A vereadora evangélica e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife, Michele Collins (PP), subiu à Tribuna da Casa José Mariano na tarde desta terça-feira (25), para rebater as críticas feitas pelo vereador Jayme Asfora (PMDB). A progressista, num discurso incisivo, afirmou não querer brigas, pediu respeito ao peemedebista e disse ser vítima do cyberbullying.
Collins iniciou sua fala afirmando poder ter enviado uma nota para à imprensa, mas preferiu falar na Casa Municipal. No seu discurso, ela comentou as declarações de Asfora nas redes sociais e frisou que sua decisão religiosa não implica na função atual, a qual substitui a vereadora de licença maternidade, Aline Mariano (PSDB).
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“Eu não quero trazer nenhuma cotenda, nenhuma confusão, mas quero ter o direito de colocar meu ponto de vista. O vereador Jayme Asfora saiu dizendo que eu era um ‘Feliciano de saia’, e suas declarações no Facebook dizem que eu iria pintar e bordar. Isso não dá o direito de estar um contra o outro, porque gera contendas de pessoas (...). Eu tenho certeza que meus pontos de vista religiosos não terão efeitos na Comissão de Direitos Humanos e Ética”, abordou.
A parlamentar também explicou sobre as decisões tomadas na comissão, argumentando não definir os projetos sozinha. “Após tramitarem nas comissões, as propostas chegam a esta plenária e quem decide isso são vossas excelências. Venho aqui mostrar a minha insatisfação do fato do artigo 5º da Constituição Federal que o senhor conhece bem. Eu sei que os meus pensamentos, as pessoas dizem que são polêmicos. Eu estou sendo vítima de cyberbullying, até em rede nacional, mas eu tenho convicção do que eu falo, eu assumo. Agora, não vou admitir que um colega da Casa venha dizer que eu não tenho condições de agir”, defendeu Collins.
Michele Collins ainda criticou Asfora e cobrou mais atuação do parlamentar. “O vereador deveria se inteirar mais do que está acontecendo, está deixando de ir para as reuniões. Temos mais de 40 projetos emperrados dependendo de sua aprovação”, soltou.
Depois do discurso da progressista, Jayme Asfora pediu a palavra se desculpou no plenário e se defendeu. “Não tem nada enterrado por causa de mim. O que eu disse me desculpe se fui do ponto de vista deselegante. Eu sou contra a homofobia e não admito que parlamentares como à senhora pratique atos homofóbicos. As famílias são iguais e não têm diferenças, agora, eu não vou deixar de retrucar, porque os homossexuais não têm direito de adotar um filho. O Estado laico diz que as famílias são iguais em direito. Um casal paga impostos, tem o mesmo direito de frequentar espaços públicos (...), isso é uma luta libertária”, ratificou a posição.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos voltou a falar e reafirmou: “Mais uma vez você me agrediu. Você não tem o direito de me chamar de homofóbica”, finalizou Collins.