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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou ao comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM) que respeite as diretrizes de atuação em reintegração de posse. O 4º BPM é acusado de cometer excesso durante uma reintegração no Sítio Jabuticabas, zona rural de São Joaquim do Monte, no Agreste de Pernambuco.

O caso específico ocorreu em janeiro deste ano. Os policiais teriam empregado máquinas pesadas para destruir moradias e lavouras dos trabalhadores rurais acampados, ação não prevista no mandado de reintegração de posse, contrariando o manual nacional. 

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Para o promotor de Justiça de Promoção da Função Social da Propriedade Rural, Edson José Guerra, o 4º BPM vem descumprimento diretrizes operacionais dentre elas o uso moderado da força, razoabilidade e proporcionalidade na atuação de cada policial militar, a fim de que as decisões judiciais sejam executadas sem violência ou arbitrariedade. O manual nacional estabelece que "o cumprimento da ordem judicial ficará limitado objetiva e subjetivamente ao que constar do respectivo mandado, não cabendo à força pública, responsável pela execução da ordem, ações como a destruição ou remoção de eventuais benfeitorias erigidas no local da desocupação. A força pública limitar-se-á a dar segurança às autoridades e demais envolvidos na operação. Se o oficial de justiça pretender realizar ação que não esteja expressamente prevista no mandado, o comandante suspenderá a operação, reportando-se imediatamente ao juízo competente”.

A deflagração da operação ainda, segundo o MPPE, se deu de modo irregular, sem dar conhecimento prévio à Promotoria de Justiça, às Comissões Estadual e Nacional de Combate à Violência no Campo, ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao Conselho Tutelar e ao Instituto de Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe).

“A ação policial extrapolou os limites da ordem judicial, destruindo bens pessoais dos acampados, a exemplo de casas de taipa, utensílios domésticos, casa de farinha, gerando prejuízos às famílias de agricultores com a destruição de seus bens e perda considerável dos valores investidos no cultivo e produção de lavouras de subsistência. É preciso considerar que, nas ocupações pacíficas de propriedades rurais improdutivas, os trabalhadores exercitam direitos de cidadania para pressionar o Estado a desenvolver as atividades de reforma agrária, como política pública de inclusão social e distribuição de renda”, alertou Edson Guerra.

Além de assegurar que as orientações dos manuais sejam seguidas, o comandante Tibério César dos Santos tem o prazo de dez dias para remeter à Promotoria de Justiça informações sobre as providências adotadas.

Com informações da assessoria

Após um dia de negociação, os membros de movimentos sociais que ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram avisados na noite dessa segunda-feira (22) pela Justiça que uma reintegração de posse deve ocorrer na manhã desta terça-feira (23). Para o Incra, os manifestantes decidiram suspender as negociações após o não cumprimento de uma das reivindicações, que não depende exclusivamente do órgão. Já os ocupantes do prédio em Brasília reclamam que nenhuma das demandas acertadas há 40 dias entre os dois lados foi cumprida.

Coordenador de comunicação da União Nacional Camponesa, Júlio César Chaves, argumenta que se o mandado de reintegração de posse for cumprido, haverá um “massacre” no local, que contém, segundo ele, cerca de 600 pessoas, “a maioria mulheres e crianças”, provenientes de 17 estados.

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“As pessoas que vieram a Brasília não vieram para brincar de acampar. Viemos por uma demanda que há muito tempo vêm prometendo e não cumprem. Viemos buscar uma resposta para o que a gente precisa. Teve uma reunião, mas não conseguimos avançar. Eles disseram que não conseguem atender à nossa demanda. No mandado está escrito que, se não abrirmos, é para quebrar a porta, então vai ter massacre porque as famílias não vão desocupar o prédio”, disse.

Incra

O ouvidor Agrário Nacional do Incra, Jorge Tadeu Jatobá, disse que, até que as pautas sejam atendidas, é necessário que os manifestantes deixem as instalações. Segundo ele, dos 12 pontos discutidos durante o dia de hoje, um foi considerado prioritário por eles: a participação do Incra no leilão de uma fazenda em Bauru (SP), na quinta-feira (25). O ouvidor disse que o Incra se comprometeu a apresentar uma proposta à Comarca de Bauru ainda nesta terça-feira (23) sobre o assunto.

“Durante todo o dia, a conversa com os líderes do movimento foi num tom bastante cordial. Eles com as reivindicações e nós com as nossas posições, num clima de bastante respeito e cordialidade. Eu não vejo porque transformar o fato da reintegração de posse, que é uma medida de praxe, que atinge a todos os movimentos sociais, num cenário de guerra. Não há discriminação quanto a este ou aquele movimento. [Não há porquê] por conta desta questão, vetar toda a pauta do movimento”, defendeu Jatobá.

Por volta das 22h30 dessa segunda, uma viatura da Polícia Militar permanecia no lado externo do prédio, distante dos manifestantes. De acordo com informações repassadas por pessoas que tiveram acesso à visita do oficial de Justiça, porém, os efetivos da PM e da Polícia Federal não vão comparecer ao local antes do dia amanhecer.

A reintegração ocorreria por volta das 12h. Em clima de aparente tranquilidade, os onze andares do prédio estão ocupados. No térreo, há cartazes pedindo Reforma Agrária. Participam da ocupação o Movimento Sem Terra Brasileiro (MSTB), a União Nacional Camponesa (UNC) e a Frente Revolucionária Mulheres de Luta (FRML).

Reivindicações

De acordo com o ouvidor do Incra, a maioria das demandas envolvem a obtenção de terras, que são os processos mais lentos do órgão, devido às inúmeras dificuldades e burocracias. “Não tem condições de dar resposta em menos de 60 dias a processos que são de uma natureza demorada”, disse. Segundo ele, após a reunião do último dia 12 de abril, que teve representantes de 15 superintendências, as unidades regionais passaram a elaborar planos de trabalho para atender às reivindicações.

Segundo os manifestantes, os movimentos não foram avisados sobre o andamento das demandas, em especial a do leilão em Bauru, que é a mais emergencial. Segundo Chaves, nenhum dos 151 itens acordados há mais de um mês, como vistoria de terras e entrega de cestas básicas, foi atendido. “Eles afirmaram que iam fazer parte desse leilão. E não fizeram. A gente ficou sabendo só hoje que eles não tinham feito a ação, porque a gente provocou. É aquela história: o [Incra] nacional jogou para [a unidade de] São Paulo e São Paulo jogou para cá. Essas famílias estão acampadas há mais de três anos na fazenda, esperando [alguma providência]”, disse.

O ouvidor explica que o Incra não conseguiu, nesse período, cumprir todos os requisitos para que a Justiça aceite a participação do órgão no leilão e informou que o superintendente regional de São Paulo, Alexandre Pereira da Silva, deve se reunir nesta terça-feira (23) com a juíza da Comarca de Bauru, para discutir o assunto.

De acordo com o representante da UNC, os movimentos podem aceitar a desocupação pacífica do prédio caso o encontro ocorra e o Incra participe do leilão. Enquanto isso, o mandado prevê o pagamento de multa a cada hora que a ação não for cumprida.

Mais expectativa e incerteza acerca do parque Mirabilandia. O empreendimento, que funciona desde 2002 na área externa do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, deve sair do tereno nos próximos dias. A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) afirmou, por meio de nota, que entrará ainda esta semana com uma ação na justiça contra o Mirabilandia Park Ltda.

O pedido é para a reintegração de posse do terreno onde atualmente funciona o parque de diversão, localizado ao lado do Centro de Convenções. De acordo com a Empetur, não foram cumpridos os acertos feitos pela empresa, o que provocou a ação jurídica. Há cinco anos que a administração do parque vem negociando com o Governo para ficar no local, mas o prazo para que o Mirabilandia desocupasse a área terminou no último sábado (1º).

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Ainda segundo a assessoria da Empetur, desta vez não houve nenhum comunicado oficial de negociação antes que o prazo limite terminasse. No acordo firmado entre ambas as partes, a empresa deveria transferir o parque de diversões para outra localidade - terreno na Mata do Ronda, em Paulista -, havendo assim a reincorporação do espaço pela Empetur. Segundo a assessoria do parque, o Mirabilandia não irá se pronunciar sobre o caso, porque ainda está em negociação com o Governo de Pernambuco

Entenda o caso 

O imbróglio vem se arrastando desde 2011, com renovações e mudanças. De acordo com a assessoria de imprensa do Mirabilândia, a direção do parque alegou, mais uma vez, que precisaria de dois anos para as obras de implantação do parque no seu terreno próprio na BR 101 Norte, em Paulista. Se continuar em funcionamento, serão viabilizados a manutenção dos atuais 200 funcionários e o cronograma da obra, com menor necessidade de financiamento bancário.

Essa solicitação já tinha sido feita em 2014, porém, o parque espera nova sensibilidade do Governo no sentido de atender o pleito, como forma de manter o parque funcionando em Pernambuco como um importante atrativo turístico. Tendo em vista esse pleito, a expectativa é que a inauguração do novo parque ocorra no meio do ano de 2019, enquanto que as atividades seriam encerradas no atual terreno seis meses antes.

Ainda de acordo com a direção do empreendimento, uma das pendências, que envolvia a autorização da Agência Estadaual de Meio Ambiente (CPRH), já foi resolvida. Em nota, a assessoria reforçou que o parque dispõe das licenças ambientais necessárias para dar andamento às obras, resultado de estudos de impacto ambiental e compromissos assumidos com a preservação da fauna e da flora do local.

Crescimento e empregabilidade

Para o novo empreendimento, além dos brinquedos do parque atual, outros equipamentos devem ser adquiridos, dentro de um processo natural de renovação e ampliação das atrações. Na estrutura atual, o parque dispõe, por exemplo, de duas montanhas russas adquiridas e ainda não montadas, à espera da implantação do parque no seu novo endereço, passando a contar com três montanhas, além de outros itens que não possui hoje, como anfiteatro, teatro fechado e área para shows.

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Segundo o planejamento, o orçamento para implantação do novo parque é de R$ 50 milhões em três etapas, gerando cerca de 300 empregos na construção e cerca de 500 empregos na operação, a partir da inauguração, devendo impactar em empregos indiretos entre fornecedores.

Mobilidade

A partir da sua inauguração, o novo parque prevê 2 mil vagas de estacionamento, com área exclusiva para ônibus de turismo e para excursões de frequentadores. Ainda conforme a assessoria de imprensa do parque, todo o sistema de acessibilidade está aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pelas Prefeituras do Recife e de Paulista, com vias exclusivas programadas e que não vão impactar no fluxo da estrada, além de linhas de ônibus que devem ser criadas.

Com colaboração de Nicole Simões

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Centenas de famílias de sem-teto protestam contra uma reintegração de posse marcada para ocorrer na manhã desta terça-feira (28) em Campinas, cidade do interior de São Paulo. A ocupação Nelson Mandela, localizada no bairro Jardim Capivari, foi formada há oito meses em uma área de 100 mil metros quadrados. A propriedade estava abandonada havia 40 anos, segundo os ocupantes.

Tropas da Polícia Militar (PM) cercam o local desde o início da manhã, enquanto parlamentares tentam negociar com advogados da ocupação e dos proprietários do terreno. As famílias cobram alternativas de moradia do poder público municipal.

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Os manifestantes dizem que cerca de 600 famílias construíram barracos no local e não têm para onde ir se o despejo for confirmado. Em nota em sua página no Facebook, a comunidade afirma que há 282 crianças, 28 gestantes e 24 idosos entre os moradores. Desde a noite passada, o grupo permanece em vigília e promete resistir à intervenção policial, autorizada pela Justiça desde a semana passada.

Os estudantes que estão ocupando as escolas contra a reforma do Ensino Médio, a Escola sem Partido, e a PEC do Teto dos Gastos, tem até a noite desta terça-feira (13) para se pronunciarem à Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco e desocupar, em um acordo pacífico, as 10 instituições de ensino estadual. Caso, isso não venha ocorrer o Estado irá pedir a reintegração de posse. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (12) durante a quinta reunião com os manifestantes, intermediada pela promotora em educação, Eleonora Rodrigues.

Sete escolas que estão ocupadas são exclusivamente ao ensino médio e três possuem turmas do ensino fundamental. De acordo com a Secretaria, um novo calendário será definido para repor as aulas perdidas no mês de dezembro ou janeiro do próximo ano, visto que o ano letivo acaba na quarta-feira (21). Os estudantes podem passar parte das férias de janeiro terminando o ano letivo ou terem o início das atividades do calendário de 2017 adiadas.

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Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco disse que não irá divulgar o número das escolas que irão entrar em contato para realizar os acordos e a desocupação pacífica. 

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Com prazo para reintegração de posse estabelecido pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE tendo se encerrado na tarde desta terça-feira (6), o reitor e seis estudantes do movimento de ocupação da instituição estiveram reunidos para uma negociação quanto a permanência dos protestos que estão sendo realizados em 10 prédios do campus da cidade universitária. A conversa teve como intuito retomar as funcionalidades em dois prédios específicos, o Centro de Artes e Comunicação (CAC) e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Com o andamento das negociações avaliado como positivo, ficou estabelecido que a universidade irá esperar até a sexta-feira (9) para um novo posicionamento.

De acordo com nota divulgada pela instituição, até a nova data não será feita nenhuma ação judicial com o intuito de desocupar os prédios da UFPE. Às 10h da sexta-feira (9) haverá uma nova reunião entre reitoria e estudantes para que seja informada sobre a volta das atividades dos dois prédios ocupados, de acordo com demandas que devem ser apresentadas ainda nesta quarta-feira (7) pela direção dos dois centros. Caso haja essa flexibilização no movimento não haverá mais o pedido de reintegração de posse. 

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Segundo o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, em comunicado divulgado no site oficial da universidade, a negociação com estudantes teve um diálogo produtivo. “A participação de seis estudantes das ocupações nessa reunião foi fundamental para termos avançado no diálogo”, declarou. O LeiaJá não conseguiu contato com os estudantes.

Confira a nota na íntegra:

"A Reitoria da UFPE considera que houve um avanço significativo nas negociações com os estudantes para garantir o acesso e o consequente funcionamento de setores das unidades acadêmicas ocupadas, após a reunião realizada no final da tarde de hoje (6) no Gabinete do reitor Anísio Brasileiro. “A participação de seis estudantes das ocupações nessa reunião foi essencial para termos avançado no diálogo”, avaliou o reitor.

Ao iniciar a reunião, a comissão de negociação informou que, das dez unidades ocupadas, em oito os estudantes já estão exercendo seu direito de protesto e, ao mesmo tempo, permitindo a funcionalidade dos prédios, conforme protocolo assinado no Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco. A negociação, então, ficou focada no Centro de Artes e Comunicação (CAC) e no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).

Ao final, ficou acordado que os estudantes irão na sexta-feira (9), às 10h, informar à Reitoria, em nova reunião, se a funcionalidade do CAC e do CFCH ficará garantida a partir daquele momento, de acordo com demandas que serão apresentadas amanhã (7) pela direção dos dois centros. Diante disso, a Reitoria decidiu que não ingressará com o pedido de reintegração de posse na Justiça até concluir a negociação com os estudantes na sexta.

A reunião de hoje teve a participação de representantes da Procuradoria Regional Federal (PRF), do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União (DPU), da Frente Brasil dos Juristas para Democracia, de pró-reitores e diretores de centro acadêmicos."

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A reintegração de posse em um terreno de 1,98 milhão de metros quadrados na zona leste da capital paulista segue tensa desde às 6h desta terça-feira (8). Após a Polícia Militar ter atirado bombas de gás e spray de pimenta contra as famílias, focos de incêndio foram provocados pelos moradores. Ao menos 500 pessoas terão de deixar suas casas, calculam oficiais de Justiça.

O local, ocupado há 2 anos, é de propriedade da construtora Savoy, que pretende erguer ali um condomínio. A área, localizada rua José de Costa Andrade, número 35, é bastante arborizada e tem vegetação nativa, com difícil acesso. Jornalistas foram impedidos pela PM de acompanhar a remoção.

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Luís Eduardo Ferreira de Melo, 28 anos, feirante, tem três filhos. Ele tentava salvar os poucos pertences que tem, como televisão, geladeira e fogão. “Estou com a minha perua tentando tirar, mas eles não deixam entrar. Falaram para eu esperar e tirar no final. Mas se eu esperar não vai sobrar nada”, lamentou.

A esposa de Luís, Maria, disse que a casa de aluguel onde a família morava anteriormente tinha pegado fogo por problema na fiação. “A gente não tinha recurso, dinheiro, comecei a morar aqui. Mas agora sou obrigada a sair. Não tenho para onde ir”, disse ela. A família estava na ocupação há 7 meses.

Maria Aparecida da Silva, 33 anos, chegou com o marido e cinco filhos há 20 dias de Juazeiro do Norte, no Ceará. A família tentava retirar os pertences, como fogão, cama das crianças, roupas, documentos.

“Na hora que a gente foi retirar, tacaram bomba de gás. A gente correu com as crianças, eles estavam chorando, com olho ardendo”, disse ela. “Viemos [para São Paulo] tentar a vida, mas não deu. Nós vamos seguir em frente. Não pode desistir. Vamos ficar na rua com essas crianças todas”, completa Francisco Alves Bezerra, de 47 anos.

A Agência Brasil entrou em contato com a secretaria municipal da Habitação, que ainda não se pronunciou.

A reintegração de posse do Cine Marrocos, na região central de São Paulo, que estava marcada para ocorrer neste sábado, dia 17, foi adiada para outubro pela Justiça, após pedido feito pela Prefeitura, proprietária do imóvel.

O espaço era ocupado por cerca de 300 famílias, mas, conforme mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira, 16, cerca de 70 se recusavam a deixar o local. A Prefeitura alegou que, com a greve dos bancos, os sem-teto não conseguiram sacar o auxílio-aluguel e isso dificultaria a saída do imóvel.

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A reintegração foi determinada no fim de agosto pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da capital. A primeira ordem para desocupar o prédio, que deveria ter sido cumprida no começo do mês passado, foi suspensa a pedido da Prefeitura porque os ocupantes do edifício ainda não tinham assistência social. O prédio será reformado para abrigar a sede da Secretaria Municipal de Educação.

No local ainda há muitos idosos, mulheres e crianças brasileiros e estrangeiros. Segundo a Missão Paz, organização da Igreja Católica que mantém a Pastoral dos Migrantes, o prédio chegou a abrigar 253 imigrantes e refugiados de 25 nacionalidades que vieram para São Paulo nos últimos três anos.

Quem já saiu foi para casa de parentes, abrigos oferecidos pela Prefeitura, outras ocupações de prédios na região ou foi morar na rua. Muitos dos ocupantes saíram temendo confronto violento com a polícia na reintegração.

Até o mês passado, a liderança da ocupação era do Movimento Sem-Teto de São Paulo (MSTS), cujos organizadores foram presos em uma operação contra o tráfico de drogas na Cracolândia. Cada família pagava entre R$ 200 e R$ 400 por mês, dependendo das instalações ocupadas, para custear as contas de água, luz e a limpeza do prédio.

O ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi preso no fim da manhã desta segunda-feira (25) durante a reintegração de posse da ocupação Terra Pelada, no Jardim Raposo Tavares, zona oeste da cidade de São Paulo. De acordo com publicação feita pela assessoria de imprensa dele no Facebook, a detenção aconteceu após o petista protestar contra a reintegração. 

Segundo a Polícia Militar, ele foi detido por querer interferir na ação judicial. O petista chegou a se deitar na rua para impedir a reintegração e chegou a ser carregado nos braços pelos policiais. 

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Segundo informações da Agência Brasil, as famílias que residem no local entraram em confronto com a Polícia Militar, soltaram rojões e jogaram pedras nos militares da Tropa de Choque, que revidou com bombas de efeito moral.

Os moradores protestam desde o início da madrugada. Eles fizeram barricadas, atearam fogo a pneus e tentaram queimar um ônibus. A área pertence à prefeitura de São Paulo. Segundo decisão da Justiça, emitida pela 9ª Câmara de Direito Público, o local apresenta alto risco de deslizamento, por ser região de encostas.

Veja o momento da prisão:

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A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros acompanham uma reintegração de posse realizada nesta quinta-feira (26) em terreno ao lado da BR-101 Sul, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife.  Não há registro de resistência da população.

Segundo o Corpo de Bombeiros, populares invadiram um terreno particular ao lado da Empresa KarneKeijo. Desde as 6h, as equipes fazem a desapropriação do local. Ainda não há previsão de término. 

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O juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da Central de Mandados do Fórum Hely Lopes Meirelles, determinou que a reintegração de posse do Centro Paula Souza (CPS), órgão responsável por administrar o ensino técnico em São Paulo, seja cumprida amanhã (4). A ordem de reintegração foi expedida no último domingo (1º) pelo juiz Fernão Borba Franco, da 14ª Vara da Fazenda Pública.

A reintegração foi autorizada depois que uma audiência de conciliação entre estudantes, Ministério Público, Defensoria Pública e representantes do governo de São Paulo terminou sem acordo.

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Para que a reintegração de posse seja cumprida, no entanto, o juiz estabeleceu cinco regras, que devem ser respeitadas integralmente durante a desocupação. Pires proibiu, por exemplo, que a Polícia Militar utilize armas, letais ou não, inclusive cassetetes e balas de borracha ou gás de pimenta; e exigiu que o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, esteja presente na ação.

Além disso, Pires determinou que um oficial de Justiça e um representante do Conselho Tutelar acompanhem a reintegração e que uma cópia da decisão da 14ª Vara seja apresentada.

De acordo com a decisão judicial desta quarta-feira, os estudantes terão o prazo até as 7h de amanhã (5) para deliberar se desocuparão o prédio de forma pacífica. Caso decidam sair voluntariamente, terão até as 9h para deixar o local. No entanto, se decidirem permanecer, a PM está autorizada a cumprir o mandado de reintegração de posse a partir das 10h.

Se às 10h alguma das cinco regras estabelecidas pelo juiz não puder ser cumprida, como por exemplo, se o secretário não puder comparecer ao local, a ação fica suspensa e deve ser retomada às 14h. Caso todas as regras não possam ser observadas no novo horário, o pedido de reintegração voltará para o Tribunal de Justiça para nova deliberação.

Mobilização mantida

Na saída da audiência de hoje, os alunos não falaram com jornalistas, mas apresentaram um jogral em que anunciaram que a mobilização será mantida.

“O governo continuará deixando os estudantes da rede pública passando fome. Todas as propostas de conciliação mantinham a nossa fome. Portanto, não houve acordo. A reintegração de posse continua [marcada] para amanhã, às 10h. Mas conseguimos que a polícia não fosse utilizar nenhum tipo de armamento. Nossa luta pela merenda não acabará depois da desocupação de amanhã. Ela continuará firme e forte até o último estudante ter o direito de se alimentar dignamente na escola”, cantaram os estudantes, ressaltando que farão novas ocupações e manifestações.

“É um direito deles continuarem mobilizados. Mas abrimos espaço para negociação. O secretário de Desenvolvimento Econômico irá recebê-los amanhã, às 10h, na secretaria, para iniciar a negociação”, disse o chefe de gabinete do CPS, Luis Carlos Quadrelli, no fim da reunião.

A ocupação

O Centro Paula Souza foi ocupado na última quinta-feira (28). No domingo, a Justiça paulista determinou a reintegração de posse do prédio. No entanto, apesar da decisão do juiz da 14ª Vara ter sido favorável ao pedido de reintegração de posse do governo, o processo ainda não tinha chegado ao juiz da execução de mandados quando a Polícia Militar decidiu executar a reintegração. A ação foi considerada ilegal e suspensa pela Justiça, que marcou a tentativa de conciliação para hoje.

Os estudantes protestam contra cortes na merenda e denúncias de corrupção nos contratos de alimentação escolar.

Nessa terça-feira (12), moradores da comunidade Zona 06, no Loteamento Nova Morada, na Zona Oeste do Recife, acordaram tensos com a presença da Polícia Federal na localidade. Os agentes foram cumprir um mandato de reintegração de posse em imóveis em construção e estabelecimentos comerciais. 

Nas redes sociais, algumas pessoas divulgavam a possibilidade da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), proprietária do terreno, derrubar as casas dos moradores. Mais de 200 famílias vivem no local.

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Segundo a advogada da comunidade, Maria José do Amaral, houve uma má interpretação das informações. O fato é que o terreno é habitado desde a década de 50, por funcionários da própria UFRPE, que começaram a morar na área para cuidar dos animais criados na universidade. Só em 2015, o processo de discussão entre UFRPE e moradores, muitos deles descendentes dos primeiros moradores, começou, após o Tribunal de Contas da União alertar que a Rural não vinha zelando a área.

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“A Rural entra com o pedido de reintegração de posse e o juiz Roberto Wanderley Nogueira intima as partes para uma audiência”, lembra Maria José. Na primeira audiência, ocorrida em setembro de 2015, construiu-se o acordo de que as pessoas que já moravam no local poderiam permanecer por mais dois anos, até que a advogada e a Rural procurassem saídas para assentar as pessoas no próprio terreno. Comércios foram proibidos, já que ocupavam uma área de possíveis habitações. 

Em dezembro, entretanto, a Justiça recebeu informações de que a comunidade Zona 06 havia aumentando consideravelmente o número de moradias. O juiz, então, pediu reintegração imediata. “Entramos com um recurso no Tribunal Regional Federal (TRF) com base no precedente do Superior Tribunal de Justiça que diz que onde tiver vida humana protege-se primeiro a vida humana e depois o patrimônio”, resume a advogada. A apelação ainda não foi julgada, mas conversas com o procurador da UFRPE adiaram a tragédia. Nessa terça-feira, a Polícia Federal demoliu apenas os imóveis que estavam sendo levantados e fecharam uma serralharia e uma fábrica de laje que funcionavam no local e interditaram plantações de cana.

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, suspendeu na quarta-feira (13) a ordem de reintegração de posse da área conhecida como Vila Soma, em Sumaré (SP). O terreno de 100 hectares é privado e foi ocupado em 2012 por famílias sem teto, que construíram no local barracos de alvenaria e improvisaram abastecimento de água e energia.

Atualmente moram mais de 10 mil pessoas no local. A reintegração de posse estava marcada para o próximo domingo, dia 17, segundo uma determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Na decisão, Lewandowski considerou que a ação poderia gerar conflitos como o ocorrido em 2012 na desocupação da área do Pinheirinho, em São José dos Campos.

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"Sem a apresentação dos meios para a efetivação da remoção (como caminhões e depósitos), sem qualquer indicação de como será realizado o reassentamento das famílias, e tendo em conta o risco considerável de conflitos sociais, entendo que o imediato cumprimento da decisão poderá catalisar conflitos latentes, ensejando violações aos fundamentais daqueles atingidos por ela", argumentou, ao conceder a suspensão como medida liminar (imediata).

A ação cautelar foi ajuizada pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que apontou no pedido apresentado ao Supremo o risco de conflitos caso a medida de reintegração fosse mantida. "Não se pode deixar de considerar que, em casos de remoção forçada de pessoas, o Brasil coleciona uma série de situações envolvendo violação sistemática de direitos humanos."

O terreno ocupado pertence à massa falida da empresa Soma Equipamentos Industriais S/A e à Melhoramentos Agrícola Vifer Ltd. As famílias disputam na Justiça o direito de permanecer no local desde 2012. Ao longo de todo o ano passado, os moradores organizaram passeatas para tentar reverter a decisão do TJ-SP que obrigava sua saída do local. O último protesto aconteceu na semana passada.

Os moradores da comunidade V8, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), estão deixando o local na manhã desta quarta-feira (25). Agentes da Polícia Militar (PM), incluindo o Batalhão de Choque, acompanham a saída do grupo. 

Os despejados chegaram a realizar um protesto na terça-feira (25) contra a ordem de despejo. Eles reclamam que já viviam no local há 40 anos e estavam saindo sem direito algum. Ainda na terça-feira, eles se reuniram com representantes da Prefeitura de Olinda. “Não resolveram nada, continuamos saindo daqui sem direitos”, acusa a moradora Marina Marques.

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Segundo Marina, muitas famílias estão desesperadas, arrumando casa de familiares e conhecidos para morar. Eles pretendem sair de forma pacífica. “Não vamos medir força com o Choque”, conclui Marina.

*Com informações de Felipe Mendes

Moradores da comunidade do V8, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), protestam contra uma ordem de despejo na manhã desta terça-feira (24). Após interditar uma via no bairro do Varadouro, a comunidade segue para a prefeitura do município.

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Segundo os manifestantes, há uma ordem de despejo a ser cumprido na manhã da quarta-feira (25). “A gente está querendo casa. São 40 anos morando na favela do V8, não são 40 dias não. Vamos sair sem direito a nada?”, questiona a moradora Marina Marques.

Através de nota, a Prefeitura de Olinda se posicionou sobre a mobilização. Confira:

Existe um projeto de urbanização integrada em uma área no local para a construção de uma creche com capacidade para atender 188 crianças, e um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Essas unidades irão beneficiar os moradores da própria comunidade;

O terreno vinha sofrendo ocupação irregular, já foi desocupado anteriormente, e a reintegração de posse será realizada para o início das obras;

Dos 04 processos judiciais em curso para a reintegração de posse, a prefeitura irá cumprir 02 esta semana;

Os 02 processos judiciais prevêem a desocupação de 22 famílias;

As famílias que tiverem perfil sócio-econômico (renda de ¼ do salário mínimo per capta) irão ser incluídas no “aluguel social” no valor de R$130,00;

Famílias ocupantes do terreno que não tiverem local para ir, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos oferece a Casa da República, que fica localizada no bairro de Jardim Atlântico;

A equipe da prefeitura está, nesse momento, em reunião com os ocupantes do terreno. 

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Ao chegar no sexto dia da ocupação de estudantes na reitoria da Universidade Federal de Pernambuco, o reitor e o vice-reitor da instituição, Anísio Brasileiro e Silvio Romero Marques, divulgaram nesta quarta-feira (7) uma carta aberta à sociedade, na qual expõem algumas considerações sobre a situação. 

Para a gestão da UFPE, a iniciativa de rever o Estatuto foi fruto da própria gestão, sendo obrigatória passar a proposta do documento pelo conselho universitário. Na concepção da instituição, as revindicações de movimentos sociais e sociedade civil são legítimas, porém a ocupação do prédio “é uma ação contrária à democracia, na medida em que implica no desrespeito aos procedimentos acordados e à pluralidade do pensamento”. 

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Os estudantes permanecem acampados em frente ao prédio do local, mesmo após a Justiça Federal expedir um mandado de reintegração de posse, no último sábado. A assessoria da Polícia Federal chegou a confirmar que uma ação de reintegração está sendo planejada, mas não deu detalhes da operação. Confira, abaixo, a carta da gestão da UFPE na íntegra. 

Carta aberta à sociedade

Prezados estudantes, servidores técnico-administrativos e professores,

Como é do conhecimento de todos, desde a última sexta-feira, 2 de outubro, o prédio da Reitoria foi ocupado por um grupo que alega defender a aprovação, sem discussão por parte do Conselho Universitário, da proposta de novo Estatuto para a UFPE.

Diante desse quadro, pedimos a atenção de todos para alguns aspectos importantes:

1.  Foi a nossa gestão que tomou a iniciativa histórica de rever o Estatuto da UFPE, assumindo a responsabilidade de tornar esse documento compatível com as mudanças ocorridas no mundo, no Brasil e na própria instituição. Esse gesto é fruto da vontade política e do sentido de responsabilidade que orienta a nossa gestão. Seria um paradoxo que aqueles que deflagraram tal iniciativa fossem imobilistas ou conservadores.

2.  A ocupação do prédio da Reitoria da UFPE é uma ação contrária à democracia, na medida em que implica no desrespeito aos procedimentos acordados e à pluralidade do pensamento. Ela prejudica a instituição, causando prejuízos à UFPE e à sociedade. O movimento de ocupação do prédio da Reitoria é claramente político e visa tão somente desestabilizar a administração.

3.  Toda a regulamentação vigente é explícita quanto a legitimidade e obrigatoriedade da proposta de Estatuto passar pelo Conselho universitário. Um regimento não pode se sobrepor a um Estatuto, que por sua vez não pode se sobrepor a um quadro legal vigente em uma democracia.

4.  São legítimas as reivindicações dirigidas à UFPE por movimentos sociais e pela sociedade civil. No entanto, é crucial lembrar que não vivemos num regime de exceção e que os gestores públicos tem o dever de zelar pela observância das leis.

5.  O processo Estatuinte foi deflagrado a partir do posicionamento do Conselho Universitário, que estabeleceu os marcos que permitiram a construção da proposta do novo Estatuto. O Conselho Universitário é o fórum legítimo, formado por representantes de docentes, estudantes e técnicos administrativos, onde será possível inclusive encontrar formas inovadoras de representação. É imprescindível buscar não somente maior equilíbrio na participação de docentes, discentes e técnicos, mas contemplar igualmente outras demandas que emergem na sociedade – como as de gênero, por exemplo.

É nessa direção que pedimos a todos os que fazem e apoiam a UFPE que o bom senso prevaleça. Só assim a nossa instituição poderá seguir na sua missão de contribuir para a democracia, o desenvolvimento do Brasil e melhoria das condições de vida do povo brasileiro. 

Anísio Brasileiro
Silvio Romero Marques

Recife, 7 de outubro de 2015

Homens da Tropa de Choque da Polícia Militar fazem na manhã desta quinta-feira (11) a reintegração de posse de um terreno particular na Avenida Coronel Euclides Machado, no Limão, bairro da zona norte de São Paulo. De acordo com a PM, a área era ocupada por cerca de 100 famílias e a maioria delas deixou o local no dia anterior. Mas alguns membros das 20 famílias que decidiram permanecer no local atearam fogo em barracos, em protesto contra a ação.

Mesmo com o incêndio, a Polícia Militar afirmou que a operação ocorria de forma pacífica. Devido ao tempo seco e à proximidade dos barracos de madeira, as chamas se espalharam rapidamente. O Corpo de Bombeiros foi enviado para o local para combater o incêndio. Não há informação de feridos. Apesar de o terreno ficar próximo da Marginal Tiete, a operação da PM não prejudica o tráfego na via.

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A Justiça Federal de Pernambuco (JFPE), determinou que na manhã desta quinta-feira (28), fosse reintegrada a posse do terreno situado no entorno do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freire, denominado pelos ocupantes de "Comunidade Cacique Chicão". A área engloba o entorno da pista de pouso das aeronaves e, de acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a desocupação deveria ser imediata, pois trata-se da faixa de segurança aérea. A decisão dada pelo juízo da 12ª Vara Federal no último dia 13 de maio.

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Desde 5h30, cerca de 350 policiais militares, inclusive o Batalhão de Choque, e 32 policiais federais, participaram da operação. Segundo a Polícia Militar, foram desocupados 175 imóveis, totalizando cerca de 400 pessoas. Durante a reapropriação houve confronto entre as famílias e os PMs, sendo usados tiros de balas de borracha e gás de pimenta. 

A doméstica Cláudia Balbino da Silva, 40, morava com o esposo e quatro filhos em um barraco na comunidade há dois anos. Segundo ela, os moradores não estavam esperando a ação policial de reintegração. “Essa foi uma ação covarde da Justiça porque ninguém sabe de nada, nem a advogada da comunidade sabia". A mulher, inclusive, não sabe onde vai morar. “Eu trabalho em casa de família e meu marido puxa carroça. Nossa renda mensal é de 400 reais”, contou.

Já Maria Jaciada Ribeiro da Silva, disse que a comunidade já foi cadastrada pela Prefeitura do Recife e a ação de desocupação não deveria ter sido feita. “Nós estávamos zelados pela Prefeitura. Tinha ficado acertado que nós teríamos tempo indeterminado para sair daqui”, afirmou. 

A monitora de classes Maria Jaciara, 36, foi uma das pessoas que sofreu com a ação policial."Eu estava saindo de casa com meus dois filhos por causa do cheiro forte do gás de pimenta e leivei um tiro de bala de borracha no ombro direito. Ia pegar no meu rosto, mas como eu virei foi no braço. Eu achei que ele ia cair", disse.

Segundo o chefe de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, a área é de risco para a comunidade e precisou ser desocupada. “Nós sabemos que eles não têm para onde ir, mas estamos aqui para cumprir uma determinação judicial e que seja feita de forma tranquila”, explicou. 

A Polícia Militar, por meio do assessor de comunicação, major Júlio Aragão, disse que a ação física foi necessária. "Após a fase de negociação, alguns moradores não acataram a decisão e foi requisitada ação policial. O ato ocorreu de forma moderada e legal. Houve feridos, mas foram os que se colocaram na linha do tiro", afirmou.

Resistência - Os moradores da comunidade Cacique Chicão ainda resistem à desocupação do local. Segundo o coordenador do movimento Luta Popular pela Moradia, Inaldo Monteiro, não há dúvida que a comunidade será reconstruída. "É saindo e entrando aqui novamente. Nós vamos resistir", afirmou.

Justiça - Segundo a JFPE, antes da decisão, duas audiências conciliatórias já haviam acontecido, com a presença dos autores da ação judicial (União Federal e Infraero) e de membros da comunidade. Participaram também representantes do Ministério Público Federal (MPF), Superintendência do Patrimônio da União (SPU), Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), Companhia Estadual de Habitação e Obras - CEHAB (vinculada ao Governo do Estado), II Comando Aéreo Regional, Superintendência da Polícia Federal e membros da Comissão Intersetorial de Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos (CIMCFurb), instituída pela Presidência da República. No entanto, as entidades concluíram não possuir recursos e meios para arcar com a remoção das famílias para outra localidade ou auxílio enquanto a decisão habitacional não se definia. 

Além disso, a Infraero, através de sua Gerência de Segurança, durante os salientou durante os julgamentos que, em razão de a ocupação não possuir tratamento sanitário, existe o risco decorrente da fauna (pássaros, em especial), que pode prejudicar o tráfego das aeronaves.

A juíza federal Joana Carolina Lins já havia determinado o cadastro dessas famílias pela Prefeitura do Recife que constatou haver 143 imóveis no local e 57 deles ocupado por apenas um morador. Essas pessoas foram inscritas em programa habitacional da PCR e do Governo do Estado

Incêndios – Outra preocupação é o fato da possibilidade de incêndios, visto que já ocorreram dois casos, um no dia 06 de abril e outro no fim de semana entre 16 e 17 de maio deste ano. As chamas, nas duas ocasiões, foram debeladas pela brigada de incêndio da própria Infraero.

Com colaboração de Camilla de Assis e informações de Jorge Cosme

 

O juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 5ª vara cível do Fórum Central da Comarca de São Paulo, negou nesta terça-feira pedido de suspensão da reintegração de posse do terreno de 23,7 mil metros quadrados conhecido como Parque Augusta, na região central de São Paulo.

Ativistas estão acampados no local desde 17 de janeiro - e prometem uma "resistência pacífica". A reintegração de posse, garantida pelo Poder Judiciário, está marcada para acontecer amanhã pela manhã, com força policial. O terreno pertence às construtoras Cyrela e Setin, que pretender erguer no local um conjunto de edifícios. O pedido de suspensão havia sido protocolado na tarde de hoje pela Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc).

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A Polícia Militar cumpre duas reintegrações de posse em prédios ocupados da capital paulista nesta quinta-feira (4). Por causa da desocupação dos imóveis, a Rua 24 de Maio, na região central, e a Avenida Celso Garcia, na zona leste, estão bloqueadas desde início desta manhã.

No centro, o prédio, que fica entre a Praça da República e o Theatro Municipal, estava ocupado por cerca de 97 famílias, quase 400 pessoas ao todo, segundo informa a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os moradores fazem parte do Movimento de Luta por Moradia no Centro (MLMC) e da Frente de Luta por Moradia (FLM).

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A partir das 6h, a Rua 24 de Maio foi interditada nos dois sentidos, na altura do número 230, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Até o momento, a reintegração segue pacífica, afirma a Polícia Militar.

Já a Avenida Celso Garcia, na zona leste, tem a faixa direita bloqueada no sentido bairro desde as 5 horas, segundo informações da CET. De acordo com a SSP, no edifício de seis andares, localizado na região do Belém, moravam cerca de 600 pessoas. O grupo é ligado ao Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM). A reintegração também segue pacífica.

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