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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu nesta sexta-feira (22) a criação de regras para aplicação dos fundos eleitorais, como forma de evitar discricionariedades de comandos partidários na aplicação desses recursos, que totalizarão quase R$ 5 bilhões em 2024. Ele também defendeu o aprimoramento de regras que favoreçam a utilização dos recursos orçamentários para que haja aumento da qualidade dos gastos públicos. 

A avaliação foi feita em entrevista à imprensa, após o encerramento de sessão do Congresso Nacional durante a qual foram aprovados o Orçamento de 2024 e créditos adicionais de mais de R$ 2,5 bilhões no Orçamento de 2023  Pacheco defendeu o financiamento público eleitoral, mas reconheceu que há um “equívoco” no estabelecimento de um valor para eleição municipal nos parâmetros de uma eleição geral para presidente da República, governadores, senadores e deputados.  ­

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— O mais correto, na minha opinião, seria o valor da última eleição municipal, que foi em 2020, fazer as devidas correções e adequações e definir um valor que ficaria bem abaixo desse valor definido [de quase R$ 5 bilhões]. Mas o que vale é a vontade da maioria, temos que respeitar essa vontade da maioria em diversas situações. A força do Congresso Nacional de fato está no seu colegiado, e não na vontade individual de seus parlamentares — afirmou. 

Aprimoramento de regras O presidente do Senado disse que cabe agora buscar uma alternativa ao aprimoramento das regras, e sugeriu a criação de uma lei que discipline a aplicação de fundos eleitorais para evitar a discricionariedade de comandos partidários e para que todos efetivamente possam ter acesso a esses recursos. 

— Eu considero que esse valor [de R$ 5 bilhões] precipita muito a discussão da volta do financiamento privado de pessoas jurídicas, que havia sido suspenso pelo Supremo Tribunal Federal, numa ação da Ordem dos Advogados do Brasil. E precipita inclusive uma reflexão sobre as eleições no país, o custo delas para o Brasil em todos os sentidos. Eu considero que as discussões sobre o fim da reeleição, o mandato de cinco anos, a coincidência de mandatos para termos menos eleições, tudo isso acaba sendo fortalecido com uma decisão de um fundo eleitoral nessa monta. Eu respeito, mas naturalmente que isso gera consequências de reflexões para o Brasil no ano de 2024. Eu considero que nós iniciaremos 2024 com esses desafios, especialmente nessa questão do sistema eleitoral e do sistema político em nosso país. 

Custos eleitorais

Pacheco disse ainda que esse valor destinado às eleições municipais de 2024 suscita “reações naturais legislativas” para dar melhor disciplina sobre esses gastos e o custo da Justiça Eleitoral. 

— Nós temos no Brasil o fundo eleitoral, já previsto então para R$ 5 bilhões para eleição municipal. No ano de 2026, naturalmente nós vamos ter que aumentar isso porque nas eleições gerais de 2022 já foram R$ 5 bilhões. Nas eleições de 2026 isso vai ser aumentado, provavelmente. Então, vamos discutir a questão da coincidência de mandatos, o custo da Justiça Eleitoral, que são quase R$ 11 bilhões por ano, em função de dois em dois anos termos eleições. Não só pela economia que isso representa para os cofres públicos, mas para tirar o Brasil desse estado permanente eleitoral que vivemos. Esse estado permanente de eleições contamina a qualidade dos mandatos, a qualidade da política, pois a política tem uma razão de ser que não pode ser uma razão puramente eleitoral — argumentou. 

O presidente do Senado considera que é possível estabelecer um marco de valor eleitoral a partir de modificações na legislação, com apoio da sociedade e de forma democrática, em deliberações tomadas com maturidade, equilíbrio e sempre respeitando a decisão da maioria.  Cortes orçamentários Ao ser questionado sobre comentário do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), de que houve um “golpe” com o corte de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Orçamento, Pacheco disse que vê com “naturalidade” esses fatos, uma vez que o Congresso Nacional “é uma Casa plural, com 594 deputados e senadores com pensamentos diferentes e formas diferentes de agir e falar”. 

— Eu não posso concordar que haja golpe, obviamente que pode haver algum conflito de interesses entre Executivo e Legislativo, isso é natural, normal, e a melhor forma de solucionar isso é com debate, com respeito às divergências, e no final das contas, quando não há convergências, coloca para votar. O que a maioria decidir está definido, é decisão do Congresso Nacional — assegurou.  Pacheco destacou que a discussão do fundo eleitoral envolve lei orçamentária, ou seja, “dinheiro público que, eventualmente, ao ser disponibilizado em período eleitoral, pode estar suscetível a critérios a serem estabelecidos por uma lei editada no ano de 2024”. 

— Eu não vejo problemas nem alcance de anualidade nisso, o primeiro passo de fato é definir uma lei que defina parâmetros de aplicação disso, porque um candidato “a” tem acesso ao fundo, e outro tem acesso ao fundo menor ou nem tem acesso. Essa discricionariedade na aplicação de R$ 5 bilhões no Brasil é algo que não pode prevalecer, tem que haver uma vinculação a partir de lei que estabeleça critérios na aplicação desse fundo — afirmou. 

Remanejamento de verbas

Quanto ao remanejamento de recursos de emendas orçamentárias destinadas às comissões permanentes, criticado por alguns parlamentares, o presidente do Senado disse que não interferiu nesse processo. Ele ressaltou, porém, que a extinção das emendas de relator fortaleceu as emendas de comissão, as quais, em sua avaliação, dão melhor qualidade ao gasto público por serem temáticas, o que favorece a elaboração de políticas de alcance nacional. 

— Isso é o que foi feito na CMO. De minha parte não houve nenhum tipo de interferência. O fato de termos recurso em uma comissão “a” não significa que não se possa ter no futuro um remanejamento ou readequação de recursos orçamentários para outras áreas diante de necessidades que surjam, não há um engessamento em torno disso, é perfeitamente possível esse remanejamento. O importante é que todas as áreas do Brasil possam ser atendidas e sejam bem amparadas – afirmou.

Desafios futuros

Em 2024, disse Rodrigo Pacheco, o Brasil terá o desafio de regulamentação da reforma tributária e a “discussão profunda da qualidade do gasto público, com as definições de prioridades pelo planejamento do Executivo e a participação do Legislativo na construção disso, mas sem buscar ter maior protagonismo com o Executivo, que isso também não tem cabimento”. 

— Sentarmos todos à mesa para definir um planejamento nacional, para que se possa gastar devidamente com qualidade na saúde, educação, infraestrutura, lazer, agricultura, é muito importante que aconteça, para não gerar descompasso. É importante ter um pouco de simetria nisso. Então eu acredito muito que essa discussão do gasto público e do tamanho do Estado brasileiro vai ser o próximo grande desafio do Congresso Nacional após a entrega da reforma tributária — concluiu o presidente do Senado. 

*Da Agência Senado

Senadores e deputados vão tirar dinheiro das emendas de bancada estadual para reforçar o Fundo Especial de Financiamento de Campanha — conhecido como Fundo Eleitoral. O projeto de Lei Orçamentária enviado em agosto pelo Poder Executivo (PLN 29/2023) previa apenas R$ 939,2 milhões para custear as eleições municipais de 2024. Nesta semana, os parlamentares aprovaram um aporte de R$ 4 bilhões — o que assegura para o próximo ano o mesmo valor usado em 2022: R$ 4,96 bilhões.

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Foto - Roque de Sá/Agência Senado

A liberação do extra de R$ 4 bilhões está prevista em uma instrução normativa aprovada nesta semana pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). De acordo com o texto, o valor total destinado às emendas de bancada estadual, que têm execução obrigatória, é de R$ 12,57 bilhões. Descontados os recursos para o Fundo Eleitoral, cada representação no Congresso Nacional pode sugerir despesas de até R$ 316,9 milhões no Orçamento de 2024.

A instrução normativa foi acolhida pelo Comitê de Admissibilidade de Emendas (CAE). De acordo com o colegiado, vinculado à CMO, cada bancada estadual pode propor de 15 a 20 emendas de apropriação, além de três emendas de remanejamento.

Caso o dinheiro das emendas de bancada reservado para o Fundo Eleitoral não seja integralmente utilizado na campanha, a sobra é dividida pelo relator-geral do Orçamento. Ele deve respeitar a mesma proporção adotada nos pareceres de emendas de bancada aprovados pela CMO.

Fundo Eleitoral

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) foi criado em 2017, após uma alteração na Lei 9.504, de 1997. De acordo com a norma, ele dever ser constituído por dotações orçamentárias da União, além de um percentual de emendas impositivas de bancada estadual do Congresso Nacional.

O dinheiro é depositado pelo Tesouro Nacional em uma conta especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de junho de cada ano de pleito. O dinheiro só vai para os partidos políticos depois que cada legenda define critérios de distribuição, aprovados pela maioria absoluta da direção executiva nacional.

De acordo com o TSE, os recursos destinados às campanhas saltaram de R$ 1,71 bilhão em 2018 para R$ 2,03 bilhões em 2020 — um acréscimo de 18,57%. Em 2022, houve o maior crescimento registrado no Fundo Eleitoral: os R$ 4,96 bilhões reservados para as eleições daquele ano representavam um aumento de 143,81% em relação ao pleito anterior. Em 2024, o fundo deve manter o valor registrado em 2022.

*Da Agência Senado

A Comissão Mista de Orçamentos (CMO) do Congresso Nacional aprovou uma proposta que abre caminho para um fundo eleitoral de R$ 5 bilhões em 2024, ano de eleições municipais. Atualmente, o valor reservado pelo governo para as campanhas no Orçamento de 2024 é de R$ 939,3 milhões. O Orçamento ainda não foi aprovado e precisa ser votado no Congresso.

Uma instrução normativa aprovada pela comissão nesta quarta-feira, 8, autoriza os parlamentares e tirarem mais R$ 4 bilhões das emendas de bancadas estaduais e turbinar o chamado "fundão". Em valores exatos, o financiamento das campanhas ficará em R$ 4,962 bilhões.

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Na prática, a manobra pode tirar dinheiro da educação, da saúde e de obras de infraestrutura. Todos os anos, as emendas de bancada são direcionadas para essas áreas, com o objetivo de bancar projetos estruturantes e obras de grande vulto nos Estados.

Se o valor for aprovado, o fundo eleitoral para a campanha de prefeitos e vereadores será o mesmo que bancou as eleições presidenciais do ano passado. A quantia, porém, é mais do que o dobro das últimas eleições municipais, em 2020, de R$ 2 bilhões.

Os líderes do Congresso ainda não definiram se o aumento do fundo eleitoral vai ser realmente colocado em prática às custas das emendas de bancada, que são estratégicas para os parlamentares e para os governadores. A regra aprovada nesta quarta autoriza esse movimento.

A bancada de São Paulo, por exemplo, já negociou que mandará o valor das emendas para obras indicadas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), conforme o Estadão revelou. Em troca, Tarcísio prometeu entregar R$ 10 milhões do orçamento estadual para cada deputado federal e senador de São Paulo indicar conforme bem entender - uma troca não prevista em lei, que somente autoriza emendas do governo do Estado para deputados estaduais.

O valor do "fundão" ainda pode aumentar. A quantia será fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA). Os dois projetos devem ser votados pelos parlamentares em dezembro. "Pode ser que não tire das emendas de bancada ou que tire um valor menor. O relator da LDO é que vai dizer de onde vai tirar esses R$ 4 bilhões", disse o relator do Orçamento de 2024, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP). O relator da LDO é o deputado Danilo Forte (União-CE).

O Grupo de Trabalho responsável por elaborar uma minirreforma eleitoral com propostas para afrouxar o uso do Fundo Eleitoral e impedir o bloqueio dos recursos pela Justiça decidiu fatiar o texto, para reduzir o risco de impasses. Os deputados vão elaborar dois projetos: um para tratar de prestação de contas e das regras que impedem um político condenado de se candidatar; e outro para regular a propaganda eleitoral e uso do fundo partidário.

Os parlamentares têm pressa, porque a proposta precisa ser aprovada nas duas casas legislativas e sancionada pela Presidência da República até o dia 6 de outubro para que possa valer para as próximas eleições. Uma emenda à Constituição aprovada em 1993 estabeleceu o chamado "princípio da anualidade eleitoral", com o objetivo de dar segurança jurídica ao processo. O primeiro turno das eleições de 2024 está marcado para 6 de outubro.

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DISCUSSÃO

Um dos pontos em discussão proíbe a Justiça de bloquear os fundos eleitoral e partidário de qualquer legenda, mesmo em caso de desvio de recursos. Os fundos se tornariam, portanto, "impenhoráveis", e o magistrado que tomassem decisão contrária poderiam ser responsabilizados por abuso de poder. A proposta inclui também um item que, se aprovado, impedirá que toda a chapa seja cassada em caso de fraude nas cotas femininas.

Segundo o relator do grupo de trabalho, deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), caso o texto não seja desmembrado, as propostas seriam remetidas ao Senado, onde já tramita uma proposta mais ampla de alteração do Código Eleitoral.

Pereira Júnior iria apresentar o texto final da minirreforma ontem, mas decidiu adiar. Ele e a presidente do Grupo de Trabalho, deputada Dani Cunha (União-RJ) - filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, cassado em 2016 -, optaram por apresentar o texto na segunda-feira.

‘CAPENGA’

Os dois parlamentares se reuniram ontem com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o relator do novo Código Eleitoral em tramitação no Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), para avaliar o conteúdo de ambas as propostas, eliminar sobreposições e traçar prioridades. "Os integrantes concordaram que é melhor ter um texto redondo do que um texto capenga", alegou Pereira Júnior.

O texto será discutido entre os integrantes do grupo de trabalho na tarde de segunda-feira. A proposta então passará por discussão em reunião de líderes na terça-feira e será votada direto no plenário na quarta-feira. Para o relator, o texto apresentará poucas diferenças em relação ao que já foi apresentado anteriormente aos integrantes do GT. "O texto final estará muito próximo do que foi apresentado no plano de trabalho inicial e dos tópicos apresentados. A divergência encontrada até aqui não diz respeito ao mérito das matérias, mas da redação", afirmou Rubens.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso articula aumentar o valor do fundo eleitoral do ano que vem, quando os partidos vão disputar prefeituras em todo o País. A ideia dos parlamentares é prever um volume maior de recursos para as campanhas no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), relatado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) e que pode ser votado pelos deputados e senadores até o fim deste mês.

O valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha em 2022 foi de R$ 4,9 bilhões, um recorde. No PLDO enviado ao Legislativo, o Ministério da Fazenda incluiu uma trava para que o montante não passe disso. No dispositivo criado pela equipe econômica, a verba só pode exceder esse limite se for custeada por emendas de bancada estadual, mas essa alternativa é rechaçada pelos parlamentares.

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O Fundo Eleitoral, também conhecido como "Fundão", foi incluído na reforma eleitoral aprovada em 2017 pelo Congresso e entrou em vigor na eleição seguinte, em 2018. O movimento ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir, em 2015, o financiamento privado das campanhas, que havia resultado em diversos casos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato.

"Acho que deveria ao menos corrigir pela inflação acumulada", afirmou ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, que também é o primeiro vice-presidente da Câmara. Os recursos do fundo são usados para custear as despesas das campanhas dos candidatos nas eleições que ocorrem de dois em dois anos no País.

Outra opção que circula nos bastidores é reduzir o montante do Fundo Partidário para turbinar as verbas para as campanhas eleitorais. Técnicos do Orçamento, contudo, avaliam que essa alternativa é de difícil execução porque há um piso de verbas para o Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos e, dificilmente, o governo destinaria recursos para além desse piso, o que inviabilizaria o corte.

De acordo com Danilo Forte, o valor quantitativo do fundo ainda vai ser discutido. "O Fundo eleitoral é o fundo da democracia. Eu sempre defendi o financiamento privado de campanhas, mas a opção foi pelo fundo público. Então, há que se arcar com as consequências. Num País com dimensões continentais, tem que haver recursos para que as campanhas tenham equidade", afirmou o deputado à reportagem. Forte defendeu ainda que é preciso transparência e uma fiscalização maior sobre o uso das verbas.

O partido Novo aprovou em convenção nacional realizada nesta quarta-feira, 1º, a utilização dos rendimentos do Fundo Partidário que estão em uma aplicação de renda fixa do Banco do Brasil. A decisão, antecipada pelo Estadão, marca uma mudança nos princípios da sigla, que apresentava como "cartão de visitas" o fato de não usar dinheiro público.

O Novo tem atualmente R$ 106 milhões aplicados. O partido foi formalizado em 2015, mas esses recursos foram turbinados em 2018, quando a sigla elegeu 8 deputados federais. Se devolvesse o dinheiro ao Tesouro, os recursos do Novo seriam redistribuídos entre as demais siglas. O partido decidiu então depositar os repasses em uma aplicação até que conseguisse mudar a legislação e dar outro fim ao dinheiro.

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A convenção também aprovou uma remuneração aos dirigentes.

Na terça-feira, 28, o ex-presidente da sigla, João Amoêdo, se manifestou contra a mudança e afirmou que a decisão é ilegal. Segundo ele, o partido teria de submeter a proposta aos órgãos públicos antes de aprovar o uso do Fundo Partidário, já que o aproveitamento dos recursos significa uma alteração no estatuto do partido. "Para ter acesso imediato ao dinheiro público, o diretório nacional burla a lei", escreveu. "Fica o alerta para filiados e Justiça Eleitoral."

A lei eleitoral diz que "as alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral". O partido afirmou ao Estadão que, como se trata de uma mudança aprovada por meio de resolução, não será preciso submeter à Justiça Eleitoral. "Com isso, o uso do recurso já fica permitido", disse a legenda, via assessoria.

O partido disse ainda que criará uma comissão de governança e transparência por "prezar pela responsabilidade do uso do dinheiro público". Em no máximo 30 dias, essa comissão vai apresentar uma minuta das regras de como fazer o uso correto dos rendimentos do Fundo.

Amoêdo foi candidato à Presidência da República pela legenda em 2018, mas foi se afastando do partido durante o mandato de Jair Bolsonaro. Ele acabou sendo expulso do partido no ano passado após declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva. (COLABOROU DAVI MEDEIROS)

Silva Waiãpi (PL), eleita deputada federal pelo Amapá no último domingo (2), foi denunciada pelo Ministério Público Eleitoral por gasto ilícito do dinheiro público. A representação diz que ela usou R$ 9 mil dos recursos destinados à campanha para pagar uma harmonização facial num consultório odontológico em Macapá.

A candidata bolsonarista declarada como indígena recebeu 5.435 votos (1,28%) sendo eleita por média. Foi a primeira vez que ela concorreu num pleito eleitoral.

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A representação foi assinada pelo procurador regional eleitoral Pablo Luiz de Beltrand, na quinta-feira (6), e foi realizada baseada em depoimento da coordenadora de campanha da candidata e do profissional que fez o procedimento estético. Comprovantes bancários que demonstram as transferências entre as contas e os pagamentos feitos nas clínicas estão anexados no documento. 

O Ministério pontuou que ambos os depoimentos dizem que Silvia transferiu dinheiro da conta da campanha para a conta pessoal da coordenadora, que em seguida fez o pagamento pela harmonização, no valor de R$ 9 mil, por ordem da deputada eleita. 

Na frente das câmeras, eles fizeram discursos contundentes contra o "fundão" eleitoral de R$ 5 bilhões, mas, longe dos holofotes, aceitaram usar o dinheiro que condenaram. Dos 167 deputados e senadores que se posicionaram contra a reserva bilionária em votação e nas redes sociais, justificando ser uma "excrescência", uma "vergonha", uma "aberração", 124 estão usando o dinheiro para financiar suas campanhas neste ano.

Os candidatos podem abrir mão de receber os recursos e utilizar apenas doações de pessoas físicas. Nesses casos, o partido pode destinar o dinheiro para outros postulantes ou, até mesmo, devolver aos cofres públicos.

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O deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), ex-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, o senador Rodrigo Cunha (União-AL), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progresistas-AL), e Bia Kicis (PL-DF), da tropa de choque do Palácio do Planalto no Congresso, foram os críticos do fundão que mais pegaram dinheiro dessa verba. Vitor Hugo e Cunha têm em comum candidaturas a governos de Estado.

Conforme levantamento do Estadão, 117 deputados e sete senadores que votaram contra o fundão de R$ 5 bilhões aceitaram receber R$ 188 milhões para gastar na eleição. A lista é reforçada por estrelas de um campo e outro da política, como os deputados Carla Zambelli (PL-SP), André Janones (Avante-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Candidatos a um novo mandato na Câmara, eles recorreram a valores menos expressivos.

Na época da votação que definiu o fundão de R$ 5 bilhões, Vitor Hugo classificou a verba como "exagero". Hoje candidato ao governo de Goiás, é o parlamentar do "grupo dos contra" que mais usou o dinheiro na campanha, um total de R$ 7 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Procurado, ele não respondeu à reportagem.

Mudança

"É uma vergonha. Incompatível com a realidade do Brasil e um desrespeito aos brasileiros. Sou totalmente contra", escreveu Rodrigo Cunha no Facebook em dezembro de 2021. Não passaram nove meses para o senador mudar o discurso. Agora candidato ao governo de Alagoas, ele já aceitou receber R$ 6 milhões do "fundão vergonha". Ao Estadão, disse que "quem determina os valores repassados são os partidos" e que foi contra o aumento do valor do fundo, não o mecanismo de financiamento. Pelas regras, o senador poderia simplesmente recusar receber o valor.

André Janones também votou contra o fundão de R$ 5 bilhões. Para seus 318 mil seguidores no Twitter, disse que o valor era uma "desconexão" com a realidade do Brasil. "Não é justo, não é certo, não é moral", postou em julho do ano passado. Agora candidato à reeleição, o deputado recebeu meio milhão para bancar sua campanha. "Eu votei contra o aumento, e não pelo fim do fundo. Usei em 2016, usei em 2018, usei este ano e vou continuar usando enquanto o fundo existir", afirmou ao Estadão, ressaltando que, se não utilizasse, o valor iria para outros candidatos de seu partido.

A votação no Congresso não colocava em discussão a existência do fundão, mas o valor para a campanha deste ano. O parlamentar que foi contra e agora usa o dinheiro, na prática, concordou em ser beneficiado com a cifra que condenou.

Excrescência

Tradicionalmente, os presidentes de partido privilegiam candidatos à reeleição na divisão dos recursos. Bia Kicis, por exemplo, recebeu R$ 2 milhões do fundão para bancar sua tentativa de renovar o mandato. Foi a sexta candidata do PL que mais ganhou dinheiro dessa fonte entre todos seus colegas.

No ano passado, Bia Kicis foi contra o fundão de R$ 5 bilhões e postou vídeo para seu 1,4 milhão de seguidores no Instagram associando os recursos à corrupção: "Somos os deputados que combatem a corrupção e somos contra o fundão". Pouco mais de um ano depois, ela mudou o discurso.

"Enquanto nossos adversários dispõem de verba para concorrer, não posso entrar na disputa sem as mesmas armas", afirmou Bia agora. Além do fundão, porém, os candidatos também podem financiar suas campanhas com dinheiro próprio, doações individuais e financiamento coletivo.

Também candidato à reeleição, Eduardo Bolsonaro recebeu R$ 500 mil do fundo eleitoral. No ano passado, o filho do presidente da República classificou o fundão de R$ 5 bilhões como "excrescência" em vídeo divulgado para seus quatro milhões de seguidores no Instagram. Procurado, o deputado não justificou os motivos de agora aceitar ser beneficiado pelo valor que criticou.

Da mesma forma, Carla Zambelli votou contra e condenou o fundão de R$ 5 bilhões, segundo ela "uma aberração", "um escárnio", algo "inaceitável". No Facebook, dizia para seus 2,8 milhões de seguidores que "sempre foi contra dinheiro público em campanha". Como candidata, aceitou receber R$ 1 milhão para financiar sua reeleição. Ao Estadão, a deputada disse que fez uma enquete com seus eleitores que consentiram o uso.

O único partido que rejeitou o fundão de R$ 5 bilhões em votações no Congresso e nas redes sociais e manteve essa posição na campanha foi o Novo. A sigla, de atuação voltada a setores do empresariado, abriu mão de R$ 87,7 milhões para financiar a eleição de seus 479 candidatos a deputados federal e estadual, senador, governador e presidente. Nesse caso, como a decisão de não receber é do partido, os recursos voltam aos cofres públicos.

Dinheiro na conta

O governo federal já repassou aos partidos políticos os R$ 5 bilhões do fundão eleitoral. No total, 31 agremiações receberam os recursos. E R$ 3,3 bilhões já entraram na conta das campanhas.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para presidente, o petista Luiz Inácio Lula da Silva recebeu R$ 85,9 milhões até agora. É o maior valor do fundão repassado a um candidato. O PT tem direito a distribuir R$ 500 milhões por ter eleito uma bancada de 54 deputados federais em 2018.

Os petistas votaram a favor do fundão de R$ 5 bilhões no ano passado, o que beneficiou a sigla com o segundo maior volume de recursos públicos. O primeiro é o União Brasil, uma junção do PSL (que elegeu Bolsonaro em 2018) com o DEM. A sigla lançou para a Presidência a senadora Soraya Thronicke (MS). A campanha dela encabeça os repasses do fundo eleitoral da legenda, com R$ 15,5 milhões. Assim como seu partido, Soraya votou a favor do fundão bilionário.

O PL de Bolsonaro tem R$ 268 milhões, dos quais apenas R$ 90 mil foram para a campanha do presidente à reeleição. A maior parte dos recursos utilizados por ele até agora saiu do Fundo Partidário, R$ 10 milhões, formado ainda por verba pública. A sigla, que ao lado do Progressistas e do Republicanos forma o Centrão, também foi a favor do fundão.

Candidata do MDB ao Planalto, a senadora Simone Tebet (MS) recebeu R$ 19,8 milhões do fundo eleitoral para sua campanha. É o maior valor destinado pelo partido a um candidato. Simone Tebet não participou da votação que aumentou o fundão, mas seu partido orientou o voto a favor. Ciro Gomes (PDT) tem R$ 16 milhões do fundão para gastar. Sua sigla também foi a favor.

Destino

O fundão foi criado em 2017 como resposta do Congresso à Operação Lava Jato, que revelou empresários pagando propina a políticos travestida de doação de campanha. As pessoas jurídicas foram proibidas de doar, e o financiamento das eleições passou a ser quase 100% público. Além de fechar a torneira da corrupção, acreditava-se que as eleições ficariam mais baratas. Desde que o fundão foi criado, porém, o Congresso já triplicou seu valor.

O dinheiro pode financiar toda a despesa de campanha, desde gráfica até gastos com marqueteiro e jatinho. A prestação de contas pode ser conferida no site do TSE.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menos de um mês da eleição, os partidos têm privilegiado os homens e detrimento das mulheres na distribuição de recursos para as campanhas de deputados federais. Até agora, os caciques partidários colocaram R$ 1,26 bilhão do fundo eleitoral para eles e R$ 518,8 milhões para elas.

Embora representem 36,4% dos postulantes à Câmara, o equivalente a 2.094 candidatas, as mulheres só tiveram 29,1% do fundo para financiamento dos gastos. Os homens são 63,6% dos candidatos (3.662) e tiveram 70,9% do fundo. A título comparativo, é como se cada mulher tivesse recebido, em média, R$ 247,7 mil do fundo eleitoral e cada homem, R$ 344,7 mil.

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Com menos dinheiro, as chances de eleição diminuem. Atualmente, dos 513 deputados, 77 são mulheres - o equivalente a 15% do plenário. Na população, elas são 51%.

Desequilíbrio

O cenário expõe a discrepância entre gêneros na política, apesar dos incentivos legais para equiparação das condições de disputa. Uma das consequências é o desequilíbrio na representação feminina na política nacional.

O fundo eleitoral é o principal mecanismo de financiamento de campanhas, instituído após a vedação de doações por empresas privadas. Para este ano, são R$ 4,9 bilhões em recursos públicos distribuídos às siglas, para despesas com candidatos a todos os cargos.

Por lei, 30% desses recursos devem ser repassados às mulheres. Contudo, cada sigla faz como bem entender e nada as impede de concentrar a cota em um número reduzido de candidatas ou privilegiar uma candidatura à Presidência ou a governadora de Estado.

Só quatro partidos com candidaturas a deputado repassaram a mulheres mais da metade dos recursos do fundo eleitoral a que tinham direito: UP (86,9%), DC (62,2%), PSOL (55,7%) e PCdoB (50,9%).

No PL do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, as mulheres que tentam vagas na Câmara receberam 28,5% do que foi distribuído pela agremiação presidida por Valdemar Costa Neto. No PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elas tiveram 34,2%.

Em números absolutos, as candidatas do PL ganharam 35,7 milhões; os homens ficaram com R$ 89,5 milhões. No PT, presidido pela deputada Gleisi Hoffmann, as mulheres receberam R$ 48,7 milhões. Os homens, R$ 93,9 milhões.

O repasse máximo do PT às candidaturas a deputado federal foi de R$ 1,5 milhão. Das 125 candidatas do partido, apenas nove receberam o valor máximo. Entre os homens, 37 dos 188 lançados. O PL repassou para dez candidatos entre R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões. Mulheres, oito.

Menos doações

. As doações de pessoas físicas também privilegiam os homens na disputa para uma vaga na Câmara. O levantamento do jornal O Estado de S. Paulo com base nos dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que essa modalidade de financiamento aprofunda a desigualdade. As candidatas arrecadaram R$ 14,5 milhões com doações individuais. Já os candidatos, R$ 55,9 milhões.

A eleição de deputados federais é considerada importante para os partidos. A configuração do plenário na próxima legislatura definirá o rateio entre as siglas dos bilhões reservados até 2026 para os fundos eleitoral e Partidário. Quanto mais deputados, mais dinheiro o partido recebe.

As iniciativas para ampliar a participação feminina têm demonstrado resultados ainda considerados tímidos por estudiosas. Para a pesquisadora Joyce Luz, do Observatório do Legislativo Brasileiro, o financiamento é um gargalo.

"Por mais que tenha a reserva de 30% para candidatas, isso não se converte em quantidade de cadeiras. Uma das razões é o financiamento. Com menos dinheiro, ela tem menos visibilidade entre o eleitorado, menos recursos para santinhos e propaganda", disse Joyce. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou o valor que cada partido vai receber na distribuição dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral reservado para as eleições de 2022. O União Brasil, do pré-candidato à Presidência Luciano Bivar, receberá a maior fatia - mais de R$ 782 milhões.

O PT, sigla do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, terá pouco mais de R$ 503 milhões; e o MDB da senadora Simone Tebet ficará com R$ 363 milhões.

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O PSD receberá quase 350 milhões e o Progressistas, R$ 344 milhões. Juntas, as cinco legendas respondem por 47,24% dos recursos do fundo distribuídos neste ano.

O PL, sigla do presidente da República Jair Bolsonaro, receberá R$ 288 milhões.

O PDT de Ciro Gomes terá direito a mais de R$ 253 milhões.

O partido Novo renunciou ao repasse e sua cota de R$ 90 milhões será revertida ao Tesouro Nacional. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou na noite da quarta-feira (15) a partilha dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, destinado às legendas para as Eleições Gerais de 2022. O maior Fundo Eleitoral da história foi dividido entre os 32 partidos políticos registrados no TSE. O União Brasil, PT, MDB são os partidos com maior quantia recebida. 

O União Brasil, nascido da fusão entre Democratas e PSL, teve direito a mais de R$ 782 milhões. Já o PT recebeu pouco mais de R$ 503 milhões. O MDB teve direito a R$ 363 milhões. Além disso, o PSD recebeu R$ 349 milhões e o PP aproximadamente R$ 344 milhões. Juntas, essas cinco legendas respondem por 47,24% dos recursos distribuídos. 

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O Fundo Eleitoral foi criado em 2017. Sua criação se seguiu à proibição do financiamento privado de campanha. Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu doações de empresas a campanhas políticas, sob a alegação de haver desequilíbrio na disputa política e exercício abusivo do poder econômico. 

Para distribuir o Fundo Eleitoral, o TSE utiliza critérios definidos em lei. Dois por cento do total são divididos igualmente por todos os partidos registrados no tribunal. 

Além disso, 35% são divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos obtidos por eles na última eleição. Outros 48% são divididos entre os partidos na proporção do número de representantes na Câmara e 15% divididos na proporção do número de representantes no Senado. 

Os recursos do Fundo Eleitoral não são repassados aos partidos a título de doação. Eles devem ser usados exclusivamente no financiamento das campanhas eleitorais, e as legendas devem prestar contas do uso desses valores à Justiça Eleitoral. A verba repassada só ficará à disposição do partido político depois que ele definir critérios para a distribuição dos valores. Esses critérios devem ser aprovados pela direção executiva nacional do partido e precisam ser divulgados publicamente. 

Confira abaixo os dez partidos que mais receberam receitas do Fundo Eleitoral:  -

União Brasil: R$ 782.549.751,69 

- PT: R$ 503.362.324,00  -

MDB: R$ 363.284.702,40 

- PSD: R$ 349.916.884,56 

- PP: R$ 344.793.369,45 

- PSDB: R$ 320.011.672,85 

- PL: R$ 288.519.066,50 

- PSB: R$ 268.889.585,68 

- PDT: R$ 253.425.162,09 

- Republicanos: R$ 242.245.577,52

O prazo para que os partidos políticos comuniquem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a renúncia aos recursos do Fundo Eleitoral se encerrou na quarta-feira (1o), e o Partido Novo foi a única sigla que rejeitou o dinheiro público reservado para financiar a campanha das Eleições 2022. 

A legenda informou no último dia do prazo que renunciaria a R$ 87,7 milhões. O Novo tem entre suas bandeiras a mínima dependência de recursos públicos, e já renunciou ao Fundo Eleitoral em outras ocasiões. A quantia agora deve ser redirecionada às demais agremiações. 

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O TSE tem até 16 de junho para divulgar a quantia exata a que cada partido terá direito, de acordo com os critérios legais. Neste ano, o valor aprovado no Congresso para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, nome oficial do Fundo Eleitoral, é de R$ 4,9 bilhões. 

Os recursos devem ser divididos em 2% igualitariamente para cada legenda apta a disputar as eleições e que não tenham renunciado ao dinheiro.

Em seguida, o restante deve ser distribuído de acordo com os seguintes critérios: 

- 35% são destinados às agremiações que elegeram pelo menos um deputado federal, na proporção dos votos obtidos na última eleição geral; 

- 48% são distribuídos proporcionalmente à representação de cada legenda na Câmara dos Deputados; 

- os 15% restantes são divididos entre os partidos com base na proporção da representação no Senado Federal.

O Congresso Nacional promulgou nesta terça-feira (5) a Emenda Constitucional 117 (originária da PEC 18/21), que obriga os partidos políticos a destinar no mínimo 30% dos recursos públicos para campanha eleitoral às candidaturas femininas. A distribuição deve ser proporcional ao número de candidatas. A cota vale tanto para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha – mais conhecido como Fundo Eleitoral  – como para recursos do Fundo Partidário direcionados a campanhas. Os partidos também devem reservar no mínimo 30% do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão às mulheres. 

Em 2022, o Fundo Eleitoral será de R$ 4,9 bilhões, enquanto o Fundo Partidário terá à disposição R$ 1,1 bilhão. A nova emenda constitucional ainda destina 5% do Fundo Partidário para criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. Neste ano, isso seria o equivalente a R$ 55,4 milhões. 

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Anistia

O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido desde 2018 que a distribuição do financiamento de campanhas eleitorais deveria ser proporcional aos candidatos de acordo com o gênero, respeitando o limite mínimo de 30% para mulheres. No entanto, a emenda constitucional anistia os partidos que não destinaram os valores mínimos em razão de sexo e raça em eleições ocorridas antes da promulgação. Com isso, não serão aplicadas sanções como devolução de valores, multa ou suspensão do Fundo Partidário. 

Partidos que não utilizaram recursos para programas de promoção e difusão da participação política das mulheres ou tiveram essas despesas rejeitadas durante a prestação de contas poderão utilizar o dinheiro nas próximas eleições, desde que o processo não tenha ainda transitado em julgado na Justiça Eleitoral. 

Visibilidade

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou a importância da emenda para promover a participação feminina na representação popular dos poderes Legislativo e Executivo, tanto no âmbito da União quanto dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

“O mérito da proposta é dar visibilidade às candidaturas femininas para que elas disputem em igualdade de condições o voto do eleitor”, afirmou. “[O texto] faz isso preservando a autonomia dos partidos políticos, pois determina que o critério de distribuição entre as candidaturas femininas deve ser realizado de acordo com a discricionariedade dos órgãos de direção partidária e com o teor dos estatutos dos partidos políticos.”  O autor da proposta, senador Carlos Fávaro (PSD-MT), disse que o Congresso incentiva a paridade igualitária na política brasileira ao introduzir na Constituição medidas de incentivo às candidaturas femininas. “Muito ainda precisa ser feito”, reconheceu. 

A relatora da matéria na Câmara, deputada Margarete Coelho (PP-PI), acredita que a emenda constitucional será um “divisor de águas” na promoção da participação feminina na política. “O STF garantiu a proporcionalidade na utilização dos recursos financeiros, mas nós vivíamos em uma condição incerta e precária, que decorria da decisão judicial”, observou.  Para Margarete, a emenda constitucional avança em relação ao entendimento do STF. “Esses 30% não representam um teto, mas, sim, um piso. As mulheres candidatas terão acesso agora a um fundo proporcional: se os partidos tiverem 40% e até 50% [de candidatas], será esse o valor do fundo a ser repassado a elas”, comentou. 

A relatora ainda explicou que a anistia decorre de um período de exceção em que nenhum partido conseguiu aplicar os recursos do Fundo Partidário destinados a incentivar a participação das mulheres. “Se a emenda anistia valores que não foram aplicados, lembro que esses valores não serão perdoados, mas devolvidos a gastos com as mulheres”, apontou. Ela espera que as verbas ajudem as mulheres também no período de pré-campanha. 

Representação

Nas eleições de 2018, as primeiras a garantir o financiamento público proporcional de candidatas mulheres, foram eleitas 77 deputadas, o equivalente a 15% do total. Isso representou um crescimento significativo em relação à legislatura anterior, quando apenas 46 deputadas tomaram posse ou 9% das 513 cadeiras da Câmara. 

A deputada Soraya Santos (PL-RJ) foi uma das autoras da ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pediu a proporcionalidade no financiamento de campanha de mulheres. Segundo ela, esse era um tema proibido na pauta da legislatura passada. “É mentira que as mulheres não gostam de política. Nós somos ativas, militantes, participantes”, declarou. 

A senadora Leila Barros (PDT-DF), por sua vez, lamentou o baixo número de congressistas mulheres. “Estatísticas semelhantes são repetidas nas assembleias estaduais, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras municipais, além do Executivo”, afirmou. “Essa situação tem de ser revertida principalmente porque sabemos que, quando mulheres e homens se unem em pé de igualdade, os resultados sempre apresentam melhor qualidade. Visões distintas de um mesmo problema permitem uma melhor compreensão do todo”, completou. 

*Da Agência Câmara de Notícias

A candidatura do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro à Presidência enfrenta resistências nas fileiras do Podemos, e a briga, agora, é pela distribuição do fundo eleitoral. Na Câmara, a bancada do Podemos - partido ao qual Moro se filiou em novembro - reivindica prioridade sobre os R$ 228,9 milhões do fundo para as disputas deste ano, sob o argumento de que, sem recursos, os deputados correm risco de derrota nas urnas e a sigla pode até mesmo não sobreviver.

O Podemos tem apenas 11 deputados federais e conta com um fundo eleitoral menor do que o dos concorrentes, como PL, PT, PSDB, MDB e PDT.

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O tamanho da bancada também tem impacto no tempo de propaganda de rádio e TV. Enquanto a maior parte dos principais candidatos terá direito a 20 minutos semestrais de propaganda partidária, o ex-ministro da Justiça ficará com apenas 10 minutos em razão do tamanho do Podemos.

Líder do Podemos na Câmara, o deputado Igor Timo (MG) disse que não faz sentido focar os repasses do partido para a campanha presidencial em detrimento da eleição no Congresso. "A gente sabe que é um cobertor curto, não tem como fazer mágica. Mas não adianta também custear integralmente uma campanha presidencial e o partido deixar de existir. Se não tiver deputado, como vai se manter?", questionou Timo.

Apesar de destacar o apoio a Moro, o líder do Podemos lembrou que o valor do fundo para as campanhas é calculado com base no número de deputados federais eleitos. "É natural que quem precise do fundo possa, de fato, reivindicar algum montante referente ao que ele mesmo gerou para o partido", disse o deputado, ao argumentar que o ex-juiz pode compensar a barreira financeira atraindo doações de pessoas físicas. Na prática, quem define como será distribuído o recurso do fundo eleitoral é a cúpula da sigla.

Desde 2015, as doações de empresas são proibidas, mas as transferências de pessoas físicas estão liberadas. "A campanha do Moro tem condição natural de arrecadar recursos. Tem muita gente que enxerga no Moro uma possibilidade real, inclusive nós, de uma mudança para o cenário nacional, para o País mais equilibrado. Muitas pessoas contribuem nesse sentido", afirmou Timo.

A possibilidade de Moro deixar o Podemos e migrar para o União Brasil - partido que será resultado da fusão entre o DEM e o PSL - vem sendo discutida, mas também enfrenta dificuldades. "Tem muita coisa ainda para se discutir. A gente está vendo esse 'approach' que tem sido feito pelo União Brasil na busca do Moro, oferecendo condições que talvez o Podemos não tenha", observou o líder do Podemos na Câmara.

O PSDB do governador de São Paulo, João Doria, e o MDB da senadora Simone Tebet (MS), ambos candidatos à Presidência, fizeram uma ofensiva sobre o União Brasil e começaram a discutir a possibilidade de montar uma federação entre as três legendas, mas a hipótese é vista como improvável. O modelo de federação obriga os partidos a ficarem juntos e se manter aliados em eleições durante quatro anos.

Pacote

O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), disse ao Estadão que "há tempos" tem conversado sobre o assunto com o PSDB e o MDB. Escolhido para comandar o União Brasil, Bivar afirmou que Moro poderá fazer parte desse grupo. Não indicou, porém, que ele terá prioridade sobre os demais concorrentes.

"A gente (União Brasil e MDB) já vem conversando há algum tempo. Não temos um candidato no momento; a gente vai discutir os nomes. Tem o PSDB também. O Moro, se quiser, pode entrar nesse pacote", comentou Bivar.

Na prática, a federação vai muito além de uma aliança presidencial e precisa ser reproduzida em eleições para governadores e prefeitos, sempre por no mínimo quatro anos. Alas do MDB apoiam a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta lista estão o senador Renan Calheiros (AL), o ex-senador Eunício Oliveira (CE), o ex-presidente José Sarney e muitos diretórios do partido no Nordeste.

Além disso, no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) é adversário do PSDB e deve enfrentar nas urnas o senador tucano Izalci Lucas. Outro complicador é que o próprio Ibaneis planeja abrir o palanque para o presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não acredito que aconteça (a federação). São muitas divergências nos Estados", disse Ibaneis ao Estadão.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve confirmar a existência do União Brasil nesta terça-feira, 8. "Entrando nesse processo, a gente zera tudo", disse Bivar, para quem as discussões sobre candidatura presidencial começarão a tomar forma no novo partido a partir de março.

De qualquer forma, a candidatura de Moro também não é unanimidade no Podemos, tanto que uma parte dos deputados do partido não esconde a simpatia por outros presidenciáveis. É o caso de Bacelar Batista (BA), que apoia Lula; e de José Medeiros (MT) e Diego Garcia (PR), que defendem a reeleição de Bolsonaro.

Garcia já anunciou até mesmo que vai sair do Podemos. Medeiros, por sua vez, postou uma mensagem no Twitter, no dia 24 de janeiro, dizendo que "com a possível ida do ex-ministro Sérgio Moro para o UB (União Brasil), a presidente Renata se credencia como uma importante candidata a vice do presidente@jairbolsonaro".

Moro não é o único que sofre oposição dentro do próprio partido. Doria também tem adversários no PSDB. O caso mais recente foi protagonizado pelo senador Tasso Jereissati (CE), que tem reiterado apoio a Tebet. Na quinta-feira, 4, o senador esteve com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e disse a ele que a senadora não tem rejeição e é capaz de unir forças.

O problema é que o nome de Tebet também não tem consenso no MDB, tanto que setores do partido querem apoiar Lula logo no primeiro turno. O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, é outro que vê crescer no partido dissidências pró-Lula. Mesmo após o lançamento da candidatura de Ciro, no último dia 21, parte dos deputados e senadores do PDT ainda manifesta incômodo com a estagnação do ex-ministro nas pesquisas de intenção de voto.

Procurada, a assessoria de Sergio Moro respondeu que não ia comentar e que o assunto diz respeito ao partido. A presidente do Podemos, Renata Abreu, não retornou os contatos da reportagem.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou relatório setorial do senador Angelo Coronel (PSD-BA) que mantém em R$ 2,128 bilhões o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas no próximo ano.

O Orçamento 2022 (PLN 19/21) tem 16 áreas temáticas, e os relatórios setoriais serão votados até esta segunda-feira (13). O relatório final, do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), deve ser entregue nesta quinta-feira (16) e votado até sexta-feira (17), para ser analisado em seguida pelo Plenário do Congresso Nacional.

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A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) apresentou destaque para reduzir o valor do Fundo Eleitoral para R$ 1 bilhão, mas a mudança foi rejeitada. "O valor é um desrespeito à população que sofre com a crise econômica e sanitária. Que a gente aprenda a fazer campanhas mais baratas e destine os recursos para áreas essenciais que precisam do dinheiro", pediu a parlamentar.

Transferências

O relatório setorial de "Economia, Trabalho e Previdência" destina R$ 3,3 bilhões para transferências a estados, Distrito Federal e municípios. O Ministério da Economia receberá R$ 6,8 milhões; e o Ministério do Trabalho e da Previdência, R$ 3,8 milhões.

A proposta de Angelo Coronel recebeu 869 emendas individuais, que somam R$ 3,287 bilhões. Quase a totalidade vão atender a transferências especiais, entregues diretamente ao ente beneficiário. Ainda há R$ 2,6 milhões para emendas de comissão e R$ 50 mil de emenda da bancada do Paraná.

O senador cortou R$ 74,8 milhões de investimentos no funcionamento da máquina administrativa para transferir esses recursos a emendas de relator-geral do Orçamento, classificadas como RP9.

*Da Agência Câmara de Notícias

O presidente Jair Bolsonaro recuou e sancionou a previsão de pagamento das emendas do relator-geral e das comissões na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. Com isso, os parlamentares poderão indicar esses recursos no Orçamento do ano que vem, em pleno período eleitoral. A decisão de manter essas emendas está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (23), diferente do que o governo havia anunciado na sexta-feira (20).

As emendas de relator estão no centro do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão. Essas verbas foram incluídas no Orçamento nos dois últimos anos e aumentaram a quantidade de recursos com a digital dos parlamentares. O governo do presidente Jair Bolsonaro usou a distribuição para negociar apoio político no Congresso, reforçando uma velha prática conhecida como "toma lá, dá cá" na liberação de recursos em troca de votos no Legislativo.

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Dessa forma, o Planalto coloca a digital nesse modelo e abre mão dos próprios argumentos adotados na semana passada para vetar os dispositivos, como a ampliação da segregação de emendas e o grau de "engessamento" da despesa pública.

Na sexta-feira, a Secretaria-Geral da Presidência distribuiu uma nota informando que Bolsonaro sancionou o projeto da LDO de 2022 vetando a previsão de pagamento das emendas de relator-geral e comissões. Nesta segunda-feira, porém, a pasta enviou um novo comunicado retirando essa parte, mas manteve o veto ao aumento do fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões. "Informamos que o documento encaminhado anteriormente não foi embasado na versão final do texto publicado hoje no DOU", informou a assessoria da pasta nesta segunda-feira.

Ao sancionar as emendas de relator, o presidente vetou outro dispositivo da LDO que aumentaria o controle do Congresso sobre a liberação desses recursos. O item vetado garantia que a execução respeitasse as indicações de beneficiários e a ordem de prioridades feitas pelo relator-geral. Além disso, dava um prazo de 180 dias para empenho dessas emendas, ou seja, para o Executivo reservar o dinheiro no Orçamento. Com esse veto, Bolsonaro mantém o controle da execução nas mãos dos ministérios, reforçando o poder de barganha.

O modelo de liberação desses recursos é questionado por especialistas e órgãos de controle. A emenda é incluída pelo relator-geral na Lei Orçamentária Anual (LOA), mas a distribuição das verbas é negociada internamente com deputados e senadores. O TCU identificou "perplexidades" no formato. No caso das emendas individuais, aquelas indicadas por cada deputado e senador e impositivas pela Execução, o poder de cada congressista indicar os beneficiários e a ordem de prioridade na execução ficou mantida. Isso garante que o governo libere o recurso para onde o parlamentar indicar. No caso da emenda de relator, como o Estadão revelou, a escolha foi feita por meio de envio de ofícios aos ministérios, sem garantia legal nem transparência adotada nas outras modalidades.

O presidente Jair Bolsonaro decidiu na noite desta sexta-feira, 20, vetar o valor de R$ 5,7 bilhões definido em junho pelo Congresso para o fundo eleitoral. Pressionado por sua base eleitoral, que criticou fortemente nas redes sociais o aumento do fundo, Bolsonaro havia feito várias críticas ao valor aprovado pelo Legislativo.

O presidente também resolveu vetar a possibilidade de emendas de relator para o Orçamento de 2022. Essa modalidade de emendas está no centro do escândalo do orçamento secreto. Revelado em uma série de reportagens pelo Estadão, o caso apontou o uso desse dispositivo pelo Palácio do Planalto para garantir a vitória dos aliados Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) nas eleições para o comando da Câmara e do Senado, respectivamente.

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A decisão foi comunicada em nota divulgada pela Secretaria Geral da Presidência e será publicada em edição extra do Diário Oficial desta sexta. A ação, que precisa ser confirmada em votação no Congresso, foi tomada por Bolsonaro ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que também trouxe a decisão de vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões.

A LDO foi relatada pelo deputado Juscelino Filho (DEM-MA) e garante a permanência da indicação das verbas pelo relator-geral do Orçamento (RP-9) e pelas comissões do Congresso (RP-8). As emendas de comissões também foram vetadas por Bolsonaro.

As duas modalidades de emendas não permitem identificar os congressistas que as solicitaram. Foram usadas pelo Planalto, em 2020, no valor de R$ 21 bilhões, e continuam sendo utilizadas em 2021, com valores autorizados de R$ 16,5 bilhões, para enviar verbas às bases eleitorais de parlamentares sem os critérios de distribuição e transparência adotados para as demais emendas. O mecanismo foi questionado no Tribunal de Contas da União (TCU), que concluiu que o modelo fere a Constituição.

Ao justificar o veto, o governo disse que o fez "por motivos de política fiscal". A Secretaria-Geral da Presidência afirmou em nota que as modalidades de emendas vetadas "ampliam a segregação" de emendas de livre escolha de responsabilidades de ministérios e "que engessa excessivamente a despesa". "O que pode prejudicar a condução e execução efetiva de políticas públicas sob responsabilidades de cada Pasta", destacou.

Em 2020 os partidos obtiveram R$ 2 bilhões de fundo eleitoral para as disputas municipais. Nas eleições gerais de 2018 o total distribuído foi de R$ 1,8 bilhão. Bolsonaro deve agora encaminhar um novo projeto ao Congresso, alterando o cálculo para a despesa. O valor deve ficar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões, de acordo com o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO). A análise do novo valor ocorrerá em dezembro durante a votação do Orçamento.

A quantia citada por Gomes está abaixo do patamar de R$ 4 bilhões que o Centrão estava disposto a negociar. Apesar do valor sugerido pelo Palácio do Planalto, o governo federal e partidos ainda não chegaram a um acordo sobre o valor do fundo eleitoral de 2022.

Dirigentes de partidos procurados pelo Estadão disseram que ainda não há uma definição sobre o valor e evitaram dizer se a quantidade sugerida pelo governo vai ter apoio. Os chefes das legendas não pretendem dar celeridade às negociações e querem usar todo o prazo até a votação do orçamento para definir o tamanho do fundo.

"A gente vai conversar entre os partidos para verificar qual o valor que vamos propor de acordo. Como foi feito lá atrás (na votação que havia definido os R$ 5,7 bilhões). É um negócio que ainda temos um prazo para fazer e é só conversar", disse o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP).

"Ele (Bolsonaro) vai ter que mandar um valor no orçamento e esse valor vai ser negociado daqui para votação do orçamento, ou seja, daqui para dezembro", completou o deputado.

Relator-geral no Congresso do orçamento de 2022, onde a quantia vai ser definida, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) também afirmou que o valor do fundo ainda não tem um acordo. "Esta discussão é do coletivo de líderes. Vamos aguardar a consolidação da informação e ver as repercussões".

Um dos maiores beneficiados com o aumento do fundo, o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), declarou que o espaço no orçamento para aumentar o dinheiro eleitoral pode ser feito como remanejamentos dentro do orçamento.

"Sem alterar o orçamento público, apenas com um pequeno ajuste em remanejar as emendas de relator. Isso atenderia a milhares de candidatos com valores razoáveis sem qualquer prejuízo de acréscimo orçamentário", afirmou ao fazer críticas ao orçamento secreto, caso revelado pelo Estadão.

Em evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo na quarta-feira, 18, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, defendeu a decisão do Congresso de aumentar o fundo para R$ 5,7 bilhões. "Se não (houver aumento do fundo), a sociedade vai olhar e pensar que as reformas políticas são feitas para manter os mesmos políticos", declarou

Kassab também disse que o aumento do fundo eleitoral acontece por conta da proibição de doações eleitorais de empresas privadas. "Empresas não vão doar. Criou-se uma cultura de que a doação era corrupta, e parte dela era. Se não tiver (financiamento) público, haverá caixa 2", disse.

Em artigo publicado pelo Poder 360 na manhã desta segunda-feira (2), o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ) defendeu que empresas financiem campanhas eleitorais como opção contra o aumento do Fundo Eleitoral. Inelegível após ser indiciado duas vezes pela Lava Jato, ele concordou com a redução de partidos por meio do Distritão e atacou a Operação, ao deduzir que ela repercutiu no índice de desemprego no Brasil.

Ainda em formato de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), quando foi aprovado no último dia 15, o encarecimento do Fundo Eleitoral precisa ser aprovado em votação da Lei Orçamentária e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que os cofres públicos sejam – ainda mais - abertos.

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Porém, Cunha aponta que "se o presidente vetar isso ou parte disso por pressão da mídia ou da sociedade, os valores vão continuar nas emendas de bancadas. O veto não vai economizar um centavo do Orçamento".  

Na sua visão, independentemente de onde vir o dinheiro, as chances de caixa 2 - quando há doação ilegal a candidaturas - continuam grandes e a ‘hipocrisia’ paira sobre o assunto. "Se quisermos manter o financiamento público, que ao menos seja somente para a campanha presidencial. Isso já economizaria bilhões de cofres públicos", sugere.

Ele classifica como "Fundão do poço eleitoral" e que é melhor um alto gasto do que "fingir que a eleição vai custar menos e que vamos ter mais dinheiro do Orçamento na Saúde e na Educação. Enquanto isso, o financiamento ilegal vai suprir as necessidades".

"Para o pagador de impostos, as suas necessidades não são atendidas pelo Orçamento e ele ainda tem de pagar a conta da eleição", criticou o ex-deputado, que reiterou o investimento do setor privado em campanhas. "O financiamento público não é uma boa ideia, seja de R $ 2 bilhões, de R $ 4 bilhões ou de R $ 5,7 bilhões. Tanto faz o tamanho. A indignação será a mesma", emendou. Em 2015, a proposta foi rechaçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que a definiu como inconstitucional.

O ex-gestor da Câmara, preso por corrupção, diz que já havia alertado que as eleições de 2022 seriam as mais caras da história também por conta do atual voto proporcional no Congresso. "A adoção do Distritão é que poderia diminuir o número de partidos. É só colocar a condição de que só seriam eleitos os candidatos de partidos que atingissem o coeficiente eleitoral. Isso manteria a necessidade de candidatos buscarem partidos mais relevantes, sob pena de não se elegerem mesmo com votos para isso", defendeu, visto que "o fim das coligações proporcionais obriga os partidos a montar chapas completas, induzindo a um aumento de candidaturas".

"Nas eleições municipais de 2020, as primeiras realizadas sem as coligações proporcionais, já houve uma pulverização dos eleitos em um número maior de partidos. Isso vai se repetir em 2022, se o modelo for mantido", prevê. Logo, o Distritão diminuiria a necessidade de recursos dos partidos diante da redução de candidatos.

"O financiamento público sempre existiu para o funcionamento partidário, não para financiar as eleições", destacou.

Lava Jato aumentou o desemprego no país

No texto, Cunha culpa a Operação Lava Jato por inviabilizar o financiamento privado. Pois “buscou criminalizar a política e as doações eleitorais de empresas. Criou fatos e semeou a percepção de que toda doação eleitoral privada é uma retribuição de favores criminosos".

Eduardo pontuou que a Lava Jato vem sendo desmascarada desde os vazamentos de conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e o grupo de procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Para ele, a Operação "visava deixar a política apenas para eles, sem contar com o estrago que fizeram na economia do país, criando desemprego Brasil afora".

"Qual é a razão de uma empresa querer voluntariamente contribuir com doações para o processo eleitoral, se não tem interesse direto nas benesses da máquina pública? A resposta é simples: grandes empresas precisam de estabilidade política, de melhoria do ambiente de negócios, de um maior controle dos gastos públicos, para que o país possa crescer", elencou.

Apesar de reduzir a iminência de um possível favorecimento, ele lembra que as empresas também dependem do resultado de reformas como a previdenciária, administrativa, tributária, bem como a simplificação de regras de funcionamento e de privatizações para reduzir o poder do Estado.

"É um conjunto de fatores que não beneficia a uma empresa diretamente, mas sim ao conjunto da economia", descreveu. "Se alguém acha que isso não é um bom motivo, podemos ficar com o financiamento público - a influência de setores organizados de corporações, sindicatos, movimentos sociais e outros, que buscam exatamente o contrário daqueles que defendem a economia privada no país", ratificou.

Mesmo com a boa intenção de um eventual veto presidencial, Cunha mencionou que as cifras seriam as mesmas tendo em vista o remanejamento dos gastos com as eleições. "Se esse aumento não foi aprovado, não se terá um centavo a menos de despesa do Orçamento. Esses recursos continuarão nas emendas parlamentares".

O ex-parlamentar concluiu que haveria uma troca e não uma economia real com as eleições. "Os próprios congressistas estão abrindo mão de parte (25%) das suas emendas de bancadas estaduais e direcionando esses recursos para o Fundão Eleitoral", complementou.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber determinou que a Mesa Diretora do Congresso Nacional preste informações sobre a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2022 e o aumento vertiginoso no fundo eleitoral - chamado de “fundão” - que passou de 1,8 bilhão em 2017 para R$ 5,7 bilhões após a validação dos parlamentares. 

Weber deu o prazo de 10 dias para que os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), expliquem as mudanças. A decisão da presidente em exercício do STF foi tomada na quinta-feira (22), no entanto, apenas nesta segunda (26) tornou-se pública, segundo o site Valor Econômico. 

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"Considerada a natureza da controvérsia, em que se contende a respeito da correção do procedimento legislativo de votação aplicado à espécie, determino a notificação das autoridades impetradas para que prestem informações, no prazo de dez dias, como providência prévia ao exame do pedido de liminar", escreveu a ministra. 

Rosa Weber também enviou uma notificação ao governo federal para, se for de seu interesse, ingressar como parte do processo. Embora a aprovação do fundão tenha sido sustentada, em sua grande maioria, por votos da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele tem repetido aos jornalistas que irá vetar o aumento, mas até agora não o fez. 

Após o período de recesso de julho, ao final do plantão da ministra, os autos serão encaminhados ao gabinete do ministro Nunes Marques. Ele é o relator original da ação conduzida por parlamentares que querem anular a votação da LDO e barrar o aumento do fundo destinado ao financiamento de campanhas eleitorais em 2022. 

O processo é assinado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e pelas deputadas Adriana Ventura (Novo-SP), Tabata Amaral (Sem Partido-SP), e os deputados Daniel Coelho (Cidadania-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES), Tiago Mitraud (Novo-MG) e Vinícius Poit (Novo-SP).

Os partidos políticos brasileiros deverão contar em 2022 com pouco menos de R$ 6 bilhões para custear suas campanhas eleitorais. Aprovado na última quinta-feira (15), pelo Congresso, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) define as prioridades e metas de gastos do governo federal para 2022. Ainda que em um cenário permeado pelas crises política e sanitária, o texto incluiu também um mecanismo que aumenta o Fundo Especial Eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões.

O dinheiro, que sai dos cofres públicos e é dividido entre as legendas, é, atualmente, o principal modo de financiamento das campanhas eleitorais. Aprovado pelo Congresso, no entanto, o montante é recorde desde as eleições de 2014, quando ainda era permitido o financiamento via pessoa jurídica. Em 2015 foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que doações empresariais seriam banidas do processo eleitoral, já que desequilibram a disputa e abrem caminhos para processos de corrupção e tráfico de influência.

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Na prática, a LDO, assim como a generosa previsão para o Fundo Eleitoral Especial de 2022, ou “fundão”, como tem sido chamado, depende da sanção presidencial. O Orçamento para 2022 será enviado pelo governo ao Congresso e analisado até o final de agosto, quando o valor exato do fundo eleitoral será confirmado. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pretende vetar o trecho da LDO, mas também há rumores de bastidores que apontam para um acordo que reduza o valor para R$ 4 milhões.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o responsável por finalizar o cálculo da divisão do dinheiro entre as siglas. No atual cenário, os mais beneficiados pela proposta devem ser o PSL e o PT, que contam com o maior número de representantes nas casas legislativas.

E se os R$ 5,7 bilhões fossem aplicados no combate à pandemia?

Com pouco mais de 16% da população totalmente imunizada até esta terça-feira (20), o Brasil ainda precisa aplicar cerca de 200 milhões de doses para garantir a proteção de todos os adultos maiores de 18 anos (160 milhões de pessoas). O cálculo foi feito por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da USP (Universidade de São Paulo) e apresentado na última sexta-feira (16). O LeiaJá projetou quantos imunizantes daria para comprar com o montante aprovado na LDO para o “fundão”, usando como base os valores divulgados como os contratados pelo Governo Federal.

Em números, a compra de 200 milhões de doses do imunizante Oxford/AstraZeneca, que custa US$ 3,16 (R$ 17 na cotação atual) se produzido em território nacional pela Fiocruz, daria aproximadamente R$ 3,4 bilhões. O valor representa cerca de 60% dos R$ 5,7 bilhões sugeridos para o “fundão”.

Caso o imunizante seja importado da Índia, o valor aumenta para US$ 5,25 cada, cerca de R$ 28. Nessa lógica, as 200 milhões de doses alcançariam aproximadamente 97% do suposto fundo eleitoral, R$ 5,2 bilhões.

Quando aplicado às doses da CoronaVac, imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, o cálculo revela o montante de R$ 10,6 bilhões pelas 200 milhões de doses necessárias. Isso porque a unidade da vacina custa US$ 10 (R$ 53 na cotação atual).

Com os 5,7 bilhões do fundo, contudo, ainda seria possível adquirir pouco mais de 100 milhões de doses da Coronavac, o suficiente para vacinar cerca de 80 milhões de brasileiros.

No caso da vacina produzida pela Pfizer acontece de forma parecida. Já que a unidade do imunizante sai por US$ 12 (R$ 62 na cotação atual), os R$ 5,7 milhões do fundo não conseguiram alcançar as 200 milhões de doses recomendadas para a imunização total no país. Apesar disso, o valor seria o suficiente para adquirir cerca de 90 milhões de doses.

Entenda como surgiu o Fundo Eleitoral Especial

A decisão do Supremo que em 2015 proibiu as doações de campanhas privadas - realizadas, em sua grande maioria, por empresas e empreiteiras - culminou na criação, em 2017, do Fundo Eleitoral Especial. Trata-se de um mecanismo de financiamento das campanhas eleitorais repassado apenas nos anos de pleito, como uma espécie de poder econômico dos partidos.

A “maior fatia” do montante é abocanhada pelas siglas que contam com o maior número de representantes. A cláusula de desempenho, válida desde 2018, determina como critério que em 2022 o partido consiga, ao menos, 2% dos votos válidos distribuídos em nove estados ou 11 deputados eleitos.

Fundo Partidário

Vigente desde 1965, o Brasil conta ainda com um mecanismo criado pela primeira Lei Orgânica dos Partidos Políticos, como forma de financiamento dos mesmos, para custear as despesas perenes, como manutenção de sedes, criação de programas, propaganda política, entre outras atividades. O recurso se origina no Orçamento federal e de penalidades aplicadas pela Justiça Eleitoral, com o repasse realizado anualmente.

A regra de distribuição é de 5% do valor a todos os partidos inscritos e de 95% conforme a representação da legenda (que atende à cláusula de desempenho). Em 2021, segundo o TSE, a previsão é de que o valor do Fundo Partidário seja de aproximadamente R$ 979 milhões. O Congresso Nacional tem prerrogativas de realizar cortes no valor, caso julgue necessário.

O montante justifica as críticas direcionadas à ampliação do fundo eleitoral nas redes sociais e de deputados como o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ). O vice-presidente da CPI da Pandemia no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também fez comentários em tom de reprovação. Apesar disso, houve pouca resistência na votação, que teve o placar de 278 votos a favor, 145 contra e 1 abstenção na Câmara, e de 40 a 33 no Senado.

É possível destacar ainda a tentativa do Partido Novo, que vem se assumindo uma posição contrária ao governo e recentemente declarou ser a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O Novo propôs a votação de um destaque para retirar o chamado “fundão” do texto principal da LDO, e contou com o apoio do PSOL, Podemos, Cidadania e PSL - este último, contudo, manifestou-se favorável 15 minutos após a votação ser encerrada, de acordo com o Estadão. A ação não foi bem sucedida, visto que, somados, os votos das legendas de oposição não conseguiram contrapor a maioria.

Os deputados Carla Zambelli (PSL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegaram a criticar o fundo eleitoral em suas redes, mas votaram a favor do mecanismo com o argumento de que “precisavam aprovar as diretrizes para o Orçamento”.

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