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Ao voltar na loja americana Old Navy para comprar roupas, James Conley, que é negro e estava usando uma jaqueta adquirida no mesmo local anteriormente, foi acusado pelos funcionários do estabelecimento de querer roubar "a própria jaqueta". Em publicação no Facebook, o jovem diz que havia comprado a peça no natal de 2017.

"Perguntaram se eu não queria comprar o casaco que eu estava usando. Primeiro comecei a rir, porque não acreditava no que estava acontecendo", lamenta James. Ainda no relato, ele fala que foi estereotipado porque era um homem negro. Segundo ele, o gerente disse que "sempre que alguém usa roupas velhas da loja, eles têm que digitalizar a peça dos clientes para garantir que ela foi comprada anteriormente". No entanto, o rapaz fala que nunca houve esses procedimentos com os outros clientes não negros. 

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"Fiz a gerente verificar a fita de vigilância para provar que ela e seus colegas estavam errados. Uma vez que ela confirmou que eu estava dizendo a verdade, nem ela e nem o gerente pediram desculpas", segue lamentando James.

 

Na rede social, o homem compartilhou também os vídeos do momento do racismo. Até as 10h22 da manhã desta quarta-feira (7), a publicação contava com mais de 156 mil compartilhamentos e 117 mil reações no Facebook. O rapaz pretende entrar com uma ação contra a loja.

O primeiro homem britânico conhecido, que viveu há 10.000 anos, era negro e tinha olhos azuis, segundo a reconstituição de seu rosto feita por uma equipe de pesquisadores.

Conhecido como "Cheddar Man", nome do local do sudoeste da Inglaterra onde seu esqueleto foi descoberto, este homem tinha o rosto anguloso, o cabelo negro ondulado, olhos azuis e uma pele escura.

"É surpreendente ver que um britânico de há 10 mil anos podia ter a pele bem escura e os olhos azuis", comentou o diretor de Pesquisas do Museu de História Nacional de Londres, Chris Stringer.

A reconstituição foi possível graças a dois fatores: a qualidade do DNA extraído, particularmente bem conservado para um esqueleto tão antigo, e as novas técnicas de sequenciamento do genoma - com as quais se pode determinar a sequência genética completa de um organismo.

A qualidade do DNA é explicada porque o esqueleto foi descoberto em uma gruta.

"As condições são constantes, o ar é fresco e seco, o que permitiu evitar sua deterioração", explicou a pesquisadora Selina Brace.

O "Cheddar Man" era parte de uma população de caçadores-coletores que imigrou do Oriente Médio para o norte da Europa ao final da última era glacial.

Hoje em dia, cerca de 10% da população britânica branca é descendente de um deles.

A mudança para uma pele mais clara dominante entre os britânicos se deveu, em parte, à invenção da agricultura e à modificação da dieta, mais pobre em vitamina D, explicou Stringer.

"Não sugerimos que o 'Cheddar Man' evoluiu até desenvolver uma pele mais clara, e sim que houve ondas de populações de pessoas que dominavam a agricultura e portavam o gene de uma cor de pele mais clara", acrescentou.

Animadas ao lado do Papai Noel, duas crianças são interrompidas pela mãe, que já havia feito meia dúzia de fotos. "Ele está cansado, veio lá do Polo Norte", diz ela, pontuando a mentirinha com uma piscadela. "Haaa! Haa! Ha!", o bom velhinho ri. E, com simpatia, nega a comparação com o personagem. É que o do Polo Norte é branco. Ele, negro. "Não vim, não: sou um Papai Noel brasileiro."

O "Papai Noel brasileiro" é Rubens Campolina, que trabalha em um shopping em São José dos Campos, no interior paulista. Aos 69 anos, mantém um corpanzil de 112 quilos e 1,78 metro de altura, que dispensa enchimento para a fantasia. A barba, nem tão longa nem tão curta, também é natural. "Estou muito contente em representar os negros, mas não é só isso. Minha alegria é que todo mundo está aceitando muito bem."

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Em sua primeira vez como bom velhinho, ele tem feito sucesso no Vale Sul Shopping, onde divide a escala de trabalho com dois Noéis brancos. Funcionários relatam que a fila - boa parte formada por adultos - aumenta quando é a vez dele. "Adorei, é muito simpático", diz a babá Joana D'Arc Xavier, de 50 anos, que fez questão de abraçá-lo e tirar foto. "É a primeira vez que vejo um Papai Noel negro."

Segundo a coordenadora de marketing do shopping, Luana Feichas, o Natal começa a ser planejado em janeiro. Neste ano, estava desfalcado de um Noel, então traçaram um perfil: bonito, carismático e de bom trato com crianças. "Já na primeira conversa deu para ver que ele preenchia todos os requisitos. Até a risada é parecida." Campolina ri curto e decrescente ("Haaa! Haa! Ha!"), quase o tradicional "Ho! Ho! Ho!".

O shopping fez buscas em casas de idosos na cidade. O que chamou atenção é que Campolina havia vencido um concurso de Mister Terceira Idade, em 2016. "Sou um idoso que se cuida jogando dominó. Haaa! Haa! Ha!" Nascido em Moeda, no interior de Minas Gerais, mudou-se ainda na infância para São Paulo e trabalhou com fabricação de empilhadeiras. "Nunca pensei em ser Papai Noel. Nem de passear em shopping gostava", diz. E ri.

Satisfação

Com quatro filhos e quatro netos, Campolina sempre se deu bem com criança. "E quem não gosta?! Eu adoro." A reação inicial, porém, foi recusar ser Papai Noel. "Disse não porque sei do preconceito." O shopping até ofereceu tratamento psicológico para que ele estivesse preparado para algum caso de racismo. "Depois entendi que era um desafio e aceitei."

Mais de um mês após assumir o cargo, ele é só elogios. "Tem sido maravilhoso. Recebo pedido de muitas pessoas, não só de criança. Tem pai, mãe, avó. Tem mulher que fala que quer um marido igual a mim. Aí, tenho de ter jogo de cintura. Respondo: "Igual a mim vai ser difícil". Haaa! Haa! Ha!"

A professora Roberta Schutze, de 42 anos, viu os filhos Vitor, de 6, e Alice, de 3, se despedirem contentes do Papai Noel. "Foi o mais simpático que já encontrei." Tímido, o menino também diz que gostou. "Ele é legal." E notou diferença nesse Papai Noel? Vitor, branco, dá uma espiada para se certificar e responde: "Não, nada".

Quebrando um estereótipo incorporado na mente da população, um shopping de São José dos Campos, São Paulo, nesse fim de ano está apostando em um Papai Noel negro, algo raro no mercado onde predominam os brancos. Essa quebra do que se ficou "padronizado" aconteceu no centro de compras do Vale do Paraíba, que todos os anos escolhia três velhinhos, brancos, para atender o público, vestidos de papai noel.

Neste ano, um dos "Noel" escolhido foi o aposentado, negro, Rubens Campolina, 69 anos. Ele começou a atender as crianças nesta segunda-feira (20). Segundo publicado pela TV Vanguarda, a equipe de marketing do Shopping fez buscas em agências e até em outras cidades, mas o escolhido foi encontrado na Casa do Idoso, que é um espaço público com atividades gratuitas para os idosos na cidade. Essa é a primeira vez que Campolina trabalha como Papai Noel.

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Em entrevista para a Vanguarda, a coordenadora de marketing, Luana Feichas, afirmou: "assim que o vimos, nos apaixonamos. Ele é lindo, tem um carisma que nunca vi igual e tem tudo que um Papai Noel precisa. É simpático, tem uma risada divertida, é alegre e gosta de crianças".

Como não esperava por um convite desse, Rubens disse que no início levou um susto e que resistiu a ideia. "Eu nunca esperei por esse convite. No começo eu não fui muito fácil. Perguntei se eles tinham certeza, se era para ser Papai Noel na África". Mas após um tempo de conversação acabou aceitando o convite. "Achei que poderia ser bacana, uma novidade, e que até as crianças negras poderiam ter uma referência. Acho que vai ser muito bacana. Desde que descobri estou fazendo propaganda para todo mundo vir me ver", brincou.

Nas redes sociais, o público parece ter gostado da ideia e até se surpreendido com a "novidade". "Tenho que reconhecer que no auge dos meus 21 anos, em pleno 2017, ver essa notícia me causou estranhamento. Sempre estive acostumada com Papai Noel branco, dos olhos azul! Que tapa na minha cara... parabéns pela iniciativa Vale Sul Shopping, desconstrução a gente faz assim. marraaaa (sic) !", compartilhou Caroline Fernanda. Em sua conta no Facebook, Carlos Alberto disse o seguinte: "O Vale Sul Shopping São José dos Campos marcou mais um golaço de placa escolhendo um Papai Noel Negro, para representar ainda melhor o nosso Natal. Viva a raça humana, seja ela branca, negra, amarela, vermelha... Feliz Natal", festejou.

 

Em uma semana que antecede a Semana da Consciência Negra, comemorado no próximo dia 20 de novembro, a Organização das Nações Unidas, ONU Brasil, lançou a campanha #VidasNegras - uma iniciativa de conscientização nacional pelo fim da violência contra a juventude afrodescendente. A campanha foi iniciada nesta terça-feira (7), em cerimônia que reuniu em Brasília representantes da sociedade civil, autoridades públicas e difigentes da ONU. O organismo internacional fez um apelo à sociedade brasileira e ao poder público por repostas ao racismo e à discriminação. Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil. Em um ano, esse número chega a 23 mil jovens negros mortos no país.

Em entrevista para o site das Nações Unidas, Nicky Fabiancic, coordenador-residente do Sistema das Nações Unidas no Brasil, falou que os dados mostram a “dura realidade” enfrentada pela juventude negra brasileira, “que sofre o impacto do racismo estrutural que precisamos combater”.

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Ainda segundo informado pela ONU, o coordenador fez um apelo à sociedade brasileira e ao poder público para que reajam aos problemas vividos pela juventude negra. “O racismo mata. E não podemos ser indiferentes. Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos. Não podemos ficar indiferentes. Mas devemos e podemos caminhar juntos para mudar essa realidade. Cada vida importa. Não devemos deixar ninguém para trás. Nós, os chefes das agências da ONU Brasil, convidamos todas e todos a trabalhar por um país mais pacífico, mais justo e mais inclusivo”, concluiu.

Para a organização, o racismo é uma das principais causas históricas da situação de violência e letalidade a que a população negra está submetida. Atualmente, um homem negro tem até 12 vezes mais chance de ser vítima de homicídio no Brasil que um não negro, segundo o Mapa da Violência.

A campanha tem em seu "casting" artistas e famosos negros como Tais Araújo, Dream Team do Passinho, Érico Brás, Kenia Maria e Elisa Lucinda.

Confira o vídeo da campanha:

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No mês da Consciência Negra muitas atividades serão realizadas com objetivo de ressaltar a importância e a luta da população negra. O deputado estadual Ossesio Silva (PRB), engajado na luta, na série Entrevista da Semana, nesta sexta-feira (3), ressaltou que o caminho do negro “para conquistar o seu lugar ao sol” ainda é longo, apesar dos avanços. O parlamentar considera uma pessoa que pratica racismo “um louco” e falou sobre “sofrimento” e preconceito que teve que superar.

“Sofri, claro que sofri para chegar a ser deputado. Eu ouvia aquelas brincadeirinhas sem graça: Ossesio é um negro de alma branca, mas alguém sabe a cor da alma? Falavam, esse negão é gente boa. São piadinhas maldosas”, desabafou. 

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O parlamentar falou que dizer que é racista virou modismo. “Tem que acabar com isso. Um país com uma cultura negra, gastronomia rica, capoeira, de artistas importantes e onde tem os maiores jogadores do mundo que são negros como o Neymar. A coisa está virando como se fosse piada ou modismo dizer ‘ah, eu sou racista’. Então, dói muito na gente logicamente. Tem que mudar muitas vezes sua rotina de trabalho, você sofre bullying na escola por causa da aparência, nariz e cabelo. Em Pernambuco, temos poucos negros na política, é muito difícil ganhar porque é um tipo de preconceito. É muito triste isso, mas não vamos baixar a cabeça”.

Apesar do cenário, o deputado disse acreditar que é possível chegar na igualdade. “Não sei se na minha geração ou na geração dos meus netos. É difícil, mas nós não podemos desistir jamais. Enquanto a gente tiver vida não podemos abandonar o barco só porque é difícil. Temos que continuar lutando para alcançarmos os nossos objetivos". 

“Claro que ouvi e vivi isso a minha vida inteira e vou conviver por um bom tempo ainda, agora em contrapartida a valorização da raça negra é estudar e se capacitar para ocupar o nosso espaço. Devemos estudar e se qualificar para assumir grandes espaços. Vamos chegar lá”. 

Projetos

Ossesio falou que tem trabalhado com afinco para representar os negros. “Para que a gente possa receber essa reparação e para diminuir essa dívida que o Brasil tem para com os negros em todos os sentidos na educação, saúde e na política”.

Ele é autor de uma lei que visa que, ao menos 50% das propagandas institucionais e da administração pública, sejam destinadas aos negros. O parlamentar também tem foco no combate ao racismo dentro dos estádios. Ele também é autor de outra lei no qual os estádios são obrigados a instalar placas frase contra o racismo. “Onde o racismo mais impera no esporte é entre os negros. Algo lamentável porque o futebol é o esporte tanto para rico quanto para pobre e o estádio é lugar de levar a família. O racismo gera atrito e confusão e as famílias acabam se afastando e deixam o espetáculo. Não é justo que isso aconteça”. 

Já está disponível para visualização, o clipe da nova canção do músico pernambucano Hélio Machado. Falando sobre resistência e orgulho de ser quem é, Negro traz o discurso da auto afirmação e a sonoridade do artista.

Com apenas seis anos de carreira, Hélio Machado já contabiliza mais de 30 composições e tem músicas gravadas nas vozes de cantores como Erica Natuza, Allan Carlos e Carla Rio. Atualmente, o artista está trabalhando o seu primeiro CD, Para Todos.

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O projeto de artes cênicas Luz Negra - O negro em estado de representação promove o empoderamento e a visibilidade do negro através de uma série de espetáculos, que chega ao Recife a partir desta quinta-feira (19), às 20 h, no Teatro Santa Isabel e vai até o dia 29 de outubro, no Espaço O Poste, localizado na Rua da Aurora. 

Na programação, 15 montagens locais, nacionais e internacionais. O projeto convida o espectador a refletir sobre as artes e enxergar o protagonismo negro nas diversas manifestações culturais, sua representação e ancestralidade.

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Abrindo o projeto nesta quinta (19), o palco do Teatro Santa Isabel recebe o espetáculo da bailarina Helayne Sampaio, que apresenta a força dos orixás. Na ocasião, acontecerá uma homenagem às personalidades negras como Mãe Amara, Petrucio Nazareno, Mestre Meia-Noite e Inaldete Pinheiro.

O evento ainda conta com apresentação de Surama Ramos, do solista Manuel Castomo, Neguinho do Frevo, Luizii Santos e Gina Purpurina, Performe Drag Quenn. O Luz Negra - O negro em estado de representação é idealizado pelo grupo 'O Poste-Soluções  Luminosas'. Confira a programação:

Quinta-feira (19)| 20h

Abertura com Surama Ramos, solista de ópera, Manuel Castomo, solista africano de dança

contemporânea, Neguinho do Frevo, solista de frevo, Luzii Santos, solista de balé clássico,

Helayne Sampaio, solista de dança dos orixás e Gina Purpurina, Performer Drag Queen.

Sexta-feira (20)|20h

Espetáculo teatral: LUZIR É NEGRO

Local: Espaço O Poste

Sábado (21)|20h

Espetáculo Senhora dos Restos

Local: Espaço O Poste

Domingo (22)|10h

Contação de História – “Histórias do meu povo” com Roma Julia

17h |Espetáculo teatral A Receita

Quarta-feira (25)|9h

Oficina de Jogos Africanos

Local: Espaço O Poste

Quinta (26)|19h

Leitura dramatizada do texto “O Juazeiro, a pedra e o sol” do autor Samuel Santos

Local: Espaço O Poste

Sexta (27)|20h

Espetáculo teatral Cordel do Amor sem Fim

Local: Espaço O Poste

Sábado (28)|20h

Espetáculo teatral Isto não é uma mulata

Local: Espaço O Poste

Domingo (29)|17h

Espetáculo teatral OMBELA

Local: Espaço O Poste

Serviço

Luz Negra - O negro em estado de representação

Quinta-feira (19) a Domingo (29)

Teatro Santa Isabel (Praça da República, s/n - Santo Antônio, Recife)

Espaço O Poste ( Rua da Aurora, 529 - Boa Vista, Recife)

R$ 10 (meia) R$ 20 (inteira)

Um homem de 41 anos condenado por duplo homicídio por erro foi libertado nesta sexta-feira de uma penitenciária do Kansas, no centro dos Estados Unidos, após passar 23 anos preso.

Cercado por câmeras de TV e jornalistas, Lamonte McIntyre abraçou sua mãe pela primeira vez como um homem livre em 23 anos. A ONG Injustice Watch revelou que as primeiras palavras de McIntyre, um homem negro, foram "é lindo aqui fora".

McIntyre havia sido condenado quando tinha apenas 17 anos com base em depoimentos de testemunhas que depois se retrataram. O novo promotor encarregado do caso disse nesta sexta-feira que a nova informação coloca em xeque a identificação de McIntyre como o assassino.

"À luz desta informação (...) meu gabinete está pedindo à Corte que determine que existe uma injustiça manifesta", declarou o promotor do condado de Wyandotte, Mark Dupree.

A investigação original sobre o tiroteio, ocorrido em pleno dia, jamais estabeleceu um vínculo entre McIntyre e as vítimas, segundo o Washington Post. "Ocorreu uma investigação apressada e superficial", disse Innocence Project, que ajudou a libertar McIntyre, que sempre alegou inocência.

Um homem nascido no Brasil, mas que vive na Itália desde os três anos e meio de idade, foi recusado para uma vaga de emprego em um hotel em Cervia, cidade de quase 30 mil habitantes situada no litoral da região da Emília-Romana, por ter a pele negra.

A denúncia foi feita nesta quinta-feira (3) pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), que está preparando uma ação judicial para ajudar a vítima, identificada apenas como Paolo, 29 anos, morador de Milão, a pouco mais de 300 km de Cervia.

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O fato ocorreu no último dia 18 de junho, quando o homem enviou por email uma cópia de seu documento de identidade para o hotel redigir o contrato. Anteriormente, Paolo já havia mandado seu currículo e conversado por telefone com o empregador, com quem entrara em acordo para trabalhar até setembro.

No entanto, via SMS, o dono do estabelecimento respondeu que não podia mais contratá-lo. "Lamento, Paolo, mas não posso colocar rapazes de cor na recepção, aqui na Romana as pessoas têm a mentalidade muito atrasada. Me desculpe, mas não posso fazer você descer, tchau", diz a mensagem do empregador.

Paolo, que tem experiência no setor hoteleiro, inclusive na Emília-Romana, havia entrado em contato após ter visto um anúncio para trabalhar no hotel entre junho e setembro, período de alta temporada na Itália por causa do verão europeu.

"O único problema verdadeiro, é evidente, é a cor da pele de meu filho, que o dono do hotel só viu quando ele mandou o documento de identidade", afirmou a mãe da vítima, Paola, em entrevista ao jornal "la Repubblica". Foi ela quem acionou a Cgil após o episódio.

"A quantas pessoas isso não terá acontecido? Assim podemos dar voz também a elas", acrescentou a genitora, explicando que Paolo é nascido no Brasil, mas vive na Itália desde os três anos e meio de idade.

"Estamos frente a um evidente caso de discriminação racial. Ao dano patrimonial por ter perdido a alta temporada, se somam a humilhação e a profunda injustiça das quais foi vítima. Estamos certos de que a Romana saberá se distinguir da inaceitável conotação reservada a ele pelo proprietário do hotel", afirmou a Cgil.

Também ao jornal "la Repubblica", a Federalberghi, entidade que representa o setor hoteleiro italiano, disse que o empregador está empenhado em "remediar o ocorrido". "Mais de um dono de hotel se propôs a oferecer a Paolo uma oportunidade de trabalho", garantiu a associação. 

No último sábado (29), a Universidade do Recôncavo da Bahia comemorou seu 12º aniversário com a divulgação de dados que apontam o crescimento do número de jovens baianos, em especial da população mais negra e pobre, com acesso ao nível superior nos últimos anos. A universidade conta com 83,4% de estudantes autodeclarados negros e 82% oriundos de famílias com renda total de até um salário mínimo e meio. 

A instituição, que hoje conta com sete centros de ensino em seis cidades do Recôncavo, onde circulam 12.345 estudantes, dos quais 91.5% são da Bahia, foi a primeira universidade do país a ter uma Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e a aplicar integralmente a Lei de Cotas em 2012. 

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Os dados foram divulgados e apresentados neste mês pelo reitor da instituição, Silvio Soglia. As informações foram produzidas a partir de dados atualizados pela própria universidade e teve base na “IV Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileira – 2014”, realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE) em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (ANDIFES). Esses números podem ser encontrados através do Site Oficial da instituição

Um ex-policial de Wisconsin foi absolvido nesta quarta-feira (21) da acusação de homicídio de um homem negro, morte que provocou duas noites de protestos em Milwaukee.

Dominique Heaggan-Brown, que também é negro, foi declarado inocente do homicídio doloso de Sylville Smith, que tinha uma arma semiautomática, durante uma breve perseguição a pé que acabou em um tiroteio em 13 de agosto de 2016.

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A leitura do veredito foi interrompida pelo choro angustiado de algumas pessoas que estavam presentes no julgamento.

Embora neste caso o policial e a vítima sejam negros, este foi mais um episódio de uma série de tiroteios fatais nos quais morreram afro-americanos ao longo do país.

O incidente chamou a atenção sobre como a raça pode influenciar na decisão de um policial de usar a força letal.

Os promotores se concentraram no fato de Smith ter levado dois tiros e insistiram que naquele momento específico já não estava mais armado, e o oficial não deveria ter disparado uma segunda vez.

Os advogados de Heaggan-Brown argumentaram que ele agiu em legítima defesa e tinha que tomar uma decisão muito rápida sobre se deveria atirar.

O promotor do condado de Milwaukee, John Crisholm, pediu calma às pessoas que ficaram desapontadas com o veredicto, assegurando que o caso era difícil para a parte acusadora.

"Qualquer promotor dirá que os casos de legítima defesa são muito difíceis", disse Crisholm em coletiva após a sentença.

Baseando-se na câmera levada por Heaggan-Brown e por outro oficial, as autoridades estabeleceram que o primeiro disparo foi no braço de Smith, quando ele estava levantando a mão direita, com a qual segurava a arma.

Smith caiu no chão e já estava desarmado, mas Heaggan-Brown disparou pela segunda vez, 1.69 segundo depois, e este segundo tiro foi em seu tórax. O jovem de 23 anos morreu no local.

O oficial foi demitido do Departamento de Polícia de Milwaukee por acusações de agressão sexual que datavam de outubro e não tinham a ver com este caso.

Este incidente provocou dois dias de turbulentos protestos em Milwaukee, onde lojas e veículos foram incendiados e a polícia foi atacada com pedras e garrafas.

Esta absolvição segue a do oficial da polícia de Minnesota Jeronimo Yanez na última sexta-feira, que matou o afro-americano Philando Castilo quando ele estava em seu carro com a sua esposa e filha, e cuja ação foi acompanhada ao vivo pelo Facebook.

“Preconceito todo negro sofre. Não tem esse”, diz, acostumada, a jornalista Paulla Badu. Esta é a realidade enfrentada por alguns brasileiros. A frase é o reflexo de conformismo ou forma de encarar a realidade latente, incômoda e presente, encravada na cultura, independente do motivo. Esta forma de subjugar ainda está presente na vida de muitos dos quase 98 milhões de negros brasileiros, conforme esse e outros relatos e análises apuradas pelo LeiaJa.com.       

“Fui andando pelo shopping e ao sair de uma loja ouvi o segurança dizer, através de um rádio de comunicação, ‘ela está limpa’, código para dizer que eu não havia roubado nada”. Esse foi um dia comum diante de tantos outros enfrentados durante os 28 anos da auxiliar de escritório Deise Pacheco. A baiana está entre os 50,7% da população negra e parda no Brasil – conforme levantamento do Censo 2010 - vítima de racismo velado nas atividades e ações mais comuns e rotineiras. 

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Como se não bastasse a suspeita de roubo, Deise ainda foi seguida por seguranças em duas das lojas que entrou e durante o percurso entre elas. “Na época, aos 20 anos, não fiz nada para, não prestei queixa para ‘não criar problemas’, mas fiquei irritada com o desaforo sofrido”.  

Olhares, recuos, piadas, mentiras, repúdios. O chamado racismo velado é a realidade da maioria dos negros. Seja simplesmente pela pele escura ou o cabelo cacheado, independentemente de idade ou status social.

A humilhação acontece até mesmo no endereço escolhido para viver. “Moro em um apartamento classe média. As pessoas daqui, quando me veem desarrumada no elevador, perguntam em qual andar eu trabalho de empregada. São racistas e classistas, que acham ruim tanto uma preta no elevador como uma empregada”, relata Isabella Puente, 23 anos, historiadora. 

Na área cultural, na qual muitas vezes impera a impressão de igualdade e respeito, a verdadeira face mostrada às vezes é outra. “Sou poeta e todas as vezes que há reunião de projetos culturais, existe aquela olhada para mim e me perguntam ‘ah você é músico?’. Inclusive, uma das vezes que iria submeter um projeto de pesquisa e eu comecei a falar, as pessoas comentaram ‘eu pensei que você fosse da música’. Perguntei o que tem a ver”, explica Fred Caju, 28 anos. Uma situação recorrente é a pergunta “você é percussionista?”, aludindo aos instrumentas característicos de religiões e expressões culturais de origem africana. 

Nem dentro de casa, entre a família, há isenção de ironias e preconceito. Nesse espaço é que eles vêm à tona em forma de “piadinhas”. Raphaela Leandro é negra e seu marido, branco. A filha fruto da união teve a mistura racial dos dois, com pele negra e cabelos lisos. Pelas características herdadas pela menina, a doutora em odontologia escuta frequentemente comentários como “esse cabelo daí escapou”. Ela conta que sua sogra um dia relatou um sonho como “terrível”. “Durante o sono ela teve um pesadelo e na história, minha filha tinha um cabelo ruim e que ela penteava e o cabelo dela enrolava. Ela contou que o cabelo era tão ruim, tão ruim, ‘pior do que o seu’, ela me dizia”.

O complexo panorama do preconceito racial

Piedade Marques, uma das coordenadoras da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, explica o enfrentamento aos casos recorrentes deste tipo preconceito. “O racismo tem que ser minimizado na sua atuação, recorrência e resultado. Ainda se escuta que os casos são apenas dramas e este é um problema apenas nosso e que nós temos que resolver porque não está presente na sociedade”. Ela ressalta a presença de uma mentalidade de “existência de racismo suave no Brasil em relação aos outros países”. 

A coordenadora ainda ressalta os casos em que os negros são apontados como racistas da sua própria raça. “Considerando que o racismo parte de um pressuposto de que um lado é inferior e o outro é superior, essa negação da raça é uma forma de reação, um reflexo da falta da aceitação de quem é. Se colocando do outro lado, como um branco, não se sentirá inferiorizado. Na ideia que a ‘branquitude’ é o ideal, eu me afasto da minha negritude”. 

O panorama do racismo teve avanços em alguns aspectos e retrocessos em outros, de acordo com Piedade. ”A exemplo das melhorias estão os jovens aceitando seu cabelo, seu estilo e ganhando adeptos. No entanto, o mapa da violência os jovens negros ainda aparecem como os maiores alvos”. Como melhoria a este cenário, a ativista defende o aumento dos “instrumentais de monitoramento para mostrar o que antes era escondido e hoje pode ser visto e reprimido. Quanto aos negros que não se aceitam, não cabe sermos racistas porque não somos sequer tratados como iguais pelos outros”.

O pajem negro que ajuda São Nicolau a distribuir presentes para as crianças no começo de dezembro na Holanda viola a convenção dos direitos infantis e pode representar assédio, exclusão e discriminação, indicou nesta sexta-feira a defensora dos direitos infantis.

Com o rosto pintado de preto e os lábios vermelhos, "Zwarte Piet" ("Pedro, o Negro"), vestindo uma roupa medieval e uma peruca de cabelo encaracolado, tem que "se desvincular destas características discriminatórias e estereotipadas", destacou Margrite Kalverboer em um comunicado.

"Muitas crianças negras são vítimas de discriminação em sua vida cotidiana e afirmam que é pior neste período de São Nicolau", no início de dezembro, afirma o relatório.

Para a defensora, "Zwarte Piet" precisa "ser adaptado para que as crianças não recebam os efeitos negativos durante a festa de São Nicolau" e "se sintam seguras" nesta época do ano.

Kalverboer lembra que, segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas, "as crianças têm o direito de ser tratadas da mesma maneira e protegidas contra a discriminação".

No ano passado, o comitê da ONU para a eliminação da discriminação racial afirmou que o ajudante de São Nicolau estava "representado às vezes de uma maneira que reflete esterótipos negativos" e muitas pessoas encaram isso como "um vestígio da escravidão".

A polêmica sobre o suposto caráter racista do personagem de "Zwarte Piet" reaparece todos os anos na Holanda quando estas festas se aproximam. Os opositores desta tradição alegam que "Pedro, o Negro" lembra a época em que os holandeses exploravam os escravos, sobretudo no Suriname.

As festas de São Nicolau são uma tradição que remonta ao século XVI na Holanda, e a primeira aparição do "Zwarte Pie" é dos anos 1850.

No Brasil, as religiões de matriz africana são perseguidas desde que chegaram às terras do pau-brasil, no início do século 16. Mais de 500 anos depois, apesar de na teoria a Constituiçao Brasileira garantir que o país é um Estado laico e resguardar a liberdade de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos pela Legislação Federal, ainda há muito chão a se conquistar na prática. Visto como algo penoso pela sociedade, o sacricício de animais, para adeptos do Candomblé e de outras religiões oriundas da África, representa uma troca de energia vital com os deuses e com a natureza. 

De acordo com o último censo do IBGE, de 2010, menos de 1% da população brasileira pratica as religiões de matrizes africanas. O balanço detalha ainda que há cerca de 407 mil praticantes da umbanda, 167 mil do candomblé e cerca de 14 mil de outras religiões com diretrizes africanas. Em uma pesquisa divulgada pelo Instituto Pew Research Center, com sede nos Estados Unidos, 5,2 bilhões de pessoas, 75% da população do mundo,] vivem em locais com restrições a crenças. 

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Para o Candomblé, o sacrifício animal e a alimentação dos adeptos são pilares essenciais na perpetuação da religião. "Nós comemos diferente porque fomos escravizados e obrigados a comer coisas que não comíamos na África. Descobrimos nesses alimentos temperos e valores diferenciados, mas que tinham um grande sabor", explica Mãe Elza de Iemanjá, do terreiro Ilê Asé Egbé Awo, localizado em Salgadinho, Olinda.

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Para ela, o preconceito e a desinformação são empecilhos para o entendimento da prática da imolação dos bichos. "Somos demonizados. Isso é uma grande hipocrisia. O ato de se alimentar é uma necessidade para se manter vivo. Cada tradição e cada país come de uma maneira diferente", argumenta a religiosa.

Historicamente contestadas, as religiões afro­brasileiras têm de enfrentar combates também no campo político. Em 2015, entrou em votação o projeto de lei (PL 21/2015) da Deputada Estadual Regina Becker (PDT) do Rio Grande do Sul, que visa proibir o sacrifício de animais em rituais religiosos. Especialista no estudo das religiões afro­brasileiras, o doutorando Cauê Fraga, explica que é impossível que o culto aos orixás seja realizado sem o abate dos animais.

"O orixá não existe sem se alimentar. O sangue é o alimento mais forte, por excelência, o orixá só é assentado [quando se cria local para o culto ao orixá] através do sangue. E não existe a religião sem orixá, porque eu acredito que esses orixás não estão dispostos a deixar de comer”, diz o estudioso. Nas cerimônias de liturgia dos cultos, após alimentar o orixá, grande parte do animal sacrificado é consumida entre os presentes no culto.

Defensora animal critica "seitas africanas"

Para a a ativista da causa animal Goretti Queiroz, o sacrifício de animais em cultos religiosos deveria ser considerado crime. "Eu acho um absurdo que os animais sejam alvo de maus-tratos por parte dessas seitas africanas. Eu vejo isso como um crime. Outras religiões oferecem pra frutas e vegetais pra entidades, acho que tem que ser por esse caminho. Acredito na espiritualidade dos animais e acho inaceitável essas cerimônias, principalmente em locais públicos", explicou.

Por outro lado, o pesquisador de religião e mídia Evandro Bonfim contesta a visão da ativista. "A argumentação das entidades de proteção aos animais geralmente são fundamentadas em um evolucionismo, taxando os rituais como obscurantistas, e um universalismo, como se as relações das pessoas com os animais – e os deuses – fossem as mesmas que encontramos no capitalismo ocidental", salienta.

Ele assevera que a ideia de tornar crime o sacrifício de animais é puramente racista. "É importante perceber como velhas ideias entram novamente em pauta, cassando direitos como a liberdade religiosa de grupos secularmente perseguidos justamente por tentarem resistir ao apagamento de tudo que realizaram como povo, como é o caso das diversas etnias africanas que fazem parte da população brasileira", diz Bonfim. 

Para a Mãe Elza de Iemanjá, que é uma das organizadoras da Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, tudo não passa de hipocrisia. "Algumas pessoas dizem que fazemos um massacre animal. As mesmas compram galinha passaram dias sendo maltratadas em granjas. Ou em grandes, vivem pedindo carnes mal passadas com o sangue escorrendo", diz a religiosa.

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Ela argumenta ainda que a sociedade fecha os olhos para os verdadeiros maus-tratos dos animais em grandes abatedouros. "Quando eu crio uma galinha ou um bode, por exemplo, pra que esse animal no futuro me alimente, eu faço isso de forma muito sagrada. Ele passa anos sendo criado no ambiente que eu convivo. Não existe o massacre que tanto falam", completa.

Intolerância

A liberdade de crença é uma das garantias do Estatuto da Igualdade Racial, Lei Federal12.288/2010. Já a Lei 9.459, de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. Ninguém pode ser discriminado em razão de credo religioso. Apesar do respaldo na Lei, a realidade de quem cultua os orixás diariamente ainda é dura.  "Sempre houve uma intolerância religiosa e perseguição contra tudo que é vindo da África.  Mas nós temos o direito da crença, da nossa liberdade religiosa e o direito de comer diferente", afirma a Mãe Elza.

Entre a resistência da demonização da sociedade às práticas culturais das religiões de matriz africana, os projetos de lei que tentam criminalizar o ato e a grande cadeia de desinformação divulgada pela mídia, os terreiros ainda resistem em Pernambuco. "Bancadas de outras religiões possuem participação ativa nesses projetos. Chamamos de guerra santa contra os cultos afro-brasileiros vestidos sob a forma de demandas mais seculares, como razões sanitárias e direitos dos animais", argumenta Bonfim.

Para a Mãe Elza, a luta continua diariamente contra o preconceito e o racismo. "Ninguém resistiria a essa perseguição histórica. Nós temos uma força que eles não nos tiram, temos a natureza presente em nós", aponta. A religiosa conta que os terreiros estão sempre de portas abertas para receber novos adeptos que queiram aprender mais sobre a cultura africana e seus rituais.

Um oficial branco da polícia de Chicago acusado de assassinato em 2014, após matar a tiros um adolescente negro, não se declarou culpado nesta terça-feira.

Jason Van Dyke quer contar o seu lado sobre o que aconteceu para que ele não seja visto como "um assassino a sangue frio", disse seu advogado, Dan Herbert. Ele acrescentou que considera pedir uma mudança do local do julgamento.

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O caso está no Tribunal Penal do Condado de Cook, em Chicago, onde manifestantes organizaram passeatas protestando contra o episódio e como ele vem sendo tratado.

Van Dyke enfrenta seis acusações de assassinato em primeiro grau e uma de improbidade oficial pela morte Laquan McDonald, de 17 anos. A indignação pública foi furiosa desde a divulgação de imagens em vídeo no mês passado onde o oficial aparece atirando 16 vezes contra o jovem negro. Armado com uma faca, McDonald estava se afastando dos policiais quando Van Dyke abriu fogo.

O vídeo provocou dias de manifestações nas ruas e a renúncia forçada do superintendente da polícia Garry McCarthy, além de uma ampla investigação federal sobre direitos civis e as práticas do Departamento de Polícia. Fonte: Associated Press.

Autoridades americanas investigam as circunstâncias em que um policial matou a tiros um homem negro no estado da Flórida, um novo incidente que ocorre em meio a tensões raciais nos Estados Unidos.

O caso, que aconteceu no domingo quando o músico Corey Jones, de 31 anos, foi morto a tiros pelo policial Nouman Raja, está sendo investigado pelo xerife e o procurador de Palm Beach, segundo informou nesta quarta-feira (21) um comunicado do governador da Flórida, Rick Scott, que ofereceu a assistência do governo na investigação.

Jones voltava de um show com sua banda, na qual tocava bateria, quando seu carro sofreu um acidente em uma estrada em Palm Beach Gardes, Flórida (sudeste dos Estados Unidos). O policial Raja, que estava no mesmo local à paisana trabalhando em uma investigação, aproximou-se acreditando que o veículo havia sido abandonado.

Raja "foi subitamente confrontado por um homem armado" e, em seguida, o agente "descarregou sua arma", matando Jones, explicou Stephen Stepp, chefe da polícia de Palm Beach Gardens. As autoridades encontraram ao lado do veículo uma arma que Jones havia comprado legalmente há três dias.

"Não importa quais foram as circunstâncias, esta trágica perda de vida afeta a todos nós", disse Sepp, enviando suas condolências aos familiares de Jones. Mas a família manifestou dúvidas sobre os fatos relatados.

"Nós não sabemos quantos tiros ele levou, se recebeu tiros nas costas. Não sabemos. O que sabemos é que existem várias lojas com câmeras de vigilância nos arredores e se a polícia tem (os vídeos), deve divulgá-los", disse à CNN o advogado da família, Benjamin Crump.

O agente Raja foi posto em licença administrativa enquanto durar a investigação. Este caso ocorre após uma série de incidentes violentos envolvendo policiais americanos que ilustram o uso abusivo da força contra cidadãos negros, desencadeando uma onda de manifestações para denunciar o racismo e a brutalidade policial.

A família de um homem negro que morreu no ano passado em Nova York durante uma briga com um policial advertiu nesta terça-feira (14) que dinheiro não é justiça, depois de alcançar um acordo no valor de 5,9 milhões de dólares com a prefeitura como compensação pelo ocorrido.

Eric Garner, de 43 anos e com seis filhos, era suspeito de vender cigarros de forma clandestina, quando foi imobilizado com uma chave-de-braço ilegal por policiais brancos quando resistia à prisão em 17 de julho de 2014 em Staten Island.

"Isso não é justiça. Pedimos ao departamento de Justiça e à (procuradora-geral) Loretta Lynch que façam justiça com meu pai", disse Erica Garner, uma de suas filhas, um dia após o auditor da cidade, Scott Stringer, anunciar o acordo.

"Trataram meu marido como um animal. Acredito que precisam fazer algo acerca disso o mais rápido possível, porque estamos perdendo membros de nossas famílias", afirmou Esaw Garner, esposa da vítima.

A morte de Garner foi considerada homicídio pelos médicos forenses de Nova York, mas um grande júri decidiu não processar o oficial que realizou a imobilização, que foi amplamente difundida na internet ao ter sido filmada por um pedestre.

O incidente gerou indignação e originou várias marchas em Nova York que lembraram as de Ferguson (Missouri, sul) após a morte do jovem negro Michael Brown, também pelas mãos da polícia.

De forma paralela à investigação criminal, a família havia apresentado uma demanda na qual atribuiu a morte de Garner a "negligência, imprudência e falta de atenção" e responsabilizou oito oficiais, a cidade de Nova York e o departamento de polícia de Nova York.

A polícia de Nova York está proibida de recorrer a chaves-de-braço em suas intervenções. Garner, que era obeso e asmático e que disse várias vezes na ocasião que não conseguia respirar, perdeu a consciência e foi declarado morto depois de ter sido levado ao hospital.

Entre 200 e 300 pessoas compareceram neste sábado ao funeral do homem negro foi morto pelas costas na semana passada por um policial branco na Carolina do Sul (sudeste dos Estados Unidos), um ato filmado por um pedestre.

A cerimônia acontecia em Summerville, a 30 km de North Charleston, onde Walter Scott, de 50 anos, foi atingido por cinco tiros pelo policial Michael Slager, de 33 anos.

Além de parentes e amigos, várias personalidades estavam presentes, como o senador republicano negro pela Carolina do Sul Tim Scott.

Michael Slager justificou o ato ao afirmar que sentiu-se ameaçado pela vítima, que, segundo ele, tentava retirar seu taser (pistola elétrica).

Mas um vídeo filmado por uma pessoa que passava pelo local na terça-feira mostra Michael Slager atirando contra Walter Scott no momento em que a vítima estava correndo.

O policial, que deu oito tiros pelas costas de Scott, foi detido e acusado de assassinato após a divulgação do vídeo e expulso da polícia.

Ele pode ser condenado à pena de morte ou prisão perpétua se for considerado culpado.

O policial deteve Scott em uma blitz de trânsito de rotina. Mas a vítima, segundo imagens da câmera instalada na viatura policia, correu quando o policial voltava a seu veículo para verificar os documentos.

O advogado da família de Walter Scott afirmou que a fuga foi motivada pelo atraso no pagamento de uma pensão alimentícia, que chegava a 18.000 dólares.

Segundo o advogado, Scott passou vários períodos na prisão por este motivo.

Centenas de estudantes abandonaram suas aulas e se manifestaram em frente ao capitólio de Wisconsin (norte dos Estados Unidos), depois que um policial atirou e matou um jovem negro, alegando ter sido atacado pela vítima.

Um cartaz com a frase "As vidas dos negros importam" foi colocado em frente à sede do legislativo, enquanto os estudantes marchavam pelas ruas cantando palavras de ordem e pedindo democracia, segundo imagens postadas na rede social Twitter, usando a hashtag #Justice4Tony.

Um oficial de polícia matou com um tiro um jovem afro-americano de 19 anos que supostamente havia atacado o agente na cidade de Madison, Wisconsin, no último domingo.

O tiroteio está sendo investigado pelo Departamento de Investigações Criminais da cidade.

Uma multidão já havia se reunido na última sexta-feira em frente ao local da troca de tiros.

O crime ocorre alguns dias após o Departamento de Justiça anunciar que não processaria o policial branco que disparou contra o adolescente desarmado Michael Brown, em Ferguson, Missouri, cuja morte desencadeou uma onda de protestos em todo o país em agosto de 2014.

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