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O Egito enviou a Israel e ao grupo terrorista Hamas uma proposta de três fases que poderia acabar com a guerra na Faixa de Gaza. Segundo o plano, os combates no enclave palestino seriam paralisados e os reféns israelenses seriam soltos em etapas. De acordo com relatos da mídia israelense, o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu está disposto a ouvir as ideias propostas pelo país vizinho.

A primeira fase consistiria em uma suspensão dos combates durante duas semanas em troca da libertação de 40 reféns - mulheres, menores de idade e homens idosos, especialmente os doentes.

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Em retorno, Tel-Aviv iria libertar 120 detentos palestinos sob as mesmas condições. Nesta fase, os tanques israelenses ficariam em posições negociadas entre as duas partes e um grande fluxo de ajuda humanitária iria entrar em Gaza.

Segunda fase

De acordo com relatos da mídia israelense, a segunda fase consistiria em um diálogo diferentes facções palestinas como os grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica e o Fatah, que comanda a Autoridade Palestina, organização criada após os Acordos de Olso que governa partes da Cisjordânia.

As conversas seriam intermediadas pelo Egito e levariam a formação de um governo em Gaza e na Cisjordania, que supervisionaria a reconstrução do enclave palestino e prepararia caminho para novas eleições parlamentares e presidenciais palestinas.

Terceira fase

Já a terceira fase incluiria um cessar-fogo mais abrangente, a libertação do restante dos reféns israelenses, incluindo soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI). Um número de prisioneiros palestinos que estão nas prisões de Israel também seriam libertados, inclusive os condenados por crimes terroristas considerados graves.

Nessa fase, Israel retiraria as suas forças da Faixa de Gaza e permitiria que os habitantes de Gaza deslocados do norte do enclave regressassem às suas casas.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, retornou no sábado, 23, para o Catar após uma viagem de quatro dias para o Egito, onde conversou com as autoridades sobre possíveis acordos de trégua.

O canal de televisão saudita Asharq apontou que uma delegação do grupo terrorista Jihad Islâmica desembarcou no Cairo neste domingo, 24, para novas conversas.

Reféns

De acordo com o governo israelense, 129 reféns ainda estão na Faixa de Gaza, mas alguns já foram dados como mortos. Em novembro, 105 civis foram libertados pelo grupo terrorista Hamas em meio a um acordo intermediado por Egito, Catar e Estados Unidos, além de negociações específicas para a libertação de cidadãos da Rússia, Filipinas e Tailândia.

Além disso, quatro reféns foram libertados nas primeiras semanas da guerra e uma sequestrada foi libertada pelas tropas israelenses. Corpos de oito sequestrados foram recuperados pelo Exército israelense e três reféns foram mortos acidentalmente por soldados de Israel.

As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 22 pessoas ainda detidas pelo Hamas, citando novas informações e descobertas obtidas por tropas que operam em Gaza.

O grupo terrorista Hamas também mantém os corpos de dois soldados israelenses que foram mortos durante a guerra em 2014, além de dois reféns israelenses que Tel-Aviv acredita que estão vivos e já estavam no enclave palestino desde antes do dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas.

Autoridades palestinas da área de saúde informaram neste domingo, 24, que pelos menos 49 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelense na região central de Gaza.

Mais cedo, militares israelenses informaram que quatorze soldados foram mortos em combate na Faixa de Gaza no fim de semana, em alguns dos dias de batalha mais sangrentos desde o início da ofensiva terrestre e um sinal de que o Hamas está ainda resistindo, apesar de semanas de guerra brutal. Fonte: Associated Press

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Militares israelenses informaram neste domingo, 24, que 14 soldados foram mortos em combate na Faixa de Gaza no fim de semana, em alguns dos dias de batalha mais sangrentos desde o início da ofensiva terrestre e um sinal de que o Hamas está ainda resistindo, apesar de semanas de guerra brutal.

O crescente número de mortos entre militares israelenses deverá desempenhar um fator importante no apoio público do país à guerra.

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Os israelenses apoiam firmemente os objetivo declarados do país de anular as capacidades governamentais e militares do Hamas e de libertar os restantes 129 prisioneiros. Mas o número crescente de soldados mortos poderá minar esse apoio.

As mortes de soldados são um tema delicado e emocional em Israel, um país com serviço militar obrigatório para a maioria dos judeus.

O conflito já devastou partes da Faixa de Gaza, matou cerca de 20,4 mil palestinos e deslocou quase 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza.

O Ministério da Saúde em Gaza controlada pelo Hamas disse que 166 pessoas foram mortas no enclave costeiro no último dia. Fonte: Associated Press.

Muitas igrejas na Síria restringiram as celebrações de Natal e limitaram as atividades a orações em solidariedade aos palestinos que sofrem com a guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

"As pessoas estão sofrendo na Palestina, o local de nascimento de Jesus Cristo", disse Dionysius Antoine Shahda, o arcebispo católico de Aleppo (nordeste da Síria), à AFP.

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Na cidade do sul de Azizia era comum colocar uma árvore de Natal e organizar um mercado natalino, mas este ano a praça central está vazia e não há decorações tradicionais.

"Na Síria, cancelamos todas as celebrações e eventos em nossas igrejas em solidariedade às vítimas dos bombardeios em Gaza pelo exército de Israel", explica Antoine Shahda.

A decisão da Igreja Católica Síria recebeu o apoio das instituições dos ortodoxos gregos e dos ortodoxos sírios (jacobitas), que também limitaram suas atividades natalinas.

"Dadas as circunstâncias atuais, especialmente em Gaza, os patriarcas sentem muito, mas não organizarão eventos natalinos", afirmaram em comunicado os líderes religiosos católicos, jacobitas e ortodoxos gregos.

O ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou no domingo que os bombardeios e incursões terrestres de Israel naquele território palestino causaram 20.424 mortes, a maioria de mulheres e menores de idade, desde 7 de outubro.

Quase 1.140 pessoas morreram em território israelense no ataque sem precedentes do Hamas que desencadeou a ofensiva israelense.

A situação no território palestino, totalmente cercado por Israel desde 9 de outubro, é catastrófica. A maioria dos hospitais está fora de serviço e a população enfrenta altos níveis de insegurança alimentar, de acordo com a ONU.

- "Não é hora para alegria" -

Antes do início da guerra civil na Síria em 2011, 1,2 milhão de pessoas de confissão cristã viviam no país do Oriente Médio.

Durante o longo conflito, as celebrações de Natal diminuíram, mas registraram uma recuperação nos últimos anos, à medida que os combates perderam intensidade e o governo de Damasco retomou o controle da maior parte do território.

Mas neste mês de dezembro paira um clima sombrio na capital síria, onde o espírito natalino se limita a um mercado. A catedral mariamita (ortodoxa) de Damasco colocou uma pequena árvore e decorações simples.

"Este ano estamos muito tristes. Começou com o terremoto e terminou com a guerra em Gaza", afirma Rachel Haddad, de 66 anos, moradora de Damasco, referindo-se ao terremoto de fevereiro que deixou um rastro de 55.000 mortos, principalmente na Turquia e na Síria.

Além disso, ela lamenta a fragilidade da situação econômica na Síria, onde há escassez de combustível e frequentes cortes de energia.

"Não há eletricidade. Como vocês esperam ver decorações e luzes em qualquer lugar?" pergunta de maneira retórica.

O Conselho de Segurança da ONU deve votar nesta sexta-feira (22) uma resolução para aumentar o envio de ajuda à Faixa de Gaza, após as advertências de que a guerra entre Israel e Hamas arrasta a população palestina para um cenário de fome.

Também prosseguem os esforços diplomáticos para alcançar uma trégua no conflito, provocado por um ataque sem precedentes do movimento palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro.

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Com a deterioração das condições de vida em Gaza, o Conselho de Segurança está em negociações sobre uma resolução para aumentar a entrega de ajuda.

A versão mais recente do rascunho do texto, a qual a AFP teve acesso e que deve ser votada nesta sexta-feira, pede "medidas urgentes para permitir imediatamente o acesso seguro e sem obstáculos da ajuda humanitária, e também para criar as condições para um cessar duradouro das hostilidades".

Mas não pede o fim imediato dos combates.

Com o respaldo dos Estados Unidos, Israel rejeita o termo "cessar-fogo". O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou na quarta-feira que não acontecerá um cessar-fogo em Gaza até a "eliminação" do Hamas.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora americana na ONU, indicou que o país apoiará a resolução se fora "apresentada em sua versão atual".

A guerra começou em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o território israelense e mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades israelenses.

Os milicianos do Hamas também sequestraram quase 250 pessoas.

Israel prometeu "aniquilar" o grupo islamista e iniciou uma campanha de bombardeios incessantes contra Gaza, além de uma ofensiva terrestre, com um balanço de mais de 20.000 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Hamas, que governa o território.

Toda a população do enclave enfrentará riscos elevados de insegurança alimentar nas próximas seis semanas, alertou um relatório da ONU.

"Durante semanas alertamos que, com esta escassez e destruição, cada dia que passa trará mais fome, doenças e desespero ao povo de Gaza", escreveu o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, na rede social X.

- "Basta" -

A ONU calcula que 1,9 milhão de habitantes de Gaza foram deslocados, de uma população total de 2,4 milhões.

Muitas pessoas estão em refúgios superlotados, onde enfrentam dificuldades para obter alimentos, água, combustível e medicamentos.

"Minha mensagem é que acabem com esta humilhação", implorou Fuad Ibrahim Wadi, que está em uma estufa em Rafah. "Esta guerra não faz nada além de destruir. Basta".

Após muita pressão, Israel aceitou a abertura temporária nesta sexta-feira da passagem de fronteira de Kerem Shalom para o envio de ajuda à Faixa de Gaza, sem a necessidade de seguir até o posto de Rafah, na fronteira com o Egito.

Porém, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, afirmou que a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) "não pode receber caminhões" de ajuda em Kerem Shalom após um "ataque de drones". Também disse que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) suspendeu as operações.

O presidente israelense, Isaac Herzog, havia anunciado que o país permitira a entrada de até "400 caminhões por dia" com ajuda.

Diplomatas apelam por mais ajuda para o território.

O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, declarou no Egito: "Tudo que pode ser feito deve ser feito para que a ajuda entre em Gaza".

O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou na quinta-feira na Jordânia com o rei Abdullah II sobre medidas para acelerar a entrega de assistência humanitária.

- Pressão -

Israel acusa o Hamas de usar escolas, mesquitas, hospitais e uma extensa rede de túneis como bases militares, o que o grupo islamista nega.

O porta-voz militar Daniel Hagari declarou na quinta-feira que as forças israelenses mataram mais de 2.000 combatentes palestinos desde o fim da trégua de uma semana, em 1º de dezembro.

Um balanço divulgado no site do Exército israelense informa que 139 soldados desde o início da ofensiva terrestre em Gaza, em 27 de outubro.

Um bombardeio israelense contra uma casa em Rafah matou cinco pessoas nesta sexta-feira, informou o Ministério da Saúde do Hamas.

Israel enfrenta uma pressão cada vez maior dos aliados para proteger os civis.

Segundo juristas consultados pela AFP, as duas partes do conflito podem ser acusadas de crimes de guerra.

- Distantes -

O Catar, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, atuou como mediador no acordo de trégua de novembro que permitiu a libertação de 105 reféns, 80 deles israelenses, em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Esta semana aumentou a esperança de que Israel e o Hamas estariam mais próximos de uma nova trégua para libertar os restantes 129 reféns, depois que o líder do movimento islamista visitou o Egito e representantes do governo israelense participaram em negociações na Europa.

As posições públicas de Israel e do Hamas, no entanto, permanecem distantes.

O braço militar do Hamas afirmou na quinta-feira que o objetivo israelense de eliminar o movimento está "condenado ao fracasso" e que novas libertações de reféns dependem do "fim das hostilidades".

A guerra também afeta outras regiões do Oriente Médio, com incidentes frequentes na fronteira de Israel com o Líbano e lançamentos de mísseis dos rebeldes huthis no Iêmen contra navios de carga no Mar Vermelho.

burs-qan/cwl/mas/es/fp

O Exército de Israel prosseguiu com os bombardeios nesta quinta-feira (21) na Faixa de Gaza, em particular em Khan Yunis e na passagem de fronteira de Kerem Shalom, ao mesmo tempo que continuam as negociações para obter uma trégua no conflito do país contra o movimento islamista Hamas.

Khan Yunis, a maior cidade do sul do território palestino cercado desde 9 de outubro, onde o Exército israelense anunciou que intensificou suas operações, foi alvo de novos bombardeios, segundo imagens da AFPTV.

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O Hamas afirmou que Israel também bombardeou a passagem de fronteira de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa, e matou quatro pessoas, incluindo o diretor do local, Bassem Ghaben.

As autoridades de Gaza anunciaram na quarta-feira que as operações militares israelenses deixaram 20.000 mortos no território desde o início da guerra, incluindo ao menos 8.000 menores de idade e 6.200 mulheres.

O Exército israelense informou, nesta quinta-feira, que matou mais de 2.000 combatentes palestinos em Gaza desde 1º de dezembro, quando terminou uma trégua de uma semana durante a qual foi feita uma troca de reféns nas mãos do Hamas por palestinos presos em Israel.

Israel também destacou que sua força aérea bombardeou 230 alvos em Gaza nas últimas 24 horas.

Israel prometeu destruir o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, após os atentados de 7 de outubro do grupo islamista no sul de Israel que mataram quase 1.140 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado nas informações divulgadas pelas autoridades do país.

Quase 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo islamista, e 129 continuam como reféns em Gaza, segundo Israel.

No entanto, o Hamas desafiou Israel e garantiu nesta quinta-feira que o objetivo israelense de eliminá-los "está condenado ao fracasso", segundo uma mensagem de áudio de Abu Obeida, porta-voz do braço militar do movimento islamista.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez um apelo a Israel para que abra uma investigação sobre "a possível perpetração de um crime de guerra" por parte de seu Exército em Gaza. A agência disse ter recebido "informações preocupantes" sobre a morte de "11 homens palestinos desarmados" na Cidade de Gaza.

- "Todos devem voltar para casa" -

No campo diplomático, os esforços prosseguem em várias frentes para obter uma nova trégua.

No fim de novembro, uma pausa de uma semana nos combates permitiu a libertação de 105 reféns e de 240 palestinos detidos por Israel, assim como a entrada de ajuda no território palestino, cenário de uma crise humanitária catastrófica.

Um dos reféns libertados durante a trégua, Ofir Engel, 18 anos, participou na quarta-feira de uma cerimônia com vários amigos e parentes de reféns no kibutz Beeri, onde foi sequestrado.

"Um dos momentos mais difíceis foi quando os terroristas nos deixaram no escuro total, com bombas caindo sem parar ao nosso redor", declarou. "Eu estava lá, e enquanto os reféns estiverem lá, eles estarão em perigo, a todo momento (...) Todos devem voltar para casa agora".

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, viajou para o Cairo na quarta-feira para discutir uma nova "trégua provisória de uma semana em troca da libertação por parte do Hamas de 40 prisioneiros israelenses", disse à AFP uma fonte próxima ao movimento islamista.

Ziad al Nakhala, líder da Jihad Islâmica, movimento islamista aliado do Hamas e que também tem reféns em Gaza, deve visitar o Cairo na próxima semana, segundo uma fonte da organização.

Paralelamente, Israel discute com Catar e Estados Unidos para tentar conseguir uma trégua que resulte na libertação dos reféns.

Um alto funcionário israelense explicou que "houve alguns avanços" após "duas reuniões com os cataris na semana passada".

"Estamos dispostos a negociar uma nova fórmula sobre [a libertação de] os reféns (...) Para isso, precisaremos de nova pausa humanitária como a primeira [ao final de novembro]. Mas antes e depois disso, estamos comprometidos a alcançar nosso objetivo principal que consiste em acabar com a existência do Hamas", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, insistiu em um "cessar-fogo duradouro".

O presidente francês, Emmanuel Macron, por sua vez, reuniu-se com o rei da Jordânia, Abdullah II, para agilizar o envio de ajuda humanitária.

- "Onde estamos seguros?" -

O Conselho de Segurança da ONU tentará mais uma vez, nesta quinta-feira, aprovar uma resolução para acelerar o fornecimento de ajuda a Gaza, mas pode voltar a enfrentar o veto dos Estados Unidos.

Washington disse estar trabalhando "ativamente" para conseguir a aprovação da resolução.

A ONU continua alertando para a profunda crise humanitária em Gaza, onde metade da população passa fome, e 90% dos moradores ficam, muitas vezes, sem refeição durante o dia, segundo o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU.

A maioria dos hospitais da Faixa está fora de serviço, devido aos bombardeios, e 1,9 milhão de pessoas, ou seja, 85% da população, foram obrigadas a abandonar suas casas, segundo as Nações Unidas.

O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, lamentou o que chamou de uma situação humanitária catastrófica e classificou o número de vítimas palestinas como "dramático e vergonhoso".

"Onde estamos seguros? Para onde devemos ir?", perguntou um palestino que fugiu do norte do território para Rafah, no sul. "Não há para onde ir, estamos presos", acrescentou.

O governo federal lançou nesta quinta-feira (21) uma nova etapa da "Operação Voltando em Paz" para resgatar brasileiros e seus familiares na zona de conflito no Oriente Médio e levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Segundo o Palácio do Planalto, uma aeronave KC-30 (Airbus A330 200), da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro, às 8h20 (horário local) rumo ao Egito, com um carregamento com seis toneladas de purificadores e kits voltaicos.

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Ao todo, são 150 purificadores de água portáteis, equipados com "kit" voltaico (painel solar, inversor veicular e controlador de carga) para ampliar sua autonomia de energia.

De acordo Alessandro Candeas, embaixador da representação brasileira em Ramala, a escassez de água potável na Faixa da Gaza é crítica, especialmente na área norte, o que faz com que as pessoas apelem com cada vez mais frequência a fontes salobras ou poluídas.

Esta é quarta doação feita pelo Brasil desde o início da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em 7 de outubro, e será entregue ao Crescente Vermelho Egípcio, organização responsável por transportar os insumos até a Faixa de Gaza.

O objetivo da missão é também realizar a repatriação de cidadãos que estão no território palestino e desejam retornar ao Brasil em decorrência do conflito. A previsão de pouso da aeronave na Base Aérea de Brasília é para o próximo sábado (23), por volta das 8h da manhã. 

Israel ordenou uma nova evacuação de grande parte da principal cidade do sul da Faixa de Gaza, enquanto prosseguem nesta quinta-feira (21) os esforços para alcançar uma trégua no território palestino, onde o balanço de mortos na guerra superou 20.000, segundo o movimento islamista Hamas.

O Exército israelense ordenou a "evacuação imediata" de uma área que representa quase 20% da cidade de Khan Yunis, informou o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU.

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A Faixa de Gaza está sem energia elétrica devido ao bloqueio total imposto por Israel. Muitos moradores contam apenas com rádios que funcionam com pilhas e com a informação que circula entre a população para obter informações.

Antes do início dos combates, esta área tinha mais 111.000 habitantes, segundo o OCHA.

A área inclui 32 abrigos com mais de 141.000 deslocados internos, a maioria pessoas que precisaram abandonar o norte do território palestino, acrescentou a ONU.

O Exército israelense anunciou na segunda-feira a intensificação das operações em Khan Yunis.

Israel prometeu destruir o movimento islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza, após os atentados de 7 de outubro do grupo islamista no sul de Israel que mataram quase 1.140 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado nas informações divulgadas pelas autoridades do país.

Quase 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo islamista e 129 continuam como reféns em Gaza, segundo Israel.

O governo do Hamas anunciou na quarta-feira que as operações militares israelenses deixaram 20.000 mortos no território desde o início da guerra, incluindo ao menos 8.000 menores de idade e 6.200 mulheres.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, chamou o número de "trágico e vergonhoso".

Na cidade Rafah (sul), bombardeada por Israel, os moradores depositam esperanças nas negociações para uma trégua.

"Desejo um cessar-fogo completo, o fim das mortes e do sofrimento. São mais de 75 dias", declarou Kassem Shurrab, de 25 anos.

- Diálogo para trégua -

A possibilidade de uma trégua entre Israel e Hamas, e da libertação de reféns, aumentou esta semana com a visita do líder do movimento islamista, Ismail Haniyeh, ao Egito e com negociações na Europa.

Haniyeh, que mora no Catar, chegou na quarta-feira ao Cairo para uma reunião com o diretor da inteligência egípcia, Abas Kamel.

Uma fonte do Hamas declarou à AFP que "o cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense são condições para qualquer negociação séria de troca de reféns por prisioneiros".

Porém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insistiu que não haverá cessar-fogo antes da "eliminação" do Hamas.

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu que "não há expectativas nesta questão, mas estamos pressionando para alcançar um acordo".

David Barnea, chefe do serviço de inteligência israelense, o Mossad, afirmou que teve uma "reunião positiva" esta semana em Varsóvia com o diretor da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani.

O Catar, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, atuou como o mediador da trégua de uma semana no fim de novembro que permitiu a libertação de 80 reféns israelenses em troca de 240 prisioneiros palestinos.

- Rede de túneis -

Israel afirmou que suas tropas encontraram uma rede de túneis utilizada por líderes do Hamas, incluindo o líder do movimento em Gaza, Yahya Sinwar.

O Exército divulgou imagens da "grande rede" de túneis na cidade de Gaza, que conecta esconderijos e residências.

Também relatou combates corpo a corpo e mais de 300 bombardeios nas últimas 24 horas. Israel anunciou as mortes de três soldados na quarta-feira, o que eleva a 137 o número de baixas em Gaza desde o início das operações terrestres.

O Ministério da Saúde do Hamas informou que os ataques israelenses contra casas e mesquitas mataram pelo menos 12 pessoas e que 30 faleceram em bombardeios ao leste de Khan Yunis.

"Basta. Perdemos tudo e não aguentamos mais", afirmou Samar Abu Luli, uma moradora de Rafah, após um bombardeio israelense contra o bairro de Al Shabura.

- Estagnação na ONU -

O Conselho de Segurança da ONU deve tentar mais uma vez, nesta quinta-feira, aprovar uma resolução para pedir a suspensão dos combates, depois de não conseguir o apoio dos Estados Unidos.

Israel rejeitou o termo "cessar-fogo" e, por este motivo, a delegação dos Estados Unidos utilizou duas vezes seu poder de veto para frear resoluções desde o início de la guerra.

Os Emirados Árabes Unidos defendem um projeto de resolução sobre o conflito que foi diluído para garantir apoio, segundo uma versão consultada pela AFP.

A proposta pede a "suspensão urgente das hostilidades para permitir o acesso humanitário seguro e sem obstáculos para um cessar sustentável das hostilidades".

Israel permitiu a passagem de caminhões pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito, e esta semana também autorizou o envio de ajuda pelo posto de Kerem Shalom.

A guerra provocou temores de uma escalada regional, com incidentes na fronteira com o Líbano e mísseis dos rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, contra navios de carga no Mar Vermelho.

Israel anunciou na quarta-feira que atacou um "centro operacional de comando" utilizado pelo grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, e que atirou contra combatentes que seguiam em direção a sua fronteira com o Líbano.

Uma idosa morreu e seu marido ficou ferido, informou a imprensa oficial, em um bombardeio israelense contra a cidade de Marun al Ras, na fronteira no sul do Líbano, a partir de onde o Hezbollah lançou vários ataques noturnos contra Israel.

No domingo (17) o Exército de Israel afirmou ter descoberto o maior túnel subterrâneo construído pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, com uma extensão de mais de quatro quilômetros. A descoberta deu mais uma pista sobre a complexa rede subterrânea que tem sido um ponto chave durante a guerra, já que Israel depende da destruição desses pontos - utilizados para articulação do grupo terrorista-, para alcançar seus objetivos militares.

Não se sabe exatamente qual a extensão desses túneis. Quando Israel e o Egito impuseram um bloqueio punitivo a Gaza depois de o grupo terrorista Hamas ter tomado o controle do território em 2007, o grupo terrorista expandiu a construção da rede para contrabandear armas do Egito.

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Embora o Egito tenha posteriormente encerrado a maior parte desses túneis transfronteiriços, acredita-se que hoje em dia o grupo terrorista Hamas tenha uma gigantesca e complexa rede subterrânea que se estende por toda Gaza, permitindo-lhe transportar armas, abastecimentos e combatentes fora da vista dos drones israelenses.

Veja o que se sabe até agora sobre esse sistema, de acordo com o Exército de Israel:

Tamanho suficiente para passar carro

O túnel descoberto no domingo, o maior até então, é largo suficiente para passagem de carros, confirmou um fotógrafo autorizado a entrar à AFP . E está equipado com tubulações, eletricidade, sistemas de esgoto, ventilação e ferroviários.

O Exército disse que a rede de túneis facilitou o trânsito de veículos, pessoas e suprimentos para o ataque terrorista sem precedentes, que matou 1.200 pessoas e desencadeou a guerra.

Esse túnel, de acordo com relatos de militares e jornalistas que visitaram o local, tem o dobro da altura e três vezes a largura de outros túneis encontrados em Gaza - e mergulha 50 metros no subsolo em alguns pontos.

Escondidos em escolas e mesquitas

Os túneis custaram ao Hamas cerca de US$ 3 milhões cada, segundo os militares de Israel. Alguns são feitos de concreto pré-fabricado e ferro e contam com salas médicas para atendimento aos terroristas feridos. Outros têm espaços a 40 metros abaixo do solo, onde as pessoas podem se esconder durante meses. Segundo as Forças de Defesa de Israel, a maioria dos pontos de acesso aos túneis estão escondidos entre escolas, mesquitas, hospitais e outros edifícios civis.

'Teia de aranha'

Yocheved Lifshitz, de 85 anos, foi uma dos primeiros reféns soltos pelo Hamas, em outubro. Para a imprensa, a idosa confirmou as suspeitas de que os militantes colocaram reféns nos túneis. Lifshitz descreveu o sistema subterrâneo como "uma teia de aranha". "Fomos para o subsolo e caminhamos quilômetros em túneis molhados, por duas ou três horas em uma teia de túneis", disse ela.

Essa complexidade do sistema possivelmente dificultaria ataques por Israel. "Quando você entra em um túnel, ele é muito estreito, escuro e úmido, e você rapidamente perde a noção de espaço e tempo", disse Daphné Richemond-Barak, professor da Universidade Reichman de Israel que escreveu um livro sobre guerra subterrânea, à Associated Press. "Você tem esse medo do desconhecido, quem está chegando? … Isso vai ser uma emboscada? Ninguém pode vir e resgatar você. Você mal consegue se comunicar com o mundo exterior, com sua unidade."

O campo de batalha poderia forçar os militares israelenses a tiroteios nos quais os reféns poderiam ser mortos acidentalmente. Armadilhas explosivas também podem detonar, enterrando vivos tanto os soldados quanto os reféns, disse Richemond-Barak.

Túnel de pedras de 150 metros

Em novembro, os militares disseram ter encontrado uma suposta instalação militar do grupo terrorista Hamas sob o Shifa, o maior hospital de Gaza. Um túnel de pedras de 150 metros foi apresentados pelo exército de Israel como o caminho para uma série de bunkers subterrâneos. Alojamentos, localizados no final do túnel, tinham ar condicionado, cozinha, banheiro e duas camas de metal em um cômodo revestido de azulejos brancos. Eles pareciam estar fora de uso. O grupo Hamas e a administração do hospital negaram as acusações de Israel. (Com agências internacionais).

Novos bombardeios israelenses deixaram dezenas de mortos na Faixa de Gaza, anunciou o Hamas nesta segunda-feira (18), ao mesmo tempo que o governo de Israel foi acusado por uma ONG de submeter deliberadamente à fome a população do território palestino cercado.

Apesar da indignação internacional com o número elevado de vítimas civis, o Exército israelense prossegue com os bombardeios contra o território palestino, que está à beira de uma catástrofe humanitária, como resposta ao ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

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A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou o governo israelense de utilizar "a inanição de civis como método de guerra na Faixa de Gaza ocupada, o que constitui um crime de guerra". Israel reagiu e acusou o grupo de ser uma "organização antissemita e anti-israelense".

"As forças israelenses bloqueiam deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, ao mesmo tempo que impedem intencionalmente a ajuda humanitária, arrasando aparentemente zonas agrícolas e privando a população civil de objetos indispensáveis para sua sobrevivência", afirmou a HRW.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar nesta segunda-feira uma nova resolução para pedir um "cessar-fogo urgente e duradouro das hostilidades" em Gaza, 10 dias após o veto dos Estados Unidos, que nos últimos dias demonstrou preocupação com o elevado número de vítimas civis.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo violento ataque do Hamas em 7 de outubro, quando os combatentes do movimento islamista mataram 1.139 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestraram quase 250, segundo as autoridades. Atualmente, 129 reféns permanecem retidos em Gaza.

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino, afirma que mais de 18.800 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram na ofensiva de Israel.

A pasta anunciou que 110 pessoas morreram nas últimas 24 horas nos bombardeios israelenses em Jabaliya, no norte de Gaza.

No sul, as nuvens de fumaça eram observadas em Khan Yunis após os ataques israelenses.

- Hospitais atacados -

Quase 1,9 milhão de moradores de Gaza, 85% da população, foram deslocados e enfrentam escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao cerco "total" de Israel, imposto desde 9 de outubro.

"Não ficaria surpreso se as pessoas começassem a morrer de fome ou de uma combinação de fome, doenças e imunidade frágil", alertou Philippe Lazzarini, diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

Vários hospitais foram afetados pelos combates, apesar da presença de pacientes e deslocados. Israel acusa o Hamas de utilizar os centros de saúde como bases, o que o movimento islamista nega.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou no domingo que está "consternada com a destruição real" do hospital Kamal Adwan, onde as forças israelenses executaram uma operação de vários dias contra o Hamas antes da retirada.

No pátio do hospital, os palestinos caminhavam entre os escombros, em busca de cadáveres.

A OMS também afirmou que os bombardeios israelenses transformaram o serviço de emergência do hospital Al Shifa, da cidade de Gaza, o mais importante do território, em "um banho de sangue".

O Ministério da Saúde anunciou que as forças israelenses atacaram o hospital Al Awda (norte) e prenderam profissionais da saúde. No sul, um ataque no domingo deixou um morto e seis feridos no hospital Nasser, em Khan Yunis.

Segundo a ONU, menos de um terço dos hospitais de Gaza estão funcionando, apenas parcialmente.

- Pressão para libertar os reféns -

Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que é necessário "manter a pressão militar" para acabar com o Hamas.

O Exército informou que 126 soldados morreram na Faixa de Gaza desde o início das operações terrestres em 27 de outubro.

A Forças de Defesa anunciaram no domingo que encontraram o "maior túnel" cavado pelo Hamas entre Israel e o norte do território palestino.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior das famílias dos reféns para negociar a libertação, em particular desde a revelação, na sexta-feira, de que soldados mataram três reféns "por engano", depois que foram confundidos com combatentes palestinos.

O Catar, principal mediador entre Israel e o Hamas, ao lado do Egito e dos Estados Unidos, afirmou que prossegue com "esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária".

Um membro do Hamas declarou que as condições "são claras: um cessar-fogo total, a retirada dos tanques das cidades, a abertura da rodovia entre norte e sul, o fim do cerco, a entrada normal de ajuda em toda Gaza, sem restrições".

A trégua estabelecida no mês passado permitiu a libertação de 105 reféns sob poder do Hamas e de grupos aliados, 80 deles israelenses, em troca de 240 palestinos detidos em Israel.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, está no Kuwait como parte de uma viagem regional, durante a qual também visitará Israel.

O conflito em Gaza também provocou o aumento da violência na Cisjordânia ocupada por Israel, onde mais de 300 palestinos morreram após tiros das tropas israelenses ou ataques de colonos, segundo a Autoridade Palestina.

O Ministério da Saúde anunciou que quatro pessoas, incluindo dois adolescentes, morreram depois que foram atingidos por tiros israelenses no campo de refugiados de Al Fara, no norte do território.

Israel segue, neste domingo (17), bombardeando a Faixa de Gaza, apesar do aumento da pressão para que o governo israelense negocie a libertação dos reféns sequestrados pelo movimento islamista palestino Hamas.

O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sob pressão crescente, especialmente desde que se soube, na sexta-feira (15), que soldados mataram três reféns "por engano", depois de confundi-los com combatentes palestinos.

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Os três reféns estavam entre as cerca de 250 pessoas capturadas no ataque sem precedentes do Hamas, em solo israelense, em 7 de outubro. Nele, morreram 1.140 pessoas, segundo os últimos números das autoridades. Pelo menos 129 permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e bombardeia, sem cessar, o território palestino, onde morreram cerca de 18.800 pessoas. Deste total, em torno de 70% são mulheres e menores, conforme o Ministério da Saúde, governado pelo Hamas desde 2007.

"Muitos civis estão morrendo", disse a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, em viagem para Israel, de onde pediu "uma nova trégua humanitária imediata e duradoura".

O chanceler israelense, Eli Cohen, reiterou a posição de seu governo, para quem um cessar-fogo é "um presente para o Hamas".

- "Banho de sangue" -

No norte da Faixa, uma fumaça espessa podia ser vista neste domingo, após os bombardeios israelenses.

O Ministério da Saúde do Hamas relatou 24 mortos no acampamento de refugiados de Jabaliya. Muitos ainda estão "sob os escombros".

Outros bombardeios mataram pelo menos 12 pessoas na cidade de Deir al Balah, no centro do território palestino. Testemunhas também relataram ataques aéreos na cidade de Bani Suheila, no sul, e a AFPTV observou intensos combates na cidade de Gaza.

O serviço de emergência do hospital Al Shifa, no norte de Gaza, tornou-se "um banho de sangue", com centenas de pacientes e novos feridos chegando "a cada minuto", afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os ataques israelenses devastaram grande parte do território, e a ONU estima que 1,9 milhão de habitantes de Gaza foram forçados a abandonar suas casas.

No final da oração do Ângelus, o papa Francisco lamentou a morte de duas mulheres, no sábado, em uma paróquia católica de Gaza e afirmou que, nesse território há 'civis indefesos" que são alvo de disparos e bombardeios.

- "Trazer os reféns vivos" -

Em Israel, aumenta a pressão para libertar os reféns ainda mantidos em cativeiro no território palestino. Centenas de pessoas protestaram ontem, em Tel Aviv. Depois, acamparam em frente à sede do Ministério da Defesa para exigir o retorno de seus familiares.

"O governo israelense deve (...) colocar sobre a mesa sua melhor proposta para trazer os reféns vivos. Vivos”, insistiu Ruby Chen, pai de Itay Chen.

Mais de 100 israelenses e estrangeiros capturados foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana em novembro, patrocinada pelo Catar.

Mas, para Netanyahu, é preciso "manter a pressão militar" para trazer os reféns e acabar com o Hamas.

Ontem, o Catar confirmou que está fazendo "esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária".

Segundo o site de notícias Axios, o chefe dos serviços de Inteligência de Israel, David Barnea, reuniu-se na sexta-feira (15) com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, que participou das negociações da trégua anterior.

O Hamas rejeita 'qualquer negociação", se "a agressão contra nosso povo não cessar completamente", informou no Telegram.

- Temor de tensões na região -

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, também estará em Israel, Bahrein e Catar esta semana para reiterar "o compromisso de Washington em reforçar a segurança e a estabilidade regionais".

Nos últimos dias, os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, pediram uma fase de "menor intensidade" na operação israelense, para proteger os civis.

O chefe da diplomacia britânica, David Cameron, e sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, também lançaram um apelo por um "cessar-fogo duradouro", em um texto publicado no Sunday Times.

Fora de Gaza, a Autoridade Palestina lamentou neste domingo a morte de cinco palestinos na Cisjordânia ocupada, onde a violência disparou desde o início do conflito.

A guerra também faz temer um aumento das tensões na região, especialmente no Líbano, onde fica o movimento pró-Irã Hezbollah, aliado do Hamas. No norte de Israel, na fronteira com o Líbano, há trocas de disparos diárias entre o Exército israelense e o Hezbollah.

Hoje, a chanceler francesa pediu uma "desescalada" da violência nessa fronteira.

"Se houver uma espiral, uma conflagração, acho que ninguém sairá beneficiado, e falo isso por Israel também", disse Colonna.

E, no Mar Vermelho, uma estratégica rota comercial por onde circulam 20.000 navios todos os anos, várias grandes companhias mundiais de transporte marítimo suspenderam a passagem de seus navios, devido aos ataques dos rebeldes huthis, do Iêmen, próximos ao Irã, apresentados como resposta à guerra entre Israel e o Hamas.

Uma mãe e sua filha foram mortas a tiros por um soldado israelense neste sábado, no complexo que abriga a única igreja católica de Gaza, informou o Patriarcado Latino de Jerusalém.

“Por volta do meio-dia, um atirador de elite do Exército israelense matou duas mulheres cristãs na paróquia da Sagrada Família, onde a maioria das famílias cristãs de Gaza se refugiam desde o início do conflito” entre Israel e o movimento palestino Hamas, relatou o Patriarcado.

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“Nahida e a filha Samar morreram baleadas quando caminhavam para o Convento das Irmãs”, descreve o comunicado, que não informa a idade das vítimas. Outras sete pessoas ficaram feridas enquanto tentavam se proteger dos disparos na paróquia.

O Patriarcado ressaltou que “não há beligerantes dentro dos muros da paróquia”, e que não houve nenhum aviso antes dos tiros. O Exército de Israel informou que investiga o caso.

O comunicado do Patriarcado também informa que três projéteis disparados por um tanque israelense atingiram um convento, destruindo o seu gerador e abastecimento de combustível e tornando inabitável um prédio que abriga 54 pessoas com deficiência.

“Essas 54 pessoas se encontram na condição de deslocadas e sem acesso aos respiradores de que algumas delas necessitam para sobreviver”, acrescenta o texto. Segundo a agência de notícias do Vaticano, os ataques feriram três pessoas.

O principal diplomata italiano, Antonio Tajani, fez um “apelo sincero ao governo e ao Exército israelenses para que protejam os locais de culto cristãos". "Não é ali que os terroristas do Hamas se escondem”, afirmou no X, antigo Twitter.

Um jornalista da Al Jazeera morreu nesta sexta-feira (15) e outro ficou ferido em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, indicou a emissora de televisão do Catar.

"Compartilhamos com grande pesar a devastadora notícia da perda de nosso dedicado cinegrafista da Al Jazeera, Samer Abu Daqa", escreveu na rede social X Mohamed Moawad, redator-chefe da emissora.

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A Al Jazeera havia informado que o chefe de sua sucursal em Gaza, Wael Dahdouh, e Abu Daqa, tinham ficado feridos em uma escola de Khan Yunis (sul) "após o que acreditamos ter sido um ataque israelense com drone".

Segundo o meio de comunicação, Samer Abu Daqa estava gravemente ferido e permaneceu por horas no local do ataque, ao qual os socorristas não podiam acessar por causa dos escombros.

Dahdouh ficou ferido no braço e foi transferido para o hospital Nasser da cidade, indicou um jornalista da AFP.

Perguntado pela AFP, o Exército israelense não fez nenhum comentário de imediato.

A Al Jazeera afirmou em um comunicado que considera as "forças de ocupação israelenses completamente responsáveis pela segurança de Samer", que, ao lado de Dahdouh, teve "um papel crucial para revelar a magnitude da destruição e do horror das atrocidades israelenses".

Ambos cobriam o bombardeio recente de uma escola da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) em Khan Yunis quando um segundo ataque aconteceu, dirigido "deliberadamente" contra os jornalistas, segundo um comunicado do movimento islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), mais de 60 jornalistas e funcionários de meios de comunicação morreram desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, desencadeada pelo ataque brutal do movimento palestino em território israelense em 7 de outubro.

A ONU informou, nesta terça-feira (12), que sua agência de análise por satélite determinou que 18% das infraestruturas da Faixa de Gaza foram danificadas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque do movimento islamista em 7 de outubro.

Isso representa um aumento de 49% no número total de estruturas afetadas em comparação com uma avaliação feita em 7 de novembro, segundo o Centro de Satélites das Nações Unidas (Unosat), que se baseou em uma imagem capturada pelo satélite de alta resolução WorldView-3.

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Esses números "destacam a necessidade urgente de um cessar-fogo imediato e de apoio para lidar com a crescente crise humanitária na Faixa de Gaza. O impacto nas infraestruturas civis é evidente, com milhares de residências e instalações essenciais danificadas", enfatizou o Unosat.

Até 26 de novembro, foram identificadas “10.049 estruturas destruídas, 8.243 estruturas gravemente danificadas e 19.087 estruturas moderadamente danificadas, totalizando 37.379 estruturas afetadas. Isso corresponde aproximadamente a 18% do total de estruturas na Faixa de Gaza", afirmou a agência em um comunicado.

O violento ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro resultou em cerca de 1.200 mortes, de acordo com as autoridades. Outras 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva terrestre e aérea no território palestino, onde mais de 18.400 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, morreram, segundo o ministério da Saúde do Hamas.

Além da angústia da guerra, as mulheres em Gaza sofrem o estresse adicional da menstruação, obrigadas a utilizar fraldas ou pedaços de pano e enfrentam condições humilhantes e infecções.

O território palestino sofre uma escassez de alimentos, água e produtos sanitários, com o deslocamento de 80% de seus 2,4 milhões de habitantes pelo conflito entre Israel e Hamas.

"Corto roupas dos meus filhos ou qualquer pedaço de pano que encontro e uso como absorvente", explica Hala Ataya, de 25 anos, na cidade de Rafah(sul), para onde muitos fugiram.

"Tomam banho a cada duas semanas", acrescenta.

Forçada a deixar sua casa no campo de refugiados em Jabaliya, no norte de Gaza, se instalou em uma escola administrada pela ONU onde compartilha banheiro e chuveiro com centenas de pessoas.

O banheiro cheira mal e está cheio de moscas.

As ruas de Rafah, cidade na fronteira com o Egito, estão virando lixões a céu aberto.

- "Voltamos à Idade da Pedra" -

A cidade se transformou em um imenso campo de refugiados com a chegada de grande parte da população, impedida de sair do território.

"Voltamos à Idade da Pedra. Não há segurança, alimentos e água, não há higiene. Me sinto envergonhada e humilhada", assegura Samar Shalhoub, de 18 anos, deslocada da Cidade de Gaza.

A guerra foi desencadeada após o ataque sem precedentes de 7 de outubro por combatentes de Hamas, que mataram cerca de 1.200 pessoas em Israel, em sua maioria civis, segundo autoridades israelenses.

A resposta do Exército israelense já matou cerca de 18.200 palestinos, em sua maioria civis, segundo os últimos números do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

Sem acesso a produtos de higiene, Shalhoub utiliza retalhos em seus períodos menstruais, o que tem causado "irritação e infecções de pele".

Os pedidos por anticoncepcionais quadruplicaram por mulheres que buscam controlar seus períodos, afirma Marie-Aure Perreaut Revial, de Médicos Sem Fronteiras (MSF).

- "Absolutamente nada" -

A organização ActionAid adverte que há pouca água para lavar e que alguns abrigos têm apenas um chuveiro para cada 700 pessoas e um sanitário para cada 150.

"Não há absolutamente nada: privacidade, sabonetes, produtos menstruais", alerta a ONG.

Para Ahlam Abu Barika, em seu terceiro mês deslocado, a higiene pessoal é uma "batalha diária".

"As mulheres usam fraldas ou panos para embrulhar bebês. Não há água suficiente", lamenta Abu Barika.

Está comendo e bebendo menos para ceder aos seus cinco filhos e reduzir as idas ao banheiro.

"Perdi 15 quilos", afirma.

A ONG Action Against Hunger afirma que muitas mulheres usam roupas sujas de sangue menstrual e utilizam "produtos para o período por mais tempo do que o previsto, o que aumenta o risco de infecção".

Em uma sala de aula onde os deslocados dormem, Umm Saif disse que suas cinco filhas usam fraldas durante seus períodos.

Os preços das fraldas descartáveis quase duplicaram desde o início da guerra, assim, cortam cada uma em duas partes, mas uma filha ainda precisa de retalhos.

Para a mais nova, a mãe substitui a fralda por um pedaço de pano.

"Começou a chorar, mas não posso fazer nada", explica, impotente. "Comprei uma pomada na farmácia para tratar as infecções após a menstruação".

O Governo Federal realiza mais um voo em apoio aos conflitos no Oriente Médio. A aeronave KC-390 Millennium (Embraer), da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ), às 15h04 (horário local) deste sábado (09), com destino ao Egito. A previsão de pouso, em Al-Arish, é para a manhã da próxima terça-feira (12).

O Governo Federal envia, para Gaza, 11 toneladas de alimentos para atender populações em situação de emergência pública. A iniciativa é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). 

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Após decolar do Rio de Janeiro, a aeronave fará paradas técnicas na Base Aérea do Recife (BARF); em Cabo Verde; em Lisboa, Portugal; em Atenas, Grécia; e no Cairo, no Egito até chegar ao destino final que é Al-Arish, também no Egito, onde a carga será descarregada.

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*Da FAB 

O voo que aguardava no Rio de Janeiro para resgatar mais brasileiros que estão na Faixa de Gaza decolou no início da manhã deste sábado (9) em direção ao Egito, informou a Força Aérea Brasileira (FAB). Este será o 11º voo de repatriação de brasileiros em áreas de conflito no Oriente Médio na Operação Voltando em Paz, do Governo Federal.

A aeronave KC-30 (Airbus A330 200) decolou da Base Aérea do Galeão às 5h08 e leva a bordo um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, fornecidos pelo Brasil para assistência humanitária. O destino da aeronave será o Aeroporto Internacional do Cairo, capital do Egito, em voo direto com previsão de duração de 15 horas.

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A decolagem chegou a ser prevista para a última quinta-feira, mas a Aeronáutica explicou que era necessário aguardar autorização para que os brasileiros atravessassem a fronteira da Palestina com o Egito.

Mais de 100 brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Escritório de Representação em Ramalá, lista 102 brasileiros e familiares próximos de brasileiros interessados em repatriação a partir da Faixa de Gaza.

A solicitação para saída deste novo grupo da Faixa de Gaza pelo Portal de Rafah em direção ao Egito foi apresentada em novembro, e o governo brasileiro aguarda autorização dos países responsáveis pela organização da saída de estrangeiros de Gaza para dar início ao processo de repatriação.

Coordenado com a Embaixada em Tel Aviv, o escritório brasileiro em Ramalá transportou vários integrantes do grupo de outros pontos do enclave até Rafah, onde estão mais de 80 brasileiros e familiares próximos, a maior parte deles em casas alugadas pelo Itamaraty para abrigá-los.

O ministério informa ainda que permanece em contato constante com o grupo e oferece gêneros de primeira necessidade, abrigo, transporte e atendimento psicológico remoto.

Primeiro grupo

A primeira leva de brasileiros que veio de Gaza chegou ao país no último dia 13 de novembro, também em voo que saiu do Cairo em direção ao Brasil.

O voo trouxe 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 repatriados, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens.

Conflito

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. 

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. 

Uma aeronave KC-30 (Airbus A330 200) aguarda autorização para decolar da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, para fazer a repatriação de mais brasileiros que estão na Faixa de Gaza. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o avião só decolará rumo ao Egito quando os brasileiros tiverem permissão para cruzar a fronteira em Rafah. 

Assim que receber o sinal verde, o KC-30 decolará rumo ao Aeroporto Internacional do Cairo, em uma viagem de 15 horas. A FAB ainda não divulgou o número de pessoas que serão repatriadas. 

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O avião também leva um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, fornecidos como assistência humanitária pelo governo brasileiro.

O primeiro voo de repatriação de brasileiros provenientes de Gaza só chegou ao Brasil no dia 15 de novembro, mais de um mês depois do início dos ataques de Israel ao território palestino, devido à demora na autorização para saída pelo posto de fronteira de Rafah, que liga Gaza ao Egito. 

No total, 32 brasileiros, segundo a FAB, foram trazidos ao país nesse voo. Também foi realizado um voo de repatriação com 32 brasileiros que estavam na Cisjordânia, outro território palestino.

Antes deles, já haviam sido realizados oito voos de repatriação de 1.413 brasileiros que estavam em Israel. 

Um novo voo para o resgate de brasileiros que estão na Faixa de Gaza deixará o Rio de Janeiro às 9h desta quinta-feira (7) em direção ao Egito, informou nesta quarta-feira (6) a Força Aérea Brasileira (FAB). Será o 11º voo de repatriação de brasileiros em áreas de conflito no Oriente Médio na Operação Voltando em Paz, do Governo Federal.

A aeronave KC-30 (Airbus A330 200) vai decolar da Base Aérea do Galeão (BAGL). A bordo, estará um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, fornecidos pelo Brasil para assistência humanitária.

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O destino da aeronave será o Aeroporto Internacional do Cairo, capital do Egito, em voo direto com previsão de duração de 15 horas.

Mais de 100 brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Escritório de Representação em Ramalá, lista 102 brasileiros e familiares próximos de brasileiros interessados em repatriação a partir da Faixa de Gaza.

A solicitação para saída deste novo grupo da Faixa de Gaza pelo Portal de Rafah em direção ao Egito foi apresentada em novembro, e o governo brasileiro aguarda autorização dos países responsáveis pela organização da saída de estrangeiros de Gaza para dar início ao processo de repatriação.

Coordenado com a Embaixada em Tel Aviv, o escritório brasileiro em Ramalá transportou vários integrantes do grupo de outros pontos do enclave até Rafah, onde estão mais de 80 brasileiros e familiares próximos, a maior parte deles em casas alugadas pelo Itamaraty para abrigá-los.

O ministério informa ainda que permanece em contato constante com o grupo e oferece gêneros de primeira necessidade, abrigo, transporte e atendimento psicológico remoto. 

Primeiro grupo

A primeira leva de brasileiros que veio de Gaza chegou ao país no último dia 13 de novembro, também em voo que saiu do Cairo em direção ao Brasil. 

O voo trouxe 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 repatriados, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens. 

Conflito

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta segunda-feira, 4, que seu governo ainda buscará 102 brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Ele deu a declaração em Berlim, na Alemanha, onde teve uma reunião com o chanceler do país, Olaf Scholz.

Lula voltou a criticar o formato atual da ONU e disse que a entidade não está cumprindo seu "papel histórico".

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A crítica do brasileiro é principalmente sobre o Conselho de Segurança, controlado por Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia.

O Brasil reivindica uma ampliação do Conselho de Segurança para incluir a si próprio e outros países, como Alemanha e Índia.

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