Tópicos | Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, negou mandado de segurança apresentado à Corte por parlamentares bolsonaristas para suspender e trocar o comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das fake news. Segundo o magistrado, os trabalhos do grupo são de 'vital importância para o desvendamento da atuação de verdadeiras quadrilhas organizadas que, por meio de mecanismos ocultos de financiamento, impulsionam estratégias de desinformação, atuam como milícias digitais, que manipulam o debate público e violam a ordem democrática'.

"Embaraçar essa investigação não é direito, e muito menos líquido e certo, de ninguém", escreveu o ministro ao negar pedido de Bia Kicis, Carla Zambelli, Carlos Jordy, Aline Sleutjes e outros.

##RECOMENDA##

De acordo com Gilmar, os fatos apurados pela CPMI tem a 'mais alta relevância para a preservação da ordem constitucional'. "Não à toa, há uma crescente preocupação mundial com os impactos que a disseminação de estratégias de desinformação e de notícias falsas tem provocado sobre os processos eleitorais".

No mandado de segurança impetrado no Supremo, os deputados alegavam que durante o curso da CPMI das fake news 'ocorreu o desvirtuamento de seu objeto, com o intuito de deslegitimar não apenas o processo eleitoral dos membros do Partido Social Liberal, incluindo o presidente Jair Bolsonaro'.

Além da suspensão dos trabalhos da CPMI, os parlamentares defendiam a suspeição do presidente do grupo, senador Ângelo Coronel, e da relatora, deputada federal Lídice da Mata, sob o argumento de que 'teriam demonstrado falta de imparcialidade ao proferirem declarações tendenciosas e ataques a apoiadores do Governo'.

No entanto, ao analisar o caso, Gilmar ponderou que o Congresso Nacional possui mecanismos institucionais próprios 'para lidar com eventuais desvios comportamentais de um parlamentar'. Segundo ele, os autores da ação não são, nem indiretamente, 'titulares da atribuição correicional parlamentar' e assim os mesmos não tem ' direto líquido e certo de remover Presidente - eleito pelo colegiado - ou destituir Relatora da CPMI por motivos afetos ao comportamento das autoridades'.

"Aliás, parece fora de qualquer margem de dúvida que a situação exposta como causa de pedir, a suposta falta de imparcialidade, pudesse render, no âmbito do Poder Legislativo, a consequência de demover as autoridades coatoras de suas funções. Ora, afirmar que determinado Deputado ou Senador revela-se 'parcial' porque ostenta posicionamento político diverso pressupõe desconhecimento acerca do papel constitucionalmente esperado de quem representa determinada corrente político-partidária", escreveu o ministro em sua decisão.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira, 12, que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal de Justiça do Rio e a 27ª Vara Criminal da capital fluminense se manifestem sobre o habeas corpus protocolado pela defesa do ex-assessor Fabrício Queiroz pedindo a revogação de sua prisão domiciliar.

"Solicitem-se informações ao Superior Tribunal de Justiça, à Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e ao Juízo da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, acerca do alegado na inicial", escreveu o ministro em despacho.

##RECOMENDA##

Gilmar, que no ano passado paralisou as investigações sobre a 'rachadinha' ao atender um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), é relator do pedido que pode colocar em liberdade total o suposto operador financeiro do filho mais velho do presidente.

Queiroz está em prisão domiciliar desde o início de julho, quando foi beneficiado por decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, durante o recesso do Judiciário. A liminar também estendeu o benefício à esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, que até então estava foragida da Justiça. A decisão de Noronha pode ser revista pela Quinta Turma da Corte, mas o caso acabou atrasado devido à licença médica do relator, ministro Felix Fischer.

Na semana passada, a defesa de Queiroz protocolou pedido para que a relatoria do processo deixe as mãos de Fischer, considerado linha-dura entre colegas da Corte. Pessoas próximas do presidente Jair Bolsonaro e que acompanham o processo avaliam que a divulgação recente de cheques envolvendo Queiroz e a primeira-dama Michelle Bolsonaro municiem o ministro a revogar a prisão domiciliar e mandar Queiroz e Márcia Aguiar para a prisão.

A ordem para que o casal fosse detido preventivamente partiu do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal da capital fluminense, responsável por determinar as diligências enquanto o inquérito sobre o suposto esquema de desvio de salários no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio correu na primeira instância. Os dois foram acusados pelo Ministério Público do Rio de tentar obstruir as investigações. No final de junho, com a decisão dos desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça fluminense de conceder foro especial ao senador, o caso acabou transferido para segunda instância.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu o crescimento do número de mortes por Covid-19 à falta de coordenação das políticas públicas voltadas ao enfrentamento da doença. Para ele, desde o início da pandemia o País assiste um 'amontoado de desencontros'.

Em transmissão ao vivo nesta terça-feira (11), o ministro também classificou como 'macabro' o acumulado de vítimas do novo coronavírus no Brasil, que já chega a 102.034, segundo o boletim do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo e UOL divulgado na tarde de hoje.

##RECOMENDA##

"Poderíamos ter tido maior êxito. Certamente se tivesse havido maior coordenação, teríamos muito menos mortes do que tivemos, aí já com esse número macabro de 100 mil mortes", disse.

Ele lembrou ainda o impacto da realidade sanitária e da desigualdade social do País no agravamento da crise.

"Já naquele momento da distribuição dos R$600 (auxílio emergencial), surgiu a imagem muito negativa dos invisíveis - aquelas pessoas que existiam, que precisavam dos recursos, mas não estavam nos radares e nos registros oficiais. A pandemia se tornou muito mais séria graças às más condições sanitárias do País. Moradias precárias, favelas…", emendou.

Gilmar defendeu ainda o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo ele, se tornou um 'ativo importante na pandemia'. "Apesar de todos os problemas que tivemos, me parece que esse foi um experimento institucional que deu certo", afirmou.

Na visão do ministro, é necessário aumentar o número de leitos nos estados e discutir um modelo de financiamento mais efetivo em garantir a sustentabilidade da Saúde pública e melhor sua gestão.

"Ao lado do conceito de responsabilidade fiscal, que nós consolidemos também a ideia de responsabilidade social. E daí a importância de discutirmos o financiamento do SUS", defendeu.

Esta não é a primeira vez que o ministro critica a gestão da crise provocada pelo novo coronavírus. Mês passado, ele disse que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) cria 'ônus' às Forças Armadas ao tentar transferir a responsabilidade sobre a pandemia e que o Exército está se associando a um genocídio - em referência aos militares alocados no Ministério da Saúde. A pasta é comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello há quase três meses e conta com dezenas de oficiais das Forças Armadas nomeados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou a soltura do secretário de Transportes do estado de São Paulo Alexandre Baldy.

O secretário licenciado por 30 dias foi preso na quinta-feira (6) após decisão da Justiça Federal no Rio de Janeiro no âmbito da Operação Dardanários, acusado de receber propinas de uma entidade da área de saúde para favorecê-la em contratos com o Poder Público.

##RECOMENDA##

A decisão liminar foi concedida por Mendes no fim do dia dessa sexta-feira (7). “Ante o exposto, defiro o pedido liminar para suspender a ordem de prisão temporária decretada em relação ao reclamante. Expeça-se alvará de soltura. Comunique-se com urgência", diz o trecho divulgado no site do STF.

A defesa de Baldy entrou com pedido no STF após outras tentativas. Ontem solicitou a soltura ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas teve o pedido negado. A defesa questionou a competência da Justiça Federal.

Prisão

Baldy teve a prisão temporária decretada pela primeira instância da Justiça Federal do Rio de Janeiro na Operação Dardanários, que apura fraudes em contratações da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. 

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Baldy recebeu propinas da organização social Pró-Saúde, para favorecê-la em contratações com o Poder Público. Os repasses teriam sido feitos quando ele exercia os mandatos de deputado federal e de ministro das Cidades, no governo Michel Temer.

A Operação Dardanários foi deflagrada na quinta-feira (6) e também resultou na prisão, dentre outros, de Rafael Bastos Lousa Vieira, que também teve liminar negada pelo desembargador Abel Gomes. Ontem mesmo, Baldy pediu licença de 30 dias do cargo.

Defesa

Em nota, a defesa de Alexandre Baldy afirmou que o ex-ministro não tem relação com os fatos apontados pela operação. “O secretário tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão. Sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, jamais foi questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação”, diz a nota.

"Vida que segue", disse nesta sexta-feira (17) o vice-presidente Hamilton Mourão sobre a declaração do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o Exército está se associando a um "genocídio", ao se referir à crise sanitária no Brasil. "Eu acho que o ministro errou, mas considero que este incidente está superado", disse o vice à Rádio Gaúcha.

Durante a semana, Mourão havia cobrado uma retratação de Gilmar: "Se ele tiver grandeza moral, tem de se desculpar". Na terça-feira, 14, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, acionou um artigo da Lei de Segurança Nacional sobre em representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro. No dia seguinte, em um gesto para apaziguar os ânimos, Gilmar falou por telefone com o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello.

##RECOMENDA##

Questionado na entrevista sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil, que nesta quinta, 16, ultrapassou o patamar de 2 milhões de infectados, Mourão elogiou o Sistema Único de Saúde (SUS). "O nosso sistema público de saúde vem dando conta disso. Então é uma grande vitória do SUS e de todos os profissionais que o construíram e que trabalham nele ", disse Mourão.

Como revelou o Estadão, Eduardo Pazuello tem sido orientado a ir para reserva caso queira continuar como interino na Saúde ou deixar o cargo se a opção for permanecer como militar da ativa. "A decisão de manter ou não o Pazuello é do presidente (Jair Bolsonaro), disse Mourão.

Meio ambiente

Sob pressão de investidores estrangeiros e empresários brasileiros, Mourão destacou a importância da agenda ambiental para o governo. "A coisa é muito clara. O nosso governo sabe muito bem que a agenda ambiental e a questão da sustentabilidade são temas muito caros ao século 21", disse o vice. "O governo sabe das suas responsabilidades em manter funcionando plenamente a nossa legislação, o nosso código florestal, que é o mais adiantado do mundo. Nós temos mais de 60% do País com a cobertura vegetal intacta, ou seja, nós somos um exemplo. Mas, infelizmente, desde 2012 para cá, ocorreu um aumento do desmatamento na Amazônia, ano passado esse desmatamento atingiu um nível maior ainda, então compete a nós tomarmos as medidas repressivas necessárias para impedir que isso continue a ocorrer".

Na área econômica, o vice-presidente Hamilton Mourão falou sobre a discussão em torno da criação de um imposto sobre transações financeiras. Para o vice, "deve ter um fundamento muito claro".

"O ministro Paulo Guedes (Economia) hoje coloca como um substituto da desoneração da folha. Ao desonerar a folha, haveria uma oportunidade muito maior da criação de empregos formais. Eu ainda vejo mais além, que um imposto dessa natureza ele pode ser também utilizado para reforçar o programa de renda mínima, o Renda Brasil, que vem sendo montado pelo governo", disse Mourão, destacando que a "discussão é dentro do Congresso".

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que "deu por encerrada a questão com o ministro Gilmar Mendes", em referência às trocas de farpas ocorridas entre o magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes das Forças Armadas. Em transmissão nas redes sociais, nessa quinta-feira (16), Bolsonaro disse que falou por telefone com Gilmar, mas se reservou o direito de não divulgar o conteúdo da conversa.

"Da minha parte, dou por encerrado isso daí. Eu conversei com o Gilmar Mendes por telefone sobre o episódio. Ato contínuo, houve um contato entre o ministro Gilmar Mendes e o ministro Pazuello, conversaram também. Queremos solução, tá certo?", disse o presidente.

##RECOMENDA##

O desentendimento ocorreu com a repercussão de um fala do integrante do STF, que afirmou que os militares estavam se associando a um "genocídio", em referência à condução da crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19.

Novo ministro do STF

Bolsonaro voltou a reclamar da decisão do STF que garantiu a autonomia de Estados e municípios na aplicação de medidas contra a Covid-19. Apesar disso, o presidente manifestou expectativa por mudança no entendimento da Corte tão logo o ministro Luiz Fux assuma a presidência do STF.

"Talvez com novo presidente do STF seja possível discutir as decisões de fechar comércio", declarou. O ministro Fux deve assumir a presidência do STF em 10 de setembro, sucedendo o atual presidente, Dias Toffoli. O mandato de Fux valerá por dois anos.

Após críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa da atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, durante a pandemia do novo coronavírus. Em publicação feita nas redes sociais, Bolsonaro disse, nesta quarta-feira, 15, que Pazuello é um "predestinado", que "nos momentos difíceis sempre está no lugar certo para melhor servir a sua Pátria". "O nosso Exército se orgulha desse nobre soldado", escreveu Bolsonaro no Facebook.

"Quis o destino que o Gen Pazuello assumisse a interinidade da Saúde em maio último. Com 5.500 servidores no Ministério o Gen (general) levou consigo apenas 15 militares para a pasta. Grupo esse que já o acompanhava desde antes das Olimpíadas do Rio. Pazuello é um predestinado, nos momentos difíceis sempre está no lugar certo para melhor servir a sua Pátria. O nosso Exército se orgulha desse nobre soldado", afirmou o presidente.

##RECOMENDA##

Como mostrou o Estadão, as críticas de Gilmar sobre a militarização do Ministério da Saúde geraram desconforto nas Forças Armadas por uma série de motivos, entre eles o fato de Pazuello ser um general do Exército, ainda na ativa. O ministro tem sido orientado a ir para reserva caso queira continuar no comando da Saúde. Os militares não querem misturar o seu papel com o do governo e, por isso, estão muito incomodados com o tempo que Pazuello já ocupa a pasta da Saúde, há mais de dois meses.

Nesta quarta, 15, através das redes sociais, Bolsonaro lembrou justamente a formação militar de Pazuello e enalteceu a sua atuação. "TODOS NÓS QUEREMOS O MELHOR PARA O BRASIL. O Gen Pazuello é formado na Academia Militar das Agulhas Negras, na arma de Intendência, possuindo mais de 40 anos de experiência em logística e administração", disse Bolsonaro.

Em seguida, Bolsonaro citou que Pazuello atuou na criação do Centro de Obtenções do Comando Logístico do Exército, entre 2014 e 2015; depois, trabalhou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Entre 2018 e 2020, ele também ficou à frente da Operação Acolhida.

Nesta terça-feira (14), o Ministério da Defesa encaminhou uma representação à Procuradoria-Geral da República contra Gilmar Mendes. O motivo é a declaração do magistrado, no sábado, de que o Exército está se associando a um "genocídio", em referência à crise sanitária instalada no País em meio à pandemia de covid-19, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, enviou representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, por declarações sobre a atuação de militar no combate ao novo coronavírus. Mendes afirmou no sábado, 11, que o Exército está se associando ao 'genocídio', em referência à crise provocada pela Covid-19 no Brasil, agravada pela falta de um ministro da Saúde titular.

A representação foi protocolada nesta tarde e será analisada nos próximos dias. Se for vislumbrado indícios de crime ou conduta ilegal na postura do ministro, a PGR poderá decidir pelo prosseguimento da investigação. Caso contrário, a notícia de fato será arquivada.

##RECOMENDA##

Azevedo afirmou na segunda, 13, que a declaração do ministro do Supremo 'trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana'. "O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia", afirmou o ministro da Defesa, em nota subscrita pelos comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez.

A declaração de Gilmar Mendes foi dita durante videoconferência da revista IstoÉ, quando comentava a ausência de um ministro titular na Saúde. Eduardo Pazuello assumiu como interino após a queda do médico Nelson Teich, em maio. Desde então, o governo não colocou outro indicado na chefia da pasta. É a primeira vez desde 1953 que o ministério da Saúde fica tanto tempo sem um titular.

"Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa", afirmou Gilmar. "Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", prosseguiu.

A declaração provocou forte repercussão na ala militar do governo. O vice-presidente, Hamilton Mourão, declarou que Gilmar 'forçou a barra e ultrapassou o limite da crítica'. Nesta terça, 14, afirmou que se Gilmar Mendes tiver 'grandeza moral', deveria se retratar. Segundo Mourão, que é general da reserva, a troca de chefia na Saúde depende do presidente Jair Bolsonaro.

Após a repercussão, Gilmar Mendes divulgou nota 'reafirmando o respeito' aos militares e indicando que 'nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das políticas públicas de saúde' do País. "Em um contexto como esse (de crise aguda no número de mortes por Covid-19), a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas", afirmou.

Pazzuelo é pressionado pelo núcleo militar do governo para deixar a ativa e ir para a reserva no Exército. Na semana passada, Bolsonaro sinalizou que o ministro interino não ficará no cargo, mas não indicou que estaria procurando um novo nome para a Saúde. Entre colegas de governo, Pazuello é considerado mais influente e poderoso que Teich, tomando decisões que mudaram a política de saúde no combate ao coronavírus.

A liberação de nota informativa sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes em estágio leve da covid-19 foi uma das primeiras ações de Pazuello no cargo, e ocorreu após pressão de Bolsonaro. Hoje, o presidente usa as redes sociais para divulgar a medicação enquanto faz tratamento para a doença. O ministério também deixou de defender benefícios do distanciamento social e traçar estratégias sobre quarentena.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), preferiu colocar panos quentes na polêmica envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o Exército. "Eu prefiro que a gente não amplie a polêmica. Se não colocar mais lenha na fogueira, a gente consegue tirar esse assunto da frente", disse.

O motivo da polêmica foi a declaração do magistrado, no sábado, de que o Exército está se associando a um "genocídio", em referência à crise sanitária instalada no País em meio à pandemia de covid-19, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde.

##RECOMENDA##

O comentário causou forte reação na ala militar. Maia disse que Mendes usou palavras duras, mas disse ser necessário "abaixar a temperatura".

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (14) que, se o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tiver "grandeza moral", tem de se desculpar e se retratar após declarar que o Exército se associou a um "genocídio" durante a pandemia do novo coronavírus.

Na segunda-feira (13), o vice já havia dito que Gilmar "forçou a barra e ultrapassou o limite da crítica". Em nota divulgada na manhã desta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal afirmou que não atingiu a honra do Exército e manteve as críticas à "substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde".

##RECOMENDA##

Em reação às afirmações de Gilmar, o Ministério da Defesa afirmou que entraria com uma representação contra ele na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na entrevista à CNN Brasil nesta terça, Mourão afirmou que é preciso esperar a redução no avanço da covid-19 no País para promover a troca no comando do Ministério da Saúde. "Espera a pandemia arrefecer, aí troca", disse.

Eduardo Pazuello, general da ativa, está no comando interino da pasta há dois meses, após a saída de Nelson Teich. Na visão do vice-presidente, a covid-19 apresenta "menores graus de letalidade em locais onde houve avanço muito rápido", como São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Belém. "Deixa que se tenha noção de que atingimos um ponto de controle para aí trocar ministro."

Para Mourão, que é general da reserva, a eventual troca de ministros cabe ao presidente Jair Bolsonaro. Pazzuelo é pressionado pelo núcleo militar do governo para deixar a ativa e ir para a reserva no Exército.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (14) que respeita as Forças Armadas, embora tenha criticado a formulação de políticas públicas de saúde por militares, em meio à pandemia de Covid-19.

“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual”, escreveu Mendes, em nota. “Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo”, acrescentou o ministro.

##RECOMENDA##

Nessa segunda (13), o Ministério da Defesa também divulgou nota em que afirmou o empenho de Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB) em preservar vidas durante a pandemia. O comunicado da Defesa foi motivado por um comentário feito no sábado (11) por Gilmar Mendes. Em uma videoconferência, ele disse que o “Exército se associou a um genocídio”, numa referência ao trabalho de militares no Ministério da Saúde.

No comunicado, a Defesa afirmou que a acusação é grave e que enviaria à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação para adoção das medidas cabíveis a respeito das declarações do ministro.

Nesta terça-feira (14), Mendes disse não ter atingido a honra de Exército, Marinha e FAB, e que nem mesmo citou estas duas últimas em seu comentário. “Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, escreveu o ministro.

Veja a nota na íntegra:

“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história  republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo.

Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado.

Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.

Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira (13), que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), "forçou a barra" e "ultrapassou o limite de crítica" ao dizer que o Exército se associou a um genocídio durante a pandemia do novo coronavírus.

"O ministro Gilmar Mendes não foi feliz. Vou usar uma linguagem do jogo de polo, ele (Gilmar) cruzou a linha da bola. Cruzou a linha da bola ao querer comparar com genocídio o fato das mortes ocorridas no Brasil durante a pandemia, querer atribuir essa culpa ao Exército porque tem um oficial-general do Exército como ministro interino da Saúde (Eduardo Pazuello)", disse Mourão durante videoconferência promovida pela Genial Investimentos.

##RECOMENDA##

Em abril, Mourão usou a mesma expressão usada no de polo, esporte que pratica, para se referir ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. No jogo, "cruzar a linha da bola" é considerada uma falta grave.

"Ele (Gilmar) forçou uma barra aí que agora está criando um incidente com o ministério da Defesa. Há pouco a Defesa soltou uma nota e talvez até acione a Procuradoria-Geral da República", afirmou. "A crítica vai ocorrer, tem que ocorrer, é válida, mas o ministro ultrapassou o limite da crítica", acrescentou o vice.

Apesar do desgaste com Gilmar Mendes, Mourão afirmou que as "tensões" entre os poderes diminuíram nos últimos tempos. De acordo com ele, o presidente Jair Bolsonaro escalou ministros como Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e André Mendonça (Justiça) para "restabelecer as pontes com o STF".

"Nós tivemos um período meio conturbado no relacionamento do Executivo com o Legislativo e Judiciário que nos últimos tempos, essas tensões foram se reduzindo", avaliou o vice-presidente.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das Forças Armadas anunciaram nesta segunda-feira (13), que vão encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República contra a fala do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado (11), Gilmar afirmou que o Exército se associou a um "genocídio", em referência à atuação de militares no Ministério da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus. O ministro interino da pasta, Eduardo Pazuello, é general e militar da ativa.

"Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia", diz a nota da Defesa divulgada nesta segunda-feira.

##RECOMENDA##

No texto, Fernando Azevedo e os comandantes das Três Forças destacam que genocídio é um "crime gravíssimo" e que "naturalmente, é de pleno conhecimento de um jurista" como Gilmar Mendes. "Na atual pandemia, as Forças Armadas, incluindo a Marinha, o Exército e a Força Aérea, estão completamente empenhadas justamente em preservar vidas. Informamos que o MD encaminhará representação ao Procurador-Geral da República (PGR) para a adoção das medidas cabíveis."

Há 59 dias sem um titular na Saúde, o País já acumula mais de 71,5 mil óbitos e 1,8 milhão de contaminados. Depois das saídas dos médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o general Eduardo Pazuello - militar da ativa especializado em questões logísticas - assumiu interinamente o ministério.

Foi na gestão de Pazuello que o Ministério da Saúde mudou a orientação sobre o uso da cloroquina, passando a recomendar o medicamento desde o início dos sintomas do novo coronavírus. A droga, no entanto, não tem a eficácia comprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, ao menos 20 militares, sendo 14 da ativa, ocupam cargos estratégicos no Ministério da Saúde.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a declaração de Gilmar causou "indignação" em Azevedo. O ministro da Defesa já trabalhou no STF como assessor especial do presidente da Corte, Dias Toffoli.

A primeira reação a Gilmar veio no próprio sábado, com a divulgação de uma nota em que o Ministério da Defesa afirma que as Forças vêm "atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros" e elenca uma série de medidas que têm mobilizado militares, como barreiras sanitárias e ações de descontaminação.

Gilmar não quis se manifestar no domingo sobre a reação dos militares. Em sua conta pessoal no Twitter, o ministro disse que não se furta a "criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares". "A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs (Forças Armadas) e da saúde do Brasil", escreveu.

O ministro também aproveitou as redes sociais para elogiar a figura do Marechal Rondon (1865-1958), conhecido por ter defendido a criação do Parque Nacional do Xingu. "No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princípios democráticos da Carta de 88", escreveu.

Gilmar tem pontes com as Forças Armadas. Em junho, se encontrou com o general Edson Leal Pujol, comandante do Exército, em plena crise entre o Planalto e o Judiciário.

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, disse ao Estadão que avalia junto aos comandantes das Forças Armadas e à Advocacia-Geral da União (AGU) medidas que podem ser tomadas em reação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. No sábado, Gilmar disse que o Exército está se associando a um "genocídio", em referência à crise sanitária instalada no País em meio à pandemia de Covid-19, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde.

Azevedo afirmou estar "indignado" com o que ele considera serem "acusações levianas" do ministro so Supremo.

##RECOMENDA##

Há 59 dias sem um titular na Saúde, o País já acumula mais de 71,5 mil óbitos e 1,8 milhão de contaminados. Depois das saídas dos médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o general Eduardo Pazuello - militar da ativa especializado em questões logísticas - assumiu interinamente o ministério.

Foi na gestão de Pazuello que o Ministério da Saúde mudou a orientação sobre o uso da cloroquina, passando a recomendar o medicamento desde o início dos sintomas do novo coronavírus. A droga, no entanto, não tem a eficácia comprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, ao menos 20 militares, sendo 14 da ativa, ocupam cargos estratégicos no Ministério da Saúde.

Azevedo afirmou que "está avaliando junto com os comandantes de força a situação, considerando todos os aspectos". Os comandantes e Azevedo passaram o domingo conversando por telefone para traçar uma estratégia de reação à fala de Gilmar. Não está descartada a possibilidade de o governo acionar a própria Justiça para cobrar uma retratação de Gilmar.

O ministro da Defesa já trabalhou no STF como assessor especial do presidente da Corte, Dias Toffoli. A primeira reação a Gilmar veio no próprio sábado, com a divulgação de uma nota em que o Ministério da Defesa afirma que as Forças vêm "atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros" e elenca uma série de medidas que têm mobilizado militares, como barreiras sanitárias e ações de descontaminação.

Gilmar não quis se manifestar ontem sobre a reação dos militares. Em sua conta pessoal no Twitter, o ministro disse que não se furta a "criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares". "A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs (Forças Armadas) e da saúde do Brasil", escreveu.

O ministro também aproveitou as redes sociais para elogiar a figura do Marechal Rondon (1865-1958), conhecido por ter defendido a criação do Parque Nacional do Xingu. "No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princípios democráticos da Carta de 88", escreveu.

Gilmar tem pontes com as Forças Armadas. Em junho, se encontrou com o general Edson Leal Pujol, comandante do Exército, em plena crise entre o Planalto e o Judiciário. 

Uma fala recente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, tem aquecido a crise institucional que o país vive quando se trata da falta de unidade dos Poderes diante da luta contra o novo coronavírus. No sábado (11), ao participar de uma live promovida pela revista IstoÉ, Mendes disparou contra a falta de um titular no comando do Ministério da Saúde e disparou contra o Exército, afirmando que é “péssimo” para a imagem das Forças Armadas estar ligada a uma pasta que não tem agido para conter as mortes e a proliferação da Covid-19 o país. 

“Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Pode se ter estratégia e tática em relação a isso. Não é aceitável que se tenha esse vazio no Ministério da Saúde. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. Não é razoável para o Brasil. É preciso pôr fim a isso”, afirmou.

##RECOMENDA##

O fato de ter associado o Exército ao que chamou de “genocídio”, ao classificar as mortes por Covid-19, fez com que lideranças das Forças Armadas ficassem irritadas com o ministro do STF - alguns chegaram a falar em “extrema indignação” com a declaração. A ligação foi feita por Gilmar Mendes porque Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, é general. 

A fala fez com que o nome de Gilmar Mendes estivesse entre os assuntos mais comentados do Twitter até o início da tarde desta segunda-feira (13). Nesse domingo (12), após os desconfortos, Gilmar se pronunciou na rede social.

“No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princípios democráticos  da Carta de 88”, escreveu.

“Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”, acrescentou.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira que as "Forças Armadas não são milícia do presidente da República" e não devem ser acionadas como poder moderador. 

"Milícias existem no Rio de Janeiro. Forças Armadas não são milícia do presidente da República. Isto é até injurioso com as Forças Armadas. Elas têm um papel institucional e constitucional bem definido na Constituição e têm cumprido isto", afirmou Gilmar em entrevista por videoconferência para o jornal O Globo. 

##RECOMENDA##

O ministro também criticou as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra decisões do Supremo. "Acabou aquela era do presidencialismo imperial sob a Constituição de 1988", disse. 

Dupla retórica de Bolsonaro

Apesar disso, Gilmar argumentou que Bolsonaro tem uma retórica para insuflar seus apoiadores e outra no dia a dia institucional, na qual busca uma ponte entre executivo e judiciário.

"Temos que separar a retórica presidencial que é voltada para esses grupos, parece que é uma retórica de animação desses grupos, pessoal que atua na internet, da retórica normal que ele se utiliza para conversa com os demais poderes", ponderou.

A referência ao poder moderador se deve por causa de discussão recente sobre o artigo 142 da Constituição, que aborda as funções das Forças Armadas. 

O artigo passou a ser mencionado por bolsonaristas como justificativa para uma possível intervenção militar, caso as Forças Armadas fossem acionadas para mediar conflito entre os poderes. O debate fez o ministro Luiz Fux determinar que as Forças Armadas não têm a prerrogativa de atuar como moderador sobre os poderes.

Segundo Gilmar Mendes, as Forças Armadas não podem ser usadas para ameaçar as instituições. O ministro disse que elas deveriam atuar no controle das polícias militares nos estados para combater a "politização" das corporações.

Críticas à Lava Jato

Além disso, ele criticou a operação Lava Jato, apesar de, ao mesmo tempo, elogiar seu legado no combate à corrupção. 

"A Lava-jato virou um tipo de santíssima trindade, depois vimos que ela tinha os pés de barros", disse Gilmar, que lembrou a divulgação do depoimento do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, pelo então juiz Sergio Moro, às vésperas do segundo turno das eleições, a nomeação de Moro como ministro da Justiça de Bolsonaro e a tentativa de criação de uma fundação privada para gerir a multa bilionária da Petrobras.

Da Sputnik Brasil

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (30) pedir informações ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a decisão que garantiu foro privilegiado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no âmbito do Caso Queiroz. Na prática, ao pedir informações à Justiça antes de decidir, Gilmar Mendes adiou o desfecho do caso, postergando uma definição sobre qual instância deve investigar o filho do presidente da República.

O Ministério Público do Rio entrou com uma ação no STF para cassar a decisão da 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ e exigir que o processo de Flávio continue na primeira instância. Para o MP fluminense, os desembargadores da 3ª Câmara contrariaram o atual entendimento do STF sobre o alcance do foro privilegiado.

##RECOMENDA##

Em 2018, o Supremo decidiu que o foro privilegiado só vale para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo. A situação do filho do presidente Jair Bolsonaro não se enquadra nesses novos critérios, porque os fatos apurados não dizem respeito a suspeitas envolvendo seu atual cargo, mas, sim, a seu gabinete na época em que ele era deputado estadual no Rio.

Mesmo assim, os desembargadores fluminenses deram ao senador o direito de ser julgado pelo Órgão Especial do TJ, onde os deputados estaduais do Rio têm foro. Isso porque ele exercia essa função durante o período em que teria cometidos os crimes apontados pelo MP ao longo do inquérito das "rachadinhas" (recolhimento de parte do salário de assessores para devolvê-los ao político responsável pelo gabinete). Atualmente, contudo, o entendimento do STF é de que, uma vez fora do cargo, o político não tem mais direito ao foro especial - mesmo que, como é o caso de Flávio, ele tenha sido eleito para outro cargo eletivo.

"Solicitem-se informações à 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (autos do HC nº 0011759 58.2020.8.19.0000), acerca do alegado na petição inicial da reclamação. Em seguida, ouça-se a Procuradoria-Geral da República", escreveu Gilmar nesta terça-feira.

A ação do MP fluminense foi distribuída a Gilmar "por prevenção", ou seja, não foi sorteada livremente entre os ministros do tribunal. O processo foi encaminhado diretamente ao magistrado porque o ministro já é relator de uma outra ação, movida pela defesa de Flávio, no âmbito das mesmas investigações.

Na reclamação, os promotores citam uma série de decisões recentes do Supremo que desautorizam o que foi aprovado pela Justiça do Rio. E, com tons de ironia, ressaltam o caráter supostamente inovador da decisão dos desembargadores. "(...) a decisão da 3ª Câmara Criminal promoveu uma 'inovação' indevida em nosso ordenamento, pelo que não merece prosperar", diz um trecho do recurso.

Entre decisões do STF citadas na reclamação está uma sobre o próprio caso de Flávio Bolsonaro: o ministro Marco Aurélio, do STF, já havia determinado no ano passado que o atual senador não tem direito a foro especial, dado que perdeu o cargo no qual teria cometido os crimes. Portanto, o MP entende que a 3ª Câmara "usurpou" a competência do STF para definir os limites do foro por prerrogativa de função, já que estendeu o benefício para um ex-ocupante do cargo de deputado estadual.

Integrantes do STF que pediram reserva também apontam que a jurisprudência da Corte é clara no sentido de que, quando se deixa uma determinada função pública, também acaba o foro garantido por aquele cargo.

Foro

Desde que o STF restringiu a prerrogativa, dezenas de inquéritos que investigavam políticos foram encaminhados para a primeira instância. No ano passado, por exemplo, Marco Aurélio Mello enviou para a Justiça Federal de São Paulo um inquérito que investigava o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). As acusações, levantadas na delação da JBS, diziam respeito ao período em que o tucano era senador. Tanto deputados federais quanto senadores possuem prerrogativa de foro perante o STF. No entanto, com a mudança na carreira política de Aécio, Marco Aurélio concluiu que a investigação não era mais de competência do STF, por não dizer respeito ao atual cargo do tucano.

Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes também enviaram outros inquéritos que investigavam Aécio para a Justiça Eleitoral com base no novo entendimento do foro privilegiado.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar (decisão provisória) para suspender todos os processos em tramitação no país que discutam qual o índice deve ser aplicado para a correção monetária de dívidas trabalhistas.

A decisão foi assinada no sábado (27), pouco antes de o Tribunal Superior do Trabalho (TST) retomar o julgamento sobre o assunto. O tema chegou a entrar na pauta desta segunda-feira (29) no plenário da corte trabalhista, onde 17 dos 27 ministros já votaram pela adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), mais favorável aos trabalhadores.

##RECOMENDA##

A maioria dos ministros do TST considerou, até o momento, inconstitucional o trecho da reforma trabalhista de 2017 que prevê a correção dos débitos trabalhistas pela Taxa Referencial (TR), índice calculado pelo Banco Central que costuma ficar abaixo da inflação anual. Em 2019, por exemplo, a TR foi de 0%.

Em 2018, a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) pediu ao Supremo que declarasse constitucional a aplicação da TR, diante do que disse ser um “grave quadro de insegurança jurídica” provocada por decisões da justiça trabalhista desrespeitando a legislação em vigor.

Na iminência da retomada do julgamento no TST, a Consif voltou a pedir, na semana passada, a suspensão de todos os processos sobre o assunto na justiça trabalhista, ao menos até que o plenário do Supremo se debruce sobre o tema.

Além de garantir segurança jurídica, Gilmar Mendes citou a crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19 como uma das razões para conceder a liminar. “Diante da magnitude da crise, a escolha do índice de correção de débitos trabalhistas ganha ainda mais importância”, escreveu o ministro.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma investigação para apurar e punir as invasões a hospitais e outras unidades de saúde por políticos e militantes promovendo desordem, ameaças e danos ao patrimônio durante a pandemia de Covid-19. A informação é da revista Veja. 

“Conforme amplamente divulgado nos meios de comunicação em massa, nos últimos dias, têm ocorrido, em variados locais do país, episódios de ameaças e agressões a profissionais de saúde que atuam no combate à epidemia do vírus Covid-19, além de danos ao patrimônio público. Nesse sentido, chegou ao conhecimento deste signatário o conteúdo de gravação audiovisual de evento supostamente ocorrido na última terça-feira (dia 09 de junho de 2020), em que um indivíduo ofende profissional de saúde em frente ao Hospital Regional de Ceilândia, causando perturbação ao funcionamento da mencionada unidade”, escreveu o PGR.

##RECOMENDA##

Apesar de as invasões terem começado após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ter estimulado sua realização em uma live nas redes sociais, ele não será investigado pois, na opinião de Aras, Bolsonaro não cometeu crime. “Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”, disse o presidente durante a transmissão.

Aras justifica a não inclusão de Bolsonaro na investigação alegando que a ação ilegal está no ato de invadir as unidades de saúde, e que vai autuar até mesmo as pessoas que causaram desordem em hospitais e têm foro privilegiado. A atitude do presidente, no entanto, gerou intensas reações dentro e fora do espectro político. 

Os nove governadores que integram o Consórcio Nordeste publicaram uma carta na sexta-feira (12) rebatendo o pedido de invasões feito por Bolsonaro em suas tradicionais lives de quinta-feira. O documento dizia que o “mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando as orientações científicas, bem como a estimular agressões contra jornalistas e veículos de comunicação, violando a liberdade de imprensa garantida na Constituição”. 

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) chamou a incitação à invasão de “descabida” e neste domingo (14) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, deu uma declaração contrariando a postura de Augusto Aras ao afirmar que estimular a invasão a hospitais é, sim, crime. 

“Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, declarou o ministro da suprema corte.   

LeiaJá também

--> Bolsonaro sugere 'invasão' de hospitais e é criticado

--> RJ: Grupo vandaliza ala de pacientes da Covid-19 

--> Amoêdo critica Bolsonaro: “não invadam hospital”

O pedido do presidente Jair Bolsonaro a seguidores para entrarem em hospitais públicos e filmarem os leitos de UTI provocou reação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O comentário foi feito por Bolsonaro em uma transmissão no Facebook na última quinta-feira, 11. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), por sua vez, defendeu a sugestão feita pelo pai.

Neste domingo, 14, Gilmar Mendes foi às redes sociais para criticar o pedido do chefe do Executivo. "Invadir hospitais é crime - estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso - para não dizer ridículo - que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública", escreveu o ministro no Twitter.

##RECOMENDA##

Em seguida, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, defendeu o recado do pai na mesma rede social. "Só um bandido ou um doente mental para minimamente crer que o Presidente incentivou invasão a hospitais ao invés de entender que o citado foi para que cidadãos cumpram seu direito de fiscalizar os gastos públicos", afirmou o vereador.

Bolsonaro afirmou que seria necessário pessoas "na ponta da linha" para mostrar se os leitos estão ocupados ou não e se os gastos são compatíveis. Ele prometeu, inclusive, repassar os dados para a Polícia Federal e para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O comentário também provocou reação negativa de governadores e do Conselho Nacional de Saúde. Na semana anterior, um grupo de cinco deputados estaduais de São Paulo invadiu o Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte da capital paulista, sob o argumento de fazer uma vistoria no local.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando