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Na tarde deste sábado (25), mulheres se uniram contra a violência sexual e pelo fim do machismo. Intitulado de Marcha das Vadias, o terceiro ano do evento levou até a Praça do Derby, na área central do Recife, pessoas de todas as idades. A concentração foi iniciada às 14h e a manifestação segue até a Praça do Diario, também no centro da cidade.
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“Não há nada melhor do que fazer esse ato em um local movimentado como a Praça do Derby. As mulheres podem chegar com a roupa que quiser nos lugares: de biquíni, de saia curta, porque não fazemos nada por obrigação”, afirma a organizadora da marcha, Késia Salgado. A expectativa da organização é que cerca de duas mil pessoas participem do ato.
Ainda segundo Késia, a participação dos homens é importante na marcha. “Eles têm mesmo que apoiar essa ideia e ser contra o machismo. Quem quiser pode vir pra cá pra se juntar conosco a essa causa”, convida. Lílian e Beatriz Rodrigues, mãe de 46 anos e filha de 18, foram juntas pela primeira vez à Marcha das Vadias. “Acho uma iniciativa bem legal e se a mulher usa roupas curtas é xingada. Para mim, roupa não define o caráter de ninguém. Eu mesma já sofri assédio verbal por causa da roupa”, relata Beatriz.
A mãe de Beatriz concorda com a filha. “Eu tenho que apoiar essa causa porque o machismo, mesmo com o passar do tempo, não muda. Toda vez ela me chama e este ano eu resolvi acompanhá-la para apoiar”, conta. A estudante Júlia Helane, de 25 anos, também aproveitou para levar a filha, de apenas 2. “Eu sei que ela não entende o que se passa aqui, mas trago para que ela cresça já lutando pelos seus direitos, de ser respeitada”, explica a mãe.
Dados – Segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI), a violência contra a mulher em Pernambuco ocupa o terceiro lugar no ranking do país. O município de Escada, na Zona da Mata do Estado é a primeira cidade do Brasil em que mais mulheres morrem em consequência da cultura machista.
O termo "Vadias" foi usado depois de uma declaração feita por um policial no Canadá, que afirmou que as mulheres evitariam estupros se não se vestissem como vadias, vagabundas. A primeira Marcha das Vadias (Slut Walk) foi realizada no dia 3 de abril de 2011, em Toronto, no Canadá, e reuniu cerca de três mil manifestantes, se espalhando pelo mundo.
"As pessoas precisam entender e conhecer essa marcha. Não adianta só esse público vir até aqui. Queremos mais. Queremos a cidade nos apoiando contra uma coisa tão forte que é a violência. Se todo mundo comparecer e se organizar, tenho certeza que a sociedade vai dar valor a Marcha das Vadias. O que não pode acontecer é que os homens usem a pouca roupa como desculpa de estuprar uma mulher", afirma uma manifestante que não quis se identificar.