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RIO DE JANEIRO - Com a situação indefinida sobre a mobilização dos caminhoneiros, a Uerj e a UFRJ irão suspender as aulas nesta segunda-feira (28). As instituições de ensino anunciaram a decisão na noite de sábado (26). 

Em nota, o reitor da UFRJ, Roberto Leher, disse que apenas "as atividades essenciais  voltadas para o atendimento à população e para a manutenção da Universidade seguirão em funcionamento, conforme plano de trabalho organizado pelos setores". A reitoria vai avaliar a situação no fim da tarde de segunda (28), quando emitirá novo comunicado que será publicado na página oficial da UFRJ.

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A Uerj também se pronunciou no mesmo sentido. "A Administração Central continua monitorando os desdobramentos deste grave cenário e se pronunciará, por meio de novo comunicado, na próxima segunda-feira, sobre o funcionamento da Uerj ao longo da semana".

A capital carioca mantém o Estágio de Atenção decretado pela prefeitura na sexta-feira (25). Um reunião de mergência com vários órgãos municipais está prevista para este domingo (27), no Centro de Operações (COR), onde serão definidas ações para reduzir o impacto da greve dos caminhoneiros no Rio.

Entre as possibilidades levantadas está a decretação de ponto facultativo. A reunião deve contar com a presença de representantes da CET-Rio, Comlurb, BRT e das secretarias de Transportes, Ordem Pública, Saúde e Conservação. 

Balanço

De acordo com o gabinete da intervenção federal, a Polícia Militar realizou aproximadamente 100 escoltas de caminhões-tanque desde a última quinta-feira (24). O BRT voltou a funcionar gradativamente por volta das 17h deste sábado, mas nem todas as estações estão operando. A previsão é que 56 coletivos de apenas sete linhas funcionem neste domingo, a partir das 4h.

Os trens de Guapimirim e Vila Inhomirim continuam sem funcionar neste fim de semana. De acordo com a Supervia, o motivo é que as linhas operam com locomotivas movidas a diesel. O serviço de ônibus também está com a operação reduzida: apenas 23% da frota está circulando neste sábado e domingo. 

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio está divulgando em tempo real, via Twitter, todos os impactos da paralisação dos caminhoneiros. As orientações e alertas estão disponíveis no perfil @OperacoesRio.

RIO DE JANEIRO - Uma cerimônia religiosa será celebrada na próxima quarta-feira (9), 18h, na capela ecumênica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em homenagem à estudante de artes visuais, Matheusa Passareli Simões Vieira, que havia desparecido no dia 29 de abril. 

Nesta segunda-feira (7), a universidade divulgou uma nota de pesar lamentando a morte da jovem que, segundo a polícia, foi assassinada por integrantes de uma facção criminosa do Morro do 18, em Água Santa, na Zona Norte do Rio. "Mais uma mente, mais um coração jovem perdido! Mais uma ruptura dolorosa que impõe a reflexão sobre o que a sociedade precisa fazer pelos seus jovens! Já!", diz a nota. 

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Matheusa teria sido vista pela última vez em Piedade, por volta das 19h, depois de ter saído de uma festa no bairro do Encantado, também na Zona Norte, onde teria ido fazer uma tatuagem na aniversariante. A motivação do crime ainda está sendo investigada. 

A estudante que era de Rio Bonito, no interior do estado, era bolsista da Uerj e possui identidade de gênero não binária, quando não se reconhece como homem ou mulher. O irmão da vítima, Gabe Passareli, utilizou o Facebook para expressar a dor e pedir às pessoas que estiveram na festa para procurar a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e colaborar com informações.

Irmão da vítima, Gabe Passareli confirmou a morte de Matheusa. Foto: Facebook/reproduçãoContamos que todos vão para relatar a experiência da festa e dar continuidade ao processo de investigação do caso", escreveu. Ainda segundo o irmão, os investigadores informaram que o corpo de Matheusa foi queimado e as possibilidades de encontrar restos mortais são escassas.

Na homenagem de quarta-feira (9), nomeada de Viva Theusinha, os organizadores pedem que as pessoas vistam roupas coloridas e levem uma muda de planta. Confira a íntegra da nota publicada pela Uerj:

A UERJ manifesta seu profundo pesar com o desfecho do desaparecimento de Matheus Passarelli. Esta é mais uma manifestação da realidade de violência e desigualdade que se alimenta das distorções socioeconômicas do país e que, em nosso estado, atinge proporções cada vez mais alarmantes. Mais uma mente, mais um coração jovem perdido! Mais uma ruptura dolorosa que impõe a reflexão sobre o que a sociedade precisa fazer pelos seus jovens! Já! 

O amor de Matheus pela universidade pública, como espaço para realização do sonho profissional e de afirmação dos talentos das mais diferentes personalidades e perspectivas, foi declarado e vivido, sempre apaixonadamente, quando circulava pelos corredores da UERJ. 

Essa mesma paixão nos comove, mais uma vez, na sua partida. Porque está viva nestes mesmos corredores e salas de aula cheios de corações e mentes que, no momento da vida em que deveriam alimentar esperanças e perspectivas, são obrigados a trocar, a cada dia, o entusiasmo e o sonho pela incerteza, pelo medo e pela precariedade. 

Não podemos aceitar a violência, a degradação das pessoas e de seus direitos. Tratar os jovens com respeito e dignidade, dando a todos a oportunidade de frequentarem as escolas e universidades, de viverem com saúde e segurança a plenitude de seu potencial, é mais do que uma agenda. É uma escolha crítica de qual é o futuro que queremos para nós mesmos.

RIO DE JANEIRO - O ano letivo na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) começou agitado com uma atividade que atraiu um grande público para o auditório 111, no bloco F, do Campus Maracanã. Com capacidade para 250 pessoas, o espaço ficou lotado na aula inaugural da disciplina "Golpe de Estado de 2016 e o futuro da democracia no Brasil", disciplina eletiva oferecida no programa de pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH). 

A apresentação ministrada pelo advogado e diretor da Faculdade de Direito da Uerj, Ricardo Lodi, e pelo coordenador do Laboratório de Políticas Públicas, também recebeu um grande público externo. Segundo a coordenação do programa, a disciplina optativa já conta com 27 inscritos, quase o dobro de alunos que esse tipo de matéria costuma receber. O corpo docente é formando por 18 acadêmicos, entre cientistas políticos, filósofos, sociólogos e demais pesquisadores das Ciências Sociais e Humanas, ligados à Fiocruz, UFRJ, UFF, a própria Uerj e outras instituições.

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Na primeira aula, cujo tema foi "Lawfare e o Estado de exceção", Ricardo Lodi começou fazendo um resgate conjuntural de embates complexos entre o direito e a política, que influenciaram em processos históricos vivenciados por países, como a Alemanha sob o domínio nazista, Chile, Itália e os Estados Unidos. O advogado ainda explicou que a 'guerra jurídica' (significado de Lawfare) foi utilizada para justificar mudanças estruturais em governos, com o objetivo de atender a interesses econômicos. 

"É interessante convidarem um professor de direito para tratar de um tema que é a negação do direito", ironizou Lodi, acrescentando que o lawfare é utlizado para a destruição de adversários - especialmente, políticos - e que este só é possível em um estado de exceção, tal qual ocorreu em outros países da América Latina e também da Europa, em décadas passadas.    

Lodi seguiu detalhando o surgimento do neoliberalismo e como este modelo econômico passou a influenciar a governança e a democracia global. Segundo o advogado, as políticas sociais adotadas por países latinos, tanto os governados por partidos de centro-esquerda (a exemplo do Brasil, Chile e Argentina) e centro-direita (como Colômbia e México), resultando na diminuição de desigualdades sociais, vão de encontro aos interesses de grandes grupos econômicos globais, que seriam os financiadores da derrubada de governos eleitos democraticamente contrários a esses projetos.

"Em 2014, ocorreu um fato no Brasil que é difícil explicar. Pela primeira vez, numa eleição presidencial, toda a elite econômica nacional se juntou contra uma candidatura oficial e escolheu o seu candidato à presidência da república", afirmou Lodi, em relação à chapa da ex-presidenta Dilma Roussef. Para o advogado, essas forças econômicas teriam iniciado as articulações contra o governo Dilma antes mesmo dela tomar posse do segundo mandato. "Esse movimento começa nas elites empresariais, na grande imprensa e toma as ruas", enfatiza. 

Ainda de acordo com o professor, o documento "Uma ponte para o futuro", lançado pelo hoje MDB poucos meses antes do impeachment, é uma prova de que a destituição de Dilma atendia a interesses econômicos, como a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e a PEC do congelamento de gastos. 

"Nem Aécio Neves (PSDB) teve coragem de propor o que foi implementado e escrito na Ponte para o Futuro. Nenhum candidato que possa concorrer a eleições pode propor uma plataforma como essa. Michel Temer fez porque não precisou de voto popular para chegar ao poder", garantiu o palestrante, ao acrescentar que o processo recebeu uma "roupagem jurídica" para que fosse legitimado. "A presidenta Dilma jamais foi acusada de corrupção. O impeachment não tem nenhuma relação com a Lava Jato", completou. 

De maneira sarcástica, Lodi classificou a prisão do ex-presidente Lula como um "impeachment preventivo", em um dos diversos momentos em cativou o público. "Carlos Lacerda dizia que o senhor Getúlio Vargas não pode ser candidato a presidente. Se for candidato, não pode ser eleito. Se for eleito, não pode tomar posse, e se tomar posse, não pode governar. Tem que ser derrubado por um golpe", citou.   

Em uma apresentação mais curta que os cerca de 40 minutos de explanação do colega de universidade, Emir Sader endossou o argumento de Lodi sobre a implantação de uma política econômica impopular de ajuste fiscal ter sido o principal motivo do impeachment de Dilma, o que consolida a existência de "um golpe de Estado" no país. "Não reconheceram a vitória da Dilma, começaram aquele processo de articulação, que levaram aos dois resultados brutais: o golpe contra a Dilma e a prisão do Lula", cravou. 

Ao longo da aula, não houve represálias ou manifestações contrárias às explicações, dentro ou fora do auditório, que esteve aberto ao público sem restrições. Devido à demanda, a coordenação do curso resolveu manter aberta as inscrições na disciplina para os alunos ouvintes. As aulas ocorrerão às quartas-feiras, das 17h às 10h, no Campus Maracanã. As informações estão disponíveis na página do programa.  

Reação acadêmica

A Uerj é mais uma dentre as dezenas de universidade que decidiu apoiar e oferecer a disciplina "Golpe de Estado de 2016 e o futuro da democracia no Brasil", idealizada pelo cientista político Luís Felipe Miguel e oferecida inicialmente da Universidade de Brasília (UNB).

A decisão foi uma resposta ao posicionamento do então ministro da Educação, Mendonça Filho, que contestou a legalidade do curso e acionou a Advocacia-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal para questionar a oferta da disciplina.

A medida foi recebida como um ataque à autonomia universitária, prevista no artigo 207 da Constituição Federal, o qual diz que a "autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial", e também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que assegura às universidades o direito de "decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre criação, expansão, modificação e extinção de cursos".

No Rio de Janeiro, a temática também foi oferecida em um curso promovido pelo Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), iniciado no dia 23 de março. Já na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a abordagem do conteúdo será feita a partir seminários homônimos, promovidos pela pós-graduação em Economia Política Internacional (PEPI).   

Na Uerj, a ementa traz a seguinte definição: "A disciplina tem como objetivos analisar a conjuntura política que levou ao impeachment da presidenta Dilma Roussef e ampliar o debate sobre o golpe de 2016 e suas múltiplas consequências para a frágil democracia no Brasil. Também realizará um estudo sobre as principais políticas propostas pelo governo de Michel Temer e suas implicações no campo da garantia de direitos". 

O Hospital Universitário Pedro Ernesto, vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estão impedidos realizar processos para seleção de novos residentes. A decisão foi tomada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), que é coordenada pelo Ministério da Educação (MEC) e conta ainda com representação do Ministério da Saúde e de entidades médicas, como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), além de um médico docente em instituição de ensino superior pública.

De acordo com o MEC, os processos seletivos estão suspensos até que as instituições resolvam as pendências ou firmem protocolo de compromisso com as adequações que permitam a formação nas especialidades. Por meio de nota, a pasta informou que a CNRM realizou visitas de supervisão após receber denúncias de residentes relacionadas com o atraso no pagamento de bolsas e com a diminuição das atividades e materiais para prática médica, prejudicando assim o ensino e a aprendizagem.

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"Após a visita realizada no fim de agosto de 2017, houve a produção de um relatório confirmando as informações dos denunciantes. Esse relatório foi apresentado na sessão plenária de dezembro passado. A deliberação do colegiado em plenário colocou as instituições em supervisão modalidade diligência devido à gravidade das irregularidades constatadas", informa o MEC. Segundo ainda o ministério, foi constatada a diminuição de cenário de práticas e de procedimentos cirúrgicos, a redução de leitos, a falta de insumos e o enxugamento do corpo clínico e de enfermagem.

Uma nova vistoria do CNRM foi agendada para a segunda quinzena de janeiro. O MEC informa que, após a notificação, as duas universidades manifestaram a intenção de atender as medidas recomendadas até a próxima visita. Ainda de acordo com a pasta, a destinação de recursos para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho é de responsabilidade da reitoria da UFRJ, que teria recebido 100% da verba de custeio prevista em 2017.

Diante da situação, 180 residentes aprovados na última seleção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho não têm garantia de poder começar suas atividades em março, conforme previsto. Se o cenário não se alterar, eles podem ser realocados em outras instituições. A UFRJ ainda não se manifestou.

Por sua vez, a Uerj estava com prova agendada para o próximo dia 13 de janeiro. O exame é parte da seleção de 227 residentes do Hospital Universitário Pedro Ernesto. O certame já for remarcado para o dia 3 de fevereiro, conforme nota divulgada pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro, órgão ao qual se vincula a Uerj.

Buscando a reversão da decisão do CNRM, algumas medidas também já foram tomadas no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O diretor da unidade, Edmar Santos, determinou na sexta-feira (5) a reabertura de todos os leitos de forma gradativa até março. A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social também depositou R$ 2 milhões para pagamento das bolsas de novembro dos residentes.

"A medida só é possível porque todo o custeio do hospital está em dia e o plano do governo é quitar os salários atrasados até fevereiro", registra o texto divulgado pela pasta. De acordo com a nota, mesmo com a crise, o hospital passou por benfeitorias recentes, como a ampliação do parque tecnológico.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) também se manifestou sobre a situação em sua página oficial. A entidade pede que a CNRM reveja a decisão e faz críticas à suspensão, qualificando-a de "desserviço para a medicina" e de "ato injusto". O texto lembra ainda que o Hospital Universitário Pedro Ernesto reúne a maior quantidade de vagas para residência no estado do Rio de Janeiro. “A residência médica deve ser valorizada porque é a garantia da boa formação médica e, por sua vez, da qualidade do atendimento à população. Prejudicar a residência só agrava a atual situação da saúde”.

No mês passado, o Cremerj se juntou aos conselhos regionais de nutrição, fonoaudiologia e fisioterapia para se manifestar contra o cenário atual da saúde do estado do Rio de Janeiro. Eles decidiram tomar uma medida política decretando “calamidade pública técnica”. O objetivo da iniciativa foi alertar para a crise e pressionar os governos por uma solução. As entidades afirmam que o quadro é preocupante em unidades de saúde administradas tanto pelo governo estadual como pelo Ministério da Saúde e pelo município.

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A maioria dos participantes da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj) decidiu, na última quarta-feira (4) manter a greve da categoria, iniciada na terça-feira (3). O diretor da entidade, Guilherme Abelha, disse que é preciso nacionalizar o debate sobre a universidade pública e defendeu uma greve nacional para protestar contra os cortes no financiamento das instituições. “Nós vemos similitudes entre o que está acontecendo com a Uerj e outras universidades. O próprio sistema federal está com problemas gravíssimos de custeio, não só as universidades, mas os centros de pesquisa também”.

Salários

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Os professores da Uerj estão com os salários de agosto e setembro e o décimo terceiro salário de 2016 atrasados. A Uerj é vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, e não à Secretaria de Educação, cujos profissionais, segundo Abelha, estão recebendo os salários dentro do calendário previsto. “Nós estamos atentos a essa falta de isonomia e estamos muito insatisfeitos com essa questão”. Esta é a segunda greve deste ano na Uerj. A primeira ocorreu em agosto.

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Por falta de recursos para pagar professores para corrigir provas, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu retirar a prova de língua portuguesa discursiva (em que é cobrada análise e interpretação de texto) do vestibular de 2018. A prova, que antes era feita por todos os candidatos, será aplicada apenas aos postulantes a vagas em alguns cursos, como direito, letras e comunicação.

O exame discursivo é a terceira etapa do vestibular da Uerj. Antes disso, os alunos passam por duas provas objetivas, com 60 questões cada, abrangendo todas as disciplinas. A aplicação da redação está mantida para todos os candidatos, e os alunos também farão provas discursivas de disciplinas específicas, de acordo com o curso escolhido.

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A Uerj diz que o objetivo da mudança é de viabilizar o vestibular estadual de 2018 “nas condições adversas em que se encontram a nossa universidade e o estado do Rio de Janeiro”.

De acordo com o diretor de vestibular da Uerj, Gustavo Krause, a decisão de retirar o exame discursivo de língua portuguesa foi tomada para viabilizar o vestibular. “É uma medida emergencial. Há prejuízo para a avaliação sim, mas o prejuízo maior era não conseguir fazer o final do exame. Seria um desastre colossal”, disse à Agência Brasil.

Segundo Krause, a redução do número de alunos inscritos para fazer o vestibular neste ano fez cair os recursos arrecadados para custear o concurso. No ano passado, foram cerca de 80 mil alunos prestando o vestibular. Neste ano o número caiu para 33 mil.

Não reduz qualidade

A professora de língua portuguesa e produção textual Tatiana Câmara, que dá aula para alunos do 3º ano do ensino médio no Colégio Mopi, no Rio de Janeiro, considera que a decisão de retirar a prova do vestibular foi acertada, porque a Uerj não teria condições de manter as bancas examinadoras. Para ela, a mudança não vai reduzir a qualidade do vestibular. “É uma prova que compõe o todo, e como é só de compreensão e leitura não chega a esse ponto de comprometer a qualidade do vestibular”, diz.

A aluna do 3º ano do ensino médio Mariana Novello já fez a primeira prova objetiva da Uerj, em julho, e vai fazer as próximas fases, em setembro e dezembro. Ela acha que a prova é importante para todos os cursos. “O português instrumental seria necessário para todos os cursos para mostrar que você sabe bem a língua”, diz. Por outro lado, ela avalia que, no seu caso, a retirada da prova discursiva de língua portuguesa será positiva porque, como vai prestar vestibular para biologia, terá mais tempo para se dedicar às matérias que têm mais peso na prova.

A Uerj informou que a leitura da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, que estava prevista para ser avaliada na prova de língua portuguesa instrumental, será transferida para a prova de redação, que terá como tema uma questão polêmica levantada pelo livro. “A leitura do romance certamente ajudará o candidato a escrever a sua redação”, diz a Uerj.

Crise

Por causa da situação financeira da universidade, o início do ano letivo, que começaria no dia 1º de agosto foi adiado por tempo indeterminado. Segundo a reitoria da Uerj, o motivo do adiamento são as condições precárias de manutenção da universidade, com o não pagamento das empresas terceirizadas, contratadas por meio de licitação pública.

Os professores da Uerj estão em greve desde o dia 1º, contra o atraso dos salários e das bolsas acadêmicas e as más condições de trabalho nas unidades e no hospital universitário.

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Sem perspectiva para retomar as aulas, a crise histórica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) está mobilizando até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os professores titulares da Faculdade de Direito, liderados por Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, negociam a ida das turmas do Direito para o antigo prédio do Tribunal de Alçada e do Júri do Tribunal de Justiça, no centro do Rio.

"Observamos, com tristeza e apreensão, a acelerada decadência da faculdade, com a sucessão de paralisações - justíssimas, diga-se de passagem -; a situação desesperadora das alunas e alunos cotistas, privados das suas bolsas; o absurdo não pagamento de professores, funcionários e terceirizados; o quadro de dificuldades em relação às nossas instalações. Percebemos, com angústia, a perda crescente do prestígio da faculdade, evidenciada por fatores como a grande evasão de estudantes, a redução da procura pelo Direito da Uerj no vestibular, e os resultados cada vez piores no exame da OAB", diz o grupo de oito professores em carta aberta à comunidade acadêmica, em que defende a mudança para a Praça 15. "Na nossa opinião, é urgente pensar em soluções inovadoras para os problemas, pois boas intenções e palavras de ordem não serão suficientes."

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Outro grupo de professores já enviou nota à comunidade, criticando a proposta, por afastar o Direito do restante da Uerj e promover o isolamento de alunos. Já os juristas liderado pelos ministros do Supremo destacam na carta que, com a mudança para um prédio melhor, seria possível "atender, através do escritório modelo, pessoas necessitadas, que poderão ter um serviço que a Uerj, no câmpus, sempre teve dificuldade em proporcionar". Além disso, os universitários teriam acesso à biblioteca do TJ.

Respeitando a decisão acadêmica, o grupo de Fux e Barroso conclui que "oportunidades como essa não aparecem duas vezes": "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".

Tribunal

Procurado, o TJ-RJ afirmou que "está desenvolvendo uma parceria com a Faculdade de Direito para a cessão do espaço para universidade". "Atualmente, o local abriga unidades administrativas do tribunal e salas da Escola de Administração Judiciária. O acordo, cujos detalhes ainda estão sendo discutidos, não vai causar qualquer acréscimo de despesas para o TJ", afirma a nota oficial, que não estima prazo para a conclusão da parceria.

A reportagem procurou a Uerj na noite desta terça-feira, 8, mas não localizou ninguém que pudesse manifestar-se sobre o assunto.

Mais recursos

Diante da crise orçamentária das universidades federais, o ministro da Educação, Mendonça Filho, informou nesta terça que o governo avalia a liberação de mais recursos para a rede. Mas avaliou que uma parte das instituições vive situação de aperto por problemas de gestão. "Algumas não enfrentam problemas e dificuldades porque são competentes, capazes e qualificam melhor suas gestões."

Mendonça Filho afirmou que o governo liberou para limite de empenho das universidades, até agora, 70% dos recursos de custeio (R$ 3,5 bilhões) e 40% das verbas para investimentos (R$ 450 milhões), além de outros R$ 428 milhões da receita própria das instituições. Nas últimas semanas, reitores e professores manifestaram insatisfação com a falta de recursos em UnB, UFRJ, UFMG, UFRGS e UFPR, entre outras.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior avaliou que a situação nas universidades federais é "desoladora" e a declaração do ministro para "tranquilizar" a comunidade acadêmica se choca com a realidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Reitoria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) anunciou, em nota divulgada na noite de segunda-feira (31), que decidiu adiar o início do ano letivo de 2017, que começaria nesta terça-feira (1º). Não foi definida uma nova data para a volta às aulas.

O motivo do adiamento, segundo a reitoria, são as condições precárias de manutenção da universidade, com o não pagamento das empresas terceirizadas, contratadas por meio de licitação pública. “Limpeza, vigilância e coleta de lixo estão restritas, além de o restaurante universitário permanecer fechado”, especificou a reitoria em nota.

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Outro motivo apontado para o adiamento é o atraso recorrente de salários dos funcionários e professores, referentes aos meses de maio e junho, possivelmente também julho, além do não pagamento do décimo terceiro salário e no atraso nas bolsas, incluindo de alunos cotistas, o que impede que venham para a universidade.

“Atingimos um patamar insuportável que impede a universidade de bem exercer suas funções de ensino, pesquisa e extensão. Também o nosso Hospital Universitário Pedro Ernesto padece do mesmo problema e funciona com limitações quase impeditivas, diminuindo amplamente o atendimento à população”, expôs a nota.

Segundo a reitoria, outro fator que causa grande contrariedade é o fato, considerado discriminatório, de o governo do Rio manter em dia salários de alguns setores, notadamente da segurança pública, e de parcelar os vencimentos de outros.

“Todo o quadro acima mencionado nos impõe a decisão de não dar início ao semestre letivo no dia 1º de agosto, conforme anteriormente previsto no calendário acadêmico. À medida que surjam novos fatos, voltaremos a nos manifestar acerca do início das aulas”, finaliza a nota.

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Com três pagamentos atrasados para técnicos e professores e um calendário acadêmico que ainda não saiu de 2016, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) viu dobrar a evasão de alunos no ano passado. Segundo afirmou na quarta-feira (14) o reitor da universidade, Ruy Garcia Marques, a percepção dos problemas na instituição já afeta também a busca de candidatos ao vestibular de 2018.

"Está sendo notada essa diminuição [de inscrições no vestibular]. Mas certamente isso iria acontecer. Até em casa, meu filho, de 16 anos, me diz que não sabe se quer ir para a Uerj", lamenta o reitor, que defende a instituição, considerada uma das mais conceituadas do país: "Sem dúvida nenhuma a Uerj vale a pena, mas vai levar tempo para a gente recuperar a grandeza desse nome."

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Em entrevista à imprensa na manhã de quarta (14) o reitor descreveu os problemas que a universidade enfrenta desde o ano passado. Todo ano, segundo Ruy Garcia Marques, 300 a 400 alunos deixam a universidade, número que dobrou em 2016.

O reitor chamou a atenção para o impacto dos atrasos de pagamentos na permanência dos alunos bolsistas na instituição,que é pioneira em ações afirmativas no país. Cerca 10 mil alunos cotistas e não cotistas em dificuldades financeiras recebem mensalmente um auxílio de R$ 450. "São bolsas pequenas, mas absolutamente indispensáveis para a locomoção e a frequência deles na universidade."

Atualmente, os técnicos administrativos da universidade estão em greve. Eles estão sem os salários de abril e maio e também não receberam o décimo terceiro salário de 2016. Os professores continuam dando aulas de acordo com suas possibilidades de deslocamento para a universidade, mas a situação salarial é a mesma.

"Muitos alunos não estão conseguindo comparecer às aulas, assim como docentes, que estão vendendo carro, voltando a morar com seus pais. Técnicos administrativos [vivem] a mesma coisa, pegam empréstimos. Está afetando todos os segmentos."

Os problemas de pagamento põem em risco o funcionamento de serviços prestados à sociedade, como o atendimento de psicologia e odontologia no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O reitor afirma que há risco de que esses serviços sejam suspensos, assim como pesquisas que dependem de recursos estaduais para sua manutenção.

"A pesquisa não é uma coisa que a gente possa interromper aqui, e daqui a seis meses, quando as coisas melhorarem, a gente recomeça. Tem que recomeçar do zero."Ontem, o governo do estado informou que a folha de pagamento deve ser regularizada em 45 dias, com a adesão do estado ao Plano de Recuperação Fiscal da União.

Servidores estaduais da educação, da segurança pública, administração penitenciária e defesa civil devem receber os salários de abril e maio ainda hoje. A Uerj é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social.

A comunidade acadêmica da Uerj envolve hoje cerca de 50 mil pessoas, sendo 27 mil alunos de graduação presencial, 7 mil de graduação à distância e 7 mil de pós-graduação. Há 5,8 mil servidores técnicos administrativos e 2,6 mil professores na folha de pagamento.

Paralisações e adiamentos levaram o calendário acadêmico da Uerj a um atraso que só pode ser totalmente revertido em meados de 2018. A universidade deve encerrar o segundo semestre de 2016 em julho; o primeiro de 2017, em novembro; e o segundo semestre deste ano está previsto para terminar em abril de 2018. A previsão, no entanto, depende que os problemas sejam superados.

Em nota, o governo do estado afirma que "reconhece a importância da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e tem concentrado esforços na busca de soluções para a superação do atual quadro de graves dificuldades enfrentadas pela  instituição". O governo informa que repassou à Uerj 76% do orçamento de 2016, e que a crise impediu que o restante dos recursos chegasse à Universidade.

Nesta quarta-feira, os servidores da Uerj receberam um pagamento de R$ 700 referente ao mês de abril, mas o restante do pagamento continua em atraso.

"Muitos alunos não estão conseguindo comparecer às aulas, assim como docentes, que estão vendendo carro, voltando a morar com seus pais. Técnicos administrativos [vivem] a mesma coisa, pegam empréstimos. Está afetando todos os segmentos."

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A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), 10ª colocada entre as 195 universidades brasileiras, segundo ranking da publicação britânica Times Higher Education do ano passado, amarga a pior crise de sua história.

Afundada em dívidas, a instituição começou as aulas somente no dia 10 deste mês, depois de sucessivos adiamentos. Mas ainda não se sabe se há condições de retomar seu funcionamento.

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O restaurante universitário permanece fechado, técnicos administrativos continuam em greve, bolsas de iniciação científica e as bolsas-permanências, voltadas para alunos cotistas, estão atrasadas, professores e servidores não recebem salários desde janeiro. A dívida do Estado com a folha de pagamento é de R$ 350 milhões, informou a reitoria.

"A situação é dramática. A universidade agoniza", resume Sérgio Duarte, aluno de Serviço Social e um dos 42 mil estudantes da instituição.

O primeiro sinal da crise veio no fim de 2015, quando o então reitor Ricardo Vieiralves encerrou mais cedo o período letivo por falta de limpeza e segurança no câmpus. Os funcionários, já sem receber havia meses, entraram em greve.

A situação só se agravaria. Dos R$ 90 milhões previstos para despesas com estrutura da Uerj em 2016, o Estado pagou R$ 15 milhões. Entre março e agosto, alunos, professores e técnicos administrativos entraram em greve. Os estudantes cursaram o que equivaleria ao primeiro semestre entre setembro e dezembro.

Incógnita

"Quando comecei a estudar aqui, a gente tinha estabilidade, as bolsas tinham regularidade. E tudo foi minguando. Faltariam três semestres para eu me formar, mas não sei quando vai acontecer, se vai acontecer. A gente tem medo de não se formar, de a Uerj fechar e a gente perder todo o investimento feito aqui", diz a estudante Maíra dos Anjos, de 34 anos, aluna de Psicologia do 8º período.

A Uerj foi a primeira universidade pública do País a adotar o sistema de cotas para negros, indígenas e egressos de escola pública, com corte por renda, a partir de 2003. São 9,3 mil estudantes que têm direito a uma ajuda de custo mensal de R$ 450 para passagem e alimentação.

Na volta às aulas, professores têm encontrado salas esvaziadas. "A gente não tem dimensão do tamanho do impacto. Há uma grande evasão estudantil, professores estão deixando a instituição, a procura pelo vestibular foi menor. Desde 2015, a universidade tem sofrido cortes no orçamento. O governo deu um calote na universidade", afirma Lia Rocha, presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj).

Em nota à comunidade acadêmica, a sub-reitora de Graduação, Tania Carvalho Netto, disse que foram levados em conta "o avanço no restabelecimento das condições mínimas de limpeza e de segurança", mas há a preocupação com o "prejuízo que os sucessivos adiamentos vêm impondo aos estudantes". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiram nessa segunda-feira (27), em assembleia, manter o estado de greve. A informação de que o governador Luiz Fernando Pezão cortaria 30% dos salários da categoria pautou o encontro, que reuniu cerca de 250 docentes no campus Maracanã, zona norte da capital fluminense. Eles reclamaram dos salários atrasados, incluindo o décimo terceiro, e das estruturas precárias de trabalho. 

Presidente da Associação dos Docentes da Uerj, a professora Lia Rocha ressaltou que o estado de greve não significa que os docentes, que também são pesquisadores, não estejam trabalhando. “Cheguei atrasada à assembleia porque estava na banca de fim de curso de uma aluna da graduação, que precisa se formar para assumir um cargo público”, afirmou Lia.

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Para a professora, a declaração do governador é uma declaração de guerra, não resolve o problema. "O problema da Uerj é de orçamento: dos 12 elevadores no campus, apenas um está funcionando. É uma situação que ultrapassa o limite de precariedade com que já trabalhávamos.”

O reinício das aulas da Uerj foi adiado cinco vezes e o segundo semestre de 2016 ainda não tem data para começar. Segundo a reitoria da instituição, os adiamentos ocorrem por falta de condições para manter a segurança e a limpeza dos campi, devido ao atraso nos salários de funcionários e no pagamento dos fornecedores e ao não pagamento das bolsas estudantis.

O estudante do programa de pós-graduação em educação Felipe Duque, de 30 anos, é um dos poucos que continuam a ter aula. Alguns dos mais de 50 cursos de pós-graduação continuam funcionando, mas, segundo Duque, está cada vez mais difícil frequentar o curso. “Não há elementos básicos para a continuidade e regularidade das aulas. Faltam papel higiênico, água, alimentação, não tem xerox aberta. A secretaria está fechada, pois os técnicos estão em greve. São vários empecilhos”, afirmou o estudante, que é a favor da paralisação.

De acordo com Duque, é preciso fazer um diagnóstico, integrar a corrente de reivindicações dentro da universidade para "não deixar a Uerj, que ainda é uma das melhores a América Latina, se apagar”.

Nova assembleia foi marcada para quinta-feira (30), depois da reunião do Fórum dos Diretores da Uerj, no dia anterior (29), na qual será avaliada a possibilidade de volta às aulas. Na reunião passada (23), o fórum reafirmou a necessidade de regularização dos serviços de limpeza, de coleta de lixo e elevadores para o início das aulas, bem como o pagamento das bolsas de estudos de fevereiro aos alunos cotistas e a reabertura do restaurante universitário, entre outras medidas.

“Vamos decidir se entraremos em greve ou não, se as aulas forem retomadas pela direção da Uerj", informou Lia. Ela disse que, enquanto isso, a categoria continua no "enfrentamento" com o governo.  “Pretendemos ir à casa do governador. A ideia é convidá-lo para vir aqui ver as condições da universidade e que apresente uma proposta para a Uerj, pois ele não apresentou nenhuma solução até agora.”

Procuradora, a assessoria de Pezão não retornou até a publicação desta reportagem.

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As aulas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) podem começar na próxima segunda-feira, dia 27 de março. A decisão sobre o calendário universitário vai ser tomada na quinta-feira (23) pela Reitoria. Segundo o reitor da UERJ Ruy Garcia, se as condições de manutenção da universidade forem resolvidas, as aulas podem ser iniciadas.

Mas a presidente da Associação de Docentes da Uerj, a professora de Sociologia Lia Rocha, avisou que caso a Reitoria decida iniciar as aulas no dia 27 de março, os educadores vão discutir a possibilidade de greve. Diante da crise na UERJ, que ainda não iniciou o segundo semestre de 2016, a reitoria pretende entrar na Justiça para pedir a autonomia financeira da universidade.

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A medida obrigaria ao governo do estado a repassar mensalmente o orçamento da universidade, assim como acontece com o Judiciário. Segundo o reitor da UERJ, em 2016, por exemplo, o estado só repassou cerca de R$ 15 milhões dos R$ 90 milhões necessários para manter a universidade durante um ano. Em 2017, a UERJ ainda não recebeu nenhum recurso do estado para manutenção.

O Fórum de Diretores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu, em reunião realizada na quinta-feira (9), adiar pela quinta vez o início das aulas referentes ao segundo semestre de 2016 devido a atual crise financeira que atravessa o governo do Rio de Janeiro. A Uerj entende "que um fator crucial desta crise diz respeito ao pleno exercício de sua autonomia, inclusive financeira, e está preparando as medidas judiciais cabíveis para o cumprimento dessa disposição constitucional. Também estamos elaborando anteprojeto de lei, a ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Rio, com a mesma finalidade", diz em nota o colegiado.

No início de janeiro, a reitoria da Uerj decidiu adiar o início das aulas do segundo período de 2016 pela falta de condições necessárias ao seu pleno funcionamento. Entre os problemas estão o não pagamento das bolsas e salários por parte do governo do estado. Em nota, a Uerj informou que, desde então, a reitoria e o fórum de diretores vêm se reunindo semanalmente para avaliar e propor alternativas para a superar o que chama de "maior crise de financiamento em sua história".

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O fórum aponta que os principais entraves para o início das aulas são a inexistência de um plano de regularização dos pagamentos às empresas terceirizadas (manutenção, infraestrutura, limpeza, segurança, coleta do lixo, restaurante universitário, elevadores e outros), a ausência de um calendário de pagamento de salários e bolsas estudantis, além da falta de um cronograma de repasses de verbas para a manutenção em geral.

"Diante destes fatos, a reitoria, apoiada pelos diretores de faculdades e institutos da universidade, decidiu aguardar até a próxima quinta-feira (16), quando voltará a se reunir para definir sobre o início das aulas", encerra a nota.

O movimento de resistência da Uerj, Universidade do Estado Rio de Janeiro, reuniu mais de 60 artistas, de diversos estilos musicais, para protestar contra a grave crise enfrentada pela instituição. O ato show Viva Uerj ocorreu no palco da Concha Acústica, no campus Maracanã, localizado na zona norte do Rio. A universidade precisou adiar pela quinta vez o início das aulas por conta da redução dos repasses financeiros por parte do governo. A direção da unidade não estabeleceu um novo prazo para a retomada das atividades.

A sub-reitora de graduação, Tânia de Carvalho Neto, contou que houve uma sinalização de diálogo. A vice-reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF, Tereza Peixoto Faria, que participou do ato, disse que a UENF também enfrenta as mesmas dificuldades. Tatiane Alves, professora e coordenadora de Estudos Estratégicos e de Desenvolvimento da UERJ, destacou a adesão voluntária de artistas à luta da universidade.

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A cantora maranhense, Rita Beneditto, foi uma das artistas que subiu ao palco para reforçar o movimento de resistência. Durante o evento, foram recolhidos materiais de uso hospitalar para as unidades do Hospital Universitário Pedro Ernesto, a Policlínica Piquet Carneiro e o Posto de Enfermagem de Vila Dois Rios, em Ilha Grande, que estão com dificuldades no funcionamento.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) adiou mais uma vez a volta às aulas. As atividades deveriam ter início no domingo (13), mas a instituição anunciou, em nota no site, que, no momento, não há possibilidade de receber a comunidade acadêmica pois os campi ainda não têm condições básicas de funcionamento. Esta é a quinta vez que a universidade adia o retorno às atividades acadêmicas.

Em nota, a Uerj esclarece que diversas reuniões têm sido feitas para que se encontrem formas de que a Uerj possa funcionar. Participam desses encontros o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, os sub-reitores, os diretores dos centros setoriais, o novo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação, Pedro Fernandes, o governador Luiz Fernando Pezão e o Ministério Público. A Uerj tem sido afetada pela crise orçamentária do governo fluminense.

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“A reitoria, juntamente com o Fórum de Diretores, reconhece a relevância do novo cenário de negociações que está em curso, pavimentando a construção de novos caminhos, visando a retomada integral das atividades acadêmicas na Uerj”, diz um trecho do comunicado.

A instituição ainda informou que o Fórum de Diretores está reunido em caráter permanente para acompanhar a concretização das negociações sinalizadas pelo governo do estado do Rio de Janeiro para a superação da crise que atinge a Uerj.

A instituição não estabeleceu uma nova data para início dos trabalhos, mas divulgou que a retomada deve ocorrer dois dias úteis após o restabelecimento das condições básicas para o funcionamento da universidade, já apresentadas pela reitoria à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), ao governador do estado e ao Ministério Público.

Entre as condições mínimas estabelecidas pela reitoria da Uerj para o retorno estão: calendário de repasses de verbas para a manutenção em geral, com previsão de repasse de cota financeira mensal; um plano de regularização dos pagamentos às empresas terceirizadas (manutenção, infraestrutura, limpeza, segurança, lixo e restaurante universitário) e calendário de pagamento de salários, incluindo o décimo terceiro, bolsas estudantis e demais modalidades.

A Reitoria da Uerj, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, adiou pela terceira vez a data de início das aulas em 2017. Após reunião realizada com o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, a instituição decidiu retomar as atividades apenas no dia 6 de fevereiro. Anteriormente, a Uerj já tinha adiado o início das aulas do dia 16 para o dia 23 de janeiro; e do dia 23 para o dia 30 de janeiro.

Os motivos alegados pela Reitoria para o adiamento são os mesmos: atraso dos salários de professores e servidores,  falta de pagamento das bolsas estudantis, inclusive para os alunos cotistas, atraso no repasse das verbas de manutenção e custeio da universidade e a interrupção do funcionamento do Restaurante Universitário, no Campus Maracanã, por falta de pagamento, por parte do estado, à empresa que administrava o local.

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A Uerj informou que ainda que a decisão não implica no cancelamento do calendário letivo do segundo semestre de 2016, que está mantido. A direção universidade também divulgou dados financeiros e contestou informações do governo do estado do Rio de Janeiro sobre a situação econômica da instituição.

Segundo a Uerj, os recursos repassados pela secretaria estadual de Fazenda são insuficientes para pagar as bolsas e os salários dos servidores e também para cobrir as despesas de custeio para garantir o funcionamento da instituição.

De acordo com a Secretaria, A Uerj já recebeu 76% do orçamento aprovado para 2016  pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro , sendo  R$ 578 milhões  para despesas com para pessoal e  R$ 189 milhões de para custeio. A reportagem procurou a Secretaria estadual de Fazenda para comentar a manifestação da Uerj, mas o órgão não respondeu até o fechamento da matéria. 

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Cerca de 50 estudantes e funcionários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) fizeram hoje (18) um ato em defesa da instituição. A universidade enfrenta um problema de falta de recursos que tem causado prejuízos às atividades acadêmicas, e aos atendimentos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). Os manifestantes se reuniram no Largo do Machado, zona sul do Rio, e seguiram em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo fluminense. 

De acordo com a estudante de ciências sociais da Uerj Natália Trindade, estas recorrentes manifestações buscam despertar a opinião pública da sociedade para os problemas que a universidade enfrenta. Ela diz que esta é a única forma de conseguir apoio, já que o governador não dialoga com os estudantes e servidores.

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“A população precisa nos dar este apoio. A Uerj é um patrimônio do nosso estado. Ela não é minha, é de todos. Nossa situação hoje é triste, lamentável. Se uma pessoa entrar em qualquer um dos campus terá uma sensação de que falta absolutamente tudo. Só não estamos piores que as delegacias, pois ainda temos folhas de papel-ofício. De resto, falta tudo: limpeza, alimentação, ventiladores, etc. Estamos reivindicando o básico para que a Uerj sobreviva”, explicou.

Carlos Abreu, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, da Universidade Federal Fluminense,  participou do ato, segundo ele, para reforçar uma luta que deveria ser de todos. 

“É um ditado batido, mas a união faz a força. A Uerj, diferentemente de nós, é do estado, mas nós também passamos por problemas já que o governo federal não nos dá nada. Então é extremamente necessário estarmos aqui fazendo coro com nossos irmãos. O que está sendo feito com estes jovens e os servidores em geral é um ataque desumano. Que se cortem os gastos na própria carne dos políticos e não na nossa educação. Educação é a maior riqueza que este país deveria ter," disse Carlos Abreu.

Os alunos da Uerj tiveram suas aulas adiadas do dia 17 para o próximo dia 23, por falta de repasse de verbas.  A estudante Natália diz que realmente não há condição para o retorno às aulas por conta da escassez em todos os setores da instituição. Ela pediu que os estudantes sejam reconhecidos como a solução para a crise e não como um problema.

Estudantes da UERJ fizeram um protesto hoje (18) por conta das condições financeiras que a instituição enfrenta. De acordo com os manifestantes, devido à falta de recursos, a universidade está causando problemas para estudantes e para a comunidade. O hospital administrado pelo curso de medicina não está conseguindo atender à população adequadamente.

A movimentação aconteceu no Largo do Machado e seguiu para o Palácio Guanabara. De acordo com os estudantes, a intenção é conquistar o apoio da população. “A população precisa nos dar este apoio. A Uerj é um patrimônio do nosso estado. Ela não é minha, é de todos. Nossa situação hoje é triste, lamentável. Se uma pessoa entrar em qualquer um dos campus terá uma sensação de que falta absolutamente tudo”, explicou Natália Trindade, estudante de ciências sociais.

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O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, da Universidade Federal Fluminense, Carlos Abreu, participou da ação e afirmou que é um problema que necessita do envolvimento da sociedade. O início das aulas, marcado para ontem, teve de ser adiado para a próxima segunda-feira, devido à escassez de recursos da instituição.

Por falta de pagamento, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu suspender o reinício do segundo semestre de 2016, previsto para esta segunda-feira (16). Cerca de 9 mil alunos ficarão sem aula. A decisão foi tomada na sexta-feira (13), e comunicada por meio de nota publicada na página oficial da universidade assinada pelo Fórum de Diretores da Uerj.

Na nota, o Fórum de diretores informa que a falta de repasse de verba levou a Reitoria da Universidade a se reunir com o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, com os diretores de Centros Setoriais e com os sub-Reitores da Universidade. No encontro ficou decidido a suspensão do reinício das aulas. 

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As razões que levaram a universidade a adiar as aulas  foram a falta de pagamento regular das bolsas permanência aos estudantes do sistema de reserva de vagas (cotistas);  o não pagamento regular das demais bolsas estudantis; a falta de pagamento para o repasse das verbas de manutenção, custeio e o não pagamento regular dos salários aos servidores docentes e técnico-administrativos, ativos e inativos e o décimo terceiro salário do ano passado. 

Com dívidas da ordem de R$ 360 milhões relativas ao custeio, pagamento à fornecedores, bolsistas e servidores , entre outros, a decisão de adiar as aulas prejudica mais de 40 mil alunos, entre estudantes presenciais, dos ensinos fundamental e médio, além dos que estão cursando graduação, pós-graduação. A universidade também é responsável pelo Hospital Pedro Ernesto e pela Policlínica Piquet Carneiro. Na avaliação do Fórum de Diretores, “as atuais condições de funcionamento da Uerj não permitem a plena retomada de todas as atividades ligadas à instituição”.

A falta de pagamento de todas as bolsas estudantis inviabiliza o retorno dos estudantes às aulas, por incapacidade de custear sua alimentação e transporte, e o repasse de outras verbas mencionadas “impede as condições plenas de funcionarmos com higiene e segurança, expondo toda a comunidade uerjiana a situações de grande risco”, explica a nota. Conforme o documento a irregularidade do pagamento dos salários a todos os servidores – ativos e inativos – “amplia sobremaneira as condições indignas de trabalho e de sobrevivência”.

O comunicado do Fórum de Diretores avalia, porém, que sem abrir mão do Calendário Acadêmico vigente, o início das aulas fica transferido para o próximo dia, com a continuidade das demais atividades acadêmico-administrativas nele previstas, “respeitando-se o planejamento realizado por cada uma das Unidades Acadêmicas”.

Na próxima quinta-feira (19), a Reitoria terá nova reunião com o Fórum de Diretores para reavaliar as reais condições de funcionamento da Universidade. Tanto a Reitoria como os demais dirigentes da Uerj entendem que esta decisão “está pautada no senso de responsabilidade que se espera de todo órgão público perante a comunidade universitária e a população do Estado do Rio de Janeiro no cumprimento de sua missão”, diz a nota.

Em carta endereçada ao governador Luiz Fernando Pezão, o Conselho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) comunicou às autoridades e à população que “as suas atividades ficarão impossibilitadas nas diversas unidades acadêmico-formativas e administrativas”, devido à falta de pagamento, desde novembro, dos salários, bolsas e verbas de custeio. A instituição não anunciou a paralisação das atividades, mas informou no ofício que as condições atuais de trabalho estão prejudicando o funcionamento e podem levar a uma suspensão dos trabalhos.

A posição foi tirada na reunião do Conselho Universitário, na sexta-feira (6), e inclui o Hospital Universitário Pedro Ernesto e a Policlínica Américo Piquet Carneiro. A carta reafirma “a necessidade do pagamento integral de seus servidores (ativos e inativos) e a liberação dos recursos orçamentários necessários ao funcionamento imediato e permanente da Uerj” para “evitar tal situação [uma paralisação total]".

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Segundo a sub-reitora de Graduação, professora Tania Maria de Castro Carvalho, o desgaste e desprestígio com o não recebimento de verbas vem desde 2015, mas agora chegou a uma  situação classificada como insustentável. “Desde meados de 2015 isso já começou a se aprofundar. Só que agora chegou numa situação de profunda agudização. Ainda não recebemos as bolsas, nem os salários dos professores e servidores, exceto os técnicos administrativos que são do hospital Pedro Ernesto e trabalham na área de saúde. São os únicos que receberam o salário de novembro” disse. 

De acordo com ela, a falta de pagamento chegou a todos os setores, o que impossibilita a universidade de abrir as portas. “A Uerj tem funcionado muito precariamente, às vezes sem luz, sem internet funcionando, o serviço de limpeza  pago é com atraso, segurança, restaurante universitário, tudo com atraso. Mas, principalmente, com atraso nas bolsas dos estudantes. São mais de 9 mil cotistas que têm a bolsa-permanência, que é uma verba do governo federal para permanência de quem tem baixa renda comprovada, além dos alunos bolsistas dos projetos da universidade que também estão sem receber desde novembro”.

Ela explica que nunca houve divisão da folha - como ocorreu agora, em que apenas os servidores do hospital receberam - e que a Uerj como um todo luta pelo pagamento integral. "O governo está inviabilizando que nós estejamos com as portas abertas para cumprir a nossa missão com a sociedade”, disse Tânia, destacando que “a Uerj se recusa a participar do desmonte da educação pública e da saúde pública no estado e no país. Essa é a posição inabalável da nossa universidade”.

Sem previsão

O governo do estado não confirma se recebeu o ofício da universidade. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia informa que assuntos de pagamento são atribuição da Secretaria de Fazenda (Sefaz) que, por sua vez, respondeu à Agência Brasil  que "desde o início do agravamento da crise financeira, a prioridade absoluta é o pagamento dos salários dos servidores do Estado”. Sem previsão de data, a Sefaz diz que “os repasses serão regularizados tão logo haja disponibilidade de recursos em caixa”.

Segundo a sub-reitora da Uerj, a folha de pagamento de salário do pessoal docente e técnicos administrativos ativos e inativos é de R$ 80 milhões por mês e a verba para manutenção e custeio de todos os campi da universidade é de R$ 23 milhões.

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