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O Brasil testemunhará, nos próximos meses, uma queda de braço entre gigantes que prestam serviços relacionados à internet no país. De um lado, as chamadas big techs, grandes empresas de tecnologia e inovação que desenvolvem bens e oferecem serviços por meio da rede mundial de computadores. Do outro, as empresas de telecomunicações (teles), que fornecem toda a infraestrutura de internet para os lucros das big techs.

O centro da disputa tem dois nomes, mas é uma coisa apenas. As empresas provedoras de internet o chamam de fair share (divisão justa, em português). Já as big techs o chamam de network fee (taxa de rede). Ambos termos se referem à proposta apresentada pelas teles, de dividir os custos de manutenção da infraestrutura necessária à prestação do serviço de internet com as big techs, provedoras de boa parte do conteúdo que circula por essa infraestrutura.

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Conexis

Representante do setor de telecomunicações e de conectividade, a Conexis Brasil Digital (antiga SindiTelebrasil) defende que os as big techs provedoras de conteúdo digital “também remunerem o uso massivo das redes de telecomunicações, para assegurar o crescimento do ecossistema da conectividade como um todo”.

De acordo com a Conexis, as big techs são responsáveis por mais de 82% do tráfego total nas redes móveis, sem que façam qualquer contribuição para melhorar a qualidade das redes. “Para o setor de telecomunicações, é essencial que se estabeleça a obrigatoriedade de uma justa contribuição dos provedores de conteúdo digital pelo uso das redes das empresas detentoras dessas infraestruturas de telecomunicações”, informou à Agência Brasil a entidade.

Ainda segundo a Conexis, o crescimento do uso das redes tem se mostrado “um desafio para os investimentos das operadoras”, e isso gera um aumento nos custos inversamente proporcional ao valor cobrado dos usuários.

“Enquanto o tráfego de internet no Brasil cresceu 62,7% na última década e, em cinco anos, a demanda por investimento nas redes subiu 50%, nos últimos cinco anos houve uma queda real de 9% nas receitas de telecomunicações, fruto de um mercado competitivo onde o preço acaba sendo um diferencial para a conquista dos clientes”, complementou.

A Conexis acrescenta que muitos dos serviços oferecidos pelos provedores de internet tiveram uma “rápida evolução”, e que isso acabou por criar um ambiente de concorrência desequilibrada entre as big techs e as empresas de telecomunicações, uma vez que estas precisam manter a infraestrutura com “massivo investimento”, enquanto as big techs, que são as grandes usuárias, não pagam pelo uso destas redes.

AIA

Diante dessa situação e da possibilidade de serem taxadas pelo uso da infraestrutura das operadoras de internet, gigantes das big techs (como Google, Meta, Netflix, Kwai, Mercado Livre e Amazon, bem como associações de emissoras de rádio e televisão, de empresas de inteligência artificial, de softwares e de telemedicina, entre outras) se juntaram e criaram uma entidade com o propósito único de evitar a nova taxa sugerida pelas empresas operadoras de telecomunicações: a Aliança pela Internet Aberta (AIA).

Para o cargo de presidente, a AIA escalou o ex-deputado pelo PSB do Rio de Janeiro Alexandre Molon, que tem feito o papel de porta-voz da entidade.

Durante o lançamento da Aliança, Molon disse que “o debate está invertido”, uma vez que as pessoas pagam pelo acesso à internet para ter acesso aos conteúdos ali disponibilizados. “Isso, portanto, não é problema, mas a razão de existência da internet”, argumentou.

Molon acrescenta que a infraestrutura usada para viabilizar o serviço de internet não é custeada pelas empresas de telecomunicações, e sim pelos consumidores que já pagam pelo serviço.

A Aliança defende mais transparência, por parte das teles, no sentido de identificar o real custo dessa infraestrutura para, a partir dele, ampliar o debate sobre o assunto. “Quanto se gasta para manter essa infraestrutura? As telecons precisam apresentar os dados de custos e gastos para manutenção dessa infraestrutura. Ao que parece, os números são muito positivos. É preciso identificar o real custo e debater em cima dele”, questionou.

Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que pretende, no início de 2024, promover uma série de debates sobre a cobrança da nova taxa.

“A complexidade do tema nos leva a fazer uma tomada de subsídios. Nesse sentido, está prevista uma audiência sobre o tema em janeiro. Faremos análises de impacto para então encaminharmos visando à construção de propostas”, disse o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, durante a cerimônia de lançamento da AIA.

“Faremos primeiro uma tomada de subsídios para identificação de problemas e, na sequência, a consulta pública”, acrescentou.

Impactos

Para Alessandro Molon, a taxa sugerida pelas teles pode impactar negativamente e de forma transversal os serviços de diversos setores, além de prejudicar a concorrência. Pode também afetar o acesso de usuários de regiões que não são atendidas pelos grandes provedores de internet – motivo pelo qual sua entidade conta com a participação de pequenos provedores de internet.

“Terá reflexos também no futuro da inclusão digital e na transformação digital no Brasil, bem como nos investimentos em inovação; na telemedicina e na saúde digital; nas startups; nas empresas nacionais de inteligência artificial; na cultura e no entretenimento”, complementou.

Gerente médico do Centro de Telemedicina do Einstein, Carlos Pedrotti explica que o setor de saúde usa cada vez mais a rede mundial de computadores para gerar, transmitir e armazenar dados. “É um serviço cada vez mais complexo. Na última década, a geração de dados tem crescido 36% ao ano. Há exames com mais de 20 mil imagens com resolução em 3D. Falamos de algo na ordem de terabytes para apenas um exame”, disse.

Segundo Pedrotti, a previsão é que, até 2028, de 10% a 30% dos dados que circularão pela internet estejam relacionados ao setor de saúde. “São números que aumentarão exponencialmente. Para otimizar custos, enviamos esses dados às nuvens”, acrescentou.

Inteligência artificial

Outro setor que deverá usar cada vez mais a internet para a prestação de serviços é o da inteligência artificial. “Ainda não é possível prevermos o quanto, mas a geração de conteúdo dos próximos anos será absurda. A inteligência artificial se baseia em uma imensa quantidade de dados, para trabalhar em cima deles, identificando modelos e padrões para as mais diversas áreas”, explica o presidente da Associação Brasileira de Inteligência Artificial, Valter Wolf.

A necessidade de garantir a segurança para transmissão e armazenamento dessa grande quantidade de dados tem levado diversas big techs a investir também em infraestrutura para armazenamento e transmissão de dados, sem a necessidade de uma nova taxa.

Molon, da AIA, diz que há casos de empresas que montaram estruturas próprias, “inclusive com a instalação de cabos submarinos, construção de data centers e CDNs [redes de entrega de conteúdo; servidores interconectados que aceleram o carregamento de um site]”.

 

As maiores operadoras do País - Vivo, Claro e TIM - estão reavaliando a oferta de pacotes de internet móvel com o uso liberado (sem cobrança de tráfego de dados) de certos aplicativos, como WhatsApp, Twitter e YouTube, entre outros.

Essa estratégia comercial (chamada pelo jargão de zero rating) avançou ao longo dos últimos anos, como uma isca para atrair clientes entusiastas de redes sociais, vídeo e música. A iniciativa, porém, se transformou em um problema para as teles.

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A quantidade de dados que esses aplicativos movimentam deu um salto com a popularização do 4G e tende a aumentar ainda mais com o 5G. Por sua vez, as operadoras buscam maximizar o faturamento para fazer frente aos investimentos na capacidade das redes e na atualização das tecnologias.

Ao mesmo tempo, está crescendo ao redor do mundo a discussão sobre um potencial pagamento pelo uso das redes pelas empresas gigantes de tecnologia. A disputa envolve big techs como Netflix, Google, Meta, Amazon, entre outras, às operadoras de internet móvel e fixa. Essas empresas são as principais geradoras de tráfego de dados.

"Não tenho dúvida que o zero rating foi um erro, um equívoco", afirmou o presidente da Claro, José Félix, em entrevista recente. Essa prática, entretanto, tende a ser revista, segundo o executivo. "Não há nada que não possa ser consertado".

Mas, no caso da Claro, isso ainda está longe de acontecer. A companhia oferece o uso ilimitado de WhatsApp, Waze, Instagram, TikTok e Facebook em diferentes planos pré e pós-pagos. Quanto maior o valor do plano, maior a oferta de aplicativos.

Por sua vez, a Vivo afirma que está em um processo gradativo de corte dessa política comercial. Entre as ofertas da tele, o WhatsApp é o único aplicativo liberado na grande maioria dos planos pré e pós-pagos. Há poucas exceções que incluem o Waze também.

"Temos alguns planos com zero rating, mas não é o nosso padrão. Cada vez mais nós temos diminuído a oferta de aplicativos com uso ilimitado para o mercado, porque entendemos que existe a necessidade de remunerar o investimento feito na rede", disse ao Broadcast o vice-presidente de negócios da Vivo, Alex Salgado.

Divisão

Na avaliação do executivo, oferecer o uso de aplicativos sem cobrar pelo tráfego de dados é uma prática incoerente com a mobilização das operadoras do mundo todo para pressionar as gigantes de tecnologia a contribuir com a manutenção das redes. "Para mim, não é condizente questionar o fair share(divisão de custos das redes) e ter zero rating nos planos. Então, aos poucos, nós estamos tirando ou diminuindo esta estratégia", afirmou Salgado.

Já na TIM, esse é um tema que está sob avaliação. Nos planos pré-pagos, a companhia oferece WhatsApp e Deezer sem descontar na franquia de internet. Já nos planos pós, a oferta abrange mais aplicativos, como Instagram, Facebook, Twitter (o uso ilimitado pode durar apenas alguns meses).

O diretor de receitas da TIM, Fábio Avellar, explica que a companhia busca ampliar as suas fontes de faturamento para fazer frente aos investimentos nas redes. A companhia é a que mais instalou antenas para o sinal de 5G, por exemplo.

Dentro desse contexto, a política de zero rating serve como um chamariz para a clientela, mas é praticado de forma conservadora. "Ter um tráfego que não é remunerado sempre vai gerar um prejuízo. Nos cabe avaliar se isso atrai clientes suficientemente a mais a ponto de não tirarmos esse benefício", disse.

Vivo, TIM e Claro têm investido pesadamente na expansão da cobertura do 5G - e a estratégia tem dado o retorno esperado, segundo as companhias. As vendas de celulares compatíveis com a nova tecnologia são predominantes nos canais de vendas. E, uma vez que os clientes acessam o 5G, passam a utilizar novos serviços e ficam mais tempo navegando, o que leva a um maior consumo de dados.

O presidente da unidade de consumo e empresas da Claro, Paulo Cesar Teixeira, relata que, em média, os clientes da operadora conectados ao 5G consomem 2,5 vezes mais dados do que os usuários de 4G, o que estimula a migração para planos com mais franquia e, consequentemente, maior valor.

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"Esse cliente passa a fazer outras coisas que não fazia, como ver mais vídeos no YouTube ou séries inteiras no streaming, porque a transmissão tem mais qualidade. E com isso, ele passa mais tempo na internet, o que leva ao aumento do tráfego", diz.

A Claro detém 38,4% do total de clientes 5G no Brasil, ficando um pouco atrás da Vivo (39,2%) e à frente da TIM (22,4%), de acordo com levantamento da consultoria Teleco feito a partir de dados de maio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na avaliação de Teixeira, o 5G está gerando um retorno conforme o esperado pela companhia.

"Essa demanda maior por dados leva a uma receita maior. É uma dinâmica que está saudável. Estamos no caminho certo".

Na Claro, 80% dos celulares vendidos são 5G. Para estimular a massificação da nova tecnologia, a tele deixará de vender aparelhos 4G a partir deste trimestre. Além disso, a companhia está cobrando das fabricantes a oferta de celulares 5G abaixo de R$ 1 mil. Hoje, os dispositivos saem a partir de R$ 1.300 nas lojas da Claro, valor que ainda deixa de fora as pessoas de menor renda.

"A grande briga com os fabricantes é para chegarem aparelhos de baixo custo. E já temos compromisso de alguns deles para recebermos isso ainda neste ano", diz Teixeira. "Queremos democratizar a experiência, e para isso, precisamos ter o aparelho no preço correspondente."

Por sua vez, o diretor de receitas da TIM, Fábio Avellar, conta que a atração de clientes para o 5G está acima das expectativas do plano industrial. "Em termos de clientes, o número está acima das expectativas. Tivemos um crescimento nas migrações para planos de maior valor que foi bem importante e que pode ser um proxy para um crescimento de 'Arpu' (receita média por usuário). Nossa expectativa é ter 'Arpu' maior à medida em que a base for aderindo à rede 5G".

A TIM foi a operadora que mais instalou antenas 5G até aqui. Segundo a Anatel, há um total de 12.579 estações rádio base (Erbs) já licenciadas no país, sendo 5.681 da TIM (45,1%), 3.573 da Claro (28,4%) e 3.325 da Vivo (26,4%). Avellar explica que o objetivo é oferecer uma experiência diferenciada aos clientes, minimizando as zonas sem cobertura em cada nova cidade. A TIM é a única operadora presente com 5G em todos os bairros das cidades de São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba, Recife e Salvador.

"Esse investimento está se pagando. Claro que não teve payback ainda, porque é um investimento de longo prazo, mas está totalmente dentro do esperado", relata Avellar.

Na TIM, 85% dos aparelhos vendidos já são 5G, e os preços partem de R$ 1.149. Não há intenção de suspender a oferta de celulares 4G, porque ainda há demanda por parte do público que não quer gastar muito, explica Avellar. Para este semestre, a companhia pretende remodelar seus planos e anunciar novidades, agregando parcerias para oferta de novos serviços, como na área de saúde.

O vice-presidente de negócios da Vivo, Alex Salgado, diz que a operadora também está satisfeita com os resultados obtidos até aqui com os investimentos no 5G. "Sim, está dentro do nosso planejamento. A rentabilização está avançando como esperado, com viés de longo prazo".

Adesão

 

A Vivo já oferece 5G em 109 cidades. Nesse quesito, está à frente da Claro, com 99, e da TIM, com 70. Em geral, os clientes da Vivo que aderiram à nova tecnologia têm ampliado o consumo de dados na ordem de 20%. "Os conteúdos, em geral, têm mais velocidade e melhor tempo de resposta. O vídeo roda com mais qualidade. E o usuário gosta e consome mais", afirma.

Salgado observa que há casos de usuários optando por conectar o computador pessoal à internet 5G do seu celular, porque a velocidade de navegação já supera a da banda larga.

Cerca de 22% da base de clientes pós-pagos da Vivo já têm aparelhos 5G. Nas lojas da tele, 85% das vendas de celulares já são da nova geração de internet, e os preços partem de R$ 1.400. A expectativa é que os preços caiam com a chegada de novos modelos de aparelhos. Além disso, o recuo da cotação do dólar também deve ajudar.

Em relação aos planos de internet, a Vivo seguirá a estratégia de oferecer parcerias com aplicativos de streaming e outros serviços variados, como finanças e saúde. Há também expectativa de chegada de novas funcionalidades, tal qual ocorreu com o 4G, que abriu caminho para o banco digital, mapas de trânsito, streaming de música e vídeo, entre outros.

"As tecnologias sempre chegam antes das aplicações. foi assim no 3G e no 4G. A massificação das aplicações que temos hoje veio só alguns anos depois que a tecnologia estava difundida. Estamos seguros que essas novidades vão surgir nos próximos anos", conclui Salgado.

A TIM informou, nesta terça-feira (4), que não foi notificada sobre a decisão do juízo da recuperação judicial da Oi sobre depósito de valores que estão sendo contestados, mas se adiantou e afirmou que vai recorrer da decisão.

A operadora diz que "foi surpreendida" no período da manhã de que haveria sido proferida decisão liminar do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro determinando o depósito em juízo pelas Compradoras, em 48 horas, da importância de aproximadamente R$ 1,53 bilhão, sendo R$ 670 milhões pela TIM - em conta vinculada ao processo de recuperação judicial da Oi, onde ficará acautelado até posterior decisão de juízo arbitral. O juízo determinou ainda que seja instaurado processo de mediação entre as partes.

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A TIM lembra que na segunda-feira informou, em fato relevante, que tendo em vista a violação expressa da Oi aos mecanismos de resolução de disputas previstos no Contrato de Compra e Venda (SPA) dos Ativos, Direitos e Obrigações que compõem a UPI Ativos Móveis à companhia, Telefônica e Claro, não restou outra alternativa senão ingressar naquela data com procedimento arbitral junto à Câmara de Arbitragem do Mercado da B3 em face à Vendedora para que determine o valor efetivo do ajuste ao Preço de Fechamento Ajustado, na forma do SPA.

A Claro Telecom Participações também comunicou à CVM que, assim como as demais compradoras, tem notícia, mas ainda sem intimação ou citação formal da determinação de depósito.

A operadora diz ainda que discorda da decisão liminar do Juízo e, tão logo intimada, tomará as providências cabíveis para a reversão da decisão liminar.

A abertura do processo de arbitragem envolvendo TIM, Vivo e Claro contra a Oi em função de divergência sobre o valor correto na venda da rede móvel da operadora carioca marca o início de uma discussão longa e sem prazo definido para uma conclusão, conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com fontes envolvidas nas negociações.

As três empresas compradoras cobram um ajuste no preço de venda do ativo, o que a Oi refuta. Na segunda-feira (3), o trio anunciou que levará o caso para arbitragem após a Oi supostamente ter descumprindo certas obrigações previstas no contrato de alienação e não ter havido um entendimento entre as partes sobre o caso nas últimas semanas.

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A rede móvel da Oi foi leiloada em dezembro de 2020, mas só teve o fechamento 16 meses depois, em abril de 2022, após receber aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - este último numa votação apertada.

A venda foi acertada por R$ 16,5 bilhões, montante sujeito a ajustes para refletir a situação operacional e financeira da companhia ao longo desse período. A previsão de ajustes nos valores finais é normal em transações cujo desfecho leva tempo.

Neste caso, entretanto, o valor ficou muito acima do esperado por acionistas da Oi. O trio de compradoras alega que têm direito a um desconto de R$ 3,186 bilhões. Desse total, R$ 1,447 bilhão já está retido pelas companhias. Haveria, portanto, a necessidade de a Oi devolver R$ 1,739 bilhão.

No dia 19 de setembro, TIM, Vivo e Claro comunicaram ao mercado que notificaram a Oi cobrando o ajuste de contas, munidas de um laudo econômico-financeiro elaborado pela consultoria KPMG. Segundo esse laudo, a Oi não teria sustentado uma porção de métricas definidas no contrato de alienação, como manutenção de capital de giro, nível mensal de investimento e participação nas adições líquidas de clientes no período.

A Oi refuta esses questionamentos e já entregou uma contra-notificação ao trio na última sexta-feira, 30, e outra manifestação está em fase de elaboração, apurou o Broadcast. Isso porque ainda existem passos contratuais fora da arbitragem a serem seguidos, mas, dada a falta de sinais sobre um possível entendimento, um desfecho só deverá ocorrer via arbitragem.

Paralelamente, a Oi também recorreu ao juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Fernando Viana. Como a venda da rede móvel se deu por meio de leilão autorizado e homologado pelo juízo que conduz a recuperação judicial da tele, haveria algum espaço por lá para fazer valer a conclusão do pagamento.

Se a cobrança do trio estiver correta, a maior beneficiada pelo ajuste de valores seria a TIM, que ficou com a maior fatia da rede móvel da Oi e também pagou a maior parte. A TIM teria R$ 768,9 milhões a receber (além do valor já retido de R$ 634,3 milhões). Em seguida vêm a Vivo, com R$ 587,0 milhões a receber (R$ 488,4 milhões já retidos), e a Claro, com R$ 383,5 milhões a receber (R$ 324,7 milhões já retidos).

A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, informa que iniciará procedimento arbitral em face da Oi, em recuperação judicial, mediante o requerimento de instauração de Arbitragem a ser protocolado perante a Câmara de Arbitragem do Mercado, nos termos do Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças, celebrado entre a Companhia, em conjunto com a TIM e a Claro e a Vendedora, em 28 de janeiro de 2021, conforme aditado, tendo em vista o manifesto descumprimento pela Oi de determinados termos do Contrato após a troca de notificações acerca do Ajuste de Preço Pós-Fechamento.

O trio está cobrando R$ 3,1 bilhões da Oi como indenização por compra da rede móvel, que foi leiloada em dezembro de 2020, mas só teve o fechamento 16 meses depois, em abril de 2022, após receber aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - este último, numa votação apertada.

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A venda foi acertada por R$ 16,5 bilhões, montante sujeito a ajustes para refletir a situação operacional e financeira da companhia ao longo desse período. A previsão de ajustes nos valores finais é normal em transações cujo desfecho leva tempo.

Neste caso, entretanto, o valor ficou muito acima do esperado por acionistas da Oi. O trio de compradoras alega que tem direito a um desconto de R$ 3,186 bilhões. Deste total, R$ 1,447 bilhão já está retido pelas companhias. Haveria, portanto, a necessidade de a Oi devolver R$ 1,739 bilhão.

O governo federal publicou dois decretos que dispõem sobre teles. Ambos foram assinados na solenidade de posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, e publicados em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta quarta-feira, 17.

O Decreto 10.402, conforme já noticiado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, trata das condições para renovação automática das frequências de telefonia celular, além das medidas para a migração dos regimes de concessões para autorização do serviço de telefonia fixa.

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Já o Decreto 10.401 altera o regulamento dos serviços de retransmissão e de repetição de TV para explicar de forma detalhada o conceito de "canal de rede". A ideia é que o número de canal das emissoras seja o mesmo em diversas localidades para que o telespectador tenha facilidade em acompanhar a emissora de preferência.

De acordo com nota divulgada pela Secretaria-Geral da presidência da República, "por esse instrumento, uma mesma geradora de TV terá a possibilidade de ter um conjunto de canais digitais iguais para pareamento dos canais de retransmissoras de uma mesma concessionária". "O 'Canal de Rede' foi definido como um instrumento para priorizar a utilização de um mesmo canal já utilizado em determinado Estado ou Distrito Federal, caso a concessionária executante do serviço de radiodifusão de sons e imagens queira expandir seus sinais por meio de autorização de RTV", diz a nota.

Ainda segundo o governo, a medida permite o uso racional do espectro ao manter o mesmo número de canal para a emissora e evitar o uso descoordenado de vários canais diferentes, de acordo com a localidade atendida. E, ao mesmo tempo, libera espectro de radiofrequência para que outras emissoras possam usar os canais restantes, sem interferência.

Em uma nova derrota para o governo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 7, barrar, por 10 a 1, a medida provisória que obriga as operadoras de telefonia a cederem dados telefônicos dos consumidores para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o objetivo de viabilizar pesquisas durante a pandemia do novo coronavírus.

Anunciado no mês passado como resposta à falta de informações sobre a pandemia, o compartilhamento de dados com o IBGE abriu uma polêmica sobre o direito à privacidade por causa da edição de uma medida provisória. O texto obriga as empresas de telefonia fixa e móvel a disponibilizar ao IBGE a relação dos nomes, dos números de telefone e dos endereços de seus consumidores, pessoas físicas ou jurídicas.

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A controvérsia fez a OAB e quatro partidos políticos (PSDB, PSB, PSOL e PC do B) acionarem o Supremo. Eles alegam que a medida viola dispositivos da Constituição que protegem a dignidade da pessoa humana, a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas e o sigilo dos dados. O governo federal, por outro lado, sustenta que os dados seriam utilizados para entrevistas "em caráter não presencial no âmbito de pesquisas domiciliares".

Dos 11 integrantes da Corte, apenas o ministro Marco Aurélio Mello não acompanhou o entendimento da relatora, ministra Rosa Weber, que já havia suspendido a medida no mês passado. A maioria decidiu hoje confirmar o entendimento da colega.

"A MP não apresenta mecanismo técnico ou administrativo apto a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados, vazamentos acidentais ou utilização indevida. Limita-se a delegar a ato do presidente da Fundação IBGE o procedimento para compartilhamento dos dados, sem oferecer proteção suficiente aos relevantes direitos fundamentais em jogo", afirmou Rosa.

Para o ministro Ricardo Lewandowski, o maior perigo para a democracia nos dias atuais não é mais representado por golpes de Estado tradicionais, "perpetrados com fuzis, tanques ou canhões", mas sim "pelo progressivo controle da vida privada dos cidadãos, levado a efeito por governos de distintos matizes ideológicos, mediante a coleta maciça e indiscriminada de informações pessoais, incluindo, de maneira crescente, o reconhecimento facial".

Na avaliação do ministro Luiz Fux, o texto não é claro sobre o uso dos dados. "É de uma vagueza ímpar que pode servir a absolutamente tudo. Não se pode subestimar os riscos do compartilhamento dessas informações", disse Fux.

O ministro Luís Roberto Barroso, por sua vez, criticou a edição de uma medida provisória para tratar do tema, sem um debate prévio das questões levantadas.

"Não se trata de desconfiança em relação à instituição, mas o reconhecimento de que há um enorme risco envolvido aqui, sem que a medida provisória nos tranquilize quanto à segurança e às cautelas adotadas. Uma providência com essa extensão e essas implicações, na verdade, deveria ser prescindida de um debate público relevante acerca da sua importância, da sua necessidade, dos seus riscos e quais os mecanismos de segurança previstos", observou Barroso.

Único a votar a favor do governo, Marco Aurélio Mello discordou dos colegas e frisou que o texto ainda vai ser submetido ao aval do Congresso. "No Brasil, há judicialização de tudo", afirmou.

Contato: rafael.moura@estadao.com

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está prestes a abrir um processo de contratação de uma empresa que vai medir a qualidade do serviço de internet fornecido pelas teles, por até R$ 14,924 milhões, por dois anos. Mas as próprias operadoras já criaram, há oito anos, um aplicativo que cumpre essa função, com custo anual de R$ 2 milhões, e por determinação da mesma Anatel.

Para contratar uma nova empresa para fazer esse serviço será preciso aprovação da maioria do Conselho Diretor da Anatel. Três conselheiros tinham até o fim do dia de quarta-feira (18) para tomar uma decisão. A proposta já tem voto favorável do presidente do órgão regulador, Leonardo Euler de Morais, que foi relator do caso. Na justificativa de voto, Morais afirma que as obrigações do regulamento de qualidade dos serviços da agência justificam a necessidade da contratação. Entre elas estariam o "acompanhamento da universalização e massificação de acessos" e "a gestão e o uso eficiente do espectro radioelétrico".

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O assunto está envolto em polêmica, pois há suspeita de que apenas uma empresa, a P3, teria condições de disputar a concorrência. Isso porque a Anatel cobra que as interessadas tenham capacidade para medir a qualidade e a velocidade dos pacotes de banda larga oferecidos pelas teles por dois métodos distintos, e as empresas que já atuam no País costuma usar apenas um.

A consultoria alemã P3, que tem representação em São Paulo, seria a única capaz de atender aos dois critérios. O mais caro, que representaria mais de 50% do valor do contrato, é o drive test - realizado por meio de equipamentos do tipo scanner, instalados em veículos, com capacidade para aferir potência do sinal, área de cobertura e outros indicadores.

Além do drive test, as formas de medição propostas no voto incluem as modalidades de crowdsourcing (coletiva e automática, via software instalado em computadores e telefones de usuários que derem consentimento prévio) e benchmarking internacional (para comparação dos dados com os de outros países).

Na proposta, Morais afirma que "mesmo nos pontos coincidentes, não há sobreposição ou esvaziamento, os dados são complementares". Ainda de acordo com ele, a modalidade drive test "é bem mais abrangente do que aquela atualmente existente na autarquia".

No dia 5 de fevereiro deste ano, a P3 esteve na sede da Anatel e apresentou seus produtos e serviços ao Conselho Diretor. No mesmo dia, executivos das principais teles também estiveram na agência reguladora. A situação gerou desconforto, já que poderia gerar a interpretação de que o órgão regulador estaria recomendando o trabalho da P3 às operadoras.

Ao instruir o processo, a área técnica recomendou a realização de pregão e permitiu que as potenciais interessadas - que não possuem os mesmos recursos técnicos da P3 - pudessem formar consórcios para a disputa.

Contrariedade

O ex-conselheiro Aníbal Diniz, cujo mandato se encerrou em novembro, foi contra a contratação de uma nova empresa pela Anatel. Ele expressou a opinião ao relatar a proposta de Regulamento de Qualidade dos Serviços de Telecomunicações da agência, e propôs que as próprias empresas continuassem a custear o serviço.

"Ora, se estabelecemos a obrigatoriedade de constituição de uma entidade de suporte à aferição da qualidade, custeada pelas prestadoras, não se justifica a contratação pela agência de terceiros para atividades já previstas a serem realizadas pela entidade que será custeada pelos regulados. Tal entendimento poderia caracterizar até prejuízo ao erário", diz o voto de Aníbal.

A proposta de Aníbal Diniz recebeu pedido de vista do conselheiro Emmanoel Campelo. Ele trouxe uma nova proposta, aprovada pelo Conselho Diretor no dia 12 de dezembro, incluindo a possibilidade de que tanto a Anatel quanto as teles pudessem contratar o serviço. Nesse mesmo dia, o presidente da Anatel apresentou proposta sugerindo a contratação do serviço pela agência. O prazo seria de 24 meses, prorrogáveis por até 60 meses.

Aplicativo

Desde 2011, por determinação da própria Anatel, as teles já oferecem uma opção para medição da qualidade do serviço da internet, disponível no app Brasil Banda Larga e no site brasilbandalarga.com.br, oferecidos pela Entidade Aferidora da Qualidade de Banda Larga (EAQ).

O software da EAQ permite aos usuários de banda larga fixa verificar latência, velocidade instantânea e média. Os dados também são enviados e acompanhados pela Anatel.

Procurada, a Anatel informou que o processo de contratação ainda não foi decidido e passará pelo Conselho Diretor e por análise jurídica da Procuradoria Federal Especializada. Segundo a agência, foi feita uma pesquisa com fornecedores especializados em medição de qualidade para analisar serviços disponíveis e preço.

Sócio e administrador da P3 no Brasil, Erick Monfrinatti Cogliandro confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo/Broadcast que sua equipe esteve na Anatel para apresentar a empresa à agência, mas negou qualquer irregularidade. Representante das teles, o Sinditelebrasil informou que as empresas vão aguardar a decisão da Anatel para se manifestarem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante a dança das cadeiras do novo governo federal, o Ministério das Comunicações (MiniCom) publicou uma portaria, no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (12), que obriga a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a exigir que as operadoras de telefonia ofereçam pelo menos um plano de internet banda larga ilimitada no seu portfólio de ofertas e serviços aos consumidores.

O documento ainda versa sobre como estes planos devem ser ofertados, afirmando que a Anatel deve cobrar das empresas a divulgação destas informações para os consumidores. "Zelando para que as ofertas de serviços sejam transparentes, não enganosas, comparáveis, mensuráveis e adequadas ao perfil de consumo do cliente", diz o texto.

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A Anatel deverá, ainda, dar continuidade ao processo de discussão acerca dos aspectos jurídicos, técnicos e econômicos associados ao tema, com ampla participação social. O objetivo é favorecer a transparência e ampliar os debates sobre a comercialização de planos de serviço de banda larga com limitação de franquia, tema que gerou muita polêmica nas últimas semanas.

Em abril, a Anatel decidiu examinar o tema das franquias na banda larga fixa, com base nas manifestações recebidas pelo órgão. Até a conclusão desse processo, sem prazo determinado, as operadoras continuarão proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente, ainda que tais ações estejam previstas em contrato de adesão ou plano de serviço.

Segundo a entidade reguladora, as operadoras devem oferecer aos clientes ferramentas que permitam o acompanhamento do consumo do serviço. Também deverão oferecer histórico detalhado de sua utilização e notificar o consumidor quando o esgotamento do plano estiver próximo.

A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

O conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Otávio Rodrigues, designado como relator do processo que irá definir a questão das franquias para a banda larga fixa, disse nesta quinta-feira (28) que quer ouvir órgãos de defesa do consumidor, empresas e representantes da sociedade sobre o tema, antes de elaborar seu parecer.

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Segundo ele, o objetivo é dar transparência ao processo e tentar resolver de uma forma que tenha a máxima legitimidade social. Rodrigues não quis adiantar sua posição sobre o assunto. “A única garantia que posso dar para vocês é que o interesse dos consumidores será observado na minha análise”, disse.

Na última sexta-feira (22), a Anatel proibiu as operadoras de oferecer planos com franquia, por tempo indeterminado, até que a questão seja analisada. Segundo Rodrigues, não há um prazo para que a questão seja definida pela Anatel.

“Pelo ponto de vista da situação dos usuários, há uma garantia hoje que é a suspensão provisória de qualquer medida neste sentido. Portanto, não há perigo para os usuários, estão todos protegidos”, ressalta.

De acordo com Rodrigues, estão previstos inicialmente encontros privados e, possivelmente, uma audiência pública para discutir a questão, se for necessário modificar alguma norma do setor. Um grupo de trabalho na Anatel será formado para conduzir o debate.

Desde o início do ano, algumas operadoras que oferecem internet fixa vêm anunciando que podem adotar o sistema de franquia para a comercialização dos novos planos de banda larga fixa.

Ou seja, em vez de ter a internet contratada apenas pela velocidade de navegação, poderá haver também um limite para o uso de dados. Quando essa franquia acabar, o acesso à internet poderá ser cortado, ou a velocidade reduzida, como acontece na internet móvel.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu, nesta sexta-feira (22), examinar o tema das franquias na banda larga fixa, com base nas manifestações recebidas pelo órgão. Até a conclusão desse processo, sem prazo determinado, as operadoras continuarão proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente nos casos em que os consumidores utilizarem toda a franquia contratada, ainda que tais ações estejam previstas em contrato de adesão ou plano de serviço.

Na segunda-feira (18) a Anatel já havia proibido, em caráter preventivo, a limitação da internet fixa. A determinação do órgão proibia as empresas de restringir a velocidade, suspender serviços ou cobrar excedente caso seja ultrapassado limites da franquia dos clientes por 90 dias. 

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O termo foi duramente criticado pelos órgãos de defesa do consumidor por estabelecer condições nas quais as teles poderiam restringir a banda larga após esses três meses. O presidente do órgão regulador, João Rezende, chegou a admitir que a era da internet ilimitada havia chegado ao fim. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também se posicionou sobre o tema polêmico, afirmando que o processo de normatizar este tipo de cobrança é inaceitável

“A Anatel diz que acompanha constantemente o mercado de telecomunicações e considera que mudanças na forma de cobrança – mesmo as previstas na legislação – precisam ser feitas sem ferir os direitos do consumidor, razão pela qual proibiu qualquer alteração imediata na forma de as prestadoras cobrarem a banda larga fixa”, disse a Anatel, em comunicado. 

A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

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Entre o fim de 2009 e o início de 2010, Alberto Leite, que já havia trabalhado em empresas de telecomunicações (como Telemig Celular), decidiu montar uma empresa apenas para atender a demanda das operadoras por Serviços de Valor Agregado (SVAs). Os smartphones ainda não eram a febre que são hoje, mas o executivo já imaginava o que o crescimento do 3G poderia proporcionar. "Pensei que, com a migração cada vez maior dos usuários para o mundo digital, seria uma necessidade natural a busca por proteção", diz Leite. Assim, ele montou uma empresa para, inicialmente, vender às operadoras soluções de segurança da informação voltadas para o usuário final.

Hoje, a FSVAS tem parcerias com quase todas as operadoras do País, à exceção da Claro. Ela também atua na área de seguros e de armazenamento em nuvem. O número de clientes das operadoras que assinam serviços criados pela FSVAS é de 15,5 milhões de usuários. O faturamento da empresa no ano passado, segundo Leite, foi de R$ 250 milhões.

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Recentemente, a empresa começou a apostar também no setor de educação. Na Argentina, a companhia lançou pela Movistar o Aula 365, um aplicativo que pretende fornecer conteúdo complementar ao ensinado dentro de sala de aula para crianças de 6 a 14 anos. Além de atuar no Brasil e na Argentina, hoje a FSVAS tem contratos no Chile e no Peru. Neste ano, a empresa planeja chegar ao México.

Há outras cerca de 20 empresas que desenvolvem serviços de valor agregado para as operadoras no Brasil, como Takenet e Titans. Considerando a aposta das operadoras em SVAs, a importância delas deve crescer.

"Não dá para fazer tudo internamente (dentro das operadoras)", diz Renato Pasquini, gerente de telecom da consultoria Frost&Sullivan. "As operadoras têm de fazer parcerias." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Até pouco tempo atrás, as operadoras de telefonia móvel não só dominavam as ligações de seus clientes como também tinham controle sobre mensagens de texto e eram as únicas fornecedoras de serviços extras como horóscopo do dia, música para toque no celular e previsão do tempo. Com a chegada do smartphone, que transferiu boa parte do controle sobre o usuário para os sistemas operacionais (iOS, no caso da Apple, e Android, no caso do Google), a história mudou.

Hoje, se quiser, o usuário usa o Skype ou Viber para fazer uma simples chamada. Em vez de mensagem de texto tradicional, ele pode usar o WhatsApp. E, para qualquer outro serviço, haverá sempre um aplicativo (ou a própria internet) à disposição. Seus passos estão cada vez mais invisíveis às operadoras. E elas sabem que esse é um caminho sem volta.

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De 2012 para 2013, enquanto a receita obtida com o serviço de voz (ligações comuns) caiu 3,6% no Brasil, a receita vinda da navegação na internet subiu 32%, segundo estimativa da consultoria Frost & Sullivan. Na comparação de 2014 com 2013, a diferença prevista deverá ser ainda maior: o faturamento com voz deve cair 6,4% e a receita com internet deve subir 34,9%.

Para tentar sair do papel de simples fornecedora de acesso à internet e recuperar a proximidade com seus clientes, as operadoras estão investindo na criação de aplicativos mais sofisticados. Se no passado elas se preocupavam em vender um serviço como identificador de chamadas (um grande avanço à época), hoje elas investem em um app que dá aulas de inglês ou acesso a músicas por uma assinatura mensal ou semanal.

Esses serviços já movimentam entre as quatro principais operadoras do País aproximadamente R$ 3,5 bilhões, segundo estimativas de mercado. A Vivo é a que mais tem apostado suas fichas nisso. A empresa tem 68 opções de aplicativos em categorias como educação, saúde e serviços financeiros. Neste mês, ela lança o Kantoo Mandarim, que ensina a língua falada na China.

Apenas nos primeiros nove meses de 2014, a empresa registrou receita líquida de R$ 1,19 bilhão com esses Serviços de Valor Agregado (SVA). O número de usuários que usam pelo menos um desses serviços, segundo a companhia, soma 42,8 milhões, o que já representa 53,6% dos 79,8 milhões de clientes móveis da Vivo no Brasil.

"Somos uma empresa que vai além da conectividade", diz Christian Gebara, diretor executivo de negócio para pessoa física. Ele explica que a maior parte dos serviços de valor agregado são desenvolvidos em parceria com produtores de conteúdo. O Vivo Português, por exemplo, tem o endosso do professor Pasquale, e o Vivo Saudável, o do médico Drauzio Varella.

Entre as quatro maiores empresas de telefonia móvel do Brasil, a Vivo é a única que divulga exatamente o valor que fatura com a venda desse tipo de serviço. A TIM apresentou receita bruta de R$ 1,7 bilhão com SVAs no terceiro trimestre - mas a empresa inclui em SVAs a navegação na web e as mensagens de texto (SMS), que abocanham a maior parte do montante.

Segundo estimativas de mercado, a receita anual líquida da TIM com a venda de serviços agregados estaria na casa dos R$ 900 milhões. Claro e Oi viriam na sequência, com faturamento próximo de R$ 800 milhões e R$ 600 milhões, respectivamente.

Básicos. Embora estejam investindo no desenvolvimento de aplicativos mais sofisticados, são os mais simples que têm maior adesão. O Vivo Som de Chamada, que permite ao usuário substituir o toque normal da chamada pela música que quiser, tem 6,2 milhões de clientes ativos que pagam entre R$ 2,99 e R$ 3,99 por mês.

O cenário é parecido em todas as operadoras, uma vez que os celulares mais simples respondem por 60% da base de celulares instalada no País. Cenário que está mudando, já que mais de 80% dos celulares vendidos hoje são smartphones. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas regras do Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações (RGC) começaram a vigorar nesta segunda-feira (10). Elas obrigam as empresas de telefonia, internet e TV por assinatura a dar mais transparência às relações de consumo dos serviços de telecomunicações. Nenhuma empresa até o momento, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), acionou a Justiça para protelar a validade das medidas.

A TIM, Claro e Vivo confirmaram oficialmente que já estão cumprindo as novas regras. A Agência Brasil entrou em contato também com a Oi e com as tevês pagas SKY e NET, mas até o fechamento da matéria nenhuma delas deu retorno com o posicionamento da empresa.

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Uma das normas determina que empresas do setor estão, a partir de agora, obrigadas a disponibilizar informações sobre as ofertas de serviços de forma padronizada e gratuita, para que o consumidor possa comparar preços.

Por meio dela, a Anatel pretende criar mecanismos de comparação de preços e ofertas entre as prestadoras e, ao mesmo tempo, facilitar a escolha do consumidor, uma vez que a cobrança dos serviços costumam apresentar muitas variáveis.

A outra regra prevê a ampliação, de dois para três anos, do prazo mínimo para a guarda e o fornecimento de todas as reclamações, pedidos e solicitações feitos pelos clientes às prestadoras de serviços de telecomunicações. O histórico das demandas referentes aos últimos seis meses deverá estar disponível para consulta no site da prestadora.

Contatada pela Agência Brasil, a TIM informou que, desde a aprovação do RGC “direcionou todos seus os esforços para se adequar às novas regras". Segundo a operadora, os clientes já têm acesso aos regulamentos dos planos e ofertas da operadora no site da empresa, podendo, dessa forma, “escolher qual [plano] se adéqua melhor a seu perfil". O histórico de demandas de cada cliente também está disponível no site, podendo ser acessado por meio de login e senha individual.

A operadora Claro declarou já ter implementado as novas exigências previstas no regulamento, e que o cumprimento de questões normativas “são prioridades que norteiam seus negócios da companhia”. A Vivo também confirmou ter implementado “dentro do prazo” as normas, e que está preparada para cumprir com todas as novas determinações do RGC que, segundo ela, é "um dos mais modernos do mundo no relacionamento com os clientes". De acordo com a empresa, assim como para a implantação da primeira versão do regulamento, em julho passado, as novas regras envolvem "alto grau de complexidade”.

Coordenadora Institucional da Proteste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, diz que se o Código de Defesa do Consumidor fosse cumprido pelas operadoras, o RGC seria desnecessário, pois todos esses direitos já são assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) que está em vigor há 23 anos.

“Temos expectativa de que haja mais transparência nessa relação de consumo, mas infelizmente ainda é rotina termos de refazer uma simples ligação telefônica local, interrompida abruptamente. A contestação de alguma cobrança indevida acaba sendo rotina pelo consumidor”, disse à Agência Brasil.

Segundo a Proteste, o consumidor de telecomunicações é um dos que recebem piores serviços no Brasil. Maria Inês lamenta que, em algumas situações, as operadoras – tanto de telefonia como de internet e de TV paga – optem por recorrer à Justiça contra parte das mudanças da legislação.

“Algumas regras do RGC, em vigor há quatro meses, estão suspensas pela Justiça”, disse ela. “Entidades que representam as operadoras de TV por assinatura obtiveram liminares para não dar retorno imediato aos consumidores cujas ligações aos call centers tenham sido interrompidas, e para não ser obrigadas a igualar ofertas aos futuros e atuais clientes”, acrescentou. Nem SKY nem NET responderam às demandas apresentadas pela Agência Brasil.

Ainda de acordo com a Proteste, falta ainda uma “punição efetiva” a quem desrespeitar as regras. “O valor recolhido [a partir do não cumprimento de regras, pelas operadoras] é insignificante”, disse Maria Inês. “Não ocorrem sanções na medida exata das infrações cometidas. Raramente as multas são pagas”, acrescentou.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou, nesta terça-feira (21), que pedirá esclarecimentos às prestadoras de telefonia celular sobre possíveis alterações na forma de cobrança da internet móvel.

Nesta segunda-feira (20), as operadoras de telecomunicações do País anunciaram planos de cortar a internet de usuários que consumirem toda a franquia de dados, em vez de reduzir a velocidade como ocorre atualmente. Desta forma, o consumidor precisará adquirir pacotes adicionais com mais frequência.

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Segundo a Anatel, as regras do setor permitem às empresas adotar vários tipos de franquias e cobranças.

"No entanto, segundo o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações, qualquer alteração em planos de serviços e ofertas deve ser comunicada ao usuário com antecedência mínima de 30 dias", disse a agência em comunicado.

Quem usa internet pelo celular poderá gastar um pouco mais para ter conexão disponível diariamente. É que as empresas brasileiras de telefonia móvel se preparam para implantar mudanças na forma de cobrança do serviço. Segundo reportagem do jornal O Globo, após consumir toda sua franquia disponível de dados, não será mais possível navegar com “velocidade reduzida”. Ao invés disso, será preciso contratar um pacote adicional.

A primeira operadora a adotar o novo tipo de cobrança será a Vivo, maior companhia do setor, com 79 milhões de clientes. A partir de novembro, quem consumir toda a franquia diária ou mensal do pacote de dados, terá que adquirir uma nova leva do produto para continuar navegando. A Oi, TIM e Claro serão as próximas a implantar a medida.

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Este tipo de cobrança já acontece nos Estados Unidos e na Europa. De acordo com o diretor de Produtos da Oi, Roberto Guenzburger, o novo modelo de cobrança é tendência mundial.

“Estamos olhando essa tendência com atenção até porque, com a velocidade menor, o cliente não consegue navegar da forma que gosta, assistindo a vídeos, por exemplo. Com os smartphones, os aplicativos são atualizados automaticamente, e, sem saber, o cliente está consumindo dados” explicou ao O Globo.

No próximo dia 2 de novembro, o nono dígito será agregado aos telefones móveis dos estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima. Para simplificar a atualização da agenda do celular, a Oi vai colocar à disposição dos usuários dos sistemas iOS e Android o aplicativo gratuito "Oi 9º Dígito", que insere automaticamente o dígito 9 na frente dos números.

>> Cinco estados terão o nono dígito no celular em novembro

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Pelo aplicativo, o usuário também pode formatar os contatos e inserir o código do estado para que fique mais fácil efetuar as ligações quando ele estiver fora de sua cidade.

De acordo com a Oi, o objetivo é simplificar a vida dos usuários, para que as alterações dos contatos sejam feitas de maneira rápida e fácil, sem que ele precise atualizar manualmente sua agenda toda vez que uma nova região receber o 9º dígito.

Até 2016, todos os números de celular do Brasil, exceto rádios, terão o 9°dígito. Quando cada localidade sofrer a alteração, o usuário será alertado pelo aplicativo para atualizar sua agenda.

Para baixar a ferramenta, basta acessar a App Store ou Google Play.

As empresas de telecomunicações poderão participar das reuniões do conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e enviar representantes para defender suas causas. Além disso, as reuniões passarão a ser abertas e qualquer pessoa poderá acompanhar os debates.

O órgão regulador aprovou nesta quinta-feira, 5, uma alteração em seu regimento interno, que permitirá que as empresas possam fazer manifestação oral nos processos relatados pelo conselho diretor, a exemplo do que já ocorre na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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Outra mudança diz respeito ao acesso da sociedade às reuniões do conselho diretor da Anatel. Atualmente, elas são fechadas, mas transmitidas pela internet. Agora, as reuniões serão abertas ao público. Relator do caso, o conselheiro Marcelo Bechara afirmou que a mudança é mais um esforço da Anatel pela transparência no órgão. As alterações começam a valer em 30 dias.

A Samsung afirmou que o número de unidades do Galaxy S5 com problemas na câmera é “muito limitado”. Segundo a empresa, os consumidores atingidos pelo problema, que começou a tomar repercussão na última sexta-feira (25), podem contatar o suporte técnico da companhia ou a operadora de celular para realizar a troca do smartphone.

Segundo a Samsung, medidas serão tomadas para que novos lotes do smartphone top de linha não sejam atingidos. “Descobrimos que a questão foi vista em uma quantidade muito limitada da produção inicial do Galaxy S5 e foi causada por complicações em componentes do ROM (memória apenas de leitura, em inglês) que armazena informação necessária para operar a câmera”, disse a empresa em comunicado.

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A câmera do Galaxy S5 é um dos principais atrativos do smartphone. Algumas de suas funções são encontradas apenas em fabricantes profissionais de aparelhos fotográficos. São 16 megapixels na câmera traseira e 2 megapixels na frontal.

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