sendo, por sua vez, modelo da gestão sustentável da criação", afirmou na quarta-feira o Papa durante a audiência geral no Vaticano.

Francisco, que se apresenta como um religioso aberto ao diálogo, disposto a ouvir as partes, é um conservador em assuntos doutrinários.

Embora tenha reconhecido recentemente que é justo e necessário que um casal se separe quando há violência, reiterou em seus quase três anos de pontificado a condenação ao aborto, ao casamento homossexual e à eutanásia, embora com um tom menos agressivo e reivindicativo em comparação com seus antecessores.

Choque de expectativas

O principal conflito que os bispos enfrentarão gira em torno dos divorciados que voltam a se casar.

Para a Igreja o casamento é indissolúvel e não reconhece o divórcio civil, razão pela qual não permite que os católicos divorciados que voltam a se casar recebam a comunhão.

Livros, petições, simpósios de um lado e de outro pedem de um lado maior flexibilidade e do outro exigem a inviolabilidade da doutrina.

Uma petição lançada há vários dias na página Change.org, a pedido de vinte teólogos de todo o mundo, solicita ao Papa e ao Sínodo que autorize a comunhão aos divorciados que voltam a se casar.

A petição já superou as dez mil assinaturas.

Reina um clima tenso, com príncipes da Igreja que se acusam mutuamente. Muitos temem que no decorrer deste ano tenha se constituído um núcleo duro, "dedicado mais a frear que a propor" reformas, afirmaram à AFP fontes religiosas.

No início de setembro, com um golpe astuto, o Papa simplificou o procedimento para a nulidade do casamento, que também será gratuito, resolvendo antecipadamente um dos problemas sobre o tapete.

A reforma democratizou o trâmite, mas não modificou os motivos que justificam as anulações, assunto que será abordado durante o sínodo. Alguns setores progressistas manifestaram suas dúvidas sobre o resultado do sínodo e temem que o Papa das reformas e da renovação acabe por decepcioná-los.

"Não entendo a estratégia do Papa. Por um lado encoraja o debate e por outro parece encerrá-lo", comentou recentemente um vaticanista americano. Os grandes temas que fazem muitos católicos sofrerem, como a comunhão dos divorciados ou a discriminação dos casais com o mesmo sexo, podem cair no esquecimento.

Francisco deverá elaborar, se assim decidir, um documento Papal que para muitos observadores marcará a direção que seu pontificado tomará.

O Papa dos pobres, das periferias, o pacificador da América por seu papel em Cuba, Estados Unidos e Colômbia, tem agora a tarefa de conciliar setores contrários dentro da mesma Igreja, além de oferecer perdão e misericórdia, como anunciou ao lançar o Jubileu ou Ano Santo a partir de 8 de dezembro deste ano.

O papa Francisco pediu neste sábado aos imigrantes que "não desanimem" e "não se envergonhem nunca", em uma forte mensagem simbólica no berço da independência dos Estados Unidos na Filadélfia, última etapa de sua visita ao país.

Dezenas de milhares de pessoas, a imensa maioria latinas se concentraram na Independence Mall para ver e ouvir o primeiro papa do continente americano, que se dirigiu à multidão em espanhol.

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"Muitos de vocês emigraram para este país com um grande custo pessoal, mas com a esperança de construir uma nova vida. Não desanimem pelas dificuldades que tiverem que enfrentar", disse Francisco, recebido com uma ovação e beijando crianças e bebês que se aproximavam dele no papamóvel.

"Peço-lhes que não esqueçam que, assim como os que chegaram aqui antes, vocês trazem muitos dons à sua nova nação. Por favor, não se envergonhem nunca de suas tradições", acrescentou no lugar onde foi declarada a independência americana, em 1776.

"Repito, não se envergonhem daquilo que é parte essencial de vocês. Também são chamados a ser cidadãos responsáveis e contribuir proveitosamente para a vida das comunidades em que vivem", insistiu.

Do local onde se "proclamou que todos os homens e mulheres fossem criados como iguais", Francisco enviou, ainda, uma forte mensagem a favor da liberdade religiosa, um "direito fundamental" para "interagir social e pessoalmente" com os próximos.

Muitos imigrantes latino-americanos pensam que o papa mudou a direção do debate sobre a reforma migratória nos Estados Unidos.

"O papa pode interceder para ajudar os imigrantes e frear as deportações", disse à AFP Marta Domínguez, uma mexicana que mora em Norristown (32 km ao norte da Filadélfia), que esteve no Independence Hall.

Francisco tinha previsto encerrar o dia com uma participação no VII Encontro Mundial das Famílias, no Benjamin Franklin Parkway, onde se espera uma concentração de até 1,5 milhão de pessoas.

Chamado aos laicos

O papa chegou no sábado à Filadélfia, vindo de Nova York e sua primeira atividade foi uma missa na basílica de São Paulo, na qual pediu um papel mais importante dos laicos e das mulheres na Igreja.

"Sabemos que o futuro da Igreja, em uma sociedade que muda rapidamente, exige desde agora uma participação dos laicos muito mais ativa", ressaltou o pontífice na Basílica de São Pedro e São Paulo.

"Nosso objetivo hoje é construir sobre esses cimentos sólidos e fomentar um sentido de colaboração e responsabilidade compartilhada no planejamento do futuro de nossas paróquias", indicou Francisco, que chegou na Filadélfia às 9H45 (10H45 no horário de Brasília) procedente de Nova York.

Dezenas de fiéis passaram a noite na basílica para ver Francisco, o primeiro pontífices das Américas. "Queria fazer parte desta celebração da família", declarou à AFP Luis Ortiz, de 42 anos, que chegou com seus onze filhos.

Víctor Vega e Carmen Mora, que viajaram da Costa Rica, esperam que "o papa interceda por nossas necessidades".

A defesa de uma presença maior dos laicos na Igreja "não significa renunciar à autoridade espiritual que nos foi confiada", disse o pontífice.

Para Francisco, a missão dos laicos não é substituir os sacerdotes e, neste contexto, as mulheres também não devem ter acesso ao sacerdócio.

Banho de multidões

O Papa se despede dos Estados Unidos no domingo, com a missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias, após uma reunião com os bispos americanos e uma visita a um centro correcional para jovens com entre 18 e 21 anos.

Desde sua chegada a Washington, que incluiu uma visita na quarta-feira ao presidente Barack Obama na Casa Branca e um discurso inédito na quinta-feira ante as duas casas do Congresso, Francisco atraiu verdadeiras multidões.

Na sexta-feira, o Papa comoveu e espantou Nova York em um dia inesquecível, que incluiu um encontro no Central Park, uma forte mensagem na ONU contra a opressão financeira aos países em desenvolvimento e visitas ao Memorial do 11 de Setembro e a uma escola.

Francisco disse adeus à Big Apple com uma missa para 20.000 pessoas no famoso Madison Square Garden.

Tratado como uma estrela do rock, o Papa se manteve firme em seus princípios de humildade e proximidade com os setores mais vulneráveis, despertando a admiração de autoridades de todos os setores políticos, imprensa e até mesmo não-católicos.

Deslocando-se em um pequeno Fiat 500, recusando-se a usar veículos grandes ou luxuosos, almoçando com os sem-teto em Washington ou visitando crianças e famílias imigrantes no bairro do Harlem, em Nova York, a mensagem tem sido a mesma.

O papa Francisco sofre de problemas no quadril e faz sessões "regulares de fisioterapia", reconheceu, neste sábado, na Filadélfia (leste dos Estados Unidos), o porta-voz da Santa Sé, consultado sobre a causa de o pontífice mancar.

"O papa sofre de problemas no movimento de suas pernas. Alguns dias está melhor do que outros. Durante uma viagem como esta, no qual deve se deslocar muito, está um pouco fatigado fisicamente. É normal. Mas felizmente, dorme bem", acrescentou o padre Federico Lombardi, durante coletiva de imprensa.

Aos 78 anos, o papa, que faz uma viagem de oito dias por Cuba e Estados Unidos, caminha lentamente e mancando. Quando sobe ou desce escadas perto de um altar ou em um átrio, um dos sacerdotes que costumam acompanhá-lo o segura discretamente pelo braço para apoiá-lo. Mas Francisco não parece gostar muito da ajuda.

Em seu dia a dia, Jorge Bergoglio acorda às 04H00 ou 05H00 da manhã e cumpre uma agenda de trabalho intensa no Vaticano. Suas viagens são ainda mais cansativas.

O papa se despedirá dos Estados Unidos neste domingo, com a missa de encerramento do Encontro das Famílias, e depois de se reunir, pela manhã, com bispos americanos e visitar um centro correcional para jovens de 18 a 21 anos.

O Papa Francisco chegou nesta quinta-feira pela manhã ao Congresso de Washington, onde fará um discurso histórico, um dia depois de seu encontro com o presidente Barack Obama na Casa Branca.

É a primeira vez que um papa se dirigirá às duas câmaras do Congresso americano.

Está previsto que aborde temas como clima, migração, pena de morte, família e capitalismo.

Depois o papa viajará para Nova York, onde pronunciará um discurso na Assembleia Geral da ONU e presidirá uma cerimônia ecumênica no World Trade Center.

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Na véspera, Obama e Francisco demonstraram um discurso afinado sobre os desafios mundiais como a imigração e a mudança climática, durante o início da visita do popular pontífice aos Estados Unidos, aclamado nas ruas de Washington.

O jesuíta argentino de 78 anos, que pela primeira vez pisa em território americano, começou sua visita sob o lema da defesa dos excluídos e daqueles que são forçados a emigrar, mas também insistiu em continuar o combate à pedofilia.

"Como filho de uma família de imigrantes, me alegra estar neste país, que foi construído em grande parte por tais famílias", afirmou o papa em um inglês fluido mas com sotaque, referindo-se à polêmica política de migração latina nos Estados Unidos.

Sob um céu azul e claro na fresca manhã da capital americana, diante de mais de 10.000 pessoas nos jardins da Casa Branca, Obama elogiou a "mensagem de amor e esperança" do pontífice, fonte de inspiração para "muitas pessoas" no mundo.

O presidente também elogiou a "humildade" e "simplicidade" do jesuíta, assim como a "gentileza de suas palavras".

A menos de 500 dias para o fim do segundo mandato de Obama, o governante conta com o apoio do papa em dois temas prioritários: Cuba e a mudança climática.

O presidente agradeceu a Francisco seu "apoio inestimável" na histórica aproximação iniciada em 2014 entre Havana e Washington, destacando que ele levava "uma vida melhor para os cubanos".

Sobre a luta contra a mudança climática, prioridade do governo de Obama, o pontífice insistiu em um combate "que não se pode deixar para a próxima geração". E comemorou o plano da Casa Branca para reduzir a contaminação ambiental.

Papa futurístico

"Viva o papa!", gritava um grande coro de latinos reunidos na Casa Branca. Francisco cercou-se de multidões nos arredores da residência presidencial após se reunir em privado com Obama no Salão Oval.

A bordo do papamóvel - um Jeep Wrangler branco de teto transparente e aberturas laterais - Francisco saudou sorridente milhares de pessoas que estavam atrás das barreiras.

Mas Sophia Cruz, uma menina de 5 anos de origem latina, saltou a grade e correu em direção ao papamóvel. Os guardas a detiveram no meio do caminho, mas o pontífice fez sinais para que a levassem.

Por seu atrevimento, Sophia ganhou um carinho, depois um abraço e um beijo do próprio Francisco, que provocou lágrimas no pai da criança e o fervor da multidão.

"Foi fantástico. Acredito que ele é muito diferente, como um papa futurístico. Com os pés na terra, tão humilde, tão amoroso, e simplesmente liderando com o exemplo", disse à AFP Cristina Temboury.

"É um líder fantástico, alguém de que precisamos", completou esta funcionária de 46 anos, rindo porque sem querer tinha 15 fotos de si mesma enquanto o papa passava.

O ambiente era festivo, pais com seus filhos sobre os ombros, muitos deles presentes desde a madrugada à espera de um olhar do papa, que chegou na terça-feira proveniente de Cuba.

Washington, geralmente indiferente às caravanas de ilustres líderes que passam por suas ruas, experimentou uma "papamania" por Francisco, aproveitada por vendedores ambulantes de todo tipo de souvenires papais.

Em um ato incomum, Obama, de fé protestante, recebeu pessoalmente na terça-feira em uma base militar o jesuíta argentino.

Condenação à pedofilia

Em uma sessão de oração com os padres americanos na catedral de St. Matthews, o papa enviou diretrizes à Igreja americana, desde os casos de pedofilia à acolhida de imigrantes.

"Eu sei o quanto os fez sofrer o ferimento dos últimos anos, e tenho acompanhado de perto seu generoso esforço para curar as vítimas, consciente de que, quando curamos, também somos curados, e por continuar a trabalhar para garantir que esses crimes não se repitam mais", disse o pontífice em uma curta passagem de um longo discurso.

Cerca de 6.400 padres católicos foram acusados de abusar de menores nos Estados Unidos entre 1950 e 1980, e ativistas acreditam que o número pode estar em torno de 100.000.

Ainda assim, a visita de Francisco coincide com um crescimento do número de católicos americanos, que somam cerca de 82 milhões de pessoas, um quarto da população do país, segundo a Universidade de Georgetown.

E seguindo sua mensagem sobre imigração, pediu à igreja que acolha "sem medo" a "grande onda" de migrantes de origem latino-americana.

Em seu último ato na quarta, papa foi à Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, onde realizou uma missa para canonizar o evangelizador espanhol do século XVIII Junípero Serra.

A cerimônia é polêmica para as comunidades indígenas da Califórnia, que veem no monge franciscano um responsável por mortes e a extinção de sua cultura.

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O papa Francisco embarcou neste sábado (19) em Roma, pouco depois da 8H30 GMT (5H30 de Brasília), com destino a Cuba para estimular a abertura do regime castrista, depois da aproximação entre Havana e os Estados Unidos, segunda etapa de sua viagem. Francisco inicia a viagem de oito dias, a mais longa de seu pontificado, com uma visita histórica de três dias a Cuba, ode deve se encontrar com o povo cubano e ter reuniões com as autoridades da ilha.

O avião do papa tem previsão de pouso no aeroporto de Havana às 16H00 locais (17H00 de Brasília), após quase 12 horas de voo. Na terça-feira à tarde, Francisco deixará Cuba e viajará para Washington, onde tem dois eventos importantes, um no Congresso e outro na Casa Branca. Depois visitará a sede da ONU em Nova York e terminará a viagem com um encontro mundial das famílias na Filadélfia.

Francisco, o primeiro papa nascido na América Latina, vai visitar pela primeira vez na vida a ilha de Cuba. Durante a visita, que gera grande expectativa, o papa Francisco vai discursar sempre em espanhol, sua língua materna. Esta é a 10ª viagem ao exterior do pontificado de Francisco, que começou em março de 2013.

O pontífice chega à ilha caribenha em meio ao entusiasmo dos cubanos, que reconhecem histórica intervenção diplomática do religioso na reconciliação entre Cuba e Estados Unidos após mais de 50 anos de confrontos. O papa argentino permanecerá na ilha comunista de 19 a 22 de setembro, quando viajará aos Estados Unidos.

Francisco, de 78 anos, terá uma agenda intensa na viagem, com 26 discursos - o em Cuba e 18 nos Estados Unidos -, quatro deles em inglês. O papa será recebido pelo presidente cubano Raúl Castro, que estará presente em todas as missas.

O Vaticano não descarta um encontro com o principal líder máximo da revolução cubana e ex-presidente Fidel Castro, provavelmente domingo em Havana. Um encontro emblemático, entre duas importantes figuras latino-americanas, que estudaram com os jesuítas.

O Papa Francisco elogiou nesta quinta-feira o ânimo dos cubanos diante "das dificuldades de cada dia", e pediu à Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, que abençoe a viagem que fará no próximo sábado à ilha.

"Me faz muito bem e muito me ajuda pensar em sua fidelidade com o Senhor, no ânimo com o qual enfrentam as dificuldades de cada dia e no amor com que se ajudam e se mantêm no caminho da vida", disse Francisco em mensagem transmitida pelo principal canal de TV cubano.

"Queridos irmãos, faltam poucos dias para minha viagem a Cuba e por este motivo, desejo enviar minha saudação fraterna antes de encontrá-los pessoalmente".

"Vou ao Santuário de Nossa Senhora da Caridade do Cobre como mais um peregrino, como um filho que deseja chegar à casa da mãe. A ela confio esta viagem e também lhe confio todos os cubanos, aos quais peço que rezem por mim".

"Quero estar entre vocês como um missionário da misericórdia, da ternura de Deus".

Em Cuba, o Papa celebrará duas missas campais, em Havana e Holguín, e uma terceira no Santuário da Nossa Senhora da Caridade do Cobre, além de ser recebido pelo presidente Raúl Castro, que garantiu presença em todas as missas.

O papa Francisco benzerá, durante sua visita aos Estados Unidos, a "Cruz dos Encontros", um símbolo do movimento missionário dos sacerdotes católicos latinos, informou nesta segunda-feira (14) a Arquidiocese da Filadélfia (leste).

O pontífice argentino, de 78 anos, benzerá a cruz de madeira de 1,52 metro em sua chegada à Filadélfia no sábado (26) antes de seu discurso sobre a liberdade religiosa e a imigração.

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Francisco encerrará nesta cidade o Encontro Mundial de Famílias Católicas, antes de celebrar uma missa no domingo. Os milhares de bilhetes para estes eventos se esgotaram em instantes.

A cruz que o papa benzerá será o estandarte do "Quinto Encontro Nacional sobre Sacerdócio Hispânico" que começará neste ano, e que viajará por paróquias ao longo do país, informou a Arquidiocese da Filadélfia em um comunicado.

Organizado pela conferência dos Bispos Católicos americanos, o "Encontro" é um movimento de discussões e atividades missionárias que se estende por três anos em distintas paróquias e regiões episcopais, e conflui em um evento nacional.

O principal motivo dessas jornadas é fixar diretrizes aos sacerdotes que trabalham em comunidades de hispânicos católicos. Entre os hispânicos e latinos nos Estados Unidos, uma população de 50 milhões de pessoas, 48% são católicos, uma queda de 10 pontos desde 2007, segundo uma pesquisa do instituto PEW.

O papa aterrizará em Washington em 22 de setembro, proveniente de Cuba, e no dia seguinte participará de um encontro com o presidente Barack Obama na Casa Branca. Em 24 de setembro pronunciará um discurso diante de uma sessão conjunta do Congresso e depois irá a Nova York, onde tem previsto celebrar uma missa no Madison Square Garden.

Alunos de escolas católicas na região de Washington preparavam nesta terça-feira (8) cartazes, desenhos e até frases em espanhol para receber o papa Francisco na capital americana no próximo dia 22.

"Gosto muito do papa Francisco porque é uma pessoa muito boa. Além disso, gosto de futebol e sou torcedor do clube (argentino) San Lorenzo, como ele", disse à AFP o jovem Alfonso, de apenas 9 anos, aluno da escola Nossa Senhora da Vitória, em Washington.

Filho de mãe argentina e pai americano, Alfonso interrompeu momentaneamente a conversa com a AFP para acabar de colorir um desenho do papa em que a batina de Francisco traz as cores azul e vermelho, do time San Lorenzo de Almagro, uma das paixões do pontífice.

Ao seu lado, José, de 8 anos, coloria outro desenho do papa com a Virgem Maria, embora sua preocupação principal fosse memorizar a saudação em espanhol para o pontífice, a quem esperava poder dizer, se a emoção permitir: "você é uma pessoa linda".

A escola Nossa Senhora da Vitória abriu as portas para mostrar com os 211 alunos do estabelecimento se preparam para se apresentar perante o papa durante sua visita à capital americana.

A diretora da escola, Sheila Martínez, disse à imprensa nesta terça-feira que para os alunos que convivem diariamente com retratos enormes do papa, ter a oportunidade de vê-lo e ouvi-lo pessoalmente pode "transformar sua vida".

É o mesmo que pensa a arquiteta argentina Magali Remudo, que batizou como Francisco o filho de um ano e nove meses.

"Eu já tinha três filhos quando Francisco foi eleito Papa. Quando fiquei grávida novamente, não hesitei um segundo, foi automático. Sabia que seria menino e que daria a ele o nome Francisco", disse Remudo à AFP.

Segundo a arquiteta, sua mãe chegou a presenciar missas do cardeal argentino Jorge Bergoglio em Buenos Aires antes de ser entronizado líder da Igreja Católica.

Opção pelos pobres

Para Marlene Nahas, professora de espanhol na escola, seu relacionamento com Francisco está pautado por sua infância em El Salvador.

"Fui educada por jesuítas em El Salvador. E não tenho dúvidas de que Francisco segue a mensagem do arcebispo Oscar Arnulfo Romero", disse Nahas à AFP, em alusão ao sacerdote assassinado há 35 anos durante a guerra civil salvadorenha.

"Para eles, ninguém pode ser chamado cristão se não adotar a opção preferencial pelos pobres. Sei que Francisco, como Romero, daria sua vida pelos pobres", acrescentou. No total, há 95 escolas que pertencem à arquidiocese de Washington e cada uma delas selecionará um punhado de alunos para participar de eventos na presença do papa.

Em Washington, Francisco pousará procedente de Havana na noite de 22 de setembro e no dia seguinte se encontrará com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca. Por orientação de Francisco, o Vaticano ofereceu apoio logístico fundamental para as conversações secretas que levaram ao restabelecimento das relações entre Cuba e Estados Unidos.

Em 24 de setembro, o sumo pontífice dará um discurso durante sessão bicameral do Congresso e posteriormente seguirá para Nova York, onde tem previsto celebrar uma missa no Madison Square Garden.

Finalmente, Francisco dará um discurso no dia 26 no encerramento do Encontro Mundial de Famílias Católicas na Filadélfia (leste).

Nesta terça-feira, a arquidiocese de Washington informou que os dez mil ingressos gratuitos disponibilizados para este evento se esgotaram em apenas dois minutos, em meio a uma avalanche de acessos ao site da entidade na internet.

O Papa Francisco foi ao centro de Roma na tarde desta quinta-feira para trocar seus óculos em uma ótica, para a alegria do público que pode vê-lo de muito perto.

Francisco chegou de carro no final da tarde e entrou só em uma conhecida ótica da Via del Babuino, no centro histórico de Roma, a alguns passos da Piazza del Popolo, provocando um movimento de curiosos em torno da loja.

O Papa fez um exame de vista e experimentou alguns óculos, enquanto era observado pela vitrine por uma multidão. A visita durou cerca de 40 minutos.

Segundo uma agência de informações religiosas, o Papa pediu ao proprietário da loja que lhe cobrasse o preço padrão, sem qualquer desconto.

"Não quero uma armação nova, apenas trocar as lentes, não quero gastar", disse o Papa, segundo o funcionário da ótica Alessandro Spiezia.

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