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Na manhã deste sábado (8), moradores de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se assustaram com a sirene que alertava para o rompimento da barragem de rejeitos de ferro da Mina de Pau Branco, a cerca de 30 quilômetros da capital de Minas Gerais. Um trecho da BR-040 foi tomado por lama e a Defesa Civil explica que houve transbordamento.

A investigação preliminar indicava a possibilidade de apenas uma tubulação de drenagem ter se rompido ao invés de toda a barragem. A barragem é administrada pelo grupo Vallourec, que ainda não se pronunciou.

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A Defesa Civil de Nova Lima sugere que o sistema de drenagem foi sobrecarregado com as chuvas dos últimos dias e a barragem transbordou.

Equipes de resgaste estão no local e o Corpo de Bombeiros confirmou um ferido. Os dois sentidos do trecho no quilômetro 562 da BR-040, que liga Minas ao Rio de Janeiro, foi tomado por lama e está interditado.

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Vagando por entre a lama e as cinzas, os habitantes das aldeias localizadas ao pé do vulcão Semeru, na Indonésia, tentavam neste domingo (5) recuperar os poucos bens que restaram após a erupção.

Pais com seus filhos traumatizados, idosos com colchões nas costas. Agricultores com suas cabras nos braços, vivas por um milagre. Depois da erupção apocalíptica de ontem, todos estão chocados e vagueiam de um lugar para outro, numa aldeia reduzida a nada.

"De repente, o céu escureceu e então veio a chuva e nuvens ardentes", conta Bunadi, um residente da vila de Kampung Renteng, no leste de Java, que diz ter ficado surpreso com a erupção de uma "lama ardente".

A poderosa erupção causou mais de uma dúzia de mortos e numerosos feridos.

As cabanas que compõem o povoado foram arrastadas por enxurradas de lama em chamas e uma chuva de cinzas e escombros, obrigando centenas de famílias a fugir da área sem poder levar nada consigo.

Muitos perderam suas casas.

Refugiadas em uma mesquita, várias mães esperam sentadas no chão, ao lado de seus filhos, dormindo. Tiveram sorte e conseguiram escapar do cataclismo que enterrou vilas inteiras sob as cinzas.

As operações de resgate continuam, mas os habitantes, desesperados, se arriscam a retornar às suas aldeias, apesar do risco que isso acarreta para a sua saúde, com a ideia de recuperar o que for possível.

Em uma casa de Lumajang, pratos, caçarolas e tigelas esperam na mesa, como se o jantar estivesse para ser servido. Mas, em vez de comida, cinzas vulcânicas.

– Arrastados pela lama –

Alguns moradores contam os parentes desaparecidos.

"A torrente de lama levou dez pessoas embora", diz Salim, outro morador de Kampung Renteng.

"Um deles poderia ter escapado. Gritamos para ele correr, mas ele respondeu: 'Não quero, quem vai alimentar minhas vacas?'", explica Salim.

Não muito longe dali, em Sumber Wuluh, os telhados das casas mal se projetam do solo, o que dá uma ideia do volume de lama que inundou a aldeia em muito pouco tempo.

Há vacas mortas no chão e, embora alguns animais tenham conseguido sobreviver, muitos estão mutilados, em carne viva, queimados pela lava.

Um sobrevivente, com um cigarro entre os lábios, foi resgatado por socorristas, cujo uniforme laranja se destaca em uma paisagem cinza-escura que quase parece o inferno.

Sentado nas cinzas, um grupo de vizinhos de Sumber Wuluh olha para a cratera do Semeru, de onde a fumaça continua a emanar.

No meio das árvores queimadas e desfolhadas e das casas e veículos enterrados pela lama, são, juntamente com os poucos animais que os rodeiam, os únicos sinais de vida num panorama de morte e desolação.

A 5ª Vara do Trabalho de Betim-MG condenou a Vale S.A. a indenizar em R$ 75.809 um trabalhador que sobreviveu ao rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. O empregado conseguiu escapar da lama fugindo por uma mata.

Na decisão, a juíza Renata Lopes Vale reconhece que o funcionário "foi exposto a situação de extremo perigo, com possibilidade de morte iminente, além de ver destruído o local de trabalho, com falecimento de colegas de trabalho no acidente". A tragédia completou um ano e sete meses em 25 de agosto.

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Testemunha ouvida no processo contou ter trabalhado com o autor da ação no dia do rompimento. Ele prestava serviço no setor de armazenamento de materiais elétricos, que ficava no segundo prédio próximo ao restaurante e foi coberto pelos rejeitos. A testemunha narrou que só não foi atingida porque saiu correndo e que viu o autor da ação fugindo pela mata, por um caminho de aproximadamente 500 metros, até o local onde ele se encontrava.

LeiaJá também: Brumadinho - O que restou depois da lama

O depoimento foi confirmado por uma segunda testemunha. Ela relatou estar do lado de fora do restaurante com o trabalhador quando escutaram um barulho de explosão. Eles correram pela mata em direção à subestação, localizada em ponto mais alto.

Para a juíza, a empresa não agiu de forma a prevenir as mais graves consequências do rompimento da barragem, como instalar o refeitório em local apropriado, não se comunicando diretamente com a área de trabalho. Ela identificou ainda que os treinamentos ministrados pela Vale não auxiliaram os empregados durante o ocorrido.

A Vale S.A. foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais. A mineradora entrou com recurso e a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região deu provimento parcial, reduzindo o valor para R$ 75.809.

Um ano após a tragédia em Brumadinho, a manhã deste sábado (25) começou com homenagens aos 270 mortos na ruptura da barragem situada em Minas Gerais. Cerca de 300 pessoas, entre moradores locais, familiares e autoridades mineiras, inauguraram o memorial das vítimas, que foi instalado próximo a barragem do Córrego do Feijão.

Em 25 de janeiro de 2019, a barragem da gigante mineradora Vale rompeu, próximo ao meio dia, provocando uma catástrofe por causa do impacto dos 12 milhões de metros cúbicos de lama repletos de resíduos de minérios.

Em meio às lágrimas, milhares de pessoas fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas às 12h28, horário exato em que ocorreu a ruptura, na entrada de Brumadinho.

No local, foram exibidas várias fotos dos falecidos na tragédia e centenas de balões vermelhos e brancos foram soltos, simbolicamente subindo em direção ao céu.

Pouco antes, ao chegar à entrada da cidade, os que prestavam homenagens penduraram no local uma grande faixa na qual estava escrita: "365 dias de sofrimento e impunidade".

As marcas da tragédia continuam muito visíveis nas imediações de Brumadinho. Nesse espaço, os bombeiros mantém incessantes buscas pelos 11 desaparecidos durante o incidente.

Diante de um cenário repleto de casas abandonadas, que resultou em uma população desalojada, soma-se o drama dos pescadores e pequenos agricultores que foram obrigados a interromper as suas atividades por causa da contaminação das águas dos rios Paraopeba e Alto do São Francisco, vitais para as suas atividades e para a região.

Mesmo com as milionárias indenizações pagas pela Vale, em valores que chegam aos R$ 2 milhões, algo é certo. A vida nessa pequena cidade de 40 mil habitantes nunca será como antes.

Em 2019, o LeiaJá foi até Brumadinho:

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Um deslizamento de barreira atingiu duas casas no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, na madrugada desta quinta-feira (9), às margens da BR-101. Ninguém ficou ferido. O deslizamento ocorreu após fortes chuvas caírem na capital na noite da quarta-feira (8).

Com a queda da barreira, a lama invadiu as casas e se espalhou por vários cômodos. Um morador atingido acionou a Defesa Civil logo após o fato.

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De acordo com a Defesa Civil, uma equipe foi encaminhada ao Ibura ainda durante a madrugada e orientou que os moradores deixassem o local. Como a visibilidade estaria prejudicada, a equipe deixou o local e voltou nesta manhã.

Neste momento, os técnicos estudam quais os procedimentos devem ser tomados. As casas estão localizadas do lado da BR-101. O local da barreira foi isolado para alertar quem trafega pela rodovia.

Chuvas fortes – A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um alerta de possibilidade de chuvas fortes para a Região Metropolitana do Recife e Mata Sul do Estado com validade para esta quarta-feira. O monitor de chuva da Apac no Ibura registrou 28,81 milímetros de água nas últimas 24 horas.

Assim que terminou o período de silêncio em que o país estava mergulhado após seu Ano Novo, a ilha indonésia de Bali celebrou, na sexta-feira (8), um tradicional ritual de purificação, o "Mebuug-buugan", um banho de lama que conta com a participação de centenas de pessoas.

O ritual, realizado para afastar a má sorte e a energia negativa, foi reinstaurado há três anos, depois de uma interrupção de seis décadas.

Vestidos com os tradicionais sarongues, homens, mulheres e crianças cobrem o corpo de lama dos manguezais do povoado de Kedonganan, perto da cidade de Denpasar.

Pedem proteção e boa sorte antes de se cobrirem de lama e, depois, seguem juntos para a praia para se lavar e afastar os maus espíritos.

Na quinta-feira, a ilha realizou o Nyepi, o Ano Novo balinês, no qual os hindus, maioria no território, passam todo dia em silêncio, sem comer e meditando.

Nesse dia, o tráfego aéreo e as conexões de Internet são suspensas, apagam-se as luzes e lojas e atrações turísticas são fechadas. Automóveis e veículos de duas rodas também não podem circular, salvo em caso de emergência.

Antigamente, os participantes do ritual iam nus, mas, em meados do século XX, essa prática em público começou a ser malvista. Durante seis décadas, o ritual foi retomado há três anos e, agora, é possível participar vestido.

Desde então, a cerimônia é muito popular. Dezenas de turistas a observam e tiram fotos.

Para alguns foliões, para não dizer muitos, a melhor fantasia no Carnaval é a lama. É assim para aqueles que escolhem brincar no Bloco Mangue Beat, que sai no Sábado de Zé Pereira, em Olinda. Antes da saída, a preparação acontece com muito banho de lama, no Mosteiro de São Bento.Completando 24 anos, em 2019, o Bloco do Mangue, como é chamado, foi criado no auge do movimento manguebit como forma de homenagear o movimento e seu criador, Chico Science. Entre os foliões, além da lama, é possível ver o chapéu de palha no modelo usado por Science, além de camisas com caranguejos. Animando o bloco, a Batucada Atômica.Para o estudante Thomás Campello, de 18 anos, esse é o melhor lugar para brincar: \"Eu gosto de ficar podre, é bom que a pessoa vai do jeito que quiser, bem tranquilão\". Para a também estudante, Rosa Pimentel, que já brinca há muitos anos no Mangue, \"a fantasia é o momento\", e para ela, momento melhor que este não há. 

*Enviada especial do LeiaJá a Brumadinho (MG)

Na série de reportagens "Brumadinho - O que restou depois da lama", o LeiaJá viajou pela cidade de Brumadinho ouvindo relatos de pessoas afetadas pelo rompimento da barragem.

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Conceição nunca imaginou viver esse momento, o qual ela considera "um filme de terror sem fim". Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

“Isolados aqui para morrer no esquecimento”, resume Conceição Assis, 69, moradora do vilarejo Córrego do Feijão, localizado na área rural de Brumadinho, em Minas Gerais. A tragédia provocada pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, no último dia 25 de janeiro, ainda assombra os pensamentos da aposentada, que nasceu, foi criada no bairro e não pretende se mudar. Ela teme, no entanto, que o ‘Feijão’ nunca mais será o mesmo e deve ir se esvaziando ao longo dos próximos meses.

“A gente tem o nosso quintal e plantamos as nossas coisinhas, era um lugar de sossego. Passei por todas as minhas dificuldades aqui e as superei, tenho uma relação muito forte com o córrego. Agora aqui acabou, não tem mais a nossa calmaria. Sei que meus filhos não vão me deixar ficar aqui sozinha, estou na esperança disso ter logo um fim para eu decidir meu rumo”, relatou Conceição, que segue angustiada desde o dia do rompimento da barragem.

Há anos que os 400 moradores do Córrego do Feijão não viam um enterro de alguém que vivia na pequena comunidade rural. Conceição, que já perdeu as contas de quantos amigos teve de enterrar após a tragédia, ainda espera pelo corpo da nora Angelita Cristiane Freitas De Assis, enfermeira que prestava serviços para a Vale. “Meu filho nem conseguiu falar com ela pelo telefone porque a lama veio de uma vez. Ela estava no refeitório e não teve tempo de nada, não acharam até hoje o corpo dela. Isso para mim está sendo um desastre”, desabafou a moradora do Feijão, que conta com a ajuda dos bombeiros para não perder as esperanças de localizar o corpo de Angelita.

Angelita Cristiane Freitas De Assis ainda não foi localizada. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

As lembranças do mar de lama, que invadiu sem pedir licença ou bater na porta dos moradores desse bairro, não devem se apagar nunca mais. Recomeçar é o que mais querem, porém os caminhos ainda estão escuros e interrompidos pela avalanche marrom que ceifou vidas e a moradia de muitas pessoas.

Conceição não esqueceu nenhum segundo do fatídico dia. Lembra como se fosse ontem que estava se organizando para ir à fisioterapia, quando percebeu que a energia da casa acabou. Não estava chovendo e apesar disso, ela se recorda de ter ouvido uma explosão. "Achei que tinha sido um transformador", falou. Poucos minutos depois, deixou a escova de cabelo de lado quando ouviu a vizinha da frente gritar por socorro. "Ela dizia 'socorro, me ajuda. A barragem da Vale rompeu'. Eu pedi para ela ter calma porque não estava acreditando. Eu tenho pressão alta, fiquei passando mal. Me dei conta de que era verdade quando muita gente se juntou e começou o inferno. Todo mundo correndo para os locais mais altos", disse.

Ela e seus vizinhos precisaram migrar de um canto para o outro até que ela decidiu voltar para sua casa, que fica localizada na região mais alta do bairro. “Estamos vivendo um filme de terror. A gente não se concentra porque fica esse assunto e não sabemos se vamos sobreviver ficando aqui. Eu não esperava viver uma passagem dessa na minha vida, ainda mais morando por aqui”.

O lamaçal, com até 30 metros de profundidade, borrou de marrom, para sempre, a história do vilarejo. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

Em abril de 2018, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgou o estudo “Pesquisa sobre a Saúde Mental das Famílias Atingidas pelo Rompimento da Barragem do Fundão em Mariana”. O levantamento avaliou 271 pessoas, das quais quase um terço foi diagnosticado com depressão. A taxa é próxima à encontrada imediatamente após o acidente nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011.

As consequências psicológicas para a população de Brumadinho também devem ser sérias, já o Corpo de Bombeiros contabiliza mais de 180 mortos identificados e 130 pessoas desaparecidas. O cemitério do vilarejo ficou pequeno. Os coveiros precisaram abrir covas às pressas porque todos os dias estavam sendo localizados corpos. Atualmente, após mais de um mês do ocorrido, o trabalho do Corpo de Bombeiros continua, mas encontrar os corpos ficou mais difícil diante da lama endurecida.

Dona Cota, o filho Rangel Henrique e o seu esposo Noé Henrique. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

As circunstâncias de tristeza e desespero que a onda marrom causou fez com que Maria das Dores, 52, se sentisse abençoada por localizarem o corpo de seu filho Rodrigo Henrique de Oliveira, 30, operador de máquinas na Vale. Após 16 dias do rompimento, Dona Cota, como é conhecida no bairro, recebeu a notícia num misto de alívio e agonia. Ela se sentiu feliz porque diante da situação em que muitas pessoas continuam embaixo da lama, realizar o velório formal de seu filho foi uma vitória.

“Eu pedia que Deus cuidasse dele seja lá onde estivesse. Na lama, no hospital ou no IML. Eu pedia demais para que quando o encontrassem, ele estivesse inteiro e não aos pedaços. Eu tenho quatro filhos e o Rodrigo era um filho da promessa. Fui abençoada, me entregaram o corpo dele inteiro, não do jeito que a gente queria porque com 16 dias a gente não ia encontrar o corpo normal. A decomposição estava avançada, mas ele estava completo”, explicou a mãe.

Dentre tantas consequências, a avalanche de lama ainda deixou cerca de 80 pessoas desabrigadas. O Rio Paraopeba foi contaminado e produtores rurais da região perderam tudo. "Eu não sei o que vai ser do Córrego do Feijão, na hora que todos forem embora, que acabarem as buscas. Eu acredito que será um vazio muito grande", afirmou Dona Cota. Ela é mais uma moradora que não pretende sair da sua casa pelas relações que construiu ao longo da vida no Feijão.

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Rangel Henrique de Oliveira, 24, descreve o dia antes do rompimento da barragem. “O meu irmão era o melhor profissional que já conheci. Todas empresas o queriam pelo seu potencial. No dia 24, ele veio na casa dos meus pais, sempre fomos muitos unidos como família. Ele jantou, conversamos e foi embora. Nunca mais o vi”.

Após descobrir que o mar de lama tinha cedido, Rangel correu junto com outros moradores para a região da mineradora no intuito de encontrar sobreviventes. A lama é formada pelos restos deixados pela atividade de extração e beneficiamento do minério de ferro, principal metal explorado na mina Córrego do Feijão. “As famílias iam chegando desesperadas na frente da lama e parecia que não existia mais nada, destruiu tudo. Parecia outro local. Na hora eu me dei conta, cadê o meu irmão? Desabei em seguida”, relembra.

Meses antes, em 2018, Rangel, que é um dos membros da associação dos moradores do bairro, acompanhou visitas estratégicas dentro da comunidade para a apresentação de uma projeto emergencial, caso tocasse a sirene. “Eles vieram aqui, a Defesa Civil, e informaram que em caso de vazamento, deveríamos ir para um local seguro. A gente suspeitava de um certo risco, mas eu penso que eles sabendo disso, deixar essas construções embaixo da área da barragem seria muita insensatez. E foi o que aconteceu. Não deu tempo de correr. Nós que estamos a três quilômetros dela sentimos um grande impacto, imagina  quem estava a poucos metros. Hoje a lágrima pode até ter secado, mas não é algo que se esquece”, frisa.

O neto de Vicentina é Wesley Eduardo de Assis, 37 anos. Ele trabalhava como operador de máquinas e estava na barragem no momento do rompimento. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

O povoado começou a ser habitado na década de 1940 e Vicentina Gomes, 83, assistiu a tranquilidade de seu bairro perder espaço para o motor das aeronaves. Ela mora com o seu marido, também idoso, o aposentado José Maria das Candeias, 72. Ele em dificuldades de se locomover e conta com a ajuda da esposa para viver. “Imagina eu ter que correr caso essa sirena toque um outro dia, eu não vou conseguir com ele”, lamenta.

Vicentina sente saudades do neto Wesley Eduardo, 37, que também faleceu após o rompimento da barragem. Em tom saudoso, ela chora ao lembrar do cuidado que o falecido tinha com ela. “Ele vinha sempre me ver, cuidava de mim. Eu o criei, sabe? Fui como uma mãe e de repente, a pessoa partir assim por falta de organização da Vale, é uma sensação horrível, minha filha”.

Ela teme ficar sozinha no bairro com medo de adoecer e não ter a quem pedir socorro. “Peço a Vale que resolva essa situação, se ela quiser comprar a minha casa, eu me mudo para Brumadinho para ficar perto de outros filhos. Meu marido não anda e os nossos vizinhos estão partindo. Com quem vamos ficar?”, questiona.

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Neiva Ferreira, 60, sentada na escadaria que dá acesso à Estação do Conhecimento de Brumadinho, que se tornou provisoriamente um centro de acolhimento para as demandas dos moradores da região que foram afetados com o rompimento da barragem, observa a movimentação. Ela tinha ido à localidade para resolver demandas burocráticas e pedir ajuda após perder a filha Jussara Ferreira dos Passos, 35, camareira da Pousada Nova Estância, coberta pela lama.

Ela admite estar parada no tempo desde o último dia 25 de janeiro. "Não apagou nada. Eu tinha um filho trabalhando na barragem e uma filha na pousada. Só um escapou", relembra. Ela destaca ainda que apesar da Vale divulgar que está apoiando os moradores, muitos estão passando necessidades. Neiva precisava da água proveniente do Rio Paraopeba para sobreviver, cuidar das plantas, alimentar seus bichos. "Quero que eles coloquem uma caixa d'água potável na minha casa porque estou numa situação desumana".

O corpo de Jussara foi localizado poucos dias depois do ocorrido. "Já enterrei a minha filha e sei que ela não vai voltar. Agora quero os meus direitos, não é questão de ganância, mas é pensar com a razão. Espero que aqui não fique no esquecimento como foi em Mariana. As pessoas seguem desorientadas, esperando marmita. Quase todo dia tem um enterro. A gente ficava cinco, seis anos sem ir a um velório e agora só esperamos o corpo chegar".

Neiva aguarda por respostas da Vale. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

Ao lado de Neiva, está o seu genro. Ele já conseguiu se despedir oficialmente de sua esposa Jussara, mas ainda não enterrou a mãe Giomar Custódio, que também trabalhava na pousada. "O ser humano hoje em dia prefere filmar a desgraça dos outros do que ajudar o próximo. Já pensou se as pessoas que estavam com o celular na mão tivessem gritado para todo mundo correr. A história poderia ser um pouco diferente", criticou o morador do Córrego do Feijão.

Gelson entrou dentro dos matos, correu, burlou os guardas e não conseguiu localizar a mãe e a esposa. A pousada já estava coberta de lama. Ele lamenta ter perdido as duas mulheres de sua vida e ainda não sabe por onde recomeçar.

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*Enviada especial do LeiaJá a Brumadinho (MG) 

Na série de reportagens "Brumadinho - O que restou depois da lama", o LeiaJá viajou pela cidade de Brumadinho ouvindo relatos de pessoas afetadas pelo rompimento da barragem.

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Terreno transformado após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

Vinte e cinco dias de um tormento, angústia e da pior notícia que a família de Luciano de Almeida Rocha, 40, poderia receber. Roberta Cristina Ferreira, 37, sua esposa, nunca imaginou que a ligação recebida às 12h03, a qual não atendeu, poderia ser o último contato do marido com ela. Ele trabalhava com topografia, no ramo da geotecnia, em várias barragens de Minas Gerais e no último dia 25 de janeiro foi uma das vítimas após o rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG). O corpo de Luciano segue debaixo da lama e pela lista oficial que contabiliza os números da tragédia, está desaparecido.

De acordo com boletim da Defesa Civil do estado divulgado no domingo (17), todos os óbitos já foram identificados. A tragédia na mina Córrego do Feijão, nos arredores da capital Belo Horizonte, deixou ainda 141 pessoas desaparecidas – entre funcionários da mineradora, terceirizados que prestavam serviços à Vale e membros da comunidade.

Apesar do termo oficial, Roberta já cansou de esperar e não nutre esperanças de que achem o corpo de seu marido para que a família possa enterrá-lo com dignidade. A viúva aceitou nos receber em sua casa, no Residencial Bela Vista, em Brumadinho, para a entrevista. Apesar de permanecer na residência com os três filhos após a tragédia, o desejo de Roberta é sair da cidade e tentar amenizar a dor que sente a cada notícia de que ainda não encontraram o que restou de seu marido.

“Agora estou sem chão e não tenho visão de futuro, fizemos planos, pouco depois do dia 25 de janeiro completamos vinte anos de casados, aniversário do meu filho, viagens e tudo mais, acabou. Ele até brincava que não queria ser enterrado, queria ser cremado porque era medroso. Foi enterrado vivo”, lamenta.

Luciano ao lado da família em um passeio por Minas Gerais. Foto: Arquivo Pessoal

Luciano Almeida, nas palavras de Roberta, era um homem trabalhador, vaidoso, carinhoso com a família e adorava bagunça. Ele não gostava de falar sobre seus sentimentos, mas no domingo antes da tragédia em uma conversa informal falou que não saberia o que fazer caso perdesse Roberta e que “ela era a mulher da sua vida”. Ele a conhecia desde a infância, eram amigos e costumavam brincar em um sítio de familiares em Brumadinho.

Há 21 anos, Roberta saiu de Belo Horizonte para casar com Luciano, seu primeiro namorado e amor. Tiveram cinco filhos, dos quais dois faleceram por problemas na gestação. “Fiquei com minhas três jóias. João, Maria e Miguel. Hoje são tudo que tenho para tocar a vida”, conta.

O caso de Brumadinho não é o primeiro desastre com barragens no Brasil. Há mais de três anos, no dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, deixou 19 mortos e causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais.

Com população de aproximadamente 40 mil pessoas, Brumadinho é uma cidade em que todos se conhecem, praticamente. Caminhar pelo centro do município, mais afastado da barragem que rompeu, não te distancia de sentir os danos que a tragédia causou aos habitantes. Todo mundo perdeu alguém. Seja da família ou um amigo. Se antes para localizar um endereço era preciso a ajuda do google maps, hoje as pessoas conseguem se guiar pela casa de “fulano que está desaparecido ou morto”.

Faixa pendurada no frente da Rodoviária de Brumadinho. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

Roberta relembra que seu marido não deveria estar na barragem da Mina Córrego do Feijão naquela sexta-feira. Era o dia dele ir para Congonhas, região central de Minas, onde também existem várias barragens. “Ele estava no local errado e na hora errada. Nem deveria estar ali, mas a caminhonete quebrou e ele ficou preso no escritório adiantando serviço”, relembra. Após perceber que tinha perdido uma ligação de Luciano, ela enviou mensagem pelo aplicativo WhatsApp, que ele nunca recebeu.

A dificuldade em acreditar que todo o pesadelo é real se mistura com as memórias recentes de como Luciano estava feliz no dia. Ele comprou salgados, fez pipoca e levou bolo para o trabalho porque era um dia em que eles confraternizavam. Pouco tempo depois, no horário de almoço, Roberta lembra do filho mais velho falar sobre a barragem ter rompido. “Achei que fosse mentira, mas aí minha sogra também comentou desesperada comigo. Eu telefonei para todo mundo de lá e nem chamava. Foi quando começou a passar na televisão e vimos tudo”.

No dia seguinte, o sábado, as buscas já tinham iniciado e vários trechos da região rural de Brumadinho tinham sido bloqueados em decorrência da passagem da lama. “Fui lá no Parque das Cachoeiras no sábado e tinha muita esperança de encontrá-lo com vida. Eles não nos deixavam passar e entrei pelos matos na casa dos outros. Os bombeiros estavam marcando os locais onde estavam os corpos. Sei que é triste, mas eu precisava chegar perto para acreditar. A última lembrança que tenho dele é dele indo trabalhar feliz”, relembra.

Roberta e os três filhos. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

O escritório onde Luciano estava foi completamente destruído pela lama. Nenhum pertence do topógrafo foi localizado. Roberta confessa que não gosta dessa espera e a cada minuto a sensação de impotência aumenta. Segue tomando algumas medicações para se acalmar e consegue passar o dia relativamente bem cuidando de seus filhos e dos sobrinhos. Mas quando o relógio se aproxima das 17h15, a saudade aumenta e as lembranças todas voltam. Esse era o horário que seu marido chegava do trabalho.

“Eu nunca fui de sentar e esperar as coisas e isso de ficar tendo que aguardar é o que está me matando. Eu não consigo agir de outra forma porque não tem o que eu fazer. Até um padre teve aqui e disse que corpo não vale nada, temos que ver a alma. Mas para a gente, é essencial. Minha filha me perguntou quando vamos enterrar o pai e eu não sei a resposta. Eu tenho muito medo de encerrarem as buscas sem que os outros sejam achados”, destaca Roberta.

A família do marido perdeu quatro pessoas. “Meu concunhado André Luiz, a Letícia Mara, prima do meu marido e o Gustavo, também primo dele. Os quatro trabalhavam para a Vale e foram embora de uma vez só, a família está muito abalada. Todos os três já foram localizados. A avó do Luciano disse para mim que ele seria o último a ser encontrado porque como ele era o mais velho ele iria guiar os primos mais novos. Mas até agora nada”.

"A avó do Luciano disse para mim que ele seria o último a ser encontrado porque como ele era o mais velho ele iria guiar os primos mais novos. Mas até agora nada”. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, destacou em entrevista à imprensa que o incidente é uma "tragédia humana". Ele afirma que a maioria dos mortos pelo desastre são funcionários e terceirizados da empresa, já que, no momento em que a área administrativa foi atingida, havia centenas de pessoas trabalhando no local.

A dona de casa considera que o avalanche de lama que soterrou parte da cidade de Brumadinho não foi um “acidente” ou um “incidente”. Foi uma chacina. “Mataram todos eles, é a mesma coisa de atirar em um por um”, frisa. Mortes, destruição de casas, vegetação e vidas que foram manchadas pela lama e os efeitos de uma rotina calma destruída pela tragédia.

Os passos para superar ou amenizar a dor estão lentos. Roberta detalha que o único serviço prestado pela Vale foi um atendimento psicológico de uma profissional que foi até sua casa, mas não recebeu nenhum telefonema da empresa e não consegue encaminhar as questões burocráticas porque ainda não tem a certidão de óbito, já que Luciano segue desaparecido.

“Eu nunca fui de sentar e esperar as coisas e isso de ficar tendo que aguardar é o que está me matando". Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

“Eles não me procuraram. Parece que estão fazendo favor e a gente tem de suplicar. Fiz o cadastro, mas não recebi nenhum dinheiro de doação, nem de pensão. Fui em uma assistente social na Estação do Conhecimento para saber se poderiam me ajudar com o material escolar dos meus filhos e ainda nada”, denunciou.

Segundo a Vale, até o dia 5 de janeiro, 107 pessoas já haviam recebido a doação de R$ 100 mil. No cadastro da empresa constavam 248 representantes de 229 vítimas registrados. Essa doação não é uma indenização, que será discutida depois com as famílias e representantes do poder público. De acordo com a mineradora, estão aptos a receber a doação representantes de empregados da Vale, de trabalhadores terceirizados e de pessoas da comunidade mortos ou desaparecidos, de acordo com a lista oficial validada pela Defesa Civil.

Roberta destaca ainda que não trabalha e a única renda dentro de casa era a do marido. Ele tinha feito uma promessa para a filha de que no dia 1º de fevereiro iriam comprar o material escolar completo com o tema “unicórnio”, mas não deu tempo. “Ela ficava abalada porque ele tinha prometido, são crianças e ainda não entendem. Arrumei dinheiro e comprei a mochila e os cadernos porque nessas horas a gente precisa pensar mais a frente, mas não fiz isso com a ajuda da Vale. Tenho os dados de sua conta, mas não tenho o cartão e fico nessa de esperar, esperar”.

Na casa de Roberta, os pertences de Luciano ainda estão todos no lugar porque ela não teve coragem de mexer em nada. A única exceção são suas fardas da Vale. Ela fez questão de retirar tudo de seu armário, empacotar e colocar na garagem. “Não quero nada dessa empresa criminosa. Um parente disse que viria buscar, espero que venha logo, quero isso longe da minha casa”, concluiu.

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No nono dia de buscas, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG), um ritual de dor e angústia se repete para muitas famílias. São pessoas que aguardam notícias de seus parentes desaparecidos. Homens, mulheres e crianças que ficam horas olhando para um mar de lama e que diariamente vão à Central de Informações para checar a lista de identificados.

Psicólogos e assistentes sociais fazem plantão nos locais para dar apoio às famílias que descobrem que a pessoa procurada está entre os mortos e desaparecidos. Pelo último balanço, são 115 mortos, 248 desaparecidos e 395 localizados. Dos mortos, 71 foram identificados.

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Um casal e as duas filhas, que preferiram não se identificar, procuram a terceira irmã das jovens, que trabalhava na empresa Vale no momento do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão. Todos os dias os quatro ficam de prontidão na margem do “mar de lama” como quem busca localizar um sinal de vida.

A imagem que se vê por todos os lados, entretanto, é a mesma: uma área imensa dominada pelo barro. Não é possível enxergar nada com cor ou forma. A lama tomou conta de tudo.

Buscas

Mais uma vez hoje, oito dias depois da tragédia, as operações de resgate iniciaram por volta das 4h, antes de o sol aparecer, e devem seguir até a noite. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, disse que o ritmo de identificação dos corpos deve diminuir. A partir de agora, o trabalho fica mais complexo por se tratar de vestígios de mais difícil acesso abaixo da lama.

Segundo ele, as buscas entram na fase mais delicada de escavação, que exige fazer a nivelação do solo. Além disso, depois de mais uma semana do desastre, os corpos começam a entrar em decomposição.

O bombeiro admitiu que as chances de localizar pessoas com vida é “pequena”. De acordo com Aihara, não há previsão de data para encerramento os trabalhos de buscas. Ele lembrou que, no caso de Mariana, as ações prosseguiram por quatro meses.

Na madrugada deste sábado (2), 60 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública saíram de Brasília com destino a Brumadinho para reforçar as buscas. Eles iniciam os trabalhos neste domingo (3).

Vídeo

Questionado sobre as imagens divulgadas mostrando o curso da lama após o rompimento da barragem, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, afirmou que o comando unificado integrado pelas diversas corporações envolvidas nas buscas já tinha conhecimento dos vídeos.

Segundo Aihara, optou-se por não tornar as imagens públicas pelo receio do impacto delas caso houvesse alerta de risco de uma nova tragédia em outras barragens.

As equipes de busca que trabalham em Brumadinho (MG), onde uma barragem da mineradora Vale se rompeu, localizaram um segundo ônibus submerso em meio à lama de rejeitos. O acesso ao local, entretanto, ainda não é possível. “Não temos confirmação do número de mortos que vamos encontrar no interior desse veículo”, informou o porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara.

Segundo ele, uma vez que o acesso ao ônibus for aberto, as equipes precisam estabilizar o local com tapumes e fazer o escoramento correto para só então dar início à retirada das vítimas. “Se não, no momento em que a gente está acessando, pela própria característica da lama, às vezes, ela invade [o ônibus] e não possibilita o trabalho”, explicou. No último sábado (28), um primeiro ônibus foi encontrado soterrado na lama e sem sobreviventes.

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Ajuda israelense

De acordo com o tenente, militares israelenses que se juntaram às equipes de busca brasileiras devem se concentrar, num primeiro momento, na região próxima ao local onde ficava a área administrativa da Vale, atingida pelos rejeitos. Ele lembrou que a possibilidade de o refeitório da mineradora, entre outras estruturas, ter se deslocado quilômetros à frente é grande, em razão da força da lama. “Recebeu a onda de impacto mais forte”, disse.

Depois que se apresentou no 42º Festival do Folclore de Curuçá, no Pará, na noite de domingo (15), a cantora Joelma curtiu um pouco sua terra. Em registros publicados na sua conta oficial do Instagram, nesta segunda-feira (16), a loira deixou o glamour dos shows de lado e encarou um tratamento popular da cidade ao surgir toda tomada, da cabeça aos pés, por lama de um mangue.

Na rede social, Joelma brincou com a situação. "Me achei aqui. Meu tratamento natural. Meu Pará". Os fãs da artista paraense não perderam a oportunidade e entraram na onda de divertimento na publicação. “Na lama, porém feliz”, comentou um dos seguidores. Tatá Werneck, a Lucrécia da novela "Deus salve o rei", também deixou seu comentário. "Linda", disse a atriz. Confira:

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Em Pernambuco, até o dia 30 de junho, foram notificados 468 casos de leptospirose, doença transmitida aos humanos pela urina de portadores de leptospira, principalmente ratos. O número representa um aumento de 17,29% em relação ao mesmo período no ano anterior (399 notificações). O número de mortes também é superior, sendo 14 em 2018 contra 13 em 2017.

Dos 468 casos notificados, 123 já foram confirmados. “O aumento nas notificações mostra a importância de continuarmos informando à população sobre as medidas de prevenção e também de reforçar com os serviços de saúde e com os municípios a necessidade da notificação e acompanhamento correto dos casos. Apesar da gravidade e da taxa de letalidade chegar a 40% no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, algumas medidas podem evitar novos casos e principalmente as mortes”, aponta o gerente de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Francisco Duarte.

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No caso de contato com água contaminada, a indicação é lavar bem a área do corpo com água limpa e sabão. O hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) mata as leptospiras e deve ser usado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório), locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas.

Os sintomas da doença são: febre, dor de cabeça, dor muscular - principalmente nas pernas, na área das panturrilhas. Tais sintomas podem aparecer até 30 dias após o contato com a água ou lama. Também podem ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas graves pode ocorrer sangramento e alterações urinárias.

Com informações da assessoria

A polícia do Sri Lanka encontrou nesta sexta-feira o corpo de um jornalista britânico de 24 anos, Paul McClean, que aparentemente foi morto por um crocodilo. 

Mergulhadores acharam o corpo de McClean na lama de um lago na cidade costeira de Panama, a 360 km da capital Colombo. "Havia seis ou setes ferimentos na perna direita", afirmou o porta-voz da polícia. "O corpo estava preso na lama". Um crocodilo aparentemente arrastou McClean para esse lugar na tarde de quinta-feira.

O corpo foi levado para hospital de Ampara, a cidade mais próxima, para ser necropsiado. As autoridades locais ordenaram uma investigação do caso.

McClean trabalhava para o jornal Financial Times e o diretor executivo o descreveu como "um jovem jornalista talentoso, dedicado e cheio de energia".

A imprensa britânica informou que McClean estava de férias no Sri Lanka com amigos. Ele estava numa praia e se afastou para pegar achar um banheiro quando entrou em uma área conhecida por ter muitos crocodilos.

Ataques de crocodilo são raros no Sri Lanka. No entanto, há um mês, as autoridades reportaram sobre um crocodilo que feriu seriamente um elefante no sul da ilha.

Embora o gramado da Ilha do Retiro esteja em situação ruim, por causa das recorrentes chuvas que atingem o Recife, há quem acredite em um lado bom para o Sport. Autor dos dois gols da vitória do Leão contra o Arsenal de Sarandí, o atacante André, em entrevista à imprensa na tarde desta sexta-feira (7), reconheceu o estado complicado do tapete leonino, mas revelou que o terreno pode complicar os adversários.

De acordo com André, é melhor continuar jogando no estádio rubro-negro, mesmo com o gramado não estando em boas condições, pois o time está conquistando os resultados. “Realmente está muito ruim, tem lama e areia, mas não tem o que fazer, não para de chover. Até brinquei, deixa assim porque a gente está adaptado. O pessoal vem aqui e passa dificuldade. Estamos levando um pouco de vantagem nisso ai”, disse o ofensivo, de forma descontraída.

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Apesar do gosto pela Ilha do Retiro, André agora deve pensar em um confronto longe de Recife. Na próxima segunda-feira (10), o Sport vai até o Paraná enfrentar o Coritiba. Para o atacante rubro-negro, é uma ótima oportunidade de concretizar a boa fase da equipe. Nos últimos quatro jogos, foram quatro vitórias sem sofrer gols.

“Quando a gente não toma gol, empatamos ou ganhamos os jogos. Hoje o time está mais compacto e entrosado. A gente tem mais uma chance contra o Coritiba de trazer os três pontos e depois teremos um jogo em casa. Sabemos que no futebol, ambiente bom é de vitória”, comentou André.  

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O piso da casa de Silvania Gomes mudou de cor, desde domingo (28). No lugar do branco dos azulejos, um marrom pastoso. A lama invadiu todos os aposentos da residência da merendeira de Rio Formoso, município da Mata Sul do Estado onde mais choveu no último fim de semana. 

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Em inúmeros imóveis, a água subiu mais de um metro. "É tudo muito rápido, quando percebemos saímos às pressas. Dessa vez entrou água em lugares onde nunca tinha chegado", revelou Silvania. Para ela e todos os moradores escutados pela reportagem, as chuvas do último domingo - e suas consequências - foram as piores da história recente da cidade.

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Ao lembrar do momento em que a enxurrada invadiu sua casa, a aposentada Severina Maria da Silva, 61 anos, deixou transbordar a tristeza. "É muito triste, não se tem nem o que dizer. Não posso reclamar senão é blasfemar contra a vontade de Deus, não é? Agora é seguir lutando", disse em lágrimas.

Recomeçar é a palavra de ordem no município. Na manhã desta terça-feira (30), doações recebidas pela cidade são organizadas na Escola Estadual Joaquim Silvério Pimentel. Lá, a prefeita Isabel Hacker lida com as demandas de mais de 1500 famílias desalojadas e 530 pessoas desabrigadas.

"Estamos recebendo donativos, mas quem puder ajudar com cestas básicas nós aceitamos. Através de iniciativa da Amupe (Associação dos Municípios de Pernambuco), Rio Formoso foi 'adotada' pela cidade de Serra Talhada e iremos receber doações de lá ", afirmou Isabel. Os trabalhos agora se direcionam às usinas, onde até o momento as autoridades não tiveram acesso depois das intensas chuvas.

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Por meio de nota, a mineradora Samarco, empresa da Vale e da australiana BHP Billinton, afirmou sobre a situação em Governador Valadares que sua "responsabilidade é limitada aos eventuais danos provocados pela passagem de pluma de turbidez no Rio Doce, especificamente no trecho que abastece o Município". A empresa não se responsabilizou pela crise de abastecimento pela qual passa a cidade.

No entender da mineradora, as Estações de Tratamento de Água de Valadares "estão plenamente preparadas para absorver variações significativas de elevação de turbidez de água", continua a nota da Samarco. De acordo a nota, "a empresa está investindo em uma série de equipamentos e melhorias nas estações de tratamento de forma a torná-las mais eficientes".

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A mineradora informou ainda que deve começar "nas próximas semanas" a discutir indenizações com moradores de Valadares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um clima de indignação e comoção. Assim foi o dia 05 de novembro e os dias subsequentes ao rompimento de duas barragens de uma mineradora que liberou uma enxurrada de lama contaminada e causou grande destruição no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. Este era apenas o começo do que pode ser considerada uma das maiores catástrofes ambientais já vistas no Brasil.

Quase um mês após a tragédia, os 62 milhões de metros cúbicos da lama percorreram mais de 650km e chegaram ao mar. Os resíduos de mineração atingiram três áreas de conservação marinha e deixaram uma mancha, que de acordo com o Ibama é composta principalmente por óxido de ferro e areia, no litoral do Espírito Santo.

Os danos ao ecossistema causados pelo rompimento das barragens foram drásticos e irreversíveis. A restauração total de fauna e flora são tidas como impossíveis, segundo ambientalistas; A lama "cimentou" o bioma e pode até ter causado a extinção de animais e plantas que só existiam ali; O Rio Doce, o mais importante de Minas Gerais, possivelmente está morto - a água, que virou lama em todo o curso do rio, não tem mais utilidade nenhuma, sendo imprópria para irrigação, consumo animal e humano.

Para o rio voltar à vida, é essencial restabelecer a oxigenação da água. O solo de Bento Rodrigues também está inutilizável. Ainda é tecnicamente impossível dizer quanto tempo e dinheiro custará a tentativa de recuperá-los. A grande pergunta que fica é: uma tragédia como esta pode ser evitada? E quem são os culpados do ocorrido em Mariana?

O desastre é resultado de uma combinação de negligência e descaso. Há no país 401 barragens de rejeito enquadradas na Política Nacional de Segurança de Barragens, 317 delas estão localizadas em Minas Gerais. A verdade é que barragens precisam ser monitoradas integralmente. Não há como acontecer um rompimento repentinamente. Uma estrutura gigantesca como a de barragens dá avisos, sinais de problemas. A questão é se havia monitoramento para captar esses sinais.

Pelo grande número de mineradoras em Minas Gerais, rompimentos de barragens de rejeitos acontecem ao menos uma vez por ano no estado, causando danos localizados. A lei de segurança para as barragens determina que a empresa tenha um plano de ação emergencial para lidar com desastres. Parte desse planejamento consiste numa “estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades afetadas”.

Especialistas afirmam que a legislação brasileira está dentro dos padrões internacionais, mas é muito recente e não foi regulamentada. A lei não exige, por exemplo, o uso de mecanismos modernos de aviso, como sirenes e envio de mensagens pelo telefone celular para avisar em casos de acidente, comuns em países como o Canadá.

Infelizmente, no caso das duas barragens, de grande porte, não havia sequer um alarme sonoro para alertar os cidadãos. Da mesma forma, falta fiscalização para o cumprimento das normas básicas de segurança para esse tipo de construção – apenas Quatro órgãos, subordinados a ministérios diferentes, fiscalizam todo tipo de barragem no Brasil.  O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), por exemplo, tem apenas 220 fiscais para cuidar de 27.293 empreendimentos.

O Ministério Público de Minas Gerais afirma que a empresa proprietária das barragens, tem culpa. Entretanto, apenas uma investigação poderá dar uma resposta definitiva. Enquanto isso, pelo menos meio milhão de pessoas devem ser afetadas pela tragédia.

O Ministério Público Federal (MPF) em Governador Valadares (Leste de Minas) emitiu recomendação dando cinco dias ao diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, para que identifique moradores de municípios atingidos por rejeitos de minério de ferro com a queda das duas barragens da empresa no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no dia 5.

A recomendação vale para os municípios de Governador Valadares, Alpercata, Tumiritinga, Galiléia, Conselheiro Pena, Resplendor, Itueta e Aimorés, todos da Bacia do Rio Doce, contaminado pela lama, e pede ainda a criação de um fundo exclusivo para cobrir prejuízos causados à população, além do pagamento de um salário mínimo para aos atingidos.

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O documento afirma que a empresa deve "identificar e catalogar pequenos produtores rurais, pescadores profissionais, indígenas, pomeranos e microempresários, e todas as famílias que estejam desalojadas e que tiveram suas casas destruídas ou danificadas ao ponto de não permitir sua habitação". O texto diz ainda que "o mesmo deve ser feito com todos que tiveram seu patrimônio afetado, independente do exercício de qualquer atividade econômica impactada".

O levantamento deve ser feito, conforme o MPF, com equipes interdisciplinares "sempre que possível acompanhadas de representantes do poder público federal, estadual e municipal". Em relação ao fundo a Samarco também terá cinco dias para comprovar sua criação. Na recomendação o procurador responsável pelo pedido, Bruno Costa Magalhães, diz que "nas margens dos rios (Doce e afluentes) existem inúmeras propriedades rurais de pequenos produtores que retiram sua subsistência da lavoura e agropecuária situadas nessa área, em razão de serem mais produtivas e férteis".

O procurador alega também terem sido afetados "diretamente os pequenos empresários que retiram seu sustento da extração legal e regular de areia e cascalho dos rios. Segundo dados preliminares, toda a ictiofauna (conjunto das espécies de peixes) do Rio Doce, até pelo menos a altura do município de Resplendor, foi completamente exterminada, afetando a atividade econômica dos pescadores profissionais artesanais".

Quanto ao pagamento do salário mínimo, o valor deverá começar a ser repassado às famílias em 10 dias, depois da identificação dos atingidos. Para cruzar informações, o MPF enviou ofício às prefeituras solicitando informações sobre os prejuízos causados pela lama. A recomendação não fala sobre punição em caso de descumprimento dos pedidos, mas afirma que o documento "dá ciência e constitui em mora o destinatário quanto às providências indicadas pelo Ministério Público Federal e poderá provocar a adoção de medidas judiciais cabíveis caso caracterizada hipótese de violação dos dispositivos legais e constitucionais".

Há um dia do ex-presidente Lula (PT) pisar em solo pernambucano, o vereador do Recife, Osmar Ricardo (PT) fez duras críticas ao correligionário e a atuação do partido em relação à corrupção. Para ele, muitas coisas são discordáveis dentro da legenda e os culpados devem ser presos.

Questionado pelo Portal LeiaJá sobre a expectativa da vinda do ex-presidente a Pernambuco, o petista reprovou a postura política de Lula e alegou que ele mudou bastante. “Lula mudou muito, está fazendo uma política diferenciada da cabeça dele, não é do partido. Quando é conveniente a ele, diz que está tudo certo, quando não é, ele diz que está errado. Então, a política hoje é da cabeça do Lula, não é da cabeça do PT”, disparou.

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Osmar Ricardo fez questão de afirmar que discorda com várias posturas do partido e que os envolvidos com atos ilícitos devem ser culpados. “Continuo filiado ao PT, mas não concordo com muitas coisas. Tem que ir preso quem dever, tem que ser preso e ser julgado e pagar pelo o que fez. Não é porque eu sou do PT que tenho que defender os corruptos do partido”, confirmou o vereador.

Para o vereador não há dúvidas de que o PT esteja envolvido com a corrupção. “A gente ganhou o país e o congresso com uma proposta nova, uma proposta de renovar e mudar tudo o que existia de atrasado, não como está aí hoje: o PT envolvido  na lama, junto com a corrupção, com aqueles que usam disso a muito tempo atrás. O PT agora atolou-se”, desfechou Osmar Ricardo.

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