A Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife) realizou a primeira edição da sua Pesquisa de Perfil de Inadimplência, em 2015. Entre as questões do levantamento estão os dados referentes à relação entre o consumidor e à inflação. O levantamento apresentou expressivo crescimento entre os endividados na comparação mensal: passaram de 36%, em dezembro de 2014, para 45%, em abril. Além disso foram obervados outros aspectos, como medidas para driblar a inflação e motivos causadores de dívidas.
A pesquisa foi realizada entre 17 e 23 de abril. No levantamento foram conferidas informações com relação a origem do débito, grau de escolaridade, renda familiar, causas da inadimplência, período de atraso do (s) título (s), valor da dívida, recursos que pretende utilizar para quitação da pendência, entre outros.
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De acordo com o estudo, 59% dos consumidores afirmaram sentir os efeitos da crise econômica do País através da elevação da inflação (nível geral de preços) e 11% por meio do aumento da taxa de juros. Entretanto, 17% afirmam que não sentiram no bolso o peso do mau momento que a economia brasileira vem passando.
Em relação à decisão de consumo, 38% dos entrevistados disseram que para driblar os efeitos da inflação, substituíram marcas e ou cortaram supérfluos, 34% diminuíram o consumo de bens básicos (alimentos, higiene, vestuário). No entanto, a maior parte dos consumidores (65%) não tem tomado nenhuma medida para amenizar os efeitos da inflação e deixar as contas em dia.
De acordo com o estudo, na comparação com dezembro de 2014, houve uma diminuição de 6,0 p.p., dos que alegam possuir dívidas no valor total compreendido entre R$ 100 e R$ 499, eles são maioria com 24% do total. Os que possuem dívida entre R$ 500 e R$ 999 estão em segundo entre os valores de dívidas mais recorrentes, 19%. Aqueles que não sabem quanto devem também possuem grande participação, 19%.
A população com renda familiar mensal entre 1 e 2 Salários Mínimos (SM), apresentou expressivo crescimento entre os endividados na comparação mensal: passaram de 36%, em dezembro de 2014, para 45%, em abril. No mês passado, aqueles que possuem renda familiar mensal de até 3 SM corresponderam a 79% dos negativados. “Esse resultado pode indicar a dificuldade que a classe E tem tido em honrar seus compromissos, dado a situação econômica atual de forte inflação, diminuição da massa salarial do trabalhador e encarecimento de crédito que atingem, principalmente, a população de baixa renda”, comenta Catão.
Pela primeira vez, ter sido “fiador, avalista ou emprestou o nome” é o principal motivo causador de dívidas, com 25% do total, deixando, assim, para trás a “falta de planejamento/descontrole”. No entanto, esta última causa continua sendo uma grande vilã na hora de manter as contas em dia, pelo fato de ser apontada por 24% dos entrevistados. Esse resultado reforça a importância da prática do planejamento financeiro antes de ir às compras.
Quando questionados sobre as dificuldades enfrentadas para regularizar os débitos, 32% dos consumidores afirmaram que o maior problema se deve ao fato de que suas dívidas são muito superiores aos seus ganhos. Enquanto isso, 23% disseram que o mais complicado é deixar de comprar coisas que são fundamentais e básicas. Já 22 % afirmaram que negociar com as empresas é o maior empecilho.
Embora o índice tenha diminuído, quando comparado a abril de 2014, a maioria dos inadimplentes não sabe quanto de sua renda está comprometido com as dívidas. Naquele período, eram 51% do total e passaram a ser 38% em abril de 2015; 22% comprometeram de 51% a 80% de sua renda com o pagamento da dívida, enquanto que 50% comprometeram entre 31% e 50%. Assim, a maioria dos inadimplentes foi além do que é indicado (30%), o que resultou na negativação de seus nomes.