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Um grupo de cerca de 100 aposentados protestava por volta das 15h45 desta terça-feira, 7, nos corredores do Senado em defesa da aprovação da proposta que indexa o reajuste dos benefícios da previdência social à política de correção do salário mínimo. Essa mudança foi aprovada pela Câmara dos Deputados na Medida Provisória 672, o primeiro item da pauta do Senado na tarde de hoje.

Entoando os gritos "Reajuste já", os manifestantes percorreram os corredores da Casa e se posicionaram porta do plenário do Senado. O grupo defende que o Senado mantenha o texto aprovado pela Câmara.

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O senador Paulo Paim (PT-RS) recepcionou o grupo de manifestantes e prometeu batalhar pela aprovação da MP com essa mudança no Senado. Ele disse que a Casa em duas oportunidades anteriores já havia aprovado um reajuste semelhante, mas que a Câmara não levou adiante. "O que o Senado tem que fazer, até por uma questão de honra, é votar na íntegra o projeto que veio da Câmara", disse.

O Senado deve votar nesta terça-feira, 7, mais um projeto que põe em risco o ajuste fiscal do governo da presidente Dilma Rousseff. Está na pauta da Casa a proposta que concede um reajuste de até 78% aos funcionários do Ministério Público da União (MPU).

Na semana passada, a Casa aplicou um duro golpe no Palácio do Planalto ao aprovar o aumento salarial do Poder Judiciário. Um dia depois dessa votação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avisou que não iria tirar o projeto do MPU da pauta a menos que as negociações entre os servidores do órgão e o Executivo avançassem. "Se houver negociação, melhor. Se não houver negociação, o parlamento não tem outra coisa a fazer senão apreciar o projeto", afirmou.

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Pelo que o jornal O Estado de S. Paulo apurou, porém, até o início da noite desta segunda-feira não havia acordo. Na semana passada, representantes do MPU estiveram com integrantes do Ministério do Planejamento, mas rejeitaram a proposta do governo de reajuste de 21,3%. Esse é o patamar que vem sendo oferecido pelo Executivo às demais categorias da União, num aumento que seria dividido em parcelas de 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,8% em 2018 e 4,5% em 2019.

Os servidores esperam agora por uma nova proposta do governo, mas o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, tem defendido que o projeto seja votado na íntegra, mesmo sem o aval do Planalto.

O projeto do MPU prevê um aumento salarial médio de 59,49%, escalonados em três anos a partir de 2015, e engloba os MPs Federal, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal e Territórios. Segundo os servidores do órgão, a categoria sofre com uma defasagem salarial, pois está há nove anos sem aumento.

Em uma página criada no Facebook, eles afirmam que o impacto aos cofres públicos do reajuste será de R$ 169 milhões e argumentam que só o valor recuperado pela Procuradoria-Geral da República, por conta da Operação Lava Jato, já é de R$ 180 milhões.

O montante corresponde ao que foi desviado pelo ex-diretor da estatal Pedro Barusco. "A quem interessa enfraquecer quem combate a corrupção?", questiona uma mensagem postada nesta segunda-feira na rede social.

O sindicato da categoria solicitou a liberação dos servidores para que eles possam acompanhar a votação no Senado. Na semana passada, os funcionários do Judiciário ocuparam os corredores da Casa por mais de sete horas, promovendo um dos maiores protestos do ano.

Sobre o aumento do Judiciário, que terá impacto de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo só este ano, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já avisou que presidente Dilma Rousseff irá vetar o reajuste aprovado. Não há ainda indicação sobre o que o governo pretende fazer caso o projeto do MPU também seja chancelado pelo Congresso.

Vinte e quatro horas depois de rejeitar uma proposta de emenda à Constituição sobre redução da maioridade penal para crimes hediondos e graves, a Câmara dos Deputados aprovou outra PEC com o mesmo objetivo. A matéria recebeu 323 votos a favor, 115 contra, duas abstenções e quatro obstruções.

Todos os 25 deputados federais pernambucanos estavam presentes na sessão e registraram voto. Os favoráveis foram Mendonça Filho (DEM), Kaio Maniçoba (PHS), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Monteiro (PP), Anderson Ferreira (PR), Gonzaga Patriota (PSB), Marinaldo Rosendo (PSB), Pastor Eurico (PSB), Bruno Araújo (PSDB), Daniel Coelho (PSDB), Adalberto Cavalcanti (PTB), Jorge Côrte Real (PTB), Ricardo Teobaldo (PTB), Zeca Cavalcanti (PTB) e Augusto Coutinho (SD).

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Já os contrários foram Luciana Santos (PCdoB), Cadoca (PCdoB), Wolney Queiroz (PDT), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Raul Jungmann (PPS), Fernando Coelho Filho (PSB), João Fernando Coutinho (PSB), Tadeu Alencar (PSB), Silvio Costa (PSC) e Betinho Gomes (PSDB).

De uma votação para a outra, apenas o deputado Kaio Maniçoba mudou de postura. Enquanto na primeira votação ele foi contrário à proposta, desta vez o voto foi a favor da redução. A reportagem tentou entrar em contato com o parlamentar para obter explicações, mas não houve sucesso. De acordo com a assessoria de imprensa, ele falará com a imprensa ainda na manhã desta quinta-feira (2).

A proposta aprovada determina que jovens com mais de 16 e menos de 18 anos sejam punidos como adultos quando praticarem crimes hediondos, homicídio doloso (com intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. As penas deverão ser cumpridas em unidades específicas que devem ser construídas por União e Estados.

Agora o texto terá que passar por segundo turno de votação. Como se trata de uma PEC, são necessários, no mínimo, 308 votos favoráveis para ser aprovada.

 

Aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiram enxugar mais uma vez o novo texto que vai à votação sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos na noite desta quarta-feira (1°). O grupo decidiu tirar do texto da PEC a lesão corporal grave e manter a redução da maioridade para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.

Na tentativa de reverter a derrota sofrida na madrugada desta quarta, o presidente da Câmara e seus aliados apresentaram um novo texto que limitava a redução da maioridade penal. Já tinham ficado de fora da redução crimes como tráfico, roubo com causa de aumento de pena e terrorismo.

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A emenda aglutinativa, ou seja, uma nova redação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é assinada pelos líderes do PSD, Rogério Rosso (DF); do PSC, André Moura (SE); e do PHS, Marcelo Aro (MG).

Denunciando um "golpe" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um grupo suprapartidário de deputados federais anunciou nesta quarta-feira, 01, que vai obstruir a nova tentativa de votação de redução da maioridade penal. Em caso de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), os parlamentares prometem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o resultado.

"A gente não aceita essa escalada autoritária que está se desenvolvendo na Câmara. Estamos dizendo que o presidente Cunha não aceita mais perder", declarou o deputado Glauber Braga (PSB-RJ). "Vai ter um segundo round em menos de 24 horas porque a cabeça absolutista e imperial (de Cunha) não admite derrotas. Ou reagimos agora ou esse processo vai criar um parlamentarismo de uma casta e de um grupo autoritário que agride o direitos das minorias", acrescentou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

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Os deputados contrários à redução da maioridade penal, que ontem conseguiram impedir a aprovação da PEC por margem mínima, afirmam que Cunha promove um "golpe" ao comandar uma manobra regimental para viabilizar a análise, ainda hoje, de uma nova redação que diminui de 18 para 16 anos a maioridade penal para alguns crimes graves. Embora o texto nesse sentido tenha sido derrubado ontem, Cunha pretende colocar em deliberação uma emenda que restringe o alcance de PEC e retira da lista de exceções o tráfico de drogas, roubo com causa de aumento de pena e terrorismo, atos para os quais a maioridade penal continuaria a ser de 18 anos. Mas nos casos de crimes hediondos, homicídio doloso, lesão corporal grave ou seguida de morte, haveria a redução para 16 anos.

Para os opositores de Cunha no tema, a ação é "antirregimental" e "inconstitucional". "O presidente ontem sofreu uma derrota. Ele não aceita os resultados do Plenário e a democracia exige que se aceite o resultado, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS). "Iremos para o Plenário, primeiro, para denunciar esse golpe. Para esclarecer para os deputados que a Câmara é dos deputados e não do presidente. Não podemos aceitar que apenas a sua opinião seja imposta", concluiu Weverton Rocha (PDT-MA).

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (1°) não considerar uma vitória do governo o fato de a Câmara não ter aprovado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a alteração da maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes graves. "Não creio que foi uma vitória do governo e nem sei se ela vai se consumar. Teremos outras votações. Hoje o resultado pode ser diferente", disse. "O resultado foi por uma maioria muito pequena", disse o ministro.

Na madrugada desta quarta, a PEC não foi aprovada, por cinco votos. Houve apenas 303 votos a favor, mas como se tratava de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), eram necessários 308 votos. Um total de 184 deputados foram contrários à redução. Três se abstiveram. Favorável à redução, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já realiza articulações para reverter a derrota.

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Cardozo disse que a posição do governo é a de continuar apoiando a mudança do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e rechaçou as propostas pautadas para a discussão do tema desta quarta-feira. Para o ministro a emenda aglutinativa apresentada pelos líderes do PSD, do PHS e do PSC, que exclui dos crimes passíveis de redução da maioridade de 18 para 16 anos ações como tráfico, roubo com causa de aumento de pena e terrorismo, pode ser ainda mais "ampla" do que a que foi rejeitada antes. "Ela (a emenda) está falando em crimes praticados com ameaça e com violência, antes estava hediondo, tráfico, etc. Então, ampliou-se", afirmou. "Eu não tenho segurança jurídica nenhuma de que o tráfico está fora".

O ministro também disse discordar com a emenda aglutinativa apresentada pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que prevê que o jovem entre 16 e 18 anos que cometer crime hediondo pode ser emancipado judicialmente e punido como adulto. "Emancipação não é um conceito adaptável ao direito penal", disse Cardozo. "O juiz julga a partir da lei e qual vai ser o critério que se vai utilizar para saber se está emancipado ou não", questionou.

Para Cardozo, qualquer proposta que reduza a maioridade penal terá consequências para a sociedade brasileira no futuro. "Eu posso dizer que se alguém sair vitorioso da não redução da maioridade penal é a sociedade brasileira", disse. "É um erro profundo, abissal reduzir a maioridade; é um passo gravíssimo", completou, destacando novamente que o sistema carcerário brasileiro que já tem problemas ficará "caótico".

O ministro voltou a destacar que há hoje um déficit de mais de 220 mil vagas no sistema prisional brasileiro e que a projeção do governo é que, com a aprovação da redução da maioridade penal, de 30 a 40 mil jovens ingressarão anualmente no sistema prisional. "Eu quero discutir sim, mostrando números e mostrar que são verdadeiros os efeitos que essa medida pode ter", afirmou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que colocará em votação ainda nesta quarta-feira, 01, a nova proposta sobre a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos. O peemedebista disse que a proposta foi costurada pelos líderes, mas ainda não teve acesso ao texto que será colocado em plenário. Segundo Cunha, os líderes querem votar a matéria hoje.

"Sou favorável à redução plena, a proposta original. Estou com raiva porque não posso votar", disse o peemedebista que, ao presidir a sessão, fica impossibilitado regimentalmente de manifestar seu voto.

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Questionado sobre a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff mostrada pela pesquisa Ibope divulgada hoje pela CNI, disse que "popularidade ou impopularidade" fazem parte do processo democrático. "Tudo é superável", desconversou.

A bancada da oposição da Câmara de Vereadores de Olinda abriu um debate contestando o Plano Municipal de Educação (PME) da cidade nessa terça-feira (30). Na tribuna, o líder do colegiado, vereador Jorge Federal (PMDB), criticou o atraso do envio do projeto à Casa e cobrou mais atenção e responsabilidade em vários pontos inseridos no documento.

Entre as alterações sugeridas, Federal pediu que o termo diversidade de gênero fosse esmiuçado, identificado e votado de forma específica e não de maneira global como propõe o projeto. Ele sugeriu a inclusão do Passe Livre para alunos de Ensino Fundamental I e II e solicitou retirada de inciso de lei que, segundo ele, nem existe e que provavelmente foi replicado de outro plano e anexado ao projeto atual. 

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Apesar do posicionamento do parlamentar o Plano Municipal de Educação só será votado pelos vereadores olindenses nesta quinta-feira (2), durante sessão ordinária, na Câmara Municipal.

O senador e relator da Comissão Especial do Pacto Federativo, Fernando Bezerra Coelho (PSB), conseguiu incluir na ordem do dia da sessão plenária desta quarta-feira (1º) seis novas proposições como prioritárias para o Pacto Federativo. Entre as propostas que não acarretam ônus à União e que se encontram em estágio avançado de tramitação, estão três propostas de emenda à Constituição (PEC) e mais três projetos de lei. 

 As proposições de emenda à Constituição tratam sobre a prorrogação da vigência dos percentuais mínimos destinados à irrigação; a permissão para que entidade de representação de municípios de âmbito nacional possa propor Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) e Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC);  e outra que insere a segurança pública entre as competências da União, dos estados, do DF e dos municípios.

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Já os projetos de lei versam sobre a alteração da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), para prever que a revisão da base de cálculo do IPTU e a atualização monetária dos valores que a compõem; a determinação da incidência do ISS sobre o rastreamento e monitoramento de veículos; e a prorrogação do prazo para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos sólidos (erradicação dos “lixões”).

A Comissão Especial do Pacto Federativo reúne-se às 14h30, quando será analisado relatório geral que consolida outros projetos prioritários para Estados e Municípios e que estão prontos para serem apreciados pelas comissões ou pelo Plenário do Senado por não representarem impacto financeiro.

Depois de um dia tumultuado, com protestos dentro e fora do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados rejeitou, na madrugada de hoje, texto substitutivo da PEC 171, que reduziria a maioridade penal de 18 para 16 anos para alguns crimes, sobretudo hediondos. Foram 303 votos a favor. Como se tratava de uma Proposta de Emenda à Constituição, eram necessários 308. Um total de 184 deputados foram contrários e 3 se abstiveram.

Principal defensor da redução, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficou em silêncio ao ver o resultado. "A gente sabia que ia ser uma luta. Eu fico feliz de a gente ter conseguido levar a votação. Apesar de todos os contratempos, foi uma sessão histórica", disse após a votação. Dezessete peemedebistas votaram contra a orientação do partido.

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O texto discutido na Câmara reduziria de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos, homicídio doloso, tráfico de drogas, lesão corporal grave ou seguida de morte e roubo com causa de aumento de pena, como o uso de arma. O governo manobrou contra a proposta durante todo o dia. O governo Dilma Rousseff defende que se mexa no prazo máximo de internação de menores que cometem crimes hediondos, passando do limite de 3 para 8 anos. Proposta nesse sentido, do senador José Serra (PSDB-SP), começou a ser discutida ontem no Senado, mas teve o debate adiado.

O texto rejeitado na Câmara era um substitutivo apresentado na comissão especial que discutiu o tema. Com a rejeição, os deputados votarão o texto original, que determina a redução da maioridade penal para todos os tipos de crime. A sessão, que durou cerca de cinco horas, foi marcada por discussões acaloradas. "Não somos vingadores. Somos legisladores. Temos de garantir o futuro da nossa juventude. O mesmo Estado que não acolhe, que não dá educação, cultura, lazer, não pode ser o Estado da punição", disse Ivan Valente (PSOL-SP).

Integrante da chamada "bancada da bala", o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), coronel da reserva da Polícia Militar, criticou texto escrito pelo grupo parlamentar contrário à redução da maioridade penal. "Quem escreveu isso aqui ou fumou maconha estragada ou não sabe o que diz", afirmou da tribuna.

Ao concluir seu discurso, Fraga foi alvo de manifestação de estudantes que acompanhavam a sessão nas galerias do plenário. Outros deputados da "bancada da bala", todos vestindo camisetas pretas onde se lia "redução da maioridade penal já", reagiram. O Capitão Augusto (PR-SP) olhou para os manifestantes e friccionou os dedos, insinuando que havia recebimento de dinheiro. Concluída a votação, manifestantes comemoraram a rejeição cantando "O Cunha é ditador", "Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu, aqui está presente o movimento estudantil".

Confusão

Estudantes contrários à redução da maioridade e a polícia já haviam entrado em confronto antes de a discussão sobre o tema começar no plenário da Câmara, às 20h15. Houve tumulto em uma das entradas do prédio e no interior do Congresso. O acesso às galerias do plenário ficou restrito a 200 senhas, distribuídas pelo presidente da Câmara, o que provocou revolta. Manifestantes entraram no espelho d’água diante do Congresso e subiram até o Salão Verde.

Segundo a Polícia Legislativa, manifestantes tentaram forçar a entrada com paus e pedras e os agentes reagiram com spray de pimenta. Os estudantes negaram ter usado violência. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) conversava com os estudantes, quando teve início a confusão e foi atingido por spray de pimenta. Ele reclamou da postura do que chamou de "homens do Cunha".

"Isso é uma loucura. Isso é culpa de Eduardo Cunha, porque ele não deveria radicalizar desta maneira. Se ele permitisse que a galeria fosse ocupada por 50% das pessoas a favor (da maioridade) e 50% contra, isso não estaria acontecendo."

Cunha alegou estar "garantindo a ordem" ao impedir a entrada nas galerias do plenário da Casa de manifestantes que obtiveram habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a votação. "Habeas corpus é para transitar aqui, não é para entrar na galeria. Galeria tem de ter senha."

Questionado se não estaria desrespeitando a Justiça, Cunha negou. "A ordem está muito clara. A que recebi tem de ser com garantia da ordem. Estou garantindo a ordem." (Colaboraram Ricardo Della Coletta e Isadora Peron) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara iniciou na noite desta terça-feira, 30, a discussão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata da redução da maioridade penal. Após tumulto dentro e fora da Casa, neste momento, há no plenário alguns manifestantes contrários e a favor da proposta.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não permitiu que estudantes contra a maioridade penal que possuíam habeas corpus emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entrassem na Câmara. Ainda há manifestantes do lado da fora, mas o clima é pacífico.

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O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), disse que espera uma votação apertada e que contabiliza 200 votos contra a redução e 300 a favor. Para que a proposta seja aprovada é preciso 308 votos.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), considerou nesta terça-feira, 30, "imprevisível" o resultado da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos.

"As bancadas estão muito divididas, os partidos, a base está dividida. O governo da presidente Dilma tem uma opinião (contra a redução), mas isso (o resultado) depende da votação. É uma matéria do Legislativo, é imprevisível", comentou o petista a jornalistas, ao deixar o gabinete do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).

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"Sobre resultado dessa matéria, é impensável fazer qualquer prognóstico por conta da incidência que isso tem nas bancadas, nas mobilizações, enfim, vamos aguardar", disse Guimarães.

Na avaliação do líder do governo na Câmara, a tendência é de que a maioria das bancadas libere os deputados para votar como quiserem. "É uma questão filosófica e política importante e acho que a tendência da maioria das bancadas é liberar. Vamos ver o que vai acontecer no plenário", afirmou.

Reformulação

Mais cedo, Temer disse a jornalistas que a discussão é "suprapartidária" e defendeu uma reformulação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para resolver o problema. "É (uma questão) suprapartidária. Pessoalmente não escondo a posição pessoal pela reformulação do ECA, que acaba dando no mesmo resultado", disse Temer, fazendo referência ao projeto que mantém a idade penal mas aumenta o tempo de internação para menores que cometerem infrações graves.

Relatório

Na terça-feira passada, 23, o Ministério da Justiça divulgou que o Brasil aumentou o seu ritmo de encarceramento em 33% entre 2008 e 2014, conforme o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen). A tendência está na contramão do que vem ocorrendo entre os países com as maiores populações prisionais do mundo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decidiu antecipar a divulgação do relatório para alertar os parlamentares sobre as consequências da redução da maioridade penal. De acordo com o levantamento, 56% dos presos no Brasil são jovens - pessoas de 18 a 29 anos, conforme faixa etária definida pelo Estatuto da Juventude.

O número de jovens no sistema prisional supera a proporção de jovens da população brasileira: enquanto os jovens representam 56% da população prisional, as pessoas dessa faixa etária compõem 21,5% da população total.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alegou estar "garantindo a ordem" ao impedir a entrada nas galerias do plenário da Casa de manifestantes que obtiveram habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da redução da maioridade penal.

Cunha disse ter distribuído 200 senhas aos partidos para que fossem repassadas ao público. Segundo o presidente da Câmara, o habeas corpus concedido a ao menos 40 manifestantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) permite apenas acesso ao Salão Verde e não às galerias.

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"Habeas corpus é para transitar aqui, não é para entrar na galeria. Galeria tem que ter senha. Tenho um número, quantidade determinada por questão de segurança. Pela garantia da ordem, o critério é distribuição de senha", afirmou Cunha. "Eles estão no Salão Verde, mas além do habeas corpus tem que ter senha. Não posso tirar as pessoas que estão com senha para colocar outras pessoas", afirmou o presidente.

Questionado se não estaria desrespeitando uma determinação da Justiça, Cunha disse que não. "A ordem está muito clara. A (determinação) que recebi tem que ser com garantia da ordem. Estou garantindo a ordem", afirmou.

Segundo o diretor de comunicação da UNE, o estudante Matheus Weber, de 20 anos, Cunha está tentando, com essa "manobra", deixar o plenário com a maioria de manifestantes a favor da redução. "Ele deu 200 senhas, no plenário cabem 300 e somos apenas 60. Não tem por que ele deixar a gente de fora", afirmou.

Após ser informado que o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) foi derrubado ao tentar acessar o Plenário da Câmara em um tumulto entre manifestantes e seguranças, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que não permitiria uma "batalha campal" na Casa. "Não vou submeter a Câmara dos Deputados à pressão de violência de quem quer que seja", disse.

Ao ser aplaudido por manifestantes que, de posse de senha, conseguiram chegar às galerias do Plenário, Cunha condenou a manifestação. "Não quero aplausos nem vaias", afirmou. O deputado Heráclito Fortes já está no Plenário e conta repetidas vezes o ocorrido com ele aos seus colegas.

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A Câmara discute neste momento a urgência na apreciação do texto que prevê a correção da caderneta de poupança aos depósitos do FGTS. Porém, a redução a maioridade penal, que deverá ser votada ainda nesta terça, 30, domina os debates.

Até o momento, a galeria tem um maior número de manifestantes a favor da redução da maioridade penal. O deputado petista, Paulo Teixeira (SP), afirmou nesta terça, 30, que é preciso "dar isonomia". "Metade tem que ser de uma posição e metade de outra. Pedimos a vossa excelência para deixar a juventude entrar", afirmou.

Cunha tem respondido aos deputados que defendem a entrada dos estudantes contra redução que "quem tem senha vai entrar".

Segundo o diretor de comunicação da UNE, o estudante Matheus Weber, de 20 anos, Cunha está tentando com essa "manobra" deixar o plenário com a maioria de manifestantes a favor da redução. "Ele deu 200 senhas, no plenário cabe 300 e somos apenas 60. Não tem porque ele deixar a gente de fora", afirmou.

O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse nesta terça-feira, 30, que a questão da maioridade penal de 18 para 16 anos é "suprapartidária". Ele defendeu uma reformulação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para resolver o problema. Na avaliação de Temer, uma mudança no ECA "acaba dando o mesmo resultado" que a redução da maioridade penal.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer colocar em votação nesta terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Cunha disse que a sessão "vai ser bem tumultuada" e que "se for tranquila, não tem graça".

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"É (uma questão) suprapartidária. Eu pessoalmente não escondo a posição pessoal pela reformulação do ECA, que acaba dando no mesmo resultado", disse Temer a jornalistas, ao chegar ao gabinete depois de almoço com deputados no Palácio do Jaburu.

"O que se quer é que aquele que cometeu crime aos 16 anos, se condenado a pena maior, não só cumpra até os 18, mas continue a cumprir a pena pelo crime cometido", destacou.

O Planalto vê com bons olhos a proposta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de aumentar o tempo de internação do jovem infrator que cometer crime hediondo, sem reduzir a maioridade penal.

Mobilização

Nas últimas semanas, ministros do governo intensificaram a mobilização para impedir o avanço da proposta de redução da maioridade penal no Congresso.

Na semana passada, o Ministério da Justiça divulgou o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), mostrando que, na contramão do que vem ocorrendo entre os países com as maiores populações prisionais do mundo, o Brasil aumentou o seu ritmo de encarceramento em 33% entre 2008 e 2014.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu que antecipou a divulgação do relatório para alertar sobre as consequências da redução da maioridade penal.

Reunião

Temer convocou para a tarde desta terça-feira uma reunião com líderes. "Vamos tratar dos vetos que possivelmente venham a ser votados amanhã. Há preocupação de manutenção de todos os vetos", disse.

Os dois vetos que mais causam apreensão no Planalto é a possibilidade de partidos criados por fusão receberem, durante 30 dias, filiados a outros legendas, sem perda de mandato eletivo; e a garantia a um grupo de fiscalização tributária da mesma remuneração de auditores da Receita Federal.

As duas propostas foram vetadas pela presidente Dilma Rousseff, que cumpre agenda nos Estados Unidos até quarta-feira, 01.

Um grupo de manifestantes que está com uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) permitindo o acesso à Câmara dos Deputados tenta entrar na Casa na tarde desta terça-feira, 30. Alguns já conseguiram ter acesso ao salão verde, mas boa parte do grupo continua contida antes da escadaria que dá acesso ao local.

Um dos "gritos de guerra" do grupo contra a redução da maioridade penal, que deve ser votada nesta terça, faz menção ao presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Ei, Cunha não esquece. Tem liminar do STF", afirmam. "Redução é farsa, não muda nada, não. Eu quero mais dinheiro pra saúde e educação", gritam os manifestantes.

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Há outro um grupo a favor da redução da maioridade penal que também tenta entrar no local. Até o momento, no entanto, a maior parte dos manifestantes é barrada pela polícia legislativa.

Alguns deputados afirmaram nesta tarde que Cunha deu senha aos líderes de bancada para permitir acesso de algumas pessoas no Plenário, mas que se houver confusão, ele mandará esvaziar a Casa.

Alheio à pressão dos partidos governistas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer colocar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em votação nesta terça-feira, 30. O peemedebista, favorável à redução, disse esperar que a sessão seja tumultuada. "Vai ser tranquila nada. Vai ser bem tumultuada. Se for tranquila não tem graça", afirmou ao chegar na Câmara no início da tarde.

Manifestantes aguardam do lado de fora do Congresso com faixas e cartazes. O Batalhão de Choque da Polícia Militar também está no gramado diante do Parlamento. Alguns manifestantes conseguiram entrar na Casa por força de um salvo-conduto concedido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha disse que serão distribuídas algumas senhas, mas, em caso de tumulto, determinará a retirada da plateia.

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Cunha disse esperar um quórum mínimo de 450 dos 513 deputados. Para aprovar uma PEC é preciso um mínimo de 308 votos. "Quero votar. O resultado depende da maioria", afirmou.

O presidente da Câmara disse que ainda conversará com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para definir se a sessão do Congresso prevista para esta noite ocorrerá de fato. A realização da sessão pode postergar a votação da maioridade. Caso vislumbre a possibilidade de derrota, Cunha pode articular com Renan a manutenção da sessão. Se a possibilidade mais forte for de vitória, a tendência é que a sessão conjunta das duas Casas seja derrubada.

Quanto ao apelo do governo para que sejam feitas alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em vez de mudanças na Constituição, Cunha disse que só votará mudanças no ECA depois de votar a PEC.

A deputada estadual e presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Raquel Lyra (PSB), divulgou nesta terça-feira (30), o balanço de ações do colegiado no primeiro semestre do ano de 2015 – 18ª Legislatura. Segundo a socialista, nesses primeiros meses de trabalho, foram distribuídos 343 projetos e votados 168 projetos dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público (MPPE) e Defensoria Pública. Além disso, foram promovidas até hoje, 18 reuniões e cinco audiências públicas.

Entre os projetos aprovados, a deputada destacou o conjunto de medidas em prol da Polícia Militar, como a gratificação Pacto pela Vida, bônus pecuniário, Prêmio de Defesa Social aos policiais militares e civis em função do seu desempenho no processo de redução de crimes violentos letais intencionais.  Outra aprovação lembrada por Lyra foi a do projeto 278/15, que instituiu o Passe Livre estudantil e o projeto que fixou a redução do ICMS sobre querosene para aeronaves a fim de beneficiar a vinda da instalação do HUB da TAM.

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“Na Comissão de Justiça, os deputados da situação e da oposição conseguem cravar um bom debate sobre a constitucionalidade e a razoabilidade dos projetos de lei. A CCLJ também vem realizando audiências públicas para amadurecer discussões importantes para nossa sociedade”, analisou a parlamentar.

Audiências públicas – Entre os debates promovidos pela Comissão de Justiça juntamente com o MPPE, está o fim do impasse, com assinatura do acordo entre os municípios e a Celpe para transferência de ativos da iluminação pública. A CCLJ também realizou audiências que discutiu a questão da Crise Hídrica em Pernambuco, além de debater o Projeto de Lei Federal sobre a Redução da Maioridade Penal.

 

Nesta terça-feira (30), será votada na Câmara dos Deputados, em primeira instância, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. A PEC tem gerado muitas dúvidas sobre os desdobramentos que pode gerar.

Primeiramente, a própria validade da proposta está sendo questionada. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) aponta que se trata de algo inconstitucional. É que a Constituição Federal, em seu artigo 228, aponta que os menores de 18 anos são inimputáveis. “Isto é uma cláusula pétrea. Só através de outra constituinte, de uma nova assembleia geral, formada  para isso, é que poderia mudar”, aponta o promotor da Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Marcellus Ugiette. 

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O documento também diz que os direitos e garantias estão elencados em tratados internacionais do qual o Brasil é signatário, como no caso do Pacto de São José da Costa Rica. Este tratado deixa claro que os adolescentes devem ser separados dos adultos, participando de um tribunal especializado. 

“Esta pode pode ser aprovada no Senado. É um risco real e concreto. Mas se isso ocorrer a OAB será a primeira a entrar com o pedido de inconstitucionalidade”, destaca o presidente da OAB em Pernambuco, Pedro Henrique Reynaldo Alves.

De acordo com os especialistas, a aprovação da PEC não vai atingir outros direitos civis de imediato, mas pode servir de argumento para que haja novas mudanças.

Ugiette não classifica como improvável que, após a sanção da proposta, ações judiciais apareçam pedindo que jovens a partir de 16 anos possam tirar carteira de motorista, comprar bebidas alcoólicas e cigarro ou se casar sem o consentimento dos pais.  O Código de Trânsito Brasileiro, por exemplo, prevê que para tirar a carteira é preciso apenas saber ler e escrever, ter carteira de identidade e ser penalmente imputável -  e um jovem maior de 16 anos poderia preencher tais requisitos. 

Outros cenários devem sofrer alterações críticas. O promotor lembra que pessoas que cometem abuso sexual de menores, com pessoas de idade de 16 ou 17 anos, podem vir a perder esta qualificadora. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também prevê agravantes para quem for classificado como aliciador de menores. “Se esta PEC passar certamente isto vai mudar. É perigoso”, opina o promotor.  

Para Pedro Henrique, a mudança na imputabilidade penal não vai trazer, por consequência direta, nenhum direito já assegurado. “Não é extensão imediata de forma alguma. Mas pode criar uma presunção, pois, se esses menores vão poder responder pelos seus crimes como um maior, por que não autorizarem que possam dirigir?”, reflete o presidente. 

Tanto Marcellus Ugiette quanto Pedro Henrique concordam, entretanto, que é tempo para se pensar em modificações na lei. Ugiette acredita que é razoável pensar num maior tempo de reclusão para os internos, que atualmente é de no máximo três anos, e acredita que deveria haver uma integração entre a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e a de Ressocialização, para traçar melhor o perfil do infrator. Já o presidente da OAB-PE pensa que uma das saídas para combater o crime cometido por menores é aumentar a gravidade do crime de aliciamento.

Movimento – Nesta terça-feira (30), na Faculdade de Direito, foi realizado um debate sobre a redução da maioridade penal. Os organizadores participam do movimento #NãoàRedução. Segundo o coordenador da campanha, Lucas Tiné, a proposta não vai mudar a criminalidade no país e ele teme eu mesmo assim ela seja aprovada hoje. “Ela pode passar hoje, mas como o presidente do Senado, Renan Calheiros, já disse que é contra, existe a possibilidade que seja rejeitada”, comenta.

Hoje será a votação em primeira instância da proposta. Quarta-feira (1°) haverá a votação em segunda instância. Se ela for aprovada nas duas votações seguirá para o Senado. Se no Senado houver alteração no texto da PEC, ela volta para a Câmara dos Deputados para ser reanalisada; caso não haja, ela poderá entrar em vigor sem precisar ser sancionada pela presidência da República. 

Na tentativa de impedir a aprovação da redução da maioridade penal na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 30, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que, caso jovens com idade entre 16 e 18 anos sejam punidos como adultos, a situação do sistema prisional brasileiro ficará "catastrófica".

"A situação, caso seja aprovada (a redução), será alarmante. As consequências serão desastrosas para o País", afirmou Cardozo, após reunião com líderes de partidos da base do governo. Os deputados governistas devem tentar retardar o início da votação para que o tema só seja discutido após o recesso parlamentar de julho.

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O ministro disse haver atualmente déficit de mais de 220 mil vagas no sistema prisional brasileiro. "Temos presídios completamente superlotados. A taxa de ocupação chega a 160% e há mais de 400 mil mandados de prisão a serem cumpridos. Temos necessidade de um outro sistema prisional", afirmou.

Segundo Cardozo, a projeção do governo é que, com a aprovação da redução da maioridade penal, de 30 a 40 mil jovens ingressarão anualmente no sistema prisional. A título de comparação, Cardozo disse que o governo entregará no final deste ano 40 mil vagas prometidas pela presidente Dilma Rousseff em 2011. Ou seja, o governo levou quatro anos para construir o número de vagas que, em tese, será ocupado anualmente pelos jovens.

"Isso é uma bomba atômica para o sistema prisional dos Estados", disse o ministro da Justiça. "Há momentos em que o governo não pode deixar de informar que o caminho é desastroso".

Uma pesquisa sobre o sistema penitenciário que Cardozo afirmou ter distribuído a todos os deputados e senadores mostra que detentos têm nível de contaminação por HIV 60 vezes maior do que quem está em liberdade.

Cardozo afirmou ainda que, a alteração na maioridade penal implicará mudanças de outras leis. Como exemplo, disse que a permissão para dirigir também será reduzida para 16 anos e que haverá discussão jurídica para outros temas como idade mínima para consumo de álcool e abrandamento de penas para quem praticar crimes como estupro contra menores.

Votação

A votação está prevista para começar no final da tarde desta terça-feira. No entanto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende votar antes a urgência na apreciação de um projeto que altera as regras de correção do FGTS e um projeto de lei que estabelece regras para a reindexação de dívidas dos Estados.

Deputados contrários à redução formaram uma força-tarefa para criar propostas alternativas na intenção de convencer colegas hoje favoráveis ao texto que será apreciado. A tentativa dos parlamentares é reverter a atual tendência de aprovação, evitando que o PMDB, junto com o PSDB e a chamada "bancada da bala", consigam os 308 votos necessários para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

O texto, aprovado com folga há duas semanas no colegiado formado na Câmara para discutir o tema, reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos (como estupro e sequestro), homicídio doloso (com intenção de matar), tráfico de drogas, lesão corporal grave, lesão corporal seguida de morte e roubo com causa de aumento de pena, como o uso de arma, a participação de mais de uma pessoa ou quando a vítima sofre lesão ou morre. A proposta dispensa a necessidade de decisão judicial para afastar a inimputabilidade do menor.

A proposta prevê que os maiores de 16 e menores de 18 anos cumprirão a pena em estabelecimento separado dos demais. Também prevê que União e Estados terão de criar os estabelecimentos para o cumprimento das penas.

No Senado, a discussão é em torno de alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As propostas envolvem ampliação do período de internação para até dez anos. O governo defende relatório do senador José Pimentel (PT-CE) sobre proposta apresentada pelo tucano José Serra (SP). Pelo texto de Pimentel, o período de internação é ampliado apenas em casos de crimes hediondos praticados com violência ou grave ameaça. A proposta é semelhante àquela apresentada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O texto de Serra defendia a ampliação da internação para dez anos.

O relatório prevê ainda que a internação deve ser cumprida em estabelecimento específico ou em ala especial, assegurada a separação dos demais internos. Quanto à pena para o adulto que induz ou acompanha menor de idade na prática de crime, o texto de Pimentel é mais brando que aquele apresentado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). Enquanto o texto do tucano triplica a pena para o maior de idade, o do senador petista dobra. Assim, a pena máxima para o aliciador, que hoje é de quatro anos, vai a oito anos, segundo o substitutivo de Pimentel. O texto do petista também estabelece prisão de um a quatro anos para quem facilitar a fuga de menor infrator.

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